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Processo de determinação social da saúde e transições epidemiológica e demográfica no Brasil Transição demográfica Refere-se aos efeitos que as mudanças dos níveis de natalidade/fecundidade e mortalidade provocam sobre o ritmo de crescimento populacional e sobre a estrutura por idade e sexo, traduzindo-se por um envelhecimento da população (maior proporção de idosos). Dinâmica populacional: alguns aspectos conceituais O que indica o potencial de nascimentos de uma população? → Fecundidade: relaciona o número de nascidos vivos em dado tempo com o número de mulheres em idade fértil (15 a 49 anos). O que indica o impacto dos nascimentos de uma população? → Natalidade: relaciona o n° de nascidos vivos com a população total. O que indica o impacto dos óbitos em uma população? → Mortalidade: relaciona o n° de óbitos com a população total. Fórmulas → Fecundidade ou Taxa de fecundidade geral: → Natalidade, taxa bruta de natalidade ou taxa de natalidade geral: Transição epidemiológica Ideia elaborada a partir da observação das modificações ocorridas no perfil de saúde de populações de países de economia central, preia a substituição, como causas mais importantes de mortalidade e morbidade, das doenças infecciosas por outras decorrentes de difusão de certos estilos de vida e do envelhecimento da população. Nessa perspectiva, o processo de modificação dos padrões de adoecimento e morte ocorreria em estágios sucessivos acompanhando a evolução de uma sociedade tradicional para uma sociedade moderna. Modificações dos padrões de morbidade, invalidez e morte. Mudanças nos padrões de saúde e doença das populações e as interações entre estes padrões e os determinantes econômicos demográficos e sociais. Diminuição das taxas de mortalidade, principalmente da mortalidade infantil, e o consequente aumento na expectativa de vida mudanças na composição das principais causas de morte. Progressiva redução daquelas doenças consideradas potencialmente evitáveis, como as infecciosas as atribuíveis à desnutrição e aos problemas relacionados ao parto enfermidades doenças cardiovasculares e as neoplasias, passassem para um primeiro plano, nos países centrais. O processo envolve três mudanças básicas: → substituição, entre as primeiras causas de morte, das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e causas externas; → deslocamento da maior carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens aos grupos mais idosos; e → transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra em que a morbidade é dominante. Estágios da transição epidemiológica Estágio 1- período das pragas e da fome: níveis de mortalidade e fertilidade elevados. Predomínio de doenças infecto-contagiosas, desnutrição e problemas de saúde reprodutiva (Expectativa de vida entre 20 e 40 anos). Estágio 2- período do desaparecimento das pandemias: níveis de mortalidade diminuem progressivamente; a queda da mortalidade se acentua quando as epidemias se tornam menos frequentes ou desaparecem (Expectativa de vida entre 30 e 50 anos). Neste estágio a manutenção das taxas elevadas de fertilidade torna- se fundamental para o crescimento populacional. Estágio 3- período das doenças degenerativas e provocadas pelo comportamento individual: níveis de mortalidade em declínio, podendo tornar-se estáveis em valores relativamente baixos. (Expectativa de vida entre 50 anos e 70 anos). Neste estágio a queda continuada das taxas de fertilidade resulta na redução do crescimento populacional e no aumento da proporção de idosos. Estágio 4- período do declínio da mortalidade por doenças cardiovasculares: envelhecimento populacional, modificações no estilo de vida, doenças emergentes e surgimento de novas doenças. (Expectativa de vida entre 70 e 85 anos). Estágio 5- Período de longevidade paradoxal, emergência de doenças ainda consideradas enigmáticas: capacitação tecnológica para assegurar a atenção às necessidades especiais de indivíduos com limitações permanentes, através de próteses (Expectativa de vida acima de 85 anos de vida). X Convulsão social ou a guerra rompe estruturas sociais e de saúde existentes: levando a um ressurgimento das condições observadas nas duas primeiras fases. Doenças da 3a e 4a fases persistem. Esta fase regressiva está associada a um aumento da mortalidade devido a doenças, tanto cardiovascular (CV) e não-CV, como doenças infecciosas, violência e consequentemente uma diminuição da esperança de vida. Mudanças no perfil demográfico da população brasileira Mortalidade → Declínio rápido a partir de 1940. Prevenção e tratamento das doenças infecciosas e parasitárias. → Programas de vacinação em massa. Melhoria nas condições sanitárias. → O declínio dos níveis de mortalidade + altos níveis de fecundidade, causou um aumento do volume populacional. → Taxa de crescimento do Brasil na década de 60 = próxima de 3% ao ano. Fecundidade → Permanece constante em níveis elevados até os anos 60. → Queda da fecundidade: começa no final da década de 60 e início dos anos 70, acentuando-se durante a década de 80. Esperança de vida ao nascer Número médio de anos que um indivíduo viverá a partir do nascimento, considerando o nível e estrutura de mortalidade por idade observados naquela população. → Para o cálculo leva-se em consideração não apenas os riscos de morte na primeira idade (mortalidade infantil), mas para todo o histórico de mortalidade (crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos). → É uma síntese da mortalidade ao longo de todo o ciclo de vida. → Indicador empregado para mensurar as dimensões humanas no índice de desenvolvimento. Processo saúde-doença e sua determinação social e histórica A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece. Relação entre trabalho e saúde/doença → Trabalho como determinante de saúde; → Saúde como condição de trabalho; → Trabalho como causa de doença; → Doença como impedimento de trabalho. Fatores universais intervenientes no processo saúde/doença “A saúde e a doença dependem das condições socioeconômicas, ainda que não somente delas.” “Escolas” que estudaram o que foi denominado “determinação social do processo saúde e doença”: ○ “Medicina Social Latino-americana” ○ “Saúde Coletiva” ○ “Movimento de Promoção da Saúde” ○ Outras Nexo causal É o vínculo fático que liga o efeito à causa, ou seja, é a comprovação de que houve dano efetivo, motivado por ação, voluntária, negligência ou imprudência daquele que causou o dano.
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