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Unidade 1 Editando áudio Sistemas e multimídia Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria JÉSSICA LAISA DIAS DA SILVA MARCELO DALSOCHIO DIPP AUTORIA Jéssica Laisa Dias da Silva Olá, eu sou a Jéssica. Completei minha graduação em Sistemas de Informação e meu mestrado em Sistemas e Computação na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Tenho experiência em Informática na área de Educação, com ênfase em Mineração de Dados Educacionais, e atuo estimulando jovens e crianças a estudarem programação. Atualmente, realizo pesquisas de disseminação do pensamento computacional, além de trabalhos voltados ao universo dos jogos digitais inseridos no contexto educacional buscando incentivar jovens e professores. As áreas de interesse de estudo são: Educação, Engenharia de Software, Mineração de Dados, Pensamento Computacional, Jogos Digitais Educativos e Gerenciamento de Projetos. Marcelo Dalsochio Dipp Olá. Meu nome é Marcelo Dalsochio Dipp. Sou Técnico de Redes de Dados e Técnico em Informática pelo Centro de Treinamento Tecnológico (CTT) Maxwell, graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), onde atualmente curso minha segunda graduação, de Licenciatura em Matemática. Além disso, tenho certificação em Information Technology Infrastructure Library (ITIL) e experiência de 25 anos como técnico-profissional na área de Tecnologia. Trabalhei em empresas como TIM, Spread, Sonda do Brasil, SENAC, Instituto Federal do Sul do Brasil, Alcides Maya, entre outras, e ministro aulas há 7 anos. Escrevi o livro Guia Básico de Informática para Iniciantes e estou desenvolvendo o segundo: Introdução às Redes de Comunicações de Dados. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão no início da profissão. Por isso, fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz por poder ajudar você nessa fase de muito estudo e trabalho. ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Compreendendo a diferença entre o som e o áudio ................... 12 Compreendendo o que é som .............................................................................................. 12 Propagação do som pelo ar ................................................................................. 15 Velocidade do som ..................................................................................................... 15 Amortecimento do som no ar ............................................................................. 16 Como são as ondas sonoras ................................................................................ 17 O que é áudio ..................................................................................................................................... 18 Sistema auditivo humano ....................................................................................... 19 Outros aparelhos auditivos ................................................................................... 19 Frequências sonoras .....................................................................................................................23 Edição de áudio ........................................................................................... 25 Fundamentos de edição de um áudio ............................................................................25 Captura do som .............................................................................................................25 Ferramentas para edição de áudio .................................................................28 Melhorando o seu áudio...........................................................................30 Efeitos de áudio ............................................................................................................................... 30 Amplitude .......................................................................................................................... 31 Delay ......................................................................................................................................33 Filtros .....................................................................................................................................34 Efeitos de correção de áudio .................................................................................................35 Ecos ........................................................................................................................................35 Reverberações .............................................................................................................. 36 Técnica do Ventríloquo ........................................................................................... 36 Finalização das edições ...........................................................................38 Tipos de arquivos ........................................................................................................................... 38 WAV ....................................................................................................................................... 38 FLAC ..................................................................................................................................... 39 MP3 ........................................................................................................................................ 39 AAC ........................................................................................................................................ 39 Taxa de compressão .................................................................................................................... 39 9 UNIDADE 04 UNIDADE 01 Sistemas e multimídia 10 INTRODUÇÃO Você sabia que a área de Sistemas e Multimídia está crescendo cada vez mais e que sua abrangência vai muito além de editoração de fotos ou de montagem de áudio? Profissionais de Multimídia estão conseguindo empregos desde a área de criação e de desenvolvimento gráficos, passando pelo setor de jogos digitais, com manipulação de imagens em 2D e em 3D, até o ramo de cinematografia. Nesta unidade começaremos a mergulhar no universo de multimeios, iniciando com a parte de som e de áudio. Será uma jornada empolgante e com várias descobertas para obter as ferramentas e formas corretas para trabalhar! Sistemas e multimídia 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos:1. Compreender o que é áudio e a diferença para o som. 2. Aplicar técnicas de edição. 3. Identificar e corrigir problemas de áudio. 4. Compreender e saber como aplicar efeitos de áudio nas edições. Preparado? O conhecimento é uma passagem sem volta para um mundo de pensamentos. Vamos juntos nessa viagem. Bom estudo! Sistemas e multimídia 12 Compreendendo a diferença entre o som e o áudio INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona e o que é o áudio digital, assim como a diferença entre áudio e som. Esse conhecimento será amplamente utilizado não só na profissão de multimídia, mas também na de sonoplasta. Mostraremos um caminho divertidíssimo para novas descobertas neste universo mágico do som. Vamos inicialmente compreender o conceito primordial de som e de que forma ele se propaga, para que seja possível reduzir custos e aumentar a qualidade do seu produto final. Entenderemos também como o som pode afetar o nosso corpo de maneira nociva e como evitar isso e trabalhar de maneira saudável. Compreendendo o que é som Para entendermos a diferença entre áudio e som, vamos voltar aos tempos de escola, quando aprendemos os nossos cinco sentidos: visão (vamos analisá-la mais adiante, ao estudarmos vídeos e imagens estáticas), paladar, tato, olfato e audição. Figura 1 – Imagem representativa da audição Fonte: Pixabay Sistemas e multimídia 13 Com a audição podemos sentir emoções, fazer energias aflorarem, chorar ao ouvir uma música ou a voz de uma pessoa querida, dançar, pular, abraçar alguém ou até mesmo se esquecer dos problemas e do mundo por alguns instantes. Então, nosso sistema auditivo é uma máquina maravilhosa que está diretamente ligada aos nossos sentimentos e ao nosso cérebro. Segundo uma criança de 10 anos, som é tudo o que podemos ouvir e, de acordo com engenheiros, é o resultado de ondas emitidas em determinada frequência. Para que o som desperte sensações, sentimentos e emoções, são necessários alguns elementos, como a fonte sonora (de onde está vindo o som), o meio por onde se transmite e o destino do som. EXPLICANDO MELHOR: A fonte sonora está ligada diretamente à origem do som, que pode ser um instrumento, a boca das pessoas, o cantar dos pássaros, um aparelho de som e inúmeras outras formas de se emitir uma onda de som. O meio de transmissão mais comum é o ar, por onde o som se propaga com melhor qualidade e fluidez, mas é possível ouvir sons debaixo da água ou até mesmo por um cordão, como o telefone sem fio na brincadeira de criança. Para finalizar, é necessário falar do destino. Usamos nosso aparelho auditivo sempre que produzimos algum som, por exemplo, ao falarmos e ao tocamos um instrumento, ou sempre que a natureza produz os seus magníficos sons. Porém, em alguns casos, é possível fazer com que o destino seja um meio artificial de audição, como o microfone. Como mencionado, o som cria sensações de energia nas pessoas, mas isso vai muito além do emocional. Para que possamos reproduzir um som em uma caixa de som, é necessário que ela esteja conectada à energia elétrica para gerar as devidas frequências e transformar a eletricidade em som. Imagine que você está fazendo uma caminhada e passa um carro tocando uma música do estilo funk, com o volume muito Sistemas e multimídia 14 alto. O nosso corpo não se limita a apenas ouvir a música, ele também sente as batidas, às vezes até parecendo que nosso coração está no mesmo ritmo delas ou que nosso batimento está descompassado. Tente fazer um experimento simples para entender a energia do som, sem precisar estar conectado à energia elétrica. Pegue uma barra de metal e segure-a com muita força. Depois peça para alguém bater nessa barra com um pedaço de madeira. Além do som, você sentirá nas mãos e nos braços a intensidade do golpe, efeito que chamamos de vibração. Esse experimento é como dar uma palmada em água parada: gerará uma série de ondas que vão se propagar pela água. Os fatores mencionados acima são ondas sonoras, que é quando as moléculas vibram e passam a vibração para as moléculas vizinhas e assim por diante. É por isso que em lugares em que existe vácuo (como câmaras de vácuo ou fora da atmosfera da Terra) o som não tem como se propagar. Nosso aparelho auditivo recebe as informações sonoras através de vibrações do meio em que ele está, o que torna impossível de se ouvir qualquer som no espaço, não ocorre a propagação do som. Vamos analisar a imagem abaixo que mostra as ondas de propagação do som: Figura 2 - Ondas sonoras Fonte: Pixabay Sistemas e multimídia 15 Note que as moléculas de ar se comprimem (gerando a compressão) a cada emissão de som e se afastam (gerando a rarefação) quando o som para. É possível sentir a vibração das moléculas ao colocar a mão sobre uma caixa de som. A compressão e a rarefação recebem o nome de comprimento da onda. Quando o ciclo da onda se completa, temos um fenômeno conhecido na física como frequência. SAIBA MAIS: O físico alemão Henrich Hertz foi quem descobriu essas ondas de energia, e após sua morte, aos 36 anos de idade, elas passaram a ser chamadas de Hertz. Então, a frequência de ondas é medida em Hertz no tempo de um segundo. Propagação do som pelo ar Sabendo que o som segue como uma onda de energia, ao ouvir ou emitir qualquer som, surge a seguinte questão: por que ele vai ficando mais fraco? Acontece que o som tem velocidade de deslocamento e amortecimento da onda sonora no ar pela ficção das moléculas, além de se propagar de forma esférica. A propagação também é influenciada pela diferença de temperatura e por muitos outros fatores que vamos estudar com mais detalhes para um melhor entendimento. Velocidade do som A velocidade de propagação do som varia de acordo com o meio que porta as ondas de energias (ondas sonoras). Sabemos que a velocidade do som nos ambientes sólidos é maior que nos líquidos, e que nos líquidos a velocidade é maior que nos gasosos. No caso da propagação no ar (vários gases juntos), a velocidade tem a temperatura como variante. Se medirmos a velocidade do som a uma temperatura de 0ºC (grau Celsius), teremos o valor de 331 m/s (metros por segundo), e, a cada grau que a temperatura aumentar, a velocidade aumentará aproximadamente 0,6 m/s. Sistemas e multimídia 16 Amortecimento do som no ar Como vimos, o som tem uma velocidade constante, variando apenas de acordo com a temperatura. Então, por que vamos perdendo o som de um cômodo para outro da casa, chegando ao ponto de não ser possível ouvi-lo? REFLITA: Segundo Antoine Laurent Lavoisier, químico do século XVIII, “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!”, e o mesmo acontece com as ondas sonoras. Aqui entram os fenômenos mecânicos da física. Quando temos ondas de som propagadas pelo ar, elas vão transformando essa energia em outras formas. Sabemos que quando emitimos um som (exceto caixas de som direcionais), ele tende a seguir um curso esférico, ou seja, é enviado a todas as direções, e, desta forma sua intensidade cai o equivalente ao quadrado da distância da fonte de som. Além da propagação esférica como fator de perda de sinal sonoro, temos outro elemento conhecido como Amortecimento Hidráulico, que nada mais é do que a fricção entre as moléculas do ar. O valor desta fricção depende do valor da velocidade das partículas em oscilação (frequência). Em suma, o som, ao ter o ar como meio de transporte, produz um amortecimento maior para as frequências mais agudas. Podemos vivenciar isso ao escutarmos alguma música, principalmente do estilo rock: de longe conseguimos ouvir os sons mais graves, como dos baixos e das baterias, e ao nos aproximarmos, é possível ouvir com melhor definição os sons mais agudos. Outro fator que tem que ser levado em conta é, como mencionado acima, a temperatura e o fator dia versus noite. Durante o dia, o arquente tende a subir com relação ao ar frio que tende a descer, o sol esquenta o planeta e as massas de ar tendem a se deslocar para cima. Por isso a propagação de som inferior ocorre à noite, uma vez que o ar tende a Sistemas e multimídia 17 descer e se manter no solo. Sendo assim, podemos entender o motivo de a maioria dos shows de bandas serem à noite. Vamos estudar mais coisas que podem influenciar a propagação do som pelo ar. A influência da vegetação e do solo sobre o som é muito evidente. Em um meio em que há muitas folhas caídas, elas vão trabalhar para criar um isolamento acústico e absorver a energia de vibração do som. A intensidade do som decai com uma relação maior que a do quadrado da distância ao ar livre. Voltemos ao nosso exemplo de um show de bandas. A maioria dos shows ocorre em estádios ou locais com muito espaço aberto, pois árvores, folhas soltas e solo macio serviriam de amortecimento acústico, impedindo o som de alcançar grandes distâncias. Você deve ter visto nas aulas de física do ensino médio a propagação de ondas (também se fala de ondas de água), em que talvez você e sua turma fizeram a experiência de bater na água e a ver voltar a onda produzida ao se chocar contra uma parede. Para o som, isso não muda nada, e a esse fenômeno damos o nome de reflexão da onda sonora. A origem emite uma série de ondas e, ao se chocar contra um obstáculo (imagine que é um espelho), a onda que retorna é, na verdade, como se ela continuando para frente sempre, uma imagem que veremos em um espelho com ondas se chocando. Como são as ondas sonoras Em todo o som emitido, de acordo com sua amplitude do momento em relação ao tempo, existem três fases: ataque, dinâmica interna e caída. A fase de ataque está determinada pelo início do som até atingir seu ápice de amplitude. A dinâmica interna é o tempo em que a amplitude permanece mais estável. Já a caída/saída é quando o som começa a perder amplitude e vai se extinguindo até sumir, como pode ser visto na figura 3. Sistemas e multimídia 18 Figura 3 - Características de ataque, de dinâmica interna e de caída do som “é” e as diferentes mudanças de amplitudes para cada fase Fonte: Elaborado pelos autores. Quando o ataque e a caída têm características bruscas, em tempos muito curtos, são típicos os sons de percussão e/ou de golpes. Já quando temos tempos longos inícios e finais de sons, eles passam a ideia de ruídos mais suaves. Por esse motivo, dependendo de como o som, o ruído e os efeitos sonoros são apresentados, temos percepções e sensações diferentes. Nesse momento, não estamos levando em conta uma edição, pois este processo pode mudar o ataque, o corpo (dinâmica interna) e/ou a caída e dar lugar a distorções e sensações diferentes. Estamos falando do som puro. RESUMINDO: Som é um tipo de energia transmitida na forma de ondas, e, para que possa ser ouvido, é necessário levar em conta origem, local, temperatura, distância e vários outros fatores, conforme estudamos até agora. O que é áudio Sabemos que o som é a emissão de uma quantidade de ondas de energia, mas o que é áudio? É a mesma coisa? Vamos iniciar ententendendo o que é áudio pela origem da palavra, que vem de audição, do nosso aparelho auditivo, ou seja, um receptor do som. Sistemas e multimídia 19 Sistema auditivo humano O nosso sistema auditivo é composto de três partes: ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno. A orelha faz apenas o papel de captação do som, como se fosse uma antena parabólica para pegar um sinal (no caso, sonoro), e o direciona por um canal chamado conduto externo auditivo até chegar a uma membrana com o nome de tímpano. A partir daí (contando com o tímpano), inicia- se o ouvido médio, composto de tímpano, martelo, bigorna e estribo. Basicamente, o que esse ouvido faz é receber o som na membrana (como se fosse um tambor invertido), batendo no martelo que realiza toques na bigorna e passa as vibrações para o estribo (os três últimos são ossos muito pequenos dentro do aparelho auditivo). Sabemos o som se propaga muito melhor em um meio sólido, e, como o ouvido médio é composto basicamente de meios sólidos, a velocidade de transporte do som é muito mais rápida. No ouvido interno, o som é transformado em impulsos nervosos e elétricos que amplificam o som cerca de 180 vezes até chegar ao nervo acústico, que levará a informação ao cérebro. Outros aparelhos auditivos Quando falamos de aparelhos auditivos, estamos nos referindo a formas de captação de som. Vamos conhecer alguns outros aparelhos e suas principais características. Aparelho auditivo auricular: é um aparelho eletrônico colocado dentro do ouvido externo para captar as ondas sonoras e amplificá-las para os ouvidos médio e interno. Esse dispositivo é geralmente utilizado por pessoas com perda de audição, seja por idade ou por traumas no aparelho auditivo natural, mas, além disso, é utilizado no meio artístico, para que cantores e apresentadores tenham um retorno mais claro de seu som vocal, uma vez que os alto-falantes (caixas de som) são direcionados para o público, e os falantes quase não se ouvem. Sistemas e multimídia 20 Figura 4 – Caixas de som Fonte: Pixabay TESTANDO: Coloque um fone de ouvido (mesmo sem estar reproduzindo nada) e converse com alguém. Você vai ter a mesma sensação que apresentadores e cantores têm por não terem um retorno de sua voz, então, você passa a falar cada vez mais alto. Se estiver ouvindo uma música, certamente tentará falar mais alto que a música (para você não estará tão alto, mas para os outros você estará gritando). • Aparelho de microfone: é um aparelho auditivo, mas tem a finalidade de captar o som e transformá-lo de analógico (ondas sonoras) para digital (sistema elétrico). Existem atualmente inúmeros tipos de microfone, mas citaremos alguns: • Unidirecionais: captam os sons vindos apenas de uma única direção, muito indicado para youtubers, gravação em estúdios, dubladores etc. Sistemas e multimídia 21 Figura 5 – Microfone unidirecional Fonte: https://bit.ly/3599HmQ. (Acesso em: 16/02/2020). • Bidirecionais: captam o som vindo de direções opostas (frente e trás, direita e esquerda, de cima e de baixo). Normalmente, é utilizado por repórteres de rua que fazem entrevistas, para captar tanto a voz do repórter como do entrevistado. Figura 6 – Microfone bidirecional Fonte: https://bit.ly/2yM2YTS. (Acesso em: 16/02/2020). Sistemas e multimídia 22 • Omnidirecionais: captam o som vindo de todas as direções, amplamente utilizado em shows para captar tanto a voz dos artistas como a reação do público. Figura 7 - Microfone Omnidirecional https://bit.ly/3bIUs6L. (Acesso em: 16/02/2020). • Dinâmicos: capazes de suportar altas pressões sem interferências e de diminuir significativamente a captação de ruídos. Normalmente não produzem o efeito chamado microfonia (falaremos sobre isso mais adiante), pois eles têm uma resistência física maior, então, não estragam tão facilmente no caso de quedas. Figura 8 – Microfone dinâmico Fonte: https://bit.ly/3eY8yDp. (Acesso em: 16/02/2020) Sistemas e multimídia 23 • Condensadores: distinguem sons com maior riqueza de detalhes. Seu ponto negativo é ser mais frágil que os dinâmicos, necessitando de energia elétrica para funcionar. Figura 9 – Microfone condensador Fonte: https://bit.ly/2SayLF2. (Acesso em: 16/02/2020) Obviamente, entre os inúmeros tipos de microfone, além das marcas e dos tipos, é necessário também saber sua finalidade para que obter tenha melhor captura. RESUMINDO: Então, o áudio nada mais é do que o som captado tanto pelo aparelho auditivo natural como por microfones ou aparelhos auditivos artificiais. Frequências sonoras Como já mencionado, os sons são frequências, que são apresentadas como unidade de hertz. Porém, existem inúmeras faixas de sons, desde os infrassons, passando pelos audíveis,até os ultrassons. O intervalo de frequência de sons audíveis para qualquer pessoa vai de 20 Hz até 20.000 Hz ou 20 kHz. Logo, frequências abaixo de 20 Hz são consideradas infrassons e acima de 20 kHz, ultrassons. Sistemas e multimídia 24 Mas por que as frequências nos interessam? A resposta é simples: existem algumas tecnologias baseadas exclusivamente nos sons. No caso do ultrassom, são ondas sonoras que batem em um objeto e refletem de volta, podendo mostrar eletronicamente como é o formato do objeto. RESUMINDO: Então, gostou do que aprendeu? Agora, só para garantir, vamos fazer um resumo de tudo o que vimos até aqui. Som é emitido por um transmissor, normalmente pessoas, animais, caixas de som e natureza, é claro, e áudio é o som capturado por nossos ouvidos e por microfones, sejam para gravar ou apenas reproduzir em uma amplitude mais alta. Sistemas e multimídia 25 Edição de áudio INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender o que é edição de áudio, fator fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentam editar áudio sem a devida instrução têm problemas se deixarem o som muito distorcido, com um corte incorreto ou até mesmo sem volume (ou com volume estourando demais a amplitude das frequências audíveis). Motivado para desenvolver essa competência? Então, vamos lá. Fundamentos de edição de um áudio As edições são de áudios e não dos sons, porque não é possível editar um som já emitido, mas podemos editar um já capturado, ou seja, um áudio. Captura do som Para capturar um som, é necessário pensar de que forma e onde fazer isso, para que a captura seja a mais fidedigna possível, sem distorções ou ruídos indesejáveis. É preciso levar em conta desde o tipo de microfone até o local onde o som será capturado. Se quiser sons da natureza, não adianta ir a um parque próximo a ruas ou a rodovias, é necessário ir a algum lugar realmente mais nativo, mais selvagem. Caso deseje somente a voz de uma pessoa lendo um texto, não é aconselhável que se faça em um local público, pois você vai captar os mais variados sons, então, é necessário ir a algum estúdio com uma acústica mais apropriada. SAIBA MAIS: Acústica é a qualidade de um local sob o ponto de vista da propagação do som. Existe um ramo da física chamado Acústica Física que trata apenas dos conceitos de propagação de ondas sonoras. Sistemas e multimídia 26 Atualmente, os estúdios de gravação tentam deixar as suas salas mais anecoicas possível, ou seja, com a mínima quantidade de eco dentro da sala, para que as capturas de som sejam feitas com a melhor qualidade possível. A Microsoft criou a câmara mais silenciosa do mundo, onde não é possível ouvir nenhum som externo, reduzindo a quantidade de decibéis para -20,3 dB (decibéis negativos), bloqueando 120 dB, ou seja, se um jato passar do lado de fora, mal será percebido. Essa sala é tão silenciosa que é possível ouvir desde os batimentos cardíacos até os sons de outros órgãos internos, o que pode deixar as pessoas com certa inquietação, pois é uma privação sensorial muito alta. O objetivo dessa criação foi conhecer os sons que os produtos da empresa fazem ao serem manuseados (cliques do mouse, mudança de brilho de tela etc.) e torná-los o mais agradável possível ao ser humano. Abaixo você verá algumas imagens de estúdios de gravação onde se tem uma excelente qualidade para captura dos sons, deixando de longe o silêncio as salas da Microsoft, mas com a maior eficiência possível. Figura 10 - Estúdio de gravação Fonte: Pixabay Sistemas e multimídia 27 Figura 11 - Estúdio de gravação Fonte: https://bit.ly/2KEOhoh. (Acesso em: 16/02/2020) Figura 12 - Estúdio de gravação Fonte: Pixabay Sistemas e multimídia 28 Ferramentas para edição de áudio Quando falamos de edição de áudio, estamos falando de softwares de edição. Não abordaremos nenhum software específico, mas as funcionalidades dos editores de áudio, que são padrões em todos os programas deste tipo. Nesta seção, abordaremos as ferramentas de funcionalidades básicas, deixando os efeitos para o próximo capítulo. Entre as funcionalidades de cada programa em sua peculiaridade (de acordo com cada desenvolvedor), existem os recursos padrões em todos os aplicativos, como: cortar, recortar, deletar, copiar, colar, amplificar, reduzir, contagem do tempo, zoom, silenciar, entre outros. Veremos cada um individualmente, e você vai notar que normalmente os ícones são muito semelhantes entre os desenvolvedores. Cortar/separar: tem como utilidade cortar o áudio em um ponto, para a inserção de um novo trecho ou para excluir um trecho anterior ou posterior ao corte. Recortar: serve para retirar um pedaço do áudio para ser colado em outro, criando uma mixagem de sons. Deletar: ao contrário do recortar, essa função tem como objetivo apagar um determinado trecho selecionado. Ao excluir o trecho e salvar, não é possível reverter a ação. Copiar: tem a função de copiar a área selecionada sem retirá-la do original e deixar na área de transferência do sistema operacional para colar em outro local. Colar: após recortar ou copiar, o conteúdo da área de transferência do sistema operacional está pronto para ser colado em outro ou no mesmo áudio, modificando seu conteúdo original. Amplificar: como o próprio nome já diz, tem a função de amplificar o trecho selecionado. É muito utilizado em situações em que o som sai muito fraco e precisa ter seu volume aumentado. Sistemas e multimídia 29 Ataque/saída: monta um ataque ou uma saída de acordo com a zona do áudio selecionada. Pode ser um ataque/saída bruto (tempo curto) ou bem suave (tempo longo). Contador de tempo: controla o tempo total do áudio e o ponto que está tocando no momento. Alguns aplicativos contam com marcação de tempo. Zoom: serve para aumentar o zoom em determinado trecho do áudio, para obter o máximo de precisão possível de onde serão feitos cortes ou mudanças. RESUMINDO: Então, gostou do que aprendeu? Agora, só para garantir, vamos fazer um resumo de tudo o que vimos neste capítulo. A edição de som é cheia de detalhes, mas ao mesmo tempo é fascinante, pois é possível modificar o áudio, deixar agudos os sons mais graves e vice-versa etc. Espero que esteja gostando! Porém, esta unidade ainda não acabou, temos mais um capítulo, que é para melhorar seu áudio. Vamos lá? Sistemas e multimídia 30 Melhorando o seu áudio INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você dará mais um passo no mundo de sons. Agora vamos aprender a colocar alguns efeitos sonoros, entender os efeitos e o que eles trazem para seu áudio. Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá! Efeitos de áudio O mundo dos efeitos sonoros é conhecido como sonoplastia, uma das formas mais incríveis de arte (não subestimando as outras), pois é por meio do som que conseguimos transportar o ouvinte para qualquer lugar. ACESSE: Veja os vídeos abaixo para ouvir as músicas. Clique aqui. Clique aqui. Elas o levaram a algum lugar? Trouxeram alguma emoção? Você ouviu com volume baixo ou alto? Imagino que tenha tentado escutar novamente em diferentes níveis de volume, com e sem fone de ouvido, e, com isso experimentar sensações diferentes. É justamente essa a ideia principal da sonoplastia. Apesar de imaginar e talvez até ter um pré-conceito do que seja realmente sonoplastia, de pensar no profissional que manipula “bugigangas” para produzir sons para substituir em filmes (como casca de coco para imitar o som de cavalos), posso afirmar que a profissão de sonoplasta vai um pouco além, mostrando efeitos de lentidão ou de aceleração da voz, modificando a frequência de voz e transformando-a em outra, invertendo o som para ser ouvido de trás para frente, criando efeitos como se estivesse falando ao telefone ou por um rádio AM, entre tantos outros. Sistemas e multimídia https://www.youtube.com/watch?v=ZzZcyQzTvWs https://www.youtube.com/watch?v=_8u4VLk0iTI31 Como não é nosso foco trazer a experiência de um software específico, mas de uma maneira mais geral, podemos buscar todos esses efeitos nos programas por meio dos nomes citados acima ou nomes em inglês (já que a maioria dos softwares está nessa língua). Os efeitos podem ser muito interessantes em áudios, mas é preciso ter cuidado. Se exagerar na quantidade de efeitos sonoros, pode perder o foco do que se quer transmitir, mesmo que o som tenha ficado bom. Na sonoplastia utilizamos artifícios para criar ou aprimorar o áudio final, porém, os efeitos não são apenas cascas de coco para imitar um cavalo, água sendo despejada para parecer uma cachoeira ou batidas em lâminas de metal para simular um trovão. A sonoplastia (cuja origem é sono = som e plastia = modelagem) trata também o áudio, deixando mais agradável para nossos ouvidos. Vamos entender alguns conceitos e como modificá-los, lembrando que esses recursos são padrões em todos os editores de áudio do mercado, então, não farei referência a nenhum especificamente: Amplitude É uma característica que permite entender se um som é forte ou fraco, agudo ou grave, baixo ou alto, pois está diretamente relacionada à quantidade de energia que a onda sonora emite. A amplitude tem como unidade de medida os decibéis (dB). A imagem abaixo mostra uma crescente das ondas, identificando que o tom foi aumentado. Figura 13 - Crescente das ondas Fonte: Elaborado pelos autores. Sistemas e multimídia 32 Na próxima imagem há uma conversa normal e um grito. Veja a diferença de amplitude. Figura 14 - Uma conversa normal e um grito Fonte: Elaborado pelos autores. Nesta outra imagem mostramos exatamente o mesmo som nas duas faixas de onda, mas com amplitudes diferentes, ou seja, em um, o volume está mais baixo (amostra inferior) e em outro, mais alto (amostra superior). Figura 15 – O mesmo som nas duas faixas de ondas, mas com amplitudes diferentes Fonte: Elaborado pelos autores. Então, quando é preciso corrigir a amplitude? Apenas ouvindo o som. Se o áudio está muito baixo, temos que aumentar para amplificar apenas o volume, sem causar distorções. Se o som está muito alto, estourando a quantidade de decibéis saudáveis para o ouvido, é importante reduzir a amplitude e deixar mais audível. Sistemas e multimídia 33 Você vai observar no exemplo abaixo que os pontos marcados são os locais em que o som estourou as faixas saudáveis para o nosso ouvido, que é onde existe um grito de pavor de uma mulher em perigo. Figura 16 – Representação de um grito de pavor de uma mulher em perigo Fonte: Elaborado pelos autores. Após a correção, temos a seguinte característica do áudio, mas mantendo o grito: Figura 17 – Representação de um grito após correção Fonte: Elaborado pelos autores. Delay Já ouviu falar em delay? Sabe o que é? Esse termo vem da língua inglesa e significa atraso, diferença de tempo entre o envio e o recebimento do sinal, retardo de sinais. Porém, na sonoplastia, delay é Sistemas e multimídia 34 um equipamento ou um instrumento (para apresentações ao vivo ou para edições com sobreposição de som) que produz um efeito sonoro responsável por atrasar o som original. O produto dele é simular aos ecos ou à sobreposição de vozes/sons. Em alguns softwares de edição de áudio, essa funcionalidade vem com o nome delay ou eco, e, quando necessária sua implementação, será questionado o tempo de atraso para colocação do trecho selecionado. Mas vale lembrar: sempre cuidado com o exagero. Filtros Como visto anteriormente, o local onde são realizadas as gravações ou capturas sonoras pode interferir na qualidade do seu áudio. Contudo, às vezes torna-se inevitável gravar, por exemplo, uma reportagem no meio da cidade, em meio a todo e qualquer tipo de som (carros, motos, apitos, pessoas gritando, bebês chorando etc.) que certamente prejudicam o produto final. Mas o que fazer para melhorar a situação? Quando se trata de ambientes fechados, a qualidade dos equipamentos é o mais importante. Um microfone sem um aterramento correto capta ruídos elétricos, pois não teve onde descarregar a energia em excesso. Além da qualidade do microfone, existe também a questão acústica da sala, mas como nem todos podem ter uma sala anecoica, é possível criar uma acústica mais simples, improvisando com espumas, caixas de ovos ou até mesmo cobertores (aqueles bem felpudos) nas paredes, assim, criando filtros externos para a sala. Mas as espumas não vão somente nas paredes, também temos que colocar no microfone para filtrar os sons do ambiente. É possível colocar um aro (de bordar) com um pedaço de meia calça, pois também serve de filtro, deixando passar só os sons de tons mais altos e bloqueando os mais baixos. Falamos de produtos montados de forma artesanal, mas existem também os filtros e espumas desenvolvidos especificamente para este propósito, depende do quanto você está disposto ou tem para investir nisso. Sistemas e multimídia 35 Nos softwares de edição existem os filtros LowPass (passagem baixa) ou HighPass (passagem alta). Aplicaremos o filtro de baixa se o som estiver muito agudo ou com chiados, e o de alta, se estiver muito grave e abafado. Além desses filtros, há ainda o sistema de equalização nos próprios softwares de edição, que serve para melhorar amplitudes, aumentar ou reduzir graves e agudos e realizar alguma distorção necessária. Efeitos de correção de áudio Correção de áudio é como tratar uma imagem com algum problema para melhorar sua qualidade. No áudio, os problemas que encontramos normalmente são referentes à criação de ecos e ruídos, e as correções que faremos são para eles. Ecos Por meio de efeitos conseguimos colocar ecos no som, mas se capturarmos um som em locais muito abertos, certamente teremos eco na gravação. É possível remover esse eco? A resposta é simples. Não! Não é possível retirar o eco de um áudio, o que podemos fazer é evitá-los. Para não haver ecos nos seus arquivos de sons, caso vá gravar em local com poucos móveis, é necessário colocar caixas de papelão, tapetes e espumas e tentar isolar ao máximo materiais muito lisos e/ou polidos, como vidro. Desse modo, evitaremos colocar eco nos áudios. Além dos ecos, outro som que atrapalha e que não pode ser retirado editorialmente é o de aviões (caso fique próximo a algum aeroporto ou passe algum caça militar), de animais, de eletrodomésticos e de motores (por causa da frequência que os motores emitem). Para esses casos, o melhor a fazer é conhecer o local de gravação, realizar alguns testes, tentar identificar o melhor horário para gravar e realizar novos testes nesses horários, até encontrar o local e o horário perfeitos. Sistemas e multimídia 36 Reverberações Muitas pessoas acreditam que reverberação e eco são a mesma coisa, mas não são. Eco é quando um som vai até um obstáculo e volta, tornando possível ouvir o som novamente, quase como um delay. A reverberação é um efeito criado por ondas sonoras que começam a ricochetear em várias superfícies reflexivas, gerando um grande número de reflexões, que são somadas e que têm sua amplitude reduzida conforme o som for absorvido pelas superfícies (móveis, paredes, pessoas e até mesmo ar) do espaço em que se localiza. A reverberação não é um efeito somente negativo, ela também pode intensificar o som se os sons emitidos chegarem ao ouvido do receptor com tempo menor que 1/20 segundos (para o emissor que sentirá todos os sons parecerá que existe um alto-falante no ouvido dele). É o que chamados de acústica perfeita. Porém, se o tempo de chegada for maior que 1/20 segundos, vai parecer que o emissor está falando mais de uma vez. SAIBA MAIS: Os equipamentos de home theater são na verdade aparelhos de reverberação artificial, para que nosso cérebro associe a ideia da imagem (vista com os olhos) ao som emitido como sendo algo real e muito forteem termos de sensações. Reverberação, dependendo do local (caso seja fechado e não muito grande), faz com que o receptor ouça o mesmo som mais de uma vez, como se fosse um eco, mas para frente, ao contrário do eco, que faz com que o som volte. Técnica do Ventríloquo Já ouviu falar de ventríloquo? São aquelas pessoas que têm o dom de manipular o som para sair de sua boca, mesmo parecendo fechada, e dar a impressão de estar em outro objeto, como um boneco, na maioria dos casos. Sistemas e multimídia 37 Um dos pontos para se trabalhar com esse efeito é entender como o som é produzido (justamente o que vimos até agora), mas a nível anatômico, porque é uma mistura de vibrações das cordas vocais e do controle do ar que entra e sai dos pulmões. O ventríloquo utiliza técnicas de expiração e de treino para falar com a boca fechada e entende um pouco de reverberação, pois isso permite que o som ricocheteie no boneco para parecer estar saindo dele. Essa técnica era considerada bruxaria na idade média. TESTANDO: Tente relaxar os lábios, deixando-os levemente abertos (até a ponte de que sua boca realmente pareça fechada), faça uma voz com uma frequência bem curta (mais fina) e, ao falar, movimente apenas a língua dentro da boca. RESUMINDO: Muito legais essas técnicas de modificação e de melhoria dos nossos áudios, não é mesmo? É interessante trabalhar com ecos, com delays e com filtros, tudo sempre para deixar nosso áudio mais atrativo para os ouvintes. Mas esta unidade ainda não acabou. Vamos agora para a parte final! Sistemas e multimídia 38 Finalização das edições INTRODUÇÃO: Ao terminar este capítulo, você terá discernimento para trabalhar com diversos arquivos de áudio, pois conhecerá suas particularidades e suas qualidades. Tipos de arquivos Quando falamos em tipos de arquivos de áudio, vem à nossa cabeça o mais popular de todos: o MP3. Porém, não é só ele que está no mercado, temos também o WAV, AAC e FLAC, cada um com suas características. Lembrando que as vantagens de alguns serão as desvantagens de outros. Além dos tipos de arquivos, também existem arquivos comprimidos e não comprimidos. Áudios não comprimidos têm uma qualidade melhor, gravam e reproduzem o som da forma mais fiel possível e, obviamente, utilizam muito mais espaço de armazenamento. Um exemplo é o WAV. Entretanto, os arquivos comprimidos permitem que o áudio ocupe bem menos espaço, mas isso não quer dizer que perdem qualidade. Por exemplo, os arquivos FLAC têm compressão para reduzir espaço, mas não perdem qualidade. Já os arquivos MP3 e AAC, além da compressão, tem qualidade mais inferior, sendo, desta forma, os que ocupam menos espaço. Vamos ver cada um deles a seguir. WAV Esse arquivo foi criado pela Microsoft e pela IBM. Ele não perde qualidade porque utiliza PCM (Pulse Code Modulation – modulação de código de pulso), que reproduz com alta fidelidade tudo o que foi gravado. Como ele não é um arquivo comprimido e não perde nenhum dado, exige muito espaço de armazenamento. É o arquivo preferido dos profissionais de sonoplastia. Seu problema principal é o tamanho: se fosse um arquivo MP3, teria 4MB, mas no formato WAV pode passar facilmente dos 200MB. Esse tipo de arquivo vem sendo substituído pelo FLAC, que veremos agora. Sistemas e multimídia 39 FLAC FLAC significa Free Lossless Audio Codec (codec de áudio sem perdas e gratuito). Como o nome já diz, esse tipo de arquivo não tem nenhuma perda na qualidade, mas mantém os dados comprimidos. Para quem gosta de áudio (tanto de escutar, como de manipular), esse é o formato preferido. MP3 Formato que consegue compactar o áudio de 75 a 95%, em comparação com o WAV. Por isso, é o que a maioria dos usuários usa. A qualidade não é ruim, mas há algumas perdas de informações. AAC O Advanced Audio Coding (codificação de áudio avançado) é extremamente utilizado como arquivo padrão de áudio para YouTube, iTunes, iPhones, iPads, Nintendo 3DS e PlayStation3 e 4. A diferença entre o MP3 e o AAC é que o primeiro tem uma frequência de amostragem entre 16 kHz e 48 kHz, já o AAC varia entre 8 kHz e 96 kHz. O AAC está sendo considerado o sucessor do MP3. Taxa de compressão Uma das coisas que mais intriga as pessoas, principalmente usuários comuns, é a taxa de compressão (qual usar e por quê). Normalmente, seguem o ditado de que quanto maior o número, melhor. Não deixa de ser verdade, mas por quê? Para as taxas de compressão, há uma faixa que varia de 16 kbps a 320 kbps. A sigla kbps (em minúsculo mesmo) significa kilo bit per second (quilo bit por segundo), ou seja, é a quantidade de bits comprimida em cada segundo de áudio. Logo, quanto mais bits comprimidos em um segundo de áudio, melhor a qualidade. Agora vamos entender a diferença entre faixas e taxas de compressão: • 320 kbps → Áudio com qualidade semelhante ao CD; Sistemas e multimídia 40 • 192 kbps → perdas insignificantes para a maioria das pessoas; • 128 kbps → Perdas levemente perceptíveis; • 96 kbps → Qualidade similar ao Rádio FM; • 32 kbps → Qualidade similar ao Rádio AM; • 16 kbps → Similar aos walk talks (rádios de comunicação). Agora já sabemos o tipo de arquivo que teremos que salvar e a taxa de compressão, pois fará toda a diferença da qualidade do áudio. RESUMINDO: Então, gostou do que aprendeu? Agora, só para garantir, vamos fazer um resumo de tudo o que vimos neste capítulo. Espero que tenha gostado dessa jornada cheia de novos conhecimentos e muito som. Lembre-se de que o som é para as pessoas com problemas visuais o que a visão é para quem tem a vista boa. É sentimento, envolvimento e magia. Para escrever este livro, ouvi músicas clássicas de grandes nomes, como Beethoven, Handel e Mozart, e temas de filmes, como de O Senhor dos Anéis, de Piratas do Caribe, de Harry Potter, entre outros, e cada som me transportava para lugares diferentes, mas dessa vez foi para entender os efeitos sonoros. A sonoplastia é um estudo que exige constante aperfeiçoamento. Não pense que conseguirá da noite para o dia já produzir excelentes obras, pois requer muito treino e prática. Obrigado por ficar até aqui! Voltaremos a nos encontrar em outras unidades. Sistemas e multimídia 41 REFERÊNCIAS CANO, R. J. Dentro do Lugar mais silencioso do mundo. El País, 2 jun. 2017. Disponível em: https://bit.ly/3eVUmuv. Acesso em: 16 fev. 2020. FRADE, R. Efeitos: delay. Academia musical, 3 de maio 2014. Disponível em: https://bit.ly/2Sb4sxG. Acesso em: 16 fev. 2020. GOMES, L. C. Áudio digital. 3. ed. Editora UNISUL, Palhoça/SC. LIMA, R. Características do som: frequência, amplitude e timbre. Diário de bordo de Oficina Multimédia_B, 27 jan. 2011. Disponível em: https://bit.ly/2xWzq66. Acesso em: 16 fev. 2020. MENEZES, A. 3 fundamentos de edição e mixagem de voz. Universidade do áudio. Disponível em: https://bit.ly/3bJJ2zI. Acesso em: 16 fev. 2020. PEREIRA, D. Quais são as diferenças entre os formatos de áudio WAV, MP3, AAC e FLAC?. TecMundo, 8 ago. 2017. Disponível em: https://bit.ly/2VHpZjN. Acesso em: 16 fev. 2020. PIMENTEL, D. Edição de áudio: fundamentos. Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Disponível em: https://bit.ly/359H1dy. Acesso em: 16 fev. 2020. PROJETOS, D. S. Dicas de como melhorar a acústica de sua sala de home theater. Disponível em: https://bit.ly/3bKPeXZ. Acesso em: 16 fev. 2020. Sistemas e multimídia _Hlk31101184 Compreendendo a diferença entre o som e o áudio Compreendendo o que é som Propagação do som pelo ar Velocidade do som Amortecimento do som no ar Como são as ondas sonoras O que é áudio Sistema auditivo humano Outros aparelhos auditivos Frequências sonoras Edição de áudio Fundamentos de edição de um áudio Captura do som Ferramentas para edição de áudio Melhorando o seu áudio Efeitos de áudio Amplitude Delay Filtros Efeitos de correção de áudio Ecos Reverberações Técnica do VentríloquoFinalização das edições Tipos de arquivos WAV FLAC MP3 AAC Taxa de compressão
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