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Edição de Áudio - Fundamentos e Ferramentas

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Unidade 1
Editando áudio
Sistemas e multimídia
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
JÉSSICA LAISA DIAS DA SILVA
 MARCELO DALSOCHIO DIPP
AUTORIA
Jéssica Laisa Dias da Silva 
Olá, eu sou a Jéssica. Completei minha graduação em Sistemas de 
Informação e meu mestrado em Sistemas e Computação na Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Tenho experiência em Informática 
na área de Educação, com ênfase em Mineração de Dados Educacionais, 
e atuo estimulando jovens e crianças a estudarem programação. 
Atualmente, realizo pesquisas de disseminação do pensamento 
computacional, além de trabalhos voltados ao universo dos jogos 
digitais inseridos no contexto educacional buscando incentivar jovens e 
professores. As áreas de interesse de estudo são: Educação, Engenharia 
de Software, Mineração de Dados, Pensamento Computacional, Jogos 
Digitais Educativos e Gerenciamento de Projetos.
Marcelo Dalsochio Dipp
Olá. Meu nome é Marcelo Dalsochio Dipp. Sou Técnico de Redes de 
Dados e Técnico em Informática pelo Centro de Treinamento Tecnológico 
(CTT) Maxwell, graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela 
Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), onde atualmente curso 
minha segunda graduação, de Licenciatura em Matemática. Além disso, 
tenho certificação em Information Technology Infrastructure Library (ITIL) e 
experiência de 25 anos como técnico-profissional na área de Tecnologia. 
Trabalhei em empresas como TIM, Spread, Sonda do Brasil, SENAC, 
Instituto Federal do Sul do Brasil, Alcides Maya, entre outras, e ministro 
aulas há 7 anos. Escrevi o livro Guia Básico de Informática para Iniciantes e 
estou desenvolvendo o segundo: Introdução às Redes de Comunicações 
de Dados. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha 
experiência de vida àqueles que estão no início da profissão. Por isso, 
fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores 
independentes. Estou muito feliz por poder ajudar você nessa fase de 
muito estudo e trabalho. 
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Compreendendo a diferença entre o som e o áudio ................... 12
Compreendendo o que é som .............................................................................................. 12
Propagação do som pelo ar ................................................................................. 15
Velocidade do som ..................................................................................................... 15
Amortecimento do som no ar ............................................................................. 16
Como são as ondas sonoras ................................................................................ 17
O que é áudio ..................................................................................................................................... 18
Sistema auditivo humano ....................................................................................... 19
Outros aparelhos auditivos ................................................................................... 19
Frequências sonoras .....................................................................................................................23
Edição de áudio ........................................................................................... 25
Fundamentos de edição de um áudio ............................................................................25
Captura do som .............................................................................................................25
Ferramentas para edição de áudio .................................................................28
Melhorando o seu áudio...........................................................................30
Efeitos de áudio ............................................................................................................................... 30
Amplitude .......................................................................................................................... 31
Delay ......................................................................................................................................33
Filtros .....................................................................................................................................34
Efeitos de correção de áudio .................................................................................................35
Ecos ........................................................................................................................................35
Reverberações .............................................................................................................. 36
Técnica do Ventríloquo ........................................................................................... 36
Finalização das edições ...........................................................................38
Tipos de arquivos ........................................................................................................................... 38
WAV ....................................................................................................................................... 38
FLAC ..................................................................................................................................... 39
MP3 ........................................................................................................................................ 39
AAC ........................................................................................................................................ 39
Taxa de compressão .................................................................................................................... 39
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UNIDADE
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UNIDADE
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Sistemas e multimídia
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INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de Sistemas e Multimídia está crescendo 
cada vez mais e que sua abrangência vai muito além de editoração 
de fotos ou de montagem de áudio? Profissionais de Multimídia estão 
conseguindo empregos desde a área de criação e de desenvolvimento 
gráficos, passando pelo setor de jogos digitais, com manipulação de 
imagens em 2D e em 3D, até o ramo de cinematografia. 
Nesta unidade começaremos a mergulhar no universo de 
multimeios, iniciando com a parte de som e de áudio. Será uma jornada 
empolgante e com várias descobertas para obter as ferramentas e formas 
corretas para trabalhar! 
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OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:1. Compreender o que é áudio e a diferença para o som.
2. Aplicar técnicas de edição.
3. Identificar e corrigir problemas de áudio.
4. Compreender e saber como aplicar efeitos de áudio nas edições.
Preparado? O conhecimento é uma passagem sem volta para um 
mundo de pensamentos. Vamos juntos nessa viagem. Bom estudo!
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Compreendendo a diferença entre o som 
e o áudio
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona e o que é o áudio digital, assim como a 
diferença entre áudio e som. Esse conhecimento será 
amplamente utilizado não só na profissão de multimídia, 
mas também na de sonoplasta. Mostraremos um caminho 
divertidíssimo para novas descobertas neste universo 
mágico do som. Vamos inicialmente compreender 
o conceito primordial de som e de que forma ele se 
propaga, para que seja possível reduzir custos e aumentar 
a qualidade do seu produto final. Entenderemos também 
como o som pode afetar o nosso corpo de maneira nociva 
e como evitar isso e trabalhar de maneira saudável.
Compreendendo o que é som
Para entendermos a diferença entre áudio e som, vamos voltar 
aos tempos de escola, quando aprendemos os nossos cinco sentidos: 
visão (vamos analisá-la mais adiante, ao estudarmos vídeos e imagens 
estáticas), paladar, tato, olfato e audição.
Figura 1 – Imagem representativa da audição
Fonte: Pixabay
Sistemas e multimídia
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Com a audição podemos sentir emoções, fazer energias aflorarem, 
chorar ao ouvir uma música ou a voz de uma pessoa querida, dançar, 
pular, abraçar alguém ou até mesmo se esquecer dos problemas e do 
mundo por alguns instantes. Então, nosso sistema auditivo é uma máquina 
maravilhosa que está diretamente ligada aos nossos sentimentos e ao 
nosso cérebro.
Segundo uma criança de 10 anos, som é tudo o que podemos 
ouvir e, de acordo com engenheiros, é o resultado de ondas emitidas em 
determinada frequência. 
Para que o som desperte sensações, sentimentos e emoções, são 
necessários alguns elementos, como a fonte sonora (de onde está vindo 
o som), o meio por onde se transmite e o destino do som.
EXPLICANDO MELHOR:
A fonte sonora está ligada diretamente à origem do som, 
que pode ser um instrumento, a boca das pessoas, o cantar 
dos pássaros, um aparelho de som e inúmeras outras 
formas de se emitir uma onda de som.
O meio de transmissão mais comum é o ar, por onde o som se 
propaga com melhor qualidade e fluidez, mas é possível ouvir sons 
debaixo da água ou até mesmo por um cordão, como o telefone sem fio 
na brincadeira de criança. 
Para finalizar, é necessário falar do destino. Usamos nosso aparelho 
auditivo sempre que produzimos algum som, por exemplo, ao falarmos e 
ao tocamos um instrumento, ou sempre que a natureza produz os seus 
magníficos sons. Porém, em alguns casos, é possível fazer com que o 
destino seja um meio artificial de audição, como o microfone.
Como mencionado, o som cria sensações de energia nas pessoas, 
mas isso vai muito além do emocional. Para que possamos reproduzir 
um som em uma caixa de som, é necessário que ela esteja conectada 
à energia elétrica para gerar as devidas frequências e transformar a 
eletricidade em som. Imagine que você está fazendo uma caminhada e 
passa um carro tocando uma música do estilo funk, com o volume muito 
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alto. O nosso corpo não se limita a apenas ouvir a música, ele também 
sente as batidas, às vezes até parecendo que nosso coração está no 
mesmo ritmo delas ou que nosso batimento está descompassado.
Tente fazer um experimento simples para entender a energia do 
som, sem precisar estar conectado à energia elétrica. Pegue uma barra de 
metal e segure-a com muita força. Depois peça para alguém bater nessa 
barra com um pedaço de madeira. Além do som, você sentirá nas mãos 
e nos braços a intensidade do golpe, efeito que chamamos de vibração. 
Esse experimento é como dar uma palmada em água parada: gerará uma 
série de ondas que vão se propagar pela água.
Os fatores mencionados acima são ondas sonoras, que é quando as 
moléculas vibram e passam a vibração para as moléculas vizinhas e assim 
por diante. É por isso que em lugares em que existe vácuo (como câmaras 
de vácuo ou fora da atmosfera da Terra) o som não tem como se propagar.
Nosso aparelho auditivo recebe as informações sonoras através de 
vibrações do meio em que ele está, o que torna impossível de se ouvir 
qualquer som no espaço, não ocorre a propagação do som.
Vamos analisar a imagem abaixo que mostra as ondas de 
propagação do som:
Figura 2 - Ondas sonoras
Fonte: Pixabay
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Note que as moléculas de ar se comprimem (gerando a compressão) 
a cada emissão de som e se afastam (gerando a rarefação) quando o som 
para. É possível sentir a vibração das moléculas ao colocar a mão sobre 
uma caixa de som. A compressão e a rarefação recebem o nome de 
comprimento da onda. Quando o ciclo da onda se completa, temos um 
fenômeno conhecido na física como frequência.
SAIBA MAIS:
O físico alemão Henrich Hertz foi quem descobriu essas 
ondas de energia, e após sua morte, aos 36 anos de idade, 
elas passaram a ser chamadas de Hertz. Então, a frequência 
de ondas é medida em Hertz no tempo de um segundo.
Propagação do som pelo ar
Sabendo que o som segue como uma onda de energia, ao ouvir 
ou emitir qualquer som, surge a seguinte questão: por que ele vai ficando 
mais fraco? Acontece que o som tem velocidade de deslocamento e 
amortecimento da onda sonora no ar pela ficção das moléculas, além de 
se propagar de forma esférica. A propagação também é influenciada pela 
diferença de temperatura e por muitos outros fatores que vamos estudar 
com mais detalhes para um melhor entendimento.
Velocidade do som
A velocidade de propagação do som varia de acordo com o 
meio que porta as ondas de energias (ondas sonoras). Sabemos que 
a velocidade do som nos ambientes sólidos é maior que nos líquidos, 
e que nos líquidos a velocidade é maior que nos gasosos. No caso da 
propagação no ar (vários gases juntos), a velocidade tem a temperatura 
como variante.
Se medirmos a velocidade do som a uma temperatura de 0ºC (grau 
Celsius), teremos o valor de 331 m/s (metros por segundo), e, a cada grau 
que a temperatura aumentar, a velocidade aumentará aproximadamente 
0,6 m/s.
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Amortecimento do som no ar
Como vimos, o som tem uma velocidade constante, variando 
apenas de acordo com a temperatura. Então, por que vamos perdendo o 
som de um cômodo para outro da casa, chegando ao ponto de não ser 
possível ouvi-lo?
REFLITA:
Segundo Antoine Laurent Lavoisier, químico do século 
XVIII, “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se 
transforma!”, e o mesmo acontece com as ondas sonoras. 
Aqui entram os fenômenos mecânicos da física. Quando 
temos ondas de som propagadas pelo ar, elas vão 
transformando essa energia em outras formas.
Sabemos que quando emitimos um som (exceto caixas de som 
direcionais), ele tende a seguir um curso esférico, ou seja, é enviado a 
todas as direções, e, desta forma sua intensidade cai o equivalente ao 
quadrado da distância da fonte de som.
Além da propagação esférica como fator de perda de sinal sonoro, 
temos outro elemento conhecido como Amortecimento Hidráulico, que 
nada mais é do que a fricção entre as moléculas do ar. O valor desta fricção 
depende do valor da velocidade das partículas em oscilação (frequência).
Em suma, o som, ao ter o ar como meio de transporte, produz 
um amortecimento maior para as frequências mais agudas. Podemos 
vivenciar isso ao escutarmos alguma música, principalmente do estilo 
rock: de longe conseguimos ouvir os sons mais graves, como dos baixos 
e das baterias, e ao nos aproximarmos, é possível ouvir com melhor 
definição os sons mais agudos.
Outro fator que tem que ser levado em conta é, como mencionado 
acima, a temperatura e o fator dia versus noite. Durante o dia, o arquente 
tende a subir com relação ao ar frio que tende a descer, o sol esquenta 
o planeta e as massas de ar tendem a se deslocar para cima. Por isso 
a propagação de som inferior ocorre à noite, uma vez que o ar tende a 
Sistemas e multimídia
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descer e se manter no solo. Sendo assim, podemos entender o motivo de 
a maioria dos shows de bandas serem à noite.
Vamos estudar mais coisas que podem influenciar a propagação do 
som pelo ar.
A influência da vegetação e do solo sobre o som é muito evidente. 
Em um meio em que há muitas folhas caídas, elas vão trabalhar para 
criar um isolamento acústico e absorver a energia de vibração do som. A 
intensidade do som decai com uma relação maior que a do quadrado da 
distância ao ar livre.
Voltemos ao nosso exemplo de um show de bandas. A maioria 
dos shows ocorre em estádios ou locais com muito espaço aberto, pois 
árvores, folhas soltas e solo macio serviriam de amortecimento acústico, 
impedindo o som de alcançar grandes distâncias.
Você deve ter visto nas aulas de física do ensino médio a propagação 
de ondas (também se fala de ondas de água), em que talvez você e 
sua turma fizeram a experiência de bater na água e a ver voltar a onda 
produzida ao se chocar contra uma parede. Para o som, isso não muda 
nada, e a esse fenômeno damos o nome de reflexão da onda sonora.
A origem emite uma série de ondas e, ao se chocar contra um 
obstáculo (imagine que é um espelho), a onda que retorna é, na verdade, 
como se ela continuando para frente sempre, uma imagem que veremos 
em um espelho com ondas se chocando.
Como são as ondas sonoras
Em todo o som emitido, de acordo com sua amplitude do momento 
em relação ao tempo, existem três fases: ataque, dinâmica interna e caída.
A fase de ataque está determinada pelo início do som até atingir 
seu ápice de amplitude. A dinâmica interna é o tempo em que a amplitude 
permanece mais estável. Já a caída/saída é quando o som começa a 
perder amplitude e vai se extinguindo até sumir, como pode ser visto na 
figura 3.
Sistemas e multimídia
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Figura 3 - Características de ataque, de dinâmica interna e de caída do som “é” e as 
diferentes mudanças de amplitudes para cada fase 
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quando o ataque e a caída têm características bruscas, em tempos 
muito curtos, são típicos os sons de percussão e/ou de golpes. Já quando 
temos tempos longos inícios e finais de sons, eles passam a ideia de 
ruídos mais suaves. Por esse motivo, dependendo de como o som, o ruído 
e os efeitos sonoros são apresentados, temos percepções e sensações 
diferentes. Nesse momento, não estamos levando em conta uma edição, 
pois este processo pode mudar o ataque, o corpo (dinâmica interna) e/ou 
a caída e dar lugar a distorções e sensações diferentes. Estamos falando 
do som puro.
RESUMINDO:
Som é um tipo de energia transmitida na forma de ondas, 
e, para que possa ser ouvido, é necessário levar em conta 
origem, local, temperatura, distância e vários outros fatores, 
conforme estudamos até agora.
O que é áudio
Sabemos que o som é a emissão de uma quantidade de ondas de 
energia, mas o que é áudio? É a mesma coisa? Vamos iniciar ententendendo 
o que é áudio pela origem da palavra, que vem de audição, do nosso 
aparelho auditivo, ou seja, um receptor do som.
Sistemas e multimídia
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Sistema auditivo humano
O nosso sistema auditivo é composto de três partes: ouvido externo, 
ouvido médio e ouvido interno.
A orelha faz apenas o papel de captação do som, como se fosse uma 
antena parabólica para pegar um sinal (no caso, sonoro), e o direciona por 
um canal chamado conduto externo auditivo até chegar a uma membrana 
com o nome de tímpano. A partir daí (contando com o tímpano), inicia-
se o ouvido médio, composto de tímpano, martelo, bigorna e estribo. 
Basicamente, o que esse ouvido faz é receber o som na membrana (como 
se fosse um tambor invertido), batendo no martelo que realiza toques na 
bigorna e passa as vibrações para o estribo (os três últimos são ossos 
muito pequenos dentro do aparelho auditivo).
Sabemos o som se propaga muito melhor em um meio sólido, 
e, como o ouvido médio é composto basicamente de meios sólidos, a 
velocidade de transporte do som é muito mais rápida.
No ouvido interno, o som é transformado em impulsos nervosos e 
elétricos que amplificam o som cerca de 180 vezes até chegar ao nervo 
acústico, que levará a informação ao cérebro. 
Outros aparelhos auditivos
Quando falamos de aparelhos auditivos, estamos nos referindo a 
formas de captação de som. Vamos conhecer alguns outros aparelhos e 
suas principais características.
Aparelho auditivo auricular: é um aparelho eletrônico colocado 
dentro do ouvido externo para captar as ondas sonoras e amplificá-las 
para os ouvidos médio e interno. Esse dispositivo é geralmente utilizado 
por pessoas com perda de audição, seja por idade ou por traumas no 
aparelho auditivo natural, mas, além disso, é utilizado no meio artístico, 
para que cantores e apresentadores tenham um retorno mais claro de seu 
som vocal, uma vez que os alto-falantes (caixas de som) são direcionados 
para o público, e os falantes quase não se ouvem.
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Figura 4 – Caixas de som
Fonte: Pixabay
TESTANDO:
Coloque um fone de ouvido (mesmo sem estar 
reproduzindo nada) e converse com alguém. Você vai ter 
a mesma sensação que apresentadores e cantores têm 
por não terem um retorno de sua voz, então, você passa 
a falar cada vez mais alto. Se estiver ouvindo uma música, 
certamente tentará falar mais alto que a música (para você 
não estará tão alto, mas para os outros você estará gritando).
 • Aparelho de microfone: é um aparelho auditivo, mas tem a 
finalidade de captar o som e transformá-lo de analógico (ondas 
sonoras) para digital (sistema elétrico). Existem atualmente 
inúmeros tipos de microfone, mas citaremos alguns:
 • Unidirecionais: captam os sons vindos apenas de uma única 
direção, muito indicado para youtubers, gravação em estúdios, 
dubladores etc.
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Figura 5 – Microfone unidirecional 
Fonte: https://bit.ly/3599HmQ. (Acesso em: 16/02/2020).
 • Bidirecionais: captam o som vindo de direções opostas (frente 
e trás, direita e esquerda, de cima e de baixo). Normalmente, é 
utilizado por repórteres de rua que fazem entrevistas, para captar 
tanto a voz do repórter como do entrevistado.
Figura 6 – Microfone bidirecional
Fonte: https://bit.ly/2yM2YTS. (Acesso em: 16/02/2020).
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 • Omnidirecionais: captam o som vindo de todas as direções, 
amplamente utilizado em shows para captar tanto a voz dos 
artistas como a reação do público.
Figura 7 - Microfone Omnidirecional
https://bit.ly/3bIUs6L. (Acesso em: 16/02/2020).
 • Dinâmicos: capazes de suportar altas pressões sem interferências e 
de diminuir significativamente a captação de ruídos. Normalmente 
não produzem o efeito chamado microfonia (falaremos sobre isso 
mais adiante), pois eles têm uma resistência física maior, então, 
não estragam tão facilmente no caso de quedas.
Figura 8 – Microfone dinâmico
Fonte: https://bit.ly/3eY8yDp. (Acesso em: 16/02/2020)
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 • Condensadores: distinguem sons com maior riqueza de detalhes. 
Seu ponto negativo é ser mais frágil que os dinâmicos, necessitando 
de energia elétrica para funcionar.
Figura 9 – Microfone condensador
Fonte: https://bit.ly/2SayLF2. (Acesso em: 16/02/2020)
Obviamente, entre os inúmeros tipos de microfone, além das 
marcas e dos tipos, é necessário também saber sua finalidade para que 
obter tenha melhor captura.
RESUMINDO:
Então, o áudio nada mais é do que o som captado tanto 
pelo aparelho auditivo natural como por microfones ou 
aparelhos auditivos artificiais.
Frequências sonoras
Como já mencionado, os sons são frequências, que são apresentadas 
como unidade de hertz. Porém, existem inúmeras faixas de sons, desde 
os infrassons, passando pelos audíveis,até os ultrassons.
O intervalo de frequência de sons audíveis para qualquer pessoa vai 
de 20 Hz até 20.000 Hz ou 20 kHz. Logo, frequências abaixo de 20 Hz são 
consideradas infrassons e acima de 20 kHz, ultrassons.
Sistemas e multimídia
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Mas por que as frequências nos interessam? A resposta é simples: 
existem algumas tecnologias baseadas exclusivamente nos sons. No caso 
do ultrassom, são ondas sonoras que batem em um objeto e refletem de 
volta, podendo mostrar eletronicamente como é o formato do objeto.
RESUMINDO:
Então, gostou do que aprendeu? Agora, só para garantir, 
vamos fazer um resumo de tudo o que vimos até aqui. 
Som é emitido por um transmissor, normalmente pessoas, 
animais, caixas de som e natureza, é claro, e áudio é o som 
capturado por nossos ouvidos e por microfones, sejam para 
gravar ou apenas reproduzir em uma amplitude mais alta.
Sistemas e multimídia
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Edição de áudio
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender o 
que é edição de áudio, fator fundamental para o exercício 
de sua profissão. As pessoas que tentam editar áudio sem a 
devida instrução têm problemas se deixarem o som muito 
distorcido, com um corte incorreto ou até mesmo sem 
volume (ou com volume estourando demais a amplitude 
das frequências audíveis). Motivado para desenvolver essa 
competência? Então, vamos lá.
Fundamentos de edição de um áudio
As edições são de áudios e não dos sons, porque não é possível 
editar um som já emitido, mas podemos editar um já capturado, ou seja, 
um áudio.
Captura do som
Para capturar um som, é necessário pensar de que forma e onde 
fazer isso, para que a captura seja a mais fidedigna possível, sem distorções 
ou ruídos indesejáveis. É preciso levar em conta desde o tipo de microfone 
até o local onde o som será capturado. Se quiser sons da natureza, não 
adianta ir a um parque próximo a ruas ou a rodovias, é necessário ir a 
algum lugar realmente mais nativo, mais selvagem. Caso deseje somente 
a voz de uma pessoa lendo um texto, não é aconselhável que se faça 
em um local público, pois você vai captar os mais variados sons, então, é 
necessário ir a algum estúdio com uma acústica mais apropriada.
SAIBA MAIS:
Acústica é a qualidade de um local sob o ponto de vista 
da propagação do som. Existe um ramo da física chamado 
Acústica Física que trata apenas dos conceitos de 
propagação de ondas sonoras.
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Atualmente, os estúdios de gravação tentam deixar as suas salas 
mais anecoicas possível, ou seja, com a mínima quantidade de eco dentro 
da sala, para que as capturas de som sejam feitas com a melhor qualidade 
possível.
A Microsoft criou a câmara mais silenciosa do mundo, onde não é 
possível ouvir nenhum som externo, reduzindo a quantidade de decibéis 
para -20,3 dB (decibéis negativos), bloqueando 120 dB, ou seja, se um 
jato passar do lado de fora, mal será percebido. Essa sala é tão silenciosa 
que é possível ouvir desde os batimentos cardíacos até os sons de outros 
órgãos internos, o que pode deixar as pessoas com certa inquietação, 
pois é uma privação sensorial muito alta.
O objetivo dessa criação foi conhecer os sons que os produtos da 
empresa fazem ao serem manuseados (cliques do mouse, mudança de 
brilho de tela etc.) e torná-los o mais agradável possível ao ser humano.
Abaixo você verá algumas imagens de estúdios de gravação onde 
se tem uma excelente qualidade para captura dos sons, deixando de 
longe o silêncio as salas da Microsoft, mas com a maior eficiência possível.
Figura 10 - Estúdio de gravação
Fonte: Pixabay
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Figura 11 - Estúdio de gravação
Fonte: https://bit.ly/2KEOhoh. (Acesso em: 16/02/2020)
Figura 12 - Estúdio de gravação
Fonte: Pixabay
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Ferramentas para edição de áudio
Quando falamos de edição de áudio, estamos falando de softwares 
de edição. Não abordaremos nenhum software específico, mas as 
funcionalidades dos editores de áudio, que são padrões em todos os 
programas deste tipo.
Nesta seção, abordaremos as ferramentas de funcionalidades 
básicas, deixando os efeitos para o próximo capítulo.
Entre as funcionalidades de cada programa em sua peculiaridade 
(de acordo com cada desenvolvedor), existem os recursos padrões em 
todos os aplicativos, como: cortar, recortar, deletar, copiar, colar, amplificar, 
reduzir, contagem do tempo, zoom, silenciar, entre outros. Veremos cada 
um individualmente, e você vai notar que normalmente os ícones são 
muito semelhantes entre os desenvolvedores.
Cortar/separar: tem como utilidade cortar o áudio em um ponto, 
para a inserção de um novo trecho ou para excluir um trecho 
anterior ou posterior ao corte.
Recortar: serve para retirar um pedaço do áudio para ser colado 
em outro, criando uma mixagem de sons.
Deletar: ao contrário do recortar, essa função tem como objetivo 
apagar um determinado trecho selecionado. Ao excluir o trecho e 
salvar, não é possível reverter a ação.
Copiar: tem a função de copiar a área selecionada sem retirá-la do 
original e deixar na área de transferência do sistema operacional 
para colar em outro local.
Colar: após recortar ou copiar, o conteúdo da área de transferência 
do sistema operacional está pronto para ser colado em outro ou 
no mesmo áudio, modificando seu conteúdo original.
Amplificar: como o próprio nome já diz, tem a função de amplificar 
o trecho selecionado. É muito utilizado em situações em que o 
som sai muito fraco e precisa ter seu volume aumentado.
Sistemas e multimídia
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Ataque/saída: monta um ataque ou uma saída de acordo com 
a zona do áudio selecionada. Pode ser um ataque/saída bruto 
(tempo curto) ou bem suave (tempo longo).
Contador de tempo: controla o tempo total do áudio e o ponto 
que está tocando no momento. Alguns aplicativos contam com 
marcação de tempo.
Zoom: serve para aumentar o zoom em determinado trecho do 
áudio, para obter o máximo de precisão possível de onde serão 
feitos cortes ou mudanças.
RESUMINDO:
Então, gostou do que aprendeu? Agora, só para garantir, 
vamos fazer um resumo de tudo o que vimos neste 
capítulo. A edição de som é cheia de detalhes, mas ao 
mesmo tempo é fascinante, pois é possível modificar o 
áudio, deixar agudos os sons mais graves e vice-versa etc. 
Espero que esteja gostando! Porém, esta unidade ainda 
não acabou, temos mais um capítulo, que é para melhorar 
seu áudio. Vamos lá?
Sistemas e multimídia
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Melhorando o seu áudio
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você dará mais um passo no 
mundo de sons. Agora vamos aprender a colocar alguns 
efeitos sonoros, entender os efeitos e o que eles trazem para 
seu áudio. Motivado para desenvolver esta competência? 
Vamos lá!
Efeitos de áudio
O mundo dos efeitos sonoros é conhecido como sonoplastia, uma 
das formas mais incríveis de arte (não subestimando as outras), pois é por 
meio do som que conseguimos transportar o ouvinte para qualquer lugar.
ACESSE:
Veja os vídeos abaixo para ouvir as músicas.
Clique aqui. Clique aqui. 
Elas o levaram a algum lugar? Trouxeram alguma emoção? Você 
ouviu com volume baixo ou alto? Imagino que tenha tentado escutar 
novamente em diferentes níveis de volume, com e sem fone de ouvido, 
e, com isso experimentar sensações diferentes. É justamente essa a ideia 
principal da sonoplastia.
Apesar de imaginar e talvez até ter um pré-conceito do que 
seja realmente sonoplastia, de pensar no profissional que manipula 
“bugigangas” para produzir sons para substituir em filmes (como casca 
de coco para imitar o som de cavalos), posso afirmar que a profissão 
de sonoplasta vai um pouco além, mostrando efeitos de lentidão ou de 
aceleração da voz, modificando a frequência de voz e transformando-a 
em outra, invertendo o som para ser ouvido de trás para frente, criando 
efeitos como se estivesse falando ao telefone ou por um rádio AM, entre 
tantos outros.
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https://www.youtube.com/watch?v=ZzZcyQzTvWs
https://www.youtube.com/watch?v=_8u4VLk0iTI31
Como não é nosso foco trazer a experiência de um software 
específico, mas de uma maneira mais geral, podemos buscar todos esses 
efeitos nos programas por meio dos nomes citados acima ou nomes em 
inglês (já que a maioria dos softwares está nessa língua). Os efeitos podem 
ser muito interessantes em áudios, mas é preciso ter cuidado. Se exagerar 
na quantidade de efeitos sonoros, pode perder o foco do que se quer 
transmitir, mesmo que o som tenha ficado bom.
Na sonoplastia utilizamos artifícios para criar ou aprimorar o áudio 
final, porém, os efeitos não são apenas cascas de coco para imitar um 
cavalo, água sendo despejada para parecer uma cachoeira ou batidas 
em lâminas de metal para simular um trovão. A sonoplastia (cuja origem 
é sono = som e plastia = modelagem) trata também o áudio, deixando 
mais agradável para nossos ouvidos. Vamos entender alguns conceitos e 
como modificá-los, lembrando que esses recursos são padrões em todos 
os editores de áudio do mercado, então, não farei referência a nenhum 
especificamente:
Amplitude
É uma característica que permite entender se um som é forte ou 
fraco, agudo ou grave, baixo ou alto, pois está diretamente relacionada 
à quantidade de energia que a onda sonora emite. A amplitude tem 
como unidade de medida os decibéis (dB). A imagem abaixo mostra uma 
crescente das ondas, identificando que o tom foi aumentado.
Figura 13 - Crescente das ondas
Fonte: Elaborado pelos autores.
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Na próxima imagem há uma conversa normal e um grito. Veja a 
diferença de amplitude.
Figura 14 - Uma conversa normal e um grito
Fonte: Elaborado pelos autores.
Nesta outra imagem mostramos exatamente o mesmo som nas 
duas faixas de onda, mas com amplitudes diferentes, ou seja, em um, o 
volume está mais baixo (amostra inferior) e em outro, mais alto (amostra 
superior). 
Figura 15 – O mesmo som nas duas faixas de ondas, mas com amplitudes diferentes 
Fonte: Elaborado pelos autores.
Então, quando é preciso corrigir a amplitude? Apenas ouvindo o som. 
Se o áudio está muito baixo, temos que aumentar para amplificar apenas 
o volume, sem causar distorções. Se o som está muito alto, estourando a 
quantidade de decibéis saudáveis para o ouvido, é importante reduzir a 
amplitude e deixar mais audível.
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Você vai observar no exemplo abaixo que os pontos marcados são 
os locais em que o som estourou as faixas saudáveis para o nosso ouvido, 
que é onde existe um grito de pavor de uma mulher em perigo. 
Figura 16 – Representação de um grito de pavor de uma mulher em perigo
Fonte: Elaborado pelos autores.
Após a correção, temos a seguinte característica do áudio, mas 
mantendo o grito:
Figura 17 – Representação de um grito após correção
Fonte: Elaborado pelos autores.
Delay
Já ouviu falar em delay? Sabe o que é? Esse termo vem da 
língua inglesa e significa atraso, diferença de tempo entre o envio e o 
recebimento do sinal, retardo de sinais. Porém, na sonoplastia, delay é 
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um equipamento ou um instrumento (para apresentações ao vivo ou 
para edições com sobreposição de som) que produz um efeito sonoro 
responsável por atrasar o som original. O produto dele é simular aos ecos 
ou à sobreposição de vozes/sons.
Em alguns softwares de edição de áudio, essa funcionalidade vem 
com o nome delay ou eco, e, quando necessária sua implementação, será 
questionado o tempo de atraso para colocação do trecho selecionado. 
Mas vale lembrar: sempre cuidado com o exagero.
Filtros
Como visto anteriormente, o local onde são realizadas as gravações 
ou capturas sonoras pode interferir na qualidade do seu áudio. Contudo, 
às vezes torna-se inevitável gravar, por exemplo, uma reportagem no meio 
da cidade, em meio a todo e qualquer tipo de som (carros, motos, apitos, 
pessoas gritando, bebês chorando etc.) que certamente prejudicam o 
produto final. Mas o que fazer para melhorar a situação?
Quando se trata de ambientes fechados, a qualidade dos 
equipamentos é o mais importante. Um microfone sem um aterramento 
correto capta ruídos elétricos, pois não teve onde descarregar a energia 
em excesso. Além da qualidade do microfone, existe também a questão 
acústica da sala, mas como nem todos podem ter uma sala anecoica, 
é possível criar uma acústica mais simples, improvisando com espumas, 
caixas de ovos ou até mesmo cobertores (aqueles bem felpudos) nas 
paredes, assim, criando filtros externos para a sala.
Mas as espumas não vão somente nas paredes, também temos que 
colocar no microfone para filtrar os sons do ambiente. É possível colocar 
um aro (de bordar) com um pedaço de meia calça, pois também serve 
de filtro, deixando passar só os sons de tons mais altos e bloqueando os 
mais baixos.
Falamos de produtos montados de forma artesanal, mas existem 
também os filtros e espumas desenvolvidos especificamente para este 
propósito, depende do quanto você está disposto ou tem para investir 
nisso.
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Nos softwares de edição existem os filtros LowPass (passagem 
baixa) ou HighPass (passagem alta). Aplicaremos o filtro de baixa se o som 
estiver muito agudo ou com chiados, e o de alta, se estiver muito grave 
e abafado.
Além desses filtros, há ainda o sistema de equalização nos próprios 
softwares de edição, que serve para melhorar amplitudes, aumentar ou 
reduzir graves e agudos e realizar alguma distorção necessária.
Efeitos de correção de áudio
Correção de áudio é como tratar uma imagem com algum problema 
para melhorar sua qualidade. No áudio, os problemas que encontramos 
normalmente são referentes à criação de ecos e ruídos, e as correções 
que faremos são para eles.
Ecos
Por meio de efeitos conseguimos colocar ecos no som, mas se 
capturarmos um som em locais muito abertos, certamente teremos eco 
na gravação. É possível remover esse eco? A resposta é simples. Não! Não 
é possível retirar o eco de um áudio, o que podemos fazer é evitá-los.
Para não haver ecos nos seus arquivos de sons, caso vá gravar 
em local com poucos móveis, é necessário colocar caixas de papelão, 
tapetes e espumas e tentar isolar ao máximo materiais muito lisos e/ou 
polidos, como vidro. Desse modo, evitaremos colocar eco nos áudios.
Além dos ecos, outro som que atrapalha e que não pode ser retirado 
editorialmente é o de aviões (caso fique próximo a algum aeroporto ou 
passe algum caça militar), de animais, de eletrodomésticos e de motores 
(por causa da frequência que os motores emitem). Para esses casos, o 
melhor a fazer é conhecer o local de gravação, realizar alguns testes, 
tentar identificar o melhor horário para gravar e realizar novos testes 
nesses horários, até encontrar o local e o horário perfeitos.
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Reverberações
Muitas pessoas acreditam que reverberação e eco são a mesma 
coisa, mas não são. Eco é quando um som vai até um obstáculo e volta, 
tornando possível ouvir o som novamente, quase como um delay.
A reverberação é um efeito criado por ondas sonoras que começam 
a ricochetear em várias superfícies reflexivas, gerando um grande número 
de reflexões, que são somadas e que têm sua amplitude reduzida 
conforme o som for absorvido pelas superfícies (móveis, paredes, pessoas 
e até mesmo ar) do espaço em que se localiza.
A reverberação não é um efeito somente negativo, ela também 
pode intensificar o som se os sons emitidos chegarem ao ouvido do 
receptor com tempo menor que 1/20 segundos (para o emissor que 
sentirá todos os sons parecerá que existe um alto-falante no ouvido dele). 
É o que chamados de acústica perfeita. Porém, se o tempo de chegada 
for maior que 1/20 segundos, vai parecer que o emissor está falando mais 
de uma vez.
SAIBA MAIS:
Os equipamentos de home theater são na verdade aparelhos 
de reverberação artificial, para que nosso cérebro associe a 
ideia da imagem (vista com os olhos) ao som emitido como 
sendo algo real e muito forteem termos de sensações.
Reverberação, dependendo do local (caso seja fechado e não 
muito grande), faz com que o receptor ouça o mesmo som mais de uma 
vez, como se fosse um eco, mas para frente, ao contrário do eco, que faz 
com que o som volte.
Técnica do Ventríloquo
Já ouviu falar de ventríloquo? São aquelas pessoas que têm o dom 
de manipular o som para sair de sua boca, mesmo parecendo fechada, e 
dar a impressão de estar em outro objeto, como um boneco, na maioria 
dos casos.
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Um dos pontos para se trabalhar com esse efeito é entender 
como o som é produzido (justamente o que vimos até agora), mas a nível 
anatômico, porque é uma mistura de vibrações das cordas vocais e do 
controle do ar que entra e sai dos pulmões.
O ventríloquo utiliza técnicas de expiração e de treino para falar com 
a boca fechada e entende um pouco de reverberação, pois isso permite 
que o som ricocheteie no boneco para parecer estar saindo dele. Essa 
técnica era considerada bruxaria na idade média.
TESTANDO:
Tente relaxar os lábios, deixando-os levemente abertos (até 
a ponte de que sua boca realmente pareça fechada), faça 
uma voz com uma frequência bem curta (mais fina) e, ao 
falar, movimente apenas a língua dentro da boca.
RESUMINDO:
Muito legais essas técnicas de modificação e de melhoria 
dos nossos áudios, não é mesmo? É interessante trabalhar 
com ecos, com delays e com filtros, tudo sempre para 
deixar nosso áudio mais atrativo para os ouvintes. Mas esta 
unidade ainda não acabou. Vamos agora para a parte final!
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Finalização das edições
INTRODUÇÃO:
Ao terminar este capítulo, você terá discernimento para 
trabalhar com diversos arquivos de áudio, pois conhecerá 
suas particularidades e suas qualidades.
Tipos de arquivos
Quando falamos em tipos de arquivos de áudio, vem à nossa cabeça 
o mais popular de todos: o MP3. Porém, não é só ele que está no mercado, 
temos também o WAV, AAC e FLAC, cada um com suas características. 
Lembrando que as vantagens de alguns serão as desvantagens de outros.
Além dos tipos de arquivos, também existem arquivos comprimidos 
e não comprimidos. Áudios não comprimidos têm uma qualidade melhor, 
gravam e reproduzem o som da forma mais fiel possível e, obviamente, 
utilizam muito mais espaço de armazenamento. Um exemplo é o WAV.
Entretanto, os arquivos comprimidos permitem que o áudio ocupe 
bem menos espaço, mas isso não quer dizer que perdem qualidade. Por 
exemplo, os arquivos FLAC têm compressão para reduzir espaço, mas 
não perdem qualidade. Já os arquivos MP3 e AAC, além da compressão, 
tem qualidade mais inferior, sendo, desta forma, os que ocupam menos 
espaço. Vamos ver cada um deles a seguir.
WAV
Esse arquivo foi criado pela Microsoft e pela IBM. Ele não perde 
qualidade porque utiliza PCM (Pulse Code Modulation – modulação 
de código de pulso), que reproduz com alta fidelidade tudo o que foi 
gravado. Como ele não é um arquivo comprimido e não perde nenhum 
dado, exige muito espaço de armazenamento. É o arquivo preferido dos 
profissionais de sonoplastia. Seu problema principal é o tamanho: se fosse 
um arquivo MP3, teria 4MB, mas no formato WAV pode passar facilmente 
dos 200MB. Esse tipo de arquivo vem sendo substituído pelo FLAC, que 
veremos agora.
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FLAC
FLAC significa Free Lossless Audio Codec (codec de áudio sem 
perdas e gratuito). Como o nome já diz, esse tipo de arquivo não tem 
nenhuma perda na qualidade, mas mantém os dados comprimidos. Para 
quem gosta de áudio (tanto de escutar, como de manipular), esse é o 
formato preferido.
MP3
Formato que consegue compactar o áudio de 75 a 95%, em 
comparação com o WAV. Por isso, é o que a maioria dos usuários usa. A 
qualidade não é ruim, mas há algumas perdas de informações.
AAC
O Advanced Audio Coding (codificação de áudio avançado) é 
extremamente utilizado como arquivo padrão de áudio para YouTube, 
iTunes, iPhones, iPads, Nintendo 3DS e PlayStation3 e 4. A diferença entre 
o MP3 e o AAC é que o primeiro tem uma frequência de amostragem 
entre 16 kHz e 48 kHz, já o AAC varia entre 8 kHz e 96 kHz. O AAC está 
sendo considerado o sucessor do MP3.
Taxa de compressão
Uma das coisas que mais intriga as pessoas, principalmente usuários 
comuns, é a taxa de compressão (qual usar e por quê). Normalmente, 
seguem o ditado de que quanto maior o número, melhor. Não deixa de 
ser verdade, mas por quê? Para as taxas de compressão, há uma faixa 
que varia de 16 kbps a 320 kbps. A sigla kbps (em minúsculo mesmo) 
significa kilo bit per second (quilo bit por segundo), ou seja, é a quantidade 
de bits comprimida em cada segundo de áudio. Logo, quanto mais bits 
comprimidos em um segundo de áudio, melhor a qualidade.
Agora vamos entender a diferença entre faixas e taxas de 
compressão:
 • 320 kbps → Áudio com qualidade semelhante ao CD;
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 • 192 kbps → perdas insignificantes para a maioria das pessoas;
 • 128 kbps → Perdas levemente perceptíveis;
 • 96 kbps → Qualidade similar ao Rádio FM;
 • 32 kbps → Qualidade similar ao Rádio AM;
 • 16 kbps → Similar aos walk talks (rádios de comunicação).
Agora já sabemos o tipo de arquivo que teremos que salvar e a taxa 
de compressão, pois fará toda a diferença da qualidade do áudio.
RESUMINDO:
Então, gostou do que aprendeu? Agora, só para garantir, 
vamos fazer um resumo de tudo o que vimos neste capítulo. 
Espero que tenha gostado dessa jornada cheia de novos 
conhecimentos e muito som. Lembre-se de que o som é 
para as pessoas com problemas visuais o que a visão é 
para quem tem a vista boa. É sentimento, envolvimento 
e magia. Para escrever este livro, ouvi músicas clássicas 
de grandes nomes, como Beethoven, Handel e Mozart, e 
temas de filmes, como de O Senhor dos Anéis, de Piratas 
do Caribe, de Harry Potter, entre outros, e cada som me 
transportava para lugares diferentes, mas dessa vez foi para 
entender os efeitos sonoros. A sonoplastia é um estudo 
que exige constante aperfeiçoamento. Não pense que 
conseguirá da noite para o dia já produzir excelentes obras, 
pois requer muito treino e prática. Obrigado por ficar até 
aqui! Voltaremos a nos encontrar em outras unidades.
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REFERÊNCIAS
CANO, R. J. Dentro do Lugar mais silencioso do mundo. El País, 2 
jun. 2017. Disponível em: https://bit.ly/3eVUmuv. Acesso em: 16 fev. 2020.
FRADE, R. Efeitos: delay. Academia musical, 3 de maio 2014. 
Disponível em: https://bit.ly/2Sb4sxG. Acesso em: 16 fev. 2020.
GOMES, L. C. Áudio digital. 3. ed. Editora UNISUL, Palhoça/SC.
LIMA, R. Características do som: frequência, amplitude e timbre. 
Diário de bordo de Oficina Multimédia_B, 27 jan. 2011. Disponível em: 
https://bit.ly/2xWzq66. Acesso em: 16 fev. 2020.
MENEZES, A. 3 fundamentos de edição e mixagem de voz. 
Universidade do áudio. Disponível em: https://bit.ly/3bJJ2zI. Acesso em: 
16 fev. 2020.
PEREIRA, D. Quais são as diferenças entre os formatos de áudio 
WAV, MP3, AAC e FLAC?. TecMundo, 8 ago. 2017. Disponível em: 
https://bit.ly/2VHpZjN. Acesso em: 16 fev. 2020.
PIMENTEL, D. Edição de áudio: fundamentos. Secretaria Municipal 
de Educação de São Paulo. Disponível em: https://bit.ly/359H1dy. Acesso 
em: 16 fev. 2020.
PROJETOS, D. S. Dicas de como melhorar a acústica de sua sala de 
home theater. Disponível em: https://bit.ly/3bKPeXZ. Acesso em: 16 fev. 
2020.
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