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_Hist_1_3serie_Vol2_2019

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365
INTRODUÇÃO
A Europa, em princípios do século XVIII, ainda era
marcada pelas estruturas do Absolutismo monárquico, pe-
las barreiras alfandegárias do Mercantilismo e por uma
mentalidade fortemente religiosa, que estabelecia privilé-
gios de nascimento e desprezava os méritos individuais,
fora do seio da nobreza. Foi nesse contexto que começou
a se difundir um desejo por transformações, que necessa-
riamente passaria pelo restabelecimento do predomínio
da razão sobre a fé, como forma de organizar uma socie-
dade pautada em novos valores, como a imposição de
limites ao poder real e ao fim dos privilégios de nascimen-
to. Essa é a tônica do iluminismo.
No entanto, é importante compreender que o
Iluminismo não foi um movimento homogêneo. Em seu
conjunto, as idéias iluministas buscavam a compreen-
são racional do homem da sociedade, da política, da
economia e a natureza, levando a novas concepções
de individualismo e busca pelo progresso e à luta con-
tra as estruturas do antigo regime. Naturalmente, a
superação dos dogmas religiosos a partir da perspecti-
va racionalista, colocava a filosofia iluminista em choque
com a religião.
 No entanto as propostas dos filósofos variavam da
simples imposição de limites institucionais à autoridade do
monarca até a adoção de um novo modelo de sociedade
com igualdade jurídica chegando a criticar a noção de pro-
priedade privada, embora essa fosse uma exceção, pois
via de regra, o Iluminismo é um movimento burguês.
Também devemos perceber que o termo
“Iluminismo” traz uma conotação histórica. Os filósofos
consideravam a Europa moderna ainda arraigada de uma
mentalidade medieval que fundamentava suas estrutu-
ras obsoletas, chamando o período moderno de um
“antigo regime”, que devia ser superado pelas “luzes”
trazidas pela nova filosofia.
Deve-se ressaltar ainda que, embora o movimento
francês seja a grande referência do pensamento iluminista,
suas origens também devem ser buscadas na Inglaterra.
Havia na verdade um intenso intercâmbio de idéias entre
os dois países, e, se a França é considerada o berço do
iluminismo, o primeiro registro da palavra Iluminismo com o
sentido de nomear essa transformação no pensamento, foi
na língua inglesa “Enlightenment”.
Na Inglaterra, já no século XVII, pensadores como
John Locke defendiam as liberdades individuais e a noção
de um governo representativo. Para Locke, a expressão da
lei deveria ser respeitada como limite a qualquer tipo de
ação na sociedade civil, assim como no governo. O avanço
da Revolução Científica, que gerou a busca cada vez maior
por uma compreensão racional da natureza permitindo o
progresso humano, também teve na Inglaterra seu maior
expoente, a partir dos trabalhos revolucionários de Sir Isaac
Newton, a partir de seus trabalhos revolucionários.
“Desde que cessa a lei, começa a tirania.”
John Locke. Segundo tratado sobre o governo civil.
Isaac Newton
A ENCICLOPÉDIA
Organizada pelos filósofos Denis Diderot e Jean
D´Alambert, a enciclopédia é uma compilação do conhe-
cimento humano em seus vários aspectos. A obra
apresenta 17 volumes que tratam da ciência à religião, da
matemática à literatura e da filosofia política, entre outros.
Grandes nomes do Iluminismo francês como Rousseau e
Montesquieu contribuíram para A Enciclopédia, que revo-
lucionava ao tratar todos os seus temas de forma
racionalista e desvinculada da mentalidade religiosa. Por
essa razão, a Igreja incluiu a obra no Index librorum
prohibitorum, o que não a impediu de ser concluída. A for-
ça da burguesia, por trás do movimento, o enfraquecimento
da Igreja e o avanço da ciência, faziam do Iluminismo, no
século XVIII, um movimento irrefreável.
PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 01:
O ILUMINISMO E O LIBERALISMO
366
OS FILÓSOFOS
1. BARÃO DE MONSTESQUIEU
Propôs a divisão do poder
em três partes harmônicas e inde-
pendentes entre si. Para
Montesquieu, somente a divisão
equilibrada dos poderes, sob os li-
mites da lei, permitiria uma
organização justa e razoável da so-
ciedade. O filósofo afirmava a
necessidade de todos os indivídu-
os respeitarem os limites da lei, e
afirmava que nenhum indivíduo seria verdadeiramente li-
vre se a lei fosse violada.
2. JEAN JACQUES ROUSSEAU
É autor de diversas obras, den-
tre as quais, ao menos duas, são
fundamentais dentro do pensamen-
to iluminista. O Contrato Social, onde
defende a idéia de um governo re-
presentativo, que seja a expressão
da maioria (que o filósofo chamava
de “vontade geral”), e Discurso so-
bre a Origem da Desigualdade entre
os Homens, onde Rousseau se afas-
ta do Iluminismo burguês ao criticar
a propriedade privada como sendo a origem de todas as
desigualdades na sociedade civil, pois na visão do autor a
propriedade fere a natureza e corrompe os homens atra-
vés do poder.
3. IMMANUEL KANT
Defendeu através de sua
vasta e densa obra a necessi-
dade de os homens se guiarem
pela própria razão. Kant afirma-
va que o Iluminismo era a
chegada do homem a sua mai-
oridade, na qual ele se libertaria
da tutela sobre sua capacidade
de entendimento. Kant afirmava
ainda que, para que os homens pudessem confiar no resul-
tado de suas investigações racionais, era necessário antes
de tudo refletir sobre a capacidade e o alcance das nossas
próprias investigações racionais.
4. VOLTAIRE
 Foi um grande crítico da in-
tolerância religiosa e da falta de
liberdades que caracterizaram o
antigo regime. Defendeu, através
de suas obras, as liberdades indi-
viduais, sobretudo no que tange a
liberdade de expressão e a liber-
dade religiosa. Acreditava no poder
da educação como forma de
conscientizar governantes para o
exercício de um poder mais racio-
nal e tolerante.
O DESPOTISMO ESCLARECIDO
A difusão dos princípios iluministas pela Europa fez
com que vários monarcas e governantes em geral se dei-
xassem influenciar pelos novos valores. Ao menos em
discurso, diversos governantes adotaram um tom mais
racionalista e buscaram reduzir a influência da igreja na
administração de seus países. Essa prática visava reor-
ganizar a economia nacional em moldes mais modernos,
que pudessem estimular o crescimento, ou simplesmente
frear o ímpeto revolucionário que se apresentava cada vez
mais intensamente.
Os monarcas e seus respectivos ministros, ao abra-
çar o Despotismo Esclarecido, acreditavam que poderiam
conciliar suas monarquias e privilégios com a racionalidade
iluminista, promovendo importantes reformas administrati-
vas e econômicas.
Esse tipo de reformas se fez presente em países como
a Prússia (onde o próprio rei Frederico II tinha inclinações
filosóficas), Rússia (no reinado de Catarina II, que promo-
veu as artes e a filosofia), e Portugal, quando o rei D. José
nomeou ministro o Marquês de Pombal, que empreendeu
diversas reformas na administração portuguesa, inclusive
no plano das colônias, quando determinou a expulsão dos
jesuítas do Brasil.
Marquês de Pombal
OS FISIOCRATAS
No contexto do avanço das idéias iluministas, os eco-
nomistas fisiocratas se destacaram pelas duras críticas que
fizeram às estruturas mercantilistas, que engessavam a
economia e eram vistas por eles como antinaturais. François
Quesnay e Vincent de Gournay são os grandes nomes des-
sa escola econômica que, ao criticar a burocracia estatal,
os impostos indiscriminados e as barreiras alfandegárias,
abriram o caminho para o que seria a essência do Libera-
lismo Econômico.
Quesnay defendia que toda a riqueza vem da terra,
valorizando portanto as atividades agrícolas e ligadas à na-
tureza. Ao estabelecer que as “leis naturais” e não as
barreiras artificiais deveriam reger a atividade econômica,
a Fisiocracia concebeu uma idéia de não intervenção esta-
tal na economia, sintetizada na máxima “Laissez faire,
laissez passer. Le monde va de lui même”, ou seja, “deixar
fazer, deixar passar. O mundo caminha por si mesmo.”
367
O LIBERALISMO ECONÔMICO
O escocês Adam Smith, seguindo a linha dos
fisiocratas, que condenavam o mercantilismo, seus mo-
nopólios e intervenções estatais na economia, foi sem
dúvidas o grande teóricodo Liberalismo Econômico. Em
1776 publicou sua mais destacada obra, A Riqueza das
Nações, onde definiu que o trabalho humano era a fonte
da riqueza, defendendo uma lógica de divisão do trabalho
pela especialização. Essa lógica se fez fortemente pre-
sente no processo da Revolução Industrial inglesa. Em
sua obra, defendeu ainda que a busca de cada indivíduo
pelo crescimento pessoal, estimularia o crescimento da
coletividade.
 As idéias liberais de Adam Smith valorizavam ainda
a livre-iniciativa e a livre-concorrência, seguindo a linha
do “Laissez faire, laissez passer” concebida na fisiocracia.
Para Smith, a própria inteiração dos indivíduos na econo-
mia de mercado geraria uma “ordem natural”, sem a
necessidade de uma entidade organizadora. Isso seria
possível graças a uma “mão invisível” da economia, que
se expressaria através de princípios naturais, como a lei
de oferta e procura. É importante percebermos que estas
críticas às barreiras comerciais impostas pelo
Mercantilismo e a defesa da livre ação dos homens é, em
grande parte, caudatária dos princípios iluministas e da
fisiocracia.
01 (UEPG) Concebido por Adam Smith no século XVIII,
o liberalismo é uma doutrina política e econômica que
possui características e princípios bastante peculia-
res. A respeito deste tema, assinale o que for correto.
01) A doutrina liberal defende a livre organização
dos trabalhadores em associações, sindicatos
e partidos que representem os seus interesses.
Para o liberalismo, é a organização dos traba-
lhadores que gerará salários justos e direitos
sociais garantidos.
02) No liberalismo há o incentivo ao mérito, ou seja,
todo indivíduo terá garantida igualdade de opor-
tunidades e depende apenas do seu esforço
pessoal para alcançar seus objetivos e propósi-
tos.
04) Ideologicamente vinculado à perspectiva capi-
talista, o liberalismo constrói sua base
argumentativa na defesa do aumento da produ-
ção e na ideia de bem-estar material do indiví-
duo.
08) No bojo do pensamento liberal, destaca-se o
princípio de que, se em uma sociedade as leis
fossem cumpridas por todos, não haveria ne-
cessidade de que o Estado cobrasse impostos
e investisse, por exemplo, na formação de qua-
dros militares.
16) Enquanto doutrina, o liberalismo defende o Es-
tado mínimo, ou seja, um Estado que pouco in-
terfira na economia, mas, ao mesmo tempo, ga-
ranta a propriedade privada, os direitos indivi-
duais, a liberdade religiosa e a segurança.
02 (UEM) Sobre o Iluminismo e o Liberalismo, assinale
a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Para o pensador inglês John Locke, a vida, a
liberdade e a propriedade são direitos naturais
dos homens.
02) Os valores e os ideais defendidos pelos pensa-
dores iluministas constituíram a base teórica da
crítica ao Antigo Regime e à desigualdade jurí-
dica.
04) Os filósofos iluministas construíram um corpo
teórico coeso. Isso pode ser observado, por
exemplo, nas críticas que Voltaire e Rousseau
fizeram à propriedade privada e à burguesia,
consideradas por eles a raiz da infelicidade hu-
mana.
08) Adam Smith combatia as ideias e as práticas
mercantilistas, pois as considerava prejudiciais
à economia. Para esse autor, com a adoção da
livre concorrência, com a divisão do trabalho e
com a liberdade do comércio, alcançar-se-ia a
justiça social.
16) Com base em princípios iluministas, alguns reis
europeus colocaram em prática reformas que
visavam harmonizar o poder régio com a mo-
dernização de seus países. Essas ações foram
chamadas Despotismo Esclarecido.
03 (UEPG) Em 1776, o inglês Adam Smith publicou A
riqueza das nações, obra que continha os pressupos-
tos essenciais do liberalismo, doutrina que serviu como
referência para o avanço capitalista a partir do século
XVIII. A respeito desse tema, assinale o que for corre-
to.
01) O liberalismo defende o livre mercado e o direi-
to individual sobre a propriedade privada dos
meios de produção, ao contrário, por exemplo,
do pensamento socialista.
02) Para o liberalismo, é necessário que exista um
Estado forte e atuante nas questões sociais, de
modo a atender demandas como a geração de
emprego e a seguridade social.
04) Uma das premissas centrais do liberalismo é a
não intervenção do Estado na economia, como
por exemplo, a adoção de medidas protecionis-
tas no mercado econômico.
08) O liberalismo utiliza vários princípios formula-
dos pela fisiocracia, corrente que antecedeu o
pensamento liberal e que era bastante difundi-
da pela Europa desde os tempos medievais.
368
04 (UEM) No século XVIII, um movimento intelectual co-
nhecido como Iluminismo, ou Ilustração, tomou
grandes proporções, fazendo com que aquele perío-
do fosse conhecido como o "século das luzes". A esse
respeito, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) O pensamento filosófico dos iluministas france-
ses do século XVIII foi utilizado para legitimar
as revoluções republicanas inglesas, lideradas
por Guilherme de Orange.
02) Em Portugal, o Iluminismo influenciou a admi-
nistração do Marques de Pombal, ministro de
D. José I, que realizou uma série de reformas
procurando modernizar o Reino sem abrir mão
dos poderes régios.
04) No Iluminismo predominou uma concepção con-
trária à propriedade privada dos meios de pro-
dução.
08) Para os iluministas, por meio da razão o ser hu-
mano poderia alcançar o conhecimento, a con-
vivência harmoniosa em sociedade, a liberdade
individual e a felicidade.
16) Em oposição ao Absolutismo, os iluministas fran-
ceses propuseram novas fórmulas políticas, que
iam da monarquia constitucional à república
democrática.
05 (UEPG) A respeito do liberalismo, corrente de pensa-
mento político e econômico nascido no século XVIII,
assinale o que for correto.
01) O liberalismo serviu de base para o avanço do
capitalismo ao defender o direito de proprieda-
de e a liberdade de mercado.
02) De acordo com a lógica do liberalismo, as rela-
ções de produção devem se estabelecer entre
aqueles que possuem os meios de produção e
os que vendem a sua força de trabalho para
sobreviver.
04) Na concepção liberal, o Estado deve ser res-
ponsável pelas ações assistenciais, pela edu-
cação, pela saúde pública e pela proteção aos
desempregados.
08) O neoliberalismo, corrente surgida no século XX
e que se inspira no liberalismo, diverge de sua
matriz ao defender a intervenção integral do
Estado sobre o mercado.
16) Quando foi concebido, o liberalismo desagra-
dou profundamente a burguesia em ascensão
por não defender os anseios dessa classe soci-
al.
06 (UEPG) O liberalismo é uma corrente de pensamen-
to econômico e político que se originou no século XVIII.
A seu respeito, assinale o que for correto.
01) A Riqueza das Nações, livro escrito pelo inglês
Adam Smith, contém os princípios do liberalis-
mo.
02) A maximização das liberdades individuais me-
diante as leis é uma das premissas fundamen-
tais do liberalismo.
04) A presença constante do Estado na economia e
a negação da liberdade de mercado se consti-
tuem em máximas liberais.
08) O combate à propriedade privada dos meios de
produção é um dos principais lemas do libera-
lismo.
07 (UFMS) "Classificar, delinear, dividir, sistematizar, criar
um mapa mundi do saber. Esta era a ideia dos
iluministas Diderot e D'Alambert: ordenar o mundo em
categorias em uma enciclopédia com 17 volumes de
texto. O projeto enciclopedista talvez seja a influência
mais visível do iluminismo em nosso cotidiano. A es-
cola, a divisão do conhecimento em disciplinas
específicas, os livros didáticos, os telejornais reve-
lam claramente essa busca classificatória. A
Enciclopédia iniciava com um quadro esquemático do
conhecimento humano, uma permanência que per-
passa desde organogramas de empresas até as
classificações da biologia."
(DARNTON, Robert - O Grande Massacre de Gatos. RJ:
Graal, 1986, p. 272-273)
Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre
o assunto, assinale a(s) afirmativa(s) correta(s) a res-
peito do Iluminismo.
01) O impulso renovador das ideias iluministas pro-
vocou, na Europa, um grande interesse pelos
problemasda vida em sociedade, possibilitan-
do o surgimento de novas ideias e de teorias
econômicas.
02) Em seu conjunto, os iluministas sustentavam a
tese de que só um Estado ditatorial, controlado
pela classe trabalhadora, seria capaz de elimi-
nar a resistência burguesa e abolir as desigual-
dades entre as classes sociais.
04) O espírito renovador, presente no Iluminismo,
conduziu a um profundo estudo das ciências,
campo onde ocorreu um grande avanço.
08) Originado na Inglaterra, difundido pela França,
o Iluminismo pregava a razão, a liberdade do
espírito, a livre crítica e a tolerância religiosa,
contrapondo-se, assim, ao peso da tradição, do
dogmatismo religioso e filosófico e ao absolu-
tismo monárquico.
16) O Iluminismo, em seu conjunto, fazia uma inci-
siva crítica ao mundo civilizado e propunha um
retorno às formas de vida da sociedade primiti-
va.
08 (UEPG) Sobre o liberalismo, assinale o que for corre-
to.
01) No plano político, o liberalismo defende a auto-
ridade do Estado e o poder dos governantes,
nos quais se sustenta o princípio da soberania.
02) As concepções ilustradas originaram, no cam-
po sociopolítico, o pensamento liberal, em seus
diferentes matizes. O ponto comum entre as vá-
rias correntes liberais está na noção de que a
história tende ao progresso, ao aperfeiçoamen-
to do indivíduo e da sociedade, a partir de crité-
rios propostos pela razão.
04) Os liberais defendiam a felicidade como objeti-
vo de vida de cada indivíduo, e a felicidade de
todos como o verdadeiro destino da sociedade.
08) No campo econômico, o liberalismo defende a
livre iniciativa e o papel limitado do Estado, que
se reduz à garantia de segurança e educação
para os cidadãos.
16) Os pensadores ilustrados - Montesquieu,
Voltaire, Diderot e Rousseau - tinham em co-
mum a defesa da razão.
369
01 (FAMERP) No livro Investigação sobre a natureza e
a causa da riqueza das nações, publicado em 1776,
Adam Smith argumentou que um agente econômico,
procurando o lucro, movido pelo seu próprio interes-
se, acaba favorecendo a sociedade como um todo.
Esse ponto de vista é um dos fundamentos
(A) do liberalismo, que dispensou a regulamenta-
ção da economia pelo Estado.
(B) do utilitarismo, que defendeu a produção espe-
cializada de objetos de consumo.
(C) do corporativismo, que propôs a organização da
sociedade em grupos econômicos.
(D) do socialismo, que expôs a contradição entre
produção e apropriação de riqueza.
(E) do mercantilismo, que elaborou princípios de
protecionismo econômico.
02 (UNESP) Um homem transporta o fio metálico, outro
endireita-o, um terceiro corta-o, um quarto aguça a
extremidade, um quinto prepara a extremidade supe-
rior para receber a cabeça; para fazer a cabeça são
precisas duas ou três operações distintas; colocá-la
constitui também uma tarefa específica, branquear o
alfinete, outra; colocar os alfinetes sobre o papel da
embalagem é também uma tarefa independente. [...]
Tive ocasião de ver uma pequena fábrica deste tipo,
em que só estavam empregados dez homens, e onde
alguns deles, consequentemente, realizavam duas ou
três operações diferentes. Mas, apesar de serem muito
pobres, e possuindo apenas a maquinaria estritamente
necessária, [...] conseguiam produzir mais de quarenta
e oito mil alfinetes por dia. Se dividirmos esse traba-
lho pelo número de trabalhadores, poderemos
considerar que cada um deles produz quatro mil e oi-
tocentos alfinetes por dia; mas se trabalhassem
separadamente uns dos outros, e sem terem sido
educados para este ramo particular de produção, não
conseguiriam produzir vinte alfinetes, nem talvez mes-
mo um único alfinete por dia.
(Adam Smith. Investigação sobre a natureza
 e as causas da riqueza das nações, 1984.)
O texto, originalmente publicado em 1776, demons-
tra
(A) o avanço tecnológico representado pelo
surgimento da fábrica na Inglaterra, relacionan-
do a riqueza com o aprimoramento científico e
o trabalho simultâneo de milhares de operários.
(B) o crescimento do mercado consumidor e a mai-
or velocidade na distribuição das mercadorias
inglesas, destacando o vínculo entre riqueza e
uma boa relação entre oferta e procura.
(C) a força crescente dos sindicatos e das federa-
ções de trabalhadores na Inglaterra, enfatizando
o princípio marxista de que apenas o trabalho
permite a geração de riqueza.
(D) a produtividade do artesanato e o conhecimen-
to da totalidade do processo produtivo pelos tra-
balhadores ingleses, relacionando a noção de
riqueza ao acúmulo de metais nobres.
(E) a disciplina no trabalho e o parcelamento de ta-
refas presentes nas manufaturas e fábricas in-
glesas, associando o crescimento da riqueza à
produtividade do trabalho.
03 (G1 - CPS) Quando na mesma pessoa, ou no mes-
mo órgão de governo, o poder Legislativo está unido
ao poder Executivo, não existe liberdade […] E tam-
bém não existe liberdade se o poder Judiciário (poder
de julgar) não estiver separado do poder Legislativo
(poder de fazer as leis) e do poder Executivo (poder
de executar, de por em prática as leis.)
Montesquieu, O espírito das leis, 1748.
In: FREITAS, G. de; 900 textos e documentos
de História. Lisboa: Plátano, 1978. V. III, p.24
Político, filósofo e escritor, o Barão de Montesquieu
(1689-1755) se notabilizou por sua teoria sobre a se-
paração dos poderes, que organiza o funcionamento
de muitos dos Estados modernos até a atualidade.
Ao formular sua teoria, Montesquieu criticou o regime
absolutista e defendeu a divisão do governo em três
poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - como
forma de
(A) garantir a centralização do poder monárquico e
a vontade absoluta dos reis, bem como defen-
der os interesses das classes dominantes.
(B) desestabilizar o governo e enfraquecer o Judi-
ciário, bem como garantir a impunidade dos cri-
mes cometidos pelos mais pobres.
(C) evitar a concentração de poder e os abusos dos
governantes, bem como proteger as liberdades
individuais dos cidadãos.
(D) estabilizar o governo e fortalecer o Executivo,
bem como liberar as camadas subalternas da
cobrança de impostos.
(E) fortalecer o povo e eliminar os governos, bem
como eliminar as formas de punição considera-
das abusivas.
04 (USF) Conhecido como o século das Luzes ou do
Iluminismo, o século XVIII foi marcado por um movi-
mento do pensamento europeu (ocorrido mais
especificamente na segunda metade do século XVIII)
que abrangeu o pensamento filosófico e gerou uma
grande revolução nas artes (principalmente na litera-
tura), nas ciências, nos costumes, na teoria política e
na doutrina jurídica. O Iluminismo também se distin-
guiu pela centralidade da ciência e da racionalidade
crítica no questionamento filosófico.
Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/
15543/15543_3.pdf>. Acesso em: 12/09/2017.
Tomando como base o contexto abordado, podemos
afirmar corretamente que
(A) o liberalismo econômico deu ênfase à econo-
mia mercantilista, na qual o Estado seria res-
ponsável pela regulamentação de preços e mer-
cados para evitar abusos que prejudicariam a
população.
(B) a Escola Fisiocrata sustentou a ideia de que exis-
tem leis naturais regendo a sociedade, mas que
poderiam ser alteradas pelo bem da humanida-
de, e, além disso, defendeu que a indústria e o
comércio seriam responsáveis pela riqueza de
uma nação.
370
(C) as ideias defendidas por John Locke, na obra O
contrato social, afirmam que o soberano deve
conduzir o Estado de forma democrática, de
acordo com a vontade do povo.
(D) o Despotismo Esclarecido, ligado à associação
entre as ideias das luzes e o poder absolutista
dos reis, foi aplicado com ênfase em todos os
Estados europeus no início do século XVIII, re-
sultando no nascimento de dezenas de monar-
quias parlamentaristas.
(E) o Iluminismo combateu o mercantilismo, o
tradicionalismo religioso herdado da Idade Mé-
dia e a divisão da sociedade em estamentos.
05 (G1 - CPS) Brasília foi inaugurada em 1960, poucos
anos depois do início de sua construção. Planejada
por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, a nova capital do
Brasil foi estruturadaa partir de dois grandes eixos
que se cruzam: o Eixo Rodoviário, em torno do qual
estão as áreas residenciais, e o Eixo Monumental,
onde se localizam os órgãos governamentais e cultu-
rais. Em uma das extremidades do Eixo Monumental,
encontra-se a Praça dos Três Poderes.
O nome dessa praça faz referência à teoria
(A) da divisão das responsabilidades sobre o país
que, com a Constituição de 1891, definiu que o
presidente, os governadores e os prefeitos exer-
ceriam o poder de forma compartilhada.
(B) do Estado tripartido, de origem medieval, que
definia as funções que deveriam ser desempe-
nhadas pela nobreza, pela burguesia e pelos
trabalhadores em benefício da sociedade.
(C) da organização da república, proposta por
Platão, em que o presidente, o povo e os depu-
tados debatem a respeito do funcionamento da
sociedade.
(D) do Estado moderno europeu, segundo a qual o
Senado, a Câmara e a Presidência da Repúbli-
ca exercem os poderes conferidos pela popula-
ção por meio do voto direto e secreto.
(E) da separação dos poderes, proposta por
Montesquieu, em que o Executivo, o Legislativo
e o Judiciário devem exercer os seus poderes
de forma independente e equilibrada entre si.
06 (ESPCEX-AMAN) As ideias iluministas começaram
a circular no Brasil na segunda metade do século XVIII.
Elas refletiram-se em vários campos da atividade e
do conhecimento humano. Assinale, dentre as alter-
nativas abaixo, aquela que apresenta um filósofo deste
período, cujo pensamento incentivou, de forma rele-
vante, a Inconfidência Mineira.
(A) Jean-Jacques Rousseau
(B) Adam Smith
(C) François Quesnay
(D) Vicent de Gournay
(E) Nicolau Maquiavel
07 (UNICAMP)
A ilustração anterior, com Marie Lavoisier representa-
da à direita, foi produzida nas últimas décadas do
século XVIII, e mostra uma experiência para enten-
der a fisiologia da respiração e o papel do oxigênio
nela. Considerando o contexto histórico e o seu co-
nhecimento de química, assinale a alternativa correta.
(A) No século XVIII, Marie Lavoisier, como outras
mulheres, não participava da produção do co-
nhecimento científico. Por outro lado, seu mari-
do, Antoine Lavoisier, ficou famoso pela frase
"na natureza nada se cria, nada se perde, tudo
se transforma", conhecida como a lei de con-
servação da quantidade de matéria.
(B) Revolução Francesa favoreceu cientistas e in-
telectuais franceses independentemente de
suas posições ideológicas e das questões de
gênero. É o caso de Marie Lavoisier e de Antoine
Lavoisier, este último famoso pela frase "na na-
tureza nada se cria, nada se perde, tudo se trans-
forma", conhecida como a lei de conservação
das massas.
(C) No século XVIII, as mulheres participavam da
produção do conhecimento científico. Marie
Lavoisier registrou e publicou muitos dos expe-
rimentos feitos pela equipe de seu marido,
Antoine Lavoisier, famoso pela frase "na natu-
reza nada se cria, nada se perde, tudo se trans-
forma", conhecida como a lei de conservação
das massas.
(D) A Revolução Francesa garantiu às mulheres a
cidadania e a participação na produção do co-
nhecimento científico. Marie Lavoisier registrou
e publicou muitos dos experimentos feitos pela
equipe de seu marido, Antoine Lavoisier, famo-
so pela frase "na natureza nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma", conhecida como
a lei de conservação da quantidade de matéria.
08 (UPF) Entre os séculos XVI e XVIII, ocorreram diver-
sas transformações culturais na Europa ocidental,
muitas delas presentes na sociedade ocidental con-
temporânea.
Sobre essas transformações, leia as seguintes afir-
mações:
I. O Liberalismo econômico, na segunda metade
do século XVIII, criticava o sistema colonial, de-
fendendo a manutenção dos monopólios como
geradores de riqueza da sociedade.
371
II. As grandes revoluções burguesas do século
XVIII refletem, em parte, algumas ideias dos fi-
lósofos iluministas, dentre elas, a de que o Es-
tado não possui poder ilimitado e nada mais é
do que a somatória do poder dos membros da
sociedade.
III. A federalização política é compatível com a de-
mocracia orgânica, portanto, se não houver cen-
tralização e dependência dos poderes ao Exe-
cutivo, não há paz social.
IV. A fim de proteger a economia nacional, cada go-
verno deve intervir no mercado, estimulando as
exportações e restringindo as importações.
V. O Estado, simples guardião da lei, deve interfe-
rir pouco, apenas para garantir as liberdades pú-
blicas e as propriedades dos cidadãos.
Está correto apenas o que se afirma em
(A) I, II e IV.
(B) I, II e V.
(C) I, II e III.
(D) II e IV.
(E) I e III.
01 (FUVEST)
Integrante da poderosa família dos Habsburgos, José
II foi coroado imperador da Áustria em 1765, um dos
mais vigorosos centros da cultura europeia no século
XVIII.
a) A partir de elementos representados na pintura,
aponte e explique duas características das so-
ciedades europeias no período.
b) Explique por que José II é considerado um dés-
pota esclarecido.
02 (FUVEST)
Esta planta foi elaborada no contexto da nova política
estabelecida pela Coroa portuguesa para suas pos-
sessões na América, durante o chamado período
pombalino (1750-1777). A partir dela,
a) identifique dois elementos que contrastam a or-
ganização espacial das comunidades indígenas
com a organização espacial proposta pelos po-
deres coloniais;
b) descreva as principais diretrizes políticas e cul-
turais do projeto pombalino para a população
indígena da América.
03 (FUVEST) A construção da modernidade econômica
no Ocidente teve como elementos determinantes a
aquisição de características mentais e sociais total-
mente estranhas ao mundo greco-romano: uma árdua
e longa reapropriação civil do trabalho e a invenção
de uma relação nunca antes experimentada entre tra-
balho dependente e liberdade pessoal, seja nas
cidades que renasciam, seja nos campos depois do
feudalismo. E também uma reconquista da dimensão
física da natureza - matéria e movimento, em um novo
quadro de experiências e conceitos - como condição
para uma aliança entre inteligência e produtividade,
entre conhecimento científico, saberes artesanais e
inovações tecnológicas.
Aldo Schiavone, Uma História rompida.
Roma Antiga e Ocidente Moderno.
A partir do texto,
a) caracterize a relação entre trabalho e "liberda-
de pessoal" na Antiguidade Clássica;
b) compare a natureza do conhecimento científico
e das inovações tecnológicas do mundo greco-
romano com a do mundo moderno.
Projeto de novo aposento para os índios
da Aldeia de São Miguel, na margem do
rio Guaporé, feito no mês de dezembro de 1765
372
O TEXTO A SEGUIR É REFERÊNCIA PARA A QUESTÃO
A SEGUIR.
Eu chamo, pois, república todo Estado regido por leis,
independente da forma de administração que possa ter;
porque então somente o interesse público governa, e a coi-
sa pública algo representa. Todo governo legítimo é repu-
blicano (...). As leis não são propriamente senão as condi-
ções de associação civil. O povo, submetido às leis, deve
ser o autor das mesmas; compete unicamente aos que se
associam regulamentar as condições da sociedade.
Rousseau, Jean-Jacques. Do contrato social. versão para
E-Book, <eBookBrasil.com>.
Tradução Rolando Roque da Silva. p. 54.
04 (UFPR) Durante o século XVIII, foi se constituindo
uma corrente de pensamento chamada iluminismo.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) era um dos
seus mais importantes representantes. Escreva um
texto sobre o iluminismo, comentando três represen-
tantes contemporâneos de Rousseau e três das
propostas mais importantes desse movimento intelec-
tual.
05 (UERJ)
Na pintura de Pompeo Batoni, de 1769, estão repre-
sentados dois imperadores austríacos do Antigo
Regime: José II e seu irmão Leopoldo II. No detalhe,
pode-se observar um exemplar em francês do livro O
espírito das leis, de Montesquieu, expoente da Ilus-
tração ou Iluminismo. A presença do livro na pintura
não é meramente decorativa, mas revela modos e
práticas de governo adotados por diversos Estados
europeus no século XVIII.
Nomeie esse modo de governar. Em seguida,apre-
sente uma ação promovida por monarquias europeias
que empreenderam tais práticas.
O período que vai do final do século XVII até o início
do século XIX foi marcado por importantes transformações
na economia européia. Tendo a Inglaterra como pioneira, a
Europa passou por um processo de grandes inovações téc-
nicas e o desenvolvimento de uma nova organização da
produção, lançando as bases da industrialização do mun-
do contemporâneo. O emprego em larga escala das novas
máquinas e tecnologias e a divisão do trabalho dentro da
nova lógica fabril revolucionariam para sempre o Capitalis-
mo europeu.
Fábrica inglesa do século XVIII
O PIONEIRISMO INGLÊS
A Inglaterra reunia algumas condições físicas que fa-
voreceram seu pioneirismo no processo de industrialização
a começar pelo fato de que o território inglês é coberto por
uma extensa rede de rios navegáveis, o que foi decisivo
como meio de transporte, sobretudo de matérias-primas e
produtos pesados. Desta forma, a rede fluvial que abrangia
boa parte do território inglês funcionou como meio de
integração de diferentes áreas, contribuindo decisivamen-
te para a industrialização. Além disso, o subsolo inglês, rico
em minérios e carvão, forneceu elementos fundamentais
para sustentar o avanço do processo industrial.
Porém, para além das vantagens naturais, o proces-
so histórico da Inglaterra deu ao país condições de
aproveitar esses recursos em proveito da industrialização.
As revoluções burguesas do século XVII colocaram a bur-
guesia no poder político, livre das amarras do Absolutismo
Monárquico. Esse quadro permitiu à burguesia criar uma
legislação em prol do avanço industrial e também um maior
acúmulo de capitais (acúmulo este que já ocorria desde os
tempos mercantilistas, quando a busca por uma balança
comercial favorável estimulou a produção manufatureira),
uma vez que se libertara dos abusivos impostos do período
absolutista. Somou-se a este quadro a intensificação dos
cercamentos (enclousures) que já aconteciam há tempos no
meio rural inglês. Os cercamentos de terras comuns expul-
savam os camponeses para a cidade, liberando mão-de-obra
para as nascentes indústrias e permitindo cada vez mais a
organização do espaço rural em sua função. Um exemplo
disso foi o crescimento dos rebanhos de ovelhas, que for-
neciam a lã para a atividade têxtil. Porém, muitos
camponeses empobrecidos perdiam suas terras nesse pro-
cesso, conforme registrou ironicamente o escritor inglês
Thomas Morus:
PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 02:
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
373
Também merece destaque o fato de que a Inglaterra
foi o principal destino para onde migraram habilidosos e
experientes tecelões da região de Flandres (na atual Bélgi-
ca), que passou por guerras intensas no século XVI. Essa
região era então uma referência nas manufaturas têxteis e
a migração forçada acabou levando para a Inglaterra as
técnicas que caracterizavam a tradicional produção de
Flandres.
Por fim, os ingleses se beneficiaram de algumas van-
tagens obtidas política ou militarmente. O tratado de
Methuen, assinado em 1703 com Portugal, facilitava a en-
trada das manufaturas têxteis da Inglaterra em Portugal e
suas colônias, criando um mercado cativo e intensificando
a dependência lusitana com os ingleses. Além disso, a vitó-
ria inglesa sobre a França na Guerra dos Sete anos em
1763, abriu mercados e permitiu a expansão colonial britâ-
nica para áreas como o atual território canadense, ampliando
cada vez mais o alcance do comércio inglês.
OS FRUTOS DA REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
O avanço da ciência no século XVII, proporcionou o
surgimento de diversas inovações tecnológicas na produ-
ção ao longo do século XVIII, intensificando a mecanização
do setor têxtil. A máquina a vapor de James Watt, consi-
deravelmente mais avançada que a de seus antecessores,
permitiu o melhor aproveitamento de inventos como a má-
quina de fiar e o tear mecânico. Esses inventos ampliavam
a produção e aumentavam os lucros que eram
direcionados para o desenvolvimento de tecnologias ain-
da mais modernas.
O setor de transportes também sofreu uma verdadei-
ra revolução ao longo desse processo. O desenvolvimento
da metalurgia e a energia a vapor, permitiram o surgimento
de novas locomotivas e navios que integravam ainda mais
o território (áreas fornecedoras de matérias-primas, indús-
trias e mercados consumidores) e facilitavam o escoamento
da produção industrial.
A locomotiva a vapor, uma revolução
no setor de transportes
Thomas Morus
O SIGNIFICADO SOCIAL DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A condição de vida e trabalho do operariado durante
essa revolução industrial é um capítulo à parte. O avanço
da industrialização promovia paralelamente um crescimen-
to da vida urbana, redefinindo a paisagem e reorganizando
a sociedade em novas e antagônicas classes sociais: a bur-
guesia, detentora dos meios de produção, desejosa de
ampliar seus lucros, e o proletariado, trabalhadores das fá-
bricas que tinham na venda de sua força de trabalho os
únicos meios de sobrevivência, que experimentando uma
crescente exploração.
Os cercamentos haviam expulsado muitos campo-
neses das terras coletivas, obrigando-os a buscar trabalhos
na nova realidade urbana e industrial. Por sua vez, o avan-
ço da industrialização impedia, pela impossibilidade de
concorrência com as nascentes fábricas, que os velhos
artesãos continuassem suas atividades. A maioria acabou
se sujeitando a uma nova divisão do trabalho, que lhes
tirava a capacidade de produzir o bem até o final, alienan-
James Watt, o homem que alavancou a
 revolução industrial ao aperfeiçoar em 1765
 a máquina a vapor de Thomas Newcomem
Assim como o navio a vapor, desenvolvido
por Robert Fulton
“Os carneiros, antes animais tão delicados e inofen-
sivos, em minha terra tornaram-se devoradores de
homens.”
MORUS, Thomas. A Utopia. Tradução: Paulo Neves.
Porto Alegre: L&PM Editores, 1ª Ed. 1997.
374
Ação de operários luditas, destruindo
as máquinas em sinal de protesto.
do os trabalhadores do produto de seu trabalho. Os que
não viravam meros fornecedores de lã ou algodão para as
grandes indústrias, acabavam trabalhando em condições
precárias nas minas, ou engrossavam as fileiras de ope-
rários nas fábricas. Lá, invariavelmente, se submetiam a
longas e repetitivas jornadas de trabalho e baixíssimos
salários que não lhes permitiam outra condição de sobre-
vivência que não fossem os precários bairros e vilas
operárias. É fundamental lembrarmos que muitos davam
preferência a uma mão de obra feminina, por ser mais
barata e considerada menos propensa a atos de rebeldia,
além da freqüente existência de exploração do trabalho
infantil. Esse quadro fez com que muitos homens perdes-
sem seus empregos.
Diante desse quadro, uma boa parte dos operários
caía no alcoolismo, prostituição ou se acidentavam pela
exaustão. Muitos outros começaram uma série de lutas
operárias por melhores condições. Seja através da organi-
zação coletiva do Sindicalismo (e das greves por ele
articuladas), da destruição de máquinas promovidas pelos
luditas ou da tentativa de reformas pela via política, como
defendeu o movimento cartista (que enviava ao parlamento
petições populares exigindo uma intervenção do Estado na
situação operária, legislando de modo a dar garantias aos
trabalhadores e reduzindo a exploração sobre os operári-
os). Os operários nunca foram passivos diante dessa
exploração. Essa luta entre as classes burguesas e operá-
rias evoluiu, no século XVIII, para novas propostas de
organização e novas teorias, reformistas e revolucionárias.
Charge representando o movimento cartista inglês, que
enviava petições populares ao parlamento exigindo
melhores salários, redução da jornada de trabalho, fim da
exploração do trabalho infantil e da mulher,além da adoção
do voto universal masculino, que daria a possibilidade de
os operários elegerem seus representantes políticos, o que
era impossível com o vigente voto censitário.
01 (UEM) Assinale o que for correto sobre a Revolução
Industrial.
01) A máquina a vapor criada por James Watt usa-
va carvão mineral como combustível e foi um
marco do período.
02) Caracterizou-se por crescente aumento da cir-
culação de pessoas em função da expansão da
rede de transportes por vias férrea e marítima.
04) O bonde movido a eletricidade foi o principal
meio de transporte de mercadorias do período
em questão.
08) O eixo central do capitalismo migrou do que foi
conhecido como mercantilismo para uma eco-
nomia baseada na produção de mercadorias
realizada por operários assalariados.
16) Na Inglaterra, a Revolução Industrial se iniciou
pelo tradicional setor químico.
02 (UEPG) O século XIX foi marcado pelo avanço do
capitalismo industrial e pelo surgimento de uma clas-
se social típica desse período histórico: a classe
operária. A respeito desse tema, assinale o que for
correto.
01) Apesar de serem empregados como operários
nas fábricas inglesas, o tratamento dispensado
às mulheres e crianças era diferenciado. Desde
o início da industrialização, já havia uma legis-
lação que estabelecia uma série de direitos para
ambos os grupos.
02) O Ludismo, movimento que teve origem na In-
glaterra, defendia a quebra de máquinas, por
parte dos operários, como forma de
enfrentamento aos efeitos sociais da industriali-
zação.
04) Os negros trazidos como escravos da África an-
tes do século XIX foram os primeiros operários
utilizados pelos ingleses em suas fábricas.
08) A baixa remuneração e as péssimas condições
de trabalho nas fábricas foram motivos que con-
tribuíram para a organização e para a formação
dos sindicatos ligados à classe operária.
03 (UEM) No século XVIII ocorreram diversas mudan-
ças que se manifestaram na economia, na política e
também no campo social. Especialmente na Europa,
sobretudo na Inglaterra, vivia-se um momento de for-
te desenvolvimento econômico e tecnológico que se
convencionou chamar de Revolução Industrial.
Sobre esta revolução, assinale a(s) alternativa(s)
correta(s).
01) Inicialmente, ocorreu na Inglaterra por diversos
fatores, entre os quais a riqueza do seu solo (fer-
ro, carvão etc.), os cercamentos ("enclousures"),
a Revolução Gloriosa.
02) A rotina de trabalho dos operários das fábricas
era de oito horas diárias e os ambientes onde
as atividades se realizavam eram asseados e
organizados. Os trabalhadores eram amparados
por direitos trabalhistas como férias, horas ex-
tras e descanso semanal remunerado.
375
04) A utilização dos trabalhos feminino e infantil era
uma das opções empregadas pelos industriais
com o objetivo de baratear os custos de produ-
ção das mercadorias, uma vez que os salários
pagos eram bem menores que os dos homens.
08) Na era industrial, houve o parcelamento e a di-
visão do trabalho. O trabalhador perdeu a visão
global do processo de produção, passando a ser
o responsável por apenas uma parte do ciclo
produtivo de uma mercadoria.
16) Na cidade, os bairros proletários eram bem or-
ganizados e se destacavam por alamedas lar-
gas e funcionais e por infraestrutura com redes
de esgoto, de energia e de água tratada.
04 (UEPG) Fenômeno histórico caracterizado por uma
série de mudanças concomitantes que ocorreram na
Europa entre os séculos XVIII e XIX, a Revolução In-
dustrial lançou as bases do mundo contemporâneo e
provocou profundas transformações científico-
tecnológicas, econômicas, culturais e sociais. A
respeito desse tema, assinale o que for correto.
01) Inovações no campo das comunicações (como
a invenção do telégrafo) e dos transportes (como
a criação dos navios a vapor e o desenvolvi-
mento do sistema ferroviário) ampliaram o po-
tencial comercial entre os países europeus e
também destes com as regiões periféricas.
02) Descobertas nos campos da física (como as leis
da termodinâmica), da química (como os fertili-
zantes e a nitroglicerina) e da biologia (como a
anestesia e as vacinas) tiveram implicação di-
reta na ampliação do conhecimento sobre as
potencialidades da terra, o funcionamento do
universo e a manutenção da vida humana.
04) As obras de escritores clássicos da literatura
europeia, como o francês Victor Hugo e o britâ-
nico Charles Dickens, buscaram retratar os efei-
tos sociais da Revolução Industrial. Apologistas
desse processo, Hugo e Dickens tornaram-se
intérpretes da perspectiva burguesa de socie-
dade.
08) Baixos salários, condições precárias de mora-
dia e higiene, falta de leis trabalhistas, expecta-
tiva de vida baixa. Essas eram as condições a
que o operariado europeu (em especial o inglês)
esteve submetido durante boa parte da Revolu-
ção Industrial.
16) Ludismo e cartismo foram movimentos criados
pelos grandes industriais ingleses logo no início
da Revolução Industrial e tinham como objetivo
difundir as inovações tecnológicas originárias
desse processo.
05 (UEPG) O nascimento da classe operária na Ingla-
terra do século XVIII é considerado um dos maiores
fenômenos sociais da contemporaneidade. A respei-
to desse tema, assinale o que for correto.
01) Na medida em que os trabalhadores se organi-
zam e adquirem consciência de sua condição
de classe no sistema capitalista, a ideia de rup-
tura social torna-se cada vez mais forte entre
eles.
02) Literatura corrente entre muitos trabalhadores
do século XIX, O Manifesto Comunista, escrito
por Marx e Engels, reafirmava a condição natu-
ral dos trabalhadores na ordem capitalista e pro-
punha a manutenção do modelo social vigente.
04) O desenvolvimento de um modelo de produção
baseado em grandes estruturas fabris levou a
uma forte demanda por mão de obra e, parale-
lamente, contribuiu para a concentração de tra-
balhadores e para a formação da classe operá-
ria.
08) Em decorrência do grande número de greves,
protestos e manifestações violentas pedindo a
ampliação de direitos sociais e trabalhistas, a
classe operária foi, paulatinamente, sendo subs-
tituída por artesãos nas grandes fábricas ingle-
sas do século XIX.
16) O ludismo e o cartismo foram movimentos liga-
dos à classe operária inglesa que se caracteri-
zaram pela negação ao conflito e pela defesa
do diálogo e da negociação com os industriais.
06 (UEPG) O termo Revolução Industrial é usado para
expressar a transformação do sistema de produção e
das relações de trabalho que se deram a partir da
Inglaterra em meados do século XVIII. Sobre o tema,
assinale o que for correto.
01) Fordismo, Cartismo e Taylorismo foram algumas
das correntes anti-industriais que tiveram origem
entre os trabalhadores ingleses dos séculos
XVIII e XIX. Contrárias à ideia das linhas de
montagem, tais correntes defendiam a volta das
formas pré-capitalistas de produção.
02) Ao longo do século XVIII, as colônias de potên-
cias europeias desempenharam um papel fun-
damental no arranco da Revolução Industrial.
Mercados produtores potenciais, as regiões co-
loniais concentraram um grande número de in-
dústrias bancadas pelo capital europeu, as quais
receberam a denominação de multinacionais.
04) Juntamente com a máquina a vapor, a eletrifi-
cação se constituiu como elemento essencial
na origem da Revolução Industrial. Desde os
primórdios das grandes mudanças tecnológicas,
a energia elétrica se constituiu na principal for-
ça motriz das fábricas inglesas.
08) O artesanato e a manufatura são formas de pro-
dução que antecederam a Revolução Industrial
e diferiam desta no que respeitam ao espaço
físico da produção, as etapas produtivas e as
relações de trabalho entre os personagens en-
volvidos.
16) A Revolução Industrial concentrou os trabalha-
dores em fábricas e trouxe uma mudança radi-
cal no caráter do trabalho na medida em que os
meios de produção (instalação, máquinas, ma-
térias-primas) passaram a se concentrar nas
mãos dos capitalistas (industriais).
376
07 (UEM) O Período Moderno da história do ocidente
viveu um processode intensas transformações em
todos os aspectos da vida social e da vida privada.
Sobre a economia do mundo ocidental na Época Mo-
derna, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Na Inglaterra, predominou, do século XV ao XIX,
a produção manufatureira. Caracterizada pela
utilização de máquinas, a manufatura libertou a
produção dos limites da força e da agilidade dos
trabalhadores.
02) A centralização política, que resultou no
surgimento das monarquias nacionais, tornou
possível uma maior intervenção dos reis na vida
social, com o estabelecimento de regras, práti-
cas e ações, inclusive na economia.
04) O Mercantilismo foi um conjunto de práticas, nor-
mas e ações adotadas pelos estados nacionais
modernos que visavam à obtenção e ao acúmulo
de riquezas. A adoção dessas práticas e nor-
mas contribuiu para o fortalecimento do poder
régio.
08) O protecionismo, uma das práticas mais disse-
minadas entre as monarquias modernas, tinha
como objetivo claro e declarado obstaculizar o
desenvolvimento do capitalismo e favorecer a
nobreza feudal.
16) A Inglaterra, na Época Moderna, adotou medi-
das para estimular o desenvolvimento da frota
naval e da marinha mercante e para incentivar
a produção manufatureira.
08 (UEM) Sobre a primeira Revolução Industrial, ocorri-
da na Europa entre a segunda metade do século XVIII
e meados do século XIX, assinale a(s) alternativa(s)
correta(s).
01) A industrialização da segunda metade do sécu-
lo XVIII iniciou-se na Inglaterra com a mecani-
zação do setor têxtil, cuja produção tinha am-
plos mercados.
02) A mecanização da produção acelerou o êxodo
rural, o crescimento urbano e a formação de uma
classe operária.
04) Com a Revolução Industrial ocorreu um desen-
volvimento do operariado urbano que passou a
se associar em organizações trabalhistas, como
as trade unions da Inglaterra.
08) O aumento da oferta de empregos para mão de
obra desqualificada promoveu, no século XIX,
um aumento da imigração dos moradores dos
países latino-americanos para os países euro-
peus que estavam se industrializando.
16) A localização geográfica dos Estados Unidos de-
terminou o pioneirismo deste país na Revolu-
ção Industrial, pois, situado no hemisfério nor-
te, sua produção industrial atingiu rapidamente
o mercado do Reino Unido.
01 (UPF) Na Declaração de Independência dos Esta-
dos Unidos da América, em 1776, os colonos, na
escrita de Thomas Jefferson, registraram:
"Estas colônias unidas são, e têm o direito a ser, Es-
tados livres e independentes e toda ligação política
entre elas e a Grã-Bretanha já está e deve estar total-
mente dissolvida."
É correto dizer que a afirmação de liberdade e inde-
pendência presente no documento está relacionada:
(A) ao interesse das colônias do Norte de se sepa-
rarem das colônias do Sul, em função dos en-
traves que a organização social escravista sulina
criava ao desenvolvimento capitalista.
(B) à vontade dos colonos norte-americanos de se
aliarem com a França revolucionária, que lhes
oferecia oportunidades mais promissoras para
as trocas comerciais.
(C) ao propósito dos colonos de alcançar a autono-
mia política, embora preservando o monopólio
comercial, que favorecia a economia das colô-
nias do Norte.
(D) à formalização de uma separação política que,
na prática, já existia, como comprova a liberda-
de comercial da qual gozavam tanto as colôni-
as do Norte quanto as do Sul.
(E) à reação dos colonos norte-americanos, base-
ada nas ideias dos filósofos iluministas, contra
a tentativa de reforçar as medidas de explora-
ção colonial impostas pela Inglaterra.
02 (FGV) (...) Nós temos essas verdades como eviden-
tes por si mesmas: que todos os homens nascem
iguais; que o seu Criador os dotou de certos direitos
inalienáveis, entre os quais a Vida, a Liberdade e a
procura da Felicidade; que para garantir esses direi-
tos, os homens instituem entre eles Governos, cujo
justo poder emana do consentimento dos governa-
dos; que, se um governo, seja qual for a sua forma,
chega a não reconhecer esses fins, o povo tem o di-
reito de modificá-lo ou de aboli-lo e de instituir um
novo governo, que fundará sobre tais princípios e de
que ele organizará os poderes segundo as formas que
lhe parecem mais próprias para garantir a sua Segu-
rança e a sua Felicidade.
(Declaração de Independência dos Estados
Unidos da América do Norte, 04 de julho de 1776
apud Gustavo de Freitas, 900 textos de História. p. 60)
Segundo o documento, é correto afirmar que
(A) a separação das 13 colônias inglesas da metró-
pole foi ilegítima, uma vez que os sagrados la-
ços coloniais não foram rompidos, isto é, o Anti-
go Sistema Colonial assimilou os princípios
iluministas.
(B) o rompimento dos laços políticos e econômicos
com a metrópole baseou-se nos princípios
iluministas e deu às ex-colônias o direito de se-
rem Estados livres, com o consentimento dos
governados.
377
(C) a quebra das relações entre as 13 colônias e a
metrópole tem a sua legitimidade baseada nos
princípios do Antigo Sistema Colonial, isto é, na
Igualdade, na Liberdade e na Felicidade.
(D) os princípios iluministas fundados na Vida, Li-
berdade e procura da Felicidade sustentam os
novos Estados livres e independentes com o
consentimento da elite da metrópole.
(E) os direitos inalienáveis como a Vida, a Liberda-
de e a procura da Felicidade referem-se tanto
ao povo das colônias como ao povo da metró-
pole, preservando assim os sagrados vínculos
coloniais.
03 (PUCRJ) Os parágrafos que se seguem foram extra-
ídos do documento "Declaração de Independência dos
Estados Unidos", assinado pela unanimidade dos re-
presentantes políticos das Treze Colônias, no
Segundo Congresso Continental no ano de 1776.
"Quando no decurso da História do Homem se torna
necessário um povo quebrar os elos políticos que o
ligavam a outro e assumir, de entre os poderes terre-
nos, um estatuto de diferenciação e igualdade ao qual
as Leis da Natureza e do Deus da Natureza lhe con-
ferem o direito, o respeito que é devido perante as
opiniões da Humanidade exige que esse povo decla-
re as razões que o impelem à separação. (...)
(...) o Povo tem direito a (...) instituir um novo gover-
no, assentando os seus fundamentos nesses
princípios e organizando os seus poderes do modo
que lhe pareça mais adequado à promoção de sua
Segurança (...)."
http://www.infopedia.pt/$declaracao-de-
independencia-dos-estados
Assinale a alternativa que corresponde CORRETA-
MENTE ao conjunto de ideias e ideais relacionados à
época histórica tratada pelo documento.
(A) O liberalismo enquanto doutrina defendia a me-
nor intervenção possível do Estado na condu-
ção política da sociedade.
(B) O racionalismo científico renascentista atribuía
ao homem o poder de conhecimento e interven-
ção tanto na natureza como na condução políti-
ca das sociedades.
(C) O nacionalismo partia do pressuposto de que a
lealdade do indivíduo ao Estado-nação deveria
estar acima dos interesses pessoais ou dos in-
teresses de determinados grupos.
(D) O Iluminismo defendia, de modo geral, a ideia
de que o Estado deveria assegurar ao Homem
o direito de expressar sua consciência de forma
autônoma, bem como os direitos inalienáveis à
vida e à busca da felicidade.
(E) As doutrinas sociais emergentes do contexto da
sociedade industrial pregavam a ampliação da
participação política à classe operária, além de
melhores condições de vida para a mesma.
04 (UPE) A passagem do século XVIII para o XIX foi
marcada por um desequilíbrio nas relações entre a
Europa e o Novo Mundo. As lutas políticas na Améri-
ca estavam ligadas à resistência contra a colonização
europeia e às influências das ideias liberais. Sobre
essa crise do Antigo Regime e suas implicações na
América, assinale a alternativa CORRETA.
(A) A Guerra de Independência dos Estados Uni-
dos acirrou as tensões políticas pré-existentes
entre a França e a Inglaterra, servindo de palco
para um confronto indireto entre essas duas
nações.
(B) As tensões políticas entre a Espanha e suas co-
lônias na América acabaram por reestruturaro
império espanhol que, mediante as reformas
bourbonianas, conseguiu manter seu poderio na
América, até o final do século XIX.
(C) As relações entre Portugal e a América Portu-
guesa só se agravaram após a transmigração
da família real para o Brasil em 1808, fugindo
da invasão napoleônica.
(D) A Guerra do Paraguai, envolvendo Brasil, Por-
tugal, Paraguai, Espanha e Inglaterra, é fruto di-
reto desse contexto.
(E) As Conjurações Baiana e Mineira, ocorridas no
início do século XIX, são reflexos desse quadro
de desequilíbrio político entre Portugal e sua co-
lônia na América.
05 (UFSJ) A respeito da Independência dos Estados Uni-
dos da América, é CORRETO afirmar que ela
(A) derivou de um processo de negociação pacífica
entre a Grã-Bretanha e suas treze colônias da
América do Norte, instalou uma república na qual
todos os cidadãos adultos tinham direito a voto
e manteve a escravidão.
(B) derivou de um processo de negociação pacífica
entre a Grã-Bretanha e suas treze colônias da
América do Norte, instalou uma república na qual
só os grandes proprietários tinham direito a voto
e manteve a escravidão.
(C) derivou de uma guerra entre a Grã-Bretanha e
suas treze colônias da América do Norte, insta-
lou uma monarquia constitucional que imitava o
regime britânico e eliminou a escravidão.
(D) derivou de uma guerra entre a Grã-Bretanha e
suas treze colônias da América do Norte, insta-
lou uma república na qual boa parte dos cida-
dãos adultos tinha direito a voto e manteve a
escravidão.
06 (UFSJ) Entre os processos políticos citados abaixo,
aquele que instaurou um regime republicano funda-
mentado em princípios liberais como a eleição do
chefe de Estado e a defesa da propriedade privada
foi a
(A) Revolução Gloriosa na Inglaterra, em 1688.
(B) Independência dos Estados Unidos da Améri-
ca, em 1776.
(C) Independência do Brasil, em 1822.
(D) Revolução Russa, em 1917.
378
07 (ESPM) Em 1773, procurando aliviar as dificuldades
financeiras da Companhia das Índias Orientais, o go-
verno britânico concedeu-lhe o monopólio do chá nas
colônias. Os colonos reagiram e disfarçados de índi-
os, patriotas de Boston, abordaram navios que
transportavam chá, lançando a mercadoria nas águas
do porto.
(H. C. Allen. História dos Estados Unidos da América)
A ação descrita pelo texto levou o parlamento britâni-
co a promulgar, em 1774, as Leis Coercitivas ou, como
foram chamadas pelos colonos, Intoleráveis. Tais leis:
(A) lançavam impostos sobre vidro e corantes;
(B) interditavam o porto de Boston até que fosse
pago o prejuízo causado pelos colonos;
(C) proibiam a emissão de papéis de crédito na co-
lônia que, até então, eram usados como moe-
da;
(D) impunham aos colonos os custos do alojamen-
to e fornecimento de víveres para as tropas bri-
tânicas enviadas para a colônia;
(E) enfraqueceram a autoridade do governador de
Massachusetts.
08 (UFRGS) Considere o enunciado abaixo e as três
propostas para completá-lo.
A Independência das treze colônias inglesas na costa
leste da América está inserida na conjuntura das re-
voluções atlânticas. A declaração da independência
dessas col ônias sustentava que
1. todos os homens nascem iguais, sendo dota-
dos de direitos inalienáveis, como a vida, a li-
berdade e a aspiração à felicidade.
2. a origem de todo o poder reside no povo, ca-
bendo a ele a organização de seu próprio go-
verno.
3. os direitos inalienáveis deveriam ser estendidos
a toda população, extinguindo-se a escravidão
e o extermínio dos índios.
Quais propostas estão corretas?
(A) Apenas 1.
(B) Apenas 2.
(C) Apenas 3.
(D) Apenas 1 e 2.
(E) 1, 2 e 3.
Sobre esse tema, faça o que se pede.
a) Que contexto socioeconômico permitiu o
surgimento da classe operária inglesa e qual
fenômeno caracteriza seu amadurecimento
como movimento social?
b) Cite três conquistas decorrentes da organiza-
ção dos operários na primeira metade do sécu-
lo XIX na Inglaterra.
02 (UEL) Leia os textos a seguir.
O reino recém-unido da Grã-Bretanha estava emer-
gindo como uma potência europeia, intelectual, militar
e comercial. Newton era reconhecido como o gênio
supremo da época, enquanto a Royal Society de Lon-
dres era vista como seu árbitro científico supremo.
Locke estava fundando a Filosofia empírica e promul-
gando as ideias políticas liberais que, na altura do fim
do século, seriam corporificadas na constituição ame-
ricana. Enquanto isso, Robinson Crusoé, de Defoe, e
As Viagens de Gúliver, de Swift, satisfaziam, cada um
à sua maneira, a fome de aventuras estrangeiras do
público. Essa era uma nação autoconfiante, experi-
mentando os primeiros rebuliços do que viria a ser a
Revolução Industrial - a máquina a vapor já estava
sendo usada nas minas da Cornualha.
(STRATHERN, P. Uma Breve História da Economia.
Rio de Janeiro: Zahar, 2003. p.62.)
Há hoje, nas planícies da Índia e da China, homens e
mulheres, infestados por pragas e famintos, vivendo
pouco melhor, aparentemente, do que o gado que tra-
balha com eles de dia e que compartilha seu local de
dormir à noite. Esse padrão asiático, e esses horro-
res não mecanizados, é o destino daqueles que
aumentam seus números sem passar por uma revo-
lução industrial.
(ASHTON, T. S. The Industrial Revolution, 1760-1830.
 London: Oxford University Press, 1948. p.161.)
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o
tema, responda aos itens a seguir.
a) Explique o contexto histórico da Revolução In-
dustrial.
b) Situe o posicionamento dos autores desses tex-
tos quanto a esse evento histórico.
03 (UFPR) Leia o excerto de texto escrito pelo anarquis-
ta Neno Vasco (1878-1920), na edição de Primeiro de
Maio de 1914 do jornal brasileiro "A Voz do Trabalha-
dor":
"Eis a festa do 1º de Maio, isto é, a manifestação pro-
letária que a inconsciência de uns, a astúcia e
velhacaria de outros e a cumplicidade de todos redu-
ziram em tantas partes a uma absurda 'festa do
trabalho', como lhe chamam os burgueses compla-
centes. (…) Vós, só o podereis festejar quando
tiverdes conquistado. E é dessa conquista que se tra-
ta, tanto no 1º de Maio como nos outros dias."
(Neno Vasco. O Significado do 1º de Maio. In: A Voz do
Trabalhador, Ano VII, números 53-64, 1º de maio de 1914) -
<http://passapalavra.info/2009/09/11694>.
Discorra sobre o sentido original do Primeiro de Maio
no final do século XIX e explique as razões da indig-
nação expressa no texto acima.
01 (UFU) "Nos anos entre 1780 e 1832, os trabalhado-
res ingleses, em sua maioria, passaram a se identificar
uns com os outros e contra seus dirigentes e empre-
gadores. Essa classe dirigente estava, ela própria,
muito dividida, e de fato só conseguiu maior coesão
nesses mesmos anos porque certos antagonismos se
dissolveram (ou se tornaram relativamente insignifi-
cantes) frente a uma classe operária insurgente."
THOMPSON, E. P. A Formação da Classe
Operária Inglesa: a Árvore da Liberdade.
Rio de Janeiro: Paz e Terra,2004. p.12. (Adaptado)
379
04 (UNESP) Sob qualquer aspecto, este [a Revolução
Industrial] foi provavelmente o mais importante acon-
tecimento na história do mundo, pelo menos desde a
invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado
pela Grã-Bretanha. É evidente que isto não foi aci-
dental.
(Eric Hobsbawm.
A era das revoluções: 1789-1848, 1986.)
Aponte dois fatores que justifiquem a importância dada
pelo texto à Revolução Industrial e indique dois moti-
vos do pioneirismo britânico.
05 (UNESP)
Noite após noite, quando tudo está tranquilo
E a lua se esconde por trás da colina,
Marchamos, marchamos para realizar nosso desejo.
Com machado, lança e fuzil!
Oh! meus valentes cortadores!
Os que com golpes fortes
As máquinas de cortar destroem.
Oh! meus valentes cortadores! (...).
(Canção popular inglesa do início do século XIX.
Citada por: Luzia Margareth Rago e Eduardo F. P. Moreira.
O que é Taylorismo, 1986.)
A canção menciona os "quebradores de máquinas",
que agiram em muitas cidades inglesas nas primei-
ras décadas da industrialização. Alguns historiadores
os consideram "rebeldes ingênuos", enquantooutros
os veem como "revolucionários conscientes". Justifi-
que as duas interpretações acerca do movimento.
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PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 03:
A REVOLUÇÃO AMERICANA
• INDEPÊNDENCIA DAS TREZE COLÔNIAS INGLESAS NA
AMÉRICA
Ao contrário do que muitos pensam, a Revolução Fran-
cesa, iniciada em 1789, não foi a primeira grande revolução
iluminista ocorrida no final do século XVIII. Já em 1776,
quando foi assinada a declaração de independência, as tre-
ze colônias inglesas na América romperam com os grilhões
coloniais e mercantilistas, inspirando diversas outras regi-
ões coloniais nos anos seguintes.
Abaixo, a bandeira que simbolizava a colonização in-
glesa nas 13 colônias, e a primeira bandeira das treze
colônias independentes.
ANTECEDENTES
Como vimos, o modelo de colonização inglesa na
América, sobretudo na porção norte, foi marcado por um
relativo distanciamento com relação ao colonialismo clás-
sico. As colônias gozavam de considerável autonomia até
meados do século XVIII, quando ocorreram os conflitos
relacionados à Guerra dos Sete Anos (1756-1763), opon-
do França e Inglaterra pelo controle de áreas e rotas
comerciais em diversas partes do mundo, inclusive a
América. Ao final do conflito, a Inglaterra, apesar de vito-
riosa, estava atolada em dívidas, e promoveu uma
importante mudança na sua política de administração das
treze colônias americanas, introduzindo taxas e mono-
pólios que enterravam de vez a autonomia colonial de
tempos anteriores. É possível aqui percebermos que o
discurso liberal e de livre comércio adotado pelos britâni-
cos após as revoluções burguesas do século XVII muitas
vezes não passava de um discurso, cujo objetivo era enfra-
quecer os impérios rivais.
380
Ao final da guerra diversas áreas haviam sido toma-
das dos franceses, e os colonos ambicionavam ocupá-las.
Porém, um decreto real impediu que essa ambição se con-
cretizasse, já que a coroa estabeleceu o monopólio sobre
essas terras, com o objetivo de negociá-las com comerci-
antes ingleses. A partir daí seguiram-se diversos impostos
que atingiam diretamente a vida dos colonos, como a Lei
do Açúcar de 1764, que taxava o açúcar importado das An-
tilhas pelos colonos, e a lei do Selo em 1765, que estabelecia
uma taxação sobre documentos, certidões, jornais e de-
mais publicações impressas na colônia. Seguiram-se ainda
leis coercitivas, que geraram diversos protestos contra o
governo inglês, por parte dos colonos, como a lei que obri-
gava-os a oferecer abrigo em suas propriedades aos
soldados ingleses e os atos Towshend, de 1767, que taxa-
vam diversos outros produtos importados pelos colonos.
Os colonos reagiram intensificando a pirataria e os protes-
tos também se radicalizaram, levando episódios como o
Massacre de Boston, em que cinco colonos foram mortos
durante um protesto contra os novos impostos. Inspirados
pelos discursos liberais e iluministas, os colonos não se
sentiam obrigados a cumprir leis das quais não participa-
ram da formulação, uma vez que o parlamento britânico
não tinha representantes das colônias.
Gravura simbolizando o Massacre de Boston
A revolução se aproximou definitivamente em 1773,
quando passou a vigorar a lei do chá, que estabeleceu o
monopólio de distribuição do produto na colônia pela Com-
panhia das Índias Orientais, de domínio inglês. A lei atingia
diversos comerciantes no universo colonial e encarecia o
produto para os colonos, devido ao monopólio. Seguiu-se
uma nova onda de protestos e boicotes por parte dos colo-
nos, cujo ápice foi a chamada Festa do Chá de Boston, em
que os colonos da região invadiram um navio inglês e des-
truíram a carga de chá, lançando-a no mar. A Inglaterra reagiu
de forma dura, impondo um conjunto de leis que os colonos,
por considerarem-nas absurdas, nomearam de leis intolerá-
veis. Os termos impunham pesadas indenizações, perda de
autonomia, envio de novas forças militares britânicas para
as regiões onde ocorreram protestos e a interdição do porto
de Boston, motivando de vez o processo revolucionário.
A Festa do Chá de Boston
O PROCESSO REVOLUCIONÁRIO
O primeiro grande gesto do processo de independên-
cia aconteceu em 1774, quando os representantes de
praticamente todas as colônias organizaram o primeiro Con-
gresso Continental, na Filadélfia, com o objetivo de dar um
ultimato aos ingleses, sob pena da separação definitiva. A
intransigência inglesa precipitou os acontecimentos e foi or-
ganizado o segundo Congresso Continental da Filadélfia,
quando foram criadas duas comissões: a primeira, a cargo
de George Washington, ficou incumbida de organizar o exér-
cito que lutaria pela independência exército esse que contou
com ampla adesão de voluntários; a segunda comissão, na
qual destacou-se Thomas Jefferson, encarregou-se de redi-
gir o texto que se tornaria a Declaração de Independência
dos Estados Unidos da América, pronta no dia 4 de julho de
1776. Pouco antes, em janeiro do mesmo ano, Thomas Paine
publicou um texto intitulado “Senso Comum”, onde
conclamava os colonos à independência.
Após longa série de batalhas, nas quais os colonos
tiveram o apoio de outras nações europeias rivais da Ingla-
terra, como Holanda, Espanha e, principalmente, a França,
os ingleses se renderam e em 1783 assinaram o Tratado de
Paris, pelo qual reconheciam a independência de suas ex-
colônias. O gesto final da construção dos Estados Unidos
ocorreu quatro anos depois quando foi aprovada a constitui-
ção do novo país. Essa constituição, liberal em muitos
sentidos, também possuía suas contradições. Estabeleceu-
se um regime federalista, em que os estados membros
gozariam de considerável autonomia dentro da união. O voto
seria, a rigor, para os homens brancos e de posses, conside-
rados os “fundadores da nação”, caracterizando uma
democracia excludente em muitos sentidos. O presidente,
chefe do poder executivo foi eleito por um colegiado de re-
presentantes dos estados, a suprema corte estabeleceu-se
como a maior autoridade do poder judiciário e o legislativo
organizou-se em moldes bicamarais, composto pelo senado
(representantes dos estados) e pelo conjunto de deputados,
proporcionais à população de cada estado. Como a inde-
pendência não eliminou as diferenças entre o norte e o sul,
este permaneceu majoritariamente escravocrata, e reivindi-
cou que um terço do número de escravos de cada estado
fosse contabilizado como parte da população, na composi-
ção do cálculo para a quantidade de deputados. A
permanência das diferenças entre o norte e o sul do país
(que ultrapassavam a questão escravista, passando, por
exemplo, pelo protecionismo alfandegário defendido pelo
norte e a adoção do livre comércio pelos estados do sul) se
intensificariam na segunda metade doséculo XIX, levando o
país à guerra civil.
381
Thomas Jefferson e a Declaração de Independência
dos Estados Unidos da América
General George Washington: comandante das tropas
que lutaram pela independência das treze colônias
e primeiro presidente dos Estados Unidos
01 (ESPCEX-AMAN) A partir de 1764, o governo inglês
adotou medidas que aumentaram a arrecadação fis-
cal e restringiram a autonomia das 13 colônias
norte-americanas. Nas alternativas abaixo, assinale
a medida que provocou o protesto dos representan-
tes das 13 colônias que realizaram o Primeiro
Congresso da Filadélfia.
(A) Leis Intoleráveis
(B) Lei do Chá
(C) Lei dos Alojamentos
(D) Lei do Selo
(E) Lei do Açúcar
02 (UNIOESTE) Tomando como base a citação abaixo:
"A história escrita do mundo é, em larga medida, uma
história de guerras, porque os Estados em que vive-
mos nasceram de conquistas, guerras civis ou lutas
pela independência. Ademais, os grandes estadistas
da história escrita foram, em geral, homens de violên-
cia, pois ainda que não fossem guerreiros - e muitos
o foram -, compreendiam o uso da violência e não
hesitavam em colocá-la em prática para seus fins".
KEEGAN, John. Uma História da Guerra.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 399.
Assinale a alternativa CORRETA.
(A) A Guerra dos Cem anos foi um conflito
ininterrupto ocorrido no século XVI que envol-
veu duas das principais potências da Europa:
Inglaterra e França. O cenário era marcado por
fortes crises e pelo crescimento da economia
urbana e do comércio.
(B) O primeiro conflito bélico que teve proporções
globais ocorreu entre 1941 e 1945 e foi chama-
do de Primeira Guerra Mundial, batizada por
seus contemporâneos como "A grande guerra".
(C) O processo de independência dos Estados Uni-
dos ocorreu na virada da década de 1770 para
1780. No Segundo Congresso Continental, ocor-
rido no dia 04 de julho de 1776, foi escrita a
Declaração de Independência.
(D) Entre 1965 e 1975 ocorreu a guerra do Vietnã:
uma batalha sangrenta e custosa, mas que
marcou a maior vitória americana na Ásia du-
rante o século XX e a derrocada do comunismo
naquela região do globo.
(E) Liderado por Fulgêncio Batista e patrocinado pe-
los Estados Unidos, a Revolução Cubana mar-
cou o fim do regime comunista que foi instaura-
do na ilha de Cuba por Fidel Castro e Che
Guevara.
03 (ESPCEX-AMAN) Em 1781, o general inglês
Cornwallis rendeu-se aos revoltosos norte-america-
nos, na batalha de Yorktown, dando início às
negociações que levaram a Inglaterra a reconhecer
os Estados Unidos da América como nação livre.
Na formação desse novo estado pode-se destacar
(A) um poder central forte e nenhuma autonomia
política e administrativa aos estados membros.
(B) a adoção do sistema parlamentarista.
(C) a participação política dos indígenas e negros.
(D) um poder central muito fraco e estados mem-
bros com muita autonomia política e adminis-
trativa.
(E) a formação de um estado com base em ideias
oriundas do Iluminismo.
04 (UNESP) Todos os homens são criados iguais, dota-
dos pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre
os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da feli-
cidade. Para assegurar esses direitos, entre os
homens se instituem governos, que derivam seus jus-
tos poderes do consentimento dos governados.
Sempre que uma forma de governo se dispõe a des-
truir essas finalidades, cabe ao povo o direito de
alterá-la ou aboli-la, e instituir um novo governo, as-
sentando seu fundamento sobre tais princípios e
organizando seus poderes de tal forma que a ele pa-
reça ter maior probabilidade de alcançar-lhe a
segurança e a felicidade.
(Declaração de Independência dos
Estados Unidos (1776). In: Harold Syrett (org.).
Documentos históricos dos Estados Unidos, 1988.)
382
O documento expõe o vínculo da luta pela indepen-
dência das treze colônias com os princípios
(A) liberais, que defendem a necessidade de impor
regras rígidas de protecionismo fiscal.
(B) mercantilistas, que determinam os interesses de
expansão do comércio externo.
(C) iluministas, que enfatizam os direitos de cida-
dania e de rebelião contra governos tirânicos.
(D) luteranos, que obrigam as mulheres e os ho-
mens a lutar pela própria salvação.
(E) católicos, que justificam a ação humana ape-
nas em função da vontade e do direito divinos.
05 (G1 - CPS) O século XVIII ficou conhecido como o
Século das Luzes. Não pelas inovações energéticas
que facilitariam a vida nas cidades, mas sim pela di-
fusão de novas ideias diante das "trevas da ignorância"
que eram associadas, por exemplo, as ações
adotadas pela Igreja em relação à ciência e ao poder.
A chamada filosofia Iluminista trouxe pensamentos e
valores que nos influenciam até hoje, como liberdade
e igualdade.
Como consequências diretas destes ideais, naquele
contexto, é correto mencionar
(A) os movimentos de independência de colônias
europeias na América.
(B) as grandes navegações espanholas e portugue-
sas para a Ásia.
(C) a escravização de povos africanos e indígenas
na América.
(D) o reconhecimento do poder absoluto dos reis
na Europa.
(E) a criação de estados teocráticos na Europa.
06 (G1 - CFTRJ) Sobre o processo de independência
das treze colônias inglesas, podemos afirmar as se-
guintes considerações, EXCETO:
(A) Teve amplo apoio da Espanha que inclusive li-
derou o movimento de emancipação política nas
treze colônias, quando estas se enfraqueceram
durante a guerra contra a Inglaterra.
(B) Contou com a influência das ideias iluministas
que questionavam as formas de poder existen-
tes, além de divulgar ideais de liberdade.
(C) Não trouxe mudanças significativas para os es-
cravos tendo em vista que esta forma de traba-
lho fora mantida mesmo depois da independên-
cia, em 1776.
(E) Estabeleceu, no final do movimento, uma nova
nação republicana e federalista, mas ainda com
características econômicas e sociais bem dis-
tintas entre o norte e o sul.
PARA RESPONDER À QUESTÃO A SEGUIR, CONSIDE-
RE O TEXTO ABAIXO:
Os homens reunidos em sociedade (relevem-me este
tom meio pedante) estão virtual e tacitamente obrigados a
obedecer às leis formuladas por eles mesmos para a con-
veniência comum. Há, porém, leis que eles não impuse-
07 (PUCCAMP) A imposição, pelas metrópoles, de leis
severas às populações de suas colônias, contribuiu
para acirrar movimentos pela independência nas
Américas. Isso pode ser constatado ao examinarmos
o impacto
(A) da aprovação da Reforma Bourbônica nas colô-
nias hispânicas, instituindo leis que reforçavam
o pacto colonial e o poder da igreja, por meio da
Companhia de Jesus, causando, assim, revol-
tas populares cujo alvo era a figura do Rei da
Espanha.
(B) da imposição da Lei do Chá, nas Treze Colôni-
as (atuais Estados Unidos), coroando uma
sequência de leis consideradas intoleráveis pe-
los colonos por restringirem a liberdade de co-
mércio e aumentarem a taxação de impostos.
(C) da instituição de uma monarquia independente
na Nova Espanha (atual México) por sua pró-
pria metrópole, a fim de manter elos coloniais
sob nova roupagem e sem a interferência da
Igreja, causando violenta reação popular.
(D) de medidas segregacionistas de cunho racista
em Saint Domingue (atual Haiti) pela França,
cujo governo censurou os ideais da Revolução
Francesa nessa sua colônia caribenha.
(E) da aplicação da Devassa no Brasil colonial, co-
brança coletiva aplicada reiteradamente para
completar a quota de ouro devida à Coroa por-
tuguesa que despertou, na população colonial,
fortes sentimentos antilusitanos.
08 (ESPCEX-AMAN) Leia as afirmações abaixo.
I. Permitiu o acesso à cidadania a todos os norte-
americanos.
II. Abalou o prestígio do rei na Inglaterra e provou
que era possível fazer valer a soberania popu-
lar.
III. Trouxe prejuízos aos povos indígenas, pois suas
terras, localizadas em sua maior parte a oeste
do Mississipi, passaram a ser atacadas pelos
proprietários de terra e comerciantes de peles
de origem europeia.
IV. Propiciou a abolição da escravidão nos Esta-
dos Unidos.
São repercussões imediatas da

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