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365
INTRODUÇÃO
A Europa, em princípios do século XVIII, ainda era
marcada pelas estruturas do Absolutismo monárquico, pe-
las barreiras alfandegárias do Mercantilismo e por uma
mentalidade fortemente religiosa, que estabelecia privilé-
gios de nascimento e desprezava os méritos individuais,
fora do seio da nobreza. Foi nesse contexto que começou
a se difundir um desejo por transformações, que necessa-
riamente passaria pelo restabelecimento do predomínio
da razão sobre a fé, como forma de organizar uma socie-
dade pautada em novos valores, como a imposição de
limites ao poder real e ao fim dos privilégios de nascimen-
to. Essa é a tônica do iluminismo.
No entanto, é importante compreender que o
Iluminismo não foi um movimento homogêneo. Em seu
conjunto, as idéias iluministas buscavam a compreen-
são racional do homem da sociedade, da política, da
economia e a natureza, levando a novas concepções
de individualismo e busca pelo progresso e à luta con-
tra as estruturas do antigo regime. Naturalmente, a
superação dos dogmas religiosos a partir da perspecti-
va racionalista, colocava a filosofia iluminista em choque
com a religião.
 No entanto as propostas dos filósofos variavam da
simples imposição de limites institucionais à autoridade do
monarca até a adoção de um novo modelo de sociedade
com igualdade jurídica chegando a criticar a noção de pro-
priedade privada, embora essa fosse uma exceção, pois
via de regra, o Iluminismo é um movimento burguês.
Também devemos perceber que o termo
“Iluminismo” traz uma conotação histórica. Os filósofos
consideravam a Europa moderna ainda arraigada de uma
mentalidade medieval que fundamentava suas estrutu-
ras obsoletas, chamando o período moderno de um
“antigo regime”, que devia ser superado pelas “luzes”
trazidas pela nova filosofia.
Deve-se ressaltar ainda que, embora o movimento
francês seja a grande referência do pensamento iluminista,
suas origens também devem ser buscadas na Inglaterra.
Havia na verdade um intenso intercâmbio de idéias entre
os dois países, e, se a França é considerada o berço do
iluminismo, o primeiro registro da palavra Iluminismo com o
sentido de nomear essa transformação no pensamento, foi
na língua inglesa “Enlightenment”.
Na Inglaterra, já no século XVII, pensadores como
John Locke defendiam as liberdades individuais e a noção
de um governo representativo. Para Locke, a expressão da
lei deveria ser respeitada como limite a qualquer tipo de
ação na sociedade civil, assim como no governo. O avanço
da Revolução Científica, que gerou a busca cada vez maior
por uma compreensão racional da natureza permitindo o
progresso humano, também teve na Inglaterra seu maior
expoente, a partir dos trabalhos revolucionários de Sir Isaac
Newton, a partir de seus trabalhos revolucionários.
“Desde que cessa a lei, começa a tirania.”
John Locke. Segundo tratado sobre o governo civil.
Isaac Newton
A ENCICLOPÉDIA
Organizada pelos filósofos Denis Diderot e Jean
D´Alambert, a enciclopédia é uma compilação do conhe-
cimento humano em seus vários aspectos. A obra
apresenta 17 volumes que tratam da ciência à religião, da
matemática à literatura e da filosofia política, entre outros.
Grandes nomes do Iluminismo francês como Rousseau e
Montesquieu contribuíram para A Enciclopédia, que revo-
lucionava ao tratar todos os seus temas de forma
racionalista e desvinculada da mentalidade religiosa. Por
essa razão, a Igreja incluiu a obra no Index librorum
prohibitorum, o que não a impediu de ser concluída. A for-
ça da burguesia, por trás do movimento, o enfraquecimento
da Igreja e o avanço da ciência, faziam do Iluminismo, no
século XVIII, um movimento irrefreável.
PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 01:
O ILUMINISMO E O LIBERALISMO
366
OS FILÓSOFOS
1. BARÃO DE MONSTESQUIEU
Propôs a divisão do poder
em três partes harmônicas e inde-
pendentes entre si. Para
Montesquieu, somente a divisão
equilibrada dos poderes, sob os li-
mites da lei, permitiria uma
organização justa e razoável da so-
ciedade. O filósofo afirmava a
necessidade de todos os indivídu-
os respeitarem os limites da lei, e
afirmava que nenhum indivíduo seria verdadeiramente li-
vre se a lei fosse violada.
2. JEAN JACQUES ROUSSEAU
É autor de diversas obras, den-
tre as quais, ao menos duas, são
fundamentais dentro do pensamen-
to iluminista. O Contrato Social, onde
defende a idéia de um governo re-
presentativo, que seja a expressão
da maioria (que o filósofo chamava
de “vontade geral”), e Discurso so-
bre a Origem da Desigualdade entre
os Homens, onde Rousseau se afas-
ta do Iluminismo burguês ao criticar
a propriedade privada como sendo a origem de todas as
desigualdades na sociedade civil, pois na visão do autor a
propriedade fere a natureza e corrompe os homens atra-
vés do poder.
3. IMMANUEL KANT
Defendeu através de sua
vasta e densa obra a necessi-
dade de os homens se guiarem
pela própria razão. Kant afirma-
va que o Iluminismo era a
chegada do homem a sua mai-
oridade, na qual ele se libertaria
da tutela sobre sua capacidade
de entendimento. Kant afirmava
ainda que, para que os homens pudessem confiar no resul-
tado de suas investigações racionais, era necessário antes
de tudo refletir sobre a capacidade e o alcance das nossas
próprias investigações racionais.
4. VOLTAIRE
 Foi um grande crítico da in-
tolerância religiosa e da falta de
liberdades que caracterizaram o
antigo regime. Defendeu, através
de suas obras, as liberdades indi-
viduais, sobretudo no que tange a
liberdade de expressão e a liber-
dade religiosa. Acreditava no poder
da educação como forma de
conscientizar governantes para o
exercício de um poder mais racio-
nal e tolerante.
O DESPOTISMO ESCLARECIDO
A difusão dos princípios iluministas pela Europa fez
com que vários monarcas e governantes em geral se dei-
xassem influenciar pelos novos valores. Ao menos em
discurso, diversos governantes adotaram um tom mais
racionalista e buscaram reduzir a influência da igreja na
administração de seus países. Essa prática visava reor-
ganizar a economia nacional em moldes mais modernos,
que pudessem estimular o crescimento, ou simplesmente
frear o ímpeto revolucionário que se apresentava cada vez
mais intensamente.
Os monarcas e seus respectivos ministros, ao abra-
çar o Despotismo Esclarecido, acreditavam que poderiam
conciliar suas monarquias e privilégios com a racionalidade
iluminista, promovendo importantes reformas administrati-
vas e econômicas.
Esse tipo de reformas se fez presente em países como
a Prússia (onde o próprio rei Frederico II tinha inclinações
filosóficas), Rússia (no reinado de Catarina II, que promo-
veu as artes e a filosofia), e Portugal, quando o rei D. José
nomeou ministro o Marquês de Pombal, que empreendeu
diversas reformas na administração portuguesa, inclusive
no plano das colônias, quando determinou a expulsão dos
jesuítas do Brasil.
Marquês de Pombal
OS FISIOCRATAS
No contexto do avanço das idéias iluministas, os eco-
nomistas fisiocratas se destacaram pelas duras críticas que
fizeram às estruturas mercantilistas, que engessavam a
economia e eram vistas por eles como antinaturais. François
Quesnay e Vincent de Gournay são os grandes nomes des-
sa escola econômica que, ao criticar a burocracia estatal,
os impostos indiscriminados e as barreiras alfandegárias,
abriram o caminho para o que seria a essência do Libera-
lismo Econômico.
Quesnay defendia que toda a riqueza vem da terra,
valorizando portanto as atividades agrícolas e ligadas à na-
tureza. Ao estabelecer que as “leis naturais” e não as
barreiras artificiais deveriam reger a atividade econômica,
a Fisiocracia concebeu uma idéia de não intervenção esta-
tal na economia, sintetizada na máxima “Laissez faire,
laissez passer. Le monde va de lui même”, ou seja, “deixar
fazer, deixar passar. O mundo caminha por si mesmo.”
367
O LIBERALISMO ECONÔMICO
O escocês Adam Smith, seguindo a linha dos
fisiocratas, que condenavam o mercantilismo, seus mo-
nopólios e intervenções estatais na economia, foi sem
dúvidas o grande teóricodo Liberalismo Econômico. Em
1776 publicou sua mais destacada obra, A Riqueza das
Nações, onde definiu que o trabalho humano era a fonte
da riqueza, defendendo uma lógica de divisão do trabalho
pela especialização. Essa lógica se fez fortemente pre-
sente no processo da Revolução Industrial inglesa. Em
sua obra, defendeu ainda que a busca de cada indivíduo
pelo crescimento pessoal, estimularia o crescimento da
coletividade.
 As idéias liberais de Adam Smith valorizavam ainda
a livre-iniciativa e a livre-concorrência, seguindo a linha
do “Laissez faire, laissez passer” concebida na fisiocracia.
Para Smith, a própria inteiração dos indivíduos na econo-
mia de mercado geraria uma “ordem natural”, sem a
necessidade de uma entidade organizadora. Isso seria
possível graças a uma “mão invisível” da economia, que
se expressaria através de princípios naturais, como a lei
de oferta e procura. É importante percebermos que estas
críticas às barreiras comerciais impostas pelo
Mercantilismo e a defesa da livre ação dos homens é, em
grande parte, caudatária dos princípios iluministas e da
fisiocracia.
01 (UEPG) Concebido por Adam Smith no século XVIII,
o liberalismo é uma doutrina política e econômica que
possui características e princípios bastante peculia-
res. A respeito deste tema, assinale o que for correto.
01) A doutrina liberal defende a livre organização
dos trabalhadores em associações, sindicatos
e partidos que representem os seus interesses.
Para o liberalismo, é a organização dos traba-
lhadores que gerará salários justos e direitos
sociais garantidos.
02) No liberalismo há o incentivo ao mérito, ou seja,
todo indivíduo terá garantida igualdade de opor-
tunidades e depende apenas do seu esforço
pessoal para alcançar seus objetivos e propósi-
tos.
04) Ideologicamente vinculado à perspectiva capi-
talista, o liberalismo constrói sua base
argumentativa na defesa do aumento da produ-
ção e na ideia de bem-estar material do indiví-
duo.
08) No bojo do pensamento liberal, destaca-se o
princípio de que, se em uma sociedade as leis
fossem cumpridas por todos, não haveria ne-
cessidade de que o Estado cobrasse impostos
e investisse, por exemplo, na formação de qua-
dros militares.
16) Enquanto doutrina, o liberalismo defende o Es-
tado mínimo, ou seja, um Estado que pouco in-
terfira na economia, mas, ao mesmo tempo, ga-
ranta a propriedade privada, os direitos indivi-
duais, a liberdade religiosa e a segurança.
02 (UEM) Sobre o Iluminismo e o Liberalismo, assinale
a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Para o pensador inglês John Locke, a vida, a
liberdade e a propriedade são direitos naturais
dos homens.
02) Os valores e os ideais defendidos pelos pensa-
dores iluministas constituíram a base teórica da
crítica ao Antigo Regime e à desigualdade jurí-
dica.
04) Os filósofos iluministas construíram um corpo
teórico coeso. Isso pode ser observado, por
exemplo, nas críticas que Voltaire e Rousseau
fizeram à propriedade privada e à burguesia,
consideradas por eles a raiz da infelicidade hu-
mana.
08) Adam Smith combatia as ideias e as práticas
mercantilistas, pois as considerava prejudiciais
à economia. Para esse autor, com a adoção da
livre concorrência, com a divisão do trabalho e
com a liberdade do comércio, alcançar-se-ia a
justiça social.
16) Com base em princípios iluministas, alguns reis
europeus colocaram em prática reformas que
visavam harmonizar o poder régio com a mo-
dernização de seus países. Essas ações foram
chamadas Despotismo Esclarecido.
03 (UEPG) Em 1776, o inglês Adam Smith publicou A
riqueza das nações, obra que continha os pressupos-
tos essenciais do liberalismo, doutrina que serviu como
referência para o avanço capitalista a partir do século
XVIII. A respeito desse tema, assinale o que for corre-
to.
01) O liberalismo defende o livre mercado e o direi-
to individual sobre a propriedade privada dos
meios de produção, ao contrário, por exemplo,
do pensamento socialista.
02) Para o liberalismo, é necessário que exista um
Estado forte e atuante nas questões sociais, de
modo a atender demandas como a geração de
emprego e a seguridade social.
04) Uma das premissas centrais do liberalismo é a
não intervenção do Estado na economia, como
por exemplo, a adoção de medidas protecionis-
tas no mercado econômico.
08) O liberalismo utiliza vários princípios formula-
dos pela fisiocracia, corrente que antecedeu o
pensamento liberal e que era bastante difundi-
da pela Europa desde os tempos medievais.
368
04 (UEM) No século XVIII, um movimento intelectual co-
nhecido como Iluminismo, ou Ilustração, tomou
grandes proporções, fazendo com que aquele perío-
do fosse conhecido como o "século das luzes". A esse
respeito, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) O pensamento filosófico dos iluministas france-
ses do século XVIII foi utilizado para legitimar
as revoluções republicanas inglesas, lideradas
por Guilherme de Orange.
02) Em Portugal, o Iluminismo influenciou a admi-
nistração do Marques de Pombal, ministro de
D. José I, que realizou uma série de reformas
procurando modernizar o Reino sem abrir mão
dos poderes régios.
04) No Iluminismo predominou uma concepção con-
trária à propriedade privada dos meios de pro-
dução.
08) Para os iluministas, por meio da razão o ser hu-
mano poderia alcançar o conhecimento, a con-
vivência harmoniosa em sociedade, a liberdade
individual e a felicidade.
16) Em oposição ao Absolutismo, os iluministas fran-
ceses propuseram novas fórmulas políticas, que
iam da monarquia constitucional à república
democrática.
05 (UEPG) A respeito do liberalismo, corrente de pensa-
mento político e econômico nascido no século XVIII,
assinale o que for correto.
01) O liberalismo serviu de base para o avanço do
capitalismo ao defender o direito de proprieda-
de e a liberdade de mercado.
02) De acordo com a lógica do liberalismo, as rela-
ções de produção devem se estabelecer entre
aqueles que possuem os meios de produção e
os que vendem a sua força de trabalho para
sobreviver.
04) Na concepção liberal, o Estado deve ser res-
ponsável pelas ações assistenciais, pela edu-
cação, pela saúde pública e pela proteção aos
desempregados.
08) O neoliberalismo, corrente surgida no século XX
e que se inspira no liberalismo, diverge de sua
matriz ao defender a intervenção integral do
Estado sobre o mercado.
16) Quando foi concebido, o liberalismo desagra-
dou profundamente a burguesia em ascensão
por não defender os anseios dessa classe soci-
al.
06 (UEPG) O liberalismo é uma corrente de pensamen-
to econômico e político que se originou no século XVIII.
A seu respeito, assinale o que for correto.
01) A Riqueza das Nações, livro escrito pelo inglês
Adam Smith, contém os princípios do liberalis-
mo.
02) A maximização das liberdades individuais me-
diante as leis é uma das premissas fundamen-
tais do liberalismo.
04) A presença constante do Estado na economia e
a negação da liberdade de mercado se consti-
tuem em máximas liberais.
08) O combate à propriedade privada dos meios de
produção é um dos principais lemas do libera-
lismo.
07 (UFMS) "Classificar, delinear, dividir, sistematizar, criar
um mapa mundi do saber. Esta era a ideia dos
iluministas Diderot e D'Alambert: ordenar o mundo em
categorias em uma enciclopédia com 17 volumes de
texto. O projeto enciclopedista talvez seja a influência
mais visível do iluminismo em nosso cotidiano. A es-
cola, a divisão do conhecimento em disciplinas
específicas, os livros didáticos, os telejornais reve-
lam claramente essa busca classificatória. A
Enciclopédia iniciava com um quadro esquemático do
conhecimento humano, uma permanência que per-
passa desde organogramas de empresas até as
classificações da biologia."
(DARNTON, Robert - O Grande Massacre de Gatos. RJ:
Graal, 1986, p. 272-273)
Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre
o assunto, assinale a(s) afirmativa(s) correta(s) a res-
peito do Iluminismo.
01) O impulso renovador das ideias iluministas pro-
vocou, na Europa, um grande interesse pelos
problemasda vida em sociedade, possibilitan-
do o surgimento de novas ideias e de teorias
econômicas.
02) Em seu conjunto, os iluministas sustentavam a
tese de que só um Estado ditatorial, controlado
pela classe trabalhadora, seria capaz de elimi-
nar a resistência burguesa e abolir as desigual-
dades entre as classes sociais.
04) O espírito renovador, presente no Iluminismo,
conduziu a um profundo estudo das ciências,
campo onde ocorreu um grande avanço.
08) Originado na Inglaterra, difundido pela França,
o Iluminismo pregava a razão, a liberdade do
espírito, a livre crítica e a tolerância religiosa,
contrapondo-se, assim, ao peso da tradição, do
dogmatismo religioso e filosófico e ao absolu-
tismo monárquico.
16) O Iluminismo, em seu conjunto, fazia uma inci-
siva crítica ao mundo civilizado e propunha um
retorno às formas de vida da sociedade primiti-
va.
08 (UEPG) Sobre o liberalismo, assinale o que for corre-
to.
01) No plano político, o liberalismo defende a auto-
ridade do Estado e o poder dos governantes,
nos quais se sustenta o princípio da soberania.
02) As concepções ilustradas originaram, no cam-
po sociopolítico, o pensamento liberal, em seus
diferentes matizes. O ponto comum entre as vá-
rias correntes liberais está na noção de que a
história tende ao progresso, ao aperfeiçoamen-
to do indivíduo e da sociedade, a partir de crité-
rios propostos pela razão.
04) Os liberais defendiam a felicidade como objeti-
vo de vida de cada indivíduo, e a felicidade de
todos como o verdadeiro destino da sociedade.
08) No campo econômico, o liberalismo defende a
livre iniciativa e o papel limitado do Estado, que
se reduz à garantia de segurança e educação
para os cidadãos.
16) Os pensadores ilustrados - Montesquieu,
Voltaire, Diderot e Rousseau - tinham em co-
mum a defesa da razão.
369
01 (FAMERP) No livro Investigação sobre a natureza e
a causa da riqueza das nações, publicado em 1776,
Adam Smith argumentou que um agente econômico,
procurando o lucro, movido pelo seu próprio interes-
se, acaba favorecendo a sociedade como um todo.
Esse ponto de vista é um dos fundamentos
(A) do liberalismo, que dispensou a regulamenta-
ção da economia pelo Estado.
(B) do utilitarismo, que defendeu a produção espe-
cializada de objetos de consumo.
(C) do corporativismo, que propôs a organização da
sociedade em grupos econômicos.
(D) do socialismo, que expôs a contradição entre
produção e apropriação de riqueza.
(E) do mercantilismo, que elaborou princípios de
protecionismo econômico.
02 (UNESP) Um homem transporta o fio metálico, outro
endireita-o, um terceiro corta-o, um quarto aguça a
extremidade, um quinto prepara a extremidade supe-
rior para receber a cabeça; para fazer a cabeça são
precisas duas ou três operações distintas; colocá-la
constitui também uma tarefa específica, branquear o
alfinete, outra; colocar os alfinetes sobre o papel da
embalagem é também uma tarefa independente. [...]
Tive ocasião de ver uma pequena fábrica deste tipo,
em que só estavam empregados dez homens, e onde
alguns deles, consequentemente, realizavam duas ou
três operações diferentes. Mas, apesar de serem muito
pobres, e possuindo apenas a maquinaria estritamente
necessária, [...] conseguiam produzir mais de quarenta
e oito mil alfinetes por dia. Se dividirmos esse traba-
lho pelo número de trabalhadores, poderemos
considerar que cada um deles produz quatro mil e oi-
tocentos alfinetes por dia; mas se trabalhassem
separadamente uns dos outros, e sem terem sido
educados para este ramo particular de produção, não
conseguiriam produzir vinte alfinetes, nem talvez mes-
mo um único alfinete por dia.
(Adam Smith. Investigação sobre a natureza
 e as causas da riqueza das nações, 1984.)
O texto, originalmente publicado em 1776, demons-
tra
(A) o avanço tecnológico representado pelo
surgimento da fábrica na Inglaterra, relacionan-
do a riqueza com o aprimoramento científico e
o trabalho simultâneo de milhares de operários.
(B) o crescimento do mercado consumidor e a mai-
or velocidade na distribuição das mercadorias
inglesas, destacando o vínculo entre riqueza e
uma boa relação entre oferta e procura.
(C) a força crescente dos sindicatos e das federa-
ções de trabalhadores na Inglaterra, enfatizando
o princípio marxista de que apenas o trabalho
permite a geração de riqueza.
(D) a produtividade do artesanato e o conhecimen-
to da totalidade do processo produtivo pelos tra-
balhadores ingleses, relacionando a noção de
riqueza ao acúmulo de metais nobres.
(E) a disciplina no trabalho e o parcelamento de ta-
refas presentes nas manufaturas e fábricas in-
glesas, associando o crescimento da riqueza à
produtividade do trabalho.
03 (G1 - CPS) Quando na mesma pessoa, ou no mes-
mo órgão de governo, o poder Legislativo está unido
ao poder Executivo, não existe liberdade […] E tam-
bém não existe liberdade se o poder Judiciário (poder
de julgar) não estiver separado do poder Legislativo
(poder de fazer as leis) e do poder Executivo (poder
de executar, de por em prática as leis.)
Montesquieu, O espírito das leis, 1748.
In: FREITAS, G. de; 900 textos e documentos
de História. Lisboa: Plátano, 1978. V. III, p.24
Político, filósofo e escritor, o Barão de Montesquieu
(1689-1755) se notabilizou por sua teoria sobre a se-
paração dos poderes, que organiza o funcionamento
de muitos dos Estados modernos até a atualidade.
Ao formular sua teoria, Montesquieu criticou o regime
absolutista e defendeu a divisão do governo em três
poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - como
forma de
(A) garantir a centralização do poder monárquico e
a vontade absoluta dos reis, bem como defen-
der os interesses das classes dominantes.
(B) desestabilizar o governo e enfraquecer o Judi-
ciário, bem como garantir a impunidade dos cri-
mes cometidos pelos mais pobres.
(C) evitar a concentração de poder e os abusos dos
governantes, bem como proteger as liberdades
individuais dos cidadãos.
(D) estabilizar o governo e fortalecer o Executivo,
bem como liberar as camadas subalternas da
cobrança de impostos.
(E) fortalecer o povo e eliminar os governos, bem
como eliminar as formas de punição considera-
das abusivas.
04 (USF) Conhecido como o século das Luzes ou do
Iluminismo, o século XVIII foi marcado por um movi-
mento do pensamento europeu (ocorrido mais
especificamente na segunda metade do século XVIII)
que abrangeu o pensamento filosófico e gerou uma
grande revolução nas artes (principalmente na litera-
tura), nas ciências, nos costumes, na teoria política e
na doutrina jurídica. O Iluminismo também se distin-
guiu pela centralidade da ciência e da racionalidade
crítica no questionamento filosófico.
Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/
15543/15543_3.pdf>. Acesso em: 12/09/2017.
Tomando como base o contexto abordado, podemos
afirmar corretamente que
(A) o liberalismo econômico deu ênfase à econo-
mia mercantilista, na qual o Estado seria res-
ponsável pela regulamentação de preços e mer-
cados para evitar abusos que prejudicariam a
população.
(B) a Escola Fisiocrata sustentou a ideia de que exis-
tem leis naturais regendo a sociedade, mas que
poderiam ser alteradas pelo bem da humanida-
de, e, além disso, defendeu que a indústria e o
comércio seriam responsáveis pela riqueza de
uma nação.
370
(C) as ideias defendidas por John Locke, na obra O
contrato social, afirmam que o soberano deve
conduzir o Estado de forma democrática, de
acordo com a vontade do povo.
(D) o Despotismo Esclarecido, ligado à associação
entre as ideias das luzes e o poder absolutista
dos reis, foi aplicado com ênfase em todos os
Estados europeus no início do século XVIII, re-
sultando no nascimento de dezenas de monar-
quias parlamentaristas.
(E) o Iluminismo combateu o mercantilismo, o
tradicionalismo religioso herdado da Idade Mé-
dia e a divisão da sociedade em estamentos.
05 (G1 - CPS) Brasília foi inaugurada em 1960, poucos
anos depois do início de sua construção. Planejada
por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, a nova capital do
Brasil foi estruturadaa partir de dois grandes eixos
que se cruzam: o Eixo Rodoviário, em torno do qual
estão as áreas residenciais, e o Eixo Monumental,
onde se localizam os órgãos governamentais e cultu-
rais. Em uma das extremidades do Eixo Monumental,
encontra-se a Praça dos Três Poderes.
O nome dessa praça faz referência à teoria
(A) da divisão das responsabilidades sobre o país
que, com a Constituição de 1891, definiu que o
presidente, os governadores e os prefeitos exer-
ceriam o poder de forma compartilhada.
(B) do Estado tripartido, de origem medieval, que
definia as funções que deveriam ser desempe-
nhadas pela nobreza, pela burguesia e pelos
trabalhadores em benefício da sociedade.
(C) da organização da república, proposta por
Platão, em que o presidente, o povo e os depu-
tados debatem a respeito do funcionamento da
sociedade.
(D) do Estado moderno europeu, segundo a qual o
Senado, a Câmara e a Presidência da Repúbli-
ca exercem os poderes conferidos pela popula-
ção por meio do voto direto e secreto.
(E) da separação dos poderes, proposta por
Montesquieu, em que o Executivo, o Legislativo
e o Judiciário devem exercer os seus poderes
de forma independente e equilibrada entre si.
06 (ESPCEX-AMAN) As ideias iluministas começaram
a circular no Brasil na segunda metade do século XVIII.
Elas refletiram-se em vários campos da atividade e
do conhecimento humano. Assinale, dentre as alter-
nativas abaixo, aquela que apresenta um filósofo deste
período, cujo pensamento incentivou, de forma rele-
vante, a Inconfidência Mineira.
(A) Jean-Jacques Rousseau
(B) Adam Smith
(C) François Quesnay
(D) Vicent de Gournay
(E) Nicolau Maquiavel
07 (UNICAMP)
A ilustração anterior, com Marie Lavoisier representa-
da à direita, foi produzida nas últimas décadas do
século XVIII, e mostra uma experiência para enten-
der a fisiologia da respiração e o papel do oxigênio
nela. Considerando o contexto histórico e o seu co-
nhecimento de química, assinale a alternativa correta.
(A) No século XVIII, Marie Lavoisier, como outras
mulheres, não participava da produção do co-
nhecimento científico. Por outro lado, seu mari-
do, Antoine Lavoisier, ficou famoso pela frase
"na natureza nada se cria, nada se perde, tudo
se transforma", conhecida como a lei de con-
servação da quantidade de matéria.
(B) Revolução Francesa favoreceu cientistas e in-
telectuais franceses independentemente de
suas posições ideológicas e das questões de
gênero. É o caso de Marie Lavoisier e de Antoine
Lavoisier, este último famoso pela frase "na na-
tureza nada se cria, nada se perde, tudo se trans-
forma", conhecida como a lei de conservação
das massas.
(C) No século XVIII, as mulheres participavam da
produção do conhecimento científico. Marie
Lavoisier registrou e publicou muitos dos expe-
rimentos feitos pela equipe de seu marido,
Antoine Lavoisier, famoso pela frase "na natu-
reza nada se cria, nada se perde, tudo se trans-
forma", conhecida como a lei de conservação
das massas.
(D) A Revolução Francesa garantiu às mulheres a
cidadania e a participação na produção do co-
nhecimento científico. Marie Lavoisier registrou
e publicou muitos dos experimentos feitos pela
equipe de seu marido, Antoine Lavoisier, famo-
so pela frase "na natureza nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma", conhecida como
a lei de conservação da quantidade de matéria.
08 (UPF) Entre os séculos XVI e XVIII, ocorreram diver-
sas transformações culturais na Europa ocidental,
muitas delas presentes na sociedade ocidental con-
temporânea.
Sobre essas transformações, leia as seguintes afir-
mações:
I. O Liberalismo econômico, na segunda metade
do século XVIII, criticava o sistema colonial, de-
fendendo a manutenção dos monopólios como
geradores de riqueza da sociedade.
371
II. As grandes revoluções burguesas do século
XVIII refletem, em parte, algumas ideias dos fi-
lósofos iluministas, dentre elas, a de que o Es-
tado não possui poder ilimitado e nada mais é
do que a somatória do poder dos membros da
sociedade.
III. A federalização política é compatível com a de-
mocracia orgânica, portanto, se não houver cen-
tralização e dependência dos poderes ao Exe-
cutivo, não há paz social.
IV. A fim de proteger a economia nacional, cada go-
verno deve intervir no mercado, estimulando as
exportações e restringindo as importações.
V. O Estado, simples guardião da lei, deve interfe-
rir pouco, apenas para garantir as liberdades pú-
blicas e as propriedades dos cidadãos.
Está correto apenas o que se afirma em
(A) I, II e IV.
(B) I, II e V.
(C) I, II e III.
(D) II e IV.
(E) I e III.
01 (FUVEST)
Integrante da poderosa família dos Habsburgos, José
II foi coroado imperador da Áustria em 1765, um dos
mais vigorosos centros da cultura europeia no século
XVIII.
a) A partir de elementos representados na pintura,
aponte e explique duas características das so-
ciedades europeias no período.
b) Explique por que José II é considerado um dés-
pota esclarecido.
02 (FUVEST)
Esta planta foi elaborada no contexto da nova política
estabelecida pela Coroa portuguesa para suas pos-
sessões na América, durante o chamado período
pombalino (1750-1777). A partir dela,
a) identifique dois elementos que contrastam a or-
ganização espacial das comunidades indígenas
com a organização espacial proposta pelos po-
deres coloniais;
b) descreva as principais diretrizes políticas e cul-
turais do projeto pombalino para a população
indígena da América.
03 (FUVEST) A construção da modernidade econômica
no Ocidente teve como elementos determinantes a
aquisição de características mentais e sociais total-
mente estranhas ao mundo greco-romano: uma árdua
e longa reapropriação civil do trabalho e a invenção
de uma relação nunca antes experimentada entre tra-
balho dependente e liberdade pessoal, seja nas
cidades que renasciam, seja nos campos depois do
feudalismo. E também uma reconquista da dimensão
física da natureza - matéria e movimento, em um novo
quadro de experiências e conceitos - como condição
para uma aliança entre inteligência e produtividade,
entre conhecimento científico, saberes artesanais e
inovações tecnológicas.
Aldo Schiavone, Uma História rompida.
Roma Antiga e Ocidente Moderno.
A partir do texto,
a) caracterize a relação entre trabalho e "liberda-
de pessoal" na Antiguidade Clássica;
b) compare a natureza do conhecimento científico
e das inovações tecnológicas do mundo greco-
romano com a do mundo moderno.
Projeto de novo aposento para os índios
da Aldeia de São Miguel, na margem do
rio Guaporé, feito no mês de dezembro de 1765
372
O TEXTO A SEGUIR É REFERÊNCIA PARA A QUESTÃO
A SEGUIR.
Eu chamo, pois, república todo Estado regido por leis,
independente da forma de administração que possa ter;
porque então somente o interesse público governa, e a coi-
sa pública algo representa. Todo governo legítimo é repu-
blicano (...). As leis não são propriamente senão as condi-
ções de associação civil. O povo, submetido às leis, deve
ser o autor das mesmas; compete unicamente aos que se
associam regulamentar as condições da sociedade.
Rousseau, Jean-Jacques. Do contrato social. versão para
E-Book, <eBookBrasil.com>.
Tradução Rolando Roque da Silva. p. 54.
04 (UFPR) Durante o século XVIII, foi se constituindo
uma corrente de pensamento chamada iluminismo.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) era um dos
seus mais importantes representantes. Escreva um
texto sobre o iluminismo, comentando três represen-
tantes contemporâneos de Rousseau e três das
propostas mais importantes desse movimento intelec-
tual.
05 (UERJ)
Na pintura de Pompeo Batoni, de 1769, estão repre-
sentados dois imperadores austríacos do Antigo
Regime: José II e seu irmão Leopoldo II. No detalhe,
pode-se observar um exemplar em francês do livro O
espírito das leis, de Montesquieu, expoente da Ilus-
tração ou Iluminismo. A presença do livro na pintura
não é meramente decorativa, mas revela modos e
práticas de governo adotados por diversos Estados
europeus no século XVIII.
Nomeie esse modo de governar. Em seguida,apre-
sente uma ação promovida por monarquias europeias
que empreenderam tais práticas.
O período que vai do final do século XVII até o início
do século XIX foi marcado por importantes transformações
na economia européia. Tendo a Inglaterra como pioneira, a
Europa passou por um processo de grandes inovações téc-
nicas e o desenvolvimento de uma nova organização da
produção, lançando as bases da industrialização do mun-
do contemporâneo. O emprego em larga escala das novas
máquinas e tecnologias e a divisão do trabalho dentro da
nova lógica fabril revolucionariam para sempre o Capitalis-
mo europeu.
Fábrica inglesa do século XVIII
O PIONEIRISMO INGLÊS
A Inglaterra reunia algumas condições físicas que fa-
voreceram seu pioneirismo no processo de industrialização
a começar pelo fato de que o território inglês é coberto por
uma extensa rede de rios navegáveis, o que foi decisivo
como meio de transporte, sobretudo de matérias-primas e
produtos pesados. Desta forma, a rede fluvial que abrangia
boa parte do território inglês funcionou como meio de
integração de diferentes áreas, contribuindo decisivamen-
te para a industrialização. Além disso, o subsolo inglês, rico
em minérios e carvão, forneceu elementos fundamentais
para sustentar o avanço do processo industrial.
Porém, para além das vantagens naturais, o proces-
so histórico da Inglaterra deu ao país condições de
aproveitar esses recursos em proveito da industrialização.
As revoluções burguesas do século XVII colocaram a bur-
guesia no poder político, livre das amarras do Absolutismo
Monárquico. Esse quadro permitiu à burguesia criar uma
legislação em prol do avanço industrial e também um maior
acúmulo de capitais (acúmulo este que já ocorria desde os
tempos mercantilistas, quando a busca por uma balança
comercial favorável estimulou a produção manufatureira),
uma vez que se libertara dos abusivos impostos do período
absolutista. Somou-se a este quadro a intensificação dos
cercamentos (enclousures) que já aconteciam há tempos no
meio rural inglês. Os cercamentos de terras comuns expul-
savam os camponeses para a cidade, liberando mão-de-obra
para as nascentes indústrias e permitindo cada vez mais a
organização do espaço rural em sua função. Um exemplo
disso foi o crescimento dos rebanhos de ovelhas, que for-
neciam a lã para a atividade têxtil. Porém, muitos
camponeses empobrecidos perdiam suas terras nesse pro-
cesso, conforme registrou ironicamente o escritor inglês
Thomas Morus:
PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 02:
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
373
Também merece destaque o fato de que a Inglaterra
foi o principal destino para onde migraram habilidosos e
experientes tecelões da região de Flandres (na atual Bélgi-
ca), que passou por guerras intensas no século XVI. Essa
região era então uma referência nas manufaturas têxteis e
a migração forçada acabou levando para a Inglaterra as
técnicas que caracterizavam a tradicional produção de
Flandres.
Por fim, os ingleses se beneficiaram de algumas van-
tagens obtidas política ou militarmente. O tratado de
Methuen, assinado em 1703 com Portugal, facilitava a en-
trada das manufaturas têxteis da Inglaterra em Portugal e
suas colônias, criando um mercado cativo e intensificando
a dependência lusitana com os ingleses. Além disso, a vitó-
ria inglesa sobre a França na Guerra dos Sete anos em
1763, abriu mercados e permitiu a expansão colonial britâ-
nica para áreas como o atual território canadense, ampliando
cada vez mais o alcance do comércio inglês.
OS FRUTOS DA REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
O avanço da ciência no século XVII, proporcionou o
surgimento de diversas inovações tecnológicas na produ-
ção ao longo do século XVIII, intensificando a mecanização
do setor têxtil. A máquina a vapor de James Watt, consi-
deravelmente mais avançada que a de seus antecessores,
permitiu o melhor aproveitamento de inventos como a má-
quina de fiar e o tear mecânico. Esses inventos ampliavam
a produção e aumentavam os lucros que eram
direcionados para o desenvolvimento de tecnologias ain-
da mais modernas.
O setor de transportes também sofreu uma verdadei-
ra revolução ao longo desse processo. O desenvolvimento
da metalurgia e a energia a vapor, permitiram o surgimento
de novas locomotivas e navios que integravam ainda mais
o território (áreas fornecedoras de matérias-primas, indús-
trias e mercados consumidores) e facilitavam o escoamento
da produção industrial.
A locomotiva a vapor, uma revolução
no setor de transportes
Thomas Morus
O SIGNIFICADO SOCIAL DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A condição de vida e trabalho do operariado durante
essa revolução industrial é um capítulo à parte. O avanço
da industrialização promovia paralelamente um crescimen-
to da vida urbana, redefinindo a paisagem e reorganizando
a sociedade em novas e antagônicas classes sociais: a bur-
guesia, detentora dos meios de produção, desejosa de
ampliar seus lucros, e o proletariado, trabalhadores das fá-
bricas que tinham na venda de sua força de trabalho os
únicos meios de sobrevivência, que experimentando uma
crescente exploração.
Os cercamentos haviam expulsado muitos campo-
neses das terras coletivas, obrigando-os a buscar trabalhos
na nova realidade urbana e industrial. Por sua vez, o avan-
ço da industrialização impedia, pela impossibilidade de
concorrência com as nascentes fábricas, que os velhos
artesãos continuassem suas atividades. A maioria acabou
se sujeitando a uma nova divisão do trabalho, que lhes
tirava a capacidade de produzir o bem até o final, alienan-
James Watt, o homem que alavancou a
 revolução industrial ao aperfeiçoar em 1765
 a máquina a vapor de Thomas Newcomem
Assim como o navio a vapor, desenvolvido
por Robert Fulton
“Os carneiros, antes animais tão delicados e inofen-
sivos, em minha terra tornaram-se devoradores de
homens.”
MORUS, Thomas. A Utopia. Tradução: Paulo Neves.
Porto Alegre: L&PM Editores, 1ª Ed. 1997.
374
Ação de operários luditas, destruindo
as máquinas em sinal de protesto.
do os trabalhadores do produto de seu trabalho. Os que
não viravam meros fornecedores de lã ou algodão para as
grandes indústrias, acabavam trabalhando em condições
precárias nas minas, ou engrossavam as fileiras de ope-
rários nas fábricas. Lá, invariavelmente, se submetiam a
longas e repetitivas jornadas de trabalho e baixíssimos
salários que não lhes permitiam outra condição de sobre-
vivência que não fossem os precários bairros e vilas
operárias. É fundamental lembrarmos que muitos davam
preferência a uma mão de obra feminina, por ser mais
barata e considerada menos propensa a atos de rebeldia,
além da freqüente existência de exploração do trabalho
infantil. Esse quadro fez com que muitos homens perdes-
sem seus empregos.
Diante desse quadro, uma boa parte dos operários
caía no alcoolismo, prostituição ou se acidentavam pela
exaustão. Muitos outros começaram uma série de lutas
operárias por melhores condições. Seja através da organi-
zação coletiva do Sindicalismo (e das greves por ele
articuladas), da destruição de máquinas promovidas pelos
luditas ou da tentativa de reformas pela via política, como
defendeu o movimento cartista (que enviava ao parlamento
petições populares exigindo uma intervenção do Estado na
situação operária, legislando de modo a dar garantias aos
trabalhadores e reduzindo a exploração sobre os operári-
os). Os operários nunca foram passivos diante dessa
exploração. Essa luta entre as classes burguesas e operá-
rias evoluiu, no século XVIII, para novas propostas de
organização e novas teorias, reformistas e revolucionárias.
Charge representando o movimento cartista inglês, que
enviava petições populares ao parlamento exigindo
melhores salários, redução da jornada de trabalho, fim da
exploração do trabalho infantil e da mulher,além da adoção
do voto universal masculino, que daria a possibilidade de
os operários elegerem seus representantes políticos, o que
era impossível com o vigente voto censitário.
01 (UEM) Assinale o que for correto sobre a Revolução
Industrial.
01) A máquina a vapor criada por James Watt usa-
va carvão mineral como combustível e foi um
marco do período.
02) Caracterizou-se por crescente aumento da cir-
culação de pessoas em função da expansão da
rede de transportes por vias férrea e marítima.
04) O bonde movido a eletricidade foi o principal
meio de transporte de mercadorias do período
em questão.
08) O eixo central do capitalismo migrou do que foi
conhecido como mercantilismo para uma eco-
nomia baseada na produção de mercadorias
realizada por operários assalariados.
16) Na Inglaterra, a Revolução Industrial se iniciou
pelo tradicional setor químico.
02 (UEPG) O século XIX foi marcado pelo avanço do
capitalismo industrial e pelo surgimento de uma clas-
se social típica desse período histórico: a classe
operária. A respeito desse tema, assinale o que for
correto.
01) Apesar de serem empregados como operários
nas fábricas inglesas, o tratamento dispensado
às mulheres e crianças era diferenciado. Desde
o início da industrialização, já havia uma legis-
lação que estabelecia uma série de direitos para
ambos os grupos.
02) O Ludismo, movimento que teve origem na In-
glaterra, defendia a quebra de máquinas, por
parte dos operários, como forma de
enfrentamento aos efeitos sociais da industriali-
zação.
04) Os negros trazidos como escravos da África an-
tes do século XIX foram os primeiros operários
utilizados pelos ingleses em suas fábricas.
08) A baixa remuneração e as péssimas condições
de trabalho nas fábricas foram motivos que con-
tribuíram para a organização e para a formação
dos sindicatos ligados à classe operária.
03 (UEM) No século XVIII ocorreram diversas mudan-
ças que se manifestaram na economia, na política e
também no campo social. Especialmente na Europa,
sobretudo na Inglaterra, vivia-se um momento de for-
te desenvolvimento econômico e tecnológico que se
convencionou chamar de Revolução Industrial.
Sobre esta revolução, assinale a(s) alternativa(s)
correta(s).
01) Inicialmente, ocorreu na Inglaterra por diversos
fatores, entre os quais a riqueza do seu solo (fer-
ro, carvão etc.), os cercamentos ("enclousures"),
a Revolução Gloriosa.
02) A rotina de trabalho dos operários das fábricas
era de oito horas diárias e os ambientes onde
as atividades se realizavam eram asseados e
organizados. Os trabalhadores eram amparados
por direitos trabalhistas como férias, horas ex-
tras e descanso semanal remunerado.
375
04) A utilização dos trabalhos feminino e infantil era
uma das opções empregadas pelos industriais
com o objetivo de baratear os custos de produ-
ção das mercadorias, uma vez que os salários
pagos eram bem menores que os dos homens.
08) Na era industrial, houve o parcelamento e a di-
visão do trabalho. O trabalhador perdeu a visão
global do processo de produção, passando a ser
o responsável por apenas uma parte do ciclo
produtivo de uma mercadoria.
16) Na cidade, os bairros proletários eram bem or-
ganizados e se destacavam por alamedas lar-
gas e funcionais e por infraestrutura com redes
de esgoto, de energia e de água tratada.
04 (UEPG) Fenômeno histórico caracterizado por uma
série de mudanças concomitantes que ocorreram na
Europa entre os séculos XVIII e XIX, a Revolução In-
dustrial lançou as bases do mundo contemporâneo e
provocou profundas transformações científico-
tecnológicas, econômicas, culturais e sociais. A
respeito desse tema, assinale o que for correto.
01) Inovações no campo das comunicações (como
a invenção do telégrafo) e dos transportes (como
a criação dos navios a vapor e o desenvolvi-
mento do sistema ferroviário) ampliaram o po-
tencial comercial entre os países europeus e
também destes com as regiões periféricas.
02) Descobertas nos campos da física (como as leis
da termodinâmica), da química (como os fertili-
zantes e a nitroglicerina) e da biologia (como a
anestesia e as vacinas) tiveram implicação di-
reta na ampliação do conhecimento sobre as
potencialidades da terra, o funcionamento do
universo e a manutenção da vida humana.
04) As obras de escritores clássicos da literatura
europeia, como o francês Victor Hugo e o britâ-
nico Charles Dickens, buscaram retratar os efei-
tos sociais da Revolução Industrial. Apologistas
desse processo, Hugo e Dickens tornaram-se
intérpretes da perspectiva burguesa de socie-
dade.
08) Baixos salários, condições precárias de mora-
dia e higiene, falta de leis trabalhistas, expecta-
tiva de vida baixa. Essas eram as condições a
que o operariado europeu (em especial o inglês)
esteve submetido durante boa parte da Revolu-
ção Industrial.
16) Ludismo e cartismo foram movimentos criados
pelos grandes industriais ingleses logo no início
da Revolução Industrial e tinham como objetivo
difundir as inovações tecnológicas originárias
desse processo.
05 (UEPG) O nascimento da classe operária na Ingla-
terra do século XVIII é considerado um dos maiores
fenômenos sociais da contemporaneidade. A respei-
to desse tema, assinale o que for correto.
01) Na medida em que os trabalhadores se organi-
zam e adquirem consciência de sua condição
de classe no sistema capitalista, a ideia de rup-
tura social torna-se cada vez mais forte entre
eles.
02) Literatura corrente entre muitos trabalhadores
do século XIX, O Manifesto Comunista, escrito
por Marx e Engels, reafirmava a condição natu-
ral dos trabalhadores na ordem capitalista e pro-
punha a manutenção do modelo social vigente.
04) O desenvolvimento de um modelo de produção
baseado em grandes estruturas fabris levou a
uma forte demanda por mão de obra e, parale-
lamente, contribuiu para a concentração de tra-
balhadores e para a formação da classe operá-
ria.
08) Em decorrência do grande número de greves,
protestos e manifestações violentas pedindo a
ampliação de direitos sociais e trabalhistas, a
classe operária foi, paulatinamente, sendo subs-
tituída por artesãos nas grandes fábricas ingle-
sas do século XIX.
16) O ludismo e o cartismo foram movimentos liga-
dos à classe operária inglesa que se caracteri-
zaram pela negação ao conflito e pela defesa
do diálogo e da negociação com os industriais.
06 (UEPG) O termo Revolução Industrial é usado para
expressar a transformação do sistema de produção e
das relações de trabalho que se deram a partir da
Inglaterra em meados do século XVIII. Sobre o tema,
assinale o que for correto.
01) Fordismo, Cartismo e Taylorismo foram algumas
das correntes anti-industriais que tiveram origem
entre os trabalhadores ingleses dos séculos
XVIII e XIX. Contrárias à ideia das linhas de
montagem, tais correntes defendiam a volta das
formas pré-capitalistas de produção.
02) Ao longo do século XVIII, as colônias de potên-
cias europeias desempenharam um papel fun-
damental no arranco da Revolução Industrial.
Mercados produtores potenciais, as regiões co-
loniais concentraram um grande número de in-
dústrias bancadas pelo capital europeu, as quais
receberam a denominação de multinacionais.
04) Juntamente com a máquina a vapor, a eletrifi-
cação se constituiu como elemento essencial
na origem da Revolução Industrial. Desde os
primórdios das grandes mudanças tecnológicas,
a energia elétrica se constituiu na principal for-
ça motriz das fábricas inglesas.
08) O artesanato e a manufatura são formas de pro-
dução que antecederam a Revolução Industrial
e diferiam desta no que respeitam ao espaço
físico da produção, as etapas produtivas e as
relações de trabalho entre os personagens en-
volvidos.
16) A Revolução Industrial concentrou os trabalha-
dores em fábricas e trouxe uma mudança radi-
cal no caráter do trabalho na medida em que os
meios de produção (instalação, máquinas, ma-
térias-primas) passaram a se concentrar nas
mãos dos capitalistas (industriais).
376
07 (UEM) O Período Moderno da história do ocidente
viveu um processode intensas transformações em
todos os aspectos da vida social e da vida privada.
Sobre a economia do mundo ocidental na Época Mo-
derna, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Na Inglaterra, predominou, do século XV ao XIX,
a produção manufatureira. Caracterizada pela
utilização de máquinas, a manufatura libertou a
produção dos limites da força e da agilidade dos
trabalhadores.
02) A centralização política, que resultou no
surgimento das monarquias nacionais, tornou
possível uma maior intervenção dos reis na vida
social, com o estabelecimento de regras, práti-
cas e ações, inclusive na economia.
04) O Mercantilismo foi um conjunto de práticas, nor-
mas e ações adotadas pelos estados nacionais
modernos que visavam à obtenção e ao acúmulo
de riquezas. A adoção dessas práticas e nor-
mas contribuiu para o fortalecimento do poder
régio.
08) O protecionismo, uma das práticas mais disse-
minadas entre as monarquias modernas, tinha
como objetivo claro e declarado obstaculizar o
desenvolvimento do capitalismo e favorecer a
nobreza feudal.
16) A Inglaterra, na Época Moderna, adotou medi-
das para estimular o desenvolvimento da frota
naval e da marinha mercante e para incentivar
a produção manufatureira.
08 (UEM) Sobre a primeira Revolução Industrial, ocorri-
da na Europa entre a segunda metade do século XVIII
e meados do século XIX, assinale a(s) alternativa(s)
correta(s).
01) A industrialização da segunda metade do sécu-
lo XVIII iniciou-se na Inglaterra com a mecani-
zação do setor têxtil, cuja produção tinha am-
plos mercados.
02) A mecanização da produção acelerou o êxodo
rural, o crescimento urbano e a formação de uma
classe operária.
04) Com a Revolução Industrial ocorreu um desen-
volvimento do operariado urbano que passou a
se associar em organizações trabalhistas, como
as trade unions da Inglaterra.
08) O aumento da oferta de empregos para mão de
obra desqualificada promoveu, no século XIX,
um aumento da imigração dos moradores dos
países latino-americanos para os países euro-
peus que estavam se industrializando.
16) A localização geográfica dos Estados Unidos de-
terminou o pioneirismo deste país na Revolu-
ção Industrial, pois, situado no hemisfério nor-
te, sua produção industrial atingiu rapidamente
o mercado do Reino Unido.
01 (UPF) Na Declaração de Independência dos Esta-
dos Unidos da América, em 1776, os colonos, na
escrita de Thomas Jefferson, registraram:
"Estas colônias unidas são, e têm o direito a ser, Es-
tados livres e independentes e toda ligação política
entre elas e a Grã-Bretanha já está e deve estar total-
mente dissolvida."
É correto dizer que a afirmação de liberdade e inde-
pendência presente no documento está relacionada:
(A) ao interesse das colônias do Norte de se sepa-
rarem das colônias do Sul, em função dos en-
traves que a organização social escravista sulina
criava ao desenvolvimento capitalista.
(B) à vontade dos colonos norte-americanos de se
aliarem com a França revolucionária, que lhes
oferecia oportunidades mais promissoras para
as trocas comerciais.
(C) ao propósito dos colonos de alcançar a autono-
mia política, embora preservando o monopólio
comercial, que favorecia a economia das colô-
nias do Norte.
(D) à formalização de uma separação política que,
na prática, já existia, como comprova a liberda-
de comercial da qual gozavam tanto as colôni-
as do Norte quanto as do Sul.
(E) à reação dos colonos norte-americanos, base-
ada nas ideias dos filósofos iluministas, contra
a tentativa de reforçar as medidas de explora-
ção colonial impostas pela Inglaterra.
02 (FGV) (...) Nós temos essas verdades como eviden-
tes por si mesmas: que todos os homens nascem
iguais; que o seu Criador os dotou de certos direitos
inalienáveis, entre os quais a Vida, a Liberdade e a
procura da Felicidade; que para garantir esses direi-
tos, os homens instituem entre eles Governos, cujo
justo poder emana do consentimento dos governa-
dos; que, se um governo, seja qual for a sua forma,
chega a não reconhecer esses fins, o povo tem o di-
reito de modificá-lo ou de aboli-lo e de instituir um
novo governo, que fundará sobre tais princípios e de
que ele organizará os poderes segundo as formas que
lhe parecem mais próprias para garantir a sua Segu-
rança e a sua Felicidade.
(Declaração de Independência dos Estados
Unidos da América do Norte, 04 de julho de 1776
apud Gustavo de Freitas, 900 textos de História. p. 60)
Segundo o documento, é correto afirmar que
(A) a separação das 13 colônias inglesas da metró-
pole foi ilegítima, uma vez que os sagrados la-
ços coloniais não foram rompidos, isto é, o Anti-
go Sistema Colonial assimilou os princípios
iluministas.
(B) o rompimento dos laços políticos e econômicos
com a metrópole baseou-se nos princípios
iluministas e deu às ex-colônias o direito de se-
rem Estados livres, com o consentimento dos
governados.
377
(C) a quebra das relações entre as 13 colônias e a
metrópole tem a sua legitimidade baseada nos
princípios do Antigo Sistema Colonial, isto é, na
Igualdade, na Liberdade e na Felicidade.
(D) os princípios iluministas fundados na Vida, Li-
berdade e procura da Felicidade sustentam os
novos Estados livres e independentes com o
consentimento da elite da metrópole.
(E) os direitos inalienáveis como a Vida, a Liberda-
de e a procura da Felicidade referem-se tanto
ao povo das colônias como ao povo da metró-
pole, preservando assim os sagrados vínculos
coloniais.
03 (PUCRJ) Os parágrafos que se seguem foram extra-
ídos do documento "Declaração de Independência dos
Estados Unidos", assinado pela unanimidade dos re-
presentantes políticos das Treze Colônias, no
Segundo Congresso Continental no ano de 1776.
"Quando no decurso da História do Homem se torna
necessário um povo quebrar os elos políticos que o
ligavam a outro e assumir, de entre os poderes terre-
nos, um estatuto de diferenciação e igualdade ao qual
as Leis da Natureza e do Deus da Natureza lhe con-
ferem o direito, o respeito que é devido perante as
opiniões da Humanidade exige que esse povo decla-
re as razões que o impelem à separação. (...)
(...) o Povo tem direito a (...) instituir um novo gover-
no, assentando os seus fundamentos nesses
princípios e organizando os seus poderes do modo
que lhe pareça mais adequado à promoção de sua
Segurança (...)."
http://www.infopedia.pt/$declaracao-de-
independencia-dos-estados
Assinale a alternativa que corresponde CORRETA-
MENTE ao conjunto de ideias e ideais relacionados à
época histórica tratada pelo documento.
(A) O liberalismo enquanto doutrina defendia a me-
nor intervenção possível do Estado na condu-
ção política da sociedade.
(B) O racionalismo científico renascentista atribuía
ao homem o poder de conhecimento e interven-
ção tanto na natureza como na condução políti-
ca das sociedades.
(C) O nacionalismo partia do pressuposto de que a
lealdade do indivíduo ao Estado-nação deveria
estar acima dos interesses pessoais ou dos in-
teresses de determinados grupos.
(D) O Iluminismo defendia, de modo geral, a ideia
de que o Estado deveria assegurar ao Homem
o direito de expressar sua consciência de forma
autônoma, bem como os direitos inalienáveis à
vida e à busca da felicidade.
(E) As doutrinas sociais emergentes do contexto da
sociedade industrial pregavam a ampliação da
participação política à classe operária, além de
melhores condições de vida para a mesma.
04 (UPE) A passagem do século XVIII para o XIX foi
marcada por um desequilíbrio nas relações entre a
Europa e o Novo Mundo. As lutas políticas na Améri-
ca estavam ligadas à resistência contra a colonização
europeia e às influências das ideias liberais. Sobre
essa crise do Antigo Regime e suas implicações na
América, assinale a alternativa CORRETA.
(A) A Guerra de Independência dos Estados Uni-
dos acirrou as tensões políticas pré-existentes
entre a França e a Inglaterra, servindo de palco
para um confronto indireto entre essas duas
nações.
(B) As tensões políticas entre a Espanha e suas co-
lônias na América acabaram por reestruturaro
império espanhol que, mediante as reformas
bourbonianas, conseguiu manter seu poderio na
América, até o final do século XIX.
(C) As relações entre Portugal e a América Portu-
guesa só se agravaram após a transmigração
da família real para o Brasil em 1808, fugindo
da invasão napoleônica.
(D) A Guerra do Paraguai, envolvendo Brasil, Por-
tugal, Paraguai, Espanha e Inglaterra, é fruto di-
reto desse contexto.
(E) As Conjurações Baiana e Mineira, ocorridas no
início do século XIX, são reflexos desse quadro
de desequilíbrio político entre Portugal e sua co-
lônia na América.
05 (UFSJ) A respeito da Independência dos Estados Uni-
dos da América, é CORRETO afirmar que ela
(A) derivou de um processo de negociação pacífica
entre a Grã-Bretanha e suas treze colônias da
América do Norte, instalou uma república na qual
todos os cidadãos adultos tinham direito a voto
e manteve a escravidão.
(B) derivou de um processo de negociação pacífica
entre a Grã-Bretanha e suas treze colônias da
América do Norte, instalou uma república na qual
só os grandes proprietários tinham direito a voto
e manteve a escravidão.
(C) derivou de uma guerra entre a Grã-Bretanha e
suas treze colônias da América do Norte, insta-
lou uma monarquia constitucional que imitava o
regime britânico e eliminou a escravidão.
(D) derivou de uma guerra entre a Grã-Bretanha e
suas treze colônias da América do Norte, insta-
lou uma república na qual boa parte dos cida-
dãos adultos tinha direito a voto e manteve a
escravidão.
06 (UFSJ) Entre os processos políticos citados abaixo,
aquele que instaurou um regime republicano funda-
mentado em princípios liberais como a eleição do
chefe de Estado e a defesa da propriedade privada
foi a
(A) Revolução Gloriosa na Inglaterra, em 1688.
(B) Independência dos Estados Unidos da Améri-
ca, em 1776.
(C) Independência do Brasil, em 1822.
(D) Revolução Russa, em 1917.
378
07 (ESPM) Em 1773, procurando aliviar as dificuldades
financeiras da Companhia das Índias Orientais, o go-
verno britânico concedeu-lhe o monopólio do chá nas
colônias. Os colonos reagiram e disfarçados de índi-
os, patriotas de Boston, abordaram navios que
transportavam chá, lançando a mercadoria nas águas
do porto.
(H. C. Allen. História dos Estados Unidos da América)
A ação descrita pelo texto levou o parlamento britâni-
co a promulgar, em 1774, as Leis Coercitivas ou, como
foram chamadas pelos colonos, Intoleráveis. Tais leis:
(A) lançavam impostos sobre vidro e corantes;
(B) interditavam o porto de Boston até que fosse
pago o prejuízo causado pelos colonos;
(C) proibiam a emissão de papéis de crédito na co-
lônia que, até então, eram usados como moe-
da;
(D) impunham aos colonos os custos do alojamen-
to e fornecimento de víveres para as tropas bri-
tânicas enviadas para a colônia;
(E) enfraqueceram a autoridade do governador de
Massachusetts.
08 (UFRGS) Considere o enunciado abaixo e as três
propostas para completá-lo.
A Independência das treze colônias inglesas na costa
leste da América está inserida na conjuntura das re-
voluções atlânticas. A declaração da independência
dessas col ônias sustentava que
1. todos os homens nascem iguais, sendo dota-
dos de direitos inalienáveis, como a vida, a li-
berdade e a aspiração à felicidade.
2. a origem de todo o poder reside no povo, ca-
bendo a ele a organização de seu próprio go-
verno.
3. os direitos inalienáveis deveriam ser estendidos
a toda população, extinguindo-se a escravidão
e o extermínio dos índios.
Quais propostas estão corretas?
(A) Apenas 1.
(B) Apenas 2.
(C) Apenas 3.
(D) Apenas 1 e 2.
(E) 1, 2 e 3.
Sobre esse tema, faça o que se pede.
a) Que contexto socioeconômico permitiu o
surgimento da classe operária inglesa e qual
fenômeno caracteriza seu amadurecimento
como movimento social?
b) Cite três conquistas decorrentes da organiza-
ção dos operários na primeira metade do sécu-
lo XIX na Inglaterra.
02 (UEL) Leia os textos a seguir.
O reino recém-unido da Grã-Bretanha estava emer-
gindo como uma potência europeia, intelectual, militar
e comercial. Newton era reconhecido como o gênio
supremo da época, enquanto a Royal Society de Lon-
dres era vista como seu árbitro científico supremo.
Locke estava fundando a Filosofia empírica e promul-
gando as ideias políticas liberais que, na altura do fim
do século, seriam corporificadas na constituição ame-
ricana. Enquanto isso, Robinson Crusoé, de Defoe, e
As Viagens de Gúliver, de Swift, satisfaziam, cada um
à sua maneira, a fome de aventuras estrangeiras do
público. Essa era uma nação autoconfiante, experi-
mentando os primeiros rebuliços do que viria a ser a
Revolução Industrial - a máquina a vapor já estava
sendo usada nas minas da Cornualha.
(STRATHERN, P. Uma Breve História da Economia.
Rio de Janeiro: Zahar, 2003. p.62.)
Há hoje, nas planícies da Índia e da China, homens e
mulheres, infestados por pragas e famintos, vivendo
pouco melhor, aparentemente, do que o gado que tra-
balha com eles de dia e que compartilha seu local de
dormir à noite. Esse padrão asiático, e esses horro-
res não mecanizados, é o destino daqueles que
aumentam seus números sem passar por uma revo-
lução industrial.
(ASHTON, T. S. The Industrial Revolution, 1760-1830.
 London: Oxford University Press, 1948. p.161.)
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o
tema, responda aos itens a seguir.
a) Explique o contexto histórico da Revolução In-
dustrial.
b) Situe o posicionamento dos autores desses tex-
tos quanto a esse evento histórico.
03 (UFPR) Leia o excerto de texto escrito pelo anarquis-
ta Neno Vasco (1878-1920), na edição de Primeiro de
Maio de 1914 do jornal brasileiro "A Voz do Trabalha-
dor":
"Eis a festa do 1º de Maio, isto é, a manifestação pro-
letária que a inconsciência de uns, a astúcia e
velhacaria de outros e a cumplicidade de todos redu-
ziram em tantas partes a uma absurda 'festa do
trabalho', como lhe chamam os burgueses compla-
centes. (…) Vós, só o podereis festejar quando
tiverdes conquistado. E é dessa conquista que se tra-
ta, tanto no 1º de Maio como nos outros dias."
(Neno Vasco. O Significado do 1º de Maio. In: A Voz do
Trabalhador, Ano VII, números 53-64, 1º de maio de 1914) -
<http://passapalavra.info/2009/09/11694>.
Discorra sobre o sentido original do Primeiro de Maio
no final do século XIX e explique as razões da indig-
nação expressa no texto acima.
01 (UFU) "Nos anos entre 1780 e 1832, os trabalhado-
res ingleses, em sua maioria, passaram a se identificar
uns com os outros e contra seus dirigentes e empre-
gadores. Essa classe dirigente estava, ela própria,
muito dividida, e de fato só conseguiu maior coesão
nesses mesmos anos porque certos antagonismos se
dissolveram (ou se tornaram relativamente insignifi-
cantes) frente a uma classe operária insurgente."
THOMPSON, E. P. A Formação da Classe
Operária Inglesa: a Árvore da Liberdade.
Rio de Janeiro: Paz e Terra,2004. p.12. (Adaptado)
379
04 (UNESP) Sob qualquer aspecto, este [a Revolução
Industrial] foi provavelmente o mais importante acon-
tecimento na história do mundo, pelo menos desde a
invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado
pela Grã-Bretanha. É evidente que isto não foi aci-
dental.
(Eric Hobsbawm.
A era das revoluções: 1789-1848, 1986.)
Aponte dois fatores que justifiquem a importância dada
pelo texto à Revolução Industrial e indique dois moti-
vos do pioneirismo britânico.
05 (UNESP)
Noite após noite, quando tudo está tranquilo
E a lua se esconde por trás da colina,
Marchamos, marchamos para realizar nosso desejo.
Com machado, lança e fuzil!
Oh! meus valentes cortadores!
Os que com golpes fortes
As máquinas de cortar destroem.
Oh! meus valentes cortadores! (...).
(Canção popular inglesa do início do século XIX.
Citada por: Luzia Margareth Rago e Eduardo F. P. Moreira.
O que é Taylorismo, 1986.)
A canção menciona os "quebradores de máquinas",
que agiram em muitas cidades inglesas nas primei-
ras décadas da industrialização. Alguns historiadores
os consideram "rebeldes ingênuos", enquantooutros
os veem como "revolucionários conscientes". Justifi-
que as duas interpretações acerca do movimento.
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PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 03:
A REVOLUÇÃO AMERICANA
• INDEPÊNDENCIA DAS TREZE COLÔNIAS INGLESAS NA
AMÉRICA
Ao contrário do que muitos pensam, a Revolução Fran-
cesa, iniciada em 1789, não foi a primeira grande revolução
iluminista ocorrida no final do século XVIII. Já em 1776,
quando foi assinada a declaração de independência, as tre-
ze colônias inglesas na América romperam com os grilhões
coloniais e mercantilistas, inspirando diversas outras regi-
ões coloniais nos anos seguintes.
Abaixo, a bandeira que simbolizava a colonização in-
glesa nas 13 colônias, e a primeira bandeira das treze
colônias independentes.
ANTECEDENTES
Como vimos, o modelo de colonização inglesa na
América, sobretudo na porção norte, foi marcado por um
relativo distanciamento com relação ao colonialismo clás-
sico. As colônias gozavam de considerável autonomia até
meados do século XVIII, quando ocorreram os conflitos
relacionados à Guerra dos Sete Anos (1756-1763), opon-
do França e Inglaterra pelo controle de áreas e rotas
comerciais em diversas partes do mundo, inclusive a
América. Ao final do conflito, a Inglaterra, apesar de vito-
riosa, estava atolada em dívidas, e promoveu uma
importante mudança na sua política de administração das
treze colônias americanas, introduzindo taxas e mono-
pólios que enterravam de vez a autonomia colonial de
tempos anteriores. É possível aqui percebermos que o
discurso liberal e de livre comércio adotado pelos britâni-
cos após as revoluções burguesas do século XVII muitas
vezes não passava de um discurso, cujo objetivo era enfra-
quecer os impérios rivais.
380
Ao final da guerra diversas áreas haviam sido toma-
das dos franceses, e os colonos ambicionavam ocupá-las.
Porém, um decreto real impediu que essa ambição se con-
cretizasse, já que a coroa estabeleceu o monopólio sobre
essas terras, com o objetivo de negociá-las com comerci-
antes ingleses. A partir daí seguiram-se diversos impostos
que atingiam diretamente a vida dos colonos, como a Lei
do Açúcar de 1764, que taxava o açúcar importado das An-
tilhas pelos colonos, e a lei do Selo em 1765, que estabelecia
uma taxação sobre documentos, certidões, jornais e de-
mais publicações impressas na colônia. Seguiram-se ainda
leis coercitivas, que geraram diversos protestos contra o
governo inglês, por parte dos colonos, como a lei que obri-
gava-os a oferecer abrigo em suas propriedades aos
soldados ingleses e os atos Towshend, de 1767, que taxa-
vam diversos outros produtos importados pelos colonos.
Os colonos reagiram intensificando a pirataria e os protes-
tos também se radicalizaram, levando episódios como o
Massacre de Boston, em que cinco colonos foram mortos
durante um protesto contra os novos impostos. Inspirados
pelos discursos liberais e iluministas, os colonos não se
sentiam obrigados a cumprir leis das quais não participa-
ram da formulação, uma vez que o parlamento britânico
não tinha representantes das colônias.
Gravura simbolizando o Massacre de Boston
A revolução se aproximou definitivamente em 1773,
quando passou a vigorar a lei do chá, que estabeleceu o
monopólio de distribuição do produto na colônia pela Com-
panhia das Índias Orientais, de domínio inglês. A lei atingia
diversos comerciantes no universo colonial e encarecia o
produto para os colonos, devido ao monopólio. Seguiu-se
uma nova onda de protestos e boicotes por parte dos colo-
nos, cujo ápice foi a chamada Festa do Chá de Boston, em
que os colonos da região invadiram um navio inglês e des-
truíram a carga de chá, lançando-a no mar. A Inglaterra reagiu
de forma dura, impondo um conjunto de leis que os colonos,
por considerarem-nas absurdas, nomearam de leis intolerá-
veis. Os termos impunham pesadas indenizações, perda de
autonomia, envio de novas forças militares britânicas para
as regiões onde ocorreram protestos e a interdição do porto
de Boston, motivando de vez o processo revolucionário.
A Festa do Chá de Boston
O PROCESSO REVOLUCIONÁRIO
O primeiro grande gesto do processo de independên-
cia aconteceu em 1774, quando os representantes de
praticamente todas as colônias organizaram o primeiro Con-
gresso Continental, na Filadélfia, com o objetivo de dar um
ultimato aos ingleses, sob pena da separação definitiva. A
intransigência inglesa precipitou os acontecimentos e foi or-
ganizado o segundo Congresso Continental da Filadélfia,
quando foram criadas duas comissões: a primeira, a cargo
de George Washington, ficou incumbida de organizar o exér-
cito que lutaria pela independência exército esse que contou
com ampla adesão de voluntários; a segunda comissão, na
qual destacou-se Thomas Jefferson, encarregou-se de redi-
gir o texto que se tornaria a Declaração de Independência
dos Estados Unidos da América, pronta no dia 4 de julho de
1776. Pouco antes, em janeiro do mesmo ano, Thomas Paine
publicou um texto intitulado “Senso Comum”, onde
conclamava os colonos à independência.
Após longa série de batalhas, nas quais os colonos
tiveram o apoio de outras nações europeias rivais da Ingla-
terra, como Holanda, Espanha e, principalmente, a França,
os ingleses se renderam e em 1783 assinaram o Tratado de
Paris, pelo qual reconheciam a independência de suas ex-
colônias. O gesto final da construção dos Estados Unidos
ocorreu quatro anos depois quando foi aprovada a constitui-
ção do novo país. Essa constituição, liberal em muitos
sentidos, também possuía suas contradições. Estabeleceu-
se um regime federalista, em que os estados membros
gozariam de considerável autonomia dentro da união. O voto
seria, a rigor, para os homens brancos e de posses, conside-
rados os “fundadores da nação”, caracterizando uma
democracia excludente em muitos sentidos. O presidente,
chefe do poder executivo foi eleito por um colegiado de re-
presentantes dos estados, a suprema corte estabeleceu-se
como a maior autoridade do poder judiciário e o legislativo
organizou-se em moldes bicamarais, composto pelo senado
(representantes dos estados) e pelo conjunto de deputados,
proporcionais à população de cada estado. Como a inde-
pendência não eliminou as diferenças entre o norte e o sul,
este permaneceu majoritariamente escravocrata, e reivindi-
cou que um terço do número de escravos de cada estado
fosse contabilizado como parte da população, na composi-
ção do cálculo para a quantidade de deputados. A
permanência das diferenças entre o norte e o sul do país
(que ultrapassavam a questão escravista, passando, por
exemplo, pelo protecionismo alfandegário defendido pelo
norte e a adoção do livre comércio pelos estados do sul) se
intensificariam na segunda metade doséculo XIX, levando o
país à guerra civil.
381
Thomas Jefferson e a Declaração de Independência
dos Estados Unidos da América
General George Washington: comandante das tropas
que lutaram pela independência das treze colônias
e primeiro presidente dos Estados Unidos
01 (ESPCEX-AMAN) A partir de 1764, o governo inglês
adotou medidas que aumentaram a arrecadação fis-
cal e restringiram a autonomia das 13 colônias
norte-americanas. Nas alternativas abaixo, assinale
a medida que provocou o protesto dos representan-
tes das 13 colônias que realizaram o Primeiro
Congresso da Filadélfia.
(A) Leis Intoleráveis
(B) Lei do Chá
(C) Lei dos Alojamentos
(D) Lei do Selo
(E) Lei do Açúcar
02 (UNIOESTE) Tomando como base a citação abaixo:
"A história escrita do mundo é, em larga medida, uma
história de guerras, porque os Estados em que vive-
mos nasceram de conquistas, guerras civis ou lutas
pela independência. Ademais, os grandes estadistas
da história escrita foram, em geral, homens de violên-
cia, pois ainda que não fossem guerreiros - e muitos
o foram -, compreendiam o uso da violência e não
hesitavam em colocá-la em prática para seus fins".
KEEGAN, John. Uma História da Guerra.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 399.
Assinale a alternativa CORRETA.
(A) A Guerra dos Cem anos foi um conflito
ininterrupto ocorrido no século XVI que envol-
veu duas das principais potências da Europa:
Inglaterra e França. O cenário era marcado por
fortes crises e pelo crescimento da economia
urbana e do comércio.
(B) O primeiro conflito bélico que teve proporções
globais ocorreu entre 1941 e 1945 e foi chama-
do de Primeira Guerra Mundial, batizada por
seus contemporâneos como "A grande guerra".
(C) O processo de independência dos Estados Uni-
dos ocorreu na virada da década de 1770 para
1780. No Segundo Congresso Continental, ocor-
rido no dia 04 de julho de 1776, foi escrita a
Declaração de Independência.
(D) Entre 1965 e 1975 ocorreu a guerra do Vietnã:
uma batalha sangrenta e custosa, mas que
marcou a maior vitória americana na Ásia du-
rante o século XX e a derrocada do comunismo
naquela região do globo.
(E) Liderado por Fulgêncio Batista e patrocinado pe-
los Estados Unidos, a Revolução Cubana mar-
cou o fim do regime comunista que foi instaura-
do na ilha de Cuba por Fidel Castro e Che
Guevara.
03 (ESPCEX-AMAN) Em 1781, o general inglês
Cornwallis rendeu-se aos revoltosos norte-america-
nos, na batalha de Yorktown, dando início às
negociações que levaram a Inglaterra a reconhecer
os Estados Unidos da América como nação livre.
Na formação desse novo estado pode-se destacar
(A) um poder central forte e nenhuma autonomia
política e administrativa aos estados membros.
(B) a adoção do sistema parlamentarista.
(C) a participação política dos indígenas e negros.
(D) um poder central muito fraco e estados mem-
bros com muita autonomia política e adminis-
trativa.
(E) a formação de um estado com base em ideias
oriundas do Iluminismo.
04 (UNESP) Todos os homens são criados iguais, dota-
dos pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre
os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da feli-
cidade. Para assegurar esses direitos, entre os
homens se instituem governos, que derivam seus jus-
tos poderes do consentimento dos governados.
Sempre que uma forma de governo se dispõe a des-
truir essas finalidades, cabe ao povo o direito de
alterá-la ou aboli-la, e instituir um novo governo, as-
sentando seu fundamento sobre tais princípios e
organizando seus poderes de tal forma que a ele pa-
reça ter maior probabilidade de alcançar-lhe a
segurança e a felicidade.
(Declaração de Independência dos
Estados Unidos (1776). In: Harold Syrett (org.).
Documentos históricos dos Estados Unidos, 1988.)
382
O documento expõe o vínculo da luta pela indepen-
dência das treze colônias com os princípios
(A) liberais, que defendem a necessidade de impor
regras rígidas de protecionismo fiscal.
(B) mercantilistas, que determinam os interesses de
expansão do comércio externo.
(C) iluministas, que enfatizam os direitos de cida-
dania e de rebelião contra governos tirânicos.
(D) luteranos, que obrigam as mulheres e os ho-
mens a lutar pela própria salvação.
(E) católicos, que justificam a ação humana ape-
nas em função da vontade e do direito divinos.
05 (G1 - CPS) O século XVIII ficou conhecido como o
Século das Luzes. Não pelas inovações energéticas
que facilitariam a vida nas cidades, mas sim pela di-
fusão de novas ideias diante das "trevas da ignorância"
que eram associadas, por exemplo, as ações
adotadas pela Igreja em relação à ciência e ao poder.
A chamada filosofia Iluminista trouxe pensamentos e
valores que nos influenciam até hoje, como liberdade
e igualdade.
Como consequências diretas destes ideais, naquele
contexto, é correto mencionar
(A) os movimentos de independência de colônias
europeias na América.
(B) as grandes navegações espanholas e portugue-
sas para a Ásia.
(C) a escravização de povos africanos e indígenas
na América.
(D) o reconhecimento do poder absoluto dos reis
na Europa.
(E) a criação de estados teocráticos na Europa.
06 (G1 - CFTRJ) Sobre o processo de independência
das treze colônias inglesas, podemos afirmar as se-
guintes considerações, EXCETO:
(A) Teve amplo apoio da Espanha que inclusive li-
derou o movimento de emancipação política nas
treze colônias, quando estas se enfraqueceram
durante a guerra contra a Inglaterra.
(B) Contou com a influência das ideias iluministas
que questionavam as formas de poder existen-
tes, além de divulgar ideais de liberdade.
(C) Não trouxe mudanças significativas para os es-
cravos tendo em vista que esta forma de traba-
lho fora mantida mesmo depois da independên-
cia, em 1776.
(E) Estabeleceu, no final do movimento, uma nova
nação republicana e federalista, mas ainda com
características econômicas e sociais bem dis-
tintas entre o norte e o sul.
PARA RESPONDER À QUESTÃO A SEGUIR, CONSIDE-
RE O TEXTO ABAIXO:
Os homens reunidos em sociedade (relevem-me este
tom meio pedante) estão virtual e tacitamente obrigados a
obedecer às leis formuladas por eles mesmos para a con-
veniência comum. Há, porém, leis que eles não impuse-
07 (PUCCAMP) A imposição, pelas metrópoles, de leis
severas às populações de suas colônias, contribuiu
para acirrar movimentos pela independência nas
Américas. Isso pode ser constatado ao examinarmos
o impacto
(A) da aprovação da Reforma Bourbônica nas colô-
nias hispânicas, instituindo leis que reforçavam
o pacto colonial e o poder da igreja, por meio da
Companhia de Jesus, causando, assim, revol-
tas populares cujo alvo era a figura do Rei da
Espanha.
(B) da imposição da Lei do Chá, nas Treze Colôni-
as (atuais Estados Unidos), coroando uma
sequência de leis consideradas intoleráveis pe-
los colonos por restringirem a liberdade de co-
mércio e aumentarem a taxação de impostos.
(C) da instituição de uma monarquia independente
na Nova Espanha (atual México) por sua pró-
pria metrópole, a fim de manter elos coloniais
sob nova roupagem e sem a interferência da
Igreja, causando violenta reação popular.
(D) de medidas segregacionistas de cunho racista
em Saint Domingue (atual Haiti) pela França,
cujo governo censurou os ideais da Revolução
Francesa nessa sua colônia caribenha.
(E) da aplicação da Devassa no Brasil colonial, co-
brança coletiva aplicada reiteradamente para
completar a quota de ouro devida à Coroa por-
tuguesa que despertou, na população colonial,
fortes sentimentos antilusitanos.
08 (ESPCEX-AMAN) Leia as afirmações abaixo.
I. Permitiu o acesso à cidadania a todos os norte-
americanos.
II. Abalou o prestígio do rei na Inglaterra e provou
que era possível fazer valer a soberania popu-
lar.
III. Trouxe prejuízos aos povos indígenas, pois suas
terras, localizadas em sua maior parte a oeste
do Mississipi, passaram a ser atacadas pelos
proprietários de terra e comerciantes de peles
de origem europeia.
IV. Propiciou a abolição da escravidão nos Esta-
dos Unidos.
São repercussões imediatas daindependência nor-
te-americana
(A) as afirmações I, II, III e IV.
(B) apenas as afirmações I e II.
(C) apenas as afirmações II e III.
(D) apenas as afirmações II e IV.
(E) apenas as afirmações III e IV.
ram, que acharam feitas, que precederam as sociedades, e
que se hão de cumprir não por uma determinação de juris-
prudência humana, mas por uma necessidade divina e eter-
na. Entre essas, e antes de todas, figura a da luta pela vida
(...)
(ASSIS, Machado de. Obra completa.
Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1986, p. 432)
383
01 (UPF) Na Declaração de Independência dos Esta-
dos Unidos da América, em 1776, os colonos, na
escrita de Thomas Jefferson, registraram:
"Estas colônias unidas são, e têm o direito a ser, Es-
tados livres e independentes e toda ligação política
entre elas e a Grã-Bretanha já está e deve estar total-
mente dissolvida."
É correto dizer que a afirmação de liberdade e inde-
pendência presente no documento está relacionada:
(A) ao interesse das colônias do Norte de se sepa-
rarem das colônias do Sul, em função dos en-
traves que a organização social escravista sulina
criava ao desenvolvimento capitalista.
(B) à vontade dos colonos norte-americanos de se
aliarem com a França revolucionária, que lhes
oferecia oportunidades mais promissoras para
as trocas comerciais.
(C) ao propósito dos colonos de alcançar a autono-
mia política, embora preservando o monopólio
comercial, que favorecia a economia das colô-
nias do Norte.
(D) à formalização de uma separação política que,
na prática, já existia, como comprova a liberda-
de comercial da qual gozavam tanto as colôni-
as do Norte quanto as do Sul.
(E) à reação dos colonos norte-americanos, base-
ada nas ideias dos filósofos iluministas, contra
a tentativa de reforçar as medidas de explora-
ção colonial impostas pela Inglaterra.
02 (FGV) (...) Nós temos essas verdades como eviden-
tes por si mesmas: que todos os homens nascem
iguais; que o seu Criador os dotou de certos direitos
inalienáveis, entre os quais a Vida, a Liberdade e a
procura da Felicidade; que para garantir esses direi-
tos, os homens instituem entre eles Governos, cujo
justo poder emana do consentimento dos governa-
dos; que, se um governo, seja qual for a sua forma,
chega a não reconhecer esses fins, o povo tem o di-
reito de modificá-lo ou de aboli-lo e de instituir um
novo governo, que fundará sobre tais princípios e de
que ele organizará os poderes segundo as formas que
lhe parecem mais próprias para garantir a sua Segu-
rança e a sua Felicidade.
(Declaração de Independência dos Estados
Unidos da América do Norte, 04 de julho de 1776
apud Gustavo de Freitas, 900 textos de História. p. 60)
Segundo o documento, é correto afirmar que
(A) a separação das 13 colônias inglesas da metró-
pole foi ilegítima, uma vez que os sagrados la-
ços coloniais não foram rompidos, isto é, o Anti-
go Sistema Colonial assimilou os princípios
iluministas.
(B) o rompimento dos laços políticos e econômicos
com a metrópole baseou-se nos princípios
iluministas e deu às ex-colônias o direito de se-
rem Estados livres, com o consentimento dos
governados.
(C) a quebra das relações entre as 13 colônias e a
metrópole tem a sua legitimidade baseada nos
princípios do Antigo Sistema Colonial, isto é, na
Igualdade, na Liberdade e na Felicidade.
(D) os princípios iluministas fundados na Vida, Li-
berdade e procura da Felicidade sustentam os
novos Estados livres e independentes com o
consentimento da elite da metrópole.
(E) os direitos inalienáveis como a Vida, a Liberda-
de e a procura da Felicidade referem-se tanto
ao povo das colônias como ao povo da metró-
pole, preservando assim os sagrados vínculos
coloniais.
03 (PUCRJ) Os parágrafos que se seguem foram extra-
ídos do documento "Declaração de Independência dos
Estados Unidos", assinado pela unanimidade dos re-
presentantes políticos das Treze Colônias, no
Segundo Congresso Continental no ano de 1776.
"Quando no decurso da História do Homem se torna
necessário um povo quebrar os elos políticos que o
ligavam a outro e assumir, de entre os poderes terre-
nos, um estatuto de diferenciação e igualdade ao qual
as Leis da Natureza e do Deus da Natureza lhe con-
ferem o direito, o respeito que é devido perante as
opiniões da Humanidade exige que esse povo decla-
re as razões que o impelem à separação. (...)
(...) o Povo tem direito a (...) instituir um novo gover-
no, assentando os seus fundamentos nesses
princípios e organizando os seus poderes do modo
que lhe pareça mais adequado à promoção de sua
Segurança (...)."
http://www.infopedia.pt/$declaracao-de-
independencia-dos-estados
Assinale a alternativa que corresponde CORRETA-
MENTE ao conjunto de ideias e ideais relacionados à
época histórica tratada pelo documento.
(A) O liberalismo enquanto doutrina defendia a me-
nor intervenção possível do Estado na condu-
ção política da sociedade.
(B) O racionalismo científico renascentista atribuía
ao homem o poder de conhecimento e interven-
ção tanto na natureza como na condução políti-
ca das sociedades.
(C) O nacionalismo partia do pressuposto de que a
lealdade do indivíduo ao Estado-nação deveria
estar acima dos interesses pessoais ou dos in-
teresses de determinados grupos.
(D) O Iluminismo defendia, de modo geral, a ideia
de que o Estado deveria assegurar ao Homem
o direito de expressar sua consciência de forma
autônoma, bem como os direitos inalienáveis à
vida e à busca da felicidade.
(E) As doutrinas sociais emergentes do contexto da
sociedade industrial pregavam a ampliação da
participação política à classe operária, além de
melhores condições de vida para a mesma.
384
04 (UPE) A passagem do século XVIII para o XIX foi
marcada por um desequilíbrio nas relações entre a
Europa e o Novo Mundo. As lutas políticas na Améri-
ca estavam ligadas à resistência contra a colonização
europeia e às influências das ideias liberais. Sobre
essa crise do Antigo Regime e suas implicações na
América, assinale a alternativa CORRETA.
(A) A Guerra de Independência dos Estados Uni-
dos acirrou as tensões políticas pré-existentes
entre a França e a Inglaterra, servindo de palco
para um confronto indireto entre essas duas
nações.
(B) As tensões políticas entre a Espanha e suas co-
lônias na América acabaram por reestruturar o
império espanhol que, mediante as reformas
bourbonianas, conseguiu manter seu poderio na
América, até o final do século XIX.
(C) As relações entre Portugal e a América Portu-
guesa só se agravaram após a transmigração
da família real para o Brasil em 1808, fugindo
da invasão napoleônica.
(D) A Guerra do Paraguai, envolvendo Brasil, Por-
tugal, Paraguai, Espanha e Inglaterra, é fruto di-
reto desse contexto.
(E) As Conjurações Baiana e Mineira, ocorridas no
início do século XIX, são reflexos desse quadro
de desequilíbrio político entre Portugal e sua co-
lônia na América.
05 (UFSJ) A respeito da Independência dos Estados Uni-
dos da América, é CORRETO afirmar que ela
(A) derivou de um processo de negociação pacífica
entre a Grã-Bretanha e suas treze colônias da
América do Norte, instalou uma república na qual
todos os cidadãos adultos tinham direito a voto
e manteve a escravidão.
(B) derivou de um processo de negociação pacífica
entre a Grã-Bretanha e suas treze colônias da
América do Norte, instalou uma república na qual
só os grandes proprietários tinham direito a voto
e manteve a escravidão.
(C) derivou de uma guerra entre a Grã-Bretanha e
suas treze colônias da América do Norte, insta-
lou uma monarquia constitucional que imitava o
regime britânico e eliminou a escravidão.
(D) derivou de uma guerra entre a Grã-Bretanha e
suas treze colônias da América do Norte, insta-
lou uma república na qual boa parte dos cida-
dãos adultos tinha direito a voto e manteve a
escravidão.
06 (UFSJ) Entre os processos políticos citados abaixo,
aquele que instaurou um regime republicano funda-
mentado em princípios liberais como a eleição do
chefe de Estado e a defesa da propriedade privada
foi a
(A) Revolução Gloriosa na Inglaterra,em 1688.
(B) Independência dos Estados Unidos da Améri-
ca, em 1776.
(C) Independência do Brasil, em 1822.
(D) Revolução Russa, em 1917.
07 (ESPM) Em 1773, procurando aliviar as dificuldades
financeiras da Companhia das Índias Orientais, o go-
verno britânico concedeu-lhe o monopólio do chá nas
colônias. Os colonos reagiram e disfarçados de índi-
os, patriotas de Boston, abordaram navios que
transportavam chá, lançando a mercadoria nas águas
do porto.
(H. C. Allen. História dos Estados Unidos da América)
A ação descrita pelo texto levou o parlamento britâni-
co a promulgar, em 1774, as Leis Coercitivas ou, como
foram chamadas pelos colonos, Intoleráveis. Tais leis:
(A) lançavam impostos sobre vidro e corantes;
(B) interditavam o porto de Boston até que fosse
pago o prejuízo causado pelos colonos;
(C) proibiam a emissão de papéis de crédito na co-
lônia que, até então, eram usados como moe-
da;
(D) impunham aos colonos os custos do alojamen-
to e fornecimento de víveres para as tropas bri-
tânicas enviadas para a colônia;
(E) enfraqueceram a autoridade do governador de
Massachusetts.
08 (UFRGS) Considere o enunciado abaixo e as três
propostas para completá-lo.
A Independência das treze colônias inglesas na costa
leste da América está inserida na conjuntura das re-
voluções atlânticas. A declaração da independência
dessas colônias sustentava que
1. todos os homens nascem iguais, sendo dotados
de direitos inalienáveis, como a vida, a liberdade e
a aspiração à felicidade.
2. a origem de todo o poder reside no povo, cabendo
a ele a organização de seu próprio governo.
3. os direitos inalienáveis deveriam ser estendidos a
toda população, extinguindo-se a escravidão e o
extermínio dos índios.
Quais propostas estão corretas?
(A) Apenas 1.
(B) Apenas 2.
(C) Apenas 3.
(D) Apenas 1 e 2.
(E) 1, 2 e 3.
01 (PUCRJ) Às vésperas da independência das 13 co-
lônias inglesas na América, em janeiro de 1776,
Thomas Paine publica o seu famoso panfleto Senso
Comum, no qual defendia enfaticamente a separa-
ção da Inglaterra:
"A Inglaterra é, apesar de tudo, a pátria-mãe, dizem
alguns. Sendo assim, mais vergonhosa resulta sua
conduta, porque nem sequer os animais devoram suas
crias nem fazem os selvagens guerra a suas famílias;
de modo que esse fato volta-se ainda mais para a
385
condenação da Inglaterra. [...] Europa é a nossa pá-
tria-mãe, não a Inglaterra. Com efeito, este novo
continente foi asilo dos amantes perseguidos da li-
berdade civil e religiosa de qualquer parte da Europa
[...] a mesma tirania que obrigou os primeiros imigran-
tes a deixar o país segue perseguindo seus
descendentes".
A partir da leitura do documento acima, faça o que se
pede nos itens abaixo.
a) Explique as razões para a referência que o au-
tor do panfleto faz à "vergonhosa conduta" e à
"tirania" para descrever as relações da Inglater-
ra com suas colônias nesse momento.
b) Indique duas ações empreendidas pela coroa
inglesa que exemplifiquem essa conduta.
02 (UERJ)
Exposição Internacional de Filadélfia, ocorrida em
1876, integrou o conjunto das exposições universais
do século XIX e promoveu também as comemorações
do centenário da declaração de independência dos
Estados Unidos.
Apresente uma das repercussões dessa declaração
de independência para o continente americano, em
finais do século XVIII. Em seguida, identifique duas
características da Exposição Internacional de Filadélfia
que simbolizavam as transformações em curso na
sociedade norte-americana naquele momento.
03 (UFJF-PISM) Leia atentamente um trecho da Decla-
ração de Independência dos Estados Unidos, de 1776.
Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se
torna necessário a um povo dissolver os laços políti-
cos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes
da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão di-
reito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o
respeito digno para com as opiniões dos homens exi-
ge que se declarem as causas que os levam a essa
separação. Consideramos estas verdades como evi-
dentes por si mesmas, que todos os homens são
criados iguais, dotados pelo Criador de certos direi-
tos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a
liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de as-
segurar esses direitos, governos são instituídos entre
os homens, derivando seus justos poderes do con-
sentimento dos governados; que, sempre que
qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais
fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e
instituir novo governo, baseando-o em tais princípios
e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pa-
reça mais conveniente para realizar-lhe a segurança
e a felicidade. (...) Mas quando uma longa série de
abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente
o mesmo objeto, indica o desígnio de reduzi-los ao
despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem
como o dever, de abolir tais governos e instituir novos
Guardiães para sua futura segurança. Tal tem sido o
sofrimento paciente destas colônias e tal agora a ne-
cessidade que as força a alterar os sistemas anteriores
de governo. A história do atual Rei da Grã-Bretanha
compõe-se de repetidas injúrias e usurpações, tendo
todos por objetivo direto o estabelecimento da tirania
absoluta sobre estes Estados.
Fonte: Disponível em: <http://www.arqnet.pt/portal/teoria/
declaracao_vport.html>. Acesso em: 28 ago. 2014.
a) Segundo os autores da declaração, quais as jus-
tificativas para a ruptura com a metrópole?
b) Relacione a Declaração a um ideário político do
período.
04 (UFRJ) "Entre outra qualquer população, ou num pe-
ríodo mais moderno da história da Nova Inglaterra, a
sisuda rigidez que petrificava as caras hirsutas da-
queles bons cidadãos teria indicado algum tremendo
acontecimento em perspectiva. Teria indicado nada
menos do que a execução de algum criminoso notó-
rio, sobre o qual a sentença do tribunal da lei não
fizesse mais do que confirmar o veredicto da opinião
popular. Entretanto, em face da primitiva rigidez do
caráter puritano, não era dado estabelecer-se com
certeza uma conclusão dessa espécie. Podia ser que
um escravo preguiçoso ou um menino rebelde, entre-
gue à autoridade civil, tivesse de ser castigado no
pelourinho. Podia ser que um antinomiano, um quacre,
ou qualquer sectário da religião heterodoxa, estives-
se em via de expulsão da cidade [Boston], ou que um
índio vadio e errante, que a água-de-fogo dos bran-
cos houvesse tornado turbulento nas ruas, fosse ser
tingido a chicote para as sombras da floresta. Tam-
EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL
DE FILADÉLFIA, 1876
386
bém podia ser que uma feiticeira [...] fosse subir ao
pelourinho. Em qualquer dos casos haveria da parte
dos espectadores a mesma solenidade, como cum-
pria a uma gente para a qual a religião e a lei
constituíam quase uma só coisa, e em cuja mentali-
dade ambas se fundiam de tal maneira que os mais
suaves ou os mais severos atos de disciplina coletiva
eram, igualmente, veneráveis e terríveis."
Fonte: HAWTHORNE, Nathaniel. A letra escarlate.
 São Paulo: Martin Claret, 2006, p. 57.
Identifique um elemento que configurará a maior dife-
rença econômica e social entre o norte e o sul dos
Estados Unidos, sobretudo após a independência.
05 (UFJF) Como se vê na figura abaixo, a Europa, na
segunda metade do século XVIII, foi abalada por re-
voluções e reivindicações que envolviam também suas
colônias americanas.
Baseando-se na imagem e em seus conhecimentos,
responda ao que se pede:
a) Qual foi o primeiro movimento vitorioso da his-
tória americana que ilustra a vitória das reivindi-
cações das elites locais contra o sistema colo-
nial europeu?
b) Analise uma repercussão desse episódio no res-
tante do continente americano.
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
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.............................................................................................
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PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 04:
A REVOLUÇÃO FRANCESA
ANTECENDENTES
O processo histórico da revolução francesa precisa ser
entendido pela soma de diversos e complexos elementos.
Primeiro é preciso pensar a natureza do antigo regime fran-
cês, onde o absolutismo monárquico se escorava no apoio
do alto clero e da alta nobreza, reforçando privilégios de toda
sorte a esses dois grupos. A sociedade francesa de fins do
século XVIII era dividida em ordens ou estados, onde o clero
compunha o primeiro estado, a nobreza o segundo, e os
demais membros da nação, não agraciados com privilégios
de nascimento, o terceiro. A distribuição de direitos e deve-
res na sociedade francesa era de tal maneira desigual, que
só os gastos do tesouro francês com a manutenção desses
privilégios já consumia a maior parte da renda nacional.
O despertar do Terceiro Estado.
Ainda é preciso perceber o grau de complexidade que
caracterizava essa divisão social. O clero tinha evidentes
divisões de posicionamento entre os membros do alto e
baixo clero, este mais próximo da realidade popular e longe
dos luxuosos privilégios que contemplavam, por exemplo,
os cardeais. Parte da nobreza, esclarecida a partir do pen-
samento iluminista, defendia a necessidade de reformas.
E, por fim, o terceiro estado em si era, por definição, pro-
fundamente heterogêneo. A começar pelos gigantescos
contrastes sociais entre seus membros; os setores mais
populares sequer tinham direito à representação política,
mesmo no terceiro estado. Esses grupos populares eram
conhecidos como os sans-culottes, devido à ausência do
traje fino e ajustado que caracterizava a nobreza, sendo
comum o uso de roupas grosseiras e largas. Parte da bur-
guesia, enobrecida em seus hábitos ou mesmo pela
aquisição de títulos de nobreza, se mostrava profundamente
conservadora, ao mesmo tempo que a maior parte dos bur-
gueses não suportava mais os altos impostos, necessários
para manter essa estrutura de privilégios.
387
Para agravar ainda mais essa situação, a França vi-
nha de uma desastrosa derrota para os ingleses na Guerra
dos Sete Anos, e de um período de gastos militares devido
ao apoio dado às treze colônias inglesas na guerra de in-
dependência. Por fim, uma longa série de más colheitas
desde fins da década de 1770 diminuíam a oferta de ali-
mentos, causando a alta dos preços de alimentos (sobretudo
derivados de trigo, como o pão) e, em casos mais graves e
frequentes, a fome na população mais humilde.
Sans culottes
O PROCESSO REVOLUCIONÁRIO
Foi com essa turbulenta conjuntura que teve que
lidar o rei Luis XVI. Inicialmente, o rei convocou uma reu-
nião da chamada “Assembleia dos Notáveis”, onde
compareciam membros da alta nobreza e do alto clero
católico. Aparentemente o rei entendia a necessidade de
reformas tributárias, desde que não afetassem sua con-
dição de monarca absoluto.
As propostas apresentadas pelo rei e por seu mi-
nistro J. Necker não foram aceitas pelos setores
privilegiados, levando o rei a um gesto maior, que foi a
convocação de uma “Assembleia dos estados Gerais”,
da qual participariam membros de todas as três ordens
da sociedade francesa. O temor de grupos privilegiados
quanto à participação política do terceiro estado era tão
grande, que os estados gerais não se reuniam há mais
de 150 anos.
Assembleia dos Estados Gerais
O desfecho desse processo, pela via política dos es-
tados gerais, era na verdade previsível. A despeito dos
apelos do terceiro estado (esmagadora maioria da popula-
ção francesa) para que o voto fosse por indivíduo, foi mantido
o critério de um voto por estado, o que evidentemente im-
pediria as reformas, já que os setores privilegiados do
primeiro e segundo estado se uniriam numa manobra con-
servadora. Mesmo assim, o rei (que se via enfraquecido
diante dos debates cada vez mais polarizados) resolveu
pelo fechamento da assembleia, levando os membros do
terceiro estado a ocuparem a salão do palácio de Versalhes
onde os nobres cortesãos jogavam o jogo da pela. Esse
gesto não foi puramente simbólico, pois os membros do
terceiro estado realizaram um juramento de que não deixa-
riam o palácio sem que fosse aprovada uma constituição
francesa, que contemplasse seus interesses. A transforma-
ção dos representantes do terceiro estado em assembleia
nacional constituinte marca, embora com aspirações a prin-
cípio limitadas, o início do processo revolucionário francês.
1. A QUEDA DA BASTILHA
Pintura representando a queda da Bastilha em 1789
Se por um lado o processo revolucionário caminhava
por meio da assembleia constituinte, nas ruas de Paris e
no campo francês a insatisfação já desencadeava ações
mais concretas. Embora essas ações fossem, a princípio
reações extremas geradas pela insatisfação popular, foram
tomando proporções cada vez mais significativas. Um dos
atos mais relevantes dessa etapa ocorreu quando os sans
culottes invadiram a Bastilha, em 14 de Julho de 1789. A
ocupação dessa antiga prisão pelas camadas populares
transformou-se em um dos grandes símbolos da revolução
francesa, uma vez que a Bastilha como prisão representa-
va a autoridade e o poder de repressão do absolutismo
monárquico francês. No 14 de Julho em que foi ocupada
pelos populares, permitiu a libertação dos poucos presos que
lá estavam e forneceu armas e pólvora para as milícias po-
pulares.
Monarca Luis XVI
 Maria Antonieta
388
2. A ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE
Enquanto ruas e campos franceses eram tomados
pelas massas populares (gerando a fuga de muitos nobres
da França, em função do temor gerado pela radicalização
popular), a assembleia constituinte seguia com seus traba-
lhos. É importante ressaltar que as primeiras medidas dessa
assembleia marcam o momento em que, de fato, se encer-
ram os resquícios jurídicos do feudalismo francês, abolindo
impostos pagos pelos camponeses pelo uso da terra de
seus senhores, numa típica relação de servidão feudal.
Em agosto, a assembleia apresentou uma Declara-
ção Universal de direitos do Homem e do Cidadão,
consolidando avanços baseados em ideais iluministas,
como o direito às liberdades individuais e a igualdade jurí-
dica, mas já sinalizando a visão liberal burguesa do
processo, apontava para a existência de elementos que vi-
riam a diferenciar homens e cidadãos, ou seja, nem todos
os homens franceses teriam acesso aos amplos elemen-
tos da cidadania, configurando o que se concretizaria na
proposta burguesa de um voto censitário. A assembleia
assegurou ainda o direito à propriedade e garantiu ao povo
o direito de resistir a governos tirânicos. Num segundo mo-
mento, efetivou-se a chamada Constituição Civil do Clero,
que tornou a França um Estado laico e submeteu o clero
francês ao governo revolucionário. Uma boa parte do clero
recusou-se a aceitar esse processo, tornando-se o “clero
refratário”, que lutou junto da nobreza que deixara o país
para obter apoio das monarquias absolutas europeias con-
tra o processo revolucionário.
Já em 1791 foi aprovada a constituição da assembleia
revolucionária. Nesse contexto, surgiram posicionamentos
e grupos políticos cujas nomenclaturas acabaram se tor-
nando uma das grandes contribuições da revolução francesa
para o vocabulário político atual. Os grupos conservado-
res, que combatiam as mudanças, sentavam-se à direita
na assembleia. Já os grupos revolucionários, desejosos por
mudanças, sentavam-se à esquerda, e os grupos mais
moderados colocavam-se ao centro, definindo os termos
centro, esquerda e direita da atualidade, muitas vezes mal
utilizados pelo senso comum.
É Fundamental entendermos que nesse ponto o pro-
cesso revolucionário apresentava duas correntes distintas,
e dois respectivos projetos de revolução. De um lado os
Girondinos (como eram chamados os membrosda alta bur-
guesia), e seu projeto de uma monarquia constitucional que
limitasse o poder do rei e limitasse a questão dos tributos,
sem promover grandes transformações econômicas e so-
ciais. Por sua vez, camadas populares e médias (os
chamados jacobinos) defendiam um processo mais radi-
cal, que ampliasse a cidadania aos setores populares e
realizassem transformações que efetivamente levassem à
revolução a atender demandas populares, como o voto
universal e o acesso à terra.
As ações dos grupos de nobres e clérigos que articu-
lavam o apoio de monarquias absolutistas contra a revolução
francesa começava a fazer efeito no mesmo ano em que a
constituição ficara pronta. Temerosos que o processo revo-
lucionário se expandisse e motivasse revoluções similares
em seus reinos, Prússia e Áustria se mobilizaram para in-
vadir a França. O rei Luis XVI, então um monarca com
poderes profundamente restringidos pela constituição, apoi-
ava a ideia de uma guerra, pois acreditava que a derrota
francesa restabeleceria o absolutismo francês e,
consequentemente, o salvaria da revolução, por mais pre-
juízos que a derrota pudesse trazer ao seu país. Porém,
nada saiu como o planejado por Luis XVI. Não apenas os
franceses venceram a guerra como a intensa mobilização
das forças populares no conflito motivou-as a lutar por uma
revolução cada vez mais popular e radical.
3. A CONVENÇÃO NACIONAL
À medida que a revolução se radicalizava, ficava evi-
dente a incapacidade do regime monárquico em atender
às demandas dos setores populares, cada vez mais fortes.
No ano de 1792 foi eleita uma convenção, através do voto
universal masculino, que passou a ser o novo condutor
político da revolução. Embora houvesse a participação, ini-
cialmente majoritária, dos girondinos na convenção, o
domínio jacobino se impunha com cada vez mais força,
sustentada pelo apoio das mobilizações populares pelas
ruas de Paris. Esse apoio permitiu à convenção proclamar
a república francesa em setembro de 1792.
A partir de então a revolução radicalizou-se em rela-
ção às propostas e também quanto à violência. O rei Luis
XVI e sua família foram presos e julgados por alta traição
ao povo francês, sendo executados pelo novo governo re-
volucionário. Aproximava-se o período do “Terror Jacobino”,
como ficou conhecido, sob a liderança destacada de
Maximilien Robespierre, conhecido como o incorruptível.
Maximilien Robespierre
Ao mesmo tempo que a radicalização jacobina afirma-
va a necessidade de combater os “inimigos da revolução”,
lideranças jacobinas também ampliavam medidas que aten-
dessem às demandas populares, como a realização de uma
reforma agrária no campo e o decreto da lei do máximo, que
tabelou os preços dos produtos de primeira necessidade,
tornando-os acessíveis aos trabalhadores urbanos. Contu-
do, a ação de grupos contrarrevolucionários (como ilustra a
“Revolta da Vendeia”, levante camponês insuflado pelo cle-
ro refratário contra o governo jacobino) alimentava os radicais
jacobinos que defendiam a preeminência do combate aos
inimigos da revolução, justificando uma radicalização cada
vez maior.
389
Foi sob esse cenário que se fez uma nova constitui-
ção, em 1793, ampliando as transformações revolucionárias.
A ruptura com o clero católico se completou através do de-
creto de um ensino público (gratuito e laico) e a instituição,
por parte de Robespierre, do culto à razão e à justiça como
um “Ser supremo”. O voto universal masculino foi corrobora-
do, instituindo o poder legislativo como a expressão da
vontade e soberania popular na França. Um novo calendário
também foi instituído em substituição ao calendário
gregoriano. Adotou-se o marco da proclamação da repúbli-
ca como o ano I do novo calendário, que redefiniria a
percepção de passagem do tempo para os franceses de
então. Um novo calendário, com uma organização de dias,
meses e anos bastante complexa foi instituído, se
desvinculando dos elementos religiosos que nortearam o ca-
lendário gregoriano, supostamente estabelecendo
nomenclaturas mais próximas à realidade das camadas po-
pulares. O calendário gregoriano só foi restabelecido no
período de Napoleão Bonaparte, em 1806, como uma medi-
da populista, pois as mudanças não agradavam aos próprios
camponeses arraigados às tradições e mesmo a datas da
tradição católica.
Uma vez estabelecidos no poder, os jacobinos come-
çaram a apresentar divergências internas quanto ao grau
de radicalização que a revolução alcançara. A facção mais
radical, conhecida como os “enraivecidos”, e a facção mais
moderada dos jacobinos, conhecidos como os “indulgen-
tes”, rivalizavam enquanto Robespierre fortalecia-se ao
centro dessa disputa. Assumindo o controle do Comitê de
Salvação Pública (principal órgão de governo dessa fase
revolucionária) e do tribunal revolucionário, Robespierre
eliminou opositores através de mecanismos como a Lei dos
Suspeitos (que condenava sumariamente à morte os sus-
peitos de ação contrarrevolucionária) e uma constante ação
da guilhotina, sobretudo após o assassinato de Marat, um
importante líder jacobino, pelas mãos de uma girondina. A
radicalização foi tanta, que mesmo líderes jacobinos como
Danton foram executados, afastando o povo e isolando
Robespierre, facilitando a ação dos verdadeiros adversári-
os dos jacobinos.
O CALENDÁRIO DA REVOLUÇÃO
Pelo novo calendário produzido pelos revolucionários
franceses, o ano passaria a ser dividido em 12 meses (cujos
nomes foram redefinidos de acordo com as estações do
ano e as etapas da produção agrícola) de 30 dias, e orga-
nizado em semanas de 10 dias, tendo cada um deles 10
horas de 100 minutos. Os minutos por sua vez passariam a
ter 100 segundos. Este calendário gerava a necessidade
de cinco dias complementares anualmente e mais um a
cada quatro anos.
A REAÇÃO GIRONDINA
O processo de intensa radicalização protagonizado
por Robespierre e seus aliados acabou promovendo uma
nova mudança de rumos na revolução. O período do terror
e as constantes execuções promovidas pelo grupo radical
geraram um clima de insegurança generalizado dentro da
convenção, unindo um grupo heterogêneo (incluindo
jacobinos e girondinos) em torno de uma manobra que fi-
caria conhecida como o Golpe do 9Termidor. Robespierre
e seus aliados radicais foram afastados da convenção, pre-
sos e executados. As poucas insurreições de sans-culottes
em defesa dos radicais foram rapidamente reprimidas e um
grupo moderado, tendo os girondinos à frente, desfez a
convenção jacobina.
A nova fase da revolução se institucionalizou com a
constituição de 1795 (estabelecendo a divisão dos três po-
deres, o direito à propriedade e a liberdade religiosa para
os católicos), que formalizou o regime do diretório, clara-
mente moderado e de acordo com o projeto burguês, o que
restringia conquistas sociais. Muito embora a violência do
período anterior continuasse a ser usada para combater
movimentos populares radicais, como a “Conjura dos Iguais”
de Graco Babeuf, de um modo geral, o diretório represen-
tou um passo atrás na radicalização da revolução. O novo
governo ainda tinha que lidar com a continuidade dos ata-
ques de países como a Áustria e a Prússia, que estavam
coligadas com o objetivo de restaurar o absolutismo
monárquico francês. A essa dupla pressão sofrida pelo
diretório (exercida por pretensões populares e monarquis-
tas), somou-se uma divergência entre os poderes executivo
e legislativo, o que levou o novo governo a adotar medidas
de exceção.
A burguesia girondina não via no diretório a estabilida-
de política necessária e passou a temer novas radicalizações,
o que a levou a organizar e promover um novo golpe. Esse
movimento, conhecido como o Golpe do 18 Brumário, derru-
bou o diretório e inaugurou o regime do consulado, cuja
liderança cabia ao jovem general Napoleão Bonaparte.
Danton, um dos líderes
populares da
Revolução Francesa
Pintura retratando
 o assassinato
 de Marat
Graco Babeuf,
líder da conjura
 dos iguais
390
01 (UEM) Ao longo da Época Moderna, desenvolveu-se
na Europa uma forma de organizaçãopolítica e soci-
al chamada Antigo Regime. A respeito do Antigo
Regime e de sua queda na França, assinale a(s)
alternativa(s) correta(s).
01) A vitória da Revolução Francesa fez que as
ideias iluministas passassem a fundamentar o
sistema político que se consolidaria em grande
parte do Ocidente a partir do início do século
XIX.
02) No processo de queda do Antigo Regime, gran-
de parte dos últimos resquícios do feudalismo
foi eliminada, e privilégios da antiga aristocra-
cia foram extintos.
04) A Revolução Industrial, ao introduzir a energia a
vapor nas indústrias francesas, provocou gran-
de desemprego e aumentou o contingente de
"descamisados" que estaria à frente da tomada
da Bastilha em 1789, em Paris.
08) Com o Ato de Navegação, de 1674, no governo
de Carlos I, a França procurou garantir a seus
comerciantes o monopólio das atividades mer-
cantis e estimular a construção náutica a fim de
promover o crescimento de seu comércio.
16) Após a derrubada da monarquia, em 1789, a
França adotou o parlamentarismo bicameral,
com a Câmara Baixa e a Câmara dos Lordes.
02 (UEM) A Revolução Francesa foi um acontecimento
que provocou transformações políticas e sociais na
sociedade ocidental do século XVIII. Sobre essas
transformações, é correto afirmar que
01) a Declaração dos Direitos do Homem e do Ci-
dadão e os ideais do Iluminismo inspiraram os
ideais revolucionários e contribuíram para
fundamentá-los.
02) os revolucionários tinham como meta destruir
as forças da burguesia e do proletariado e im-
plantar um Estado absolutista.
04) os camponeses pretendiam transformar as re-
lações de trabalho e abolir os vestígios da aris-
tocracia feudal ainda presentes na sociedade
francesa.
08) a alta, a média e a pequena burguesias, os cam-
poneses e os pobres das cidades formavam
parte do Terceiro Estado, que, juntamente com
o Primeiro e o Segundo Estados, compunham a
sociedade francesa da época.
16) os ideais revolucionários foram vitoriosos devi-
do à implantação de uma república representa-
tiva na França, formada pelo clero, pela aristo-
cracia e pelo povo.
03 (UEM) No final do século XVIII a Revolução France-
sa colocou fim ao Antigo Regime na França. Sobre
esse processo revolucionário, assinale a(s)
alternativa(s) correta(s).
01) A Revolução Francesa foi animada por princípi-
os tais como a liberdade, a igualdade e a
fraternidade, além do direito à propriedade. No
entanto, em distintos contextos e para diferen-
tes grupos sociais, esses princípios têm signifi-
cados diferentes.
02) Às vésperas da Revolução, a sociedade france-
sa era caracterizada pela desigualdade jurídi-
ca. Naquela sociedade os direitos e deveres do
clero, da nobreza e do Terceiro Estado eram dis-
tintos.
04) A Declaração dos direitos do homem e do cida-
dão, de 1789, se constitui em uma afirmação de
princípios tais como: igualdade jurídica, liberda-
de e proteção do indivíduo contra o arbítrio do
Estado, entre outros.
08) Ao final do processo revolucionário, o estabele-
cimento da República Popular da França (RPF)
significou uma vitória dos ideais políticos dos
Girondinos, grupo liderado pelos Sans Culottes.
16) Com a vitória final dos revolucionários, em 1798,
a República foi estabelecida na França. Desde
então impera naquele país uma democracia,
com o poder sendo exercido conjuntamente pelo
Primeiro Ministro e pelo Presidente.
04 (UEM) Assinale o que for CORRETO sobre a Revolu-
ção Francesa.
01) A constituição aprovada pela Assembleia Naci-
onal Constituinte adotou a monarquia constitu-
cional como forma de governo, aboliu o que res-
tava do feudalismo, ratificou o direito à proprie-
dade privada e instituiu a liberdade de comér-
cio.
02) A Revolução Francesa pode ser considerada
uma antecipação da Primeira Guerra Mundial,
pois ela dividiu vários países europeus: os que
defendiam as monarquias nacionais e os que
defendiam a República como forma de gover-
no.
04) Homens guiados pelas ideias iluministas, traba-
lhadores urbanos e camponeses estavam entre
os principais grupos que participaram do movi-
mento revolucionário.
08) Durante a Revolução, os girondinos (esquerda),
conhecidos como Plátano, lutavam para resta-
belecer a monarquia, e os jacobinos (direita),
denominados Planície, objetivavam garantir a
liberdade econômica, a propriedade senhorial e
a escravidão.
16) Com apoio do exército e da alta burguesia,
Napoleão Bonaparte derrubou o Diretório e ins-
tituiu o Consulado sob a sua própria liderança.
05 (IFSC) A Revolução Francesa é considerada o mais
importante acontecimento da história contemporânea.
Inspirada pelas ideias iluministas, a sublevação cujo
lema "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" ecoou em
todo mundo, pondo abaixo regimes absolutistas e
ascendendo os valores burgueses.
Disponível em https://intelectuaisdahistoria2.
wordpress.com/page/31/. Acesso: 30 maio 2014.
Sobre os acontecimentos influenciados pela Revolu-
ção Francesa, assinale a soma da(s) proposição(ões)
CORRETA(S).
01) A manutenção de privilégios da nobreza feudal
na Europa Ocidental.
02) O fim do Absolutismo e a instauração de mo-
narquias e/ou repúblicas constitucionais, espe-
cialmente na Europa.
391
04) O fortalecimento do domínio ideológico da Igre-
ja Católica com o acirramento da Santa
Inquisição, na França.
08) O incentivo teórico para movimentos de inde-
pendência na América Latina.
16) O estabelecimento dos princípios gerais de li-
berdade, igualdade e propriedade como novos
valores da sociedade moderna.
32) A consolidação da burguesia como classe soci-
al que soma ao poder econômico o poder políti-
co dando início ao modelo liberal do capitalis-
mo.
06 (UEM) A Revolução Francesa, ocorrida no final do
século XVIII, é considerada pelos estudiosos como
um dos acontecimentos que contribuiu para a forma-
ção da sociedade contemporânea. Sobre as
contribuições da Revolução Francesa para a socie-
dade contemporânea, assinale a(s) alternativa(s)
correta(s).
01) Os ideais liberais e democráticos da Revolução
Francesa serviram de base para a constituição
de Estados totalitários contemporâneos em di-
versos países da Europa.
02) Com a Revolução Francesa, estabeleceu-se a
liberdade de crença religiosa e a separação en-
tre Estado e Igreja.
04) A Declaração dos Direitos do Homem e do Ci-
dadão é um dos resultados mais diretos da Re-
volução Francesa.
08) Os revolucionários defendiam ideais de liberda-
de e de igualdade, em oposição ao absolutismo
monárquico.
16) A Revolução Francesa representou a primeira
reação política organizada da História contra
uma sociedade centrada nos valores pré-capi-
talistas.
07 (UEM) No século XVII, na Inglaterra, e no final do
século XVIII, na França, ocorreram processos revolu-
cionários que são conhecidos como revoluções
burguesas. A esse respeito, assinale a(s) alternativa(s)
correta(s).
01) Na França do Antigo Regime, o primeiro e o se-
gundo estados, clero e nobreza detinham direi-
tos exclusivos, tais como a isenção de pagamen-
to de impostos.
02) Tanto na Inglaterra quanto na França, era dis-
seminada a crença no caráter sagrado do po-
der dos reis.
04) Embora realizada em nome da liberdade e da
igualdade, os revolucionários franceses manti-
veram os privilégios jurídicos da nobreza.
08) A revolução gloriosa, no final do século XVII, es-
tabeleceu a república na Inglaterra. Somente no
início do século XVIII, a monarquia foi restaura-
da e se estabeleceu o parlamentarismo.
16) Na obra O Leviatã, Thomas Hobbes defendeu o
primado da razão sobre a fé, o direito à autode-
terminação dos povos e fez a defesa da repúbli-
ca.
08 (UFMS) "[...] pode não ter sido um fenômeno isolado,
mas foi muito mais fundamental do que outros fenô-
menos contemporâneos, e suas consequências foram,
portanto, mais profundas. Em primeiro lugar ela se
deu no mais populoso e poderoso Estado da Europa
(não considerando a Rússia). Em 1789, cerca de um
em cada cinco europeus era francês. Em segundo
lugar, ela foi, diferentemente de todas as revoluções
que a precederam e a seguiram, uma revolução soci-
alde massa, e incomensuravelmente mais radical do
que qualquer levante comparável. [...] Em terceiro lu-
gar, entre todas as revoluções [...] foi a única
ecumênica. Seus exércitos partiram para revolucio-
nar o mundo; suas ideias de fato o revolucionaram."
(HOBSBAWM, Eric J. - A Era das Revoluções.
4ª edição. RJ: Paz e Terra, 1982, p. 72).
A respeito do evento revolucionário tratado no texto,
assinale a(s) afirmativa(s) correta(s).
01) A enorme influência internacional dessa revolu-
ção está relacionada ao fato de ela ter sido a
primeira experiência bem sucedida de
coletivização das terras, de estatização dos
meios de produção e de estabilização política
por meio da implantação de um regime de parti-
do único.
02) Com a revolução, e inspirados na Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão, os cam-
poneses e as classes populares francesas vi-
ram reconhecidas as suas principais reivindica-
ções como, por exemplo, a partilha da terra.
04) Inspirada nos princípios de liberdade, igualda-
de e fraternidade, essa revolução pôs fim aos
entraves que representavam, para o desenvol-
vimento econômico da burguesia, a estrutura de
propriedade e os direitos da aristocracia do An-
tigo Regime.
08) A condução do processo revolucionário pelos
membros da alta burguesia, após 1794 com o
chamado "golpe do Termidor", assegurou-lhes
a efetivação do projeto político mais moderado
de sua classe, em detrimento do projeto político
radical dos representantes da pequena burgue-
sia e das camadas populares.
16) Dentre as ideias que revolucionaram o mundo,
resultantes dessa revolução, podem ser arrola-
das a implantação de um tipo de codificação
legal atualmente seguida por metade dos siste-
mas legais do mundo, o surgimento de Estados
nacionais territoriais estruturados no modelo tra-
zido ao mundo contemporâneo por ela, além do
uso de um sistema métrico que ela criou e pro-
pagou.
01 (UNESP) Analise a tela Marat assassinado, pintada
por Jacques-Louis David em 1793.
392
Essa pintura apresenta estilo
(A) gótico, expresso no confronto entre claro e es-
curo, e representa uma importante passagem
bíblica.
(B) barroco, expresso no contraste entre os objetos
retratados, e valoriza a importância da leitura e
da escrita.
(C) romântico, expresso no conteúdo religioso da
cena, e representa o predomínio da emoção
sobre a razão.
(D) neoclássico, expresso na modelação da mus-
culatura do corpo, e representa um episódio
político da época.
(E) moderno, expresso na imprecisão das formas e
dos contornos do desenho, e representa o coti-
diano do homem da época.
02 (ENEM) Fala-se muito nos dias de hoje em direitos
do homem. Pois bem: foi no século XVIII - em 1789,
precisamente - que uma Assembleia Constituinte pro-
duziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs
como necessária para um grupo de revolucionários,
por ter sido preparada por uma mudança no plano
das ideias e das mentalidades: o iluminismo.
FORTES, L. R. S. O Iluminismo e os reis filósofos.
São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado).
Correlacionando temporalidades históricas, o texto
apresenta uma concepção de pensamento que tem
como uma de suas bases a
(A) modernização da educação escolar.
(B) atualização da disciplina moral cristã.
(C) divulgação de costumes aristocráticos.
(D) socialização do conhecimento científico.
(E) universalização do princípio da igualdade civil.
03 (FUVEST) É difícil acreditar que a Revolução Fran-
cesa teria sido muito diferente, mesmo que a
Revolução Americana nunca tivesse acontecido. É
fácil mostrar que os americanos não tentaram uma
semelhante ruptura substancial com o passado, como
fizeram os franceses. No entanto, (...) as duas revolu-
ções foram muito parecidas.
Robert R. Palmer, The Age of The Democratic Revolution:
The Challenge, Princeton, Princeton University
Presse, vol. I, 1959, p.267.
Com base no texto e em seus conhecimentos acerca
da Revolução Francesa e do revolucionário processo
de independência dos Estados Unidos, assinale a afir-
mação correta.
(A) A revolução norte-americana repercutiu pouco
nos movimentos liberais da Europa e, mesmo
na França da época da Ilustração, seu impacto
foi mais de ordem econômica do que política.
(B) O processo de independência dos Estados Uni-
dos foi marcado pela ausência de divisões in-
ternas entre os colonos e pela exclusão das
camadas populares da sociedade no processo
político.
 (C) O processo de independência dos Estados Uni-
dos foi consumado pela redação de uma Cons-
tituição, cuja elaboração ficou a cargo de notá-
veis, que representavam os interesses das clas-
ses proprietárias.
(D) A guerra da independência norte-americana ca-
racterizou-se pela ausência de radicalismo po-
lítico e social, o que se deveu à menor penetra-
ção dos ideais Ilustrados nos últimos anos do
período colonial.
(E) A revolução norte-americana repercutiu não só
na Ilustração europeia e na Revolução France-
sa, como demonstrou de modo teórico e prático
a viabilidade de um grande Estado republicano
e democrático.
04 (UNIOESTE) "Infelicidade! Nossos cidadãos encarce-
rados nesses locais,
Servem para cimentar esse alojamento odioso;
Com as próprias mãos eles erguem, nos ferros avilta-
dos,
Essa morada do orgulho e da tirania.
Mas, creia-me, no momento em que eles virem seus
vingadores
Eles mesmos destruirão essa assustadora obra,
Instrumento de sua vergonha e de sua escravidão"
Com esses dizeres, um "americano" do Peru conclama
seu povo à libertação da escravidão na peça dramáti-
ca Alzira, [...], escrita por Voltaire em 1736. O texto é
piedoso com a sorte dos escravos do Novo Mundo,
demonstra simpatia por sua revolta e saúda a possi-
bilidade de uma reconciliação final baseada na
liberdade coletiva.
Em 1766, o francês Joseph Mosneron assistiu à re-
presentação dessa obra a bordo do navio [francês][...].
Comoveu-se com os versos que ouviu, apesar de a
princesa Alzira, a heroína que dá nome ao romance,
ser representada por um vigoroso marinheiro com ares
de Hércules. Enquanto o pontilhão servia de palco
[improvisado] para os atores, nos porões embaixo dele
aglomeravam-se centenas de seres humanos captu-
rados na África. Eles estavam sendo transportados,
justamente, para o Caribe.
Como explicar essa esquizofrenia? Como é possível
que Mosneron tenha se abalado com a peça e não
com os personagens reais que a inspiraram? Supo-
nho que o próprio texto de Alzira contribui para isso,
ao evocar a escravidão apenas dos "americanos", e
omitir qualquer menção ao tráfico transatlântico de
africanos, em pleno apogeu quando Voltaire escre-
veu a peça. [...].
O século das Luzes, que assistiu a insurreição da filo-
sofia contra o monarquismo, o absolutismo e a Igreja,
foi também o ápice da expansão desse comércio ab-
surdo. A França enviou, no total, 1,1 milhão de
escravos para as colônias [...] antes da proibição de-
finitiva do tráfico, em 1831. A abolição seria instituída
em territórios franceses apenas em 1848.
Na verdade, esse tipo de negócio já era quase clan-
destino desde 3 de julho de 1315, quando um edito
de Luís X baniu a possibilidade de escravidão em todo
o reino. Porém, no século XV, a demanda por mão de
obra aumentou nas colônias e fez-se necessário
393
tomar certas atitudes. A solução inicial foi explorar as
populações locais, exterminadas com rapidez.
Recorreu-se, então, aos "alistados" brancos, homens
geralmente forçados ao exílio que assinavam contra-
tos válidos por três anos e eram tratados nas mesmas
condições que os negros.
Um panfleto anônimo, 'Sobre a necessidade de se
adotar a escravidão na França', expressa a visão da
época: era preciso 'colocar pobres e indigentes para
trabalhar'. Menosprezos racial e de classe não são
incompatíveis [com a Franca iluminista]? [...]
GRESH, Alain. Escravidão à francesa.
Le Monde Diplomatique. 1 abril 2008. Disponível em:
http://diplomatique.org.br/escravidao-a-francesa/
Acesso em: 10 ago. 2017. [Adaptado]
A partir das considerações indicadas na matéria, as
quais apontam a influência históricados pensadores
iluministas e da participação francesa nos debates
sobre liberdade e cidadania, e CORRETO afirmar.
(A) A Declaração dos Direitos do Homem e do Ci-
dadão, em 1789, aboliu as desigualdades
vivenciadas na França até aquele momento e,
também, inspirou outros povos a buscarem essa
noção de liberdade e cidadania em seus paí-
ses.
(B) Ao final do processo de contestação monárquico
francês, a burguesia saiu fortalecida e houve o
fim dos privilégios da nobreza, sendo
redistribuída suas terras aos camponeses e
população desabrigada.
(C) Os princípios iluministas, envolvendo a valori-
zação do conhecimento científico e de contes-
tação à escravidão, foram amplamente difundi-
dos por combaterem ações escravistas desen-
volvidas em outros países, além de impedir to-
madas de decisões francesas que fossem favo-
ráveis à exploração escrava.
(D) O princípio “liberdade, igualdade e fraternidade”,
utilizado como slogan de mudança histórica,
determinou o debate e a ação comum na Fran-
ça (incluindo políticas reparatórias) para que
todos os cidadãos usufruíssem desses ideais a
curto e longo prazo.
(E) Os conflitos recentes na França (evidenciados
em enfrentamentos nas ruas, canções, redes so-
ciais e etc.) sugerem que a desigualdade soci-
al, aliada aos problemas étnicos, ainda não fo-
ram superados e suscitam discussões sobre no-
ções de liberdade e cidadania no País.
05 (ESPCEX-AMAN)
O barrete frígio ou barrete da liberdade, constante da
imagem acima, é uma espécie de touca ou carapuça,
originariamente utilizada pelos moradores da Frígia
(antiga região da Ásia Menor, onde hoje está situada
a Turquia). Foi adotado, na cor vermelha, pelos repu-
blicanos franceses que lutaram pela tomada e queda
da Bastilha em 1789, que culminou com a instalação
da Primeira República Francesa em 1793. As ideias a
seguir também estão relacionadas com a Revolução
Francesa.
I. Período do Terror
II. Segundo Estado
III. Primeiro Estado
IV. Jacobinos
V. Girondinos
VI. Comitê de Salvação Pública
Assinale a alternativa que apresenta as ideias relaci-
onadas à Revolução Francesa e que estejam ligadas
à imagem acima.
(A) I, II e IV.
(B) II, IV e V.
(C) IV, V e VI.
(D) I, IV e VI.
(E) II, III e VI.
06 (UNESP)
A gravura representa a marcha de mulheres revoluci-
onárias até o palácio real de Versalhes em 5 de outubro
de 1789.
A participação das mulheres na Revolução Francesa
(A) levou à conquista do direito de voto, porém não
do direito de exercer cargos executivos no novo
governo francês.
(B) teve ressonância parcial nas decisões políticas,
pois apenas as mulheres da alta burguesia en-
volveram-se nos protestos políticos e civis.
(C) foi notável nas manifestações e clubes políticos,
porém seus direitos políticos e sociais não fo-
ram ampliados significativamente.
(D) originou a igualdade de direitos civis em rela-
ção aos homens após a proclamação da Decla-
ração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
(E) diminuiu bastante após os conflitos e a violên-
cia generalizada que marcaram a tomada da
Bastilha.Desenho ilustrativo fora de escala
394
07 (FGV) Na sua faceta mais radical, a Revolução Fran-
cesa promoveu uma certa redistribuição de terra, por
meio de medidas como a venda dos bens nacionais.
Entretanto, nesse processo de construção de uma
ordem jurídica burguesa, o fim da escravidão não se-
ria, no final das contas, incluído. A Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 trazia, no
seu artigo 1º, o princípio segundo o qual "os homens
nascem e permanecem livres e iguais em direitos".
Mas a história revolucionária mostrou que essa fór-
mula clássica do liberalismo político foi capaz de gerar,
de imediato, posturas contraditórias entre os diferen-
tes atores históricos do período, que interpretavam
os termos liberdade e igualdade à luz de suas própri-
as aspirações e interesses.
(Laurent Azevedo Marques de Saes.
A Societé des Amis des Noirs e o movimento
antiescravista sob a Revolução Francesa (1788-1802).
Tese (Doutorado em História Social) -
FFLCH, USP. 2013. Adaptado)
Nesse contexto, é correto afirmar que
(A) a Revolução Francesa, embora conduzida em
nome de princípios universais de liberdade e
igualdade, acabou incorporando a escravidão
colonial na nova ordem jurídica, sem que essa
instituição tivesse sido posta em discussão nem
sequer no período mais radical do processo re-
volucionário, no momento no qual os jacobinos
tentaram dirigir os rumos da revolução.
(B) os princípios de liberdade e igualdade, para a
maioria dos homens nas assembleias revoluci-
onárias, não encontravam fronteiras ou limites
ditados pela condição da França de potência co-
lonial, mas representavam valores universais a
serem difundidos inclusive para a América a
partir de Paris, ainda que a ascensão de
Napoleão tenha freado a propagação das ideias
revolucionárias.
(C) o império colonial francês à época girava em
torno da "pérola das Antilhas", São Domingos
(futuro Haiti), colônia que havia projetado a Fran-
ça para o topo do mercado internacional de pro-
dutos tropicais e que transformou o sucesso da
produção caribenha na base da riqueza burgue-
sa dos portos franceses, o que não impediu que
jacobinos e sans culottes defendessem a aboli-
ção e a independência colonial desde julho de
1789.
(D) a questão colonial evidenciava, sob certos as-
pectos, os limites da Revolução Francesa, libe-
ral e burguesa, pois dentro da ótica mercantilista
que orientou a economia francesa desde o sé-
culo XVII, a prosperidade da Nação dependia
da balança comercial favorável e, nesse senti-
do, o papel do comércio com as colônias e da
reexportação dos produtos proporcionados por
esse comércio era visto como capital.
(E) a restauração da escravidão nas colônias, ocor-
rida em 1799 por ordem de Bonaparte depois
da abolição em 1789, por exigência dos revolu-
cionários, teve como desdobramento o levante
negro no Haiti, em que se lutava simultaneamen-
te pela abolição da escravidão e pelo rompimen-
to dos laços coloniais com a França, resultando
na independência do Haiti, primeiro a libertar os
escravos no continente americano.
08 (UDESC) "Liberdade, Igualdade, Fraternidade". Es-
tas três palavras, somadas à bandeira azul, branca e
vermelha, tornaram-se símbolos das ideias defendi-
das e das reivindicações no movimento chamado
Revolução Francesa.
Com relação à Revolução Francesa, assinale a alter-
nativa CORRETA.
(A) Das revoluções de esquerda ocorridas no sé-
culo XIX, a Revolução Francesa é das mais sig-
nificativas, justamente por ser a primeira a con-
tar exclusivamente com a participação de clas-
ses populares. Seu modelo foi reimplementado
posteriormente apenas em 1917, durante a Re-
volução Russa.
(B) Apesar de sua relevância histórica, a Revolu-
ção Francesa não influenciou qualquer movi-
mento revolucionário ou reivindicatório fora do
território europeu.
(C) A relevância da Revolução Francesa pode ser
compreendida por ter sido, entre outras coisas,
o primeiro movimento político que instaurou po-
pularmente o governo de uma mulher. Esta foi
personificada como "Marianne" e foi represen-
tada por Delacroix no famoso quadro Liberdade
guiando o povo.
(D) A Revolução Francesa teve reverberações não
apenas na Europa, mas também na América.
Uma das principais foi, certamente, a influência
que exerceu sobre a Independência dos EUA.
(E) A Declaração dos Direitos do Homem e do Ci-
dadão, proclamada em 1789, ainda que ressal-
tasse a liberdade e a igualdade dos cidadãos
perante a lei, era excludente em relação às mu-
lheres. Tal fato auxilia compreender a composi-
ção da Declaração dos Direitos da Mulher e da
Cidadã, escrita por Olympe de Gouges, em
1791.
01 (FGV) O texto a seguir narra algumas mudanças ocor-
ridas na França ao tempo da Revolução.
Depois da proclamação da República, em setembro
de 1792 (...) Até mesmo as medidas de espaço, tem-
po e peso passaram a ser questionadas. Todos
deveriam falar a mesma língua, usar os mesmos pe-
sos e medidas e entregar as moedas antigas. Uma
comissão trabalhou para estabelecer o sistemamé-
trico, e a Convenção instituiu um novo calendário. Em
vez da semana de sete dias, haveria a decade, perío-
do de dez dias sem variação de mês para mês. No
lugar dos nomes da 'época vulgar', os nomes dos
meses e dias refletiriam a natureza e a razão.
Germinal, floreal e prairial (fins de março a fins de
junho), por exemplo, evocavam os brotos e flores da
primavera, enquanto primidi, duodi etc. Ordenavam
os dias racionalmente, sem a ajuda dos nomes de
santos. Em Toulouse, as autoridades municipais che-
garam a contratar um relojoeiro para 'decimalizar' o
relógio da Câmara Municipal. Até os relógios podiam
testemunhar a Revolução.
HUNT, L. Política, cultura e classe na
Revolução Francesa. Trad.,
São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 97.
395
Considerando esta gravura no contexto revolucioná-
rio em que foi produzida:
a) identifique duas ações tomadas pelos revolu-
cionários, durante o período da Convenção Na-
cional (1792-1795), para garantir a "unidade e
indivisibilidade da República" contra os que jul-
gavam serem seus adversários internos;
b) explique por quais motivos o autor da gravura
representa o enfrentamento das coalizões
europeias como uma guerra universal contra
todos os regimes despóticos.
03 (UERJ)
CARTA DE CONVOCAÇÃO
DOS ESTADOS GERAIS POR ORDEM DO REI.
Temos necessidade de nossos fiéis súditos para nos
ajudarem a superar todas as dificuldades em que nos
achamos e para estabelecer uma ordem constante e
invariável em todas as partes do governo que interes-
sam à felicidade dos nossos súditos e à prosperidade
de nosso reino. Esses grandes motivos nos determi-
naram convocar a assembleia dos Estados de todas
as províncias sob nossa obediência, para que seja
achado, o mais rapidamente possível, um remédio
eficaz para os males do Estado e para que os abusos
de toda espécie sejam reformados e prevenidos.
Versalhes, 24 de janeiro de 1789.
Adaptado de MATTOSO, K. de Q.. Textos e documentos
para o estudo de história contemporânea.
São Paulo: Edusp, 1976
a) Apresente quatro características da França du-
rante o período republicano de 1792 a 1795.
b) Explique os significados históricos dessa tenta-
tiva de estabelecer outras referências e deno-
minações para o calendário.
c) Relacione o novo calendário instituído pela re-
volução às ideias ilustradas do século XVIII.
02 (PUCRJ) A gravura abaixo se intitula A derrubada em
massa e foi produzida em 1794 para defender o pro-
grama revolucionário dentro e fora da França. À
esquerda, um revolucionário aciona uma máquina em
cuja roda lê-se "Declaração dos Direitos do Homem"
e, acima da máquina elétrica, lê-se "Eletricidade re-
publicana gerando nos déspotas uma comoção que
derruba seus tronos". No cabo elétrico, sucedem-se
os impulsos "Liberdade, Fraternidade, Unidade,
Indivisibilidade da República" que derrubam dois im-
peradores, vários reis e um papa.
A convocação dos Estados Gerais deu início à Revo-
lução Francesa, ocasionando um conjunto de
mudanças que abalaram não só a França, mas tam-
bém o mundo ocidental em finais do século XVIII.
Cite um motivo para a convocação dos Estados Ge-
rais na França, em 1789, e apresente duas
consequências da Revolução Francesa para as soci-
edades europeias e americanas.
04 (UEL) Observe a imagem a seguir.
Explique o contexto histórico da Revolução Francesa
destacando o posicionamento do autor da imagem
quanto à Igreja Católica.
05 (UNESP)
A charge ilustra as três ordens sociais existentes na
França antes da Revolução de 1789. Identifique es-
sas três ordens e justifique o posicionamento dos
personagens na charge.
396
PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 05:
O PERÍODO NAPOLEÔNICO E O CONGRESSO
DE VIENA
O golpe do 18 Brumário em 1799 inaugurou novos ru-
mos para o processo revolucionário que havia se iniciado na
França. Para alguns historiadores, o período que se seguiu já
não é mais propriamente parte da revolução francesa, enquan-
to outros autores o consideram o período que consolidaria um
projeto revolucionário burguês na França, e expandiria os ide-
ais da revolução por praticamente toda a Europa.
Napoleão
A CONSOLIDAÇÃO DO PODER E AS REFORMAS
NAPOLEÔNICAS
O regime do diretório, estabelecido pelo 18 brumário,
era constituído por três lideranças: o general Napoleão
Bonaparte como o primeiro cônsul, acompanhado de
Emanuel Sieyès e Roger Ducos. Porém, a liderança e o
carisma de Bonaparte rapidamente se impuseram sobre os
outros dois cônsules, ampliando cada vez mais o poder do
general dentro do diretório. O carisma de Napoleão junto ao
povo decorria de diversos fatores, além de sua personalida-
de. Em um certo sentido, ele personificava determinados
ideais que a revolução francesa tinha levantado como ban-
deira, como a valorização do mérito e a possibilidade de
ascensão por meio deste. Napoleão tinha feito uma carreira
destacada no exército francês e tornara-se general ainda jo-
vem, alimentando histórias sobre seus feitos militares e
virtudes de liderança que angrandeciam sua imagem junto
ao povo francês. Já em 1802, sua crescente popularidade
lhe deu a vitória em um plebiscito que o transformou em côn-
sul vitalício dos franceses. Dois anos mais tarde, por meio
de outro plebiscito, Bonaparte restabeleceu a monarquia e
se coroou imperador da França.
O prestígio de Napoleão junto às camadas popula-
res, à burguesia e ao exército francês também advinha do
sucesso das reformas promovidas pelo general. A econo-
mia da França estava seriamente abalada pela crise que
antecedeu a revolução e pelos efeitos devastadores dos
10 anos do processo revolucionário. Bonaparte promoveu
diversas reformas que reorganizaram a economia (como a
criação do Banco da França e a adoção de uma nova moe-
da, o Franco), lançaram as bases do futuro capitalismo
francês (como a sociedade de fomento à indústria) e mo-
dernizaram a educação (Napoleão promoveu a criação de
Liceus e oficinas de profissionalização), a sociedade (insti-
tuindo diversas liberdades individuais, o direito à propriedade
e a igualdade jurídica através do Código Civil Napoleônico)
e até mesmo as forças armadas através de serviço militar
obrigatório e da reforma militar. Além disso, Napoleão di-
fundiu o chamado “Catecismo Napoleônico”, reafirmando
as obrigações que os cidadãos teriam diante de Deus e do
próprio imperador. Napoleão faria ainda uma concordata
com a Igreja Católica em 1801, que determinava o catoli-
cismo como religião da maioria dos franceses, mas não da
França. Dessa forma a igreja garantia benefícios, como
subsídios do Estado, mas se submeteria ao seu poder.
Napoleão Bonaparte coroado
imperador dos franceses
A EXPANSÃO PELA EUROPA E O BLOQUEIO
CONTINENTAL
A consolidação do modelo burguês implementado por
Napoleão dependia em grande parte de uma expansão
francesa pela Europa. Isso porque a França almejava as-
segurar sua influência sobre os mercados continentais e
também pela necessidade de derrubar os governos abso-
lutistas europeus, adversários naturais do modelo
revolucionário francês e obstáculos ao crescimento eco-
nômico. A Inglaterra, em especial, temia que o crescimento
francês pudesse ameaçar sua hegemonia, conquistada
graças à revolução industrial.
Desta forma, os ideais napoleônicos levariam neces-
sariamente a um conflito com a Inglaterra, na busca pela
hegemonia econômica do continente. Por mais moderno e
numeroso que fosse o exército napoleônico, a marinha in-
glesa se mostrava insuperável, imprimindo diversas derrotas
à França, como a que ocorreu na famosa Batalha de
Trafalgar. Napoleão executou então uma manobra que bus-
cava isolar comercialmente os ingleses, acreditando que
os sucessivos prejuízos enfraqueceriam a Inglaterra e as-
segurariam a conquista desses mercados pela França. Este
movimento, conhecido como o Bloqueio Continental, proi-
bia que qualquer nação da Europa continental
comercializasse com a Inglaterra, gerando uma nova onda
de guerras contra os aliados dos ingleses. Portugal, por
exemplo, recusara-se a aderir ao bloqueio, levando o ge-
neral Bonaparte a conceber sua ocupação.397
Para isso, Napoleão assinou em 1807 o Tratado de
Fontainebleau, pelo qual a Espanha permitiria a passagem
das tropas francesas em direção a Portugal, que seria divi-
dida entre franceses e espanhóis. Esse episódio acabou
provocando a transferência da corte portuguesa para o Bra-
sil, e a ocupação de parte do território português pelas forças
francesas. A própria Espanha, antiga aliada, seria vítima de
Napoleão que, desrespeitando o compromisso assinado,
forçou a abdicação do rei Carlos IV, e destronou a dinastia
de Bourbon. Napoleão fez coroar seu irmão, José
Bonaparte, o novo rei da Espanha, gerando reações e guer-
ras por toda a península ibérica até a derrota definitiva do
império napoleônico em 1814.
Na Europa central, os exércitos de Áustria e Prússia se
coligaram contra as tropas francesas, mas não foram capa-
zes de vencê-las. As forças de Bonaparte impuseram
sucessivas derrotas à coligação e Napoleão forçou a assi-
natura do Tratado de Preesburg em 1806, pelo qual submeteu
16 estados germânicos ao seu controle, estabelecendo a
Confederação do Reno. Restava, mais ao leste, a questão
russa. A Rússia, governada pelo czar Alexandre Romanov I,
havia assinado o Tratado de Tilsit em 1807, pelo qual aderia
às determinações do bloqueio continental. Porém, em 1812,
o czar sentia os efeitos desastrosos do tratado para a econo-
mia russa e reatou relações com a Inglaterra. Em represália,
Napoleão Bonaparte ordenou um ataque imediato à Rússia,
que seria o início da derrocada napoleônica.
O czar e seus generais executaram uma estratégia
conhecida como “terra arrasada”, que consiste em um re-
cuo estratégico das forças de defesa, mas destruindo pelo
caminho tudo o que pudesse servir de mantimento ou abri-
go para o inimigo.
O BLOQUEIO CONTINENTAL
O Czar Alexander Romanov I
As plantações eram incendiadas, os animais que não
pudessem ser carregados eram sacrificados, os rios contami-
nados e até mesmo aldeias eram destruídas. Quando as tropas
francesas e russas se encontraram em Moscou, o resultado já
era desastroso para os franceses. Apesar da força militar fran-
cesa ser superior e imprimir derrotas expressivas aos russos,
os soldados de Napoleão estavam famintos e sedentos, não
resistindo à chegada do rigoroso inverno russo. As tropas
napoleônicas foram completamente desmobilizadas e as bai-
xas chegaram a quase 90% do número de soldados que iniciou
a campanha. As forças russas, austríacas e prussianas se
coligaram e iniciaram o contra-ataque em direção a Paris.
Com suas forças militares fragmentadas e seu poder
reduzido, Napoleão Bonaparte perdeu sua unanimidade nos
círculos de políticos franceses e se viu incapaz de comba-
ter a nova coligação. Suas tropas começaram a ser
derrotadas em diversas partes da Europa até que Paris foi
invadida e Bonaparte obrigado a renunciar ao trono fran-
cês, sendo em seguida exilado na Ilha mediterrânea de Elba.
Enquanto a Europa se reunia para iniciar as conver-
sações sobre a reorganização do continente, Napoleão e
um grupo de antigos oficiais de seu exército articularam a
fuga do general da ilha de Elba. O rei Luis XVIII, que havia
assumido o trono de seu irmão morto na revolução, ainda
tenta combater Bonaparte e impedi-lo de regressar à Paris,
mas foge imediatamente ao saber que Napoleão retornara
à capital francesa. Apesar de ter obtido algum apoio popu-
lar e contar com o que sobrara de seu destroçado poder
militar, Napoleão Bonaparte não resistiu mais do que cem
dias em seu novo governo, sendo derrotado na famosa
Batalha de Waterloo, na Bélgica. Restaurada mais uma vez
a monarquia dos Bourbon, Napoleão foi enviado a um novo
exílio, desta vez na Ilha de Santa Helena, no atlântico Sul,
onde permaneceria até sua morte em 1821.
Pintura retratando o exílio de Napoleão Bonaparte
398
O CONGRESSO DE VIENA E A RESTAURAÇÃO DO
ANTIGO REGIME
Já em 1814, quando Napoleão se encontrava exilado
em Elba, as grandes potências europeias levaram a cabo
uma reunião cujo intuito seria redefinir a geopolítica europeia
pós-napoleônica. Essa reunião, conhecida como o Congres-
so de Viena, teve como destaque e principal condutor o
príncipe austríaco Klemens Wenzel Von Metternich e, por
mais que contasse com as delegações de diversas nações
europeias, suas grandes decisões foram tomadas por cin-
co grandes nações: A França, embora em posição de relativa
inferioridade, mas sem sofrer imposições humilhantes, a
Áustria, além de Rússia, Prússia e Inglaterra.
O Congresso de Viena (que se estendeu entre 1814
e 1815) baseou-se em três princípios básicos. O princípio
da legitimidade restabeleceu os privilégios do clero e da
nobreza, reconduzindo ainda as antigas dinastias pré-re-
volucionárias aos seus respectivos tronos. De um modo
geral, este princípio tratava de restaurar o Antigo Regime
na Europa, o que traria sérios conflitos e lutas liberais nas
décadas seguintes. Outros dois princípios, o das compensa-
ções (cuja intenção era, de alguma forma, compensar as
nações que mais haviam se empenhado na luta contra as
tropas napoleônicas) e o do equilíbrio (que visava estabele-
cer um equilíbrio de poder entre as potências europaias,
tentando conceber uma paz que pudesse ser, de fato, dura-
doura). A soma dessas diretrizes redesenhou o mapa
europeu e iniciou, em certa medida, a primeira divisão das
rotas e mercados coloniais na África e Ásia no século XIX.
Sob essa ótica, a Inglaterra foi a grande beneficiada, ob-
tendo os postos desejados para a expansão de seu comércio
marítimo, estabelecendo posses no Mediterrâneo, no sul do
continente africano (com a colônia do Cabo), no Oriente Médio
e no Oceano Índico, com a posse de Ceilão (atual Sri Lanka) ao
sul da Índia. A Prússia também obteve importantes conquistas,
como as regiões de Westfália, Saxônia e a área da antiga con-
federação do Reno, além de dividir parte do território polonês
com a Rússia. Além disso, formou-se uma confederação de 38
Estados germânicos que, anos mais tarde, sob a condução da
Prússia, dariam origem à Alemanha unificada.
Mapa europeu definido pelo Congresso de Viena
O Príncipe Metternich,
grande estrela do
Congresso de Viena
399
Por fim, a Áustria de Metternich concebeu uma alian-
ça militar entre as potências europeias, chamada de Santa
Aliança, cuja finalidade seria combater quaisquer levantes
liberais que ameaçassem a estrutura do antigo regime eu-
ropeu, ainda que ocorressem fora do continente, nas áreas
coloniais. Essa Santa Aliança, orientada pelo princípio das
intervenções, teria vida curta, devido à falta de apoio in-
glês. Isso ocorreu porque a Inglaterra, além de não ser mais
uma nação absolutista, apoiava os movimentos de inde-
pendência da América, que romperiam com os grilhões do
pacto colonial, permitindo o comércio direto de produtos
ingleses nas então colônias no continente americano. A
Santa Aliança estava condenada ao fracasso, assim como
a tentativa de restaurar o cenário europeu anterior a 1789,
ignorando todos os reflexos históricos que ecoavam da re-
volução francesa e do período napoleônico por praticamente
toda a Europa.
01 (ESPCEX-AMAN) Procurando colocar em prática a
política de solidariedade esboçada no Congresso de
Viena, Alexandre I propôs, em 1815, a criação de uma
organização militarizada, denominada Santa Aliança
entre as monarquias europeias tradicionais e cristãs.
Participaram da Santa Aliança o
(A) Reino da Prússia, Império Francês e Império Bri-
tânico.
(B) Império Austríaco, Império Britânico e Reino da
Prússia.
(C) Império da Rússia, Império Austríaco e Reino
da Prússia.
(D) Império da Rússia, Império Francês e Império
Britânico.
(E) Império Britânico, Império Austríaco e Império
Francês.
02 (UERJ)
A derrota de Napoleão Bonaparte, em 1814-1815, foi
registrada de diversas formas nas sociedades
europeias. Na imagem, o imperador francês tenta
devorar o globo terrestre, sendo atacado por uma
águia, um dos símbolos do Império Russo.
Dois impactos que as guerras napoleônicas exerce-
ram sobre as relações internacionais na Europa da
época foram:
(A) criseagrária e consolidação dos Estados repu-
blicanos
(B) concorrência industrial e retomada de domínios
coloniais
(C) integração comercial e declínio de monarquias
absolutistas
(D) expansionismo territorial e reorganização das
fronteiras políticas
03 (UFRGS) A Santa Aliança, coalizão entre Rússia,
Prússia e Áustria, criada em setembro de 1815, após
a derrota de Napoleão Bonaparte, tinha por objetivo
político
(A) promover e proteger os ideais republicanos e
revolucionários franceses em toda a Europa.
(B) impedir as intenções recolonizadoras dos paí-
ses ibéricos e apoiar as independências dos
países latino-americanos.
(C) lutar contra a expansão do absolutismo
monárquico e a influência do papado em todos
os países europeus.
(D) combater e prevenir a expansão dos ideais re-
publicanos e revolucionários franceses em toda
a Europa.
(E) apoiar o retorno de Napoleão ao governo fran-
cês e garantir o equilíbrio entre as potências
europeias.
04 (UEMG) "Há duzentos anos, em 9 de junho de 1815,
encerrava-se o Congresso de Viena, conferência de
países europeus que, após nove meses de delibera-
ções, estabeleceu um plano de paz de longo prazo
para o continente, que vivia um contexto político con-
turbado(...). Para alcançar esse objetivo, os diplomatas
presentes ao Congresso de Viena criaram um meca-
nismo de pesos e contrapesos conhecido como
"Concerto Europeu"(...). O Concerto Europeu procu-
rou substituir um arranjo unipolar por um sistema
inovador de consultas plurilaterais. Esse esforço vi-
sava a garantir a estabilidade europeia no pós-guerra".
http://blog.itamaraty.gov.br/63-historia/146-200-anos-do-
congresso-de-viena.Acesso em: 20/7/2015.
400
O contexto conturbado vivido pela Europa antes do
Congresso de Viena e os resultados deste foram, res-
pectivamente:
(A) A guerra dos sete anos que colocaram em con-
fronto Inglaterra e França em função de dispu-
tas territoriais na América. - A expulsão da Fran-
ça da Liga das nações por ter desrespeitado re-
gras internacionais preestabelecidas.
(B) A disputa imperialista protagonizada pelas na-
ções europeias em função da crise econômica
vivida no século XIX. - Evitou-se provisoriamen-
te um conflito de proporções mundiais já que,
por meio de concessões, garantiu-se um equilí-
brio político.
(C) A expansão napoleônica que destronou reis e
promoveu a invasão e ocupação militar sobre
diversas regiões. - Restauração das monarqui-
as depostas por Napoleão, legitimação das exis-
tentes à época e a criação da Santa Aliança.
(D) A primeira grande guerra, que foi consequência
de um momento marcado pelo nacionalismo
exacerbado e por rivalidades econômicas e
territoriais. - A imposição de uma paz despreo-
cupada com o equilíbrio mundial pois humilha-
va os derrotados.
05 (G1 - IFSUL) A respeito de Napoleão Bonaparte e da
Era Napoleônica (1799-1815), afirma-se que
(A) invadiu a Espanha, depôs o rei Fernando VII e
conduziu ao poder seu irmão José Bonaparte.
(B) morreu em Portugal ao ser atacado pelas tro-
pas joaninas na batalha de Waterloo em 1815.
(C) teve sua expansão amplamente aceita na Ingla-
terra no século XVIII.
(D) organizou um governo de cem dias após a vitó-
ria na batalha de Leipzig.
06 (UFU) Durante o Congresso de Viena, estabelece-
ram-se as bases políticas e jurídicas para uma nova
ordenação da Europa destinada a durar um século
redondo. O resultado dos pactos inaugurou uma épo-
ca na qual os conflitos externos foram poucos; por
outro lado, aumentaram as guerras civis e a "revolu-
ção" se fez incessante.
KOSELLECK, Reinhart.
La época das revoluciones europeas: 1780-1848.
 México: Siglo XXI, 1998. p.189. (Adaptado).
A constituição do Congresso de Viena, em 1815, evi-
denciava a instabilidade da geopolítica da Europa, e
tinha entre seus objetivos
(A) o incentivo aos movimentos de libertação colo-
nial, como forma de reduzir os conflitos que pu-
dessem ameaçar o equilíbrio europeu.
(B) a recomposição do equilíbrio europeu sob o do-
mínio das forças conservadoras,
antirrevolucionárias e anti-iluministas.
(C) a preservação das aspirações nacionais de vá-
rios povos europeus, com o objetivo de evitar
novos conflitos que colocassem em risco o equi-
líbrio da Europa.
(D) a aceitação das fronteiras nacionais existentes
em 1815, o que era visto como essencial para o
fim dos conflitos entre as grandes potências.
07 (ESPCEX-AMAN) No início do século XIX, Napoleão
Bonaparte ordenou a ocupação de Portugal, motivan-
do com isso a fuga da família real portuguesa para o
Brasil. Esse evento desencadeou primeiramente a(o)
(A) Conjuração Baiana.
(B) abdicação de D. Pedro I.
(C) elevação do Brasil à categoria de Reino Unido
a Portugal e Algarves.
(D) introdução das ideias revolucionárias francesas
no Brasil.
(E) estabelecimento do Pacto Colonial.
08 (FGVRJ) Napoleão Bonaparte assumiu o poder na
França, em 1799. A partir do chamado Golpe do 18
Brumário, tornou-se primeiro cônsul, depois primeiro
cônsul vitalício e, posteriormente, imperador. Duran-
te o seu governo,
(A) retomou as relações com a Igreja Católica e per-
mitiu total autonomia dos seus sacerdotes.
(B) estabeleceu uma monarquia parlamentarista,
nos moldes do sistema de governo vigente na
Inglaterra.
(C) estabeleceu um novo Código Civil que manteve
a igualdade jurídica para os cidadãos do sexo
masculino e o direito à propriedade privada.
(D) procurou retomar antigas possessões marítimas
francesas, envolvendo-se em uma guerra
desgastante no Haiti e no sudeste asiático.
(E) aliou-se aos "sans culottes", grupos mais radi-
cais da Revolução Francesa, e, por isso, foi der-
rubado em 1814.
01 (G1 - CFTRJ) As guerras napoleônicas e a invasão
francesa da Península Ibérica (1807-1808) resulta-
ram na transferência da Corte portuguesa e de setores
dirigentes do Estado português para o Brasil, criando
uma situação inédita para a principal colônia portu-
guesa. Entre as mudanças trazidas, assinale a opção
que expressa a opção verdadeira:
(A) A transformação do Rio de Janeiro em sede da
monarquia portuguesa trouxe uma série de be-
nefícios para esta cidade, como a criação de
indústrias, centros culturais e universidades.
(B) A transferência da sede do Império português
para o Brasil era um projeto existente desde o
século XVII, prevendo a modernização econô-
mica da colônia e a gradativa abolição da es-
cravidão.
(C) A vinda da família real democratizou de certa
forma as relações políticas existentes no Brasil,
abrindo caminho para uma maior participação
de camadas populares livres na vida política.
(D) A abertura dos portos, em 1808, e os tratados
comerciais assinados em 1810 resultaram, na
prática, no fim do exclusivo colonial português,
em benefício dos interesses econômicos ingle-
ses.
401
02 (G1 - IFSC) Em 1806, o Imperador francês Napoleão Bonaparte anunciou o Bloqueio Continental à Inglaterra,
estabelecendo que nenhum país europeu poderia comercializar com os ingleses. O rei de Portugal, pressionado
pela onda liberal da Revolução Francesa e apoiado pela Inglaterra, fugiu para a colônia portuguesa, na América,
para esperar a situação se normalizar.
Com relação à presença da Família Real portuguesa no Brasil é CORRETO afirmar que:
(A) A Revolução Farroupilha, ocorrida no sul do Brasil, tinha como principal objetivo expulsar a Corte portuguesa
e proclamar a independência da colônia americana.
(B) Salvador foi elevada à condição de capital do Reino Unido de Portugal e Algarves, tornando-se o maior centro
político, econômico e cultural da colônia.
(C) A presença da Corte portuguesa no Brasil, exercendo um governo absolutista e conservador, contribuiu para
retardar a Independência do Brasil, pois as melhorias administrativas e econômicas deixaram a elite liberal
brasileira satisfeita.
(D) Chegando ao Brasil, D. João VI tratou logo de cumprir o prometido aos ingleses e decretou a abertura dos
portos, em 1808, para as nações amigas comercializarem diretamente com a colônia.
(E) Em 1821, os franceses foram expulsos de Portugal e D. João VI foi chamado para assumir otrono português,
mas ele preferiu ficar no Brasil. Esse fato ficou conhecido como "Dia do Fico".
03 (UEMA) O mapa abaixo representa a divisão geopolítica europeia no início do século XIX, destacando a estratégia
militar napoleônica conhecida como Bloqueio Continental.
A linha de Bloqueio Continental que se estende de Portugal até a Noruega, representada no mapa, revela a intenção
francesa de
(A) integrar a economia europeia, com a isenção das tarifas alfandegárias.
(B) fortalecer a França, garantindo-lhe a livre circulação pelos portos britânicos.
(C) desenvolver a economia espanhola, consolidando seu monopólio comercial na Península Ibérica.
(D) isolar a Grã-Bretanha, impedindo-lhe o acesso a importantes mercados da Europa continental.
(E) inibir o comércio de escravos oriundos de portos africanos, situados ao norte da Linha do Equador.
402
04 (FGV) Observe o infográfico abaixo.
Com base no infográfico, é correto afirmar:
(A) A principal característica do Império Austro-Hún-
garo, no início do século XX, era a articulação
entre diversas nacionalidades através de um de-
mocrático regime parlamentarista inspirado na
experiência inglesa.
(B) O Império Austro-Húngaro constituiu-se como
reação nacionalista à ofensiva do Império
napoleônico, que procurou incorporar antigos
domínios dos Habsburgos e do Sacro Império
Romano-Germânico.
(C) A inabilidade política em lidar com as minorias
foram fatores importantes no agravamento das
tensões que desembocaram na fragmentação
e colapso do Império Austro-Húngaro em 1918.
(D) A indiscutível maioria eslava levou o Império
Austro-Húngaro a articular-se com Rússia e In-
glaterra na formação da Tríplice Entente, que
combateria alemães, italianos e franceses du-
rante a Primeira Guerra Mundial.
(E) Apesar da heterogeneidade da constituição do
Império Austro-Húngaro, a questão das nacio-
nalidades não se revelou relevante no contexto
da Primeira Guerra Mundial.
05 (UNESP) O Congresso de Viena, entre 1814 e 1815,
reuniu representantes de diversos Estados europeus
e resultou
(A) na afirmação do caráter laico dos regimes polí-
ticos e da importância da separação entre Esta-
do e Igreja.
(B) na criação da Santa Aliança e no esforço de re-
afirmar valores do Antigo Regime.
(C) na validação da nova divisão política da Euro-
pa, definida pelas conquistas napoleônicas.
(D) na derrubada dos regimes republicanos e na res-
tauração monárquica na França e na Inglaterra.
(E) na defesa dos princípios do livre comércio e da
emancipação das colônias na América.
06 (UFRGS) Em 1815, foi encerrado o Congresso de
Viena que tinha como propósito reorganizar o mapa
político da Europa.
A respeito desse Congresso, considere as seguintes
afirmações.
I. Foi realizado após a derrota de Napoleão
Bonaparte, que havia alterado o equilíbrio de
forças na Europa.
II. Resultou na formação da Santa Aliança para
coibir qualquer tentativa de revolução liberal.
III. Garantiu a Portugal e Espanha ganhos
territoriais na Europa, por terem lutado contra
as forças napoleônicas.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas l e III.
(E) I,II e III.
07 (FGV) Restauração é o nome do regime estabeleci-
do na França durante quinze anos, de 1815 a 1830,
mas essa denominação convém a toda a Europa. Ela
é múltipla e se aplica a todos os aspectos da vida
social e política.
(René Rémond, O século XIX:
introdução à história do nosso tempo)
Reconhece-se a Restauração no processo que
(A) restituiu o poder aos monarcas europeus alinha-
dos a Napoleão Bonaparte, provocando a ge-
neralização da contrarrevolução na América
colonial, que havia sido varrida pelas indepen-
dências nacionais.
(B) alçou a Inglaterra à condição da nação mais po-
derosa do mundo, com capacidade de reverter
a proibição do tráfico de escravos africanos para
a América e de defender a recolonização de
espaços coloniais espanhóis americanos.
(C) restabeleceu as bases do sistema colonial na
América e na Ásia, com a recriação de compa-
nhias de comércio marcadas pela rigidez me-
tropolitana, além da prática do "mar fechado" e
do porto único.
(D) permitiu a volta das antigas dinastias ao poder,
que o haviam perdido com as guerras
napoleônicas, e que criou a Santa Aliança, nas-
cida com o intuito de reprimir movimentos revo-
lucionários.
(E) ampliou os direitos trabalhistas em toda a Euro-
pa, condição que provocou as revoluções de
1820 e 1830, eventos fundamentais para a re-
tomada dos valores políticos anteriores à Revo-
lução Francesa.
403
08 (UEG) Em 1804, Napoleão Bonaparte recebeu o títu-
lo de Imperador, mediante um plebiscito. Durante sua
cerimônia de coroação, ele retirou do Papa a coroa e
colocou-a em sua cabeça com as próprias mãos. Esse
gesto ousado representou
(A) o rompimento entre a Igreja Católica Romana e
o novo Estado Revolucionário Francês.
(B) que Napoleão estava assumindo todas as res-
ponsabilidades do Poder Moderador na Fran-
ça.
(C) que Napoleão, símbolo máximo da força da bur-
guesia, considerava-se mais importante que a
tradição da Igreja.
(E) a criação de uma religião de Estado, tendo como
figura central o Imperador, a exemplo do
Anglicanismo inglês.
01 (UERJ)
As telas de Francisco Goya não só denunciam os
horrores da guerra, em especial as napoleônicas, no
começo do século XIX, como também representam a
ideologia política que uniu o Reino da Espanha na
luta contra os invasores.
Denomine a ideologia política que motivou a reação
do Reino da Espanha contra as forças estrangeiras.
Apresente, ainda, um efeito das guerras napoleônicas
para o continente americano.
02 (UEMA) "Aproximamo-nos do segundo centenário do
Congresso de Viena, quando, depois da Revolução
Francesa e das Guerras Napoleônicas, delegações
de praticamente todos os estados europeus então se
aproximaram para participar dessa cúpula histórica
entre setembro de 1814 e junho de 1815, na cidade
de Viena".
Fonte: Associação dos Historiadores Latino-Americanos
 e do Caribe - ADHILAC. Disponível em:
<http://adhilac.com.ar/?p=9219>.
Acesso em: 21 set. 2014.
(Adaptado e traduzido do espanhol)
Explique a função do Congresso de Viena no proces-
so de reorganização dos países europeus após a
derrota de Napoleão Bonaparte.
03 (UFES) Em 9 de junho de 1815, encerrou-se o Con-
gresso de Viena, que contou com a presença de
representantes diplomáticos das principais nações
europeias, após mais de uma década de conflitos
intitulados, posteriormente, de guerras napoleônicas.
a) Analise dois impactos das guerras napoleônicas
para o Brasil.
b) Indique duas consequências ou resultados do
Congresso de Viena para os países europeus.
04 (FUVEST) As guerras napoleônicas, entre o final do
século XVIII e as primeiras décadas do século XIX,
tiveram consequências diretas muito importantes para
diversas regiões do mundo. Mencione e explique uma
delas, relativa
a) ao leste da Europa;
b) ao continente americano.
05 (PUCRJ) Surpreendidas pela invasão napoleônica
em 1807, as duas Coroas ibéricas tiveram desdobra-
mentos políticos diferenciados. No caso espanhol, a
captura do Rei Fernando VII por Napoleão acelerou a
luta pela autonomia nas cidades e províncias de todo
o Império. No caso português, a transmigração da
família real para a colônia permitiu desdobramentos
mais lentos ao Império luso.
Tendo em vista a conjuntura descrita acima,
a) cite duas medidas tomadas pelo Príncipe Re-
gente D. João, a partir de 1808, que tenham fa-
vorecido a manutenção do controle português
sobre as províncias brasílicas e seus territórios;
b) identifique uma característica das independên-
cias na América hispânica também encontrada
nos movimentos pela independência ocorridos
na América portuguesa.
O DOIS DE MAIO DE 1808
O TRÊS DE MAIO DE 1808
Em 1814, Goya foi encarregado de criar dois quadros
para celebrar o heroísmo dos rebeldes espanhóis. O
dois de maio de 1808 mostra uma multidão na área
de Puerta del Sol, em Madri, em luta contra os
mamelucos, a cavalaria turca da Guarda Imperial de
Napoleão, que fazia um ataque.A notícia de que os
membros mais jovens da família real espanhola esta-
vam sendo levados para a França fez com que as
pessoas saíssem às ruas, e a pintura mostra as ce-
nas de caos que irromperam. No dia seguinte, o
exército de ocupação reuniu os rebeldes e os execu-
tou, tema de O três de maio de 1808. Após esse
episódio, levantes e guerrilhas se sucederam por todo
o país.
Adaptado de Grandes pinturas. São Paulo: Publifolha, 2012.
404
PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 06:
AS REVOLUÇÕES NA EUROPA DO SÉCULO XIX
A primeira metade do século XIX foi um período de
profundas turbulências políticas e sociais para a Europa.
Terminada a tormenta do período napoleônico, as princi-
pais potências do continente tentaram reorganizar o antigo
regime a partir das determinações do congresso de Viena.
O grande equívoco dessa estratégia foi desprezar a disse-
minação das ideias liberais e nacionalistas promovidas pela
expansão napoleônica. Ao contrário do que pretendiam as
potências, não seria possível esquecer os últimos anos.
AS REVOLUÇÕES LIBERAIS DE 1820
1. AS REVOLUÇÕES LIBERAIS NA PENÍNSULA IBÉRICA
Embora Napoleão Bonaparte estivesse derrotado des-
de 1815, suas guerras tinham despertado o desejo,
principalmente por parte da burguesia europeia, de estabe-
lecer limites aos poderes monárquicos, restaurados a partir
das determinações de Viena. O primeiro grande exemplo
desses grupos liberais pós Bonaparte, vinha da Espanha,
que em 1812 havia promulgado a “Constituição de Cádis”.
A monarquia dos Bourbon, restaurada na Espanha pela fi-
gura de Fernando VII, revogara a constituição em 1814,
despertando a revolução liberal de 1820, cujo principal ob-
jetivo era a imposição de limites ao monarca e a
consolidação de garantias individuais, através da restaura-
ção da constituição de 1812. Apesar da intervenção da santa
Aliança para reprimir o movimento, a partir deste momento
a Espanha também seria uma referência para liberais de
outras partes da Europa.
A vizinha ibérica da Espanha seria a primeira a rece-
ber essa influência. Portugal sentira fortemente os efeitos
das guerras napoleônicas, sobretudo quando D. João VI e
sua corte transferiram-se para o Brasil em 1808, com o apoio
da Inglaterra. Essa transferência foi sucedida pela assinatu-
ra dos tratados que abriram os portos brasileiros às nações
amigas de Portugal e pelos tratados de 1810 (Aliança e Ami-
zade, e Navegação e Comércio), concedendo claras
vantagens comerciais aos ingleses e enfraquecendo a bur-
guesia lusitana. Além disso, o controle das forças militares e
da regência (que representava a monarquia joanina em Por-
tugal) ficava a cargo de oficiais ingleses, o que gerava grande
desconforto em grupos militares e nacionalistas do país. Já
em 1817, um movimento liberal organizado pela maçonaria
portuguesa tentará difundir idéias liberais e anti-britânicas
no país, visando assegurar a “salvação e independência da
pátria”, sendo violentamente reprimido.
O movimento de 1817 anunciara que novas transfor-
mações estavam a caminho. Em 1820, eclodiu no Porto um
novo levante liberal, que rapidamente se espalhou para Lis-
boa configurando uma junta provisória de governo que ficou
encarregada de convocar eleições para as cortes de Lis-
boa, que atuariam como assembleia constituinte. As cortes
de Lisboa, ao apresentarem um discurso liberal de uma
constituição que limitasse o poder real, deixavam aparente
uma contradição. Isso porque a mesma corte pressionava
pela restauração de todos os elementos do pacto colonial
com o Brasil (o que influenciaria diretamente no processo
de independência brasileira), uma medida claramente con-
trária ao liberalismo defendido no plano interno.
Essencialmente, o movimento estava preocupado com a
crise econômica que se instalara no país e buscava fortale-
cer a burguesia lusitana política e economicamente.
2. O LIBERALISMO NA FRANÇA, GRÉCIA E PENÍNSULA ITÁLICA
Na França, a década de 1820 marcou um processo
de sucessão monárquica, com a morte de Luis XVIII em
1824, e a posse de seu irmão, Carlos X. O novo rei desen-
volveria uma política centralizadora nos moldes absolutistas,
suprimindo liberdades e dissolvendo a câmara, o que ge-
rou mobilizações populares que explodiriam na revolução
de 1830. A península itálica por sua vez, conviveu com a
formação de diversos movimentos liberais e nacionalistas,
que contestavam influências estrangeiras impostas pelo
congresso de Viena e começavam a conceber projetos de
uma Itália unificada.
Um desses grupos que merece destaque foi a socie-
dade secreta carbonária (o nome carbonário advém do fato
de ser uma sociedade secreta cujos membros se reuniam
nos acampamentos de trabalhadores das minas de carvão),
que atuou em diferentes partes da península itálica e mes-
mo fora dela. O grupo resistiu, ainda no período napoleônico,
à ocupação francesa que impunha pesados tributos aos
italianos, e passou a lutar contra a influência estrangeira
(sobretudo austríaca) na região, após o congresso de Vie-
na. Embora não tenha obtido grandes vitórias nos anos de
1820 e 1830, pois foram duramente perseguidos, a socie-
dade projetou várias lideranças que estariam presentes na
unificação italiana décadas mais tarde.
A mais bem sucedida das revoluções liberais dos anos
de 1820, veio da Grécia. A região que vivia então sob o
domínio do Império Otomano, organizou um amplo movi-
mento liberal a partir de 1821, cujo objetivo apontava para
a afirmação da independência grega. Neste mesmo mo-
mento, as potências restauradoras da Europa estavam
organizadas para combater os levantes nas penínsulas ibé-
rica e itálica, não intervindo a princípio na questão grega. À
medida que o movimento grego conquistou simpatizantes
por toda a Europa (como o poeta inglês Lord Byron, que
morreu de febre enquanto apoiava os gregos), e o império
otomano evidenciava suas fragilidades sem o apoio das
forças de restauração (na verdade, muitas das potências
europeias passaram a apoiar abertamente a causa da
Grécia), a independência grega ia se tornando irreversível.
De fato, após longa guerra, a Grécia foi reconhecida como
nação independente em 1832, pelo tratado de
Constantinopla. A vitória do movimento grego ainda influ-
enciaria outros povos cristãos a se organizarem para
expulsar os turcos, iniciando levantes por várias partes do
Império Otomano, contribuindo para seu enfraquecimento.
Muito embora, o império otomano tenha sobrevivido até a
primeira guerra mundial
AS REVOLUÇÕES DE 1830
A década de 1830 trouxe novas agitações revolucio-
nárias, sobretudo na França, mas não exclusivamente nela.
A Bélgica conquistou sua independência da Holanda, que
até então a dominava, caminho tentado também pelos po-
loneses, embora sem sucesso, e as regiões da península
itálica e da atual Alemanha também promoveram movimen-
tos que, de certo modo, antecipavam seus processos de
unificação que seriam concluídos no final do século.
405
No caso francês, essas agitações ainda eram ecos
da tentativa estabelecida pelo Congresso de Viena de res-
taurar as estruturas do antigo regime francês, e das reações
populares e, principalmente burguesas a este processo. Luis
XVIII, conduzido ao trono francês pelas forças restauradoras
de Viena, conduziu seu governo com prudência, evitando
possíveis atritos que pudessem levar a uma nova onda revo-
lucionária como a de 1789 que havia custado a vida de seu
antecessor Luis XVI. Porém, Luis XVIII faleceu em 1824 e foi
substituído pelo Conde de Artois, que se tornou o novo rei da
França sob o nome de Carlos X. O novo monarca conduziu
um processo de restauração de diversos privilégios do clero
e da nobreza, o que gerava novamente um aumento expres-
sivo dos gastos reais com esses privilégios, agravando o
quadro socioeconômico do país. Diante desse quadro, as
forças liberais articularam-se novamente para liderar as ca-
madas populares contra o governo de Carlos x.
As forças liberais e populares tomaram as ruas de Pa-
ris e pressionaram a monarquia conservadora nas chamadas
“jornadas gloriosas”, que culminaram coma fuga de Carlos
X do país. A liderança liberal Luis Filipe substituiu então a
dinastia dos Bourbon, assumindo o governo francês sob o
epíteto de “rei burguês”. Luis Filipe promoveu importantes
mudanças à frente do governo francês, que agradaram à
burguesia francesa, como a reforma constitucional que for-
taleceu os poderes do parlamento (que seria eleito pelo voto
censitário), limitou seus próprios poderes e tornou a frança
um Estado laico, enfraquecendo os poderes do clero.
No entanto, se por um lado as reformas de Luis Filipe
contemplavam os anseios burgueses, elas ignoravam as
reivindicações populares. O voto censitário, por exemplo,
impedia a efetiva participação popular no processo político.
Além disso, a realidade social tornara-se mais complexa. O
avanço da industrialização agravava a situação social do
proletariado francês e a exploração também sobre o
campesinato, o que levava à formação de novas correntes
políticas como os socialistas. Os ideais republicanos tam-
bém se fortaleciam entre os populares, pois eram vistos
por muitos como o único modelo político que, de fato, pu-
desse representar os anseios do povo.
As reformistas não eram atendidas pelo governo, que
intensificou seu combate às camadas populares proibindo
a realização de banquetes. O povo voltou então a ocupar
as ruas com barricadas, mas dessa vez contando com o
apoio de setores da guarda nacional francesa, o que levou
à abdicação de Luis Filipe e à proclamação da segunda
república francesa. O novo governo, no entanto, continua-
va a apresentar profundos sinais de instabilidade social e
econômica, apesar de realizar importantes mudanças como
o estabelecimento do voto universal masculino. Nem mes-
mo a criação de oficinas nacionais de trabalho, organizadas
pelo Estado tiveram grande êxito, pois seus gastos em ma-
nutenção e salários geravam crescentes aumentos de
impostos e agravavam a crise econômica. O proletariado
reagiu violentamente ao fechamento das oficinas e tomou
as ruas, gerando uma nova onda de forte repressão por
parte das forças burguesas que massacrou o levante
popular. A cria-
ção de uma
nova constitui-
ção em 1848
abriu o cami-
nho para que
Luis Napoleão
fosse eleito e
desse um gol-
pe em 1851, ao
se afirmar
Napoleão III,
estabelecendo
o segundo im-
pério francês.
A COMUNA DE PARIS
No caso francês, a situação desastrosa que levou ao
fim do segundo império e à proclamação da terceira repú-
blica foi especialmente dolorosa para o proletariado francês,
que ocupou mais uma vez as ruas de Paris em 1871. A
população instalou um governo autônomo na capital fran-
cesa e proporcionou uma experiência de auto-gestão por
pouco mais de 70 dias, nos quais promoveu importantes
mudanças de inspiração socialista. Dentre essas medidas
destaca-se a igualdade entre todos os homens e mulheres
e o controle das fábricas pelos próprios operários. Após
violentos conflitos, o governo francês restabeleceu o con-
trole sobre a capital e as demais cidades, encerrando a
experiência da comuna e consolidando a terceira república
francesa, embora ainda com conflitos internos.
AS REVOLUÇÕES DE 1848
Nesse contexto de profunda insatisfação popular, or-
ganizaram-se diversas manifestações populares, entre as
quais se destacou a chamada “campanha dos banquetes”,
na qual líderes populares como Louis Blanc reuniam-se em
torno de grandes banquetes populares para discutir a situ-
ação da França e propor reformas constitucionais.
406
01 (UFSC)
AS REVOLUÇÕES LIBERAIS DO SÉCULO XIX
No começo do século XIX, a burguesia europeia ado-
tava uma posição política mais reformista do que
revolucionária. A população pobre, por sua vez, ansi-
ava por transformações mais radicais.
Para manter sua hegemonia política, a burguesia bus-
cou influenciar os movimentos sociais da época,
procurando impor valores liberais, como a igualdade
perante a lei, o direto à propriedade e a liberdade in-
dividual. Desse modo, as revoluções da primeira
metade do século XIX ficaram conhecidas como re-
voluções liberais, por terem sido conduzidas pela
burguesia com base na ideologia liberal.
PELLEGRINI, Marco César; DIAS, Adriana Machado;
GRINBERG, Keila. #Contato História. 2º ano.
1. ed. São Paulo: Quinteto Editorial, 2016, p. 221.
A respeito das revoluções liberais e dos cenários po-
lítico, social e econômico da Europa ao longo do século
XIX, é correto afirmar que:
01) liderado por Napoleão Bonaparte, o Congresso
de Viena, ocorrido em 1815, reuniu lideranças
das potências europeias com o objetivo de for-
talecer os princípios liberais burgueses.
02) em um período conhecido como Primavera dos
Povos (1848), intensos movimentos revolucio-
nários eclodiram em várias cidades da Europa,
com grande participação das massas popula-
res, gerando mudanças no perfil político do con-
tinente.
04) o nacionalismo foi um dos elementos
aglutinadores de forças durante o século XIX,
contribuindo decisivamente para as unificações
nacionais e o surgimento de novos Estados.
08) a intensa participação política da burguesia, com
o apoio das camadas mais populares, e a ado-
ção de ideias liberais foram decisivas para a
consolidação do processo de industrialização da
Rússia ainda no início do século XIX.
16) na França, as revoluções liberais do século XIX
proporcionaram o acirramento das rivalidades
entre diversos setores da sociedade e resulta-
ram na proclamação da segunda e da terceira
repúblicas.
32) o início do século XIX, a expansão do processo
de industrialização em diversos países europeus
resultou na criação de uma organização de de-
fesa das ideias liberais burguesas, a Santa Ali-
ança.
64) ao mesmo tempo que as ideias liberais burgue-
sas consolidavam-se junto ao crescente proces-
so de industrialização, a causa operária torna-
va-se tema de estudo de diversos intelectuais,
dedicados à defesa do anarquismo e do socia-
lismo.
02 (UEM) Em 1848, aconteceram revoluções em vários
países europeus. Sobre essas revoluções, assinale
a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Essas revoluções foram marcadas pelo avanço
das ideias liberais e nacionalistas.
02) Na França, devido à ausência do operariado ur-
bano, a revolução adquiriu características pre-
dominantemente burguesas.
04) O movimento revolucionário também atingiu a
Confederação dos Estados Germânicos, exigin-
do governos liberais e uma unificação política.
08) Na Península Itálica, revolucionários ligados ao
operariado urbano idealizavam um governo des-
centralizado, com Estados autônomos e o papa
como soberano do país.
16) A autodeterminação dos povos constituiu-se em
um dos princípios que nortearam os diversos
movimentos revolucionários daquela época.
03 (UFG) A Revolução Americana (1775 - 1783) foi o
sinal de alerta para a burguesia europeia. Foi o prelú-
dio de um ciclo revolucionário que somente se
estancaria com a repressão de 1848. Em 1776, com
a Declaração da Independência, abriu-se a "Era das
Revoluções", conforme a afirmação de Eric
Hobsbawm.
Sobre as chamadas Revoluções Burguesas do sécu-
lo XVIII e início do XIX, julgue os itens a seguir.
( ) Na França do Antigo Regime - minado pelas
ideias iluministas, pela fome e pela crise eco-
nômico-financeira - exacerba-se a contradição
entre o enriquecimento da burguesia e a estru-
tura jurídico-política arcaica da sociedade
estamental.
( ) No processo revolucionário francês, a aliança
entre burguesia e parte da nobreza e do baixo
clero concretizou-se na atuação política, comum
nos clubes, nas academias, na imprensa e, so-
bretudo, na maçonaria, condenando os privilé-
gios da sociedade das ordens.
( ) As revoluções liberais de 1830 e 1848 implan-
taram regimes representativos e democráticos,
baseados no sufrágio universal.
( ) A Revolução Francesa foi o símbolo maior da
luta contra o absolutismo monárquico, e tornou-
se ecumênica, inaugurando uma nova cultura
política no mundo ocidental.
04 (UFPE) Sobre as revoluções de 1848 na Europa,
pode-se afirmar:
(0) tentaram impor o retorno do absolutismo, anu-
lando as conquistas da Revolução Francesa.
(1) foram caracterizadaspelo nacionalismo e pelo
liberalismo, incluindo propostas socialistas.
(2) provocaram a união das tropas de Bismarck e
Napoleão lII, para destruir o governo revolucio-
nário.
(3) conduziram Luís Felipe ao trono da França e
deram origem à Bélgica como Estado indepen-
dente.
(4) foram vitoriosas e completaram as unificações
nacionais na Itália e na Alemanha.
407
05 (UFAL) Em 1848, a Revolução explodiu, irradiando-
se por todo o continente europeu, numa sucessão de
eventos que passou à História como Primavera dos
Povos, introduzindo no contexto das relações políti-
cas:
( ) O sentimento de impotência dos grupos libe-
rais, incapazes do consolidar o Estado Liberal
Burguês.
( ) Reivindicações e propostas proletárias própri-
as de mudança da ordem social e econômica.
( ) O internacionalismo proletário e a consolida-
ção da primeira experiência real de socialismo,
a Comuna de Paris.
( ) O liberalismo clássico, que consolidou o Esta-
do burguês através de um amplo programa
social.
( ) Nova experiência republicana, que entretanto
durou pouco tempo.
06 (UNB) "A série de agitações e movimentos revolucio-
nários que caracterizam a sociedade europeia após
1815 está ligada à insatisfação burguesa ante o esta-
tuto político e social fixado em 1815 pelas forças
conservadoras, insatisfação essa que nada mais é
que a tradução, no plano social e ideológico, dos an-
tagonismos suscitados pelo rápido desenvolvimento
da produção capitalista industrial".
 (J. Falcon e G. Moura, A FORMAÇÃO DO
 MUNDO CONTEMPORÂNEO.)
Com o auxílio do texto, julgue os itens a seguir, relati-
vos à evolução política ocidental nas primeiras
décadas do século XIX.
(1) O Congresso de Viena (1814-1815) defendeu o
retorno à ordem anterior à Revolução Francesa
e ao período napoleônico, restaurando as anti-
gas fronteiras europeias e preservando os sis-
temas coloniais.
(2) Sob a inspiração de Metternich, chanceler aus-
tríaco, o Congresso de Viena consagrou o sis-
tema europeu das grandes potências, autêntica
barreira conservadora em torno da França.
(3) A Santa Aliança, nascida no Congresso de Vie-
na, obteve êxito em sua tentativa de impedir as
independências latino-americanas e as revolu-
ções liberais na Europa.
(4) Fazendo um jogo de dupla face, a Inglaterra foi
conservadora na Europa e liberal em relação às
colônias latino-americanas que buscavam sua
independência.
07 (UFBA) Sobre as ondas revolucionárias de 1830 e
1848, na Europa, pode-se afirmar:
01) Essas ondas ocorreram como reação aos prin-
cípios de restauração e legitimidade estabeleci-
dos pelo Congresso de Viena, implantados em
diversos países europeus e defendidos pela
Santa Aliança.
02) A burguesia e o operariado estiveram unidos,
objetivando a derrota dos governos fundamen-
tados no Antigo Regime, distanciando-se, en-
tretanto, logo que a burguesia assumiu o poder
e se evidenciaram as divergências e as contra-
dições existentes entre as duas classes.
 04) O princípio do nacionalismo presente nessas on-
das revolucionárias apresentava um duplo sig-
nificado: SEPARAÇÃO, para a retomada da au-
tonomia nacional, e UNIFICAÇÃO, para a cons-
trução de novas nações.
08) Durante as referidas ondas revolucionárias, o
socialismo e o Partido Comunista já estavam
estruturados, delas participando de forma orga-
nizada e adotando uma política moderada.
16) Entre os efeitos das citadas ondas revolucioná-
rias, destaca-se a intervenção da Santa Aliança
nos movimentos de emancipação da América
Latina, com o apoio da Inglaterra.
32) O pensamento liberal e nacionalista contido na
onda revolucionária de 1830 refletiu-se na polí-
tica do Império brasileiro, contribuindo, entre
outros fatores, para o movimento que resultou
na abdicação de D. Pedro I.
08 (UFPR) A França do século XIX é marcada por movi-
mentos sociais que acabaram por associá-la a um
"laboratório" de experiências políticas. Sobre tais
movimentos, é correto afirmar que:
01) A Revolução Liberal de 1830 assinala a derrota
política da aristocracia diante do avanço da
burguesia. Marco da urbanização e industriali-
zação, projeta os industriais e os banqueiros
como nova classe dirigente.
02) A Revolução de 1848, início da Segunda Repú-
blica, é marcada pelos movimentos proletários
urbanos. Para combater o desemprego, o go-
verno adota as propostas socialistas de Louis
Blanc de criação de Oficinas Nacionais.
04) O golpe de Louis Bonaparte em 02 de dezem-
bro de 1851 (o "18 do Brumário") encerra a Se-
gunda República e inaugura o Segundo Impé-
rio. Napoleão III, o novo imperador, desenvolve
um vasto programa de obras públicas, entregan-
do as reformas de Paris ao Barão Haussmann.
08) A guerra Franco-Prussiana cria condições para
um imenso levante popular na capital, que ins-
taura a Comuna de Paris (1871). Os revolucio-
nários propõem a formação de um estado cons-
tituído de comunas autônomas. São duramente
reprimidos pelas tropas do governo.
16) A Comuna de Paris, assim como as Internacio-
nais Operárias de 1864 e 1889 e o Manifesto
Comunista de 1848, são expressões da oposi-
ção à montagem da ordem burguesa na Fran-
ça, bem como na Europa do século XIX.
408
01 (UPE-SSA) Um dos primeiros movimentos artísticos,
que surge em reação ao Neoclassicismo do século
XVIII, é o Romantismo, historicamente situado entre
1820 e 1850. Os artistas românticos procuraram se
libertar das convenções acadêmicas em favor da li-
vre expressão da personalidade do artista.
Fonte: https://www.historiadasartes.com/nomundo/
arte-seculo-19/romantismo/Adaptado.
Assinale a obra que corresponde ao movimento artís-
tico descrito no texto.
(C)
(A)
(D)
(E)
02 (G1 - CFTMG)
Mantos ou condecorações em brasões
Nós os tecemos para vós, grandes da terra,
E nós, pobres operários, sem roupa, somos enterra-
dos.
Somos nós os canuts [operários]
Nós estamos nus.
Porém, quando chegar nosso reino,
Quando vosso reino terminar,
Então nós teceremos a 1mortalha do velho mundo.
Porque já se percebe a revolta que troa.
Somos nós os canuts [operários]
Não estaremos mais nus.
Disponível em: <https://histdocs.blogspot.com.br/2014/03/
as-condicoes-da-classe-operaria-na.html>.
Acesso em: 20 set. 2017.
VOCABULÁRIO DE APOIO:
1mortalha: vestimenta de defuntos
Essa canção, entoada pelos tecelões franceses na
década de 1830, expressa um crescente sentimento
entre trabalhadores durante a industrialização, o qual
NÃO motivou o(a)
(A) surgimento de tendências anarquistas.
(B) emergência da defesa dos princípios do libera-
lismo.
(C) afloramento de ideias socialistas e de oposição
à burguesia.
(D) eclosão de greves, protestos violentos e reivin-
dicações de direitos.
03 (UFJF-PISM) Observe o documento abaixo:
Com relação à Comuna de Paris assinale a alternati-
va CORRETA:
(A) Fortaleceu a posição dos militares diante da so-
ciedade francesa.
(B) Baseou-se no ideal centralizador do absolutis-
mo.
(C) Estimulou os privilégios e a hierarquização da
sociedade.
(D) Foi uma fonte de inspiração para o movimento
(B)
409
04 (FGV) "(...) os homens que naquele momento esta-
vam encarregados de pôr termo à Revolução de 1848
eram precisamente os mesmos que fizeram a de 30.
(...)
O que a distinguia ainda, entre todos os acontecimen-
tos que se sucederam nos últimos sessenta anos na
França, foi que ela não teve por objetivo mudar a for-
ma, mas alterar a ordem da sociedade. Não foi, para
dizer a verdade, uma luta política (...), mas um emba-
te de classe (...).
Havia se assegurado às pessoas pobres que o bem
dos ricos era de alguma maneira o produto de um
roubo cujas vítimas eram elas (...).
É preciso assinalar ainda que essa insurreição terrí-
vel não foi fruto da ação de certo número de
conspiradores, mas a sublevação de toda uma popu-
lação contra outra (...)."
(Alexis de Tocqueville, Lembranças de 1848. 1991)
A partir do texto, é correto afirmar que
(A) a revolução limitou-se, em 1848, a apelos políti-
cos, no sentido de a classe burguesa, líder do
movimento, atrair as classes populares para a
luta, contra o absolutismo de CarlosX, usando
as ideias liberais como combustível para a im-
plantação do Estado liberal.
(B) a revolução de 1848, liderada pelos homens de
1830, isto é, a classe burguesa, tinha como
maiores objetivos a queda de Luís Bonaparte e
a vitória das ideias socialistas, pregadas nos
banquetes e nas barricadas contra o rei e con-
tra a nobreza.
(C) a revolução de 1848, influenciada pelo socialis-
mo utópico, significou a luta entre a classe bur-
guesa, líder da revolução de 1830, e as classes
populares que, cada vez mais organizadas na
campanha dos banquetes e nas barricadas, for-
çaram a queda do rei Luís Felipe.
(D) os líderes revolucionários de 1848, os mesmos
da revolução de 1830, sob forte propaganda das
ideias liberais e influenciados pela luta política,
convocaram e obtiveram o apoio das classes
populares, no Parlamento, contra o rei Luís
Felipe.
(E) o rei Luís Felipe, no trono francês entre 1830 e
1848, foi derrubado por uma bem orquestrada
luta política no Parlamento, que uniu liberais e
socialistas, vitoriosa para essa aliança, que for-
mou o governo provisório e elegeu o presidente
Luís Bonaparte.
05 (UFRGS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as
afirmações abaixo, sobre as Revoluções de 1848,
ocorridas na Europa.
( ) A origem desses conflitos foi o levante espa-
nhol antiabsolutista de 1848.
( ) A principal meta dos revolucionários foi o
restabelecimento do absolutismo nos países
europeus.
( ) Os revolucionários foram extremamente hete-
rogêneos, representando ideologias e setores
sociais diversos.
( ) Os efeitos dos conflitos foram sentidos inclusi-
ve no Brasil, como demonstra a Revolta da Prai-
eira.
A sequência correta de preenchimento dos parênte-
ses, de cima para baixo, é
(A) F - V - F - V.
(B) V - F - V - F.
(C) V - V - F - F.
(D) F - F - V - V.
(E) F - V - F - F.
06 (UFU) Tem havido um bom número de grandes revo-
luções na história do mundo moderno, e certamente
a maioria bem-sucedida. Mas nunca houve uma que
tivesse se espalhado tão rápida e amplamente, se
alastrando como fogo na palha por sobre fronteiras,
países e mesmo oceanos. 1848 foi a primeira revolu-
ção potencialmente global, cuja influência direta pode
ser detectada na insurreição de 1848 em Pernambuco
(Brasil) e poucos anos depois na remota Colômbia
HOBSBAWM, Eric. A era do capital: 1848-1875.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 30. (Adaptado)
A onda revolucionária de 1848 estava ligada, inicial-
mente, à delicada conjuntura sociopolítica da França
que, entre outros aspectos, caracterizava-se
(A) pela consolidação, durante o reinado de Luís
Felipe, das conquistas burguesas, o que gerou
a revolta do proletariado.
(B) pela instabilidade institucional, resultante das
promessas não cumpridas do republicanismo
francês e da ascensão das camadas populares.
(C) pelo protagonismo político do movimento ope-
rário que, apesar de sua importância, ainda se
mostrava desorganizado e sem lideranças ex-
pressivas.
(D) pela aliança política entre os setores conserva-
dores e a Igreja Protestante, principal força reli-
giosa da França, para conter o crescimento do
proletariado.
07 (MACKENZIE) Ao analisar os acontecimentos e
consequências de 1848, na França, Karl Marx deno-
minou de "18 brumário de Luís Bonaparte" o golpe de
Estado realizado por esse último. A denominação é
historicamente possível, pois
(A) estendeu a ação de seu Império da França até
o norte da África, incluindo regiões na Itália e
Alemanha, territórios anteriormente também
conquistados por seu tio.
(B) organizou um Império de caráter despótico ab-
solutista, impôs a censura aos meios de comu-
nicação e proclamou-se cônsul vitalício, atitu-
des já realizadas por Napoleão.
(C) assim como Napoleão, Luís Bonaparte legitimou
seu golpe por meio de um plebiscito, extinguin-
do a República até então vigente para procla-
mar-se imperador.
(D) Luís Napoleão, assim como Napoleão, a princí-
pio realizou reformas absolutistas para depois,
já no Império, introduzir princípios iluministas de
administração pública.
(E) assim como seu tio, Luís Bonaparte se auto co-
roou imperador, reduziu a interferência do alto
clero no governo e limitou o direito ao voto a
critérios censitários.
410
08 (UNICAMP)
Observe a obra do pintor Delacroix, intitulada A Liber-
dade guiando o povo (1830), e assinale a alternativa
correta.
(A) Os sujeitos envolvidos na ação política repre-
sentada na tela são homens do campo com seus
instrumentos de ofício nas mãos.
(B) O quadro evoca temas da Revolução Francesa,
como a bandeira tricolor e a figura da Liberda-
de, mas retrata um ato político assentado na
teoria bolchevique.
(C) O quadro mostra tanto o ideário da Revolução
Francesa reavivado pelas lutas políticas de 1830
na França quanto a posição política do pintor.
(D) No quadro, vê-se uma barricada do front militar
da guerra entre nobres e servos durante a Re-
volução Francesa, sendo que a Liberdade
encarna os ideais aristocráticos.
01 (PUCRJ) No texto Lembranças de 1848, o escritor e
parlamentar francês Alexis de Tocqueville observava
sobre as insurreições parisienses de junho de 1848:
"[...] o que a distinguia ainda, entre todos os aconteci-
mentos do gênero que se sucederam nos últimos
sessenta anos na França, foi que ela não teve por
objetivo mudar a forma de governo, mas alterar a or-
dem da sociedade. Não foi, para dizer a verdade, uma
luta política (no sentido que até então tínhamos dado
à palavra), mas um combate de classe".
a) Identifique as forças que protagonizaram o
"combate de classe" a que se refere Tocqueville.
b) Explique duas demandas políticas e sociais que
distinguiam a Revolução de 1848 da Revolução
de
A tela de Eugène Delacroix celebra a revolução de
julho de 1830 na França, que derrubou o rei Carlos X
e encerrou o período da Restauração.
Explique o significado do movimento de 1830 e iden-
tifique, através da análise da tela, dois elementos que
atestem sua relação com a Revolução de 1789.
03 (PUCRJ) A Revolução Liberal de 1830 na França se-
pultou definitivamente as intenções restauradoras do
Congresso de Viena de 1815, motivando uma onda
de progressismo e de ímpeto revolucionário, que le-
varia às revoluções de 1848 e a diversos movimentos
nacionalistas do período. A partir desta afirmativa:
a) APRESENTE uma resolução do Congresso de
Viena que exemplifique suas "intenções restau-
radoras".
b) INDIQUE um princípio do Liberalismo que ca-
racterize a "onda de progressismo e o ímpeto
revolucionário" ocorridos na primeira metade do
século XIX.
04 (UFRRJ) "Qualquer historiador reconhece-a imedia-
tamente: as barbas, as gravatas esvoaçantes, os
chapéus dos militantes, as bandeiras tricolores, as
barricadas, o sentido inicial de libertação, de imensa
esperança e confusão otimista. Era a 'primavera dos
povos' - e, como a primavera, não durou".
(Eric Hobsbawm "Era do Capital",
 Paz e Terra, RJ, 1982, p.33).
As revoluções de 1848 tiveram seu início na França,
em fevereiro daquele ano, com a derrubada do "Rei
Burguês", Luís Felipe, e se estenderam por diversos
Estados europeus em pouco tempo.
a) Exponha um resultado da forte participação ope-
rária, já de base socialista, na derrubada do "Rei
Burguês".
b) Explique as palavras de Hobsbawm sobre a du-
ração da "primavera dos povos".
02 (UNESP)
05 (UFRJ)
A historiografia tradicionalmente considera a revolu-
ção de 1848, na França, como um divisor de águas
na história dos movimentos populares europeus do
século XIX. Justifique tal afirmativa.
411
A compreensão dos processos de independência na
América espanhola passa, necessariamente, pela articula-
ção de diversos fatores. O sistema colonial espanhol na
América chegara ao século XIX abalado, por razões inter-
nas às colônias e por elementos da conjuntura europeia,
sobretudo a partir do avanço da filosofia iluminista e suas
consequências.
O Iluminismo e todos os seus conteúdos do liberalis-
mo burguês, fornecia diversos elementos de crítica ao antigo
regime e ao excessivo controle das metrópoles sobre as
áreas coloniais, e os monopólioscomerciais que a coloni-
zação acarretava. Quanto mais o Iluminismo avançava pela
Europa, mais contraditória se tornava a permanência dos
sistemas coloniais. Além disso, as campanhas napoleônicas
influenciaram duplamente nesse processo. Primeiro pelos
danos causados às monarquias ibéricas, o que enfraque-
ceu o controle metropolitano sobre as colônias na América,
e também pelos sentimentos nacionalistas que surgiram na
Europa no contexto das lutas contra Bonaparte. Esses sen-
timentos chegaram às elites coloniais e alimentaram os
sentimentos de autonomia nas áreas coloniais.
Cabildo de Buenos Aires. Os cabildos tornaram-se
 importantes Mecanismos de lutadas elites coloniais na
independência da América espanhola.
A esse cenário internacional favorável, somou-se o
avanço de movimentos nativistas, nos quais a população
nativa e mestiça vinha se levantando contra o domínio co-
lonial, a escravidão e a exploração econômica que
aprofundava as desigualdades sociais e o empobrecimen-
to do campesinato. A elite Criolla também vinha fortalecendo
seu desejo de liberdade diante do domínio metropolitano, o
que projetou fortes lideranças na luta pela ruptura dos la-
ços coloniais. Organizada nos cabildos (espécie de câmara
municipal em algumas colônias espanholas), essa elite
criolla ficou especialmente contrariada pela postura espa-
nhola em endurecer os mecanismos de controle
metropolitano após as guerras napoleônicas, isso porque
essas mesmas elites haviam se recusado a reconhecer a
autoridade de José Bonaparte, mantendo-se leais à casa
dos Bourbon, o que lhes rendeu inclusive considerável au-
tonomia durante o período napoleônico. Dessa forma, a não
manutenção dessa autonomia quando a monarquia espa-
nhola foi restaurada, foi vista como uma espécie de
“ingratidão”, aumentando a insatisfação no seio das elites
coloniais da América espanhola.
Também é preciso compreender que essa mesma elite
temia o florescimento de várias lutas pela independência lide-
radas por nativos ou mestiços. Isso porque esses movimentos
vinham carregados de forte conteúdo revolucionário e dese-
jos por transformações sociais, o que naturalmente ameaçava
os privilégios dessa elite. Daí a necessidade de assumir o
controle dessas lutas, limitando seus conteúdos à ruptura com
a metrópole, impedindo transformações sociais e assumir o
controle dos novos países. Um exemplo desses movimen-
tos populares foi o movimento de Tupac Amaru (o líder do
movimento fazia referência ao último imperador dos incas,
de quem se dizia descendente), ocorrido no Peru na déca-
da de 1780. O movimento era representativo das muitas
insatisfações nutridas pela população nativa, quanto à sua
marginalização e contra os pesados tributos a que era sub-
metida. O movimento foi duramente reprimido. No México, a
luta do padre Hidalgo por uma independência abolicionista
e transformadora levou às elites a reprimirem duramente o
movimento, que foi considerado radical e popular.
É preciso analisar ainda os interesses da Inglaterra e
dos Estados Unidos nessas independências. A Inglaterra,
em pleno avanço industrial, desejava romper os laços colo-
niais de exclusividade a que parte da América estava
submetida, pois assim conseguiria estender sua influência
econômica pela região. O apoio cada vez maior dos ingle-
ses às independências da América espanhola, neutralizavam
as ambições recolonizadoras da Santa Aliança. Os Estados
Unidos por sua vez, orientavam sua política externa para a
região pelo principio da Doutrina Monroe. Segundo essa ori-
entação, a defesa de uma “América para os americanos”
deveria nortear o apoio dos Estados Unidos à região, na luta
contra a metrópole espanhola. Evidentemente, o apoio nor-
te-americano também visava transformar a região em uma
área sobre influência direta da hegemonia econômica dos
Estados Unidos.
Tupac Amaru II
Padre
 Miguel Hidalgo
PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 08:
AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA ESPANHOLA
412
Gravura representando o congresso do Paraná
“El libertador”, Simón Bolívar
José de San Martín
Toussant Louverture
Essas características da conjuntura internacional eram
certamente facilitadoras dos processos de luta pela inde-
pendência, e favoreceram as lutas da elite criolla contra o
domínio espanhol. Uma a uma as novas nações espanho-
las iam surgindo, consolidando lideranças locais como José
Sucre (Equador), Gaspar Francia (Paraguai), Frutuoso
Rivera (Uruguai), José de San Martín (na Argentina, e lu-
tando também no Chile, ao lado de Bernardo O’Higgins) e,
sobretudo Simón, Bolívar.
Conhecido como “el libertador”, Bolívar participou ati-
vamente das lutas de independência em várias regiões da
América espanhola, e concebeu um projeto de união dessa
América livre, capaz de fazer frente às pretensões
recolonizadoras da Espanha, e das ambições de dominação
econômica da Inglaterra e dos Estados Unidos. O ideal pan-
americano de Bolívar se pretendeu uma realidade no
Congresso do Panamá de 1826, onde foi derrotado pelas
ambições particulares das elites locais que, além de disputa-
rem internamente o poder, possuíam diferenças de projetos
para a América livre. Além disso, EUA e Inglaterra inflavam
constantemente essas particularidades das elites locais, pois
a fragmentação da região a enfraqueceria, facilitando a im-
posição de uma hegemonia econômica externa sobre a
América livre.
O Haiti, então colônia francesa na América, merece
ser destacado das lutas emancipacionistas em geral, pois
apresenta importantes particularidades. A difusão de ideais
pretensamente universais de liberdade e igualdade da re-
volução francesa, ecoava de maneira contrastante em sua
colônia, sobretudo entre os negros escravos da região.
Em 1791, uma grande mobilização de escravos e
negros marginalizados iniciou um processo revolucioná-
rio. Sob a liderança do negro Toussaint Louverture, os
negros haitianos participaram ativamente das lutas contra
o domínio francês, gerando uma república popular que pro-
moveu importantes transformações sociais, como a abolição
da escravidão, e agiu muitas vezes de maneira violenta
contra a elite branca colonial. O movimento chegou a ter
reflexos inclusive em colônias vizinhas, como a atual Re-
pública Dominicana. Quando o governo revolucionário
francês promoveu a abolição da escravidão nas colônias
francesas, boa parte dos negros haitianos já haviam se liber-
tado. Mesmo com o ataque promovido pelas forças
napoleônicas contra a revolução haitiana, que levou a prisão
e morte de Louverture, o Haiti combateu as forças metropo-
litanas e proclamou sua independência, sob a nova liderança
de Jacques Dessalines. Porém, o governo francês só tenha
reconhecido de fato a independência em 1825.
413
Jacques Dessalines, líder da
 Independência haitiana
HISTÓRIA CANTADA
Caetano Veloso e Gilberto Gil traçaram um brilhante
paralelo entre a situação dos negros brasileiros e a luta dos
negros no Haiti, durante o processo revolucionário de fins
do século XVIII. Os negros nesses dois países, em dois
momentos históricos bastante distintos, apresentam profun-
das semelhanças quanto à sua condição social.
HAITI
(Caetano Veloso e Gilberto Gil)
Quando você for convidado pra subir no adro
Da Fundação Casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são
[tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque, um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola
[secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for ver a festa do pelô, e se vocênão for
Pense no Haiti, reze pelo...
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal
dissimulado
01 (UEM) Assinale o que for CORRETO sobre proces-
sos de independência de países latino-americanos.
01) Com a guerrilha de Ernesto Guevara de la Serna
(Che Guevara), a Bolívia foi o último país latino-
americano a conquistar a sua independência.
02) A independência da Argentina e a do Paraguai
ocorreram após o desmembramento do Vice-
Reino do Rio da Prata, pertencente à Espanha.
04) No Brasil, a Conjuração Mineira e a Conjuração
Baiana foram movimentos de independência
ocorridos durante o período regencial.
08) A Revolução Francesa e a independência das
treze colônias na América do Norte foram acon-
tecimentos que influenciaram a emancipação
política na América Hispânica.
16) Na primeira metade do século XIX, o sonho de
uma América livre foi idealizado por Simón
Bolívar, que pretendia unificar todos os países
situados abaixo dos territórios dos Estados Uni-
dos da América.
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qual-
quer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino de primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da
[pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito
[no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre
[um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E ao ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase
[todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos
[de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como
[se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no blo-
queio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
414
02 (UEM-PAS) Sobre as características sociais, políti-
cas e econômicas do processo de descolonização da
América, assinale o que for correto.
01) O Haiti era a colônia mais populosa das Anti-
lhas e cerca de 80% da população era de es-
cravos que trabalhavam nas lavouras de cana-
de-açúcar para uma pequena elite de origem
francesa, donos de grandes propriedades de
terra. Em 1804, influenciada pelo iluminismo
francês, foi a primeira colônia a proclamar inde-
pendência.
02) No contexto socioeconômico do século XIX,
Cuba retardou a busca pela independência. Na
segunda metade da década de 1860, alguns pro-
dutores do sul dos Estados Unidos, contrários à
abolição da escravidão e às medidas de reor-
ganização econômica implantadas em seu país,
transferiram parte das plantações para Cuba e
colaboraram no aprimoramento técnico dos
campos.
04) Na América espanhola, diferentemente do que
ocorreu no Brasil, a libertação do jugo colonial
foi sucedida pela implantação de governos re-
publicanos. Isso permitiu que os países da Amé-
rica espanhola promovessem, já no século XIX,
ruptura com o modelo agroexportador e privile-
giassem o investimento no desenvolvimento in-
dustrial.
08) No México, a luta pela independência foi
marcada por inúmeras reivindicações, como re-
formas sociais, extinção de tributos e de dívidas
indígenas, abolição de escravos e reforma agrá-
ria. Após a independência, os criollos mexica-
nos assumiram o poder e realizaram a
redistribuição e a posse comunitária de terras,
atendendo aos anseios dos camponeses.
16) O Estado nacional brasileiro nasceu comprome-
tido com a preservação de um segmento social
elitista que viu na permanência da monarquia
uma maneira de manter suas vantagens soci-
ais, políticas e econômicas e de se ver livre da
ameaça de fragmentação política e social do
país.
03 (UEM) No século XIX, a maioria dos países da Amé-
rica Latina conseguiu a independência dos impérios
coloniais europeus. Sobre esse processo, é correto
afirmar que:
01) A primeira colônia a se tornar independente na
América, depois das colônias inglesas, foi o Haiti,
o que se constituiu em um caso raro, já que o
movimento de independência foi conduzido por
descendentes de escravos africanos.
02) Simon Bolívar (venezuelano) e José de San
Martín (argentino) desempenharam importante
papel na luta pela independência das colônias
espanholas sul-americanas.
04) A Argentina teve a sua independência declara-
da em 1816, no congresso de Tucumã, e pas-
sou a se chamar República das Províncias Uni-
das do Rio da Prata, nome posteriormente mo-
dificado para República Argentina.
08) O Paraguai, por estar em guerra contra o Brasil,
a Argentina e o Uruguai, só conseguiu a sua in-
dependência no início do século XX, quando o
general Alfredo Stroessner deu um golpe de
Estado, em 1902.
16) Na maioria dos países latino-americanos, a in-
dependência teve caráter meramente político,
pois permaneceu a antiga estrutura colonial ba-
seada na produção agrícola para exportação,
na monocultura e na importação de produtos ma-
nufaturados.
04 (UEM) A luta pela independência dos países ameri-
canos se desenvolveu nos séculos XVIII e XIX.
Assinale o que for correto sobre os movimentos
emancipacionistas desses países.
01) A Igreja Católica ficou neutra durante as lutas
pela independência das colônias americanas.
02) A Revolução que culminou com a independên-
cia dos Estados Unidos foi inspirada nas teorias
dos pensadores iluministas franceses e nas
ideias de John Locke.
04) A Rebelião dos Comuneros, liderada principal-
mente por índios e crioulos, lutou pela indepen-
dência do Paraguai e pelo estabelecimento de
um governo popular.
08) A Inglaterra sempre se opôs à independência
das colônias portuguesas e espanholas.
16) No final da década de 1820, apenas Cuba e
Porto Rico mantinham-se dependentes do Im-
pério Espanhol.
05 (UFSC) Assinale a(s) proposição(ões)
VERDADEIRA(S) referente(s) às lutas pela indepen-
dência das colônias da América Latina.
O amor da liberdade deve ser, [...] invencível como é
a morte; deve [...] ter a sede do infinito; deve ser gran-
de como o universo que o contém.
(ANDRADA, José Bonifácio de.
Discursos Parlamentares. Apud HOLANDA, S. B.
História da civilização. São Paulo: Nacional, 1979).
01) O surgimento de dois líderes nacionalistas na
América do Sul, como Simón Bolívar e José de
San Martin, influenciou o êxito das lutas pela
independência.
02) O longo período de submissão à política prati-
cada por Portugal e Espanha nas colônias pro-
vocou descontentamentos que, com o tempo,
transformaram-se em manifestações pela inde-
pendência.
04) Na Espanha e em Portugal, a difusão das ideias
de pensadores como Locke, Voltaire e Rousseau
desempenhou papel relevante nos esforços de
manter o controle sobre as colônias na Améri-
ca.
08) Os argentinos, na sua maioria descendentes de
nações indígenas, mantiveram o regime
monárquico, mais próximo de suas tradições
culturais milenares.
16) O Brasil proclamou sua independência de Por-
tugal em 1822, sendo a única colônia america-
na a adotar o regime monárquico de governo
ao se tornar independente.
415
06 (UFG) Os processos de emancipação política das
colônias ibero-americanas, ocorridos na primeira me-
tade do século XIX, apresentam semelhanças,
sobretudo no que diz respeito à influência das guer-
ras napoleônicas no mundo colonial. Entretanto, há
que se destacar as especificidades de cada região
colonial que dividiram as novas nações americanas
em mundos distintos. Sobre esse período histórico,
julgue os seguintes itens:
( ) A primeira tentativa de emancipação política no
México (1810) distinguiu-se dos outros movi-
mentos da América espanhola, pois contou com
o apoio popular e propôs o fim da escravidão
indígena.
( ) As Províncias Unidas da América Central orga-
nizaram-se enquanto unidade política em 1824.
No entanto, as pressões inglesas e norte-ame-
ricanas fragmentaram a região com a divisão
nas seguintes repúblicas: Guatemala,
Honduras, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica.
( ) Ao completar-se a formação doEstado brasi-
leiro (1822-1831), a elite agrária passou a de-
fender a substituição da mão de obra escrava
pela dos imigrantes estrangeiros.
( ) As colônias ibero-americanas mantiveram, após
a sua emancipação política, a permanência dos
laços de dependência econômica, então
redefinidos com a supremacia do capitalismo
inglês.
07 (UFSC) Certamente, as mudanças sociais, políticas
e econômicas ocorridas durante o século XIX, pro-
porcionaram uma conjuntura favorável à
Independência da América Espanhola. A Revolução
Francesa, a Independência dos Estados Unidos, as
ideias liberais e a crise do sistema colonial, criaram
um contexto propício para a emancipação política das
colônias ibéricas.
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) nas suas
referências à Independência da América Espanhola
do século XIX.
01) A instabilidade política da Europa, gerada pelas
lutas contra o Antigo Regime, provocou crises
econômicas e políticas que favoreceram os
movimentos emancipacionistas da América.
02) As ideias iluministas divulgadas na América in-
fluenciaram os colonos americanos nas suas lu-
tas contra a metrópole.
04) A Inglaterra favoreceu o processo de Indepen-
dência da América Espanhola, pois percebia no
continente americano um novo mercado para
os seus produtos industrializados, bem como,
fonte de matérias-primas.
08) Com a conquista da sua emancipação política,
os Estados Unidos (EUA) passaram a remeter
recursos financeiros e contingentes militares aos
colonos espanhóis na América do Sul, decisi-
vos para o sucesso dos movimentos de inde-
pendência.
16) Entre os fatores que contribuíram para a Inde-
pendência da América Espanhola destacaram-
se: os efeitos do monopólio comercial metropo-
litano e a desigualdade de direitos entre os co-
lonos nascidos na América (criollos) e os colo-
nos nascidos na Espanha (chapetones).
32) A unidade do espaço territorial da Espanha na
América foi mantida, apesar dos movimentos
emancipatórios do século XIX.
08 (UNB) A Revolução Francesa é um marco da
contemporaneidade. Ela fez parte de um conjunto de
revoluções, de caráter burguês, que marcaram a tran-
sição dos Tempos Modernos para a Era
Contemporânea. A respeito da inserção da Revolu-
ção Francesa no conjunto de transformações que
conduziram o mundo aos tempos contemporâneos,
julgue os itens seguintes.
(1) O ano de 1789, início do processo revolucioná-
rio francês, não é um marco consensualmente
aceito por todas as historiografias como o início
da Era Contemporânea.
(2) O ciclo das revoluções atlânticas permite asso-
ciar a libertação das trezes colônias britânicas
na América do Norte às duas grandes revolu-
ções europeias do século XVIII: a industrial, ini-
ciada pelos ingleses, e a política, conduzida pelo
fervor apaixonante dos revolucionários france-
ses.
(3) O mesmo caráter burguês com que as revolu-
ções atlânticas foram conduzidas pode ser en-
contrado na capacidade econômica empreen-
dedora e na coragem política das elites criollas
latino-americanas, ávidas para transformar o
quadro social colonial.
(4) Latino-americanos participaram das correntes do
liberalismo internacionalista do século XIX e
vários dos conhecidos "princípios franceses"
moveram rebeliões e movimentos políticos na
América Latina.
01 (UFPR) Leia o texto a seguir:
É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o
mundo novo uma só nação com um só vínculo, que
ligue suas partes entre si e com o todo. Já que tem
uma mesma origem, uma mesma língua, mesmos
costumes e uma religião, deveria, por conseguinte,
ter um só governo que confederasse os diferentes
Estados que haverão de formar-se [...].
(Fonte: <http://www.iela.ufsc.br/noticia/sim%C3%
B3n-bol%C3%ADvar-e-carta-da-jamaica>.
Acesso em: 06 agosto 2017.)
416
Considerando o extrato da "Carta de Jamaica", de
Simón Bolívar, e com base nos conhecimentos sobre
as independências na América espanhola, assinale a
alternativa correta.
(A) Os movimentos de independência na América
espanhola foram impulsionados pela tentativa
de invasão napoleônica no Haiti recém-liberta-
do. A Carta de Jamaica foi o documento que fun-
damentou esses movimentos.
(B) Os movimentos de independência foram lidera-
dos por mestiços e escravos que ansiavam con-
seguir a liberdade expulsando os espanhóis.
Aproveitando a ausência do rei Fernando VII,
encarcerado por Napoleão, Bolívar escreveu a
carta na Jamaica, chamando todas as colônias
a se unirem para formar uma grande federação
contra a coroa espanhola.
(C) Simón Bolívar foi o grande artífice das indepen-
dências da América espanhola. Seu carisma e
poder de mando permitiram unir todos os movi-
mentos em uma grande frente libertadora, que
começou na Argentina em 1816 e chegou até a
Colômbia em 1821.
(D) O projeto de Simón Bolívar era tornar as colôni-
as governadas pela Espanha em uma grande
confederação de estados nos moldes das colô-
nias americanas do Norte, porém as diferenças
entre alguns líderes no interior do movimento
anticolonial não viam com bons olhos esse pro-
jeto.
(E) A Carta de Jamaica foi a primeira declaração de
independência das colônias espanholas. Escri-
ta no formato da declaração de independência
haitiana, declarava o fim da escravidão nas co-
lônias e a expulsão dos peninsulares das terras
americanas.
02 (FMP) O texto a seguir é um fragmento da conhecida
Carta da Jamaica, escrita por Simón Bolívar, em 1815.
É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o
Novo Mundo uma só nação com um único vínculo que
ligue suas partes entre si e com o todo. Por ter uma
só origem e língua, mesmos costumes, e uma única
religião, deveria ter um único governo que confede-
rasse os diferentes Estados que venham a formar-se.
BOLÍVAR, S. Escritos políticos. Campinas-SP:
Editora da UNICAMP, 1992, p. 72.
A carta apresenta a política que ficou conhecida como
pan-americanismo, projetada sobre algumas das na-
ções americanas
Os argumentos sustentados por Bolívar, no trecho ci-
tado, consideram os elementos culturais
(A) europeus e indígenas
(B) africanos e indígenas
(C) africanos, apenas
(D) europeus, apenas
.
03 (UECE) Há vários líderes cujos nomes estão associ-
ados à emancipação de diferentes países da América
Latina, como por exemplo, José de San Martín, na
Argentina; Bernardo O'Higgins, no Chile, assim como
Francisco José de Paula Santander, na Colômbia, mas
nenhum deles tem o prestígio incontestável de princi-
pal líder expresso na figura de
(A) Che Guevara.
(B) Fidel Castro.
(C) Simón Bolívar.
(D) Pedro de Valdivia.
04 (FAC. ALBERT EINSTEIN - MEDICIN) "O véu já foi
rasgado, já vimos a luz, e querem nos devolver às
trevas: romperam-se os grilhões, já fomos livres, e
nossos inimigos pretendem novamente nos escravi-
zar [...]
Eu desejo, mais do que qualquer outro, ver formar-se
na América a maior nação do mundo, menos por sua
extensão e riqueza do que por sua liberdade e glória.
[...]
O texto é parte da Carta da Jamaica, escrita por Bolívar
em 1815. Assinale a alternativa que apresenta corre-
tamente o contexto no qual foi escrita e as ideias que
a inspiraram:
(A) Aproveitando a conjuntura europeia transforma-
da pelo Bloqueio Continental e pela derrota da
Espanha frente aos ingleses, Bolívar e outros
líderes latino-americanos reuniram-se na atual
Colômbia e dirigiram exércitos inspirados pelas
ideias nativistas e indigenistas contra as tropas
espanholas.
(B) Motivados pela expansão napoleônica, os "Li-
bertadores da América" aproveitaram o enfra-
quecimento dos laços coloniais com a Espanha,
governada por José Bonaparte, e o fortalecimen-
to da Inglaterra, para realizar guerras de inde-
pendência inspiradas por ideias liberais e soci-
alistas.
(C) Com a derrota de Napoleão e a volta de
Fernando VII ao poder, a Espanha desenvolveu
forte ofensiva militar contra as forças
independentistas hispano-americanas. Movido
por ideais iluministas e unitaristas, Bolívar lide-
rou o vitorioso movimento de independência de
regiões correspondentes hoje à Colômbia,
Venezuela e Bolívia.
(D) Reafirmando a independência da Colômbia e da
Bolívia, conquistadasem 1810, e questionadas
pelo Congresso de Viena depois da derrota de
Napoleão, Bolívar liderou novamente exércitos
compostos por criollos e indígenas para libertar
a Venezuela, orientado por ideais nacionalistas
e iluministas.
417
05 (UFJF-PISM) No processo de Independência e ao
longo do século XIX muitas nações latino-america-
nas foram marcadas pelo fenômeno político conhecido
como Caudilhismo.
DOCUMENTO 1
DOCUMENTO 2
"Na América Latina o termo caudilho ainda continua a
ser usado, como o de cacique, para designar chefes
de partido local ou de aldeia, com características de-
magógicas. Presentemente, parte dos estudiosos da
ciência política creem que o Caudilhismo é particular-
mente significativo para a compreensão da gênese
do militarismo na América Latina."
Adaptado de BOBBIO, Norberto. D
icionário de Política, Brasília: Editora UnB, 2000.
Com base nestas informações e em seus conheci-
mentos, assinale a alternativa CORRETA:
(A) O caudilhismo foi um fenômeno político típico
dos países europeus, e que foi exportado para
o Brasil e demais países americanos.
(B) Os caudilhos se opunham ao poder do Exército
e da Igreja e defendiam a centralização em opo-
sição ao federalismo.
(C) Pode-se afirmar que o caudilhismo foi um fenô-
meno tipicamente urbano, ligado ao processo
de expansão da industrialização.
(D) Os caudilhos foram fundamentais para o esta-
belecimento das democracias que caracteriza-
ram os países americanos desde o século XIX.
(E) O caudilhismo tem vinculação com as elites lo-
cais, e é um poder baseado no carisma do líder
(o caudilho), no uso da força e no apoio dos pro-
prietários de terra.
06 (FGVRJ) Sobre o México e o seu processo de eman-
cipação política é correto afirmar:
(A) Foi iniciado em 1810, com forte caráter popular,
e concluído em 1821, como um movimento de
elite.
(B) Foi o único movimento de independência políti-
ca comandado por escravos, libertos e mesti-
ços.
(C) Foi inspirado no princípio de unidade latino-ame-
ricana defendido por Símon Bolívar.
(D) Serviu de referência para os demais movimen-
tos emancipatórios americanos pelo seu
republicanismo.
(E) Foi marcado pela ausência de conflitos arma-
dos, ao contrário dos demais movimentos ame-
ricanos.
07 (UNESP) No movimento de Independência atuam
duas tendências opostas: uma, de origem europeia,
liberal e utópica, que concebe a América espanhola
como um todo unitário, assembleia de nações livres;
outra, tradicional, que rompe laços com a Metrópole
somente para acelerar o processo de dispersão do
Império.
(Octavio Paz. O labirinto da solidão,
1999. Adaptado.)
O texto refere-se às concepções em disputa no pro-
cesso de Independência da América Latina. Tendo em
vista a situação política das nações latino-america-
nas no século XIX, é correto concluir que
(A) os Estados independentes substituíram as riva-
lidades pela mútua cooperação.
(B) os países libertos formaram regimes constituci-
onais estáveis.
(C) as antigas metrópoles ibéricas continuavam go-
vernando os territórios americanos.
(D) o conteúdo filosófico das independências sobre-
pôs-se aos interesses oligárquicos.
(E) as classes dirigentes nativas foram herdeiras da
antiga ordem colonial.
08 (ACAFE) A História dos países latino-americanos
está repleta de contradições e lutas sociais durante o
século XX. Acerca desse contexto é correto afirmar,
EXCETO:
(A) A Argentina passou por períodos de grande
prosperidade no século XX, mas, ao mesmo
tempo, viveu uma das ditaduras mais violentas
da região que ainda causa debates no país.
(B) Os atuais países da América Central formavam
uma única República, a Centro-Americana. Em
função dos projetos de construção do Canal do
Panamá houve uma fragmentação desses paí-
ses, que foi incentivada pelos EUA para melhor
controlar a construção do canal.
(C) O México teve em sua Revolução um dos mar-
cos da política no início do século XX. Na atua-
lidade, o país tem uma ampla aproximação com
os EUA, que é elogiada pelos setores mais iden-
tificados com as ideias liberais, e criticada por
analistas que julgam que essa relação causa
muita dependência em relação a seu vizinho do
norte.
(D) Colômbia e Bolívia são talvez os dois países da
América Latina que mais foram marcados pela
questão da produção e tráfico de drogas. O pri-
meiro é um dos aliados mais fiéis dos EUA, o
segundo possui um governo de forte inspiração
indígena e rejeita o perfil e percepção das polí-
ticas antidrogas da potência do norte
418
01 (PUCSP) Leia os textos com atenção:
"Em 28 de novembro de 1975, o general Manuel Contreras, homem de confiança do presidente chileno Augusto
Pinochet Ugarte, reuniu em Santiago coronéis, majores e capitães de seis países da América do Sul. A intenção era
propor um acordo de colaboração entre os países, todos governados por ditaduras militares, para lutar contra (...)
guerrilheiros comunistas, militantes de esquerda ou simplesmente pessoas que faziam oposição à ditadura. Era o
nascimento oficial da Operação Condor."
Cláudia de Castro Lima.
O Brasil na Operação Condor, Aventuras da História, in
http://historia.abril.com.br/politica/ Brasil_operacao_condor_434275.shtml
(acesso em 30/9/2010)
"Folha de S. Paulo: O senhor trata a América Latina como um bloco, mas o subcontinente é complexo. Muitos
países, como Chile e México, preferem fazer acordos individuais em vez de negociar em conjunto. Como acreditar
que a região irá virar uma potência unificada?
Oscar Guardiola-Rivera: É verdade que há uma tremenda diversidade entre os países e mesmo dentro de cada
país. Mas, na última década, vimos uma mudança, com a criação de fóruns que permitem à região falar com uma
única voz. Por exemplo, como foi resolvida a questão diplomática recente entre a Colômbia e a Venezuela? Todo
mundo dizia que essa crise provocava a impossibilidade de unificar a América Latina. Mas eu afirmava que o proble-
ma seria resolvido em um mês, se tanto, e não pela OEA (Organização dos Estados Americanos, que conta com a
participação dos EUA), mas pela Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Foi o que aconteceu."
Folha de S. Paulo. 04/10/2010, p. A16
"É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo
uma única nação com um único vínculo que ligue as partes entre si e
com o todo. Já que tem uma só origem, uma só língua, mesmos cos-
tumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo
que confederasse os diferentes Estados (...)."
Simón Bolívar. Carta da Jamaica. (6/9/1815).
Textos_política (org. Anna Maria Martinez Corrêa e
Manoel Lelo Bellotto). São Paulo: Ática, 1983, p. 84_88
"O dever urgente de nossa América é mostrar-se como é,
unida em alma e intenção, vencedora veloz de um passado
sufocante. (...) a atual geração leva às costas, pelo caminho
adubado por seus pais sublimes, a América trabalhadora; do
rio Bravo ao estreito de Magalhães, sentado no dorso do condor,
(...) a semente da América nova!"
José Martí. Nossa América. (30/1/1891).
Nossa América. São Paulo: Hucitec, 1983, p. 200.
419
Observe o mapa, em especial o segmento da América Latina:
A partir dos textos e do mapa, elabore uma dissertação que considere:
1) Os diferentes contextos políticos em que os textos foram escritos e a maneira como cada um deles vê a
aproximação entre os países latino-americanos;
2) O atual panorama das relações entre os países latino-americanos e os projetos de integração regional.
PRINCIPAIS PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO REGIONAL NAS AMÉRICAS, JANEIRO DE 2009
02 (UFPR) Leia o trecho do discurso do presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, na 60ª
assembleia da ONU, em 2005:
"Pois bem, nós lutaremos pela Venezuela, pela integração latino-americana e pelo mundo. Reafirmamos aqui nesse
salão, nossa infinita fé no homem, hoje sedento de paz e de justiça para sobreviver como espécie. Simón Bolívar, pai
de nossa pátria e guia de nossa revolução, jurou não dar descanso a seu braço, nem repouso a sua alma, até ver a
América livre. Não demos nós descanso a nossos braços, nem repousoa nossas almas até salvar a humanidade."
(CHAVEZ, H. apud SOUZA, Maria de Fátima Rufino de; MARQUES DA SILVA, Maria Zélia. Bolívar, para além das
representações e discursos políticos. Ameríndia. Vol. 5, número 1/2008, p. 3)
Discorra sobre os problemas de implantação do projeto de desenvolvimento almejado por figuras políticas como
Simón Bolívar e San Martin para as ex-colônias hispânicas no século XIX. Em seguida, explique por que e de que
forma a figura de Bolívar é lembrada e cultuada nos dias atuais na política latino-americana.
420
03 (UFU)
TEXTO 1
Depois que o Estado ficou em estado de orfandade
política devido à ausência e prisão de Fernando VII,
os povos reassumiram o poder soberano. Ainda que
seja verdade que a nação havia transmitido esse po-
der aos reis, sempre foi com um caráter reversível,
não somente no caso de uma deficiência total, mas
também no de uma deficiência momentânea e parci-
al.
Fragmento do Regulamento da Divisão de Poderes,
 Buenos Aires, 1811. Apud PAMPLONA, Marco A.
e MÄDER, Maria Elisa (orgs.). Revoluções de
independências e nacionalismos nas Américas.
Região do Prata e do Chile. São Paulo:
Paz e Terra, 2007, p. 251.
TEXTO 2
Para sustentar a escravidão dos povos, não têm ou-
tro recurso que transformar em mérito o orgulho de
seus sequazes e cobri-los de distinções que criam
uma distância imensa entre o infeliz escravo e seu
pretendido senhor. Essa é a origem dos títulos de
condes, marqueses, barões, etc., que a corte da
Espanha prodigalizava para duplicar o peso de seu
cetro de ferro que gravitava sobre a inocente Améri-
ca. Longe de nós tão execráveis e odiosas
preeminências; um povo livre não pode ver brilhar o
vício diante da virtude. Estas considerações estimu-
laram a Assembleia a expedir a seguinte LEI:
A Assembleia Geral ordena a extinção de todos os
títulos de condes, marqueses e barões no território
das Províncias Unidas do Rio da Prata.
O redator da Assembleia, n. 9. 29 de maio de 1813.
In. PAMPLONA, Marco Antônio e MÄDER,
Maria Elisa (orgs.). Revoluções de independências e
nacionalismos nas Américas; regiões do Rio da Prata e
Chile. São Paulo: Paz e Terra, 2007, p.110. (Adaptado)
Os textos apontam para ânimos distintos relativos ao
processo de independência na América espanhola.
a) Explique o contexto histórico europeu relacio-
nado ao início do processo revolucionário na
América espanhola.
b) Identifique as mudanças no processo de inde-
pendência do Rio da Prata a partir dos docu-
mentos acima apresentados.
04 (UERJ)
No século XVIII, durante a Revolução Francesa, Saint
Domingue, uma pequena colônia na América Central,
rebelou-se contra sua metrópole, dando início à luta
pela independência do Haiti, em um processo dife-
rente daqueles que ocorreram nas demais colônias
do continente americano.
Aponte uma proposta da Revolução Francesa que in-
fluenciou a independência do Haiti e a principal
diferença entre este processo e as outras lutas pela
independência das colônias americanas.
05 (UNB) Com relação à história da América Latina no
século XIX, julgue o próximo item.
O século XIX foi marcado, no México, por dois perío-
dos em que se tentou consolidar um regime político
monárquico. Os dois imperadores mexicanos,
Augustín de Iturbide e Maximiliano de Habsburgo-
Lorena, compartilharam não só o fato de terem
governado por períodos relativamente curtos, mas
também o destino de terem sido executados após a
sua deposição.
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