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365 INTRODUÇÃO A Europa, em princípios do século XVIII, ainda era marcada pelas estruturas do Absolutismo monárquico, pe- las barreiras alfandegárias do Mercantilismo e por uma mentalidade fortemente religiosa, que estabelecia privilé- gios de nascimento e desprezava os méritos individuais, fora do seio da nobreza. Foi nesse contexto que começou a se difundir um desejo por transformações, que necessa- riamente passaria pelo restabelecimento do predomínio da razão sobre a fé, como forma de organizar uma socie- dade pautada em novos valores, como a imposição de limites ao poder real e ao fim dos privilégios de nascimen- to. Essa é a tônica do iluminismo. No entanto, é importante compreender que o Iluminismo não foi um movimento homogêneo. Em seu conjunto, as idéias iluministas buscavam a compreen- são racional do homem da sociedade, da política, da economia e a natureza, levando a novas concepções de individualismo e busca pelo progresso e à luta con- tra as estruturas do antigo regime. Naturalmente, a superação dos dogmas religiosos a partir da perspecti- va racionalista, colocava a filosofia iluminista em choque com a religião. No entanto as propostas dos filósofos variavam da simples imposição de limites institucionais à autoridade do monarca até a adoção de um novo modelo de sociedade com igualdade jurídica chegando a criticar a noção de pro- priedade privada, embora essa fosse uma exceção, pois via de regra, o Iluminismo é um movimento burguês. Também devemos perceber que o termo “Iluminismo” traz uma conotação histórica. Os filósofos consideravam a Europa moderna ainda arraigada de uma mentalidade medieval que fundamentava suas estrutu- ras obsoletas, chamando o período moderno de um “antigo regime”, que devia ser superado pelas “luzes” trazidas pela nova filosofia. Deve-se ressaltar ainda que, embora o movimento francês seja a grande referência do pensamento iluminista, suas origens também devem ser buscadas na Inglaterra. Havia na verdade um intenso intercâmbio de idéias entre os dois países, e, se a França é considerada o berço do iluminismo, o primeiro registro da palavra Iluminismo com o sentido de nomear essa transformação no pensamento, foi na língua inglesa “Enlightenment”. Na Inglaterra, já no século XVII, pensadores como John Locke defendiam as liberdades individuais e a noção de um governo representativo. Para Locke, a expressão da lei deveria ser respeitada como limite a qualquer tipo de ação na sociedade civil, assim como no governo. O avanço da Revolução Científica, que gerou a busca cada vez maior por uma compreensão racional da natureza permitindo o progresso humano, também teve na Inglaterra seu maior expoente, a partir dos trabalhos revolucionários de Sir Isaac Newton, a partir de seus trabalhos revolucionários. “Desde que cessa a lei, começa a tirania.” John Locke. Segundo tratado sobre o governo civil. Isaac Newton A ENCICLOPÉDIA Organizada pelos filósofos Denis Diderot e Jean D´Alambert, a enciclopédia é uma compilação do conhe- cimento humano em seus vários aspectos. A obra apresenta 17 volumes que tratam da ciência à religião, da matemática à literatura e da filosofia política, entre outros. Grandes nomes do Iluminismo francês como Rousseau e Montesquieu contribuíram para A Enciclopédia, que revo- lucionava ao tratar todos os seus temas de forma racionalista e desvinculada da mentalidade religiosa. Por essa razão, a Igreja incluiu a obra no Index librorum prohibitorum, o que não a impediu de ser concluída. A for- ça da burguesia, por trás do movimento, o enfraquecimento da Igreja e o avanço da ciência, faziam do Iluminismo, no século XVIII, um movimento irrefreável. PARTE II: HISTÓRIA GERAL UNIDADE 01: O ILUMINISMO E O LIBERALISMO 366 OS FILÓSOFOS 1. BARÃO DE MONSTESQUIEU Propôs a divisão do poder em três partes harmônicas e inde- pendentes entre si. Para Montesquieu, somente a divisão equilibrada dos poderes, sob os li- mites da lei, permitiria uma organização justa e razoável da so- ciedade. O filósofo afirmava a necessidade de todos os indivídu- os respeitarem os limites da lei, e afirmava que nenhum indivíduo seria verdadeiramente li- vre se a lei fosse violada. 2. JEAN JACQUES ROUSSEAU É autor de diversas obras, den- tre as quais, ao menos duas, são fundamentais dentro do pensamen- to iluminista. O Contrato Social, onde defende a idéia de um governo re- presentativo, que seja a expressão da maioria (que o filósofo chamava de “vontade geral”), e Discurso so- bre a Origem da Desigualdade entre os Homens, onde Rousseau se afas- ta do Iluminismo burguês ao criticar a propriedade privada como sendo a origem de todas as desigualdades na sociedade civil, pois na visão do autor a propriedade fere a natureza e corrompe os homens atra- vés do poder. 3. IMMANUEL KANT Defendeu através de sua vasta e densa obra a necessi- dade de os homens se guiarem pela própria razão. Kant afirma- va que o Iluminismo era a chegada do homem a sua mai- oridade, na qual ele se libertaria da tutela sobre sua capacidade de entendimento. Kant afirmava ainda que, para que os homens pudessem confiar no resul- tado de suas investigações racionais, era necessário antes de tudo refletir sobre a capacidade e o alcance das nossas próprias investigações racionais. 4. VOLTAIRE Foi um grande crítico da in- tolerância religiosa e da falta de liberdades que caracterizaram o antigo regime. Defendeu, através de suas obras, as liberdades indi- viduais, sobretudo no que tange a liberdade de expressão e a liber- dade religiosa. Acreditava no poder da educação como forma de conscientizar governantes para o exercício de um poder mais racio- nal e tolerante. O DESPOTISMO ESCLARECIDO A difusão dos princípios iluministas pela Europa fez com que vários monarcas e governantes em geral se dei- xassem influenciar pelos novos valores. Ao menos em discurso, diversos governantes adotaram um tom mais racionalista e buscaram reduzir a influência da igreja na administração de seus países. Essa prática visava reor- ganizar a economia nacional em moldes mais modernos, que pudessem estimular o crescimento, ou simplesmente frear o ímpeto revolucionário que se apresentava cada vez mais intensamente. Os monarcas e seus respectivos ministros, ao abra- çar o Despotismo Esclarecido, acreditavam que poderiam conciliar suas monarquias e privilégios com a racionalidade iluminista, promovendo importantes reformas administrati- vas e econômicas. Esse tipo de reformas se fez presente em países como a Prússia (onde o próprio rei Frederico II tinha inclinações filosóficas), Rússia (no reinado de Catarina II, que promo- veu as artes e a filosofia), e Portugal, quando o rei D. José nomeou ministro o Marquês de Pombal, que empreendeu diversas reformas na administração portuguesa, inclusive no plano das colônias, quando determinou a expulsão dos jesuítas do Brasil. Marquês de Pombal OS FISIOCRATAS No contexto do avanço das idéias iluministas, os eco- nomistas fisiocratas se destacaram pelas duras críticas que fizeram às estruturas mercantilistas, que engessavam a economia e eram vistas por eles como antinaturais. François Quesnay e Vincent de Gournay são os grandes nomes des- sa escola econômica que, ao criticar a burocracia estatal, os impostos indiscriminados e as barreiras alfandegárias, abriram o caminho para o que seria a essência do Libera- lismo Econômico. Quesnay defendia que toda a riqueza vem da terra, valorizando portanto as atividades agrícolas e ligadas à na- tureza. Ao estabelecer que as “leis naturais” e não as barreiras artificiais deveriam reger a atividade econômica, a Fisiocracia concebeu uma idéia de não intervenção esta- tal na economia, sintetizada na máxima “Laissez faire, laissez passer. Le monde va de lui même”, ou seja, “deixar fazer, deixar passar. O mundo caminha por si mesmo.” 367 O LIBERALISMO ECONÔMICO O escocês Adam Smith, seguindo a linha dos fisiocratas, que condenavam o mercantilismo, seus mo- nopólios e intervenções estatais na economia, foi sem dúvidas o grande teóricodo Liberalismo Econômico. Em 1776 publicou sua mais destacada obra, A Riqueza das Nações, onde definiu que o trabalho humano era a fonte da riqueza, defendendo uma lógica de divisão do trabalho pela especialização. Essa lógica se fez fortemente pre- sente no processo da Revolução Industrial inglesa. Em sua obra, defendeu ainda que a busca de cada indivíduo pelo crescimento pessoal, estimularia o crescimento da coletividade. As idéias liberais de Adam Smith valorizavam ainda a livre-iniciativa e a livre-concorrência, seguindo a linha do “Laissez faire, laissez passer” concebida na fisiocracia. Para Smith, a própria inteiração dos indivíduos na econo- mia de mercado geraria uma “ordem natural”, sem a necessidade de uma entidade organizadora. Isso seria possível graças a uma “mão invisível” da economia, que se expressaria através de princípios naturais, como a lei de oferta e procura. É importante percebermos que estas críticas às barreiras comerciais impostas pelo Mercantilismo e a defesa da livre ação dos homens é, em grande parte, caudatária dos princípios iluministas e da fisiocracia. 01 (UEPG) Concebido por Adam Smith no século XVIII, o liberalismo é uma doutrina política e econômica que possui características e princípios bastante peculia- res. A respeito deste tema, assinale o que for correto. 01) A doutrina liberal defende a livre organização dos trabalhadores em associações, sindicatos e partidos que representem os seus interesses. Para o liberalismo, é a organização dos traba- lhadores que gerará salários justos e direitos sociais garantidos. 02) No liberalismo há o incentivo ao mérito, ou seja, todo indivíduo terá garantida igualdade de opor- tunidades e depende apenas do seu esforço pessoal para alcançar seus objetivos e propósi- tos. 04) Ideologicamente vinculado à perspectiva capi- talista, o liberalismo constrói sua base argumentativa na defesa do aumento da produ- ção e na ideia de bem-estar material do indiví- duo. 08) No bojo do pensamento liberal, destaca-se o princípio de que, se em uma sociedade as leis fossem cumpridas por todos, não haveria ne- cessidade de que o Estado cobrasse impostos e investisse, por exemplo, na formação de qua- dros militares. 16) Enquanto doutrina, o liberalismo defende o Es- tado mínimo, ou seja, um Estado que pouco in- terfira na economia, mas, ao mesmo tempo, ga- ranta a propriedade privada, os direitos indivi- duais, a liberdade religiosa e a segurança. 02 (UEM) Sobre o Iluminismo e o Liberalismo, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Para o pensador inglês John Locke, a vida, a liberdade e a propriedade são direitos naturais dos homens. 02) Os valores e os ideais defendidos pelos pensa- dores iluministas constituíram a base teórica da crítica ao Antigo Regime e à desigualdade jurí- dica. 04) Os filósofos iluministas construíram um corpo teórico coeso. Isso pode ser observado, por exemplo, nas críticas que Voltaire e Rousseau fizeram à propriedade privada e à burguesia, consideradas por eles a raiz da infelicidade hu- mana. 08) Adam Smith combatia as ideias e as práticas mercantilistas, pois as considerava prejudiciais à economia. Para esse autor, com a adoção da livre concorrência, com a divisão do trabalho e com a liberdade do comércio, alcançar-se-ia a justiça social. 16) Com base em princípios iluministas, alguns reis europeus colocaram em prática reformas que visavam harmonizar o poder régio com a mo- dernização de seus países. Essas ações foram chamadas Despotismo Esclarecido. 03 (UEPG) Em 1776, o inglês Adam Smith publicou A riqueza das nações, obra que continha os pressupos- tos essenciais do liberalismo, doutrina que serviu como referência para o avanço capitalista a partir do século XVIII. A respeito desse tema, assinale o que for corre- to. 01) O liberalismo defende o livre mercado e o direi- to individual sobre a propriedade privada dos meios de produção, ao contrário, por exemplo, do pensamento socialista. 02) Para o liberalismo, é necessário que exista um Estado forte e atuante nas questões sociais, de modo a atender demandas como a geração de emprego e a seguridade social. 04) Uma das premissas centrais do liberalismo é a não intervenção do Estado na economia, como por exemplo, a adoção de medidas protecionis- tas no mercado econômico. 08) O liberalismo utiliza vários princípios formula- dos pela fisiocracia, corrente que antecedeu o pensamento liberal e que era bastante difundi- da pela Europa desde os tempos medievais. 368 04 (UEM) No século XVIII, um movimento intelectual co- nhecido como Iluminismo, ou Ilustração, tomou grandes proporções, fazendo com que aquele perío- do fosse conhecido como o "século das luzes". A esse respeito, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) O pensamento filosófico dos iluministas france- ses do século XVIII foi utilizado para legitimar as revoluções republicanas inglesas, lideradas por Guilherme de Orange. 02) Em Portugal, o Iluminismo influenciou a admi- nistração do Marques de Pombal, ministro de D. José I, que realizou uma série de reformas procurando modernizar o Reino sem abrir mão dos poderes régios. 04) No Iluminismo predominou uma concepção con- trária à propriedade privada dos meios de pro- dução. 08) Para os iluministas, por meio da razão o ser hu- mano poderia alcançar o conhecimento, a con- vivência harmoniosa em sociedade, a liberdade individual e a felicidade. 16) Em oposição ao Absolutismo, os iluministas fran- ceses propuseram novas fórmulas políticas, que iam da monarquia constitucional à república democrática. 05 (UEPG) A respeito do liberalismo, corrente de pensa- mento político e econômico nascido no século XVIII, assinale o que for correto. 01) O liberalismo serviu de base para o avanço do capitalismo ao defender o direito de proprieda- de e a liberdade de mercado. 02) De acordo com a lógica do liberalismo, as rela- ções de produção devem se estabelecer entre aqueles que possuem os meios de produção e os que vendem a sua força de trabalho para sobreviver. 04) Na concepção liberal, o Estado deve ser res- ponsável pelas ações assistenciais, pela edu- cação, pela saúde pública e pela proteção aos desempregados. 08) O neoliberalismo, corrente surgida no século XX e que se inspira no liberalismo, diverge de sua matriz ao defender a intervenção integral do Estado sobre o mercado. 16) Quando foi concebido, o liberalismo desagra- dou profundamente a burguesia em ascensão por não defender os anseios dessa classe soci- al. 06 (UEPG) O liberalismo é uma corrente de pensamen- to econômico e político que se originou no século XVIII. A seu respeito, assinale o que for correto. 01) A Riqueza das Nações, livro escrito pelo inglês Adam Smith, contém os princípios do liberalis- mo. 02) A maximização das liberdades individuais me- diante as leis é uma das premissas fundamen- tais do liberalismo. 04) A presença constante do Estado na economia e a negação da liberdade de mercado se consti- tuem em máximas liberais. 08) O combate à propriedade privada dos meios de produção é um dos principais lemas do libera- lismo. 07 (UFMS) "Classificar, delinear, dividir, sistematizar, criar um mapa mundi do saber. Esta era a ideia dos iluministas Diderot e D'Alambert: ordenar o mundo em categorias em uma enciclopédia com 17 volumes de texto. O projeto enciclopedista talvez seja a influência mais visível do iluminismo em nosso cotidiano. A es- cola, a divisão do conhecimento em disciplinas específicas, os livros didáticos, os telejornais reve- lam claramente essa busca classificatória. A Enciclopédia iniciava com um quadro esquemático do conhecimento humano, uma permanência que per- passa desde organogramas de empresas até as classificações da biologia." (DARNTON, Robert - O Grande Massacre de Gatos. RJ: Graal, 1986, p. 272-273) Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a(s) afirmativa(s) correta(s) a res- peito do Iluminismo. 01) O impulso renovador das ideias iluministas pro- vocou, na Europa, um grande interesse pelos problemasda vida em sociedade, possibilitan- do o surgimento de novas ideias e de teorias econômicas. 02) Em seu conjunto, os iluministas sustentavam a tese de que só um Estado ditatorial, controlado pela classe trabalhadora, seria capaz de elimi- nar a resistência burguesa e abolir as desigual- dades entre as classes sociais. 04) O espírito renovador, presente no Iluminismo, conduziu a um profundo estudo das ciências, campo onde ocorreu um grande avanço. 08) Originado na Inglaterra, difundido pela França, o Iluminismo pregava a razão, a liberdade do espírito, a livre crítica e a tolerância religiosa, contrapondo-se, assim, ao peso da tradição, do dogmatismo religioso e filosófico e ao absolu- tismo monárquico. 16) O Iluminismo, em seu conjunto, fazia uma inci- siva crítica ao mundo civilizado e propunha um retorno às formas de vida da sociedade primiti- va. 08 (UEPG) Sobre o liberalismo, assinale o que for corre- to. 01) No plano político, o liberalismo defende a auto- ridade do Estado e o poder dos governantes, nos quais se sustenta o princípio da soberania. 02) As concepções ilustradas originaram, no cam- po sociopolítico, o pensamento liberal, em seus diferentes matizes. O ponto comum entre as vá- rias correntes liberais está na noção de que a história tende ao progresso, ao aperfeiçoamen- to do indivíduo e da sociedade, a partir de crité- rios propostos pela razão. 04) Os liberais defendiam a felicidade como objeti- vo de vida de cada indivíduo, e a felicidade de todos como o verdadeiro destino da sociedade. 08) No campo econômico, o liberalismo defende a livre iniciativa e o papel limitado do Estado, que se reduz à garantia de segurança e educação para os cidadãos. 16) Os pensadores ilustrados - Montesquieu, Voltaire, Diderot e Rousseau - tinham em co- mum a defesa da razão. 369 01 (FAMERP) No livro Investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações, publicado em 1776, Adam Smith argumentou que um agente econômico, procurando o lucro, movido pelo seu próprio interes- se, acaba favorecendo a sociedade como um todo. Esse ponto de vista é um dos fundamentos (A) do liberalismo, que dispensou a regulamenta- ção da economia pelo Estado. (B) do utilitarismo, que defendeu a produção espe- cializada de objetos de consumo. (C) do corporativismo, que propôs a organização da sociedade em grupos econômicos. (D) do socialismo, que expôs a contradição entre produção e apropriação de riqueza. (E) do mercantilismo, que elaborou princípios de protecionismo econômico. 02 (UNESP) Um homem transporta o fio metálico, outro endireita-o, um terceiro corta-o, um quarto aguça a extremidade, um quinto prepara a extremidade supe- rior para receber a cabeça; para fazer a cabeça são precisas duas ou três operações distintas; colocá-la constitui também uma tarefa específica, branquear o alfinete, outra; colocar os alfinetes sobre o papel da embalagem é também uma tarefa independente. [...] Tive ocasião de ver uma pequena fábrica deste tipo, em que só estavam empregados dez homens, e onde alguns deles, consequentemente, realizavam duas ou três operações diferentes. Mas, apesar de serem muito pobres, e possuindo apenas a maquinaria estritamente necessária, [...] conseguiam produzir mais de quarenta e oito mil alfinetes por dia. Se dividirmos esse traba- lho pelo número de trabalhadores, poderemos considerar que cada um deles produz quatro mil e oi- tocentos alfinetes por dia; mas se trabalhassem separadamente uns dos outros, e sem terem sido educados para este ramo particular de produção, não conseguiriam produzir vinte alfinetes, nem talvez mes- mo um único alfinete por dia. (Adam Smith. Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações, 1984.) O texto, originalmente publicado em 1776, demons- tra (A) o avanço tecnológico representado pelo surgimento da fábrica na Inglaterra, relacionan- do a riqueza com o aprimoramento científico e o trabalho simultâneo de milhares de operários. (B) o crescimento do mercado consumidor e a mai- or velocidade na distribuição das mercadorias inglesas, destacando o vínculo entre riqueza e uma boa relação entre oferta e procura. (C) a força crescente dos sindicatos e das federa- ções de trabalhadores na Inglaterra, enfatizando o princípio marxista de que apenas o trabalho permite a geração de riqueza. (D) a produtividade do artesanato e o conhecimen- to da totalidade do processo produtivo pelos tra- balhadores ingleses, relacionando a noção de riqueza ao acúmulo de metais nobres. (E) a disciplina no trabalho e o parcelamento de ta- refas presentes nas manufaturas e fábricas in- glesas, associando o crescimento da riqueza à produtividade do trabalho. 03 (G1 - CPS) Quando na mesma pessoa, ou no mes- mo órgão de governo, o poder Legislativo está unido ao poder Executivo, não existe liberdade […] E tam- bém não existe liberdade se o poder Judiciário (poder de julgar) não estiver separado do poder Legislativo (poder de fazer as leis) e do poder Executivo (poder de executar, de por em prática as leis.) Montesquieu, O espírito das leis, 1748. In: FREITAS, G. de; 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1978. V. III, p.24 Político, filósofo e escritor, o Barão de Montesquieu (1689-1755) se notabilizou por sua teoria sobre a se- paração dos poderes, que organiza o funcionamento de muitos dos Estados modernos até a atualidade. Ao formular sua teoria, Montesquieu criticou o regime absolutista e defendeu a divisão do governo em três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - como forma de (A) garantir a centralização do poder monárquico e a vontade absoluta dos reis, bem como defen- der os interesses das classes dominantes. (B) desestabilizar o governo e enfraquecer o Judi- ciário, bem como garantir a impunidade dos cri- mes cometidos pelos mais pobres. (C) evitar a concentração de poder e os abusos dos governantes, bem como proteger as liberdades individuais dos cidadãos. (D) estabilizar o governo e fortalecer o Executivo, bem como liberar as camadas subalternas da cobrança de impostos. (E) fortalecer o povo e eliminar os governos, bem como eliminar as formas de punição considera- das abusivas. 04 (USF) Conhecido como o século das Luzes ou do Iluminismo, o século XVIII foi marcado por um movi- mento do pensamento europeu (ocorrido mais especificamente na segunda metade do século XVIII) que abrangeu o pensamento filosófico e gerou uma grande revolução nas artes (principalmente na litera- tura), nas ciências, nos costumes, na teoria política e na doutrina jurídica. O Iluminismo também se distin- guiu pela centralidade da ciência e da racionalidade crítica no questionamento filosófico. Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ 15543/15543_3.pdf>. Acesso em: 12/09/2017. Tomando como base o contexto abordado, podemos afirmar corretamente que (A) o liberalismo econômico deu ênfase à econo- mia mercantilista, na qual o Estado seria res- ponsável pela regulamentação de preços e mer- cados para evitar abusos que prejudicariam a população. (B) a Escola Fisiocrata sustentou a ideia de que exis- tem leis naturais regendo a sociedade, mas que poderiam ser alteradas pelo bem da humanida- de, e, além disso, defendeu que a indústria e o comércio seriam responsáveis pela riqueza de uma nação. 370 (C) as ideias defendidas por John Locke, na obra O contrato social, afirmam que o soberano deve conduzir o Estado de forma democrática, de acordo com a vontade do povo. (D) o Despotismo Esclarecido, ligado à associação entre as ideias das luzes e o poder absolutista dos reis, foi aplicado com ênfase em todos os Estados europeus no início do século XVIII, re- sultando no nascimento de dezenas de monar- quias parlamentaristas. (E) o Iluminismo combateu o mercantilismo, o tradicionalismo religioso herdado da Idade Mé- dia e a divisão da sociedade em estamentos. 05 (G1 - CPS) Brasília foi inaugurada em 1960, poucos anos depois do início de sua construção. Planejada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, a nova capital do Brasil foi estruturadaa partir de dois grandes eixos que se cruzam: o Eixo Rodoviário, em torno do qual estão as áreas residenciais, e o Eixo Monumental, onde se localizam os órgãos governamentais e cultu- rais. Em uma das extremidades do Eixo Monumental, encontra-se a Praça dos Três Poderes. O nome dessa praça faz referência à teoria (A) da divisão das responsabilidades sobre o país que, com a Constituição de 1891, definiu que o presidente, os governadores e os prefeitos exer- ceriam o poder de forma compartilhada. (B) do Estado tripartido, de origem medieval, que definia as funções que deveriam ser desempe- nhadas pela nobreza, pela burguesia e pelos trabalhadores em benefício da sociedade. (C) da organização da república, proposta por Platão, em que o presidente, o povo e os depu- tados debatem a respeito do funcionamento da sociedade. (D) do Estado moderno europeu, segundo a qual o Senado, a Câmara e a Presidência da Repúbli- ca exercem os poderes conferidos pela popula- ção por meio do voto direto e secreto. (E) da separação dos poderes, proposta por Montesquieu, em que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário devem exercer os seus poderes de forma independente e equilibrada entre si. 06 (ESPCEX-AMAN) As ideias iluministas começaram a circular no Brasil na segunda metade do século XVIII. Elas refletiram-se em vários campos da atividade e do conhecimento humano. Assinale, dentre as alter- nativas abaixo, aquela que apresenta um filósofo deste período, cujo pensamento incentivou, de forma rele- vante, a Inconfidência Mineira. (A) Jean-Jacques Rousseau (B) Adam Smith (C) François Quesnay (D) Vicent de Gournay (E) Nicolau Maquiavel 07 (UNICAMP) A ilustração anterior, com Marie Lavoisier representa- da à direita, foi produzida nas últimas décadas do século XVIII, e mostra uma experiência para enten- der a fisiologia da respiração e o papel do oxigênio nela. Considerando o contexto histórico e o seu co- nhecimento de química, assinale a alternativa correta. (A) No século XVIII, Marie Lavoisier, como outras mulheres, não participava da produção do co- nhecimento científico. Por outro lado, seu mari- do, Antoine Lavoisier, ficou famoso pela frase "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", conhecida como a lei de con- servação da quantidade de matéria. (B) Revolução Francesa favoreceu cientistas e in- telectuais franceses independentemente de suas posições ideológicas e das questões de gênero. É o caso de Marie Lavoisier e de Antoine Lavoisier, este último famoso pela frase "na na- tureza nada se cria, nada se perde, tudo se trans- forma", conhecida como a lei de conservação das massas. (C) No século XVIII, as mulheres participavam da produção do conhecimento científico. Marie Lavoisier registrou e publicou muitos dos expe- rimentos feitos pela equipe de seu marido, Antoine Lavoisier, famoso pela frase "na natu- reza nada se cria, nada se perde, tudo se trans- forma", conhecida como a lei de conservação das massas. (D) A Revolução Francesa garantiu às mulheres a cidadania e a participação na produção do co- nhecimento científico. Marie Lavoisier registrou e publicou muitos dos experimentos feitos pela equipe de seu marido, Antoine Lavoisier, famo- so pela frase "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", conhecida como a lei de conservação da quantidade de matéria. 08 (UPF) Entre os séculos XVI e XVIII, ocorreram diver- sas transformações culturais na Europa ocidental, muitas delas presentes na sociedade ocidental con- temporânea. Sobre essas transformações, leia as seguintes afir- mações: I. O Liberalismo econômico, na segunda metade do século XVIII, criticava o sistema colonial, de- fendendo a manutenção dos monopólios como geradores de riqueza da sociedade. 371 II. As grandes revoluções burguesas do século XVIII refletem, em parte, algumas ideias dos fi- lósofos iluministas, dentre elas, a de que o Es- tado não possui poder ilimitado e nada mais é do que a somatória do poder dos membros da sociedade. III. A federalização política é compatível com a de- mocracia orgânica, portanto, se não houver cen- tralização e dependência dos poderes ao Exe- cutivo, não há paz social. IV. A fim de proteger a economia nacional, cada go- verno deve intervir no mercado, estimulando as exportações e restringindo as importações. V. O Estado, simples guardião da lei, deve interfe- rir pouco, apenas para garantir as liberdades pú- blicas e as propriedades dos cidadãos. Está correto apenas o que se afirma em (A) I, II e IV. (B) I, II e V. (C) I, II e III. (D) II e IV. (E) I e III. 01 (FUVEST) Integrante da poderosa família dos Habsburgos, José II foi coroado imperador da Áustria em 1765, um dos mais vigorosos centros da cultura europeia no século XVIII. a) A partir de elementos representados na pintura, aponte e explique duas características das so- ciedades europeias no período. b) Explique por que José II é considerado um dés- pota esclarecido. 02 (FUVEST) Esta planta foi elaborada no contexto da nova política estabelecida pela Coroa portuguesa para suas pos- sessões na América, durante o chamado período pombalino (1750-1777). A partir dela, a) identifique dois elementos que contrastam a or- ganização espacial das comunidades indígenas com a organização espacial proposta pelos po- deres coloniais; b) descreva as principais diretrizes políticas e cul- turais do projeto pombalino para a população indígena da América. 03 (FUVEST) A construção da modernidade econômica no Ocidente teve como elementos determinantes a aquisição de características mentais e sociais total- mente estranhas ao mundo greco-romano: uma árdua e longa reapropriação civil do trabalho e a invenção de uma relação nunca antes experimentada entre tra- balho dependente e liberdade pessoal, seja nas cidades que renasciam, seja nos campos depois do feudalismo. E também uma reconquista da dimensão física da natureza - matéria e movimento, em um novo quadro de experiências e conceitos - como condição para uma aliança entre inteligência e produtividade, entre conhecimento científico, saberes artesanais e inovações tecnológicas. Aldo Schiavone, Uma História rompida. Roma Antiga e Ocidente Moderno. A partir do texto, a) caracterize a relação entre trabalho e "liberda- de pessoal" na Antiguidade Clássica; b) compare a natureza do conhecimento científico e das inovações tecnológicas do mundo greco- romano com a do mundo moderno. Projeto de novo aposento para os índios da Aldeia de São Miguel, na margem do rio Guaporé, feito no mês de dezembro de 1765 372 O TEXTO A SEGUIR É REFERÊNCIA PARA A QUESTÃO A SEGUIR. Eu chamo, pois, república todo Estado regido por leis, independente da forma de administração que possa ter; porque então somente o interesse público governa, e a coi- sa pública algo representa. Todo governo legítimo é repu- blicano (...). As leis não são propriamente senão as condi- ções de associação civil. O povo, submetido às leis, deve ser o autor das mesmas; compete unicamente aos que se associam regulamentar as condições da sociedade. Rousseau, Jean-Jacques. Do contrato social. versão para E-Book, <eBookBrasil.com>. Tradução Rolando Roque da Silva. p. 54. 04 (UFPR) Durante o século XVIII, foi se constituindo uma corrente de pensamento chamada iluminismo. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) era um dos seus mais importantes representantes. Escreva um texto sobre o iluminismo, comentando três represen- tantes contemporâneos de Rousseau e três das propostas mais importantes desse movimento intelec- tual. 05 (UERJ) Na pintura de Pompeo Batoni, de 1769, estão repre- sentados dois imperadores austríacos do Antigo Regime: José II e seu irmão Leopoldo II. No detalhe, pode-se observar um exemplar em francês do livro O espírito das leis, de Montesquieu, expoente da Ilus- tração ou Iluminismo. A presença do livro na pintura não é meramente decorativa, mas revela modos e práticas de governo adotados por diversos Estados europeus no século XVIII. Nomeie esse modo de governar. Em seguida,apre- sente uma ação promovida por monarquias europeias que empreenderam tais práticas. O período que vai do final do século XVII até o início do século XIX foi marcado por importantes transformações na economia européia. Tendo a Inglaterra como pioneira, a Europa passou por um processo de grandes inovações téc- nicas e o desenvolvimento de uma nova organização da produção, lançando as bases da industrialização do mun- do contemporâneo. O emprego em larga escala das novas máquinas e tecnologias e a divisão do trabalho dentro da nova lógica fabril revolucionariam para sempre o Capitalis- mo europeu. Fábrica inglesa do século XVIII O PIONEIRISMO INGLÊS A Inglaterra reunia algumas condições físicas que fa- voreceram seu pioneirismo no processo de industrialização a começar pelo fato de que o território inglês é coberto por uma extensa rede de rios navegáveis, o que foi decisivo como meio de transporte, sobretudo de matérias-primas e produtos pesados. Desta forma, a rede fluvial que abrangia boa parte do território inglês funcionou como meio de integração de diferentes áreas, contribuindo decisivamen- te para a industrialização. Além disso, o subsolo inglês, rico em minérios e carvão, forneceu elementos fundamentais para sustentar o avanço do processo industrial. Porém, para além das vantagens naturais, o proces- so histórico da Inglaterra deu ao país condições de aproveitar esses recursos em proveito da industrialização. As revoluções burguesas do século XVII colocaram a bur- guesia no poder político, livre das amarras do Absolutismo Monárquico. Esse quadro permitiu à burguesia criar uma legislação em prol do avanço industrial e também um maior acúmulo de capitais (acúmulo este que já ocorria desde os tempos mercantilistas, quando a busca por uma balança comercial favorável estimulou a produção manufatureira), uma vez que se libertara dos abusivos impostos do período absolutista. Somou-se a este quadro a intensificação dos cercamentos (enclousures) que já aconteciam há tempos no meio rural inglês. Os cercamentos de terras comuns expul- savam os camponeses para a cidade, liberando mão-de-obra para as nascentes indústrias e permitindo cada vez mais a organização do espaço rural em sua função. Um exemplo disso foi o crescimento dos rebanhos de ovelhas, que for- neciam a lã para a atividade têxtil. Porém, muitos camponeses empobrecidos perdiam suas terras nesse pro- cesso, conforme registrou ironicamente o escritor inglês Thomas Morus: PARTE II: HISTÓRIA GERAL UNIDADE 02: A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. 373 Também merece destaque o fato de que a Inglaterra foi o principal destino para onde migraram habilidosos e experientes tecelões da região de Flandres (na atual Bélgi- ca), que passou por guerras intensas no século XVI. Essa região era então uma referência nas manufaturas têxteis e a migração forçada acabou levando para a Inglaterra as técnicas que caracterizavam a tradicional produção de Flandres. Por fim, os ingleses se beneficiaram de algumas van- tagens obtidas política ou militarmente. O tratado de Methuen, assinado em 1703 com Portugal, facilitava a en- trada das manufaturas têxteis da Inglaterra em Portugal e suas colônias, criando um mercado cativo e intensificando a dependência lusitana com os ingleses. Além disso, a vitó- ria inglesa sobre a França na Guerra dos Sete anos em 1763, abriu mercados e permitiu a expansão colonial britâ- nica para áreas como o atual território canadense, ampliando cada vez mais o alcance do comércio inglês. OS FRUTOS DA REVOLUÇÃO CIENTÍFICA O avanço da ciência no século XVII, proporcionou o surgimento de diversas inovações tecnológicas na produ- ção ao longo do século XVIII, intensificando a mecanização do setor têxtil. A máquina a vapor de James Watt, consi- deravelmente mais avançada que a de seus antecessores, permitiu o melhor aproveitamento de inventos como a má- quina de fiar e o tear mecânico. Esses inventos ampliavam a produção e aumentavam os lucros que eram direcionados para o desenvolvimento de tecnologias ain- da mais modernas. O setor de transportes também sofreu uma verdadei- ra revolução ao longo desse processo. O desenvolvimento da metalurgia e a energia a vapor, permitiram o surgimento de novas locomotivas e navios que integravam ainda mais o território (áreas fornecedoras de matérias-primas, indús- trias e mercados consumidores) e facilitavam o escoamento da produção industrial. A locomotiva a vapor, uma revolução no setor de transportes Thomas Morus O SIGNIFICADO SOCIAL DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A condição de vida e trabalho do operariado durante essa revolução industrial é um capítulo à parte. O avanço da industrialização promovia paralelamente um crescimen- to da vida urbana, redefinindo a paisagem e reorganizando a sociedade em novas e antagônicas classes sociais: a bur- guesia, detentora dos meios de produção, desejosa de ampliar seus lucros, e o proletariado, trabalhadores das fá- bricas que tinham na venda de sua força de trabalho os únicos meios de sobrevivência, que experimentando uma crescente exploração. Os cercamentos haviam expulsado muitos campo- neses das terras coletivas, obrigando-os a buscar trabalhos na nova realidade urbana e industrial. Por sua vez, o avan- ço da industrialização impedia, pela impossibilidade de concorrência com as nascentes fábricas, que os velhos artesãos continuassem suas atividades. A maioria acabou se sujeitando a uma nova divisão do trabalho, que lhes tirava a capacidade de produzir o bem até o final, alienan- James Watt, o homem que alavancou a revolução industrial ao aperfeiçoar em 1765 a máquina a vapor de Thomas Newcomem Assim como o navio a vapor, desenvolvido por Robert Fulton “Os carneiros, antes animais tão delicados e inofen- sivos, em minha terra tornaram-se devoradores de homens.” MORUS, Thomas. A Utopia. Tradução: Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM Editores, 1ª Ed. 1997. 374 Ação de operários luditas, destruindo as máquinas em sinal de protesto. do os trabalhadores do produto de seu trabalho. Os que não viravam meros fornecedores de lã ou algodão para as grandes indústrias, acabavam trabalhando em condições precárias nas minas, ou engrossavam as fileiras de ope- rários nas fábricas. Lá, invariavelmente, se submetiam a longas e repetitivas jornadas de trabalho e baixíssimos salários que não lhes permitiam outra condição de sobre- vivência que não fossem os precários bairros e vilas operárias. É fundamental lembrarmos que muitos davam preferência a uma mão de obra feminina, por ser mais barata e considerada menos propensa a atos de rebeldia, além da freqüente existência de exploração do trabalho infantil. Esse quadro fez com que muitos homens perdes- sem seus empregos. Diante desse quadro, uma boa parte dos operários caía no alcoolismo, prostituição ou se acidentavam pela exaustão. Muitos outros começaram uma série de lutas operárias por melhores condições. Seja através da organi- zação coletiva do Sindicalismo (e das greves por ele articuladas), da destruição de máquinas promovidas pelos luditas ou da tentativa de reformas pela via política, como defendeu o movimento cartista (que enviava ao parlamento petições populares exigindo uma intervenção do Estado na situação operária, legislando de modo a dar garantias aos trabalhadores e reduzindo a exploração sobre os operári- os). Os operários nunca foram passivos diante dessa exploração. Essa luta entre as classes burguesas e operá- rias evoluiu, no século XVIII, para novas propostas de organização e novas teorias, reformistas e revolucionárias. Charge representando o movimento cartista inglês, que enviava petições populares ao parlamento exigindo melhores salários, redução da jornada de trabalho, fim da exploração do trabalho infantil e da mulher,além da adoção do voto universal masculino, que daria a possibilidade de os operários elegerem seus representantes políticos, o que era impossível com o vigente voto censitário. 01 (UEM) Assinale o que for correto sobre a Revolução Industrial. 01) A máquina a vapor criada por James Watt usa- va carvão mineral como combustível e foi um marco do período. 02) Caracterizou-se por crescente aumento da cir- culação de pessoas em função da expansão da rede de transportes por vias férrea e marítima. 04) O bonde movido a eletricidade foi o principal meio de transporte de mercadorias do período em questão. 08) O eixo central do capitalismo migrou do que foi conhecido como mercantilismo para uma eco- nomia baseada na produção de mercadorias realizada por operários assalariados. 16) Na Inglaterra, a Revolução Industrial se iniciou pelo tradicional setor químico. 02 (UEPG) O século XIX foi marcado pelo avanço do capitalismo industrial e pelo surgimento de uma clas- se social típica desse período histórico: a classe operária. A respeito desse tema, assinale o que for correto. 01) Apesar de serem empregados como operários nas fábricas inglesas, o tratamento dispensado às mulheres e crianças era diferenciado. Desde o início da industrialização, já havia uma legis- lação que estabelecia uma série de direitos para ambos os grupos. 02) O Ludismo, movimento que teve origem na In- glaterra, defendia a quebra de máquinas, por parte dos operários, como forma de enfrentamento aos efeitos sociais da industriali- zação. 04) Os negros trazidos como escravos da África an- tes do século XIX foram os primeiros operários utilizados pelos ingleses em suas fábricas. 08) A baixa remuneração e as péssimas condições de trabalho nas fábricas foram motivos que con- tribuíram para a organização e para a formação dos sindicatos ligados à classe operária. 03 (UEM) No século XVIII ocorreram diversas mudan- ças que se manifestaram na economia, na política e também no campo social. Especialmente na Europa, sobretudo na Inglaterra, vivia-se um momento de for- te desenvolvimento econômico e tecnológico que se convencionou chamar de Revolução Industrial. Sobre esta revolução, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Inicialmente, ocorreu na Inglaterra por diversos fatores, entre os quais a riqueza do seu solo (fer- ro, carvão etc.), os cercamentos ("enclousures"), a Revolução Gloriosa. 02) A rotina de trabalho dos operários das fábricas era de oito horas diárias e os ambientes onde as atividades se realizavam eram asseados e organizados. Os trabalhadores eram amparados por direitos trabalhistas como férias, horas ex- tras e descanso semanal remunerado. 375 04) A utilização dos trabalhos feminino e infantil era uma das opções empregadas pelos industriais com o objetivo de baratear os custos de produ- ção das mercadorias, uma vez que os salários pagos eram bem menores que os dos homens. 08) Na era industrial, houve o parcelamento e a di- visão do trabalho. O trabalhador perdeu a visão global do processo de produção, passando a ser o responsável por apenas uma parte do ciclo produtivo de uma mercadoria. 16) Na cidade, os bairros proletários eram bem or- ganizados e se destacavam por alamedas lar- gas e funcionais e por infraestrutura com redes de esgoto, de energia e de água tratada. 04 (UEPG) Fenômeno histórico caracterizado por uma série de mudanças concomitantes que ocorreram na Europa entre os séculos XVIII e XIX, a Revolução In- dustrial lançou as bases do mundo contemporâneo e provocou profundas transformações científico- tecnológicas, econômicas, culturais e sociais. A respeito desse tema, assinale o que for correto. 01) Inovações no campo das comunicações (como a invenção do telégrafo) e dos transportes (como a criação dos navios a vapor e o desenvolvi- mento do sistema ferroviário) ampliaram o po- tencial comercial entre os países europeus e também destes com as regiões periféricas. 02) Descobertas nos campos da física (como as leis da termodinâmica), da química (como os fertili- zantes e a nitroglicerina) e da biologia (como a anestesia e as vacinas) tiveram implicação di- reta na ampliação do conhecimento sobre as potencialidades da terra, o funcionamento do universo e a manutenção da vida humana. 04) As obras de escritores clássicos da literatura europeia, como o francês Victor Hugo e o britâ- nico Charles Dickens, buscaram retratar os efei- tos sociais da Revolução Industrial. Apologistas desse processo, Hugo e Dickens tornaram-se intérpretes da perspectiva burguesa de socie- dade. 08) Baixos salários, condições precárias de mora- dia e higiene, falta de leis trabalhistas, expecta- tiva de vida baixa. Essas eram as condições a que o operariado europeu (em especial o inglês) esteve submetido durante boa parte da Revolu- ção Industrial. 16) Ludismo e cartismo foram movimentos criados pelos grandes industriais ingleses logo no início da Revolução Industrial e tinham como objetivo difundir as inovações tecnológicas originárias desse processo. 05 (UEPG) O nascimento da classe operária na Ingla- terra do século XVIII é considerado um dos maiores fenômenos sociais da contemporaneidade. A respei- to desse tema, assinale o que for correto. 01) Na medida em que os trabalhadores se organi- zam e adquirem consciência de sua condição de classe no sistema capitalista, a ideia de rup- tura social torna-se cada vez mais forte entre eles. 02) Literatura corrente entre muitos trabalhadores do século XIX, O Manifesto Comunista, escrito por Marx e Engels, reafirmava a condição natu- ral dos trabalhadores na ordem capitalista e pro- punha a manutenção do modelo social vigente. 04) O desenvolvimento de um modelo de produção baseado em grandes estruturas fabris levou a uma forte demanda por mão de obra e, parale- lamente, contribuiu para a concentração de tra- balhadores e para a formação da classe operá- ria. 08) Em decorrência do grande número de greves, protestos e manifestações violentas pedindo a ampliação de direitos sociais e trabalhistas, a classe operária foi, paulatinamente, sendo subs- tituída por artesãos nas grandes fábricas ingle- sas do século XIX. 16) O ludismo e o cartismo foram movimentos liga- dos à classe operária inglesa que se caracteri- zaram pela negação ao conflito e pela defesa do diálogo e da negociação com os industriais. 06 (UEPG) O termo Revolução Industrial é usado para expressar a transformação do sistema de produção e das relações de trabalho que se deram a partir da Inglaterra em meados do século XVIII. Sobre o tema, assinale o que for correto. 01) Fordismo, Cartismo e Taylorismo foram algumas das correntes anti-industriais que tiveram origem entre os trabalhadores ingleses dos séculos XVIII e XIX. Contrárias à ideia das linhas de montagem, tais correntes defendiam a volta das formas pré-capitalistas de produção. 02) Ao longo do século XVIII, as colônias de potên- cias europeias desempenharam um papel fun- damental no arranco da Revolução Industrial. Mercados produtores potenciais, as regiões co- loniais concentraram um grande número de in- dústrias bancadas pelo capital europeu, as quais receberam a denominação de multinacionais. 04) Juntamente com a máquina a vapor, a eletrifi- cação se constituiu como elemento essencial na origem da Revolução Industrial. Desde os primórdios das grandes mudanças tecnológicas, a energia elétrica se constituiu na principal for- ça motriz das fábricas inglesas. 08) O artesanato e a manufatura são formas de pro- dução que antecederam a Revolução Industrial e diferiam desta no que respeitam ao espaço físico da produção, as etapas produtivas e as relações de trabalho entre os personagens en- volvidos. 16) A Revolução Industrial concentrou os trabalha- dores em fábricas e trouxe uma mudança radi- cal no caráter do trabalho na medida em que os meios de produção (instalação, máquinas, ma- térias-primas) passaram a se concentrar nas mãos dos capitalistas (industriais). 376 07 (UEM) O Período Moderno da história do ocidente viveu um processode intensas transformações em todos os aspectos da vida social e da vida privada. Sobre a economia do mundo ocidental na Época Mo- derna, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Na Inglaterra, predominou, do século XV ao XIX, a produção manufatureira. Caracterizada pela utilização de máquinas, a manufatura libertou a produção dos limites da força e da agilidade dos trabalhadores. 02) A centralização política, que resultou no surgimento das monarquias nacionais, tornou possível uma maior intervenção dos reis na vida social, com o estabelecimento de regras, práti- cas e ações, inclusive na economia. 04) O Mercantilismo foi um conjunto de práticas, nor- mas e ações adotadas pelos estados nacionais modernos que visavam à obtenção e ao acúmulo de riquezas. A adoção dessas práticas e nor- mas contribuiu para o fortalecimento do poder régio. 08) O protecionismo, uma das práticas mais disse- minadas entre as monarquias modernas, tinha como objetivo claro e declarado obstaculizar o desenvolvimento do capitalismo e favorecer a nobreza feudal. 16) A Inglaterra, na Época Moderna, adotou medi- das para estimular o desenvolvimento da frota naval e da marinha mercante e para incentivar a produção manufatureira. 08 (UEM) Sobre a primeira Revolução Industrial, ocorri- da na Europa entre a segunda metade do século XVIII e meados do século XIX, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) A industrialização da segunda metade do sécu- lo XVIII iniciou-se na Inglaterra com a mecani- zação do setor têxtil, cuja produção tinha am- plos mercados. 02) A mecanização da produção acelerou o êxodo rural, o crescimento urbano e a formação de uma classe operária. 04) Com a Revolução Industrial ocorreu um desen- volvimento do operariado urbano que passou a se associar em organizações trabalhistas, como as trade unions da Inglaterra. 08) O aumento da oferta de empregos para mão de obra desqualificada promoveu, no século XIX, um aumento da imigração dos moradores dos países latino-americanos para os países euro- peus que estavam se industrializando. 16) A localização geográfica dos Estados Unidos de- terminou o pioneirismo deste país na Revolu- ção Industrial, pois, situado no hemisfério nor- te, sua produção industrial atingiu rapidamente o mercado do Reino Unido. 01 (UPF) Na Declaração de Independência dos Esta- dos Unidos da América, em 1776, os colonos, na escrita de Thomas Jefferson, registraram: "Estas colônias unidas são, e têm o direito a ser, Es- tados livres e independentes e toda ligação política entre elas e a Grã-Bretanha já está e deve estar total- mente dissolvida." É correto dizer que a afirmação de liberdade e inde- pendência presente no documento está relacionada: (A) ao interesse das colônias do Norte de se sepa- rarem das colônias do Sul, em função dos en- traves que a organização social escravista sulina criava ao desenvolvimento capitalista. (B) à vontade dos colonos norte-americanos de se aliarem com a França revolucionária, que lhes oferecia oportunidades mais promissoras para as trocas comerciais. (C) ao propósito dos colonos de alcançar a autono- mia política, embora preservando o monopólio comercial, que favorecia a economia das colô- nias do Norte. (D) à formalização de uma separação política que, na prática, já existia, como comprova a liberda- de comercial da qual gozavam tanto as colôni- as do Norte quanto as do Sul. (E) à reação dos colonos norte-americanos, base- ada nas ideias dos filósofos iluministas, contra a tentativa de reforçar as medidas de explora- ção colonial impostas pela Inglaterra. 02 (FGV) (...) Nós temos essas verdades como eviden- tes por si mesmas: que todos os homens nascem iguais; que o seu Criador os dotou de certos direitos inalienáveis, entre os quais a Vida, a Liberdade e a procura da Felicidade; que para garantir esses direi- tos, os homens instituem entre eles Governos, cujo justo poder emana do consentimento dos governa- dos; que, se um governo, seja qual for a sua forma, chega a não reconhecer esses fins, o povo tem o di- reito de modificá-lo ou de aboli-lo e de instituir um novo governo, que fundará sobre tais princípios e de que ele organizará os poderes segundo as formas que lhe parecem mais próprias para garantir a sua Segu- rança e a sua Felicidade. (Declaração de Independência dos Estados Unidos da América do Norte, 04 de julho de 1776 apud Gustavo de Freitas, 900 textos de História. p. 60) Segundo o documento, é correto afirmar que (A) a separação das 13 colônias inglesas da metró- pole foi ilegítima, uma vez que os sagrados la- ços coloniais não foram rompidos, isto é, o Anti- go Sistema Colonial assimilou os princípios iluministas. (B) o rompimento dos laços políticos e econômicos com a metrópole baseou-se nos princípios iluministas e deu às ex-colônias o direito de se- rem Estados livres, com o consentimento dos governados. 377 (C) a quebra das relações entre as 13 colônias e a metrópole tem a sua legitimidade baseada nos princípios do Antigo Sistema Colonial, isto é, na Igualdade, na Liberdade e na Felicidade. (D) os princípios iluministas fundados na Vida, Li- berdade e procura da Felicidade sustentam os novos Estados livres e independentes com o consentimento da elite da metrópole. (E) os direitos inalienáveis como a Vida, a Liberda- de e a procura da Felicidade referem-se tanto ao povo das colônias como ao povo da metró- pole, preservando assim os sagrados vínculos coloniais. 03 (PUCRJ) Os parágrafos que se seguem foram extra- ídos do documento "Declaração de Independência dos Estados Unidos", assinado pela unanimidade dos re- presentantes políticos das Treze Colônias, no Segundo Congresso Continental no ano de 1776. "Quando no decurso da História do Homem se torna necessário um povo quebrar os elos políticos que o ligavam a outro e assumir, de entre os poderes terre- nos, um estatuto de diferenciação e igualdade ao qual as Leis da Natureza e do Deus da Natureza lhe con- ferem o direito, o respeito que é devido perante as opiniões da Humanidade exige que esse povo decla- re as razões que o impelem à separação. (...) (...) o Povo tem direito a (...) instituir um novo gover- no, assentando os seus fundamentos nesses princípios e organizando os seus poderes do modo que lhe pareça mais adequado à promoção de sua Segurança (...)." http://www.infopedia.pt/$declaracao-de- independencia-dos-estados Assinale a alternativa que corresponde CORRETA- MENTE ao conjunto de ideias e ideais relacionados à época histórica tratada pelo documento. (A) O liberalismo enquanto doutrina defendia a me- nor intervenção possível do Estado na condu- ção política da sociedade. (B) O racionalismo científico renascentista atribuía ao homem o poder de conhecimento e interven- ção tanto na natureza como na condução políti- ca das sociedades. (C) O nacionalismo partia do pressuposto de que a lealdade do indivíduo ao Estado-nação deveria estar acima dos interesses pessoais ou dos in- teresses de determinados grupos. (D) O Iluminismo defendia, de modo geral, a ideia de que o Estado deveria assegurar ao Homem o direito de expressar sua consciência de forma autônoma, bem como os direitos inalienáveis à vida e à busca da felicidade. (E) As doutrinas sociais emergentes do contexto da sociedade industrial pregavam a ampliação da participação política à classe operária, além de melhores condições de vida para a mesma. 04 (UPE) A passagem do século XVIII para o XIX foi marcada por um desequilíbrio nas relações entre a Europa e o Novo Mundo. As lutas políticas na Améri- ca estavam ligadas à resistência contra a colonização europeia e às influências das ideias liberais. Sobre essa crise do Antigo Regime e suas implicações na América, assinale a alternativa CORRETA. (A) A Guerra de Independência dos Estados Uni- dos acirrou as tensões políticas pré-existentes entre a França e a Inglaterra, servindo de palco para um confronto indireto entre essas duas nações. (B) As tensões políticas entre a Espanha e suas co- lônias na América acabaram por reestruturaro império espanhol que, mediante as reformas bourbonianas, conseguiu manter seu poderio na América, até o final do século XIX. (C) As relações entre Portugal e a América Portu- guesa só se agravaram após a transmigração da família real para o Brasil em 1808, fugindo da invasão napoleônica. (D) A Guerra do Paraguai, envolvendo Brasil, Por- tugal, Paraguai, Espanha e Inglaterra, é fruto di- reto desse contexto. (E) As Conjurações Baiana e Mineira, ocorridas no início do século XIX, são reflexos desse quadro de desequilíbrio político entre Portugal e sua co- lônia na América. 05 (UFSJ) A respeito da Independência dos Estados Uni- dos da América, é CORRETO afirmar que ela (A) derivou de um processo de negociação pacífica entre a Grã-Bretanha e suas treze colônias da América do Norte, instalou uma república na qual todos os cidadãos adultos tinham direito a voto e manteve a escravidão. (B) derivou de um processo de negociação pacífica entre a Grã-Bretanha e suas treze colônias da América do Norte, instalou uma república na qual só os grandes proprietários tinham direito a voto e manteve a escravidão. (C) derivou de uma guerra entre a Grã-Bretanha e suas treze colônias da América do Norte, insta- lou uma monarquia constitucional que imitava o regime britânico e eliminou a escravidão. (D) derivou de uma guerra entre a Grã-Bretanha e suas treze colônias da América do Norte, insta- lou uma república na qual boa parte dos cida- dãos adultos tinha direito a voto e manteve a escravidão. 06 (UFSJ) Entre os processos políticos citados abaixo, aquele que instaurou um regime republicano funda- mentado em princípios liberais como a eleição do chefe de Estado e a defesa da propriedade privada foi a (A) Revolução Gloriosa na Inglaterra, em 1688. (B) Independência dos Estados Unidos da Améri- ca, em 1776. (C) Independência do Brasil, em 1822. (D) Revolução Russa, em 1917. 378 07 (ESPM) Em 1773, procurando aliviar as dificuldades financeiras da Companhia das Índias Orientais, o go- verno britânico concedeu-lhe o monopólio do chá nas colônias. Os colonos reagiram e disfarçados de índi- os, patriotas de Boston, abordaram navios que transportavam chá, lançando a mercadoria nas águas do porto. (H. C. Allen. História dos Estados Unidos da América) A ação descrita pelo texto levou o parlamento britâni- co a promulgar, em 1774, as Leis Coercitivas ou, como foram chamadas pelos colonos, Intoleráveis. Tais leis: (A) lançavam impostos sobre vidro e corantes; (B) interditavam o porto de Boston até que fosse pago o prejuízo causado pelos colonos; (C) proibiam a emissão de papéis de crédito na co- lônia que, até então, eram usados como moe- da; (D) impunham aos colonos os custos do alojamen- to e fornecimento de víveres para as tropas bri- tânicas enviadas para a colônia; (E) enfraqueceram a autoridade do governador de Massachusetts. 08 (UFRGS) Considere o enunciado abaixo e as três propostas para completá-lo. A Independência das treze colônias inglesas na costa leste da América está inserida na conjuntura das re- voluções atlânticas. A declaração da independência dessas col ônias sustentava que 1. todos os homens nascem iguais, sendo dota- dos de direitos inalienáveis, como a vida, a li- berdade e a aspiração à felicidade. 2. a origem de todo o poder reside no povo, ca- bendo a ele a organização de seu próprio go- verno. 3. os direitos inalienáveis deveriam ser estendidos a toda população, extinguindo-se a escravidão e o extermínio dos índios. Quais propostas estão corretas? (A) Apenas 1. (B) Apenas 2. (C) Apenas 3. (D) Apenas 1 e 2. (E) 1, 2 e 3. Sobre esse tema, faça o que se pede. a) Que contexto socioeconômico permitiu o surgimento da classe operária inglesa e qual fenômeno caracteriza seu amadurecimento como movimento social? b) Cite três conquistas decorrentes da organiza- ção dos operários na primeira metade do sécu- lo XIX na Inglaterra. 02 (UEL) Leia os textos a seguir. O reino recém-unido da Grã-Bretanha estava emer- gindo como uma potência europeia, intelectual, militar e comercial. Newton era reconhecido como o gênio supremo da época, enquanto a Royal Society de Lon- dres era vista como seu árbitro científico supremo. Locke estava fundando a Filosofia empírica e promul- gando as ideias políticas liberais que, na altura do fim do século, seriam corporificadas na constituição ame- ricana. Enquanto isso, Robinson Crusoé, de Defoe, e As Viagens de Gúliver, de Swift, satisfaziam, cada um à sua maneira, a fome de aventuras estrangeiras do público. Essa era uma nação autoconfiante, experi- mentando os primeiros rebuliços do que viria a ser a Revolução Industrial - a máquina a vapor já estava sendo usada nas minas da Cornualha. (STRATHERN, P. Uma Breve História da Economia. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. p.62.) Há hoje, nas planícies da Índia e da China, homens e mulheres, infestados por pragas e famintos, vivendo pouco melhor, aparentemente, do que o gado que tra- balha com eles de dia e que compartilha seu local de dormir à noite. Esse padrão asiático, e esses horro- res não mecanizados, é o destino daqueles que aumentam seus números sem passar por uma revo- lução industrial. (ASHTON, T. S. The Industrial Revolution, 1760-1830. London: Oxford University Press, 1948. p.161.) Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o tema, responda aos itens a seguir. a) Explique o contexto histórico da Revolução In- dustrial. b) Situe o posicionamento dos autores desses tex- tos quanto a esse evento histórico. 03 (UFPR) Leia o excerto de texto escrito pelo anarquis- ta Neno Vasco (1878-1920), na edição de Primeiro de Maio de 1914 do jornal brasileiro "A Voz do Trabalha- dor": "Eis a festa do 1º de Maio, isto é, a manifestação pro- letária que a inconsciência de uns, a astúcia e velhacaria de outros e a cumplicidade de todos redu- ziram em tantas partes a uma absurda 'festa do trabalho', como lhe chamam os burgueses compla- centes. (…) Vós, só o podereis festejar quando tiverdes conquistado. E é dessa conquista que se tra- ta, tanto no 1º de Maio como nos outros dias." (Neno Vasco. O Significado do 1º de Maio. In: A Voz do Trabalhador, Ano VII, números 53-64, 1º de maio de 1914) - <http://passapalavra.info/2009/09/11694>. Discorra sobre o sentido original do Primeiro de Maio no final do século XIX e explique as razões da indig- nação expressa no texto acima. 01 (UFU) "Nos anos entre 1780 e 1832, os trabalhado- res ingleses, em sua maioria, passaram a se identificar uns com os outros e contra seus dirigentes e empre- gadores. Essa classe dirigente estava, ela própria, muito dividida, e de fato só conseguiu maior coesão nesses mesmos anos porque certos antagonismos se dissolveram (ou se tornaram relativamente insignifi- cantes) frente a uma classe operária insurgente." THOMPSON, E. P. A Formação da Classe Operária Inglesa: a Árvore da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra,2004. p.12. (Adaptado) 379 04 (UNESP) Sob qualquer aspecto, este [a Revolução Industrial] foi provavelmente o mais importante acon- tecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado pela Grã-Bretanha. É evidente que isto não foi aci- dental. (Eric Hobsbawm. A era das revoluções: 1789-1848, 1986.) Aponte dois fatores que justifiquem a importância dada pelo texto à Revolução Industrial e indique dois moti- vos do pioneirismo britânico. 05 (UNESP) Noite após noite, quando tudo está tranquilo E a lua se esconde por trás da colina, Marchamos, marchamos para realizar nosso desejo. Com machado, lança e fuzil! Oh! meus valentes cortadores! Os que com golpes fortes As máquinas de cortar destroem. Oh! meus valentes cortadores! (...). (Canção popular inglesa do início do século XIX. Citada por: Luzia Margareth Rago e Eduardo F. P. Moreira. O que é Taylorismo, 1986.) A canção menciona os "quebradores de máquinas", que agiram em muitas cidades inglesas nas primei- ras décadas da industrialização. Alguns historiadores os consideram "rebeldes ingênuos", enquantooutros os veem como "revolucionários conscientes". Justifi- que as duas interpretações acerca do movimento. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. ............................................................................................. PARTE II: HISTÓRIA GERAL UNIDADE 03: A REVOLUÇÃO AMERICANA • INDEPÊNDENCIA DAS TREZE COLÔNIAS INGLESAS NA AMÉRICA Ao contrário do que muitos pensam, a Revolução Fran- cesa, iniciada em 1789, não foi a primeira grande revolução iluminista ocorrida no final do século XVIII. Já em 1776, quando foi assinada a declaração de independência, as tre- ze colônias inglesas na América romperam com os grilhões coloniais e mercantilistas, inspirando diversas outras regi- ões coloniais nos anos seguintes. Abaixo, a bandeira que simbolizava a colonização in- glesa nas 13 colônias, e a primeira bandeira das treze colônias independentes. ANTECEDENTES Como vimos, o modelo de colonização inglesa na América, sobretudo na porção norte, foi marcado por um relativo distanciamento com relação ao colonialismo clás- sico. As colônias gozavam de considerável autonomia até meados do século XVIII, quando ocorreram os conflitos relacionados à Guerra dos Sete Anos (1756-1763), opon- do França e Inglaterra pelo controle de áreas e rotas comerciais em diversas partes do mundo, inclusive a América. Ao final do conflito, a Inglaterra, apesar de vito- riosa, estava atolada em dívidas, e promoveu uma importante mudança na sua política de administração das treze colônias americanas, introduzindo taxas e mono- pólios que enterravam de vez a autonomia colonial de tempos anteriores. É possível aqui percebermos que o discurso liberal e de livre comércio adotado pelos britâni- cos após as revoluções burguesas do século XVII muitas vezes não passava de um discurso, cujo objetivo era enfra- quecer os impérios rivais. 380 Ao final da guerra diversas áreas haviam sido toma- das dos franceses, e os colonos ambicionavam ocupá-las. Porém, um decreto real impediu que essa ambição se con- cretizasse, já que a coroa estabeleceu o monopólio sobre essas terras, com o objetivo de negociá-las com comerci- antes ingleses. A partir daí seguiram-se diversos impostos que atingiam diretamente a vida dos colonos, como a Lei do Açúcar de 1764, que taxava o açúcar importado das An- tilhas pelos colonos, e a lei do Selo em 1765, que estabelecia uma taxação sobre documentos, certidões, jornais e de- mais publicações impressas na colônia. Seguiram-se ainda leis coercitivas, que geraram diversos protestos contra o governo inglês, por parte dos colonos, como a lei que obri- gava-os a oferecer abrigo em suas propriedades aos soldados ingleses e os atos Towshend, de 1767, que taxa- vam diversos outros produtos importados pelos colonos. Os colonos reagiram intensificando a pirataria e os protes- tos também se radicalizaram, levando episódios como o Massacre de Boston, em que cinco colonos foram mortos durante um protesto contra os novos impostos. Inspirados pelos discursos liberais e iluministas, os colonos não se sentiam obrigados a cumprir leis das quais não participa- ram da formulação, uma vez que o parlamento britânico não tinha representantes das colônias. Gravura simbolizando o Massacre de Boston A revolução se aproximou definitivamente em 1773, quando passou a vigorar a lei do chá, que estabeleceu o monopólio de distribuição do produto na colônia pela Com- panhia das Índias Orientais, de domínio inglês. A lei atingia diversos comerciantes no universo colonial e encarecia o produto para os colonos, devido ao monopólio. Seguiu-se uma nova onda de protestos e boicotes por parte dos colo- nos, cujo ápice foi a chamada Festa do Chá de Boston, em que os colonos da região invadiram um navio inglês e des- truíram a carga de chá, lançando-a no mar. A Inglaterra reagiu de forma dura, impondo um conjunto de leis que os colonos, por considerarem-nas absurdas, nomearam de leis intolerá- veis. Os termos impunham pesadas indenizações, perda de autonomia, envio de novas forças militares britânicas para as regiões onde ocorreram protestos e a interdição do porto de Boston, motivando de vez o processo revolucionário. A Festa do Chá de Boston O PROCESSO REVOLUCIONÁRIO O primeiro grande gesto do processo de independên- cia aconteceu em 1774, quando os representantes de praticamente todas as colônias organizaram o primeiro Con- gresso Continental, na Filadélfia, com o objetivo de dar um ultimato aos ingleses, sob pena da separação definitiva. A intransigência inglesa precipitou os acontecimentos e foi or- ganizado o segundo Congresso Continental da Filadélfia, quando foram criadas duas comissões: a primeira, a cargo de George Washington, ficou incumbida de organizar o exér- cito que lutaria pela independência exército esse que contou com ampla adesão de voluntários; a segunda comissão, na qual destacou-se Thomas Jefferson, encarregou-se de redi- gir o texto que se tornaria a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, pronta no dia 4 de julho de 1776. Pouco antes, em janeiro do mesmo ano, Thomas Paine publicou um texto intitulado “Senso Comum”, onde conclamava os colonos à independência. Após longa série de batalhas, nas quais os colonos tiveram o apoio de outras nações europeias rivais da Ingla- terra, como Holanda, Espanha e, principalmente, a França, os ingleses se renderam e em 1783 assinaram o Tratado de Paris, pelo qual reconheciam a independência de suas ex- colônias. O gesto final da construção dos Estados Unidos ocorreu quatro anos depois quando foi aprovada a constitui- ção do novo país. Essa constituição, liberal em muitos sentidos, também possuía suas contradições. Estabeleceu- se um regime federalista, em que os estados membros gozariam de considerável autonomia dentro da união. O voto seria, a rigor, para os homens brancos e de posses, conside- rados os “fundadores da nação”, caracterizando uma democracia excludente em muitos sentidos. O presidente, chefe do poder executivo foi eleito por um colegiado de re- presentantes dos estados, a suprema corte estabeleceu-se como a maior autoridade do poder judiciário e o legislativo organizou-se em moldes bicamarais, composto pelo senado (representantes dos estados) e pelo conjunto de deputados, proporcionais à população de cada estado. Como a inde- pendência não eliminou as diferenças entre o norte e o sul, este permaneceu majoritariamente escravocrata, e reivindi- cou que um terço do número de escravos de cada estado fosse contabilizado como parte da população, na composi- ção do cálculo para a quantidade de deputados. A permanência das diferenças entre o norte e o sul do país (que ultrapassavam a questão escravista, passando, por exemplo, pelo protecionismo alfandegário defendido pelo norte e a adoção do livre comércio pelos estados do sul) se intensificariam na segunda metade doséculo XIX, levando o país à guerra civil. 381 Thomas Jefferson e a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América General George Washington: comandante das tropas que lutaram pela independência das treze colônias e primeiro presidente dos Estados Unidos 01 (ESPCEX-AMAN) A partir de 1764, o governo inglês adotou medidas que aumentaram a arrecadação fis- cal e restringiram a autonomia das 13 colônias norte-americanas. Nas alternativas abaixo, assinale a medida que provocou o protesto dos representan- tes das 13 colônias que realizaram o Primeiro Congresso da Filadélfia. (A) Leis Intoleráveis (B) Lei do Chá (C) Lei dos Alojamentos (D) Lei do Selo (E) Lei do Açúcar 02 (UNIOESTE) Tomando como base a citação abaixo: "A história escrita do mundo é, em larga medida, uma história de guerras, porque os Estados em que vive- mos nasceram de conquistas, guerras civis ou lutas pela independência. Ademais, os grandes estadistas da história escrita foram, em geral, homens de violên- cia, pois ainda que não fossem guerreiros - e muitos o foram -, compreendiam o uso da violência e não hesitavam em colocá-la em prática para seus fins". KEEGAN, John. Uma História da Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 399. Assinale a alternativa CORRETA. (A) A Guerra dos Cem anos foi um conflito ininterrupto ocorrido no século XVI que envol- veu duas das principais potências da Europa: Inglaterra e França. O cenário era marcado por fortes crises e pelo crescimento da economia urbana e do comércio. (B) O primeiro conflito bélico que teve proporções globais ocorreu entre 1941 e 1945 e foi chama- do de Primeira Guerra Mundial, batizada por seus contemporâneos como "A grande guerra". (C) O processo de independência dos Estados Uni- dos ocorreu na virada da década de 1770 para 1780. No Segundo Congresso Continental, ocor- rido no dia 04 de julho de 1776, foi escrita a Declaração de Independência. (D) Entre 1965 e 1975 ocorreu a guerra do Vietnã: uma batalha sangrenta e custosa, mas que marcou a maior vitória americana na Ásia du- rante o século XX e a derrocada do comunismo naquela região do globo. (E) Liderado por Fulgêncio Batista e patrocinado pe- los Estados Unidos, a Revolução Cubana mar- cou o fim do regime comunista que foi instaura- do na ilha de Cuba por Fidel Castro e Che Guevara. 03 (ESPCEX-AMAN) Em 1781, o general inglês Cornwallis rendeu-se aos revoltosos norte-america- nos, na batalha de Yorktown, dando início às negociações que levaram a Inglaterra a reconhecer os Estados Unidos da América como nação livre. Na formação desse novo estado pode-se destacar (A) um poder central forte e nenhuma autonomia política e administrativa aos estados membros. (B) a adoção do sistema parlamentarista. (C) a participação política dos indígenas e negros. (D) um poder central muito fraco e estados mem- bros com muita autonomia política e adminis- trativa. (E) a formação de um estado com base em ideias oriundas do Iluminismo. 04 (UNESP) Todos os homens são criados iguais, dota- dos pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da feli- cidade. Para assegurar esses direitos, entre os homens se instituem governos, que derivam seus jus- tos poderes do consentimento dos governados. Sempre que uma forma de governo se dispõe a des- truir essas finalidades, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la, e instituir um novo governo, as- sentando seu fundamento sobre tais princípios e organizando seus poderes de tal forma que a ele pa- reça ter maior probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a felicidade. (Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776). In: Harold Syrett (org.). Documentos históricos dos Estados Unidos, 1988.) 382 O documento expõe o vínculo da luta pela indepen- dência das treze colônias com os princípios (A) liberais, que defendem a necessidade de impor regras rígidas de protecionismo fiscal. (B) mercantilistas, que determinam os interesses de expansão do comércio externo. (C) iluministas, que enfatizam os direitos de cida- dania e de rebelião contra governos tirânicos. (D) luteranos, que obrigam as mulheres e os ho- mens a lutar pela própria salvação. (E) católicos, que justificam a ação humana ape- nas em função da vontade e do direito divinos. 05 (G1 - CPS) O século XVIII ficou conhecido como o Século das Luzes. Não pelas inovações energéticas que facilitariam a vida nas cidades, mas sim pela di- fusão de novas ideias diante das "trevas da ignorância" que eram associadas, por exemplo, as ações adotadas pela Igreja em relação à ciência e ao poder. A chamada filosofia Iluminista trouxe pensamentos e valores que nos influenciam até hoje, como liberdade e igualdade. Como consequências diretas destes ideais, naquele contexto, é correto mencionar (A) os movimentos de independência de colônias europeias na América. (B) as grandes navegações espanholas e portugue- sas para a Ásia. (C) a escravização de povos africanos e indígenas na América. (D) o reconhecimento do poder absoluto dos reis na Europa. (E) a criação de estados teocráticos na Europa. 06 (G1 - CFTRJ) Sobre o processo de independência das treze colônias inglesas, podemos afirmar as se- guintes considerações, EXCETO: (A) Teve amplo apoio da Espanha que inclusive li- derou o movimento de emancipação política nas treze colônias, quando estas se enfraqueceram durante a guerra contra a Inglaterra. (B) Contou com a influência das ideias iluministas que questionavam as formas de poder existen- tes, além de divulgar ideais de liberdade. (C) Não trouxe mudanças significativas para os es- cravos tendo em vista que esta forma de traba- lho fora mantida mesmo depois da independên- cia, em 1776. (E) Estabeleceu, no final do movimento, uma nova nação republicana e federalista, mas ainda com características econômicas e sociais bem dis- tintas entre o norte e o sul. PARA RESPONDER À QUESTÃO A SEGUIR, CONSIDE- RE O TEXTO ABAIXO: Os homens reunidos em sociedade (relevem-me este tom meio pedante) estão virtual e tacitamente obrigados a obedecer às leis formuladas por eles mesmos para a con- veniência comum. Há, porém, leis que eles não impuse- 07 (PUCCAMP) A imposição, pelas metrópoles, de leis severas às populações de suas colônias, contribuiu para acirrar movimentos pela independência nas Américas. Isso pode ser constatado ao examinarmos o impacto (A) da aprovação da Reforma Bourbônica nas colô- nias hispânicas, instituindo leis que reforçavam o pacto colonial e o poder da igreja, por meio da Companhia de Jesus, causando, assim, revol- tas populares cujo alvo era a figura do Rei da Espanha. (B) da imposição da Lei do Chá, nas Treze Colôni- as (atuais Estados Unidos), coroando uma sequência de leis consideradas intoleráveis pe- los colonos por restringirem a liberdade de co- mércio e aumentarem a taxação de impostos. (C) da instituição de uma monarquia independente na Nova Espanha (atual México) por sua pró- pria metrópole, a fim de manter elos coloniais sob nova roupagem e sem a interferência da Igreja, causando violenta reação popular. (D) de medidas segregacionistas de cunho racista em Saint Domingue (atual Haiti) pela França, cujo governo censurou os ideais da Revolução Francesa nessa sua colônia caribenha. (E) da aplicação da Devassa no Brasil colonial, co- brança coletiva aplicada reiteradamente para completar a quota de ouro devida à Coroa por- tuguesa que despertou, na população colonial, fortes sentimentos antilusitanos. 08 (ESPCEX-AMAN) Leia as afirmações abaixo. I. Permitiu o acesso à cidadania a todos os norte- americanos. II. Abalou o prestígio do rei na Inglaterra e provou que era possível fazer valer a soberania popu- lar. III. Trouxe prejuízos aos povos indígenas, pois suas terras, localizadas em sua maior parte a oeste do Mississipi, passaram a ser atacadas pelos proprietários de terra e comerciantes de peles de origem europeia. IV. Propiciou a abolição da escravidão nos Esta- dos Unidos. São repercussões imediatas da
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