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22 QUADRO SINÓTICO IMPROBIDADE ADMINISRRATIVA Os agentes públicos podem praticar, no exercício das funções, condutas que ensejam à aplicação de sanções em diversas esferas. Além das repercussões civil, penal e administrativa, é possível a responsabilização do agente público em decorrência da aplicação da Lei de Improbidade Administrativa (LIA) – Lei n. 8.429/92. O dever de punição dos atos de improbidade administrativa tem fundamento constitucional no art. 37, § 4º, da CRFB/88 sendo uma imposição do princípio da moralidade, probidade e, também, da legalidade. O STJ vem sustentando que a LIA não deve ser aplicada para punir meras irregularidades administrativas, erros toleráveis ou transgressões disciplinares (Resp 1.245.622). A Lei de Improbidade Administrativa tem natureza jurídica de lei nacional, e aplica-se em todo âmbito federativo. SUJEITO ATIVO É qualquer agente público, servidor ou não, que atua contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual. Se concorrer com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, a sanção limita- se à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. O conceito de agente público, para efeitos de penalização da LIA, foi legalmente previsto como sendo todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 23 nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. Sujeito ativo também é àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Podem ser punidos também pela Lei de Improbidade os sucessores de quem praticou a conduta. até o limite do valor da herança. RESPONSABILIZAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS STF A Lei de Improbidade não se aplica aos agentes políticos quando a mesma conduta já for punida pela Lei dos Crimes de Responsabilidade – Lei nº 1.079/50. Para que a LIA seja afastada deve haver, de forma simultânea, dois requisitos: (i) o agente político deve estar expressamente incluído entre os puníveis pela Lei n. 1.079/50; e (ii) a conduta precisa estar tipificada na Lei n. 1.079/50 e na Lei n. 8.429/92. STJ Os agentes políticos estão submetidos integralmente à LIA, com exceção do Presidente da República. SUJEITO PASSIVO Administração pública direta; Administração pública indireta; Empresas incorporadas ao patrimônio público ou de entidade cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual: com essa referência, o legislador quis reforçar a inclusão, no rol dos sujeitos passivos dos atos de improbidade, das chamadas empresas governamentais, ou seja, empresas públicas e sociedades de economia mista; Entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, provenientes de órgãos públicos: as pessoas jurídicas privadas, não pertencentes ao Estado, também podem 24 figurar como sujeito passivo de ato de improbidade administrativa desde que recebam algum tipo de vantagem concedida pelo Poder Público, tais como: subvenções, benefícios, incentivos fiscais ou incentivos creditícios; Entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual: o ato de improbidade também pode ser praticado contra as denominadas empresas privadas com participação estatal, isto é, aquelas em que o Estado detenha percentual minoritário na composição do capital votante. ESPÉCIES DE ATOS DE IMPROBIDADE AATOS QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO São consideradas as condutas mais graves O agente público aufere dolosamente uma vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade pública. SANÇÕES: Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio Ressarcimento integral do dano, quando houver Perda da função pública Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos. São os casos em que o agente público causa lesão ao erário por meio de ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, 25 ATOS QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades públicas mencionadas na Lei. Envolvem condutas de gravidade intermediária. Segundo o Superior Tribunal de justiça, para a caracterização desse tipo de ato de improbidade, exige-se a comprovação efetiva de dano. SANÇÕES Ressarcimento integral do dano Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância Perda da função pública; Suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos; Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos. ATOS QUE ATENTAM CONTRA PRINCÍPIOS Os atos de improbidade que atenta contra princípios administrativos - descritos no art. 11 da LIA - envolvem as condutas de menor gravidade. Para configuração de tal espécie de atos, exige-se a atuação dolosa do sujeito ativo. SANÇÕES Ressarcimento integral do dano, se houver Perda da função pública Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente 26 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. ATOS DECORRENTES DE CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIO FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO Tipifica qualquer ação ou omissão visando conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário que reduza a alíquota do Imposto sobre Serviços (ISS) para patamar inferior a 2% (dois por cento), nos termos do art. 8º-A da Lei Complementar n. 157/2016, inclusive sobre o serviço proveniente ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. Admite apenas a modalidade dolosa. SANÇÕES Perda da função pública Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos Multa civil de até 3 vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS Como regra, o resultado em um processo não interfere nos demais em razão da independência das instâncias. Porém, que a absolvição criminal por negativa de autoria ou por insistência do fato são as únicas capazes de interferir nas outras esferas. DECLARAÇÃO DE BENS Visando prestigiar a moralidade, a lei determina que a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores de seu patrimônio privado. O agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa será punido com pena de demissão sem prejuízo de outras sanções cabíveis. 27 A declaração de bens será atualizada anualmente e também na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo,emprego ou função. MEDIDAS CAUTELARES Qualquer pessoa que tenha ciência da prática de ato de improbidade pode representar à autoridade administrativa competente para que realize as investigações pertinentes e apure o ocorrido. Tal representação deverá ser feita por escrito ou, se oral, reduzida a termo e assinada, devendo obrigatoriamente conter a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação de provas. Em havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do sujeito ativo que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. O Ministério Público e a pessoa jurídica prejudicada pela improbidade poderão, quando for o caso, formular pedido de medida cautelar preparatória ou incidental para decretar: Indisponibilidade dos bens do indiciado; Sequestro, investigação, exame ou bloqueio de bens; Bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior; Afastamento cautelar do agente público pelo prazo máximo de 180 dias. PROCESSO JUDICIAL A ação de improbidade administrativa deve ser proposta na primeira instância e sua tramitação segue o rito ordinário, aplicando-se subsidiariamente as regras da Lei de Ação Civil Pública - Lei nº 7.347/85. Não, via de regra, foro determinado por prerrogativa de função. A legitimidade ativa para propositura da ação é do Ministério Público e da pessoa jurídica prejudicada. Porém, nada impede que a ação seja proposta somente pelo Ministério Público. A ausência no feito da pessoa jurídica de direito público cujo ato seja objeto de impugnação não gera, por si, vício processual. 28 Quando não for autor, o Ministério Público obrigatoriamente atuará como fiscal da lei, sob pena de nulidade do processo. Estando a inicial em termos, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, a chamada defesa prévia, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias. Recebida a defesa prévia, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. Se resolver pelo prosseguimento da ação, realizará a citação do réu para contestar o feito. APLICAÇÃO DAS PENALIDADES A condenação pela prática de ato de improbidade administrativa e a aplicação das sanções correspondentes somente serão legítimas se houver estrita observância do rito específico previsto na Lei n. 8.429/92. PRESCRIÇÃO Até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança. Havendo reeleição, o prazo se inicia a partir do encerramento do último mandato. Se o agente público exercer cumulativamente cargo efetivo e cargo comissionado, ao tempo do ato reputado ímprobo, há de prevalecer o primeiro, para fins de contagem prescricional. Dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. Em regra, tal prazo também é de 5 anos. Nesse caso, o prazo corre a partir da data em que foi praticado o ato de improbidade. Quando um particular pratica ato de improbidade administrativa, se lhe aplicam os prazos prescricionais incidentes aos demais demandados ocupantes de cargos públicos. Em relação a pena de ressarcimento a ação de improbidade administrativa é imprescritível. 29 QUESTÕES COMENTADAS Questão 1 ( CESPE - 2020 - TJ-PA - Oficial de Justiça - Avaliador) Em uma ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público, foi proferida sentença de procedência dos pedidos, com aplicação da sanção de perda da função pública ao réu, que é servidor público. A respeito dessa situação hipotética, é correto afirmar que a imposição da referida sanção A) depende da comprovação de dano financeiro ao patrimônio público, sendo imprescindível, para aplicação da pena, aguardar o trânsito em julgado da sentença. B) depende da comprovação de efetivo dano financeiro ao patrimônio público, podendo a pena, por ter natureza política, ser efetivada antes do trânsito em julgado da sentença. C) independe de ter sido comprovado dano financeiro ao patrimônio público, sendo imprescindível, para a efetivação da pena, aguardar o trânsito em julgado da sentença. D) independe de ter sido comprovado dano financeiro ao patrimônio público, podendo a pena, por ter natureza administrativa, ser efetivada antes do trânsito em julgado da sentença. E) independe de ter sido comprovado dano financeiro ao patrimônio público, mas a pena, por ter natureza penal, só poderá ser efetivada após o trânsito em julgado da sentença. Comentário: 30 A condenação pela prática de ato de improbidade administrativa e a aplicação das sanções correspondentes somente serão legítimas se houver estrita observância do rito específico previsto na Lei n. 8.429/92. Ademais, deve-se ter em mente que a efetivação da suspensão dos direitos políticos e a perda do cargo somente ocorre com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Questão 2 (CESPE - 2020 - TJ-PA - Analista Judiciário - Área Administração) Acerca de improbidade administrativa, assinale a opção correta. A) A administração pública não pode demitir com base em ato de improbidade administrativo, salvo se o requerido já houver sido condenado judicialmente por ato de improbidade. B) Não é viável a condenação por ato de improbidade administrativa com base exclusivamente em culpa, mas tão somente em dolo. C) Ainda que determinado ato ímprobo tenha ocorrido no primeiro mandato, a prescrição contra agente político reeleito inicia-se somente com o fim do segundo mandato. D) Terceiro que não seja agente público, mas que concorra para a prática de ato de improbidade, responde somente civil e penalmente, não podendo ser réu em ação de improbidade administrativa. E) A perda da função pública, tal como a suspensão dos direitos políticos, opera-se a partir da condenação judicial em segunda instância. Comentário: O art. 23 da Lei n. 8.429/92 determina que as ações destinadas a levar a efeito as sanções decorrentes de improbidade administrativa poderão ser propostas: 31 Até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança. Havendo reeleição, o prazo se inicia a partir do encerramento do último mandato. Questão 3 ( FCC - 2019 - DPE-AM - Assistente Técnico de Defensoria - Assistente Técnico Administrativo) Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica e de outras previstas na própria Lei nº 8.429/1992, o responsável pelo ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública está sujeito A) à perda dos direitos civis e políticos por até 12 anos. B) ao pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente. C) à perda do cargo e à declaração de incapacidade permanente para investidura em função pública. D) à suspensão da licença para exercício de profissão relacionada à prática do ato de improbidade. E) à censura pública em publicação oficial ou privada de grande circulação. Comentário: Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato (art. 12, III, da LIA): a) ressarcimento integral do dano, se houver; 32 b) perdada função pública; c) suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos; d) pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; e e) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. Questão 4 (IF-BA - 2019 - IF Baiano - Assistente Em Administração) No que tange à Lei de Improbidade Administrativa, assinale a afirmativa incorreta. A) Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. B) Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. C) A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente, sendo punido com advertência o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. D) Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, dentre outros, frustrar a licitude de concurso público. 33 E) No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Comentário: A declaração deverá indicar imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico. É certo que este dispositivo legal visa a permitir uma efetiva fiscalização sobre a evolução patrimonial do agente público, especialmente para evitar a prática de atos ímprobos que importem em enriquecimento ilícito do agente. O agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa será punido com pena de demissão sem prejuízo de outras sanções cabíveis. Questão 5 (MPE-GO - 2019 - MPE-GO - Promotor de Justiça - Reaplicação) Acerca da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/92) e do atual entendimento do STJ (Superior Tribunal de Justiça) a respeito do tema, assinale a alternativa incorreta: A) O termo inicial da prescrição em improbidade administrativa em relação a particulares que se beneficiam de ato Ímprobo é idêntico ao do agente público que praticou a ilicitude. B) É possível a decretação da indisponibilidade de bens do promovido em ação de responsabilidade por ato de improbidade administrativa, quando ausente (ou não demonstrada) a prática de atos (ou a sua tentativa) que induzam a conclusão de risco de alienação, oneração 34 ou dilapidação patrimonial de bens do acionado, dificultando ou impossibilitando o eventual ressarcimento futuro. C) O Ministério Público Federal È quem possui legitimidade recursal para atuar como parte nas ações de improbidade administrativa que tramitam no ‚âmbito do Superior Tribunal de Justiça, reservando-se ao Ministério Público Estadual a atuação nas instâncias ordinárias como parte ou fiscal da lei. D) Nas ações de improbidade administrativa é admissível a utilização da prova emprestada, colhida na persecução penal, desde que assegurado o contraditório e a ampla defesa. Comentário: O Ministério Público estadual possui legitimidade recursal para atuar como parte no Superior Tribunal de Justiça nas ações de improbidade administrativa, reservando-se ao Ministério Público Federal a atuação como fiscal da lei (AgRg no AREsp 1323236/RN). Questão 6 (Quadrix - 2019 - Prefeitura de Jataí - GO - Analista Administrativo) De acordo com a Lei n.º 8.429/1992, os atos de improbidade administrativa que importam em enriquecimento ilícito poderão ser punidos, isolada ou cumulativamente, com as seguintes cominações: A) ressarcimento integral do dano, se houver; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos; pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. 35 B) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano, quando houver; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos; pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos. C) perda da função pública; suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos; e multa civil de até três vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. D) ressarcimento integral do dano; perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos; pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos. E) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano, quando houver; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos; pagamento de multa civil de até cinco vezes o valor do acréscimo patrimonial; e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos. Comentário: O sujeito ativo do ato de improbidade que importa enriquecimento ilícito está sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato (art. 12, I, da LIA): a) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; 36 b) ressarcimento integral do dano, quando houver; c) perda da função pública; d) suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos; e) pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; e f) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos. Questão 7 (Quadrix - 2019 - CRA-PA - Técnico em Administração) No que se refere à improbidade administrativa, julgue o item. O sucessor poderá ser atingido pelas sanções pecuniárias por ato de improbidade administrativa até o limite da herança. Certo Errado Comentário: Podem ser punidos também pela Lei de Improbidade os sucessores de quem praticou a conduta. É que o artigo 8º da LIA prevê que o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeitoàs cominações desta lei até o limite do valor da herança. Questão 8 37 (Quadrix - 2019 - CRA-PA - Técnico em Administração) No que se refere à improbidade administrativa, julgue o item. O bloqueio de bens, visando a garantir eventual futuro ressarcimento ao erário, somente poderá alcançar o patrimônio do agente preexistente à prática do suposto ato ímprobo. Certo Errado Comentário: A Indisponibilidade dos bens do indiciado: recai sobre parcela de seu patrimônio que assegure integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. Deve-se atentar para o objetivo da medida: se o objetivo da medida for assegurar a aplicação futura da sanção de ressarcimento ao erário, a indisponibilidade pode alcançar os bens adquiridos antes ou depois da prática dos atos de improbidade, além de levar em consideração o valor de possível multa civil como sanção autônoma (STJ: Resp 1461892/BA). Porém, se a finalidade for assegurar a aplicação da futura pena de perdimento de bens ou valores acrescidos ilicitamente, a indisponibilidade deve atingir apenas os bens adquiridos posteriormente ao ilícito (STJ: RMS 6197). Questão 9 (CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto.) À luz da Lei n.º 8.429/1992, assinale a opção correta, a respeito de improbidade administrativa. A) Se a lesão ao patrimônio público decorrer de ato comissivo, o ressarcimento será devido independentemente da existência de dolo; se decorrer de ato omissivo, o ressarcimento somente será devido se o ato tiver sido doloso. 38 B) A representação para instauração de investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade pode ser apresentada por qualquer cidadão, desde que se comprove estar em gozo dos direitos políticos. C) Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, seja ele servidor público ou não, sujeitam-se à referida lei. D) Os empregados de entidade cuja receita anual seja total ou parcialmente custeada pelo erário sujeitam-se à referida lei, desde que exerçam função remunerada. E) O Ministério Público deve obrigatoriamente figurar no polo ativo dos processos de improbidade administrativa, sob pena de nulidade. Comentário: Cuida-se de assertiva em sintonia com a norma do art. 1º, caput, da Lei 8.429/92, que assim estabelece: "Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei." Questão 10 (Quadrix - 2019 - CRA-PA - Técnico em Administração) No que se refere à improbidade administrativa, julgue o item. 39 Diante das suspeitas de prática de ato de improbidade administrativa, a Administração poderá, de ofício, bloquear bens do agente público, visando a garantir eventual futuro ressarcimento ao erário. Certo Errado Comentário: Em havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do sujeito ativo que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. 40 GABARITO Questão 1 - C Questão 2 - C Questão 3 - B Questão 4 - C Questão 5 - C Questão 6 - B Questão 7 - CERTO Questão 8 - ERRADO Questão 9 – C Questão 10 – ERRADO
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