Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 1/73 TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITOTÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO II EIXO DE DIREITOEIXO DE DIREITO ADMINISTRATIVO EADMINISTRATIVO E FILOSOFIA DO DIREITOFILOSOFIA DO DIREITO Autor: Me. Thiago Cesar Giazzi Revisor : Lar issa Gonçalves IN IC IAR 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 2/73 introdução Introdução Nesta unidade serão tratadas duas disciplinas da formação em Direito. Primeiramente o Direito Administrativo com suas vertentes sobre o tratamento jurídico dos agentes públicos, dos contratos administrativos e da organização da administração pública, tudo contextualizado pelos princípios da administração pública, responsáveis pela base do direito público no ordenamento jurídico brasileiro. A segunda disciplina é a Filoso�a do Direito, com o recorte dos principais pensamentos que in�uenciaram e in�uenciam as discussões sobre a norma, a justiça, o processo e o Direito. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 3/73 Neste tópico será tratado do Direito Administrativo enquanto disciplina autônoma do Direito, fundado em sua estrutura normativa e princípios próprios. Para o recorte escolhido, pautado nas principais questões abordadas pelo exame de ordem, tratar-se-á da estrutura da administração pública, sua organização e seu pessoal, os agentes públicos. Princípios Informadores Destaca-se dois princípios que, em que pese não possuir fundamento normativo expresso, participam da construção histórica do próprio Direito Administrativo. Princípio da supremacia do interesse público sobre o particular proclama a superioridade do interesse da coletividade �rmando a prevalência dele sobre o particular. Quando em con�ito, o interesse público sempre prevalece sobre o particular. Signi�ca que o Poder Público se DireitoDireito Administrativo - 1ªAdministrativo - 1ª ParteParte 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 4/73 encontra em situação de autoridade relativamente aos particulares como condição indispensável para gerir os interesses públicos postos em confronto. (NOHARA, 2019) Para evitar interpretação retrógrada e antidemocrática, diz-se que a supremacia do interesse público deve ser identi�cada pelo interesse constitucional, estando a vontade pública também sujeita aos limites constitucionais da dignidade da pessoa humana, direitos fundamentais e formalidades democráticas (MADALENA, 2016) Princípio da indisponibilidade dos interesses públicos pela Administração signi�ca que, sendo quali�cados como de titularidade da coletividade, os interesses públicos não se encontram à livre disposição daqueles que exercem a função pública ou de qualquer ente privado por serem inapropriáveis (NOHARA, 2019). Na administração pública não há liberdade pessoal de modo que o administrador não pode dispor dos interesses públicos como bem quiser, mas deve sempre obedecer a vontade da lei. Princípios Constitucionais Especí�icos da Administração Todo o conjunto normativo de direito público, pautado na ação da administração pública, seja em qualquer vertente das funções públicas do Executivo, Legislativo e Judiciário, é pautado na base criada pelos princípios constitucionais atinentes à administração, mnemonicamente vinculados à sigla LIMPE, sendo eles: legalidade, impessoalidade, moralidade administrativa, publicidade e e�ciência, conforme previsto no Art. 37 da Constituição Federal (LENZA, 2020). 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 5/73 Legalidade Deve o administrador se pautar pela determinação da lei. A legalidade administrativa vincula a vontade do ato ao conteúdo da norma (Lei, portaria, edital). Somente pode agir naquilo que a lei determina, caso haja omissão da norma, não pode o administrador utilizar de sua própria vontade para suprir a vontade da legalidade estrita. Impessoalidade Devem os atos administrativos serem impessoais quanto aos agentes administrativos de modo a não realizar benefícios ou malefícios em razão da pessoa que está investido no cargo também, geralmente, impõe impessoalidade no sentido de o órgão público que realizou o ato assumir a responsabilidade, perpassando da pessoa de seu agente. Moralidade Administrativa A atuação do administrador, dos agentes administrativos, o objetivo dos atos administrativos deve ser ético. Corresponde ao ideal de universalidade (hipótese de repetir-se o ato sem ocasionar danos ou prejuízos) de forma objetiva (sem levar em consideração as intenções 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 6/73 subjetivas do agente). O ato será revestido de moralidade quando for adequado ao �m que se destina, conforme a determinação da lei. Não há ligação direta da aceitação popular quanto aos costumes, crenças ou atos privados praticados pelo administrador, mas os atos realizados pela administração pública são adequados (pelo procedimento) a atingir um �m previsto na lei. Ex. Ainda que seja realizado o procedimento licitatório corretamente, é imoral a compra de latas de leite condensado em valores e exorbitantes pelo ente da administração pública. Publicidade Ressalvadas as hipóteses de sigilo privado ou de proteção ao Estado previstas na Constituição, todos os atos administrativos devem ser públicos e publicizados. Deve haver permissão de que a população assista os atos, reuniões, con�ram portais da transparência para visualizar o destino do dinheiro público e assim democratizar a administração e o controle. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 7/73 Quadro 4.1: Princípios Constitucionais da Administração Pública Fonte: Elaborado pelo autor. #PraCegoVer : o quadro traz o conceito dos princípios constitucionais da administração pública. Em sua primeira linha traz a Legalidade. Deve o administrador se pautar pela determinação da lei. A legalidade administrativa vincula a vontade do ato ao conteúdo da norma (Lei, portaria, edital). Somente pode agir naquilo que a lei determina, caso haja omissão da norma, não pode o administrador utilizar de sua própria vontade para suprir a vontade da legalidade estrita. Em sua segunda linha traz a Impessoalidade. Devem os atos administrativos serem impessoais quanto aos agentes administrativos de modo a não realizar benefícios ou malefícios em razão da pessoa que está investido no cargo também, geralmente, impõe impessoalidade no sentido de o órgão público que realizou o ato assumir a responsabilidade, perpassando da pessoa de seu agente. Em sua terceira linha a Moralidade Administrativa. A atuação do administrador, dos agentes administrativos, o objetivo dos atos administrativos deve ser ético. Corresponde ao ideal de universalidade (hipótese de repetir-se o ato sem ocasionar danos ou prejuízos) de forma objetiva (sem levar em E�ciência E�ciência é um conceito matemático do melhor resultado em um menor tempo. Sendo assim, a administração pública deve agir de forma a gastar o menor valor possível pela aquisição de produtos ou serviços, garantindo o esperado resultado destes, e agir de forma a entregar à população em um tempo viável, mais breve possível sem que ocasione prejuízos. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 8/73 consideração as intenções subjetivas do agente). O ato será revestido de moralidade quando foradequado ao �m que se destina, conforme a determinação da lei. Não há ligação direta da aceitação popular quanto aos costumes, crenças ou atos privados praticados pelo administrador, mas os atos realizados pela administração pública são adequados (pelo procedimento) a atingir um �m previsto na lei. Ex. Ainda que seja realizado o procedimento licitatório corretamente, é imoral a compra de latas de leite condensado em valores e exorbitantes pelo ente da administração pública. Em sua quarta linha a Publicidade. Ressalvadas as hipóteses de sigilo privado ou de proteção ao Estado previstos na Constituição, todos os atos administrativos devem ser públicos e publicizados. Deve haver permissão de que a população assista os atos, reuniões, con�ram portais da transparência para visualizar o destino do dinheiro público e assim democratizar a administração e o controle. Em sua quinta linha a E�ciência. E�ciência é um conceito matemático do melhor resultado em um menor tempo. Sendo assim, a administração pública deve agir de forma a gastar o menor valor possível pela aquisição de produtos ou serviços, garantindo o esperado resultado destes, e agir de forma a entregar à população em um tempo viável, mais breve possível sem que ocasione prejuízos. Outros princípios informadores aplicáveis 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 9/73 Motivação Decorrente da legalidade e da publicidade, obriga o administrador a, em todos os atos que pratica, independentemente de ser discricionário ou não, realizar a fundamentação na norma que o autoriza ou obriga a realização. Razoabilidade Pautado na moralidade e na e�ciência, dispõe que o administrador deve ponderar o interesse público em seus atos, buscando alcançar o máximo de sujeitos bene�ciados pelo gasto do dinheiro público. Finalidade Pública Com histórico surgido em razão da supremacia do interesse público, impõe uma prioridade deste sobre o interesse privado, devendo o administrador agir de forma a atingir os objetivos constitucionais, sob pena de vício do ato. Continuidade Estando a administração pública responsável por entregar os bens e serviços de efetivação de direitos sociais ao cidadão, estes devem ser ininterruptos, de modo a não ocasionar 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 10/73 Quadro 4.2: Princípios secundários da administração pública Fonte: Elaborado pelo autor. desamparo dos serviços públicos à sociedade. Autotutela Princípio consagrado na Súmula 473 do STF, segunda a qual “[...] a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Veja que a atuação da Administração ocorre de ofício ou mediante a provocação do prejudicado, consistindo em anular atos ilegais, com efeitos retroativos (ex tunc) e revogar atos legais, porém, inconvenientes ou inoportunos, respeitando-se, neste último caso os direitos adquiridos, já que o ato revogado era legal e produziu efeitos válidos, levando-se à conclusão que na revogação os efeitos não retroagem (são ex nunc).” 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 11/73 #PraCegoVer : o quadro traz os conceitos dos princípios secundários da administração pública. Na primeira linha traz a Motivação. Decorrente da legalidade e da publicidade, obriga o administrador a, em todos os atos que pratica, independentemente de ser discricionário ou não, realizar a fundamentação na norma que o autoriza ou obriga a realização. É a obrigatoriedade da demonstração dos fundamentos de fato e de direito que levaram o Administrador a editar o ato administrativo. Na segunda linha a Razoabilidade. Pautado na moralidade e na e�ciência, dispõe que o administrador deve ponderar o interesse público em seus atos, buscando alcançar o máximo de sujeitos bene�ciados pelo gasto do dinheiro público. Na terceira linha a Finalidade Pública. Com histórico surgido em razão da supremacia do interesse público, impõe uma prioridade deste sobre o interesse privado, devendo o administrador agir de forma a atingir os objetivos constitucionais, sob pena de vício do ato. Na quarta linha a Continuidade. Estando a administração pública responsável por entregar os bens e serviços de efetivação de direitos sociais ao cidadão, estes devem ser ininterruptos, de modo a não ocasionar desamparo dos serviços públicos à sociedade. Na quinta linha a Autotutela. Princípio consagrado na Súmula 473 do STF, segunda a qual “[...] a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá- los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Veja que a atuação da Administração ocorre de ofício ou mediante a provocação do prejudicado, consistindo em anular atos ilegais, com efeitos retroativos (ex tunc) e revogar atos legais, porém, inconvenientes ou inoportunos, respeitando-se, neste último caso os direitos adquiridos, já que o ato revogado era legal e produziu efeitos válidos, levando-se à conclusão que na revogação os efeitos não retroagem (são ex nunc).” 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 12/73 Atos Administrativos e Atos da Administração Atos são a materialização de uma atividade, são os negócios jurídicos, os contratos, os pareceres, as portarias, as normativas. A administração pública realiza em nome do órgão e na pessoa do administrador inúmeros atos, agindo no mundo fático e sendo normatizado pelo Direito. ATO DA ADMINISTRAÇÃO = GÊNERO – qualquer ato praticado pela Administração no exercício de sua função. ATO ADMINISTRATIVO = ESPÉCIE DE ATO DA ADMINISTRAÇÃO – São atos com aptidão de criar, extinguir ou modi�car direitos, devendo ser fundamentados e motivados na lei, regidos pelo regime jurídico de direito público (diferenciando dos negócios jurídicos privados). Os atos administrativos são sujeitos ao controle interno e externo, principalmente quanto aos critérios de legalidade e moralidade. Ato da Administração é todo ato praticado no exercício da função administrativa, seja qual for o regime jurídico (podendo, portanto, praticar ato de regime jurídico privado). É o fato jurídico praticado pela administração pública, não produzindo efeitos patrimoniais ou de alteração de obrigações jurídicas. Ex. a escavação de rede de esgoto. Elementos ou Pressupostos dos Atos Administrativos Todo ato jurídico, seja qual for o regime que se lhe aplica, possui sempre três elementos: agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei, conforme disposto no art. 104 do Código Civil. Todavia, os atos administrativos têm acrescentado mais 2 elementos:, motivos e �nalidade. Assim, cinco são os elementos de qualquer ato administrativo: agente, forma, objeto, motivos e �nalidade. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 13/73 AGENTE Deve ser capaz (capacidade de assumir obrigações) e competente (investido de competência pela lei). OBJETO Deve ser lícito (legalidade), possível, determinável e moral (adequado ao �m público de interesse constitucional) FORMA Possível forma verbal, por sinais (agente de trânsito) e outras formas que a lei determine (contrato, licitação, legislação etc.) MOTIVO Todo ato administrativo deve possuir uma motivação de fato (correspondente ao disparode um dever de agir do Estado para proteção ou entrega de direitos de prestações positivas estatais) e uma motivação jurídica (correspondente à previsão de norma jurídica que autorize ou determine que o agente público realize a atividade). FINALIDADE A �nalidade do ato administrativo está ligada ao princípio da moralidade. O ato que não atinge ou se reveste de moralidade para alcançar a �nalidade esperada é 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 14/73 Quadro 4.3: Elementos do ato administrativo Fonte: Elaborado pelo autor #PraCegoVer : o quadro traz informações sobre os elementos do ato administrativo, trazendo o conceito de cada elemento. A primeira linha traz o AGENTE, que deve ser capaz (capacidade de assumir obrigações) e competente (investido de competência pela lei). A segunda linha traz o OBJETO que deve ser lícito (legalidade), possível, determinável e moral (adequado ao �m público de interesse constitucional). A terceira linha traz a FORMA. É possível forma verbal, por sinais (agente de trânsito) e outras formas que a lei determine (contrato, licitação, legislação etc.) A quarta linha traz o MOTIVO. Todo ato administrativo deve possuir uma motivação de fato (correspondente ao disparo de um dever de agir do Estado para proteção ou entrega de direitos de prestações positivas estatais) e uma motivação jurídica (correspondente à previsão de norma jurídica que autorize ou determine que o agente público realize a atividade). Diferente de motivação que é a justi�cativa jurídica da realização do ato, o motivo é o gatilho para sua realização. A quinta linha traz a FINALIDADE. A �nalidade do ato administrativo está ligada nulo de pleno direito e dispara responsabilidades. Existe o dever constitucional de a administração pública agir conforme o interesse social e nos ditames da legalidade. Portanto o ato administrativo deve ser objetivo em sua �nalidade (seja o exercício do poder de polícia, a entrega de bens e serviços públicos, a criação de normas e regulamentação da sociedade), não podendo se desviar da mesma. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 15/73 ao princípio da moralidade. O ato que não atinge ou se reveste de moralidade para alcançar a �nalidade esperada é nulo de pleno direito e dispara responsabilidades. Existe o dever constitucional de a administração pública agir conforme o interesse social e nos ditames da legalidade. Portanto o ato administrativo deve ser objetivo em sua �nalidade (seja o exercício do poder de polícia, a entrega de bens e serviços públicos, a criação de normas e regulamentação da sociedade), não podendo se desviar da mesma. Atributos Atos Administrativos Presunção de legitimidade ou legalidade . É relativa a presunção de que os atos administrativos realizados sejam revestidos de legalidade e exercidos pelo agente administrativo competente para realização do ato e, por isso, gerem efeitos devendo ser cumpridos. Presunção de veracidade . presunção relativa, que garante ao administrador a inversão do ônus da prova contra quem alegar o contrário, sobre a veracidade do motivo que gerou o ato (ex. necessidade de abertura de procedimento licitatório, necessidade de contratação de pessoal). Imperatividade . o ato administrativo é um ato imperativo, pois revestido de coercibilidade obriga a todos o seu cumprimento. Autoexecutoriedade . Diz respeito ao poder da administração pública em executar, utilizando de medidas de coerção para tal, se necessárias, os atos e ordens que ela mesma produz em sua função. Desta forma, não há necessidade de provocar outra função pública para o cumprimento dos atos administrativos. Tipicidade . Todos os atos administrativos são nominados, vedado a prática de atos inominados, pois para cada necessidade de prática de ato 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 16/73 administrativo já existe na legislação a previsão da tipicidade de qual ato deve ser realizado conforme a sua �nalidade. Classi�icação dos Atos Administrativos Para melhor interpretar e entender os atos administrativos, passa-se a expor formas de classi�cação, conforme critérios mais recorrentes. A) Classi�cação quanto à formação da vontade . Aqui os atos podem ser simples, complexos e compostos. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 17/73 Quadro 4.4: Atos administrativos quanto á manifestação de vontade Fonte: Elaborado pelo autor. #PraCegoVer : trata-se de quadro que traz em sua primeira linha o conceito do ato administrativo classi�cado, quanto à manifestação de vontade, como ato SIMPLES, pois a manifestação da vontade, manifestada da chancela e assinatura do agente investido, é realizada por um único órgão (seja colegiado ou singular). Na segunda linha os atos COMPLETOS. A vontade manifestada deve ser chancelada por dois ou mais órgãos da administração (sanção e referendo, por exemplo). Na terceira linha os atos COMPOSTOS, sendo aqueles atos que para o aperfeiçoamento e alcance da �nalidade devem ser realizados por dois SIMPLES A manifestação da vontade, manifestada da chancela e assinatura do agente investido é realizada por um único órgão (seja colegiado ou singular). COMPLETOS A vontade manifestada deve ser chancelada por dois ou mais órgãos da administração (sanção e referendo, por exemplo). COMPOSTOS São aqueles atos que para o aperfeiçoamento e alcance da �nalidade devem ser realizados por dois ou mais atos diferentes. Ex. ordem de compra de um secretário de obras e a autorização do secretário de fazenda. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 18/73 ou mais atos diferentes. Ex. ordem de compra de um secretário de obras e a autorização do secretário de fazenda. Classi�cação quanto ao grau de liberdade . Importantíssima classi�cação que pretende diferenciar atos que possibilitam ou não uma certa margem de escolha pelo administrador, sempre com fulcro na lei. Aqui fala-se em atos vinculados e discricionários. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 19/73 Quadro 4.5: Ato vinculado e discricionário Fonte: Elaborado pelo autor. ATO VINCULADO Todos os elementos devem estar previstos em Lei, estando o administrador público como executor da conduta determinada pela Lei. agente competente; objeto; forma; �nalidade; motivos ATO DISCRICIONÁRIO A Lei prevê que o administrador ao executar a conduta tenha o poder (inferido pela investidura de seu cargo) de escolher, conforme a razoabilidade de um juízo (julgamento) de oportunidade (o momento e contexto) e conveniência (atendimento ao interesse social, constitucional), como cumprirá o elemento do ato. agente competente (sempre previsto em lei); objeto (pode não estar previsto) = aqui está a margem de escolha; forma (sempre prevista em lei); �nalidade (sempre prevista em lei); motivos (podem não estar previstos) = aqui está a margem de escolha. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 20/73 #PraCegoVer : quadro com os conceitos e elementos dos atos administrativos. Na primeira linha o ATO VINCULADO. Todos os elementos devem estar previstos em Lei, estando o administrador público como executor da conduta determinada pela Lei. São seus elementos: agente competente; objeto; forma; �nalidade; motivos. Na segunda linha o ATO DISCRICIONÁRIO. A Lei prevê que o administrador ao executar a conduta tenha o poder (inferidopela investidura de seu cargo) de escolher, conforme a razoabilidade de um juízo (julgamento) de oportunidade (o momento e contexto) e conveniência (atendimento ao interesse social, constitucional), como cumprirá o elemento do ato. São seus elementos: agente competente (sempre previsto em lei); objeto (pode não estar previsto) = aqui está a margem de escolha; forma (sempre prevista em lei); �nalidade (sempre prevista em lei); motivos (podem não estar previstos) = aqui está a margem de escolha. Espécies de Atos Administrativos São as espécies de atos administrativos (obedecendo a tipicidade): admissão, permissão, autorização, aprovação, homologação, licença, delegação, concessão, dispensa e adjudicação: admissão: consiste em ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público. Ex.: admissão nos hospitais e escolas públicas. permissão: é o ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta ao particular a execução de um serviço ou a utilização de um bem público. autorização: é o ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração faculta ao particular o desempenho de atividade 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 21/73 material ou a prática de ato que, sem esse consentimento, seriam legalmente proibidos. aprovação: é o ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori do ato administrativo. Ex.: Compete ao Congresso Nacional aprovar o estado de defesa e a intervenção federal. Cabe ao Senado Federal aprovação prévia para a escolha de Governadores do Território. homologação: é ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece a legalidade de um ato jurídico. Ex.: ato da autoridade competente que homologa o procedimento licitatório (ARAÚJO, 2018). Anulação, Revogação e Extinção dos Atos Administrativos Principais formas de extinção dos atos administrativos: Pela produção dos seus efeitos jurídicos; saibamais Saiba mais Separamos um edital de licitação com todo o processo informado. Para �xação do conteúdo ver a prática é muito importante. ACESSAR https://crpsc.org.br/processo-licitatorio-n-04-2016-revistas 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 22/73 Pela cassação; Pela contraposição; Pelo desaparecimento do agente; Pelo desaparecimento do objeto. Via de regra, os atos administrativos extinguem-se pela produção dos efeitos previstos e desejáveis. Pode-se, ainda, extinguir pela cassação que é a retirada de um ato vinculado que não cumpriu a legalidade para dar a alguém a autorização ou vantagem pela administração pública.. Também se extingue um ato administrativo pela contraposição, ou seja, quando um novo ato administrativo é realizado em sentido contrário ao ato anterior. Extingue-se, ainda, com o desaparecimento do agente bene�ciado pelo ato (ou pelo desaparecimento do objeto do ato administrativo, quando há morte ou perdimento. Um ato administrativo pode extinguir-se também pela anulação (ou também chamada de invalidação) e a revogação, compreendendo seus efeitos, natureza, limites e órgãos competentes para tal extinção. Começamos, assim, pela anulação ou invalidação dos atos administrativos. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 23/73 A anulação ou invalidação dos atos administrativos é uma forma de extinção pela qual a Administração ou o Poder Judiciário retira um ato administrativo ilegal com efeitos ex tunc, que retroagem à data de sua edição. Atente-se, portanto, para as seguintes características da anulação ou invalidação: refere-se à extinção de ato ilegal, que foi editado em desconformidade com a lei; sua retirada produz efeitos retroativos, uma vez que o ato nulo é considerado nulo desde sua edição; pode ser decretada pela própria administração, de ofício ou por provocação do interessado; pode ser decretada pelo Poder Judiciário, mas dependerá sempre de provocação; refere-se tanto a ato vinculado, como a ato discricionário (ARAUJO, 2018). reflita Re�ita De forma sucinta e esquematizada, segue: ANULAÇÃO = ATO ILEGAL = EFEITOS EX TUNC = CABE PARA ATO VINCULADO E DISCRICIONÁRIO = PODE SER DECRETADA PELO JUDICIÁRIO E PELA ADMINISTRAÇÃO REVOGAÇÃO = ATO LEGAL = EFEITOS EX NUNC = CABE SOMENTE PARA ATO DISCRICIONÁRIO = PODE SER DECRETADA APENAS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 24/73 Dessa forma, não se pode esquecer que tanto o ato vinculado como o ato discricionário possuem elementos previstos em lei e, se algum deles for praticado em desconformidade com a lei, será considerado ilegal e poderá ser invalidado ou anulado. Conclusão é que a invalidação serve tanto para ato vinculado como ato discricionário ilegal e pode ser decretada tanto pela Administração como pelo Poder Judiciário. Revogação dos atos administrativos é uma forma de extinção do ato pela qual a Administração retira um ato administrativo legal, conforme a lei, porém que não é mais conveniente ou oportuno ao interesse público, com efeitos que não retroagem, portanto, ex nunc, uma vez que se trata de retirada de ato legal e deve-se, assim, respeitar os direitos até então adquiridos. Ademais, a revogação é forma de extinção que somente e tão somente é utilizada para atos administrativos discricionários, porque somente estes possuem mérito de conveniência e oportunidade do interesse público, já que apenas estes permitem escolha pelo administrador baseada nestes critérios de conveniência e oportunidade. A conclusão importante é que ato administrativo vinculado nunca poderá ser revogado, pois este não tem mérito administrativo de escolha por critério de conveniência e oportunidade (NOHARA, 2019). Somente atos administrativos discricionários podem ser revogados. Além disso, o único órgão competente para a revogação de um ato administrativo é a própria Administração, já que o Poder Judiciário não poderá analisar o mérito administrativo do ato, espaço reservado com exclusividade ao administrador, sob pena de violação da separação de poderes. Assim, somente a Administração pode revogar ato administrativo discricionário. Poder Judiciário não revoga ato administrativo. Mas isso não signi�ca que o Poder Judiciário não possa apreciar um ato administrativo discricionário. Este poderá perfeitamente ser objeto de controle pelo Judiciário, mas apenas sob os aspectos de legalidade e jamais sob os aspectos de mérito administrativo, pois, repita-se, o mérito é um espaço reservado ao administrador que não cabe ao Judiciário invadir. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 25/73 Órgãos Públicos Órgãos públicos, ou órgãos administrativos, são unidades de atuação, centros de competências do Estado, que englobam um conjunto de pessoas e meios materiais ordenados para realizar uma atribuição predeterminada. Os órgãos públicos não são pessoas, mas centros de competências criados pelo direito público. Assim, são partes da estrutura do Estado e por isso dele não se distinguem. Vale a�rmar: não tem personalidade jurídica. reflita Re�ita PRINCIPAIS VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO: - ABUSO DE PODER (VÍCIO GÊNERO) QUE TEM DUAS ESPÉCIES: a) EXCESSO DE PODER – O abuso na modalidade excesso de poder é vício que incide sobre a competência do agente; b) DESVIO DE PODER OU DE FINALIDADE – O abuso na modalidade desvio de �nalidade ou de poder é vício que incide sobre a �nalidade do ato. 23/09/2023,21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 26/73 Dessa forma, na relação entre a vontade dos órgãos e do agente público existe uma relação de imputação, uma vez que a vontade do agente é imputada diretamente ao Estado. Aquilo que o agente público que compõe o órgão quer ou faz deve ser entendida como a própria vontade do Estado, ainda que o agente tenha querido ou agido mal. O Estado, por ser uma �cção jurídica, assim como o órgão, que não tem personalidade jurídica, não tem outra vontade senão a do próprio agente público, daí dizer que a relação entre a vontade dos órgãos e do agente que o compõe é de imputação e não de representação, que exige duas vontades distintas: a do representante e do representado. A ADMINISTRAÇÃO DIRETA COMPÕE-SE DE ÓRGÃOS PÚBLICOS, QUAIS SEJAM: • Ministérios; • Secretarias; • Departamentos; • Diretorias; • Delegacias; • Coordenadorias; • Setores; entre outros. Administração Direta O conjunto de órgãos que compõem a pessoa jurídica estatal corresponde à chamada “administração direta”. É todo e qualquer principal sujeito que realiza o exercício do poder executivo pelo órgão político próprio, sendo assim a União, os Estados-membros, os municípios e o Distrito Federal são sujeitos da administração direta. Todos os órgãos que não possuem personalidade jurídica própria mas integram o corpo das pessoas jurídicas da administração direta também compõe a mesma categoria, tais como: são os ministérios, secretariais, departamentos, setores, diretorias, delegacias, coordenadorias e outras que consistem em centros de atribuições. Administração Indireta e Descentralização Administrativa Desconcentração é uma distribuição interna de competências entre os diversos órgãos da Administração que estão estruturados sob a forma de pirâmide. Pode ser por descentralização, por colaboração e por serviço, ou técnica ou funcional. Abaixo o esquema: 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 27/73 Descentralização por colaboração. contrato ou ato administrativo que transfere a execução a outro (normalmente privado), mas não a titularidade. Faz-se por concessão, permissão ou autorização de serviço público. Ex. Educação. Descentralização por serviço, funcional ou técnica. Transfere a execução, o controle e o poder de polícia à outra pessoa jurídica de direito público criada com o �m especí�co, por lei ou autorizada por esta. Tais pessoas jurídicas formam a administração indireta. Pode-se dizer que integram a administração indireta no direito brasileiro as seguintes entidades: Autarquias: Autarquia é o serviço público autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração, que requeiram, para seu funcionamento, gestão administrativa e �nanceira descentralizada. São exemplos de autarquias: Banco Central do Brasil (Bacen), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), USP (Universidade de São Paulo), Hospital das Clínicas. Empresa pública: Estas entidades devem ser criadas por lei, com controle exclusivo do Poder Público, mas com personalidade de direito privado, regendo-se suas atividades pelos preceitos comerciais. Veja que o Decreto- Lei nº 200/67 (art. 5º – II). São Empresas Públicas: Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Caixa Econômica Federal (CEF), Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Sociedades de Economia Mista: O Decreto-Lei nº 900/69, de�ne a Sociedade de Economia Mista, com a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criado por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 28/73 voto pertençam em sua maioria à União ou à entidade da administração indireta.Ex: Banco do Brasil e Petrobrás. Fundações Públicas: Uma Fundação é um conjunto de bens, uma universalidade ou complexo destes, que são dados para que sejam explorados e, com o rendimento auferido, seja cumprido determinada �nalidade, que não objetiva lucro. Hodiernamente, o Poder Público vem constituindo Fundações para realização de certos interesses coletivos, como na área de educação, ensino, pesquisa, assistência social etc. Agências: São autarquias em regime especial. Por vezes a diferença de regime delas para as demais autarquias está no modo de escolha ou nomeação do dirigente. Outras vezes está na existência de mandato �xo de seus dirigentes, insuscetível de cessação por ato do Chefe do Executivo. Por vezes está no grau menos intenso dos controles ou no tocante à autonomia de gestão �nanceira. O que importa é que o que as agências fazem as demais autarquias não poderão fazê-lo. São elas de duas espécies: agências reguladoras e agências executivas. Agências reguladoras: São autarquias especiais integrantes da administração indireta federal e são vinculadas ao Ministério competente para tratar da respectiva matéria. Os dirigentes são nomeados pelo Presidente da República após aprovação do Senado para cumprir mandato. Algumas foram criadas para exercer a �scalização de atividades exploradas mediante concessões, permissões e autorizações. São exemplos delas a Agência Nacional de telecomunicações (Anatel), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), sendo que outras foram criadas por lei para exercem verdadeiro poder de polícia relativamente a certos setores da sociedade. São exemplos a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Agência Nacional de Saúde Pública Suplementar (ANS). Agências executivas: É uma autarquia ou fundação que pode ser quali�cada como agência executiva por ato do Presidente da República se tiverem um plano estratégico de desenvolvimento institucional em andamento e �rmarem contrato de gestão com o Ministério supervisor. Ser 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 29/73 uma agência executiva confere a autarquia ou a fundação um regime diferenciado no tocante à autonomia de gestão. Classi�icação dos Órgãos Públicos Atribuindo critérios sobre os órgãos públicos é possível realizar a apresentação de algumas classi�cações, possibilitando melhor entendimento do assunto. Os órgãos públicos classi�cam-se: 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 30/73 - Quanto à esfera de ação: Órgãos independentes. São os órgãos representativos dos poderes do Estado. Ex.: Câmara, Senado, Assembleia Legislativa, Presidência, Supremo Tribunal Federal etc. Órgãos autônomos. São os imediatamente subordinados aos órgãos independentes e que detêm autonomia administrativa, técnica e �nanceira. Ex.: Ministérios, Secretarias de Estado, Secretarias Municipais, Tribunal de Contas da União e Ministério Público. Órgãos superiores. São aqueles que não gozam de autonomia administrativa, �nanceira nem técnica, mas possuem poder de comando e de direção. Ex.: departamentos, polícia civil, gabinetes, coordenadorias, divisões, delegacias, secretarias gerais e procuradorias. Órgãos subalternos. Não gozam de autonomia nem têm poder de comando. Exercem função meramente de execução. Ex.: seções de expedientes, zeladorias, portarias e serviços 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 31/73 Quadro 4.6: Classi�cação dos órgãos públicos Fonte: Elaborado pelo autor. #PraCegoVer: na primeira linha expõe a classi�cação quanto à esfera de ação. Sendo Órgãos independentes que são os órgãos - Quanto à estrutura: Órgãos simples. Constituídos por um único centro de atribuições que não permite subdivisões internas nem há outros órgãos para auxiliar seu desempenho. Ex.: seções que são as últimas repartições na estrutura administrativa. Órgãos compostos. Formados por vários outros órgãos na sua estrutura, ou seja, são órgãos integrados por outros órgãos públicos. Ex.: Ministérios no âmbito federal e secretarias no âmbito estadual e municipal. - Quanto à composição: Órgãos singulares. Compostos por um único agente. Ex.: Presidência da república, diretoria de uma escola pública. Órgãos colegiados. Compostos por vários agentes. Ex.: Tribunal de Contas da União, Conselho da República, Tribunal de Impostos e Taxas. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 32/73 representativos dos poderes do Estado. Ex.: Câmara, Senado, Assembleia Legislativa, Presidência, Supremo Tribunal Federal etc. Também os Órgãos autônomos. São os imediatamente subordinados aos órgãos independentes e que detêm autonomia administrativa, técnica e �nanceira. Ex.: Ministérios, Secretarias de Estado, Secretarias Municipais, Tribunal de Contas da União e Ministério Público. Da mesma forma os Órgãos superiores. São aqueles que não gozam de autonomia administrativa, �nanceira nem técnica, mas possuem poder de comando e de direção. Ex.: departamentos, polícia civil, gabinetes, coordenadorias, divisões, delegacias, secretarias gerais e procuradorias. Assim como os Órgãos subalternos. Não gozam de autonomia nem têm poder de comando. Exercem função meramente de execução. Ex.: seções de expedientes, zeladorias, portarias e serviços. Na segunda linha a classi�cação quanto à estrutura, composta de órgãos simples. Constituídos por um único centro de atribuições que não permite subdivisões internas nem há outros órgãos para auxiliar seu desempenho. Ex.: seções que são as últimas repartições na estrutura administrativa. Também de Órgãos compostos. Formados por vários outros órgãos na sua estrutura, ou seja, são órgãos integrados por outros órgãos públicos. Ex.: Ministérios no âmbito federal e secretarias no âmbito estadual e municipal. Na terceira linha a classi�cação quanto à composição. Possui os Órgãos singulares. Compostos por um único agente. Ex.: Presidência da república, diretoria de uma escola pública. Assim como os Órgãos colegiados. Compostos por vários agentes. Ex.: Tribunal de Contas da União, Conselho da República, Tribunal de Impostos e Taxas. Agentes Públicos É toda pessoa física que presta serviços ao Poder Público, ainda que transitoriamente, com ou sem vínculo jurídico, com ou sem remuneração 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 33/73 paga pelos cofres públicos. Dividem-se nas categorias: 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 34/73 AGENTES POLÍTICOS São os detentores dos cargos da mais elevada hierarquia da organização administrativa. O liame que os prende à Administração é de natureza política. Seus direitos e obrigações decorrem da Constituição Federal e por leis complementares especí�cas. Alguns são eleitos e outros são nomeados. Ex.: Presidente, Governador, Prefeito, Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais, Senadores, Deputados, Vereadores. PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM O PODER PÚBLICO São pessoas físicas que prestam serviços à Administração, ainda que de forma esporádica. Não ocupam cargo nem emprego. agentes voluntários (particulares que por vontade própria ajudam em situações de epidemia, emergência, guerra); agentes honorí�cos que são requisitados pela Administração e prestam um serviço público em razão de sua condição cívica (ex.: mesários, jurados); agentes delegatários que exercem função 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 35/73 administrativa por delegação da Administração que sofrem �scalização do Poder Público, mas prestam o serviço por seu risco, recebendo remuneração paga pelos usuários do serviço (ex.: leiloeiros públicos, tabeliães, tradutores e intérpretes públicos) e o agentes contratados que celebram contrato com o Poder Público (concessionárias e permissionárias de serviço público). SERVIDORES PÚBLICOS OU ADMINISTRATIVOS São os que prestam serviços à Administração, com vínculo jurídico e remuneração paga pelos cofres públicos. Esta categoria de agente público compreende: Os servidores estatutários ou funcionários públicos. São os ocupantes de cargo público cujo regime jurídico é estatutário, vale dizer, são regidos por lei. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 36/73 Os empregados públicos. São os ocupantes de emprego público contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Os servidores temporários . São aqueles contratados por tempo determinado para que a Administração atenda uma necessidade temporária de excepcional interesse público, conforme art. 37, IX da CF. Exercem função pública. SERVIDORES MILITARES A emenda constitucional 18/98 separou os militares em duas categorias: militares dos Estados e do DF – polícia militar e corpo de bombeiro – regidos pelo art. 42 da CF militares federais – que são os das forças armadas – 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 37/73 Quadro 4.7: Tipos de agentes públicos Fonte: Elaborado pelo autor. #PraCegoVer : na primeira linha traz os AGENTES POLÍTICOS. São os detentores dos cargos da mais elevada hierarquia da organização administrativa. O liame que os prende à Administração é de natureza política. Seus direitos e obrigações decorrem da Constituição Federal e por leis complementares especí�cas. Alguns são eleitos e outros são nomeados. Ex.: Presidente, Governador, Prefeito, Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais, Senadores, Deputados, Vereadores. Na segunda linha os PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM O PODER PÚBLICO. São pessoas físicas que prestam serviços à Administração, ainda que de forma esporádica. Não ocupam cargo nem emprego. Podem ser os agentes voluntários (particulares que por vontade própria ajudam em situações de epidemia, emergência, guerra); agentes honorí�cos que são requisitados pela Administração e prestam um serviço público em razão de sua condição cívica (ex.: mesários, jurados); agentes delegatários que exercem função administrativa por delegação da Administração que sofrem �scalização do Poder Público, mas prestam o serviço por seu risco, recebendo remuneração paga pelos usuários do serviço (ex.: leiloeiros públicos, tabeliães, tradutores e intérpretes públicos) e o agentes contratados que celebram contrato com o Poder Público (concessionárias e permissionárias de serviço público). Na terceira linha os SERVIDORES PÚBLICOS OU ADMINISTRATIVOS. São os que prestam serviços à Administração, com vínculo jurídico e remuneração paga pelos cofres públicos. Esta categoria de agente público compreende os servidores estatutários ou funcionários públicos. São os ocupantes de cargo público cujo regime jurídico é estatutário, vale dizer, são regidos por lei. Também compõe os servidores os empregados públicos. São os ocupantes de emprego público contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho regidos pelo art. 142 da CF. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 38/73 (CLT).Assim como os servidores temporários. São aqueles contratados por tempo determinado para que a Administração atenda uma necessidade temporária de excepcional interesse público, conforme art. 37, IX da CF. Exercem função pública. Na terceira linha os SERVIDORES MILITARES. A emenda constitucional 18/98 separou os militares em duas categorias: militares dos Estados e do DF – polícia militar e corpo de bombeiro – regidos pelo art. 42 da CF, e militares federais – que são os das forças armadas – regidos pelo art. 142 da CF. Cargo, Emprego e Função Pública. Cargo é uma unidade de atribuições criada por lei, que lhe confere denominação própria, �xando o padrão de seus vencimentos ou subsídio e o vínculo que liga o agente ao cargo é considerado estatutário (imposto por lei). Emprego também é uma unidade de atribuições, mas cujo vínculo que une o agente ao mesmo é contratual sob a regência da CLT. CARGO PÚBLICO = regime estatutário (imposto por lei) EMPREGO PÚBLICO = regime celetista (imposto pela CLT) FUNÇÃO PÚBLICA = conceito residual (não é emprego nem cargo) A Constituição Federal exige concurso público para acessibilidade tanto a cargos como a empregos públicos. Ainda que nestes últimos os agentes públicos sejam regidos pela CLT, o ingresso somente se dará mediante concurso público de provas ou títulos e provas. Função é um conceito residual. É um conjunto de atribuições as quais não corresponde a cargo ou emprego. Perante a CF/88, quando se fala em 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 39/73 função, podemos ter dois tipos de situação: Função exercida por servidores contratados temporariamente com base no art. 37, IX da CF em que não se exige concurso público, porque a urgência é incompatível com tal procedimento. Função de con�ança, de natureza permanente, correspondente a che�a, direção e assessoramento, que são de livre nomeação e de livre exoneração, mas que atualmente, após a emenda 19/98, serão exercidos exclusivamente por servidores já ocupantes de cargo efetivo. (ARAÚJO, 2018) Vale ainda falar sobre a diferença que a doutrina estabelece em relação aos cargos em comissão, cargos efetivos e cargos vitalícios. Vejamos cada um deles. Cargo em comissão: é aquele que por se trata de cargos em con�ança, dispensa concurso público, isto é, a autoridade competente para preencher o cargo público tem plena liberdade de nomear pessoa de sua con�ança assim como pode exonerá-la quando bem entender. Cargo efetivos: é aquele em que o preenchimento é realizado em caráter de�nitivo, não transitório. Desligados apenas por processo administrativo, por ine�ciência compreendida à falta de qualidade ou por falta grave por sentença judicial – estabilidade: esses agentes tornam estáveis depois de três anos de exercício, conforme nova redação dada pela emenda 19/98 ao art. 41, caput, da CF (NOHARA, 2019). Cargos vitalícios: consiste na prerrogativa que impede a perda do cargo titularizado por determinados funcionários públicos, adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de sentença judicial com trânsito em julgado. A Constituição Federal garante vitaliciedade aos magistrados (art. 95, inciso I), aos membros do MP (art. 128, § 5º, inciso I, a) e aos membros dos Tribunais de Contas (Art. 73, § 3º, e 75). Provimento de Cargos, Exoneração 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 40/73 Provimento de cargo é o ato pelo qual se dá o preenchimento de cargo vago. Não se confunde com a posse que signi�ca aceitação das atribuições, responsabilidades e direitos do cargo pelo nomeado, efetuando-se por assinatura de um termo. Fala-se que há duas formas de provimento: originário e derivado. Provimento inicial, originário ou autônomo ocorre quando o servidor nunca teve vínculo com o Poder Público ou quando o cargo foi criado e não foi ainda provido. Para provimento inicial de cargo, a lei exige um procedimento administrativo que envolve as seguintes etapas: • aprovação; • nomeação pela autoridade competente; • posse; • entrar em exercício no prazo de 30 dias da posse, sob pena de exoneração. Provimento derivado ocorre quando o agente já tinha relação anterior com o cargo. Algumas �guras jurídicas expressam provimento derivado, quais sejam: a) Promoção ou ascensão: passagem de um funcionário de um cargo para outro mais elevado. Passa-se de um cargo inferior a outro de classe superior. b) Reintegração: é o funcionário que volta ao cargo por ter sido desligado ilegalmente, tendo todos os direitos desde a data da demissão inclusive vantagens que teria se estivesse no cargo, já que sua demissão foi anulada por decisão administrativa ou judicial. c) Aproveitamento: é o retorno obrigatório à atividade de servidor em disponibilidade para cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. d) Reversão: reingresso à atividade de servidor aposentado por invalidez quando, por junta médica o�cial, forem declarados insu�cientes os motivos da aposentadoria. Vacância: abertura de cargo Por outro lado, a exoneração é o desligamento do agente a seu pedido, ao passo que a demissão corresponde ao desligamento por pena de perda do 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 41/73 cargo aplicada por processo administrativo em que se garanta ampla defesa e contraditório. Por �m, cabe dizer que a vacância é a situação do cargo que está sem ocupante Passa-se agora a enumerar as regras constitucionais mais importantes aplicáveis aos servidores públicos trazidas pelo texto constitucional. Vejamos a mais relevantes: 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 42/73 Art. 37, I – Regra da acessibilidade a cargos, empregos e funções públicas. Eles são acessíveis aos brasileiros (natos ou naturalizados) que preencham os requisitos estabelecidos em lei e aos estrangeiros, na forma da lei. Art. 37, II – As Condições de ingresso. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos. Lembre-se que o concurso público somente é dispensado para provimento de cargos em comissão, função de con�ança e contratação de servidores temporários, conforme já explicado em aula anterior. Art. 37, VI – O servidor público tem direito à livre associação sindical. Dispositivo constitucional autoaplicável. Art. 37, VII – Direito de Greve. O servidor público tem direito de greve garantido pela Constituição Federal, que deverá ser exercido nos termos e limites de�nidos em lei especí�ca. Dispositivo não autoaplicável. A jurisprudência já entendeu que esse dispositivo é norma de e�cácia limitada e que por isso o servidor somente poderá exercer o direito de greve quando surgir a regulamentação dele por lei especí�ca. Lembre-se, contudo, de recente decisão do Supremo Tribunal Federal em nadado de injunção 670, 708 e 712 que permitiu aplicável aos servidores públicos as disposições previstas na Lei nº 7.783/89, que cuida da greve na iniciativa privada, até que seja editada a lei especí�ca a que se refere o art. 37, VII da CF. Em 2016 o STF entendeu que os servidores que realizam greve devem ter o desconto em seus vencimentos em proporção aos dias não trabalhados. Art. 37, XVI – Proibição de acumulação remunerada de cargos públicos. Como regra geral, é proibida a acumulação de cargos e empregos públicos. Porém, a CF prevê exceções a esta vedação, permitindo, contudo, tal acumulação quando houver compatibilidade 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 43/73 Quadro 4.8: Regrasconstitucionais sobre servidores públicos Fonte: Elaborado pelo autor. #PraCegoVer : o quadro apresenta uma coluna e seis linhas. A primeira linha consta o Art. 37, I – Regra da acessibilidade a cargos, empregos e funções públicas. Eles são acessíveis aos brasileiros (natos ou naturalizados) que preencham os requisitos estabelecidos em lei e aos estrangeiros, na forma da lei. Na segunda linha consta o Art. 37, II – As Condições de ingresso. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos. Lembre-se que o concurso público somente é dispensado para provimento de cargos em comissão, função de con�ança e contratação de servidores temporários, conforme já explicado em aula anterior. Na terceira linha consta o Art. 37, VI – O servidor público tem direito à livre associação sindical. Dispositivo constitucional autoaplicável. Na quarta linha, o Art. 37, VII – Direito de Greve. O servidor público tem direito de greve garantido pela Constituição Federal, que deverá ser exercido nos termos e limites de�nidos em lei especí�ca. Dispositivo não autoaplicável. A jurisprudência já entendeu que esse dispositivo é norma de e�cácia limitada e que por isso o servidor somente poderá exercer o direito de greve quando surgir a regulamentação dele por lei especí�ca. Lembre- se, contudo, de recente decisão do Supremo Tribunal Federal em nadado de injunção 670, 708 e 712 que permitiu aplicável aos servidores públicos as disposições previstas na Lei nº 7.783/89, que cuida da greve na iniciativa privada, até que seja editada a lei especí�ca a que se refere o art. 37, VII da CF. Em 2016 o STF entendeu que os de horários: Alínea “a” – para dois cargos de professor; Alínea “b” – para um cargo de professor com outro técnico ou cientí�co; Alínea “c” – para dois cargos ou empregos privativos de pro�ssionais de saúde. Art. 37, XVII – Extensão da vedação. A vedação de acumulação também se estende às funções e empregos públicos. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 44/73 servidores que realizam greve devem ter o desconto em seus vencimentos em proporção aos dias não trabalhados. Na quinta linha consta o Art. 37, XVI – Proibição de acumulação remunerada de cargos públicos. Como regra geral, é proibida a acumulação de cargos e empregos públicos. Porém, a CF prevê exceções a esta vedação, permitindo, contudo, tal acumulação quando houver compatibilidade de horários: Alínea “a” – para dois cargos de professor; Alínea “b” – para um cargo de professor com outro técnico ou cientí�co; Alínea “c” – para dois cargos ou empregos privativos de pro�ssionais de saúde. Na sexta linha consta o Art. 37, XVII – Extensão da vedação. A vedação de acumulação também se estende às funções e empregos públicos. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 45/73 Licitação É o procedimento administrativo mediante o qual a administração pública seleciona a proposta mais vantajosa para a celebração do contrato de seu interesse. A Administração pode travar relações jurídicas com terceiros. Ocorre, porém, que a Administração não tem, nem poderia ter, a liberdade absoluta de escolha do contratado. Logo, sujeita-se à formalidade da licitação. Diz-se, assim, que a licitação funciona como fator de e�ciência e moralidade dos negócios administrativos, e como forma de expediente que saibamais Saiba mais Foi sancionada as novas regras da lei de Licitações e Contratos Administrativos Lei n. 14.133/21, em substituição à lei de licitações 8666/93, lei de pregão 10.520/02 e a Lei do Regime Diferenciado de contratações (RDC- lei 12.462/11). Lembrando que essa nova lei entrará em vigor imediatamente (não haverá a famosa vacatio legis). Mas, atenção, a REVOGAÇÃO das normas anteriores sobre os contratos e as licitações ocorrerá somente no prazo de 02 anos. Nesse período, tanto as normas da antiga lei quando da nova lei continuarão produzindo efeitos jurídicos. ACESSAR http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 46/73 propicia a todos aqueles que desejam contratar com a Administração iguais oportunidades. Eis os fundamentos da licitação: E�ciência dos negócios administrativos; Moralidade administrativa; Propiciar iguais oportunidades. (ARAÚJO, 2018) A Lei nº 8666/93, em seu art. 3º, e a doutrina administrativa, trazem alguns princípios básicos aplicáveis ao procedimento da licitação: Princípio da isonomia , ou igualdade. Garante a lisura do procedimento porque é ele que assegura a igualdade entre todos os licitantes. Igualdade de direitos a todos os interessados em contratar. Princípio da publicidade . A Administração deve dar ampla divulgação de seus atos, divulgando não só sua intenção de contratar, mas também possibilitando o conhecimento dos atos na licitação a qualquer interessado e cidadão. A publicidade existe em qualquer modalidade de licitação, variando apenas o grau dela. Quanto maior o valor da contratação, maior a publicidade e vice-versa. Princípio do julgamento objetivo . O julgamento das propostas dos licitantes é feito sempre de forma objetiva, impondo tal princípio que se dê segundo os critérios constantes do edital (que é a lei interna da licitação), que conforme a lei poderão ser: licitação tipo menor preço, licitação tipo melhor técnica, licitação tipo preço e técnica e maior lance ou oferta (destinado apenas para a modalidade leilão). Princípio da probidade administrativa . Refere-se à regra de boa administração. É a ideia de honestidade, porque não deve existir subjetivismos nem favoritismos de uns em detrimento de outros. Princípio da vinculação ao instrumento convocatório . O instrumento convocatório é o ato que convoca eventuais interessados a participar da licitação e que ser edital ou carta-convite (este último é usado na modalidade convite). É o edital (ou a carta-convite) a lei interna da licitação, já que ele �xa todas as condições e critérios da disputa e as cláusulas do futuro contrato a ser celebrado pelo vencedor. Regra é que a inobservância do edital pela 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 47/73 Administração e pelo administrado gera a nulidade do procedimento licitatório. Princípio da adjudicação compulsória . Segundo ele, a Administração não pode, concluído o procedimento, atribuir o objeto da licitação a outrem que não o vencedor. A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistir expressamente do contrato ou o não �rmar no prazo pre�xado, a menos que comprove justo motivo. O que não se permite é que a administração contrate com outrem que não o vencedor ou que revogue ou anule o procedimento sem justa causa. Dispensa de Licitação e Inexigibilidade Dispensa de licitação. Art. 24 da lei nº 8666/93. Nos casos taxativamente previstos no art. 24 da lei, por ato discricionário, pode a administração dispensar licitações. AS HIPÓTESES DE DISPENSA ESTÃO NO ARTIGO 24 QUE ELENCA UM ROL TAXATIVO E QUE PODE SER ASSIM DIVIDIDO EM QUATRO GRUPOS: a) EM RAZÃO DO VALOR DO CONTRATO – ART. 24, INCISOS I E II; b) EM RAZÃO DE SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS – ART. 24, INCISO III, IV E V (atentar para a licitação deserta); c) EM RAZÃO DO OBJETO DO CONTRATO – ART. 24, INCISO XII; d) EM RAZÃO DA PESSOA CONTRATADA – ART. 24, INCISO XIII São as hipóteses de dispensa: dispensa em razão do pequeno valor do contrato. Conforme art. 24, incisos I e II da Lei nº 8.666/93, dispensa-se a licitação a contratação de obras e serviços de engenharia de até R$ 15.000,00 (10% do valor consignado na alínea a do incisoI do art. 23, hoje �xado em 150.000,00) e para serviços, menos os de engenharia, e compras de pequenos valores, até R$8.000,00, podem ser 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 48/73 contratados diretamente (10% do limite estabelecido na alínea a do inciso II do art. 23, que é de R$80.000,00). dispensa em razão de situações excepcionais. a Guerra e grave perturbação da ordem, como um acidente grave que atinja toda uma cidade, uma catástrofe, conforme art. 24, III podem levar à dispensa da licitação nos contratos atinentes ao evento bélico (aquisição de armas, alimentos para soldados), calamidade pública e situação de emergência. Calamidade pública é situação de grave perigo geral ou particular a uma região, decorrente de eventos da natureza. O prazo é de 180 dias ininterruptos para a contratação emergencial. Nas licitações desertas (sem concorrentes), no termo do Art. 24, V, pode a administração realizar a contratação direta desde que se observe as mesmas condições previstas no edital da licitação havida como deserta, porque qualquer alteração que se �zer nas condições do edital para facilitar a contratação direta acarretará a nulidade do ajuste e a responsabilidade dos causadores. dispensa em razão do objeto do contrato. Objetos perecíveis, durante certo período para programação de procedimentos licitatórios, podem ser contratados diretamente. dispensa em razão da pessoa do contratado. É exemplo a contratação de instituição brasileira voltada à pesquisa, ao ensino e ao desenvolvimento nacional ou instituição dedicada à recuperação social do preso. – Art. 24, XIII. Qualquer dessas contratações, ainda que o dispositivo não mencione, há de ser feita por preços compatíveis com os praticados no mercado, respeitando os princípios da moralidade e da e�ciência. Difere-se a dispensa da inexigibilidade por na primeira haver a possibilidade de competição (poderia a administração realizar licitação), enquanto na segunda não há situação fática para a competição de interessados. Quanto à inexigibilidade, o artigo 25 indica três hipóteses em que há inviabilidade de competição, sem excluir outras. Na inexigibilidade a administração pública não pode realizar a licitação por razão fática. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 49/73 São as seguintes hipóteses legais: art. 25, inciso I da lei – Casos de produtor ou vendedor exclusivo. • art. 25, inciso II da lei – Serviços técnicos especializados de natureza singular , • art. 25, inciso III da lei – Contratação de artista consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. Modalidades Licitatórias Atualmente tem-se seis modalidades de licitação: concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão (esta última regulada pela Lei nº 10.520/02. Vejamos quando cada uma delas poderá ser adotada pela Administração. Concorrência. Modalidade que se destina para contratações de maior valor (obras e serviços de engenharia com valor superior a R$1.500.000,00 e compras e outros serviços com valor superior R$650.000,00), Independentemente do valor da contratação, sempre se exigirá modalidade concorrência a concessão de serviços públicos, concessão de direito real de uso, compra e venda de bens imóveis e, em regra, a licitação internacional (se o valor estiver dentro dos limites da tomada de preço e houver cadastro internacional, é cabível a tomada de preço; se o valor estiver dentro dos limites da modalidade convite e não houver fornecedor no país, é cabível o convite internacional). (GONZAGA, 2017). Tomada de preço. Destina-se a transações de valor médio (entenda-se para obras e serviços de engenharia com valor até R$1.500.000,00 e compras e outros serviços até R$650.000,00), sendo certo que com a Lei nº 8.666/93 é modalidade de licitação realizada entre interessados previamente cadastrados (que possuem o certi�cado de registro cadastral) e interessados não cadastrados, mas que preencham os requisitos para cadastramento até o 3º dia antes do recebimento das propostas. Para os participantes que apresentarem certi�cado de registro cadastral na 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 50/73 tomada de preço, a habilitação é prévia porque é feita no momento da inscrição no registro cadastral. Pela lei nº 8.666/93, quando há licitantes não cadastrados na tomada de preço, a fase de habilitação se iguala à da concorrência, pois a comissão de licitação não poderá mais se limitar a apreciar os certi�cados de registro cadastral quando houver interessados não cadastrados utilizando-se dessa nova forma de participação. Convite. Tem em mira transações de vulto baixo ou menor vulto (para obras e serviços de engenharia até R$150.000,00 e para compras e outros serviços até R$80.000,00), em que a publicidade é mínima porque se processa entre pessoas que operam no ramo da licitação as quais, pelo menos três delas, cadastradas ou não, são convidadas, por escrito, a fazerem sua proposta. Pela Lei nº 8.666/93, é modalidade de licitação entre, no mínimo, três interessados do ramo, cadastrados ou não, que são convidados por escrito pela Administração, podendo também participar aqueles que, não sendo convidados, estiverem cadastrados na correspondente especialidade e manifestarem seu interesse em participar do convite com antecedência de até 24 horas antes da apresentação das propostas. Concurso. É uma disputa entre qualquer interessado para escolha de trabalho técnico, artístico ou cientí�co, com a instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores. Todas as condições e critérios de julgamento devem constar do Regulamento do concurso. Ex.: concurso para desenvolver um projeto para a Administração. Leilão. Modalidade de licitação destinada à venda de bens móveis (e semoventes) inservíveis (inúteis) para a Administração ou aàvenda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados (expressão errônea da lei que queria dizer dados em penhor) a quem possa oferecer o maior lance, desde que igual ou superior ao valor da avaliação. (GONZAGA, 2017). Pregão. Modalidade de licitação instituída pela Lei nº 10.520/2002 cabível para a aquisição de bens e serviços comuns assim 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 51/73 considerados aqueles cujos padrões de qualidade e desempenho possam ser objetivamente de�nidos pelo edital por meio de especi�cações usuais de mercado. Na verdade, bens comuns são os de fácil identi�cação e de�nição através de especi�cações gerais, de conhecimento público. Hoje existe ainda a possibilidade do chamado pregão eletrônico, que se realiza em sessão público por meio de sistema eletrônico que promova comunicação pela internet. Serão nestes casos previamente credenciados junto ao provedor do sistema eletrônico: o pregoeiro, a autoridade competente, integrantes da equipe de apoio, os operadores do sistema e os próprios licitantes. Esse credenciamento é feito mediante atribuição de “chave de identi�cação” e de senha pessoal e intransferível para acesso ao sistema. A chave e a senha poderão ser utilizadas em qualquer pregão. RDC – Regime Diferenciado de Contratação. Sua disciplina é aplicada exclusivamente às obras e serviços ligados às licitações e contratos necessários à realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016; Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação – FIFA 2013 e Copa do Mundo de 2014, e, também, às obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km (trezentos e cinquenta quilômetros) das cidades sedes dos mundiais. Procedimento da concorrência O procedimento da modalidade concorrência conta com as seguintesfases: edital, habilitação, classi�cação e julgamento das propostas, homologação e adjudicação. Edital. É o ato pelo qual a Administração faz público seu propósito de licitar, estabelecendo os requisitos exigidos dos contratantes e das suas propostas, regula os critérios segundo os quais os avaliará e �xa as cláusulas do eventual contrato a ser travado. É a lei interna da licitação. A fonte da licitação e do contrato. Decorre daí que a Administração não pode exigir além ou aquém do edital. O ato 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 52/73 convocatório na modalidade convite será a carta-convite. A carta- convite depende de mera a�xação em local apropriado em que se realizará a licitação no prazo de cinco dias úteis antes da realização do evento e recebimento das propostas. Nos demais casos, o edital deverá ser publicado, pelo menos uma vez, no Diário O�cial da União, Diário O�cial do Estado ou jornal de grande circulação no Município (na ausência de diário o�cial do ente federado) com prazo de antecedência mínimo antes do início da disputa e recebimento das propostas e que será de: 45 dias para a modalidade concurso e para a modalidade concorrência quando se contrata regime de empreitada integral ou quando a licitação é de melhor técnica ou técnica e preço; 30 dias para as demais hipóteses de concorrência e também para a tomada cuja licitação for do tipo melhor técnica ou técnica e preço; 15 dias para as demais hipóteses de tomada de preço e para o leilão (ARAÚJO, 2018). habilitação. É a fase em que se analisa os envelopes contendo a documentação dos licitantes, a �m de veri�car sua idoneidade para contratar com a Administração. Examinam-se a capacidade jurídica (é a capacidade para obrigar-se, se for pessoa física, devendo ser maior e capaz, e se for pessoa jurídica, devendo ser regularmente constituída), quali�cação técnica (por exemplo: exame atestados de aptidão e de ISO 9000), quali�cação econômica atestando se a contratante é capaz de assumir os encargos �nanceiros do contrato (por exemplo: veri�cação de balanços patrimoniais ou documentos contábeis do último exercício social) e regularidade �scal para analisar se há débitos para com as fazendas federal, estadual e municipal e seguridade social. O certi�cado de registro cadastral previsto no art. 36 da Lei nº 8.666/93 substitui alguns documentos necessários à habilitação em qualquer modalidade de licitação, devendo ser complementado na concorrência com os documentos referentes à quali�cação técnica e econômica. Na fase de habilitação abre-se em ato público os envelopes contendo a documentação que deve ser rubricada pelos licitantes presentes e pela comissão processante. Os licitantes que não estiverem com sua documentação 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 53/73 conforme o edital serão considerados inabilitados para participar da licitação e recebem de volta, fechado, o envelope “proposta”, que não será analisado. Basta a habilitação de um licitante para que se dê prosseguimento passando-se para a fase de classi�cação e julgamento das propostas, sendo que os demais �cam excluídos. (NOHARA, 2019). Classi�cação e julgamento das propostas. É o ato pelo qual a Administração julgada as propostas dos habilitados conforme critérios objetivos �xados no edital e as classi�ca em ordem de preferência em função das vantagens que oferecem. Três são os critérios de julgamento que poderão ser previstos no edital para �ns de julgamento das propostas: o de menor preço (será vencedor o licitante que ofertar o menor preço conforme os termos do edital); o de melhor técnica (será considerado vencedor o licitante que apresentar a melhor técnica, sempre conjugada com o menor preço) e o de técnica e preço (será considerado vencedor o candidato que obtiver a melhor média ponderada entre os critérios técnica e preço). Em caso de empate no julgamento das propostas cabe aplicar os critérios de desempate previstos no art. 3º, § 2º da Lei nº 8.666/93, dando-se preferência: a bens e serviços produzidos e prestados por empresas brasileiras de capital nacional (cuidado: não existe mais essa classi�cação na Constituição Federal de 1988, de modo que essa opção deverá ser desconsiderada, conforme melhor doutrina); a bens e serviços produzidos e prestados no país; a bens e serviços produzidos e prestados por empresas brasileiras; ou a bens e serviços produzidos e prestados por empresas que invistam em pesquisa e desenvolvimento tecnológico no país. Se mesmo assim persistir o empate, o desempate far-se-á por sorteio. Se todas as propostas forem desclassi�cadas, a Administração poderá �xar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de outras propostas, escoimadas das causas que deram margem à desclassi�cação. Mesmo assim nenhum licitante apresentar proposta hábil à classi�cação, a licitação será considerada fracassada ou frustrada, cabendo a Administração promover outra, se achar que é caso de insistir na contratação. 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 54/73 Do julgamento das propostas caberá recurso administrativo com efeito suspensivo. Homologação. É ato pelo qual a autoridade competente superior (não é mais da competência da comissão processante) aprova o procedimento licitatório, veri�cando a existência de algum vício de ilegalidade ou determinando seu saneamento, se cabível. Se o procedimento estiver em ordem, ela o homologará. A mesma autoridade pode, por razões de interesse público devidamente demonstradas (ocorrência de fato superveniente), revogar a licitação. Adjudicação. É ato �nal do procedimento pelo qual a autoridade competente para homologar atribui ao vencedor cuja proposta foi classi�cada em 1º lugar o objeto da licitação. A Administração não está obrigada a adjudicar o objeto da licitação. Se achar que é caso de realmente contratar, o vencedor tem direito à adjudicação, que somente poderá ocorrer com o aquele colocado em 1º lugar na licitação. Mas deve-se lembrar que a adjudicação não acarreta inexoravelmente para a Administração a obrigação de contratar. Até porque a contratação é ato discricionário da Administração. DIFERENÇAS PARA OS DEMAIS PROCEDIMENTO DA TOMADA DE PREÇOS E DO CONVITE: A) TOMADA DE PREÇOS habilitação é prévia para os portadores do certi�cado de registro cadastral e faz-se durante o procedimento para os demais; B) CONVITE não há propriamente habilitação, porque ou o licitante é convidado, ou o licitante já é cadastrado; C) NO PREGÃO PRESENCIAL HÁ UMA INVERSÃO DE FASES DA CONCORRÊNCIA QUE TEM FEITO TODA A DIFERENÇA EM TERMOS DE AGILIDADE DO PROCEDIMENTO, QUAL SEJA: EDITAL, JULGAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSTAS (com possibilidade de lances verbais entre 23/09/2023, 21:25 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_TOPDIR_21/unidade_4/ebook/index.html#section_1 55/73 os participantes), HABILITAÇÃO DO VENCEDOR, HOMOLOGAÇÃO, ADJUDICAÇÃO Anulação e Revogação INVALIDAÇÃO = casos de ilegalidade no procedimento licitatório REVOGAÇÃO = casos de conveniência e oportunidade fundados em fatos supervenientes devidamente comprovados. DESISTÊNCIA DA LICITAÇÃO: Revoga-se um procedimento concluído e acabado. Durante o desenvolver do procedimento nada se revoga, apenas desiste-se. Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) (EXAME UNIFICADO XXIV) João foi aprovado em concurso público promovido pelo Estado Alfa para o cargo de analista de políticas públicas, tendo tomado posse no cargo, na classe inicial da respectiva carreira. Ocorre que João é uma pessoa proativa e teve, como gestor, excelentes experiências na iniciativa privada. Em razão disso, ele decidiu que não deveria cumprir os comandos determinados por agentes
Compartilhar