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UNIDADE 1.
Ciência cosmética
Aniely Ruckhaber Barbosa
Karla Glazielle Gonçalves dos Santos Malachoski
OBJETIVOS DA UNIDADE
· Entender as vertentes da farmacologia na aplicabilidade da podologia;
· Obter conhecimento sobre os cosméticos e suas especificações.
TÓPICOS DE ESTUDO
Cosmetologia: introdução
// História dos cosméticos
// Classificação dos produtos cosméticos
Fundamentação química
// Função dos componentes químicos
Hidratantes, emulsões, leites, loções e manteigas
// Hidratantes oclusivos e umectantes
// Emulsões
Óleos vegetais e essenciais
-
Geoterapia
-
Cosmetologia: introdução
Antes da definição da cosmetologia e suas abrangências, é importante entender o que essa área estuda e quais tipos de produtos ela engloba. Segundo a RDC n. 211, de 14 de julho de 2005, emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os cosméticos são: 
Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado (ANVISA, 2005).
Sendo assim, a gama de produtos que são classificados como cosméticos é enorme, as indústrias fazem grandes investimentos para realizar estudos e criar novos cosméticos para o consumidor. 
EXPLICANDO
A Anvisa é uma agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde. Ela tem como objetivo regulamentar as áreas sanitárias de serviços e produtos, tanto importados como nacionais. Exerce o controle sanitário de produtos como medicamentos, alimentos, cosméticos, produtos médicos e demais serviços que envolvam a saúde. 
A cosmetologia é definida como a ciência que estuda todo o processo de elaboração de cosméticos. Tecnologias, comercialização, desenvolvimento, matérias-primas e elaboração são alguns passos descritos pela cosmetologia. Portanto, todos os produtos classificados como cosméticos e todas as suas etapas estão englobados dentro dessa ciência. 
Falando sobre a forma legal, no Brasil não existe a graduação destinada a quem estuda cosmetologia. Os profissionais que atuam nessa área são de cursos da saúde e, para trabalhar com cosméticos, fazem Pós-Graduação em Cosmetologia. Farmacêuticos, biomédicos, químicos e tecnólogos em estéticas são os profissionais que se destacam na atuação cosmética. 
As formulações, desse modo, são realizadas por profissionais da saúde. No entanto, hoje existem muitas multinacionais dedicadas somente à produção de cosméticos. Para isso, a equipe precisa ser multidisciplinar: engenheiros são responsáveis pelos grandes equipamentos, os testes de qualidade são feitos geralmente por tecnólogos, os mecânicos dedicam seu trabalho nos reparos e controle operacional, os profissionais de Tecnologia da Informação cuidam dos softwares que operam os equipamentos automaticamente, os designers trabalham com a imagem dos produtos e desenvolvimento das artes de embalagens etc. Em outras palavras, existem vagas para inúmeras áreas profissionais na indústria cosmética.   
CONTINUE
HISTÓRIA DOS COSMÉTICOS
Há registros e menções sobre o uso de cosméticos na época dos homens pré-históricos. É claro que há 35 mil anos não existia a cosmetologia em si; no entanto, hoje em dia, sabe-se que qualquer produto destinado ao embelezamento humano é classificado como cosmético. 
Os registros históricos declaram que os homens pintavam seus corpos com terra, cascas de árvores e folhas verdes em momentos de festas e rituais, entretanto eles também indicam que o embelezamento humano nasceu com os povos egípcios. Há relatos que dizem que os egípcios utilizavam o óleo de castor como protetor de pele e aromatizador do corpo. 
A utilização do khol (pigmento preto) era para contornar os olhos e destacar a beleza do rosto dos faraós. Foi com esse pigmento e por conta desse costume que até hoje o lápis de olho é utilizado pelo mundo todo. A hena é um corante encontrado em uma planta (Lawsonia inermis) típica da região da África. Quando extraído, esse corante consegue pintar a pele por alguns dias, além de dar cor temporária aos cabelos. A hena era utilizada pelos egípcios e até hoje encontramos seu pigmento em maquiagens, tintas para cabelo e produtos que pintem as sobrancelhas. 
Os egípcios acreditavam que o embelezamento servia para cuidar do corpo para vidas futuras e, por esse motivo, costumavam guardar seus produtos de embelezamento em caixas decoradas. No sarcófago do faraó Tutankamon (1400 a.C.) foram encontrados vários produtos de beleza, juntamente com adornos, que eram enterrados no sepultamento dos líderes da época.    
ASSISTA
O faraó Tutankamon governou durante o período chamado de Império Novo. Sua tumba foi encontrada e estava intacta. Por esse motivo, o faraó tem grande relevância e estudos na história egípcia. Grandes questões foram levantadas no documentário Os Grandes Egípcios: O Mistério de Tutankamon. 
No Império Romano (129 a 200 d.C.), um famoso médico chamado Galeno de Pérgamo criou um creme famoso que continha cera de abelha, óleo de oliva e água de rosas. Ele vendia o produto para ser passado na pele e sua fórmula ficou muito conhecida. Foi nesse período que os registros indicam o primeiro tipo de creme cosmético comercializado. Até hoje, em alguns produtos, a indústria usa a mesma fórmula de Pérgamo. 
Posteriormente, na Idade Média (Europa), com a decadência do Império Romano, a religião dominou os atos e costumes, incluindo os da higiene. Acreditava-se que a beleza e qualquer ato de higiene era heresia. As pessoas tomavam um banho por ano apenas, por acreditarem que a água poderia contaminar seus corpos. O padrão da beleza da época, principalmente das mulheres, era pele extremamente branca e pálida. Para isso, utilizavam produtos à base de arsênico para conseguir clarear a pele. 
Na Idade Moderna, o Humanismo surgiu e colocou em evidência o homem, que passou a ser o centro do universo. A religião perdeu força nesse período e os artistas da época começaram a pintar e fazer esculturas do homem, destacado por sua beleza. Leonardo da Vinci surgiu com o famoso quadro da Mona Lisa, destacando a beleza feminina da época. 
A rainha Elizabeth I, da Inglaterra, ficou famosa por utilizar um creme que deixava seu rosto branco, a chamada máscara da juventude, que continha em sua composição o chumbo. Também foi nesse período que um dos mais famosos cosméticos se consagrou: os perfumes. 
A França foi pioneira na produção desse tipo de cosmético até os dias atuais, uma vez que os médicos não aconselhavam a tomar vários banhos por dia e, por esse motivo, o cheiro desagradável das pessoas levou os perfumistas a desenvolverem fragrâncias fortes e marcantes, para mascarar os odores fétidos. 
Figura 1. Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, 1503.
A Figura 1 retrata uma das obras mais famosas do mundo, do renascentista Leonardo da Vinci. Na Idade Moderna, da Vinci retratou a beleza da mulher em um quadro com pintura a óleo. As curvas, os cabelos negros e a pele branca eram o estereótipo de uma mulher perfeita, o padrão de beleza da época. Para os cabelos lisos, a vaselina era utilizada, deixando os fios sem frizz e perfeitamente no lugar. Para a pele extremamente branca, as mulheres utilizavam pós com metais em sua composição com o objetivo de despigmentar a melanina da pele. 
Com o processo de industrialização, ocorreu a consagração total dos cosméticos. Além disso, os salões de beleza ganharam força nesse período. Por fim, no século XX, a maquiagem foi destacada por acompanhar as cores ditas da moda. O filtro solar ganhou destaque pela sua importância de prevenção da radiação ultravioleta. Em 1990, os cremes para celulite foram alvo da indústria, sendo comercializados até os dias de hoje. Foi nesse período também que pessoas famosas começaram a lançar suas linhas de cuidados pessoais, umaforte tendência nos dias de hoje. 
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o Brasil está entre os quatro países que mais compram produtos cosméticos do mundo, mostrando o quão importante esse setor é para a economia, empregos e desenvolvimento do país. 
Tabela 1. Posição do Brasil na classificação mundial do consumo de produtos cosméticos. Fonte: Estadão, 2017. (Adaptado).
CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS COSMÉTICOS
É possível saber a lista completa dos produtos que são classificados como cosméticos acessando o site da Anvisa. Antes de sabermos propriamente quais são os cosméticos comercializados, é necessário entender como os produtos são subdivididos. Os cosméticos são classificados em relação ao grau do risco que podem oferecer às pessoas. Os riscos são divididos em risco grau 1 e risco grau 2, pela RDC 343/05 da Anvisa. Os riscos se dividem de acordo com os efeitos causados, modo de aplicação e objetivo do produto. 
DICA
A sigla RDC significa Resolução da Diretoria Colegiada. Elas aprovam os regulamentos técnicos para planejar, programar e elaborar todas as etapas que envolvem os processos de produção de todo tipo de produto que envolve a saúde no Brasil.
A Anvisa é o órgão que regulamenta todo esse processo e, por isso, existem muitas RDCs, que são publicadas por número e ano, de acordo com cada tipo de produção de material da saúde. Você pode consultar e ver algumas RDCs diretamente no site da Anvisa.
No risco grau 1 estão todos os produtos que apresentam riscos mínimos ao consumidor final. São formulações consideradas básicas e sua comprovação de eficácia não é necessária junto ao órgão responsável. São produtos mais simples e, anteriormente, já foram realizados vários testes que descartaram grandes efeitos indesejados. 
Para que uma empresa comece a comercializar esse tipo de produto, ela deve comunicar à Anvisa pelo site. Além disso, após essa comunicação, não é necessário ter a comprovação para sua comercialização. É importante ressaltar que tudo que pode ou não ser utilizado em uma fórmula cosmética, assim como a quantidade permitida de cada produto, está rigorosamente discriminada nos documentos publicados pela Anvisa. Dessa forma, as empresas devem seguir as normas para a produção de seus cosméticos. Veja, na Tabela 2, alguns produtos que são classificados como risco grau 1. 
Tabela 2. Cosméticos comercializados de risco grau 1.
Os produtos que são considerados de risco grau 2 são aqueles que precisam de algumas exigências a mais por apresentarem possíveis riscos ao consumidor. Quando a indústria deseja comercializar um cosmético que se enquadra dentro desse risco, ela deve comprovar a segurança e eficiência do seu produto. Após as análises serem concluídas, que garantem a segurança do cosmético, o produto recebe um registro e pode ser comercializado. Os testes e exigências são de caráter obrigatório.
Tabela 3. Representação de alguns produtos cosméticos que são classificados como risco grau 2.
Os testes de segurança que as indústrias devem utilizar para comprovar a eficácia dos seus produtos podem ser in vitro, in vivo e por meio dos métodos físicos. Um dos mais utilizados é o método in vivo. A grande questão atual é a polêmica que envolve a utilização de animais em testes de cosméticos. A indústria e a pesquisa ainda não conseguiram desenvolver métodos tão eficientes quanto os resultados obtidos nos métodos em animais, por isso a proibição total com cobaias vivas ainda não é possível. Alguns animais já não podem ser utilizados nesses testes, como macacos e cachorros. Atualmente, os ratos são os mais utilizados, evitando usar vários tipos de animais para os testes. 
Fundamentação química
Os produtos cosméticos são misturas de vários tipos de componentes químicos que compõem as fórmulas comerciais. Em suas composições é possível encontrar substâncias de origem natural ou sintética. Graças à evolução dos estudos e da tecnologia, hoje é possível produzir produtos cada vez menos nocivos à saúde, evitando grandes problemas, como a intoxicação. 
A história dos cosméticos relata que as pessoas utilizavam produtos encontrados na natureza para o embelezamento do corpo. Com o uso progressivo de substâncias desconhecidas, os problemas de pele foram surgindo. O chumbo, por exemplo, é apontado por algumas pesquisas como um metal tóxico para o organismo em altas concentrações. Há indícios que ele pode ser cancerígeno, causar alterações neurológicas e graves alergias na pele. Por esses relatos, a Anvisa limitou a concentração da utilização de chumbo para evitar, dessa maneira, o surgimento de efeitos maléficos ao corpo humano. 
Além disso, a indústria não pode utilizar qualquer tipo de composição química em suas formulações. Os ativos são testados e verificados pela Anvisa e somente ela pode permitir a utilização de substâncias, bem como suas concentrações máximas. 
A composição química dos cosméticos envolve vários tipos de substâncias, que são escolhidas de acordo com suas propriedades funcionais. Para compreender suas funções, é necessário classificá-las quanto a sua origem: orgânica ou inorgânica. 
Tabela 4. Diferenças entre substâncias orgânicas e inorgânicas.
A constituição química dos compostos fará referência se eles são orgânicos ou inorgânicos e, por meio disso, cada um terá sua funcionalidade dentro da fórmula cosmética. Acompanhe, na Tabela 5, a constituição do grupo químico de cada um dos compostos que encontramos nos cosméticos.
Tabela 5. Classe de constituintes químicos, que fazem parte da formulação química dos cosméticos.
CONTINUE
FUNÇÃO DOS COMPONENTES QUÍMICOS
Cada um dos componentes químicos tem um papel fundamental nas formulações cosméticas. Veja a ação dos componentes e seus exemplos em cada cosmético:
// Conservantes
Substâncias químicas adicionadas aos cosméticos com o objetivo de aumentar a durabilidade dos produtos, não permitindo que eles estraguem com facilidade. Alguns tipos de conservantes atuam como bacteriostáticos, ou seja, impedindo o crescimento de microrganismo; outros possuem a ação de bactericidas, matando esses microrganismos. Sem os conservantes, os produtos estragam em poucas semanas e, por isso, a indústria utiliza muito desse tipo de componente químico, aumentando a vida útil do produto. Dentro da classe dos conservantes, os mais utilizados na indústria são os parabenos. 
Os parabenos são ésteres provenientes do ácido parahidroxibenzoico, que é um excelente antimicrobiano. Eles são divididos em grupos e são usados de acordo com o pH para formular os cosméticos. O metilparabeno, etilparabeno, propilparabeno, butilparabeno, isopropilparabeno, isobutilparabeno e benzilparabeno são algumas fórmulas dos compostos químicos dos parabenos. Eles atuam apenas conservando os produtos; essa é sua função, não existindo outra dentro da composição. Possuem ação antimicrobiana, antibacteriana e antifúngica. Eles são muito eficientes em produtos com fase aquosa, sendo encontrados em hidratantes para os pés e pernas, cremes faciais, espumas de barbear, desodorantes, esmaltes e até em medicamentos. A quantidade de parabeno encontrada nos produtos é a estimulada pela Anvisa, sendo proibido seu uso exagerado. A Figura 2 representa a fórmula química do conservante metilparabeno, éster metílico do ácido 4-hidroxibenzóico encontrado em vários tipos de produtos cosméticos.
Figura 2. Fórmula química do parabeno. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 07/08/2019. (Adaptado).
// Umectantes
Substâncias adicionadas aos cosméticos que protegem os produtos do ressecamento. Imagine um creme para hidratar os pés: ele apresenta certa emoliência, deslizando facilmente na superfície da pele. Os umectantes garantem que essa emoliência permaneça no produto por bastante tempo, sem deixá-los ressecados e duros. São substâncias hidrofílicas e estão presentes na maioria dos produtos hidratantes e combatentes do ressecamento. Um componente químico classificado como emoliente empregado em larga escala na indústria cosméticaé a vaselina. Trata-se de uma fórmula de hidrocarbonetos saturados que é insolúvel em água e álcool, apresenta leve odor de petróleo quando aquecida, é semissólida e possui coloração branca. Também possui baixo custo para a indústria, sendo um dos componentes mais utilizados para dar emoliência à pele. Pode ser encontrada em cremes de alto poder de hidratação, principalmente para regiões ressecadas, como cotovelos, joelhos e calcanhares. Em produtos para hidratar o rosto não estão em grande concentração, pois apresentam um alto poder de emoliência, deixando um aspecto oleoso com facilidade.
// Espessantes
Os agentes chamados de espessantes são aqueles que são adicionados nos cosméticos com o objetivo de aumentar a viscosidade de um líquido, gerando o efeito de produto encorpado, sem alterar as propriedades dos produtos. Eles garantem estabilidade aos produtos e são chamados de modificadores da reologia das composições. Imagine, por exemplo, utilizar um condicionador no banho sem o agente espessante. O efeito de produto líquido e consistente ocorre graças ao espessante, que não deixa o produto escorrer entre os dedos. Caso contrário, o condicionador seria apresentado na forma líquida totalmente e seria de difícil manuseio no banho.
EXPLICANDO
A reologia vem do grego rheo (fluxo) e logos (estudos). É a parte da Física que se dedica ao estudo da viscosidade, elasticidade e plasticidade das matérias. A matéria de análise é estudada por estar no estado líquido, sólido e gasoso. Volume, forma, solidez, elasticidades, viscosidade, forma, tamanho e deformação são exemplos das tangentes analisadas por essa ciência. 
O carbopol é um tipo de espessante utilizado pela indústria de cosméticos. É um carbômero, polímero hidrossolúvel  encontrado em várias fases na forma de gel. Está presente nas formulações de géis hidratantes, sabonetes, esfoliantes e produtos que ajudam a descamar, ou seja, que contenham ácido.
Figura 3. Exemplo de produto com carbopol. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 07/08/2019.
O gel para cabelo é um exemplo de cosmético com grande quantidade de espessantes, deixando os produtos em uma consistência semissólida. 
As fragrâncias, ou essências, são substâncias químicas utilizadas para perfumar os produtos, caracterizando os cheiros específicos de cada cosmético. Muitos estudos relatam que os consumidores são atraídos pelo cheiro dos produtos. Dessa forma, um cosmético com cheiro desagradável acaba não sendo uma boa opção de venda. 
Existem fragrâncias totalmente sintéticas, produzidas pela indústria, e as naturais, que são extraídas da natureza.  O extrato aromático de blueberry é um exemplo de fragrância natural muito utilizada pela indústria de cosméticos. Ele é obtido por meio de processos físicos sem que a fórmula química original dos componentes seja alterada. 
O perfume de almíscar, muito famoso antigamente, era uma fragrância obtida das glândulas do cervo-almiscarado. Posteriormente, o almíscar artificial foi inventado e tomou o lugar do natural. Conhecido como simtrinitro-butil-tolueno, possui o aroma idêntico ao natural, obtido do cervo. Foi inventado pelo químico Albert Baur, em 1888, e é utilizado até os dias de hoje pela indústria. O produto sintético é uma mistura entre o tolueno, brometo de isobutila e cloreto de alumínio. 
Os corantes e pigmentos, por sua vez, são compostos químicos que conferem cor aos cosméticos. Sua função é basicamente dar cor, chamando atenção do consumidor, sem mudar as características funcionais do produto. Existem os ativos químicos sintéticos que dão cor, e os de origem natural. 
É importante ressaltar que existe uma diferença considerável entre os corantes e pigmentos. Os corantes são solúveis e, quando misturados aos cosméticos, mudam de fato a cor do produto. Já os pigmentos são insolúveis e são misturados nos cosméticos, mas não se incorporam à mistura cosmética, ficando dispersos e podendo se acumular no fundo dos produtos.   
ONTINUE
Hidratantes, emulsões, leites, loções e manteigas
Os hidratantes são cosméticos muito procurados, principalmente para quem possui a pele seca. No entanto, a hidratação é importante não só para quem já tem a pele seca, mas também para manter toda a normalidade da pele do corpo humano. 
Quando se fala em desidratação, há referência da falta de água. Por vários motivos, o corpo perde água, constituinte básico da pele. Existem regiões do corpo que acabam perdendo mais água do que o restante, como é o caso das mãos e dos pés. O ato de manusear tudo leva ao desgaste e ressecamento das mãos. Os pés sofrem com o atrito que ocorre com os calçados e meias. 
O endurecimento, descamação e coceira são alguns dos sinais observados quando ocorre a desidratação. Atualmente, os hidratantes são os cosméticos mais utilizados para devolver ou realizar a manutenção da pele, deixando-a saudável. 
Os hidratantes são divididos em dois grupos principais, de acordo com o mecanismo de ação do ativo principal constituinte do cosmético: oclusivos e umectantes. 
CONTINUE
HIDRATANTES OCLUSIVOS E UMECTANTES 
Os agentes oclusivos são aqueles que ocluem a pele com componentes químicos específicos que atuarão não deixando a pele perder água para o ambiente. Logo, esse cosmético atua formando um filme protetor na pele, protegendo e permanecendo ali até ser removido. 
Os agentes oclusivos não penetram na pele, sua ação é apenas superficial. Esses ativos cosméticos podem ser de origem sintética ou natural. Vejamos alguns tipos de agentes oclusivos mais encontrados nos hidratantes dessa categoria:
LANOLINA
É classificada como um oclusivo natural. É obtida pelas secreções sebáceas das ovelhas, geralmente presente no couro do animal. É válido ressaltar que a extração da lanolina não mata ou leva ao sofrimento do animal. Por ser um produto natural e muito testado, a lanolina não apresenta efeitos adversos. Por esse motivo, está presente em muitos produtos classificados como reparadores de pele, rachaduras nos pés, queimaduras e feridas presentes;
PETROLATO
São hidrocarbonetos derivados do petróleo. É uma substância gelatinosa de cor amarelada. Comercializado com o nome de vaselina ou óleo mineral, é um dos componentes mais oleosos que se tem dentro do grupo dos oclusivos e, por esse motivo, sempre é associado a outras substâncias cosméticas. Apesar de ser derivado do petróleo, não é normal observar reações alérgicas.  
Os agentes umectantes agem de maneira diferente dos oclusivos: eles são hidrossolúveis e possuem a capacidade de absorver a água do ambiente. Quando em contato com a pele, eles capturam e aprisionam água no tecido. Enquanto o produto estiver na pele, ela fica hidratada pelo efeito da água capturada. 
A grande questão  problemática envolvendo os umectantes é que, se o ambiente estiver seco, esse produto pode retirar da própria pele a água, contribuindo com seu ressecamento. Por esse motivo, as fórmulas cosméticas atuais estão associando oclusivos com umectantes, juntando os dois tipos disponíveis de ativos que contribuem para a hidratação da pele. 
A glicerina, por exemplo, é um famoso componente da família dos umectantes e é o componente mais utilizado dessa classe nos hidratantes. Possui características parecidas com as dos fatores hidratantes naturais encontrados no nosso corpo, o NMF. 
Conhecida também como glicerol, a glicerina é um composto orgânico pertencente ao grupo de álcoois e derivado da saponificação na produção de sabões. O glicerol faz parte da composição da barreira de lipídeos e das membranas celulares e, por isso, esse ativo é considerado compatível com a pele, sendo uma excelente opção para quem tem sensibilidade. 
EXPLICANDO
O fator de hidratação natural ou a sigla do inglês NMF (Natural Moisturizing Factor) é um conjunto de componentes químicos que interagem entre si, formando um complexo fisiológico que retém água e gerando as características saudáveis da pele. Por isso, a água é uma questão estrutural para a pele e saúde, uma vez que sem ela as peles ficam ressecadas, opacas, descamativas, endurecidas e opacas.A ureia é campeã de vendas em produtos para os pés e faz parte estruturalmente do fator de hidratação natural da pele. Possui capacidade de ligação, por inclusão, com a água, ou seja, ela faz parte e incorpora-se estruturalmente à pele. Essa grande vantagem da ureia a torna para muitos o melhor componente hidratante disponível no mercado, sendo eficiente para resultados rápidos em casos de ressecamento intenso.
CONTINUE
EMULSÕES
Dentro da categoria dos cosméticos, as emulsões são classificadas como a dispersão de um líquido dentro de outro líquido, no qual esses dois não se misturam totalmente. São substâncias heterogêneas constituídas por dois meios (água e óleo). Portanto, nas emulsões sempre haverá fases dispersante (fase externa) e dispersa (fase interna). 
As emulsões são conhecidas de acordo com sua quantidade de fase interna e externa: quando a fase interna é oleosa e a externa é aquosa, é chamada de emulsão O/A (emulsão óleo em água). O contrário também é lógico: a fase externa oleosa e interna aquosa se chama emulsão A/O. 
O tipo de emulsão depende muito da finalidade, ou seja, produtos destinados à recuperação ou hidratação intensa geralmente são emulsões A/O, com predominância dos ácidos graxos para uma maior hidratação. Os produtos faciais, por sua vez, são do tipo O/A em sua maioria, pois a textura oleosa acaba não sendo a preferida dos consumidores.
A Figura 4 representa uma emulsão. Observe que a quantidade de óleo é maior do que a de água, ficando visíveis as gotículas de gordura na parte superior do frasco. Dessa forma, pode-se dizer que a figura representa uma emulsão O/A, na qual o óleo em menor quantidade está disperso na água.
Diagrama 1. Representação  da diferença de emulsões e seus exemplos.
Os cremes são classificados como emulsões e podem ser do tipo O/A ou A/O. Além disso, possuem alta viscosidade, ou seja, uma consistência que é fácil de pegar com as mãos. Os cremes para pés, mãos, corpo, rosto e cabelos são exemplos desse tipo de produtos cosméticos, e são as emulsões mais vendidas no mundo todo. Por apresentarem uma grande quantidade de produtos hidratantes, não são absorvidos com tanta facilidade pela pele. Além disso, a viscosidade é uma das fases mais utilizadas em cosméticos: tornar o produto menos líquido ajuda em seu manuseio, facilitando sua utilização.  
As loções, por sua vez, são emulsões que podem ser do tipo O/A ou A/O, além de serem absorvidas mais facilmente. São os produtos ideais para utilizar em locais onde não há problemas de pele. Possuem menos viscosidade, mas não chegam à fase totalmente líquida e, por isso, se espalham facilmente. As loções hidratantes para os pés e alguns tipos de desodorantes são exemplos dessa categoria. 
Os cosméticos chamados de leites são emulsões do tipo O/A ou A/O e possuem baixa viscosidade – repare que uma das características decisivas para a classificação do cosmético loção é a sua viscosidade. Encontrados na forma líquida, os leites podem ser utilizados para diversas finalidades: leite de limpeza, leite com fragrâncias, leite refrescante, leite calmante e diversos outros tipos que se encontram na forma líquida. 
As manteigas corporais são mais concentradas e com consistência firme em relação aos cremes e loções. O objetivo é concentrar os componentes químicos e gerar um produto de alta hidratação. O cosmético é é aplicado em locais de extremo ressecamento, como mãos, pés, cotovelos e joelhos. Não é comum encontrar esse tipo de produto com aplicação na região do rosto. As manteigas possuem uma grande quantidade de ácidos graxos, gorduras de origem animal, como a lanolina, e de origem vegetal, como os óleos de frutas e folhas.  
Tabela 6. Exemplificação das diferentes características das emulsões.
CONTINUE
Óleos vegetais e essenciais
Existem registros históricos que relatam a utilização de óleos vegetais há muitos anos devido ao seu excelente benefício para a saúde do corpo. Uma substância é considerada óleo quando possui o estado líquido em temperatura ambiente e quando é composta por moléculas longas ou mistas (ácidos graxos, por exemplo). Essas gorduras são utilizadas em vários tipos de cosméticos, alimentos e remédios. Na pele, os óleos formam uma barreira quando passados, tornando-se hidrofóbicos e prevenindo, dessa forma, a perda de água da pele. Basicamente, distinguimos os óleos em vegetais e essenciais. 
Os óleos vegetais são compostos majoritariamente por ácidos graxos. São mais viscosos e não possuem cheiro característico devido à sua composição. São compostos por moléculas longas e pesadas, dando a característica de viscosidade ao óleo. A maioria dos óleos vegetais é extraída de sementes e frutos. Além dos cosméticos, os óleos vegetais são muito utilizados na gastronomia. Na cosmetologia, os óleos vegetais são utilizados para dar características hidratantes para os produtos e devolver algumas substâncias importantes para a pele. Como exemplo de óleos que compõem os cosméticos, podemos citar os mais conhecidos: óleo de abacate, coco, oliva, rosa mosqueta, soja, girassol e amêndoas.  
HÁ DOIS PROCESSOS PRA EXTRAIR O OLEO VEGETAL: A ESTRAÇÃO POR SOLVENTE E A PRENSAGEM. POR MEIO DO SOLVENTE, O VEGETAL É MACERADO. PARA DISSOLVER OS COMPOSTOS DO VEGETAL, O HEXANO É MUITO UTILIZADO COMO SOLVENTE. DURANTE A PRENSAGEM O MATERIAL DEGETAL PE PASSADO NA PRENSA E SEU PRODUTO É EXTRAIDO A FORMA LIQUIDA COM FACILIDADE.óleoa prensa e seu produto é extraído na forma líquida com facilidade.
Existem vegetais que são mais suculentos e facilitam a obtenção do seu material por meio da prensa, como no caso da oliva e da palma. Outros vegetais, mais secos, não liberam nenhum líquido na prensa e, por isso, acabam sendo extraídos com solventes.
Os óleos conhecidos como essenciais são extraídos das folhas, raízes, flores e caule. Conhecidos pelo seu aroma agradável, são formados por moléculas menores e leves, por isso são menos viscosos e evaporam com mais facilidade. 
É importante destacar que os essenciais não devem ser ingeridos, podendo levar a sérios problemas gástricos. Pelo seu aroma característico, são muito utilizados e vendidos como aromatizantes na aromaterapia. Nos cosméticos, estão mais presentes com o papel de conservantes. Os óleos essenciais de canela, melaleuca, lavanda e eucalipto são exemplos dessa categoria de óleo. 
CONTINUE
Geoterapia
A geoterapia vem da união de duas palavras de origem grega: geo (terra) e therapeia (terapia). Dessa forma, define-se geoterapia como o uso da terra para fins terapêuticos. A geoterapia utiliza terapias com as argilas, que provêm de materiais terrosos e seus diferentes componentes encontrados na terra. A argila possui partículas pequenas, chamadas de microscópicas. Por essa característica, absorve toxinas e calor com facilidade do corpo. 
Existem basicamente três fatores que explicam a ação terapêutica na utilização da argila: composição geológica, química e troca de energia. 
A composição geológica depende da região de análise do solo. Sabemos que minerais e pedras são características dos diferentes tipos de solo. Quartzo, feldspato e mica são exemplos de elementos estruturais da argila, dependendo do tipo de solo. Já a composição química refere-se basicamente aos tipos de elementos encontrados nos solos. Silício, alumínio, ferro, cálcio, potássio e magnésio são exemplos de elementos ricos nas argilas. 
Cada componente possui estudos e é destinado a um tratamento específico com as argilas. A troca de energia refere-se à capacidade que as argilas possuem de absorver energia de uma determinada região; um exemplo simples para entender essa troca é o uso de argila em compressas para processos inflamatórios. A compressa fria de argila torna-se quente, pois absorve o calor da região que está com as características inflamatórias. 
As argilas possuem diversas finalidades e são destinadas para diversos tipo de problemas ou alterações. Possuem cores variadas por apresentarem composições específicas, tais como: 
Argila verde
Sua cor é devido à presença de óxido de ferro edemais oligoelementos (magnésio, cálcio, potássio, fósforo e zinco). Sua principal característica é o poder anti-inflamatório, por isso pode ser utilizada em regiões que estão inflamadas e doloridas. Ajuda no processo de cicatrização dos machucados e ferimentos;
Argila branca
É rica em silício e alumínio e é indicada para ajudar nos processos de cicatrização e ação antisséptica. É uma das mais utilizadas na estética como máscara facial. Nos pés, funciona muito bem para deixar a pele macia e hidratada;
Argila preta
É considerada a mais nobre de todas e pode ser encontrada como lama vulcânica. Tem ação anti-inflamatória, antiartrítica, absorvente e antiestresse;
Argila vermelha
Rica em ferro, cobre e silício. Ajuda a melhorar a microcirculação da pele, atuando como efeito drenante;
Argila dourada
É rica em silício e tem ação tonificante, funcionando como um excelente esfoliante para renovar a pele dos pés;
Argila cinza
É usada mais no rosto como máscara facial. Possui titânio em sua composição, sendo eficiente no combate de espinhas, cravos e pele oleosa.
A Figura 5 representa as argilas como são encontradas hoje. Sua forma principal é comercializada em pós e as cores diferem devido aos elementos presentes em cada uma. 
Agora é a hora de sintetizar tudo o que aprendemos nessa unidade. Vamos lá?!
SINTETIZANDO
No início dessa unidade, vimos que os cosméticos são definidos pela Anvisa como todo e qualquer produto destinado à beleza e aos cuidados pessoais, desde que não tenham a função de tratar doenças. Vimos que não existe uma graduação específica para a cosmetologia e, por conta disso, os profissionais da saúde que desejam atuar nesse ramo devem procurar um curso de Pós-Graduação para se especializar. 
A importância do histórico evolutivo envolvendo a cosmetologia é fundamental para entendermos o desenvolvimento dos cosméticos que acompanham os primórdios da humanidade e têm seu crescimento em todos os períodos históricos que passamos. Hoje em dia, a ciência, chamada de cosmetologia, estuda desde o processo de obtenção de matérias-primas e elaboração de produtos até a opinião do consumidor sobre os cosméticos.
Na classificação dos cosméticos, entendemos que todos os produtos são enquadrados em dois grandes grupos: risco grau 1 e risco grau 2. No primeiro grupo, de menor risco, se enquadram os cosméticos que não causam grandes efeitos colaterais nos consumidores e, por esse motivo, eles não precisam de testes comprobatórios para serem comercializados; no segundo grupo entram todos os cosméticos que podem desencadear maiores efeitos e, por isso, precisam dos testes para comprovar sua segurança. 
No tópico fundamentação química, vimos que os cosméticos são classificados de acordo com a sua origem química: orgânicos ou inorgânicos. Os elementos químicos representam as classes de produtos que vão desempenhar, individualmente, uma ação dentro da formulação cosmética. Conservantes, umectantes, espessantes e fragrâncias são exemplos de componentes que possuem papéis definidos dentro das formulações. 
Em seguida, no tópico das emulsões, verificamos que os cosméticos, com diversas apresentações comerciais, são divididos em dois grupos, segundo a quantidade de elementos presentes em suas fórmulas. As emulsões do tipo O/A e A/O determinam para qual tipo de região do corpo o produto será destinado: maior quantidade de óleo ou maior quantidade de água. Os específicos como cremes, hidratantes, leites e manteigas apresentam, em sua maioria, composições parecidas e são distintos por sua viscosidade. Quanto maior a viscosidade, mais denso será o produto e, consequentemente, menor a viscosidade em produtos mais líquidos. 
Os óleos vegetais e essenciais são muito utilizados e se diferem por suas características: os vegetais, extraídos de sementes e frutos, são compostos por ácidos graxos e são utilizados como componentes principais de cosméticos. Já os essenciais, extraídos de flores, folhas e plantas, têm um aroma único, sendo muito utilizados pela aromaterapia. Nos cosméticos, possuem como ação principal a de conservante. 
Por fim, no último tópico, vimos que a geoterapia utiliza as argilas de diferentes regiões para melhorar alguns efeitos fisiológicos do corpo. A diversidade de cores das argilas ocorre devido aos seus componentes. 
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TALON-HUGON, C. Estética histórias e teorias. Lisboa: Edições texto e grafia, 2008. 
UNIDADE 2.
Cosmetologia e Cosmiatria
Karla Glazielle Gonçalves
OBJETIVOS DA UNIDADE
· Abordar a importância da Cosmiatria nos tratamentos de unhas e pele;
· Discorrer sobre os cosméticos e suas especificações;
· Apresentar conceitos e propriedades de proteção solar e fotoenvelhecimento das mãos e pés. 
TÓPICOS DE ESTUDO
Cosmiatria podológica de unhas
// Fármacos utilizados para tratamentos das unhas
// Sugestões de fórmulas
Cosmiatria podológica de pele
-
Proteção solar e fotoenvelhecimento de mãos e pés
// Tipos de protetor
// Filtros físicos
// Filtros químicos
// Fotoenvelhecimento de mãos e pés
Peelings químicos e físicos
Higienizantes e antissépticos
Antitranspirantes e desodorantes
// Antitranspirantes
// Desodorantes
// Formas de apresentação
Cosmiatria podológica de unhas
Para muitas pessoas, as unhas aparentam não ter funções importantes no organismo humano, porém a proteção das falanges distais dos dedos é realizada por elas. Além disso, algumas patologias apresentam sinais e sintomas que se manifestam também através das unhas.
EXPLICANDO
Pela aparência da unha é possível auxiliar no diagnóstico de algumas patologias, desde as mais simples até as mais complexas, como comprometimentos pulmonar e renal.
Sua composição é basicamente feita pela queratina, com extrema irrigação, provendo à região uma coloração rosada. Além da queratina, é possível destacar a presença de água (7% a 18%), ácidos graxos (1% a 5%) e uma quantidade muito pequena de cálcio.
Sua anatomia pode ser dividida da seguinte forma (Quadro 1):
Quadro 1. Anatomia da unha.
Na Figura 1, é possível ver com mais detalhes a estrutura da unha.
Figura 1. Estrutura da unha. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/09/2019. . (Adaptado).
Em momentos em que as unhas não se encontram em estado normal, ou seja, saudáveis, tratamentos são necessários para que o equilíbrio volte ao seu estado de normalidade. Para isso, é possível utilizar diversos tipos de ativos, que possuem a função de auxiliar nos tratamentos podológicos, com uso em cabine e também home care, como uma manutenção do tratamento realizado.
A Cosmiatria, da qual trataremos aqui, tem se desenvolvido significativamente ao longo dos anos, sendo possível contar hoje em dia com substâncias de alto poder, no que diz respeito aos tratamentos das doenças que envolvam as unhas.
FÁRMACOS UTILIZADOS PARA TRATAMENTOS DAS UNHAS
Para fortalecimento e maior endurecimento das unhas, alguns ativos podem ser empregados de forma positiva. Existem inúmeras substâncias, das quais as mais utilizadas pelos profissionais são as que apresentam maior índice de eficácia já comprovada.
Vejamos algumas delas.
// D-pantenol
Ativo muito utilizado tanto na podologia quanto em tratamentos da saúde estética, este componente ativo biologicamente é análogo ao ácido pantotênico, que se enquadra na família das vitaminas do complexo B. A conversão do D-pantenol em ácido pantotênico tem suma importância na síntese delipídeos e proteínas, sendo consequentemente importantes também para o tecido tissular e para as unhas. Suas funções são:
· Hidratante;
· Cicatrizante;
· Anti-inflamatória.
Especificamente nas unhas, é possível destacar o papel do D-pantenol como fortalecedor e cicatrizante, promovendo um aumento significativo no que diz respeito à resistência ungueal.
Figura 2. Fórmula do D-pantenol. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/09/2019.
A pró-vitamina B5 estimula a proliferação celular e auxilia na reparação de tecidos lesados, além de promover a queratinização normal e a cicatrização. Pode ser utilizado tanto por via tópica quanto oral.
// Formaldeído
Com composição de aproximadamente 35% de formol com pequenas frações de álcool metílico, o formaldeído é uma solução aquosa de odor forte, que promove irritações para algumas pessoas. Foi muito utilizado no início da Podologia, porém, com o passar dos anos, seu uso diminuiu significativamente, pois estudos comprovam complicações derivadas de sua utilização, como hemorragias subungueais, carcinomas e dermatites de contato.
Sua ação para as unhas se explica pelo fato de ser um antisséptico com poder antibacteriano, além de seu potencial aumento da resistência ungueal, tornando-a mais dura através da deposição de cálcio em estruturas queratinizadas.
Figura 3. Fórmula química do formaldeído. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/09/2019. (Adaptado).
Utilizado de forma tópica, sua concentração com aprovação da Anvisa oscila entre 1% e 5%. É indicado em esmaltes, evitando seu contato com as bordas laterais e as cutículas, para não ocorrer o contato com a pele íntegra.
// Queratina hidrolisada
Composto por 18 tipos de aminoácidos interligados, a queratina hidrolisada é uma proteína insolúvel com peso molecular elevado, fazendo parte naturalmente da córnea da pele, estrutura capilar e unhas.
Sua função nas unhas é manter sua consistência endurecida. Para seu uso como na Cosmiatria, seu peso molecular precisa ser diminuído, para que a absorção possa ocorrer de forma efetiva. É solúvel em água e álcool, o que facilita a manipulação das formulações. Sua indicação é a restauração da resistência ungueal, evitando-se unhas quebradiças e danificadas, principalmente em indivíduos para quem o uso de removedores de esmaltes é frequente.
A suplementação de queratina é necessária quando os queratinócitos – células especializadas na síntese de queratina – estão produzindo quantidades insuficientes do composto.
De utilização tópica, pode ser manipulado em base de esmalte ou solução, com concentração de 1 a 5%.
// Exsymol
Este é um silanol derivado do silício, com ação de regeneração das unhas, através do seu efeito sobre a queratinização e fornecimento de metionina para o metabolismo celular. Também utilizado para prevenção de onimicoses; não amarela nem escurece as unhas.
Sua utilização é tópica com concentração de 0,5 a 1%.
// Onymirre
Com uma composição de 20% de extrato de mirra, o onymirre é uma resina com característica oleosa de origem vegetal que atua na estimulação da circulação sanguínea, aumentando consequentemente a nutrição da região queratinizada. Dessa forma, atua indiretamente no crescimento mais acelerado das unhas. É possível destacar também sua contribuição nas irritações periungueais e paroníquias, através de sua ação antisséptica e cicatrizante. Pode ser utilizada em tratamentos para onicofagia, pois seu sabor é amargo.
Sua aplicação é tópica, e sua manipulação não é recomendada em esmaltes, mas sim em solução, com concentrações que podem variar de 3 a 5%.
// Óleo de silicone
Utilizado como proteção e impermeabilizante para pele, unhas e cabelos, a composição à base de silício é ótima para tratamentos que envolvem cutículas e unhas desidratadas. Sua ação oclusiva reduz a perda de água, hidratando a região de tratamento.
É utilizado em veículos como loções e cremes, com concentração que pode variar entre 3 e 10%.
// Ácido salicílico
É um betahidroxiácido, encontrado amplamente nas folhas e órgãos reprodutivos das plantas. É sintetizado a partir da L-fenilalanina, que irá originar o ácido trans-cinâmico, convertido em ácido benzóico e posteriormente em ácido salicílico, através da ação da enzima ácido benzóico-2-hidrozilase.
É muito utilizado na pele para tratamentos de acne e oleosidade. Nas unhas, o destaque é pela ação na regulação da hiperqueratose, tendo então ação esfoliante e diminuindo a espessura das unhas.
Utilizado de forma isolada ou associado a outros compostos, com concentrações que podem chegar até 10%, pode-se preferencialmente usá-lo de forma oclusiva, para melhor penetrabilidade.
// Ureia
Composto orgânico que atua solubilizando ou desnaturando as proteínas, é utilizado pelo seu alto poder de hidratação e efeito queratolítico nas unhas. Indicado especialmente para casos de hiperqueratose ungueal.
Figura 4. Fórmula química da ureia.
Sua concentração pode variar entre 20 e 40%, sendo melhor em veículos como creme e soluções oclusivas, para potencializar a permeação.
// Biotina
Conhecida como vitamina H, a biotina faz parte do metabolismo das proteínas corporais. As pesquisas ainda não descobriram especificamente a ação da biotina nos cabelos e unhas. Sabe-se que, quando ela falta no organismo, ocorre um aumento na excreção de ácidos orgânicos, podendo contribuir para o enfraquecimento dos cabelos e unhas. Portanto, sua utilização tem como finalidade aumentar a resistência das unhas.
Sua utilização é de forma tópica e oral. Nas unhas, apresenta uma melhor resposta de forma oral, podendo ser utilizado até 10 mg diariamente.
// Cisteína
Este aminoácido atua no estímulo do metabolismo das células germinativas da pele e unhas, além do combate aos radicais livres.
Para as unhas, é indicado em casos de onicólise, com administração oral e concentração de 100 a 500 mg diárias.
// Pantotenato de cálcio
Conhecido como vitamina B5 ou ácido pantotênico, é muito parecido com a biotina e atua no metabolismo celular, auxiliando em disfunções ungueais e contribuindo com a queratinização das unhas, com doses diárias que podem variar entre 100 e 300 mg.
// Piridoxina
Também conhecida como vitamina B6, a piridoxina atua de forma coadjuvante. Sua função é incorporar aminoácidos, como a cistina e a metionina, nas regiões ungueais, auxiliando na recuperação das unhas. Indicada em casos de onicólise, com concentrações de 2 a 50 mg por dia. Dosagens acima de 300 mg resultam em risco de toxicidade.
// Metionina
Aminoácido essencial, atua na proliferação das células queratogênicas das unhas, ou seja, participa diretamente da formação ungueal. Sua indicação é para o tratamento de onicólise, podendo ser utilizada por via oral ou tópica. A dosagem oral pode variar entre 200 a 2.000 mcg, e topicamente até 2%.
// Lanolina
Muito utilizada como veículo de formulações tópicas, pela sua atuação no aumento da proteção, hidratação e emoliência das unhas.
// Zinco
Atua no metabolismo de proteínas e ácidos nucleicos e estimula a atividade de mais de 100 enzimas e do sistema imunológico, além de contribuir para cicatrização, síntese de colágeno e elastina. É anti-inflamatório e excelente antioxidante, pois transforma uma espécie altamente reativa (radical íon superóxido) em uma forma menos danosa às células (peróxido de hidrogênio). Indicado para casos de onicólise, com administração tópica, com doses que podem variar entre 15 e 50 mg por dia.
// Silício
Mineral com ação direta na formação de ossos, tecido conjuntivo e auxílio na saúde das unhas e cabelos. Proporciona maior resistência às unhas e sua administração oral pode ser prescrita com doses de 10 até 50 mg por dia.
CONTINUE
SUGESTÕES DE FÓRMULAS
Para manutenção de unhas saudáveis e para sua recuperação, há algumas formulações que atuam de forma efetiva, conforme veremos a seguir.
A Tabela 1 organiza as doses adequadas de cada ativo de uso tópico.
// Tabela 1. Uso tópico
Passar nas unhas sem esmaltação duas vezes por semana.
Para os ativos e suas respectivas doses de uso sistêmico, vejaa Tabela 2.
Tabela 2. Uso sistêmico.
CONTINUE
Cosmiatria podológica de pele
MÃOS E PES BEM CUIDADOS SÃO SINONIMOS DE HIGIENE E BEM -ESTAR. OS CUIDADOS COSMETICOS SE TORNARAM DE GRANDE VALIA PARA MANUTENÇÃO DA SUDE DA PELE NESSAS REGIÕES.
ALGUMAS CARACTERISTICAS PARTICULARES DESSAS REGIÕES ATRIBUEM A ELAS UM CUIDADO ESPECIAL. COMO EXEMPLOS, É POSSÍVEL CRIAR, NAS REGIÓES PLANTARES E PALMARES, A PRESENÇA DE UMA QUINTA CAMADA, A CAMADA LUCIDA E UMA CAMADA CORNEA MAIS ESPESSA, HAVENDO MAIOR DENSIDADE DE GLANDULAS SUDORIPARAS ECRINAS NESSAS REGIÕES.
Os pés, mais especialmente, permanecem muito tempo ao longo do dia dentro de meias e sapatos, principalmente os indivíduos do sexo masculino. Esse ambiente úmido e sem ventilação é propício para o crescimento de diversos tipos de microrganismos, que podem desequilibrar a saúde dos pés. Por isso, higienização e antissepsia são essenciais para manter a pele dos pés saudável.
Além de odor e transpiração, as dores nos pés podem indicar vários transtornos, como:
· Hiperqueratoses;
· Joanetes;
· Calos;
· Verrugas;
· Lesões ungueais;
· Micoses.
Alguns ativos dermocosméticos atuam de forma benéfica para manutenção e tratamento de disfunções que podem acometer a pele dos pés. Entre vários ativos, alguns recebem maiores destaques, como cânfora, mentol, salicilato de metila, calêndula, ureia, centela asiática, óleo de copaíba, óleo de rosa mosqueta, vitamina C, vitamina A e Aloe vera. Na Tabela 3, é possível consultar dosagens indicadas, perigos e a ação de cada ativo mencionado anteriormente.
CURIOSIDADE
A ureia é um dos ativos mais utilizados para disfunções da pele dos pés e das unhas. Sua ação é muito efetiva, tornando-a um dos produtos de maior preferência pelos consumidores.
Tabela 3. Ativos podológicos para pele.
Patologias graves que acometem os pés fogem do uso de produtos cosméticos e passam a precisar de prescrição médica, como é o caso de antibióticos, para utilização em infecções.
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Proteção solar e fotoenvelhecimento de mãos e pés
Na década de 1980, os estudos evidenciaram consequências decorrentes da exposição excessiva ao sol. Foi então enfatizado à população que o uso de fotoprotetores era de suma importância para manter a saúde da pele.
Durante muitos anos, os fotoprotetores tinham a obrigatoriedade de proteger a pele contra os raios UVB apenas. Porém, a partir de 2012, através da Anvisa, os protetores passam a possuir proteção contra os raios UVA, com faixa de proteção de, no mínimo, um terço do valor do FPS declarado no produto.
É importante que o filtro solar contenha proteção para faixas de luz solar UVB (290 a 320 nm) e UVA (320 a 400 nm), sem contar com as regiões do globo terrestre onde foi detectada a radiação UVC (100 a 280 nm) por causa da diminuição da camada de ozônio. Esta última radiação pode ser altamente lesiva para a pele sem filtro solar. A faixa de radiação visível entre 400 e 700 nm tem atuação fraca e duvidosa sobre a estimulação da produção de pigmento melânico.
A maioria dos fotoprotetores disponíveis no comércio protege principalmente contra UVB e comprimentos de onda mais curtos da radiação UVI, isto é, até 340 nm. As ondas mais longas que 340 nm devem ser bloqueadas com pigmentos brancos como dióxido de titânio ou óxido de zinco.
O fator de proteção solar (FPS) alto para UVB não bloqueia a ação do UVA, que faz parte dos raios pigmentadores. A proteção solar adequada para evitar a pigmentação é formulada com um filtro UVB/UVA curto, associado a um filtro físico para atingir os raios de UVA longos (atenção para filtros com UVA +++, que indicam máxima proteção UVA).
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TIPOS DE PROTETOR
Os filtros solares têm capacidade de absorver, refletir e dispersar a radiação em que a pele é exposta.
É possível dividir os filtros solares em dois tipos básicos:
· 1
· Químico;
· 2
· Físico.
Além dessa divisão, é possível classificá-los também em:
· 1
· Protetores hidrofílicos;
· 2
· Protetores lipofílicos.
Todas essas divisões são de suma importância para uma indicação correta ao paciente e, por esse motivo, serão abordadas nos tópicos seguintes.
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FILTROS FÍSICOS
Também conhecidos como filtros inorgânicos, esse tipo de fotoprotetor apresenta algumas características importantes, como o fato de serem:
· Pós-inertes;
· Opacos;
· Insolúveis em água;
· Insolúveis em materiais graxos.
Os componentes principais presentes nos filtros físicos são o óxido de zinco e o dióxido de titânio, porém podem ser encontrados outros compostos, como cério, talco e zircônio.
Um dos principais benefícios dos protetores físicos é o fato de terem um baixo potencial alergênico, e por isso são muito indicados para bebês, gestantes, peles muito delicadas, ou após procedimentos estéticos abrasivos.
A escolha do óxido de zinco e do dióxido de titânio na composição dos protetores físicos se dá pelo fato de ambas as substâncias terem alto poder de refração, refletindo a luz incidida na pele. Portanto, os filtros físicos formam uma barreira protetora, refletindo e dispersando a radiação ultravioleta.
Como o óxido de zinco e o dióxido de titânio são insolúveis em água e regiões lipídicas, o aspecto na pele é uma película esbranquiçada, muitas vezes de difícil manuseio tanto para passar quanto remover.
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FILTROS QUÍMICOS
Também conhecidos como orgânicos, diferentemente dos filtros físicos, estes atuam absorvendo a radiação UV. Depois, tal absorção é convertida em outra fonte de energia, como o calor, sendo menos prejudicial à pele.
Uma das vantagens da utilização dos fotoprotetores químicos é a formação de um filme 100% transparente de fácil aplicação e remoção.
Os filtros químicos possuem uma classificação de acordo com sua estrutura, podendo ser:
· Derivados do ácido paraminobenzóico;
· Derivados de salicilatos;
· Derivados de cinamatos;
· Derivados de benzofenoma;
· Derivados de dibenzoilmetano;
· Derivados de antranilato;
· Derivados de cânfora;
· Derivados de benzotriazol;
· Derivados de triazina.
Os filtros químicos oferecem cobertura tanto na faixa UVA quanto na UVB. Essa característica é de extrema importância, pois é sabido que a radiação UVA atua de forma mais profunda, com ação celular, representando 95% da radiação que atinge o organismo como um todo (corpo e face) e sendo o maior responsável pelo envelhecimento, por hipercromias e por possíveis desencadeamentos do câncer de pele. Já os raios UVB constituem-se por ondas mais curtas, que agem na superfície da pele, sendo responsáveis por queimaduras, vermelhidão e podendo contribuir para um possível câncer.
O mecanismo de ação dos protetores químicos ocorre a partir da absorção da radiação de alta energia, convertendo em uma radiação de baixa energia. Portanto, um fotoprotetor químico absorve a energia prejudicial e a transforma em uma forma de energia não agressiva à pele.
É importante lembrar que, independentemente do fotoprotetor utilizado, ele deve ser passado em todas as regiões de exposição solar e não somente na face. Como exemplo, é possível se atentar para:
· Pescoço;
· Colo;
· Mãos;
· Braços, quando expostos;
· Pernas, quando expostas.
Já é possível encontrar também protetores combinados, ou seja, que unem compostos químicos e físicos. Sua função é o desenvolvimento de um produto de alto fator de proteção (FPS), com um amplo espectro de proteção, maior estabilidade e baixo potencial de desencadear processos irritativos ou alergênicos.
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FOTOENVELHECIMENTO DE MÃOS E PÉS
O envelhecimento é um processo natural que ocorre no organismo como um todo. Algumas regiões acabam sendo mais afetadas, como as mãos. O envelhecimento é multifatorial e pode ocorrer de forma mais rápida ou devagar, de acordo com a genética do indivíduo e através dos cuidados diários com a pele, como a utilização de fotoprotetores, antioxidantes, alimentação adequada, entre outros.
A pele é o órgão de maior vulnerabilidade quando o assunto é o envelhecimento, pois sofre alterações intrínsecas e extrínsecas. Dessa forma, é possível classificar o envelhecimento de duas formas
INTRISICOAquele envelhecimento natural, chamado também de cronológico; ocorre de forma mais lenta, determinado pelos fatores genéticos. As manifestações são: pele áspera, perda da elasticidade, diminuição na capacidade de sintetizar fibras de colágeno e pele mais frágil, com menor tonicidade.
EXTRÍNSECO
É o envelhecimento causado por fatores externos, como poluição, tabagismo, alimentação inadequada e principalmente exposição excessiva ao sol, desencadeando o fotoenvelhecimento. As manifestações aqui apresentadas são: pele espessa, hipercromias, telangiectasias e alta produção de radicais livres.
Alguns fatores podem influenciar diretamente o envelhecimento cutâneo, como é o caso das hipóteses relacionadas na Tabela 4.
Tabela 4. Causas e consequências.
Algumas alterações, que podem ser notadas com o envelhecimento cutâneo, atingem várias estruturas, como epiderme, derme, circulação, glândulas, tecido subcutâneo, unhas, entre outras.
Vejamos isso mais detalhadamente
Epiderme
É possível observar redução do número de queratinócitos, afinamento da epiderme, diminuição das ceramidas, colesterol e ácidos graxos, que são de suma importância para barreira de proteção da pele. As células de Langerhans e os corpúsculos de Meissner e Macini também têm suas funções reduzidas.
Derme
Os fibroblastos diminuem em número e em capacidade de síntese das fibras de colágeno e elastina, podendo chegar a uma redução de 1% ao ano. Há ainda a redução de algumas glicosaminoglicanas, como o ácido hialurônico, degradando toda a matriz extracelular e aumentado a flacidez.
Circulação sanguínea
A microcirculação é comprometida, pois toda a nutrição e a oxigenação da epiderme são realizadas pela derme, visto que a epiderme é avascular. Com isso, durante o processo de envelhecimento, o fluxo sanguíneo está comprometido devido a alterações funcionais e morfológicas dos vasos sanguíneos.
Tecido subcutâneo
Os adipócitos, que estão situados abaixo da derme, começam um processo de atrofia, reduzindo o volume de algumas regiões, em especial a face, tornozelos, mãos e pés.
Unhas
Ocorre um afinamento no leito das unhas, além da diminuição do brilho e da velocidade de crescimento. As unhas se tornam mais quebradiças, opacas e suscetíveis a infecções.
Os cuidados com produtos dermocosméticos são de grande valia para a prevenção do envelhecimento e para melhorar a pele já envelhecida.
Peelings químicos e físicos
Também chamados de esfoliação, os peelings têm como finalidade uma reepitelização da pele. Para atingir tal efeito, podem ser utilizados cosméticos com mecanismo físico ou químico, atuando nas primeiras camadas da epiderme até a derme reticular.
// Peelings químicos
Como um dos principais procedimentos para a reorganização da pele, os profissionais podem contar com peelings químicos, também denominados resurfacing ou quimioesfoliação. Esse procedimento promove a retirada total ou parcial da epiderme e da derme, através de aplicações de ativos, que geralmente são ácidos, com porcentagens e pH variáveis. A destruição que ocorre no tecido é desejável e controlada de acordo com os objetivos a serem alcançados.
Em 1903, os primeiros artigos de cunho científico foram publicados, com a presença de componentes para auxiliar na cicatrização. Após alguns anos, em 1941, o uso de ativos para esfoliação da pele foi estudado também.
De acordo com a disfunção a ser tratada, é de responsabilidade do profissional escolher o agente mais apropriado para atingir os objetivos. Assim, ocorrerá a preservação dos tecidos nos quais não há necessidade de ocorrer a esfoliação.
Por meio dos fármacos utilizados, o processo de peeling químico pode ativar três mecanismos, sendo eles:
· O estímulo na proliferação da camada epidérmica a partir do momento em que o estrato córneo for esfoliado e removido, assim, após a regeneração, é possível observar um espessamento do tecido-alvo;
· Com o objetivo devidamente traçado, é possível, por meio da remoção de camadas específicas do tecido tissular, substituí-lo por um tecido novo, reorganizado e regenerado;
· Para que o tecido-alvo consiga estimular a produção de novas fibras de colágeno, o terceiro mecanismo é a ativação de um processo inflamatório, que terá como resultado a indução na produção de colágeno e a reorganização da matriz extracelular.
Por meio da escolha de ativos, da concentração e do pH, é possível atingir o tecido tissular de forma mais superficial ou profunda. Dessa forma, uma classificação foi desenvolvida com base na camada atingida, podendo ser: muito superficial, ou seja, atingindo apenas o estrato córneo, a fim de realizar uma revitalização na pele; superficial, com objetivo de remover toda a região epidérmica; profundidade média, e nesse caso a agente esfoliante atinge tanto a epiderme quanto a derme, porém, na derme, restringe-se à primeira parte – derme papilar; por fim, profundo, promovendo a necrose da epiderme e da derme como um todo.
Essa classificação provê orientações acerca de qual agente pode ser escolhido, tendo em vista a profundidade daquilo de que se deseja tratar. Cada agente químico, todavia, combinando-se a outros fatores, pode ter suas características alteradas, tirando dessa classificação o estatuto de absoluta.
Vejamos mais detalhes na Tabela 5.
Tabela 5. Exemplos de ativos por profundidade.
// Peelings químicos
Os peelings físicos promovem uma reepitelização no tecido cutâneo a partir de um processo mecânico de esfoliação, quando se fricciona um ativo na pele. Ocorre uma descamação dos corneócitos, podendo concluir que a descamação por mecanismo físico é mais superficial quando comparada ao mecanismo químico. O ativo não interage com a pele e a ação se dá pela pressão adicionada durante o esfregaço do agente sobre o tecido.
Os esfoliantes físicos podem ser usados de diversas formas, como adicionados aos sabonetes ou cremes para massagens.
Podem ser classificados em seis grupos, sendo eles:
Naturais de origem vegetal
Pó de sementes de frutas, como damasco, amêndoas, guaraná; pó de cascas, como nozes; ceras naturais, como carnaúba; e farelo de arroz e sementes de frutas, como o kiwi;
Naturais de origem mineral
Pedra pome em pó, quartzo em pó, areia e argilas;
Naturais de origem marinha
Pó de ostras, cloreto de sódio, diatomáceas e madrepérolas;
Derivados orgânicos sintéticos
Esferas de polietileno;
Formadores de filmes
Álcool polivinílico e polivinilpirrolidana;
Carboidratos
Açúcar mascavo e açúcar cristal.
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Higienizantes e antissépticos
A higienização da pele se faz necessária para remoção das impurezas que o tecido cutâneo absorve durante o dia, como poluição, resíduos de cosméticos, sudorese e as próprias células do estrato córneo. A limpeza na pele se iniciou cerca de 2800 a. C., por meio da fervura de gordura com cinzas, para utilização na higiene. No século VII, por meio da mistura de alguns componentes, o sabão em barras foi desenvolvido, e nessa época apenas os nobres tinham acesso ao produto.
A partir de século XIX, o sabão foi reformulado e então foi criado o sabão perfumado, vindo a se chamar de sabonete e tornando-se mais popular e com o valor acessível à população.
Desde então, tecnologias foram empregadas para obtenção de produtos antissépticos com alto poder de higienização. A utilização de compostos para a limpeza da pele pode ser classificada em três tipos:
SOLVENTES ORGÂNICOS 
Esse composto baseia-se na remoção das impurezas cutâneas por meio da solubilização, arraste mecânico e absorção do produto. Porém, a desvantagem é a irritabilidade que pode ser desencadeada na região pela agressividade do solvente orgânico, ou seja, além de remover as impurezas, ocorre também a remoção de ácidos graxos, aumento da perda de água cutânea, além de promover descamação da pele, podendo até mesmo promover casos de dermatite.
SUBSTANCIAS LIPOFILICAS
Obedecendo ao conceito de que “semelhante dissolve semelhante”, o excesso de sebo secretado pelas glândulas sebáceas e as impurezas 
é removido com compostos de polaridade semelhante, com a solubilizaçãoe o arraste pelo uso de gaze e algodão. A vantagem de utilizar substâncias lipofílicas é o fato de serem parecidas com a camada córnea da pele, diminuindo significativamente algum desequilíbrio cutâneo, porém, como desvantagem, é possível citar o aspecto mais oleoso que fica na pele após a limpeza, o que pode promover incômodo para alguns indivíduos.
USO DE TENSOATIVOS
são os produtos mais conhecidos e utilizados para limpeza da pele, visto que são práticos e eficazes e promovem maior segurança aos consumidores. Outra característica importante é o fato de serem anfifílicos, ou seja, têm afinidade tanto pela água quanto pelo óleo. Os componentes tensoativos possuem alguns atributos físico-químicos, como:
// Redução da tensão entre a água e a gordura, facilitando a remoção desses materiais nas regiões higienizadas;
// Emulsificação do sebo e transferência para o meio aquoso;
// Suspensão das sujidades, possibilitando sua extração com o enxague.
Antitranspirantes e desodorizantes
A preocupação com o odor em algumas regiões do corpo ocorre há muitos anos. As primeiras evidências remontam a 1500 a. C., na China, quando resinas aromatizadas eram incorporadas a gordura de animais e passadas no corpo. Na Idade Média, também eram utilizadas bolsas aromatizadas nas axilas. No final do século XIX, os produtos desodorantes e antitranspirantes iniciaram a entrada no mercado através de uma pasta à base de óxido de zinco.
Na década de 40, no Brasil, teve início a utilização do cloridrato de alumínio com aplicação através do squeeze bottle; na década de 1950, foram introduzidos os aplicadores roll-on; e na década de 1960, os aerossóis.
Na década de 1940, foi estabelecido que a associação da transpiração com a proliferação bacteriana desencadeava odores desagradáveis em várias partes do corpo, como pés, axilas e virilhas.
As responsáveis pela produção de suor no corpo humano são as glândulas sudoríparas, divididas em écrinas e apócrinas. As glândulas écrinas sintetizam o suor aquoso, com finalidade de manter a temperatura corporal em equilíbrio (37 graus). A secreção pode ser ativada através de estímulos térmicos ou psíquicos, como ansiedade, estresse ou constrangimentos. Nas mãos e nos pés, o estímulo com maior sensibilidade são os psíquicos.
Já as glândulas apócrinas encontram-se fixadas ao folículo piloso, sendo iniciada sua atividade na fase da puberdade. Sua secreção é estimulada a partir da contração celular mioepitelial, empurrando o suor até a camada mais superficial da pele. As glândulas apócrinas na maioria das vezes estão relacionadas ao odor fétido nas regiões de maior quantidade, como axila, virilha, genitais e abdômen.
Diagrama 1. Fluxograma da produção do odor fétido.
Algumas disfunções na produção de suor podem ocorrer, como miliária, intertrigo, hipohidrose, cromidrose e, a mais comum, denominada hiperidrose, que consiste na produção exacerbada de suor, podendo ser concentrada em um local ou difusa. A intensidade e regiões do corpo podem variar de organismo para organismo. As áreas mais comuns são fronte, mãos, couro cabeludo e axilas.
O tratamento com base em cosméticos é paliativo, ou seja, eles controlam, mas não resolvem por completo a disfunção. Uma das substâncias mais utilizadas para o controle da hiperidrose é o cloreto de alumínio.
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ANTITRANSPIRANTES
Substâncias com a finalidade de inibir ou diminuir significativamente a transpiração podem ser aromatizadas ou não, com diversas formas de apresentação, associadas ou não aos desodorantes.
Os antitranspirantes inibem o crescimento bacteriano e reduzem a secreção de água das glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas. A teoria mais aceita para tal redução na secreção de suor é a formação de um tampão no ducto sudoríparo, bloqueando ou diminuindo o fluxo do suor, sendo então reabsorvido, sem causar um aumento na secreção.
Vários componentes são utilizados com finalidade antitranspirantes, entre eles:
DESODORANTES
Os desodorantes têm como finalidade a diminuição ou inibição dos maus odores, causados pela associação do suor com a proliferação bacteriana. Para mascarar o odor ruim, é preciso aplicar algo que se sobressaia ao odor formado. Além dessa função, nos desodorantes podem ser adicionados ativos que diminuam a umidade, diminuindo consequentemente o desenvolvimento bacteriano.
As substâncias mais utilizadas para produtos desodorantes, seja para pés ou axilas, por exemplo, são:
· Bicarbonato de sódio e potássio;
· Sequestrante de ferro;
· Cloreto benzalcônio;
· Ácido butiloctanoico;
· Pidolato de zinco;
· Farnesol;
· Etanol;
· Triclosan;
· Inibidores enzimáticos.
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PRINCIPAIS FORMAS DE APRESENTAÇÃO
As principais formas de apresentação dos desodorantes e antitranspirantes são:
LIQUIDA
Uma solução na qual os ativos desodorantes ou antitranspirantes são adicionados em soluções hidroalcoólicas ou hidrogliceroalcoólica, além de haver uma fragrância, que pode ser apresentada em forma de: 
SPRAY 
ROLL- ON
AEROSOL
SEMISOLIDOS
PRODUTOS DE APARENCIA MAIS VISCOSA, COMO OS CREMES, POSSUINDO UMA CARACTERISTICAS MAIS OLEOSA. PODEM SER ADICIONADOS TANTO ATIVOC DESODORANTES COMO ANTITRANSPIRANTES . OS APLICADORES PODEM SER EM FORMA:
POTES
BISNASGAS
SOLIDAS
TAMBEM CHAMADAS DE STICK OU BASTAO. ALEM DOS ATIVOC ESPECIFICOS PARA ANTITRANSPIRAÇÃO, É ADICIONADO EM SUA FORMULA UM ESPESSANTE, PARA TORNAR A APRESENTAÇÃO SOLIDA
A eficácia dos desodorantes e antitranspirantes precisam ser testadas in vitro ou in vivo. Geralmente, testes in vitro são utilizados para testar a diminuição da proliferação bacteriana. Já os testes in vivo têm como finalidade a avaliação olfativa, entregando à população produtos seguros e de alta eficácia.
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SINTETIZANDO
Nesta unidade pudemos verificar que as unhas possuem um papel fundamental na proteção das falanges distais dos dedos e na sinalização de algumas patologias. Quando existe uma disfunção que acomete as unhas, é possível utilizar diversos tipos de ativos, que possuem a função de auxiliar os tratamentos podológicos, com uso em cabine e home care, como uma manutenção do tratamento realizado.
Observamos que a Cosmiatria tem se desenvolvido significativamente, disponibilizando, atualmente, substâncias de alto poder, no que diz respeito aos tratamentos das doenças que envolvem as unhas. Percebemos que vários ativos cosméticos podem ser utilizados para seu fortalecimento e endurecimento.
Foi possível observar que, além das unhas, também pés e mãos necessitam de cuidados específicos, pois essas áreas podem propiciar o crescimento de diversos tipos de microrganismos, que desequilibram a saúde dos pés, como hiperqueratoses, joanetes e calos. Alguns ativos dermocosméticos atuam de forma benéfica para a manutenção e tratamento de disfunções que podem acometer a pele dos pés.
Abordamos a proteção solar, importante aliada na prevenção do fotoenvelhecimento. Os protetores possuem um alto poder para a manutenção do tecido cutâneo e podem ser classificados em dois tipos: os protetores físicos, que atuam como uma película protetora, em que a radiação UV não é absorvida, mas refletida; e o protetor químico, que transforma a radiação absorvida em uma energia com baixo potencial de prejuízos para a pele.
No que dia respeito aos agentes esfoliantes, eles são divididos em: químicos, isto é, agentes que irão atar desde o estrato córneo até a derme, dependendo da concentração e do pH do ativo; e físicos, que atuam de forma mais superficial, sendo aplicados através da fricção do produto na região afetada.
Por fim, discorremos sobre produtos que promovam a limpeza da pele, e ativos que controlam o odor e a secreção excessiva de suor. Foi esclarecido que os antitranspirantes atuam diminuindo a secreção de suor através da produção de um tampão nos ductos sudoríparos, enquanto os desodorantes camuflam os odores fétidos, que podem ser desencadeados pela associação do suor com a proliferação bacteriana.
Dessa forma, os produtos disponíveis oferecem uma eficácia comprovada e muita segurança para utilização nos vários

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