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AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 1 • Deve ser regulada e autolimitada para evitar perda de sangue ou coagulação excessiva. • A hemostasia contém os danos vasculares através da formação de um coágulo, sendo temporário. 1) Vascular (endotélio): Liberação de mediadores químicos vasoconstritores, que promovem vasoconstrição para limitar o fluxo de sangue e diminuir de forma mecânica a perda de sangue. → Vasoconstritor (ex. norepinefrina) associado ao anestésico local, limitando o fluxo de sangue e diminuindo o sangramento. 2) Plaquetas: Agregação das plaquetas para formação do trombo branco. 3) Cascata de coagulação: Deposição de fibrina no agregado de plaquetas, formando o trombo vermelho. 4) Fibrinólise: Fase em que se tem a modulação da rede de fibrinas, retração do coágulo e, em seguida, sua destruição. • Fragmento celular. • Anucleada e com grânulos oriundos do seu precursor encontrando na medula, o megacariócito. • Possui receptores em sua membrana, os quais ao interagirem com algumas substâncias iniciam uma cascata de sinalização promovendo a degranulação. • A degranulação estimula a cascata de coagulação (hemostasia secundária) ou estimula e recruta outras plaquetas para compor o trombo branco. 1) Adesão: Exposição da matriz subendotelial por lesão mecânica ou ruptura de uma placa de ateroma, externalizando substâncias como colágeno e fator de von Willebrand, as quais interagem com os receptores plaquetários. 2) Ativação: A partir disso, estimulam cascatas de sinalização intracelular através de um segundo mensageiro, geralmente a fosfolipase C, gerando um influxo de cálcio dentro da plaqueta, o qual promove degranulação e exposição de receptores glicoproteicos IIb-IIIa (GPIIb-IIIa). → A degranulação também promove a liberação de trombina, ADP e tromboxano, substâncias que estimulam a própria plaqueta e as outras próximas. → Receptores P2Y de ADP. → Receptores PAR1 e PAR4 de trombina. → Receptores TP-α e TP-β de tromboxano (TXA) oriundo do ácido araquidônico. Hemostasia Hemostasia Primária Os anticoagulantes são muito utilizados em casos de COVID-19, devido ao alto efeito trombogênico dessa doença. AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 2 3) Agregação: Tal receptor faz a ponte de fibrinogênio entre plaqueta-plaqueta, formando o agregado plaquetário chamado de trombo branco. • Série de reações enzimáticas que ocorrem sobre uma superfície fosfolipídica (plaquetas). • Via intrínseca ou via extrínseca promovem a formação de trombina. • Fatores Importantes: São produzidos no fígado e dependem da vitamina K para expressar suas funções biológicas. → II, VII, IX e X. • Cofator: Cálcio (IV). → Quelantes presentes nos frascos de coleta de sangue, impedem a coagulação. • No geral, a maior parte dos cofatores são produzidos no fígado. → Pacientes com problemas hepáticos tendem a ter problemas na coagulação. Hemostasia Secundária AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 3 • Ação do fator Xa sobre a protombrina (II) transformando-a em trombina (IIa). Necessitando da participação do fator X e do cálcio na presença do fosfolipídio da membrana de qualquer célula. → Quando acontece na membrana plaquetária a geração da trombina é acelerada milhares de vezes, pois elas incentivam a hipercoagubilidade. → Trombos formados por estase, fibrilação atrial ou TVP são formados mais lentamente, do que trombos produzidos em uma IAM, com ruptura da placa de ateroma, exposição do subendotelio e afins. • Trombina: Ação em múltiplos pontos no processo hemostático. → Ativação das plaquetas no trombo hemostático. → Ativa os fatores V, VIII e XIII. → Atua sobre o fibrinogênio. → Liberação de fibrinopeptídios A e B, os quais geram monômeros de fibrina, que se ligam longitudinalmente e lateralmente, formando os polímeros de fibrina e, consequentemente, o trombo vermelho. A fibrina é solúvel, porque seus monômeros estão ligados através de ligação de hidrogênio, portanto é necessário que o fator XIIIa se ligue ao trombo, tornando a fibrina insolúvel. • Reações bioquímicas da coagulação do sangue são reguladas para evitar ativação excessiva do sistema, formação inadequada de fibrina e oclusão vascular. • Esta regulação é realizada principalmente por proteases, as quais agem na cascata de coagulação. Principais pontos de ação dos anticoagulantes AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 4 • Principais inibidores fisiológicos da coagulação: → Inibidor da Via do Fator Tecidual (TFPI). → Proteína C (PC). → Proteínas S (PS). → Antitrombina (AT). • Degradação da fibrina mediada pela plasmina (enzima), formando produtos de degradação da fibrina (ex. D-dímero). • Ativação de metaloproteinases de matriz extracelular, estimulando a cicatrização do tecido. • Este sistema é composto por diversas proteases séricas e inibidores, as quais regulam a geração de plasmina a partir do plasminogênio (proenzima). Fibrinólise Produzidos no fígado e dependentes de vitamina K O exame para avaliação do D-dímero indica que a fibrina está sendo degradada, mas não necessariamente é de um coágulo. A fibrina pode ser de uma matriz extracelular, crescimento e disseminação tumoral ou processo de cicatrização. Tal marcador quando ausente no exame EXCLUI TROMBOSE! AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 5 • Conhecido também como aspirina. • Retirado da casca do salgueiro. • Analgésico, anti-inflamatório e antiagregante plaquetário. • Dose: 75 a 150 mg/dia (baixas doses). • Fisiologia: A estimulação das plaquetas por trombina, colágeno e ADP resultam na ativação das fosfolipases de membrana, as quais liberam o ácido araquidônico dos fosfolipídeos da membrana. Ele é convertido em prostaglandina G2 (PGG2) e prostaglandina H2 (PGH2) pela cicloxigenase-1 (COX-1). Em seguida, ela é metabolizada em tromboxano A2 (TXA2), o qual promove a aglutinação e formação do tampão hemostático. • Mecanismo de Ação: O AAS faz inibição irreversível da COX-1 plaquetária, impedindo a conversão do ácido araquidônico em TXA2. → Em baixas doses, ele também faz o bloqueio da COX endotelial, impedindo a produção da prostaciclica (PGI2), que tem efeito anticoagulante. No entanto, dura um curto espaço de tempo, porque a célula endotelial é capaz de sintetizar novas COX. • Resistência: → Redução da biodisponibilidade: Pessoas não aderem ao tratamento, uso de dose inadequada, interação medicamentosa que reduz a absorção (ex. omeprazol) ou que reduz a ligação com as plaquetas (ex. ibuprofeno). → Alteração da ligação à COX-1: Polimorfismo genético, uso de AINES (competição pela COX). → Outras fontes de produção de TXA2 → Vias alternativas de ativação plaquetária: ADP, trombina e colágeno. → Aumento do turnover plaquetário: Pessoas com plaquetas com meia-vida de 3 dias. → Taquifilaxia: Perda do efeito plaquetário da aspirina devido a administração prolongada. • Pouco usada atualmente. • Meia-vida: Curta. • Ação: Rapidamente absorvida, com ação longa, com início lento de 3 a 7 dias. • Pró-droga: Requer conversão da tiol por enzima do citocromo P450 hepático. • Mecanismo de ação: Inibição irreversível da ligação do ADP aos receptor P2Y12. → Trombocitopenia ou plaquetopenia,que é a diminuição do número de plaquetas. • Indicações terapêuticas: → Prevenção de eventos vasculares cerebrais secundário ao AVCI. Ácido Acetilsalicílico (AAS) Tienopiridínicos ANGIOPLASTIA: AAS + antiagregante AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 6 → Prevenção de eventos cardíacos em pacientes com angina instável. → Pacientes submetidos a angioplastia. • Efeitos adversos: → Náuseas, vômitos e diarreia. → Neutropenia grave (2,4% dos pacientes), que é nível reduzido de neutrófilos. → Agranulocitose fatal, que é a falta de neutrófilos, basófilos e eosinófilos. • Pró-droga: Convertido no fígado com eliminação renal. • Mecanismo de ação: Inibição irreversível da ligação do ADP aos receptor P2Y12. → Ação sinérgica ao AAS, agindo em vias diferentes. • Indicações terapêuticas: → Prevenção de eventos vasculares cerebrais secundários ao AVCI. → Prevenção de eventos cardíacos em pacientes com angina instável, doença arterial periférica ou síndrome coronariana aguda. → Pacientes submetidos a angioplastia (mínimo de 1 ano, associado a AAS). • Efeitos adversos: → Sangramento (gengivorragia, epistaxe, trauma, AVC hemorrágico). → Síndrome hemolítico-urêmica. → Intolerância gastrointestinal. → Trombocitopenia, neutropenia e agranulocitose. → Púrpura trombocitopênica trombótica. • Interações medicamentosas: → Inibidores da bomba de prótons, como Omeprazol e Esomeprazol, com exceção do Pantoprazol, que impedem a ativação do Clopidrogrel. → Fluconazol, Cimetidina e Fluoxetina, que competem pelo citocromo P450. • Resistência: → Fatores extrínsecos: Falha na prescrição, paciente não adere ao tratamento, variabilidade na absorção, massa corporal, subdose e interação medicamentosa. → Fatores intrínsecos: Polimorfismos genéticos do P2Y12 e citocromo, número de receptores P2Y12, graus variáveis de responsividade, ativação de vias alternativas. • Semelhante ao Clopidrogrel. • Disponível em comprimidos de 5mg e 10mg. • Pró-droga: Convertido no fígado. • Mecanismo de ação: Inibição irreversível da ligação do ADP aos receptor P2Y12. • Indicações terapêuticas: → Síndrome coronária aguda com ataque de 60mg e manutenção de 10mg (<75 anos) e 5mg (>75 anos). USO COMUM: AAS + Tienopiridínicos (exceto em alérgicos) AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 7 • Meia-vida: 12h. • Ação: Efeito mais rápido e mais consistente do que o Clopidogrel, não sendo necessário metabolismo hepático. • Mecanismo de ação: Inibição não competitiva e reversível da ligação do ADP aos receptor P2Y12. → Caso precise substituir é possível reverter seu efeito em 3 dias. • Efeitos adversos: → Sangramento. → Dispneia. → Bradicardia. • Anticorpo monoclonal, desenvolvido exclusivamente contra a glicoproteína IIbIIIa impedindo a ligação com o fibrinogênio. • Meia-vida: 30 min quando não ligado. • Administração: IV em ambiente hospitalar (terapia intensiva). • Ação: 18 a 24h de efeito, normalmente suspenso após esse tempo. • Indicação terapêutica: → Utilizado em paciente submetidos a angioplastia coronariana com muitos coágulos. → Associado ao AAS e Heparina ele reduz a chance de estenose, IAM e morte. Ticagrelor (Brilinta®) Inibidores da Glicoproteína IIbIIIa Artéria → Trombo branco → Antiagregante Veia → Trombo vermelho → Anticoagulante AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 8 • Efeitos adversos: → Sangramento. → Trombocitopenia. • Peptídeo cíclico inibidor do local de ligação do fibrinogênio na glicoproteína IIbIIIa. • Geralmente associado a ASS e Heparina. • Administração: IV. • Ação: 6 a 12h de efeito. • Indicação terapêutica: → Tratamento da Síndrome Coronariana Aguda, para intervenção de angioplastia coronariana. • Efeitos adversos: → Sangramento. • Inibidor não-peptídico de IIbIIIa. • Utilizado em associação com a Heparina. • Administração: IV. • Ação: Curta. • Indicação terapêutica: → IAM. → Angina instável. • Efeitos adversos: → Sangramento. AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 9 • Fármacos utilizados para impedir a formação de coágulos e evitar que os coágulos já existentes cresçam, permitindo que o sistema fibrinolítico os dissolva. • Profilaxia trombótica para pacientes acamados, pós-operatório, fibrilação atrial, AVC, trombose pulmonar, TVP etc. • Endógenas, encontradas nos mastócitos. • Moléculas de glicosaminoglicanos sulfatados. • Possuem pesos moleculares distintos, variando de 5 mil a 30 mil Da. Sendo assim, existem diferentes heparinas, como a de baixo peso molecular e a não fracionada. • Mecanismo de ação: Ativação da antitrombina III, inibindo os fatores IIa e Xa e, em menor proporção IXa, XIa e XIIa. Em geral, atuam na via intrínseca. • Metabolismo: Fígado e sistema retículo endotelial. • Excreção: Renal, faz-se o ajuste da dose de pacientes com problemas renais. • Indicação terapêutica: → Prevenção de TPV. → Embolismo pulmonar. → Prevenção de trombos venosos na fase aguda de um IAM. → Redução da retrombose arterial coronariana após tratamento trombolítico. → Em aparelhos de circulação extracorpórea (ex. cirurgias). → Em mulheres grávidas com válvula cardíaca prostética ou tromboembolismo venoso (não atravessam barreira placentária). • Efeitos adversos: → Sangramento, um pouco menor com as LMWH, podendo ser controlado pela interrupção da administração do fármaco ou, no caso da não fracionada, faz-se tratamento com sulfato de protamina. → Trombocitopenia induzida por heparina (HIT), com incidência menor com LMWH. • Isoladas da heparina padrão. • Moléculas pequenas, em tamanhos específicos. → Peso molecular varia de 1.000 até 10.000 Da. • Potencializa os efeitos da antitrombina III, inativando os fatores Xa. • Dose: 60mg ou 1mg/Kg a cada 12h (análise de tabelas). • Via: SC. Anticoagulantes Heparina AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 10 • Nomes: Enoxaparina (mais famosa no BR), Dalteparina, Nadroparina, Ardeparina. • Vantagens: → Resposta previsível. → Meia-vida mais longa, com maior biodisponibilidade. → Redução da trombocitopenia induzida pela heparina. → Menor osteopenia. → Não precisa de linha venosa ou bomba de infusão por ser SC. → Monitorização laboratorial mínima. • Moléculas grandes e pequenas misturadas. • Potencializa os efeitos da antitrombina III, inativando os fatores IIa e Xa e, devido ao seu tamanho, ela também inibe a trombina. • Dose: São vendidas em unidades internacionais → Deve ser monitorada, pois não sabemos o efeito que será causado com o volume de droga administrado. → Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPa): Avalia a via intrínseca, utilizado para ajuste da dose do paciente. Em geral, altera proporcionalmente as concentrações sanguíneas de heparina. • Via: IV (imediato) ou SC (efeito em 2h). Não é utilizada IM, pois tem uma absorção imprevisível e maior chance de sangramento (quadro infeccioso). → Não atravessa a placenta e não é secretada no leite materno, podendo ser usada na gravidez e puerpério. • Indicação: → Necessidade de interromper a administração rapidamente, já que tem meia-vida menor e pela possibilidade do uso de protamina para reversão. → Pacientes hemodinamicamente instáveis e com maior risco desangramento. → Paciente renal crônico (tabelas de ajuste de dose). → Pacientes grandes obesos. • Desvantagens: → Necessita de linha venosa e bomba de infusão por ser IV. → Monitorização constante com avaliação do TTPa. PROTAMINA: Forma complexos irreversíveis com a heparina AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 11 • Sintético, derivado de heparinas. • Muito semelhante a LMWH. • Não há antígenos contra essa droga. • Via: SC, não sendo necessária monitorização de PTTa. • Excreção: Renal (ajuste no paciente com DRC). • Mecanismo de ação: Interage com a antitrombina III, inativando o fator Xa. • Indicação terapêutica: → Prevenção de TEP (eficácia semelhante as heparinas). → Alternativa na presença de HIT. • Derivado recombinante da hirudina (saliva da sanguessuga). • Polipeptídio (65 aa). • Inibe a atividade enzimática da trombina, ligando-se ao seu sítio catalítico. • Meia-vida: 1h. • Excreção: Renal (atenção com paciente com insuficiência renal). • Polipeptídio sintético (20 aa). • Liga-se ao sítio catalítico da trombina e é clivado lentamente, então a trombina readquire atividade. • Meia-vida: 25 min. • Excreção: Renal. • Liga-se reversivelmente ao sítio catalítico da trombina. • Meia-vida: 40 min. • Metabolização: Fígado. • Excreção: Bile (atenção com paciente com insuficiência hepática). Fondaparinux Lepirudina (Não existe no Brasil) Bivalirudina (Não existe no Brasil) Argatrobana (Não existe no Brasil) AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 12 • Anticoagulantes orais mais utilizados no mundo. • 1948: Eram usados como raticidas potentes. • 1954: Utilização da varfarina como anticoagulante. • Nomes: Varfarina sódica, Dicumarol, Femprocumona, Acenocumarol. → Marevan ®, Coumadin ®, apresentação em comprimidos de 2,5mg, 5mg e 7,5mg. • Via: Exclusivo VO. • Ação: Inicia-se em cerca de 24h, mas o pico de atividade é em 72 a 96h. Depende da meia-vida dos fatores de coagulação, pois mesmo que se ingira o remédio hoje eles ainda continuaram circulando pelo corpo. → VII: 6h/ IX: 24h/ X: 40h/ II: 60h. → A meia-vida das proteínas S e C são curtas, então nos primeiros dias temos um estado pro- trombótico no paciente. Por isso, fazemos uma terapia ponte com a varfarina, mantendo a heparina concomitante a varfarina por pelo menos 5 dias. • Mecanismo de ação: Antagonistas da vitamina K, pois inibem a epóxido redutase da vitamina K, impedindo a formação de vitamina K ativa. Por ser um cofator necessário para a carboxilação dos fatores de coagulação, ocorre a inibição da síntese dos fatores de coagulação II, VII, IX, X (pró- coagulantes) e das proteínas C e S (anticoagulantes). → Alterações alimentares e no metabolismo hepático podem impactar no efeito do fármaco. • Metabolização: Circula ligado a proteínas plasmáticas (95 a 99%) e é metabolizado no fígado pelo citocromo P450. • Excreção: Renal e biliar. • Interferências: → Vitamina K da dieta (couve, brócolis, nabo, couve de Bruxelas, couve-flor) podem reduzir a resposta anticoagulante. → Função hepática (insuficiência). → Interações medicamentosas, necessitando do acompanhamento do INR (tempo de coagulação). → Mutação do gene do citocromo P450 (resistência). • Efeitos adversos: → Sangramentos. → Hemorragias gastrointestinais e urinárias (INR >7). Cumarínicos Limita-se a ingestão de alimentos repletos de vitamina K. AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 13 → Necrose cutânea, podendo levar a Síndrome do Dedo Azul (embolização de cristais de colesterol). → Calcificação vascular (terapêutica crônica). → Atravessa a placenta, podendo causas distúrbios hemorrágicos no feto (teratogênica). • Contraindicação: Gravidez. • Indicação terapêutica: → TVP (ICC, cirurgia recente, trauma, neoplasia [pulmão, pâncreas, próstata, mama e ovário], uso de anticoncepcionais orais ou inatividade prolongada). → Prótese valvar mecânica (principalmente mitral). → Cardiopatia isquêmica. → Fibrilação atrial, pois o átrio não contrai efetivamente criando uma estase sanguínea e, consequentemente, gerando uma predisposição para formação de coágulos, principalmente no lado esquerdo. Estes trombos podem se soltar e causar AVC. • Drogas de início de ação rápida. • Sem necessidade de monitorização laboratorial. • Sem interações alimentares. Novos Coagulantes Orais (NOACS) Os Cumarínicos possuem efeito teratogênico, não sendo indicados antes do 3º trimestre de gravidez. Varfarina é para anticoagulação prolongada INR (International Normalised Ratio): Verifica-se o TAP do seu paciente e o TAP de um controle normal para fazer a comparação. De acordo com a tabela ao lado, um INR de 2 a 3 é normal para o uso da Varfarina, não sendo necessária reajuste da dose. O reteste é importante devido a meia-vida dos fatores de coagulação. Controle da hemorragia devido aos Cumarínicos: • Depende da gravidade e o motivo. • Nos casos leves fazemos a administração de vitamina K, que terá efeito em alguns dias. • Nos casos graves suspende-se a Varfarina, administra-se vitamina K IV ou plasma fresco (complexo protrombinico ou fatores recombinantes). No entanto, tal medida também pode aumentar a formação de trombos. AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 14 • Antídotos para situações de sangramento não apresentam ainda bem estabelecidas na literatura. • O ajuste de dose em hepatopatas e/ou DRC é necessário com algumas drogas. • Agem no fator Xa ou na trombina. → O único que age direto na trombina é a Dabigatrana (Pradaxa ®). → O restante age no fator Xa, como a Rivaroxabana e a Apixabana. • Mecanismo de ação: Inibição reversível direta do fator Xa, prolongando os testes de coagulação, como o tempo de protrombina (TP), razão normalizada internacional (RNI) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa). → Não necessita de antitrombina III para atividade antitrombótica. → Não utiliza os teste de medição como parâmetro. • Indicação terapêutica: → Prevenir e tratar TVP e embolia pulmonar. → Reduz risco de AVC. → Reduz óbito em pacientes com FA não-valvar. • Contraindicação: → Próteses valvares. → Trombofilia. • Pró-farmaco: Convertido no plasma e no fígado. • Mecanismo de ação: Inibidor reversível direto da trombina livre. • Indicação terapêutica: → Prevenção de eventos tromboembólicos venosos (TEV). → Prevenção de AVC e embolia sistêmica. → Reduz mortalidade em paciente com FA. → Trata TVP e embolia pulmonar. • Efeitos adversos: → Sangramento extenso. • Contraindicação: → Próteses valvares. → Hipersensibilidade. → Insuficiência renal grave (ClCr <30ml/min). → Paciente DRC dialítico. → Manifestações hemorrágicas. → AVC nos últimos 6 meses. → Tratamento concomitante com cetoconazol sistêmico. • Reversão: → Praxibind ®, anticorpo monoclonal contra a Dabigatrana. ATENÇÃO! Clearence de Creatinina do paciente. AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 15 • Mecanismo de ação: Inibição do fator Xa, prolongando os teste TP, RNI e TTPa. → Não utiliza os teste para controle de efeito. • Indicação terapêutica: → Prevenir AVC e embolia sistêmica. → Prevenir e tratar embolia pulmonar e TVP recorrentes. → ProfilaxiaTVP de pós cirúrgico. • Contraindicação: → Próteses valvares. Sangramento devido aos NOACs: • Uso de carvão ativado em casos em que se identifica precocemente a ingesta abusiva/acidental. • Hemodialise capaz de remover até 60% da droga. • Plasma fresco congelado e o complexo protrombínico. • O Pradaxa® é o único que possui droga para reversão, que é o Praxbind® (anticorpo monoclonal), que se liga a dabigatrana. AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 16 • Possuem maiores chance de sangramento que os antiplaquetários e anticoagulantes. • Só são utilizados quando a trombose ameaçar a vida do doente. • Proteína não enzimática produzida por estreptococos β-hemolíticos. • Mecanismo de ação: Ativação da via da plasmina para dissolução do coágulo. • Ativa o plasminogênio em plasmina, aumentando sua atividade e dissolvendo a fibrina em produtos da fibrina. • Metabolização: Hepática. • Meia-vida: 5 a 10 minutos. • Meia-vida: Longa. • IAM com supra se ST, indicando necrose. • AVC trombótico agudo. • Embolia pulmonar maciça. • Tromboembolismo arterial agudo. Fibrinolíticos Indicação Terapêutica AULA 1 – FARMACOLOGIA II Júlia Morais 17 • Hemorragia grave (2,4%). • Estreptoquinase: Chance de anafilaxia, formação sistêmica de plasmina e ocorrência de fibrinoginólise e destruição de fatores de coagulação (V e VIII). • Ácido tranexâmico (Transamin®). • Ácido aminocapróico. • Inibem a fibrinólise se ligando ao plasminogênio e impedindo sua ativação. Efeitos Adversos Inibição da Fibrinólise (Reter Hemorragia) HEPARINA Uso concomitante com fibrinolíticos, para diminuir a chance de hemorragia grave!
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