Buscar

013__217_248_hist1_2_serie_v2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

219
Duas das mais importantes nações da Europa atual, Itália e Alemanha atravessaram um processo histórico peculiar
no que tange à formação de seus Estados nacionais. Chamadas "nações de unificação tardia", esses dois Estados só
definiram fronteiras nacionais unificadas de fato na segunda metade do século XIX. Não obstante o fato de que essas
fronteiras continuaram a sofrer transformações ao longo de todo o século XX, sobretudo no caso da Alemanha, que
sentiria fortemente em suas fronteiras os efeitos de duas guerras mundiais e as influências da guerra fria.
Essa demora em superar dificuldades internas e afastar a influência de potências estrangeiras sobre regiões que
seriam vitais para a formação de um Estado nacional certamente trouxe dificuldades à Itália e à Alemanha. Isso porque
essas regiões, enquanto não unificadas, tardaram a se lançar efetivamente na disputa por mercados coloniais, o que as
deixava em desvantagem quando comparadas a outras potências imperialistas, como Inglaterra e França. Dessa forma,
a unificação era, para essas duas nações, mais que a simples coroação de um projeto de nacionalismo e afirmação de
uma identidade, era também um imperativo econômico. Cabe ainda ressaltar que a unificação alemã em especial, foi a
grande responsável por romper o equilíbrio geopolítico na Europa, estabelecido desde 1815 pelo Congresso de Viena.
Afinal de contas, o surgimento de um gigante como a Alemanha, com força militar e industrial, certamente redefiniria as
relações entre os impérios europeus de então.
A compreensão desses dois processos requer um entendimento mais amplo das realidades dessas regiões no
período anterior às suas unificações, como veremos adiante.
Expoentes das unificações de Alemanha e Itália, respectivamente
O PROCESSO DE UNIFICAÇÃO ITALIANA
A península itálica, antes da formação do estado nacional italiano, encontrava-se em uma situação delicada política
e economicamente. O Congresso de Viena abrira o caminho paro o domínio austríaco sobre a maior parte da região norte
da península, o que representava um sério obstáculo a qualquer projeto de unidade nacional. Além disso, a região se
encontrava em um estágio econômico consideravelmente atrasado em relação ao restante da Europa, embora fosse a
mais desenvolvida economicamente dentro da península itálica, uma vez que o sul era uma região essencialmente agrí-
cola. Nessa região norte, o reino da Sardenha-Piemonte era certamente o mais influente, onde havia uma elite intelectual
que pensava a unificação como condição fundamental para a busca do progresso econômico, contando com o apoio de
uma burguesia ainda frágil, mas desejosa de expandir suas atividades.
PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 01:
AS UNIFICAÇÕES DE ITÁLIA E ALEMANHA
Garibaldi
Bismarck
220
A UNIFICAÇÃO ITALIANA
Mapa da península itálica antes da
unificação do Estado nacional italiano
A região central do país era dividia em diversos esta-
dos independentes, sendo grande parte dominada sob a
influência direta do papado. Esses estados, como Roma,
eram conhecidos como os estados pontifícios, e recebiam,
em caso de guerra, proteção de grandes reinos católicos
europeus, como a França. Ao sul, também fracionado em
vários estados agrícolas e pouco desenvolvidos, destaca-
va-se o reino das duas Sicílias.
O desejo de unificação nacional ganhou força na se-
gunda metade do século XIX, embora diversos projetos
anteriores tivessem sido empreendidos, inclusive durante
a primavera dos povos de 1848, mas sem grande sucesso.
Além de serem pouco expressivos numericamente, esses
movimentos não construíram uma unidade ideológica, va-
riando da monarquia à república, apresentando ideais um
pouco românticos e pouco pragmáticos quanto à constru-
ção do Estado nacional. Salvo o discurso liberal e
nacionalista de construção da unidade italiana, os muitos
movimentos mais discordavam que convergiam quanto aos
seus projetos. Por fim, a repressão austríaca a esses movi-
mentos não encontrava maiores dificuldades diante das
muitas divisões internas que os defensores da unificação
apresentavam, além da sempre presente oposição da igre-
ja, que via seu controle sobre os estados pontifícios
ameaçado.
Somente a partir da metade final do século, quando o
rei Vitor Emanuel II, da dinastia de Savóia, assumiu o trono
do reino Sardo-Piemontês, é que o projeto nacional se for-
taleceu de fato. Camilo Benso, o conde de Cavour tornou-se
ministro do novo rei e iniciou negociações com diversos
estados em prol da integração italiana, além de trabalhar
pela modernização econômica da Sardenha-Piemonte. No
plano externo, Cavour costurou o apoio da França aos itali-
anos na guerra contra os austríacos, condição fundamental
para o projeto de unidade nacional. Em 1860, pela primeira
vez, constituiu-se um reino da Itália, contando inclusive com
um parlamento único.
Camilo Benso, o conde de Cavour,
 foi um dos principais articuladores da Unificação italiana
Ao sul da península, Giuseppe Garibaldi liderava uma
série de lutas populares, com o apoio das massas campo-
nesas empobrecidas pela formação de uma república
popular. Garibaldi, no entanto, foi levado a perceber as mui-
tas dificuldades políticas, militares e econômicas que teria
para manter seu projeto popular, e acabou integrando o rei-
no das duas Sicílias (que havia conquistado) ao Estado
nacional italiano comandado por Vitor Emanuel II, em mais
uma etapa fundamental para a unificação de toda a penín-
sula. Por fim, a região dos estados pontifícios, em espacial
a cidade de Roma, permanecia sob proteção francesa, o
que impedia a conclusão do processo de unificação de toda
a península.
O imperador Francês Napoleão III,
diretamente envolvido nos processos de unificação
da Itália e da Alemanha.
Porém, como veremos a diante, o imperador francês
Napoleão III precisou deslocar seu efetivo militar em Roma
para lutar as guerras franco-prussianas (parte do processo
de unificação alemã), deixando Roma desprotegida. O rei
italiano aproveita-se da situação e ocupa Roma, convocan-
do um plebiscito para obter o apoio da população à
anexação do território, concluindo a unificação italiana em
1871. Essa anexação de Roma gerou um atrito entre o nas-
cente estado italiano e a igreja católica, uma vez que o papa
Pio IX não reconheceu a unificação.
221
Essa tensão só seria definitivamente resolvida em 1929, quando a Santa
Sé e a Itália, então governada por Mussolini, acertariam suas diferenças no
Tratado de Latrão, que afirmou a soberania da igreja católica sobre o Vaticano,
oficializou o papel da igreja católica dentro do Estado italiano e acertou os
valores da indenização reclamada pela igreja, a respeito de suas perdas
territoriais. Como veremos mais adiante, esse gesto de Mussolini lhe renderia
grande popularidade em uma Itália de população majoritariamente católica.
O PROCESSO DE UNIFICAÇÃO ALEMÃ
Para compreendermos o processo de unificação do Estado alemão é preciso voltar ao Congresso de Viena, que
encerrou de vez o período napoleônico em 1815. Segundo as determinações desse congresso, a Confederação do Reno,
constituída então por dezesseis estados germânicos foi extinta, redefinindo a geopolítica na região. Foi então estabelecida
a Confederação Germânica, contando com 38 Estados com considerável autonomia. Partes dos territórios do Império
Austríaco e do Reino da Prússia (dois dos grandes vencedores de Napoleão Bonaparte) foram incluídos na confederação,
fazendo destes os dois mais fortes membros na confederação, que disputavam a hegemonia sobre os demais estados.
Primeiro rei da Itália, Vitor Emanuel II
Mapa das regiões incorporadas durante o processo de unificação alemã
UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA
A Prússia possuía claramente a intenção de integração dos estados da confederação, pois era um Estado em
crescente industrialização e que ambicionava o fim das tarifas alfandegárias impostas pelos estados-membros, como
forma de facilitar a circulação de matérias-primas e acesso ao poderoso mercado interno da região. Impulsionada por
esse desejo,a Prússia conduziu em 1834 a criação de uma união alfandegária entre os Estados Germânicos, chamada
Zollverein, criando uma grande liga aduaneira que não tardou a desenvolver uma infra-estrutura que possibilitasse essa
efetiva união, encurtando distâncias e facilitando a circulação de recursos (principalmente o carvão e o ferro) e produtos.
É importante observar que, apesar de insistentes tentativas de fazer parte do Zollverein, a Áustria foi vetada pela Prússia
e não se tornou membro da liga.
222
Essa primeira etapa de integração, de motivações cla-
ramente econômicas, acabou favorecendo uma integração
política dentre os membros da confederação, gerando in-
clusive um fortalecimento da identidade cultural. No entanto,
ainda persistiam algumas divergências políticas que trava-
vam o projeto de unidade.
Um novo impulso nesse projeto de unificação seria
dado a partir de 1861, quando assumiu o trono prussiano o
Kaiser Guilherme I, que nomeou como ministro Otto Von
Bismarck, defensor ferrenho de uma unificação alemã que
não incluísse a Áustria. Bismarck era um representante dos
Junkers, uma espécie de aristocracia rural alemã, com es-
treitas ligações na oficialidade militar, grupo que, ao lado
de uma poderosa burguesia industrial, defendia claramen-
te a construção de um Estado nacional alemão centralizador,
que combatesse os grupos internos de caráter liberal e
desenvolvesse o poder militar alemão que, amparado por
uma forte indústria bélica, asseguraria o controle sobre as
regiões necessárias à unidade nacional.
Otto Von Bismarck, o chanceler da unificação alemã
A partir de Bismarck, a política de unificação
centralizadora e pela via militar ganhou força. Inicialmente,
Bismarck convenceu os austríacos a participarem de uma
guerra contra os dinamarqueses, pela disputa dos ducados
de Schleswig e Holstein, concebendo uma espécie de na-
cionalismo germânico. Isto porque os ducados, controlados
pela Dinamarca, possuíam população de maioria germânica.
A proposta inicial de Bismarck defendia que Schleswig fica-
ria sobre controle prussiano e o ducado de Holstein seria
governado pelos austríacos. Porém, após a fácil vitória so-
bre os dinamarqueses, Bismarck claramente buscou afirmar
a influência prussiana sobre os dois ducados conquista-
dos, levando a Áustria a declarar guerra contra a Prússia. A
força militar prussiana já havia sido demonstrada desde as
guerras napoleônicas e estava ainda mais consolidada pelo
desenvolvimento da indústria bélica, incentivada por
Bismarck. Assim, a vitória do exército prussiano sobre os
austríacos também não tardou, praticamente consolidando
o Estado alemão unificado.
 Restava apenas um último passo para a unificação
plena. A região da Alsácia-Lorena, disputada historicamen-
te por franceses e alemães, rica em minério de ferro e
carvão, foi incorporada após a vitória militar alemã em 1871.
A derrota, no entanto, não seria facilmente esquecida pela
França, fomentando uma rivalidade nacionalista conhecida
como “revanchismo francês”, que traria consequências de-
sastrosas para a Europa, sobretudo ao final da primeira
guerra mundial. Ali, a França estaria do lado vencedor e iria
impor pesadas penalidades aos alemães, através do Trata-
do de Versalhes, que estudaremos mais à frente.
01 (UFRGS) A Unificação Alemã, habilmente arquiteta-
da por Otto Von Bismarck, realizou-se em torno de
guerras bem-sucedidas contra potências vizinhas.
Assinale a alternativa correta em relação às motiva-
ções e aos acontecimentos que desencadearam esse
processo de unificação.
( ) A fragmentação política obstaculizava o pleno
desenvolvimento comercial e industrial da re-
gião. A unificação promoveria um mercado ágil
e ampliado, com condições de enfrentar a con-
corrência inglesa através da proteção governa-
mental.
( ) A unificação foi liderada pela Áustria, o mais po-
deroso dos Estados germânicos e sucessora do
extinto Sacro-Império, capaz de eliminar as pre-
tensões da Prússia. Aliado da França, o país
austríaco contou com o seu apoio para vencer
as resistências germânicas do sul.
( ) A constituição, redigida por Bismarck, inaugu-
rou uma era democrática nos estados alemães,
sob influência dos ideais da Revolução France-
sa, baseados na soberania e na participação po-
pular.
( ) As decisões do Congresso de Viena, ao reco-
nhecerem o direito de independência da Alema-
nha, foram fundamentais para a consolidação
da unificação, pois inibiram as pretensões itali-
anas aos territórios do sul da Alemanha.
( ) O processo de unificação alemã contou com o
apoio da França, que, acossada pela suprema-
cia britânica, via no novo Estado um importante
aliado na corrida imperialista.
02 (UEPG) Na Europa, na primeira metade do século
XIX, surgiram ideias nacionalistas, como afirmação
dos princípios liberais aplicados à nação, entendida
como um conjunto de indivíduos dotados de liberda-
des naturais e unidos por interesses e idioma comuns,
constituindo uma "individualidade política" com direi-
to a autodeterminação. Na segunda metade desse
século, o panorama político europeu caracterizou-se
pela política das nacionalidades, e nesse contexto
ocorreram as unificações da Itália e da Alemanha.
Sobre a unificação da ltália, assinale o que for correto
01) A ideia de unificação partiu das zonas de cres-
cente desenvolvimento industrial,
correspondendo basicamente aos interesses de
setores da burguesia, desejosos de constituir
um amplo mercado nacional para seus produ-
tos.
02) O processo de unificação se desenvolveu no
sentido norte/sul, a partir do Reino do Piemonte-
Sardenha.
04) O movimento nacionalista de Mazzini foi derro-
tado em 1830, mas recuperou força em 1849,
com a fundação da República Romana.
223
08) O caráter popular e a radicalização dos movi-
mentos de unificação nos anos de 1848 e 1849
levaram a burguesia a retirar o seu apoio, o que
favoreceu a contrarrevolução.
16) Concluído o processo de unificação, dois im-
portantes problemas permaneceram: a Ques-
tão Romana - recusa de Pio IX e seus suces-
sores em aceitar a perda de seus territórios - e
a existência de minorias italianas fora do territó-
rio unificado.
03 (UFU) "Alexandre, Bispo, Servo dos Servos de Deus,
ao Caríssimo filho em Cristo, Afonso, Ilustre Rei dos
Portugueses, e a seus herdeiros, 'in perpetuum'. Está
claramente demonstrado que, como bom filho e prín-
cipe católico, prestaste inumeráveis serviços a tua
mãe, a Santa Igreja, (...) Por isso, nós, atendemos às
qualidades de prudência, justiça e idoneidade de go-
verno que ilustram a tua pessoa, tomamo-la sob a
proteção de São Pedro e nossa, e concedemos e con-
firmamos por autoridade apostólica ao teu excelso
domínio o reino de Portugal (...)"
Disponível em: <http://ensina.rtp.pt/artigo/a-bula-
manifestis-probatum-o-documento-fundador-do-reino/>.
 Acesso em 06 de mar. 2018.
Em 23 de maio de 1179, o Papa Alexandre III emitiu
uma bula, declarando D. Afonso Henriques soberano
de Portugal. Esse trecho do documento é testemu-
nho do surgimento precoce da primeira nação
europeia. A aliança entre a nobreza e a burguesia
(abençoada pela Igreja) enfraqueceu os senhores feu-
dais, dando início ao aparecimento dos Estados
Nacionais. Esse processo se arrastaria até o século
XIX quando surgiu a última nação por meio da unifi-
cação de reinos.
De acordo com as informações dadas, a nação referi-
da no trecho em destaque é
(A) Alemanha.
(B) Itália.
(C) França.
(D) Inglaterra.
PARA RESPONDER À QUESTÃO, CONSIDERE O TEX-
TO ABAIXO.
O que singulariza o pessimismo de Machado de As-
sis é a sua posição antagônica em relação ao evolucionismo
oitocentista, ao culto do progresso e da ciência. Frente às
ingenuidades do cientificismo, o sarcasmo de Brás Cubas
reabre a interrogação metafísica, a perplexidade radical ante
a variedade do ser humano. Um artista como Machado le-
vou mais a sério do que os arautos do evolucionismo
cientificista o golpe que Darwin tinha desfechado contra as
ilusões antropocêntricas da humanidade.
MERQUIOR, José Guilherme.
De Anchieta a Euclides. Riode Janeiro:
José Olympio, 1977, p. 171-172.
04 (PUCCAMP) O culto do progresso e da ciência, bem
como o nacionalismo compuseram a mentalidade de
parte das elites europeias do século XIX, período em
que diversas burguesias atuaram em prol da unifica-
ção nacional, em seus países. Nesse contexto, Itália
e Alemanha, em comparação com outras nações
europeias,
(A) tardaram a se unificar, pois abrigavam diferen-
tes povos e dialetos, além de sofrerem oposi-
ção do Império Austríaco a essa unificações.
(B) tiveram processos pioneiros de unificação, uma
vez que o interesse na unificação da moeda e
no estabelecimento de barreiras alfandegárias
visando o progresso econômico prevaleceu so-
bre as diferenças internas existentes.
(C) enfrentaram poucos obstáculos em seu proces-
so de unificação, por contarem com a pronta ade-
são de nobres que controlavam pequenos rei-
nos autônomos, a quem não interessava a per-
da do poder local.
(D) contaram com o apoio do Vaticano para se tor-
narem Estados-nações, pois a Igreja Católica
optou por apoiar as burguesias em ascensão e,
dessa forma, continuar influente nesses países.
(E) conquistaram sua condição de Estado-nação
após séculos de guerras internas sangrentas,
uma vez que autoridades monárquicas mobili-
zaram grandes exércitos populares para se opo-
rem às burguesias.
PARA RESPONDER À QUESTÃO A SEGUIR, CONSIDE-
RE O TEXTO ABAIXO.
(...) o romantismo no Brasil não foi apenas um projeto
estético, mas também um movimento cultural e político, pro-
fundamente ligado ao nacionalismo. Diferente do movimento
alemão de finais do século XIX, tão bem descrito por Norbert
Elias, o nacionalismo brasileiro, pintado com as cores do
lugar, partiu sobretudo das elites cariocas, que, associadas
à monarquia, esforçavam-se em chegar a uma emancipa-
ção em termos culturais. Os temas eram nacionais, mas a
cultura, em vez de popular, era cada vez mais palaciana
(...). Atacados de frente por um historiador como Varhagen,
que os chamava de "patriotas caboclos", os indianistas bra-
sileiros ganharam, porém, popularidade e tiveram sucesso
nesse contexto na imposição da representação romântica
do indígena como símbolo nacional.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador.
D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998, p. 139-140.
05 (PUCCAMP) No final do XIX, as regiões de popula-
ção germânica (que posteriormente integrariam a
Alemanha) assaram por um processo de formação
de um Estado nacional. Esse processo foi caracteri-
zado
(A) pela ratificação, por meio de um amplo plebisci-
to, da decisão de que a língua e a cultura alemã
fossem consideradas "nacionais" em todas as
regiões habitadas por povos da raça ariana.
(B) pela adesão das elites burguesas vinculadas a
diferentes estados ao movimento cultural do ro-
mantismo, que se impôs com forte carga nacio-
nalista e como forma de a jovem burguesia de
Viena se contrapor às velhas aristocracias ale-
mãs.
224
(C) por violentas guerras travadas entre o exército
da Prússia, liderado por Bismarck, contra a Fran-
ça e a Áustria para consolidar um Império Ale-
mão sob o comando de Guilherme I.
(D) pelo apoio dos Habsburgos à formação de um
império vizinho que irmanasse as duas princi-
pais regiões de língua alemã (Alemanha e Áus-
tria) a fim de consolidar uma aliança política entre
Estados distintos, porém ancorada na identida-
de comum possibilitada pela cultura germânica.
(E) pelo impacto positivo da reformulação de leis
alfandegárias que contribuíram para criar um
próspero "mercado comum alemão", favorecen-
do o desenvolvimento da região e estimulando
o nacionalismo popular que resultaria em movi-
mentos revolucionários camponeses pró-unifi-
cação.
06 (UFPR) A unificação alemã foi articulada pelo reino
da:
(A) Prússia, após a derrota da Comuna de Paris na
Guerra Franco-Prussiana, apoiado em uma ali-
ança com a aristocracia austríaca e a burgue-
sia prussiana.
(B) Áustria, devido à sua superioridade industrial e
militar dentro da Confederação Germânica, apoi-
ado em uma aliança com a aristocracia
prussiana.
(C) Áustria, como resposta à ameaça prussiana de
unificação após a instituição do Zollverein na
Confederação Germânica, apoiado em uma ali-
ança com a aristocracia austríaca.
(D) Prússia, devido ao seu poderio militar e força
econômica dentro da Confederação Germânica,
apoiado em uma aliança entre a aristocracia e a
alta burguesia.
(E) Prússia, devido à mobilização nacionalista da
Confederação Germânica durante a Guerra
Franco-Prussiana, apoiado em uma aliança com
a grande burguesia austríaca.
07 (FGV) A unidade italiana - o processo de constituição
de um Estado único para o país - conserva o sistema
oligárquico (...) Isto não impede a formação do Esta-
do, mas retarda a eclosão do fenômeno nacional.
(Leon Pomer,
O surgimento das nações,
1985, p. 40-42)
Fizemos a Itália; agora, precisamos fazer os italianos.
(Massimo d'Azeglio apud E. J. Hobsbawm,
A era do capital, 1977, p. 108)
A partir dos textos, é correto afirmar que
(A) apesar de ter nascido antes da nação, o Estado
italiano, unificado em 1871, representou os in-
teresses dos não proprietários, o que implicou
a defesa de mudanças revolucionárias, que tor-
naram o Estado não autoritário e permitiram a
emergência do sentimento nacional, já fortifica-
do pelas guerras de unificação.
(B) o Estado italiano, nascido em 1848, na luta da
alta burguesia do norte pelo poder, representa-
va os interesses liberais, isto é, a unidade do
país como um alargamento do Estado
piemontês, na defesa da pequena propriedade
e do voto universal, condições para a consoli-
dação do sentimento nacional que cria os italia-
nos.
(C) em 1848, a criação do Estado italiano, pela bur-
guesia do Reino das Duas Sicílias, foi uma vitó-
ria do liberalismo, pois a estrutura fundiária,
baseada na grande propriedade, e a exclusão
política dos não proprietários permaneceram,
encorajando os valores nacionais, condição para
diminuir as diferenças regionais.
(D) em 1871, o processo de unificação e o senti-
mento nacional estavam intimamente ligados,
na medida em que a classe proprietária do cen-
tro da península, vitoriosa na guerra contra a
Áustria, absorveu os valores populares nacio-
nais, o que legitimou a formação do Estado au-
toritário, defensor das desigualdades regionais.
(E) o Estado italiano nasceu antes da nação, em
1871, como uma construção artificial, frágil e au-
toritária da alta burguesia do norte, cujos inte-
resses de dominação excluíram as mudanças
revolucionárias e atrasaram a emergência do
sentimento nacional, ainda estranho para a gran-
de maioria das diferentes regiões da península.
08 (UPE) Não causa admiração o fato de os historiado-
res falarem de uma "Europa Bismarckiana". Em todos
os Estados Europeus, a questão das relações com o
Império alemão está no centro das preocupações dos
homens de governo: é para Bismarck que todos olham.
(DUROSELLE, Jean Baptiste.
A Europa de 1815 aos nossos dias.
São Paulo: Pioneira, 1970, p. 37.)
Dentre as principais características políticas do go-
verno desse influente líder alemão, a que mais se
destacou foi a
(A) desestruturação da ideia de império, construin-
do a primeira República alemã, com sede na
cidade de Weimar.
(B) construção de ampla política diplomática, que
proporcionou uma ausência de guerra europeia
entre as potências no intervalo de 1871 a 1914.
(C) diminuição dos domínios territoriais devolvendo
à França as regiões da Alsácia-Lorena no intui-
to de desfazer um possível foco de conflito.
(D) implementação da estabilidade pela paz e não
pela força, reduzindo o efetivo do exército ale-
mão e evitando uma corrida de armamentos.
(E) organização do Congresso de Berlim que des-
fez as hostilidades entre as potências europeias,
colocando um fim nas antigas rivalidades entre
essas nações.
225
01 (UFPR) No Brasil, desde 2011, tem havido diversas
comemorações dos 150 anos da Unificação Italiana,
relembrando os fortes laços culturais entre os dois
países. Sobre a relação entre a UnificaçãoItaliana e
a imigração de italianos para as Américas, é correto
afirmar:
(A) A Unificação Italiana foi o resultado de uma sé-
rie de revoltas populares, que culminaram em
1861 com a formação de uma república socia-
lista sob a direção de Giuseppe Mazzini. A bur-
guesia, que não concordava com o novo regi-
me, emigrou para as Américas, levando capital
suficiente para iniciar a industrialização em paí-
ses como a Argentina, o Brasil e os Estados
Unidos.
(B) O processo da Unificação Italiana contou com a
intensa participação do Império brasileiro, pois
D. Pedro II almejava estabelecer relações co-
merciais com os italianos. É notória a participa-
ção de Giuseppe Garibaldi na política brasileira
do período imperial. Após a unificação, contu-
do, nem o Brasil nem os demais países aliados
conseguiram levantar a Itália de uma profunda
crise econômica, o que levou a uma grande leva
emigratória para as Américas de 1880 a 1930.
(C) A Unificação Italiana foi um processo iniciado
no início do século XIX, que se concluiu em 1861,
com uma monarquia constitucionalista, sob o
comando de uma aliança entre burgueses e la-
tifundiários, que afastou os setores populares
do poder. Muitos italianos camponeses e traba-
lhadores saíram empobrecidos após a unifica-
ção, o que estimulou uma intensa emigração
para as Américas entre 1880 e 1930, engros-
sando fileiras de trabalhadores agrícolas e ope-
rários.
(D) A Unificação Italiana durou de 1861 a 1870, agre-
gando estados independentes sob a direção do
reino de Piemonte-Sardenha. Porém, sua con-
clusão só foi possível após a Unificação Alemã,
que marcou o fim da ingerência de Otto Von
Bismark na política europeia. Após esse proces-
so, o monarca instituído perseguiu duramente
seus inimigos políticos, que emigraram para as
Américas.
(E) A emigração italiana para as Américas teve iní-
cio por conta de uma série de dificuldades fi-
nanceiras causadas por problemas climáticos,
que, por volta de 1850, prejudicaram as colhei-
tas. O volume de emigrantes intensificou-se após
a Unificação em 1861, em decorrência do fato
de que o governo anarquista instituído fracas-
sou na tentativa de reerguer o país.
02 (ESPM) As imagens a seguir mostram dois impor-
tantes personagens da história europeia do século
XIX, figuras que expressaram com sua liderança o
sentimento nacionalista:
(A) a figura I é de Bismarck, ministro prussiano e
articulador do processo de unificação da Ale-
manha – a figura II é de Vitor Emanuel, rei do
Piemonte-Sardenha e primeiro rei da Itália
unificada;
(B) a figura I é de Guilherme I, declarado kaiser do
II Reich alemão em 1871 – a figura II é de Vitor
Emanuel, rei do Piemonte-Sardenha e primeiro
rei da Itália unificada;
(C) a figura I é de Von Moltke, o comandante
prussiano responsável pela unificação alemã –
a figura II é de Giuseppe Garibaldi, líder dos
camisas vermelhas, forças populares republica-
nas, que combateram pela unificação da Itália;
(D) a figura I é de Bismarck, representante da aris-
tocracia prussiana e artífice da unidade alemã
– a figura II é Giuseppe Garibaldi, herói da unifi-
cação italiana e líder dos camisas vermelhas;
(E) a figura I é do kaiser Guilherme I, fundador do II
Reich alemão – a figura II é de Camilo Cavour,
ministro do reino do Piemonte-Sardenha e artí-
fice da unificação italiana.
03 (UEG) O ano de 1870 foi marcado, na Europa, pelo
início da guerra franco-prussiana e, na América do
Sul, pelo fim da Guerra do Paraguai. Essas duas guer-
ras influenciaram politicamente a
(A) a queda do chanceler alemão Otto von Bismark
e a questão religiosa no Brasil.
(B) a implantação do II Império Francês e a eman-
cipação dos escravos no Brasil.
(C) o advento da Comuna de Paris e a criação da
Guarda Nacional no Brasil.
(D) unificação alemã e a Proclamação da Repúbli-
ca brasileira.
04 (UFV) A expressão Risorgimento designa o conjunto
de movimentos heterogêneos que desejaram a unifi-
cação da Itália no século XIX. A vertente vitoriosa que
promoveu a unificação da Itália foi:
(A) o projeto republicano de Giuseppe Mazzini, que
criou o movimento Jovem Itália.
(B) o movimento popular e secreto dos Carbonários,
que defendeu a instituição de um Estado unitá-
rio e laico, contra a influência da Igreja e do Im-
pério Austríaco.
(C) o Papado, que defendeu a instituição de uma
monarquia teocrática com sede no Vaticano.
(D) o movimento liderado pelo reino do Piemonte-
Sardenha, que adotou uma monarquia consti-
tucional laica e favoreceu a industrialização.
226
05 (UECE) O Movimento das Nacionalidades traz em si
a concepção de Nacionalismo e reafirma os princípi-
os liberais aplicados à ideia de Nação. Ao ressaltar
elos étnicos, linguísticos e culturais, criam o arcabouço
ideológico de algumas unificações europeias. Dos
países unificados, no século XIX, destacam-se
(A) a Itália e a Alemanha.
(B) a Rússia e a Inglaterra.
(C) a Áustria e a França.
(D) a Prússia e a Suíça.
06 (G1-UFTPR) A Itália foi uma nação que se unificou
tardiamente, na segunda metade do século XIX. Le-
vando em conta os fatores históricos desse processo,
é INCORRETO afirmar que:
(A) as determinações do Congresso de Viena (1814
- 1815) assinalaram a divisão da Itália em sete
Estados submetidos parcialmente à ocupação
austríaca.
(B) o norte da Península Itálica era industrializado,
com investimentos nos setores mecânicos e fer-
roviários, na instalação de companhias de cré-
ditos e no estabelecimento de bancos e redes
comerciais.
(C) após a unificação, a burguesia do sul da Penín-
sula Itálica promoveu um desenvolvimento ca-
pitalista a partir de um intenso surto de industri-
alização.
(D) interessava à burguesia do norte da Península
Itálica superar todos os obstáculos que
emperravam o crescimento capitalista. A Penín-
sula Itálica, dividida em vários reinos, apresen-
tava diversas leis e impostos que retardavam a
livre circulação das mercadorias.
(E) no norte da Península Itálica se evidenciou a
formação de uma burguesia industrial interes-
sada em fortalecer os empreendimentos capita-
listas, combatendo o domínio das forças con-
servadoras.
07 (FGV) Até hoje se sonha com uma sociedade perfei-
ta, justa e harmoniosa - utópica. No século XIX, o
Romantismo produziu muitas utopias, que influencia-
ram duas correntes ideológicas diferentes: o
socialismo e o nacionalismo. A partir de 1848, tais
ideias passaram para o campo concreto das lutas
sociais na Europa. Já nas novas áreas de domínio
colonial, o nascente nacionalismo assumiu o caráter
de luta contra a exploração e a presença estrangeira.
Respectivamente, os movimentos que exemplificam
o socialismo, o nacionalismo na Europa e o naciona-
lismo contra o domínio europeu são
(A) a Comuna de Paris, a unificação da Alemanha
e a Revolta dos Boxers.
(B) o ludismo, a independência da Grécia e a Guer-
ra dos Cipaios.
(C) a Internacional Socialista, a Revolução do Por-
to e a Guerra do Ópio.
(D) a Revolução Praieira, a independência da Bél-
gica e a Guerra dos Bôeres.
(E) o Cartismo, a unificação da Itália e a Revolução
Meiji.
08 (UFRGS) Dentre as alternativas a seguir, assinale
aquela que está correta em relação ao processo de
unificação italiana, concluída na segunda metade do
século XIX.
(A) O Congresso de Viena concluiu o processo de
integração nacional italiano na medida em que
este veio ao encontro dos interesses das elites
locais.
(B) O processo de unificação nacional resultou das
fortes pressões da burguesia do sul do país, cuja
economia demandava um mercado interno ho-
mogêneo, dinâmico e integrado para a coloca-
ção da sua moderna produção industrial.
(C) A construção do Estado Nacional implicou en-
frentar e expulsar as tropas de ocupação per-
tencentes aos impérios britânico, russo e espa-
nhol, estabelecidas na Península Itálica desde
os acontecimentos de 1848.
(D) O movimento de unificação partiu das áreas mais
industrializadas, teve forte presença de uma
burguesia interessada na ampliação do merca-
do interno e foi sustentado pela ideologia do
nacionalismo.
(E) A consolidação daformação do Estado nacio-
nal italiano ocorreu com a anuência do papa Pio
IX e o reconhecimento, pelo primeiro-ministro
Cavour, da existência e da soberania do Estado
do Vaticano, após as negociações da Questão
Romana.
O Leopardo, de
Tomasi di Lampedusa,
publicado postuma-
mente e popularizado
pelo cineasta italiano
Luchino Visconti, nar-
ra a decadência da
nobreza e a ascensão
de uma nova classe na
Itália do final do sécu-
lo XIX, endinheirada,
destituída de sangue
azul, mas ávida para
comprá-lo. A astúcia
do aristocrata Tancredi
o levou a perceber a necessidade de sobrevivência
numa nova realidade. Em uma de suas falas, ele diz:
"Se nós não estivermos presentes [na unificação], eles
aprontam a República. Se queremos que tudo conti-
nue como está, é preciso que tudo mude. Fui claro?".
Adaptado de revistabula.com.
01 (UERJ)
A frase do personagem Tancredi no filme O Leopardo
sintetiza a postura da nobreza italiana em meio ao
processo de unificação nacional na década de 1860.
Apresente uma característica da unificação italiana
que justifique a frase do personagem. Aponte, ainda,
um efeito socioeconômico dessa unificação para o
continente americano.
227
02 (UFJF-PISM) Analise as seguintes figuras e leia o
texto abaixo.
Suponha-se que um dia, após uma guerra nuclear,
um historiador intergaláctico pouse em um planeta en-
tão morto para inquirir sobre as causas da pequena e
remota catástrofe pelos sensores de sua galáxia. (...)
Após alguns estudos, nosso observador conclui que
os últimos dois séculos da história humana do plane-
ta Terra são incompreensíveis sem o entendimento
do termo 'nação' e do vocábulo que dele deriva.
HOBSBAWM, Eric. Nações e nacionalismo.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 11.
a) Uma importante medida econômica que contri-
buiu para a unificação da Alemanha.
b) A importância do poderio militar nesse contexto
de unificação dos Estados Alemães.
A partir da análise desse cartaz e considerando ou-
tros conhecimentos sobre o assunto,
a) Descreva o contexto histórico que motivou a re-
volta que deu origem à Comuna de Paris, em
1871.
b) Cite duas medidas adotadas pelo governo cons-
tituído pela Comuna de Paris.
c) Explique como cada um dos dois elementos re-
presentados no cartaz - a mulher e os dois ho-
mens - se relaciona com o contexto da Comuna
de Paris.
04 (UERJ) A União Europeia dá continuidade ao seu
processo de ampliação. Com o ingresso da Bulgária
e Romênia em 2007, o bloco passa a contar com 27
países-membros.
(www.dw-world.de)
Vem de longe o esforço europeu para desenvolver
estratégias que garantam a paz e o equilíbrio entre as
nações que formam o continente. No século XIX, por
exemplo, a tentativa realizada pelas nações partici-
pantes do Congresso de Viena (1814-1815) foi
rompida com a unificação alemã, fruto da política
empreendida por Bismarck.
Apresente dois objetivos do Congresso de Viena e
um efeito da unificação alemã sobre as relações polí-
ticas europeias estabelecidas na época.
05 (UFPR) O texto a seguir narra o episódio da procla-
mação da Comuna de Paris em 1871.
"Faz-se silêncio, as pessoas escutam. Os membros
do Comitê Central e da Comuna, com o lenço verme-
lho a tiracolo, acabam de subir ao palanque. Ranvier:
'O Comitê Central entrega seus poderes à Comuna.
Cidadãos, meu coração está tão transbordante de ale-
gria, que não posso pronunciar um discurso.
Permiti-me apenas glorificar o povo de Paris pelo gran-
de exemplo que acaba de dar ao mundo'. [...] Os
tambores rufam. Os músicos, duzentas mil vozes, re-
começam a entoar a Marselhesa, não querem mais
discursos. Em uma oportunidade, Ranvier mal con-
segue bradar: 'Em nome do povo, é proclamada a
Comuna!'"
(LISSAGARAY, Prosper-Olivier. "A História da Comuna de
1871". São Paulo: Editora Ensaio, 1991, p. 118.)
a) Analise o contexto histórico que permitiu a pro-
clamação da Comuna na França de 1871.
b) Discuta o desfecho da experiência revolucioná-
ria de governo dos partidários da Comuna.
03 (UFMG) Observe este cartaz comemorativo da
Comuna de Paris:
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
228
PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 02:
O IMPERIALISMO E O NEOCOLONIALISMO
A colonização é uma prática antiga e recorrente na
história das grandes potências. Sobretudo na história da
Europa e nas suas relações com o restante do mundo.
Conceitualmente, a colonização pode ser entendida como
a transposição de pessoas e estruturas de uma área cen-
tral para uma área a ser dominada, com o objetivo de
transformar as características internas da área colonizada
para que ela passe a se reorganizar em função de atender
aos interesses do conquistador dominante. Em diversos
momentos da história européia, a exportação do modo de
vida e de um modelo econômico europeu para áreas colo-
nizadas, foi à solução encontrada pelas potências de
diferentes épocas para graves crises internas ou períodos
de estagnação econômica. Assim foi, por exemplo, com a
expansão marítima dos séculos XV e XVI que levou à for-
mação dos grandes impérios ibéricos de então.
Todavia, é preciso compreender que as diferentes
épocas produziram, e produzem, diferentes tipos de
colonialismo. Muito se discute na atualidade sobre a exis-
tência de um "colonialismo sedutor", que dispensa o uso
direto da via militar para empreender práticas tipicamente
colonizadoras pelo mundo, simplesmente pelo uso de di-
versas estratégias sutis que buscam eleger um modelo
particular como sendo universal, apresentando-o como
avançado e superior, levando os próprios povos coloniza-
dos a desejarem a colonização.
No século XIX em especial, podemos observar alguns
modelos de colonialismo pelo mundo. Como as práticas dos
Estados Unidos sobre boa parte do continente americano
e, mais marcadamente, a investida das potências européi-
as sobre a África e a Ásia. Esta última sendo claramente
influenciada pelos discursos de determinadas ciências típi-
cas do século XIX que afirmavam a superioridade moral,
intelectual e material do homem branco, estabelecendo uma
visão etnocêntrica sobre o modelo de civilização européia
como o único modelo efetivamente “civilizado” e despre-
zando outras culturas como inferiores e primitivas. Esse
estigma preconceituoso se impôs principalmente sobre
povos africanos e asiáticos, que passaram a ser vistos como
incapazes de desenvolver espontaneamente a civilização
e o progresso (nos moldes europeus), sendo portanto ne-
cessária a orientação de povos superiores na busca por
esse modelo mais adequado.
Charge ironizando a presença dos EUA na América latina
Essa concepção encontrava amparo em diversas pu-
blicações “científicas” europeias do século XIX
(notavelmente a antropologia racial), levando a concepções
como o “Darwinismo Social” e a “Missão Civilizatória”, se-
gundo a qual existiria um “fardo” que o homem branco
deveria carregar, ou seja, a “dura e generosa” tarefa de “ci-
vilizar” os povos atrasados. É evidente que esses discursos
de superioridade genética e cultural do homem branco eram
apenas mecanismos que escamoteavam a real intenção
econômica de dominação dessas regiões por parte das
potencias industriais europeias, que necessitavam de cres-
centes mercados consumidores e áreas fornecedoras de
matéria-prima, em um modelo que ficou conhecido como o
neocolonialismo ou simplesmente o imperialismo europeu.
Em outras palavras, a velha Europa apenas travestia seu
novo colonialismo com um discurso moralmente mais “acei-
tável”.
É importante frisar ainda que, além de fornecerem
matérias-primas para a indústria europeia e servirem de
mercados para sua crescente produção, essas áreas tam-
bém recebiam dois tipos de “excedentes” europeus: por um
lado, o avanço do processo industrial na Europa gerava
uma massa de explorados e desempregados, potencialmen-
te revolucionários, que ameaçavama ordem burguesa
européia. Como escreveu um dos grandes nomes do impe-
rialismo europeu do século XIX, Cecil Rhodes, essa massa
constituía-se em uma “bomba relógio”, e para salvar as
nações européias de uma “sangrenta e mortífera guerra
civil”, seria necessário estimular a ida desses trabalhado-
res empobrecidos para as áreas coloniais, onde
organizariam as plantações e o controle político sobre os
povos nativos. Além disso, as áreas coloniais poderiam re-
ceber os excedentes de capitais europeus, que seriam
empregados na modernização das vias de circulação para
facilitar a integração e o escoamento das matérias-primas
e produtos europeus, mais uma vez maquiados pelo dis-
curso enganoso de levar o progresso aos povos atrasados.
Governos locais, direta ou indiretamente subordinados aos
interesses metropolitanos, endividavam seus países com-
prando ferrovias ou modernizando portos que em nada
atendiam aos interesses das populações locais, uma vez
que serviam apenas para escoar o grande fluxo de recur-
sos naturais a serem enviados para a Europa, e receber
dela os produtos industrializados. Também cabe ressaltar
que o discurso civilizatório incutiu nos povos dominados
novos padrões de consumo, uma vez que os hábitos e
vestimentas tipicamente européias eram associados à
modernidade.
Imagem que apresenta o homem branco como
“condutor” dos povos africanos.
229
A CORRIDA IMPERIALISTA NA ÁFRICA
A cobiça por essas áreas coloniais acirrava a disputa entre as potencias européias, sobretudo as grandes potências
industriais ou em franco processo de industrialização. Essas disputas ficaram conhecidas como a corrida imperialista, e
acirrou rivalidades econômicas, diplomáticas e nacionalistas entre os países europeus, criando um clima de grandes
tensões e rivalidades que levou à crescente formação de alianças e a imensos investimentos na indústria bélica, num
período que hoje denominamos “Paz Armada”.
Cabe aqui ressaltar o tamanho da expansão imperialista inglesa, uma vez que o império britânico chegou a dominar
¼ do planeta, em áreas que iam do ocidente ao oriente, reeditando a expressão do antigo império Filipino Espanhol, onde
“O sol nunca se punha”.
Charge demonstrando o alcance do imperialismo inglês
O ponto alto dessa corrida imperialista se deu entre os anos de 1884/1885, quando se realizou a Conferência de
Berlim. Essa conferência coroou toda uma política de conquistas européias no continente africano, propondo uma reunião
entre as principais potências européias de então, além de Estados Unidos e a Turquia, para redefinir o mapa e as frontei-
ras do continente africano a partir do interesse dessas potências. A partilha da África feita nessa conferência desprezou
largamente as realidades pré-existentes no continente africano, criando estados com fronteiras artificiais. Esses limites
foram, em grande parte, preservados após as descolonizações (já na segunda metade do século XX), e historicamente
geraram intensa miséria, fome e guerras civis para os povos africanos.
Mapa das fronteiras coloniais, e seus respectivos colonizadores, no continente africano
230
Vale também lembrar que as próprias potências nem
sempre respeitaram os limites firmados na Conferência de
Berlim, e promoveram graves desentendimentos e até guer-
ras pelo controle de determinadas áreas. Um exemplo disso
foi a disputa anglo-holandesa pelo controle de ricas regi-
ões mineradoras no sul do continente africano, em um
conflito que ficaria conhecido como Guerra dos Böeres. A
disputa envolvendo o canal de Suez, no Egito, também
merece destaque. O governo egípcio, com apoio francês,
havia construído na década de 1850 um importante canal
na região, que promoveria a ligação entre o Mar Mediterrâ-
neo e o Mar Vermelho, encurtando as viagens da Europa
para a margem oriental africana e para o oriente propria-
mente dito. Além de facilitar o transporte de cargas pela
região, o canal gerava altos lucros a partir dos pedágios
que outros navios pagariam para cruzar a região. Cobiçan-
do esses lucros e facilidades, além do altamente lucrativo
algodão egípcio, os ingleses investiram pesado na moder-
nização de ferrovias e portos na região, através de
empréstimos e concessões que endividaram excessivamen-
te o governo egípcio, gerando uma grave crise que seria
utilizada de pretexto pelos ingleses para anexar a região
em 1882.
O IMPERIALISMO NA ÁSIA
O império inglês no século XIX era indubitavelmente
o maior e mais poderoso do mundo. Além de manter o con-
trole sobre possessões na América (Guiana) e África, a
Inglaterra controlava diversos territórios em continente asi-
ático. A existência de uma empresa inglesa, a CIA das Índias
Orientais, especializada no comércio de produtos chineses
(como o chá) e indianos (como o algodão, o chá e o ópio,
uma droga derivada da papoula e altamente lucrativa, ape-
sar de gerar alguns questionamentos morais nas regiões
consumidoras) demonstra a lucratividade da região para o
comércio inglês.
Na Índia, os ingleses se aproveitaram da existência
de uma elite local, característica da sociedade de castas
na região, composta por alguns príncipes e grandes propri-
etários rurais, para através destes exercerem o controle
sobre a população hindu. Além de se aproveitarem das his-
tóricas diferenças entre hindus e muçulmanos na região.
Até mesmo a estrutura militar inglesa nas Índias se valia de
uma população local, uma vez que parte da população era
treinada e organizada em métodos ingleses para manter a
ordem sobre a grande maioria dos povos nativos. Os mem-
bros desse exército eram chamados de Cipaios.
À medida que crescia o controle inglês na Índia, im-
plicando em uma crescente “ocidentalização” dos costumes,
as reações anti-britânicas se tornaram cada vez mais in-
tensas. Sobretudo após os ingleses empreenderem uma
política de assumir diretamente o controle sobre os territó-
rios da Índia cujos governantes morressem sem deixar
herdeiros diretos. Esse quadro de tensões crescentes se
manifestou em uma Revolta do Exército de Cipaios contra
a dominação inglesa. Além de uma violentíssima repres-
são inglesa contra os Cipaios, essa revolta redefiniu a
estratégia militar e política da Inglaterra para a região, pois
houve o envio maciço de soldados ingleses para a Índia e
uma maior aproximação do governo inglês com os grandes
líderes locais, que contariam com todo o apoio inglês para
controlar e explorar as populações locais, com a
contrapartida de viabilizarem os interesses comerciais bri-
tânicos na região.
A Índia passava a ser um Vice-Reino da Inglaterra,
condição na qual permaneceria até a independência no pós
segunda guerra mundial, e que aprofundaria largamente a
miséria para a maior parte da população local e a depen-
dência econômica do país para com a Inglaterra.
Além da forte presença inglesa na Índia, como discu-
tido acima, outras regiões asiáticas também foram alvo de
invasões imperialistas. O caso Chinês é marcante nesse
sentido, pois o país tradicionalmente conviveu com várias
invasões estrangeiras, por vezes até de vários países coli-
gados.
No século XIX, a presença inglesa era muito forte em
alguns portos chineses. Sobretudo devido a atuação da CIA
das Índias Orientais, que comercializava o chá chinês na
Europa de modo bastante lucrativo. Além disso, os ingle-
ses também vendiam uma droga, o ópio produzido pelos
ingleses na Índia para os chineses, o que gerava diversos
problemas econômicos e sociais para os chineses. A tenta-
tiva do governo chinês em proibir o comércio de ópio no
país foi o estopim para a Guerra do Ópio, que teria conse-
qüências desastrosas para os chineses. Além de entregar
a ilha de Hong Kong para os ingleses, a China foi obrigada
pelo Tratado de Nanquim a abrir diversos portos ao acesso
inglês, e revogar a proibição do comércio do Ópio nessas
regiões. Pouco tempo depois, a Inglaterra estendeu, pela
via militar, seu controle sobre parte considerável do territó-
rio chinês. Além de promover diversas reformas que
tentavam ocidentalizar algumas estruturas do país.
Esse episódiocontribuiu ainda mais para o desenvol-
vimento de uma aversão do governo chinês aos
estrangeiros. Aliás, não só os europeus se faziam presen-
tes na china. O Japão, com uma estrutura industrial e militar
mais moderna desde a chamada "Revolução Meiji", quan-
do absorveu elementos das potências capitalistas ocidentais
que o invadiram e modernizou suas estruturas educacio-
nais e de produção industrial e agrícola, também investiu
com freqüência sobre o território chinês. Regiões chinesas
como Formosa, atualmente Taiwan, e a Manchúria, obtida
após vitória militar sobre os russos no início do século XX,
tornaram-se de domínio japonês.
O IMPERIALISMO NA AMÉRICA
Na condição de única grande potencial industrial efe-
tiva no continente americano, os Estados Unidos foram o
grande protagonista do imperialismo na América do século
XIX e início do XX. Além da conquista de territórios que
anteriormente pertenciam ao México, como já foi
Charge sobre as disputas imperialistas na China
231
01 (UEPG) Fenômeno que teve origem no século XIX, o
Imperialismo foi uma das marcas fundamentais do
avanço do capitalismo por continentes como a Améri-
ca, a Ásia e a África. A respeito desse tema, assinale
o que for correto.
01) A busca (pelas nações europeias) de matérias-
primas e a ampliação de novos mercados con-
sumidores de produtos industrializados são ra-
zões que explicam o surgimento do Imperialis-
mo.
02) O discurso altruísta de que o avanço sobre regi-
ões afro-asiáticas era algo positivo, pois os ca-
pitalistas europeus promoveriam uma melhor
qualidade de vida para povos "selvagens" e "pri-
mitivos", foi uma das armas ideológicas do Im-
perialismo.
04) O avanço do Imperialismo europeu sobre a Amé-
rica do Norte foi intenso. Na virada do século
XIX para o XX, a economia dos Estados Unidos
estava completamente controlada por investido-
res e capitais ingleses, franceses e alemães.
08) Por ser predominantemente agrária, a América
do Sul não foi compreendida como área de inte-
resse do Imperialismo europeu.
demonstrado no capítulo 16, os EUA orientaram sua políti-
ca externa no sentido de garantir seus interesses comerciais
na região do Pacífico e na América Latina, sobretudo na
região central do Caribe. Após a guerra hispano-americana
e, sobretudo, a partir da emenda Platt (que assegurava o
direito de intervenção militar norte-americana em Cuba para
a defesa de seus próprios interesses), Cuba viveu uma es-
pécie de liberdade condicional, sendo em verdade uma
extensão dos interesses comerciais dos EUA. Outras regi-
ões, como Porto Rico, passaram a ser possessões dos
Estados Unidos após a vitória contra os espanhóis, ainda
no século XIX. Áreas como o Havaí foram incorporadas e
se tornaram efetivamente território americano.
Com a política do Big Stick, do presidente Ted
Roosevelt, os Estados Unidos passaram a uma clara políti-
ca expansionista sobre a região do Caribe, obtendo, por
exemplo, o controle sobre o lucrativo Canal do Panamá,
que liga os oceanos Pacífico e Atlantico.
CONSEQUÊNCIAS
 As disputas imperialistas, sobretudo a corrida imperi-
alista européia no continente africano, acabaram levando a
um clima de crescentes tensões internacionais, pontuado
pela formação de alianças (muitas vezes através de trata-
dos secretos) e por imensos investimentos na indústria
bélica. O produto final desse caldo seria o cenário da Pri-
meira Guerra Mundial.
Com relação às áreas dominadas por potências im-
perialistas as conseqüências foram igualmente nefastas. A
exploração de seus recursos em escala industrial, a arbi-
trariedade de certas fronteiras e a implantação de estruturas
políticas, sociais e econômicas tipicamente ocidentais,
desestruturaram as antigas sociedades africanas e asiáti-
cas, deixando marcas indeléveis nessas regiões.
02 (UEM) Assinale o que for CORRETO a respeito das
práticas imperialistas que marcaram o capitalismo.
01) O Império das Índias ocupou a orla litorânea da
Manchúria com o intuito de estabelecer
entrepostos comerciais vinculados à indústria
têxtil.
02) A busca por matérias-primas e por fontes de
energia, bem como a necessidade de amplia-
ção dos investimentos e dos mercados consu-
midores, impulsionou a expansão imperialista
europeia sobre a África e a Ásia.
04) O imperialismo estadunidense exercido sobre a
América Latina seguiu os mesmos parâmetros
do imperialismo praticado pelas nações
europeias e pelo Japão, ou seja, foi praticado
mediante controle político e militar diretamente
sobre suas áreas de atuação.
08) A divisão internacional do trabalho consolidou-
se com a Revolução Industrial.
16) O chamado neocolonialismo, ocorrido no sécu-
lo XIX, tinha por meta a busca por mercados
consumidores e por fornecedores de matérias-
primas.
03 (UEPG) Denominação utilizada para expressar as
práticas de nações política, econômica e militarmen-
te poderosas na ampliação e controle de regiões,
nações e/ou povos pobres, o Imperialismo marcou a
história mundial contemporânea. A respeito desse
tema, assinale o que for correto.
01) A Guerra do Ópio, promovida pela Inglaterra con-
tra a China, teve como motivação o desejo bri-
tânico de proibir o tráfico dessa substância para
o continente europeu e como consequência o
domínio político inglês sobre o território chinês.
02) Bélgica, França e Grã-Bretanha estão entre os
países que estabeleceram práticas imperialis-
tas no continente africano ao longo do século
XX.
04) Os países do continente americano sofreram,
desde o início do século XIX, com a forte influ-
ência política e com a exploração econômica
exercida pelos Estados Unidos.
08) Ações imperialistas podem ocorrer de diferen-
tes formas. O colonialismo, ou seja, a sobera-
nia política - e consequente domínio econômico
- é uma das faces do imperialismo.
16) A produção em larga escala, resultado da Re-
volução Industrial, arrefeceu às práticas imperi-
alistas das potências europeias. A geração de
riqueza dentro da própria Europa contribuiu para
que as práticas de controle das periferias dimi-
nuíssem ao longo do século XX.
232
04 (UEM) Sobre o imperialismo na Ásia e na África, as-
sinale o que for CORRETO.
01) A dominação britânica na Índia promoveu a des-
truição das comunidades tradicionais indianas,
que mesclavam a pequena produção agrícola
com a produção artesanal.
02) Em meados do século XIX, os Estados Unidos
enviaram ao Japão uma esquadra militar conhe-
cida como Esquadra Negra, para forçar a aber-
tura dos portos japoneses ao comércio norte-
americano.
04) A partilha da África, decidida na Conferência de
Berlim em 1884/1885, organizou a corrida das
nações europeias para conquistar os territórios
livres africanos e para assegurar o livre comér-
cio no continente.
08) Os Estados Unidos e a Inglaterra foram as na-
ções que condenaram a Conferência de Berlim
e impuseram sanções econômicas e políticas
aos países que participaram da reunião.
16) A supremacia econômica foi utilizada para justi-
ficar a expansão imperialista, já que havia uma
ideia difusa, na sociedade europeia, de que a
raça branca tinha superioridade sobre povos de
outras raças.
05 (UFSC) As raças superiores têm um direito perante
as raças inferiores. Há para elas um direito porque há
um dever para elas. As raças superiores têm o dever
de civilizar as inferiores [...]. Vós podeis negar; qual-
quer um pode negar que há mais justiça, mais ordem
material e moral, mais equidade, mais virtudes soci-
ais na África do Norte desde que a França a
conquistou?
FERRY, J. Discurso ao parlamento francês em 28 de
 julho de 1885. In: MESGRAVIS. L. A colonização da
África e da Ásia. São Paulo: Atual, 1994, p. 14.
Sobre o Imperialismo e o Neocolonialismo no conti-
nente africano no século XIX, é correto afirmar que:
01) a Conferência de Berlim foi realizada na Alema-
nha, entre 1884 e 1885, com a presença de al-
gumas lideranças de diferentes etnias africanas
que concordavam com as ações das nações
europeias.
02) Leopoldo II, rei belga, constituiu uma sociedade
privada comandada por ele para ocupar e ad-
ministrarseus territórios na África. Isso se deu
depois que o Parlamento da Bélgica não apoiou
o desejo do rei de estabelecer um império colo-
nial.
04) os europeus, por conhecerem pouco os recur-
sos naturais e a geografia africana, sucumbi-
ram muitas vezes na tentativa de ocupar o con-
tinente, o que explica terem levado quase todo
o século XIX para consolidar seu projeto
neocolonial.
08) estudos recentes têm levado em consideração
o fato de que a resistência africana à invasão
europeia no continente contribuiu para acelerar
o processo de dominação através de intensas
ações militares.
16) os países europeus procuraram justificar a do-
minação de outros povos com base em uma in-
terpretação equivocada das teorias de Charles
Darwin, adotando o que se chamou de
darwinismo social.
32) muitas fronteiras foram criadas por meio de acor-
dos diplomáticos entre os países europeus le-
vando em consideração as divisões étnicas e
culturais dos povos que ali viviam como estraté-
gia para evitar possíveis conflitos entre os po-
vos originários do continente.
06 (UEM) Sobre o imperialismo na África, é correto afir-
mar que:
01) A conferência de Berlim (1884-1885) produziu
uma verdadeira partilha da África entre os paí-
ses europeus, EUA e Rússia.
02) Em 1842, a China assinou o Tratado de Nan-
quim, cedendo todos os seus territórios na Áfri-
ca para a Inglaterra e a França.
04) O Brasil teve papel preponderante na divisão
da África, ficando com direito aos territórios de
Angola, Cabo Verde e Moçambique.
08) No início do século XX, no continente africano,
apenas a Libéria (habitada por ex-escravos
emigrados dos EUA) e a Abissínia (atual Etiópia)
eram estados livres e soberanos.
16) A guerra dos Boêres (1899-1902) foi travada en-
tre os ingleses e os colonos holandeses (conhe-
cidos como bôeres ou africânderes) pelo con-
trole das regiões de Orange e do Transvall, na
África do Sul, ricas na produção de diamante e
ouro.
07 (UEPG) Em 1912, Vladimir Lênin publicou um livro
denominado "Imperialismo, estágio superior do capi-
talismo". Nessa obra, o conhecido revolucionário
comunista russo descreveu aquilo que ele considera-
va ser uma nova etapa do desenvolvimento capitalista,
marcada pelo domínio dos monopólios industriais, do
capital financeiro e fadada a enfrentar conflitos soci-
ais radicais: o imperialismo. A respeito desse tema,
assinale o que for correto.
01) Na perspectiva do imperialismo, pode-se com-
preender que os "centros" são regiões do siste-
ma capitalista nas quais há uma forte burguesia
nacional em consonância com um Estado bur-
guês e com uma plena economia capitalista em
funcionamento.
02) Diferente do que ocorreu em continentes como
o Africano e o Asiático, a América do Sul ficou
de fora do avanço imperialista do início do sé-
culo passado. Área de influência e proteção
norte-americana, nessa porção do continente
americano não houve investimentos originários
das potências imperialistas europeias.
04) Ao contrário do colonialismo, o imperialismo não
se estrutura a partir da dominação política de
regiões periféricas. O único meio de controle
estabelecido pelo imperialismo é o econômico,
com o controle financeiro e produtivo das anti-
gas colônias europeias.
233
08) O predomínio do capital financeiro e do mono-
pólio produtivo por grandes corporações não ate-
nuou, pelo contrário, ampliou as desigualdades
sociais a partir do século XX. Tais situações ser-
viram para sustentar discursos anti-imperialis-
tas ao redor do mundo.
16) Como o avanço tecnológico era fundamental
para o estabelecimento dos monopólios indus-
triais, os Estados imperialistas passaram a in-
vestir recursos cada vez maiores em pesquisa
e tecnologia, diminuindo acentuadamente o vo-
lume destinado para as despesas militares.
08 (UEM) A formação territorial do que veio a ser os Es-
tados Unidos da América deu-se por meio de uma
política expansionista. Sobre essa questão, assinale
a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A jovem nação nasceu na segunda metade do
século XVIII, a partir das antigas treze colônias
inglesas da costa leste.
02) No início do século XIX, a Flórida foi adquirida
dos espanhóis.
04) Em meados do século XIX, a ilha do Havaí foi
comprada da França.
08) Em meados do século XIX, a Califórnia foi con-
quistada do México.
16) Na segunda metade do século XIX, o Alasca foi
adquirido da Rússia.
01 (UNICAMP) Os viajantes, missionários, administra-
dores coloniais e etnógrafos europeus, no passado,
tenderam a fundir múltiplas identidades em um único
conceito de tribo. O uso da palavra tribo para descre-
ver as sociedades africanas surgiu de um desejo de
enaltecer o Estado-nação, ao mesmo tempo em que
sugeria a inferioridade inerente de outros. Em resu-
mo, conotava políticas primitivas que eram menos
desenvolvidas do que as políticas dos Estados-na-
ção.
(Adaptado de John Parker e Richard Rathbone,
"A ideia de África", em História da África. Lisboa:
Quimera, 2016, p. 56-58.)
Baseado no texto acima e em seus conhecimentos,
assinale a alternativa correta.
(A) A formação e a difusão do conceito de tribo no
pensamento europeu acompanharam os avan-
ços do colonialismo na África no século XIX, le-
gitimando o domínio de seus povos por agentes
oriundos de nações que se consideravam civili-
zadas e superiores.
(B) O conceito de tribo ganhou força no pensamen-
to ocidental, porque na África não havia forma-
ções políticas que cobriam grandes extensões
territoriais como na Europa. Ou seja, os euro-
peus não encontraram estruturas políticas aci-
ma das unidades tribais.
(C) As sociedades africanas eram organizadas a
partir de pequenas tribos lideradas por chefes
guerreiros, o que gerava fragmentação política
e guerras, inviabilizando nesse continente a for-
mação de unidades políticas complexas nos
moldes europeus.
(D) Em razão das tradições milenares e do respeito
aos ancestrais, as tribos eram unidades sociais
e políticas estáticas assentadas em uma identi-
dade homogênea. Os europeus comumente
desrespeitavam todas essas características na
colonização.
02 (UNESP)
O mapa representa a divisão da África no final do sé-
culo XIX. Essa divisão
(A) persistiu até a vitória dos movimentos de
descolonização da África, ocorridos nas duas
primeiras décadas do século XX.
(B) foi rejeitada pelos países participantes da Con-
ferência de Berlim, em 1885, por considerarem
que privilegiava os interesses britânicos.
(C) incluiu áreas conquistadas por europeus tanto
durante a expansão marítima dos séculos XV-
XVI quanto no expansionismo dos séculos XVIII-
XIX.
(D) foi determinada após negociação entre povos
africanos e países europeus, durante o Congres-
so Pan-Africano de Londres, em 1890.
(E) restabeleceu a divisão original dos povos afri-
canos, que havia sido desrespeitada durante a
colonização europeia dos séculos XV-XVIII.
234
03 (UEFS) Com o início da anexação do Marrocos pela
França, uma crise violenta eclode entre a França e a
Alemanha, que, em 1911, coloca uma canhoneira di-
ante de Agadir, para demonstrar sua decisão de partir
para o confronto. A prova de força se resolve com a
devolução à Alemanha de parte de Camarões. Em
1912, o sultão do Marrocos decide assinar um tratado
de protetorado que põe seu país sob a tutela france-
sa.
(Marc Ferro. A colonização explicada
a todos, 2017. Adaptado.)
O historiador descreve as relações de força presen-
tes nos processos de anexação de territórios e
mercados pelos países imperialistas europeus. São
exemplos dessas relações:
(A) oposições culturais entre os povos
expansionistas e decisões arbitradas por orga-
nizações políticas supranacionais.
(B) disputas entre economias industrializadas e
acordos em prejuízo de sociedades colonizadas.
(C) divergências de sistemas sociais entre nações
colonizadoras e missões civilizadoras dos po-
vos cristãos nos países afro-asiáticos.
(D) guerras mundiais desencadeadas nas áreas co-
lonizadas e desindustrialização das nações
dominadoras.
(E) divisões dos conquistadores em exploradores e
favoráveis aos povos colonizadose formação
da liga internacional de nações dominadas.
04 (PUC-RJ) Desde o último quartel do século XIX até o
início da Primeira Guerra Mundial, no contexto de um
capitalismo cada vez mais globalizado, grande parte
do território africano foi partilhado entre um conjunto
de Estados europeus.
Indique qual destes Estados não fazia parte desse
conjunto:
(A) Bélgica
(B) Grã-Bretanha
(C) Império Russo
(D) Itália
(E) Países Baixos
05 (FGV) A proclamação da República Popular da Chi-
na em 1º de outubro de 1949 e a eleição do governo
presidido por Mao Tsetung foram resultados da luta
contra a ocupação da China por potências estrangei-
ras e contra o regionalismo que fortalecia os senhores
de terra.
O movimento camponês, liderado por Mao Tsetung,
sagrou-se vitorioso em outubro de 1949. Entretanto,
as raízes desse movimento estão no século 19 e nas
condições que se foram criando a partir da interven-
ção das potências estrangeiras, no início do século
20.
(Carlos Guilherme Mota.
História moderna e contemporânea, 1986)
No que diz respeito às interferências estrangeiras
nesse país, é correto afirmar que
(A) a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905) termi-
nou com a vitória do Império Russo e sua de-
corrente ação do imperialismo russo no proces-
so de partilha de grande parte do território da
China Imperial.
(B) as Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860)
garantiram à Inglaterra a abertura comercial da
China e permitiram também que outras potênci-
as europeias e asiáticas revelassem seus inte-
resses no Império Chinês.
(C) a guerra entre o Império Chinês e o Japão (1894-
1895) resultou no enfraquecimento da China e
no início da hegemonia alemã em grande parte
desse país, principalmente por meio das amplas
inversões de capitais.
(D) a Revolta dos Boxers (1898-1901) representou
a luta das classes médias urbanas e da classe
operária pela ampliação da cidadania político-
eleitoral, contra os grandes senhores de terra e
a República chinesa recém-proclamada.
(E) a Longa Marcha (1923-1927), organizada pelo
Partido Comunista Chinês em aliança com o Par-
tido Nacional do Povo, lutou contra as presen-
ças estrangeiras na China, e foi derrotada pelos
japoneses no momento da invasão da
Manchúria.
06 (G1-IFPE) A natureza distribuiu desigualmente no
planeta os depósitos e a abundância de suas matéri-
as-primas; enquanto localizou o gênio inventivo das
raças brancas e a ciência da utilização das riquezas
naturais nesta extremidade continental que é a Euro-
pa, concentrou os mais vastos depósitos de
matérias-primas nas Áfricas, Ásias tropicais, Oceanias
equatoriais, para onde as necessidades de viver e de
criar lançariam o elã dos países civilizados. Estas
imensas extensões incultas, de onde poderiam ser
tiradas tantas riquezas, deveriam ser deixadas virgens,
abandonadas à ignorância ou à incapacidade? (...) A
humanidade total deve poder usufruir da riqueza total
espalhada pelo planeta. Esta riqueza é o tesouro co-
mum da Humanidade."
SARRAUT, Albert. Grandeur et Servitude Coloniales.
Paris: Nathan, 1931. p. 18-19. CARVALHO,
Alek Sander de. Documentos para análise:
Discursos Imperialistas no Século XIX/XX.
Disponível em: http://apreenderhistoria.blogspot.
com.br/2015/02/documentos-para-analise-discursos.html.
Acesso: 09 out. 2017.
O texto acima é um documento que se refere ao Im-
perialismo, também conhecido como o Colonialismo
Contemporâneo, marcado pelo processo de expan-
são das potências industrializadas.
235
A partir dele e de seus conhecimentos sobre o Impe-
rialismo, marque a alternativa CORRETA.
(A) Grande parte do mundo ainda não conhecia as
avançadas técnicas de produção fabril, nem ti-
nham conhecimento para explorar as riquezas
de seu território e, por isso, estabeleceram par-
cerias com empresas de países europeus em
troca de aprendizado.
(B) As potências industriais europeias, na segunda
metade do século XIX, já em avançado estado
de industrialização, tinham consciência de que
precisavam expandir seus investimentos para
outros territórios, na intenção de modernizar e
civilizar áreas do globo habitadas por povos in-
cultos.
(C) Os políticos e intelectuais europeus cumpriam
uma missão civilizatória em diversos territórios
do globo, pautados por valores iluministas de
fraternidade e de universalidade, tendo por meta
espalhar riqueza e educação pela humanidade.
(D) As nações imperialistas, cuja produtividade fa-
bril era intensa em especial depois de 1870, co-
meçaram a estabelecer trocas comerciais com
territórios ainda inexplorados, vendendo-lhes
produtos industriais e comprando matérias-pri-
mas, distribuindo, assim, riqueza e conhecimen-
tos.
(E) A expansão e exploração europeia sobre imen-
sos territórios do mundo correspondia às neces-
sidades do capitalismo industrial em expansão,
e tinha por base discursos justificadores, alguns
deles fundamentados na noção de superiorida-
de racial e na suposta "missão civilizadora".
07 (UDESC) Leia atentamente o texto a seguir:
"Existem hoje, sobre a Terra, dois grandes povos que,
tendo partido de pontos diferentes, parecem adian-
tar-se para o mesmo fim: são os americanos e os
russos (...) Para atingir a sua meta, o primeiro apoia-
se no interesse pessoal e deixa agir, sem dirigi-las, à
força e à razão dos indivíduos. O segundo concentra
num homem, de certa forma, todo o poder da socie-
dade. Um tem por principal meio a liberdade; o outro,
a servidão. O seu ponto de partida é diferente, os seus
caminhos são diversos; não obstante, cada um deles
parece convocado, por um desígnio secreto da Provi-
dência, a deter nas mãos, um dia, os destinos da
metade do mundo."
(Tocqueville, Alexis de. A democracia na América, 1835)
A partir deste trecho, publicado por Tocqueville em
1835, é correto afirmar que o autor:
(A) refere-se às políticas imperialistas que, mesmo
pautadas em princípios diferentes, podiam ser
observadas tanto nos Estados Unidos quanto
na Rússia do século XIX.
(B) refere-se, evidentemente, ao período da Guer-
ra Fria e ao governo de Gorbachev, na Rússia.
(C) refere-se aos resultados da Primeira Guerra
Mundial, ao papel representado por Lenin, no
governo da Rússia, e por Roosevelt, no gover-
no norte-americano.
(D) relaciona os princípios básicos da democracia
às práticas do governo russo do século XIX.
(E) analisa os resultados da Revolução Russa e as
atitudes de retaliação do governo norte-ameri-
cano.
08 (UPE-SSA) O darwinismo social pode ser definido
como a aplicação das leis da teoria da seleção natu-
ral de Darwin na vida e na sociedade humanas. Seu
grande mentor foi o filósofo inglês Herbert Spencer,
criador da expressão "sobrevivência dos mais aptos",
que, mais tarde, também seria utilizada por Darwin.
Fonte: BOLSANELLO, Maria Augusta.
Darwinismos social, eugenia e racismo científico:
sua repercussão na sociedade e na educação brasileiras.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/er/n12/
n12a14.pdf /Adaptado.
Essa teoria foi utilizada no século XIX pelas nações
europeias para justificar a
(A) independência da Oceania.
(B) colonização dos Estados Unidos.
(C) dominação imperialista na Ásia e África.
(D) supremacia racial das nações latino-americanas.
(E) inferioridade dos Estados Unidos frente ao Ja-
pão.
01 (FUVEST) As letras das canções abaixo fazem men-
ção ao rei Haile Selassie (1892-1975), que governou
a Etiópia entre 1916 e 1930, como regente, e entre
1930 e 1974, como imperador.
HAILE SELASSIE
(…)
Rastafári
Ele nasceu na Etiópia
Descendente do rei Salomão
Buscou verdade e as respostas
Na Babilônia da escravidão
Foi reconhecido pelo povo
Rude boys na população
Foi condecorado o mais novo ras!
Rastafári da libertação
Haile Selassie ê!
(…)
Natural Mystic. Álbum Salve Roots,
 2016. Industrial Music
SELASSIE É A CAPELA
Haile Selassie é a Capela
Poder da Trindade (Trindade, Trindade é Ele)
Concentre-se nessa direção
Sirva o Deus vivo e viva (Deus vivo e vivo)
Leve seus problemas para Selassie
Ele é o único Rei dos Reis (Rei dos Reis, o Rei dos
Reis é ele)
Conquistando o Leão de Judá
Triunfalmente, todos nósdevemos cantar (todos de-
vem cantar, todos
devem cantar)
(...)
Bob Marley. Álbum The complete
Bob Marley & The Wailers (1967-1972) v.1,
Jad Records, 1997. Tradução livre.
236
Com base nas canções e em seus conhecimentos,
responda ao que se pede.
a) Explique a relação entre a descendência do rei
Salomão atribuída a Selassie e a construção
religiosa do culto à sua personalidade.
b) Selassie foi cultuado por afrodescendentes es-
tabelecidos fora do continente africano, em um
processo conhecido como "diáspora negra".
Explique esse processo.
c) No século XIX, a situação da Etiópia contrasta-
va com a imensa maioria do continente africa-
no. Explique tal situação.
02 (UFJF-PISM) Analise atentamente os documentos
abaixo:
DOCUMENTO 1
"Todos sabem que a Terra é um planeta e, portanto,
redondo (ou quase). Bolas não têm meio, apenas cen-
tro e, nesse caso, qualquer indicação externa é
arbitrária e convencional. A representação cartográfica
do planeta é uma convenção e corresponde à matriz
europeia de compreensão do mundo. (...). O mapa
também se afirma como um instrumento de formação
da cidadania, definindo-se como emblema de identi-
dade da nação."
KNAUSS, Paulo; RICCI, Claudia e CHIAVARI.
Maria Pace. Brasil: uma cartografia.
Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2010.
DOCUMENTO 2
03 (FUVEST) A Índia exporta para a China vastas quan-
tidades de ópio, para cujo cultivo possui facilidades
peculiares. O ópio pode ser produzido em Bengala
melhor e mais barato do que em qualquer outra parte
do mundo; e a China oferece um mercado quase que
ilimitado em suas dimensões. O gosto por essa droga
espalhou-se pelo império, a despeito das severas
regulações para sua exclusão, e se diz que ele entrou
no próprio palácio. Não obstante o consumo desse
estimulante pernicioso eventualmente ser reprimido
de um ponto de vista moral, é certo que ele promove
diversos objetos que são igualmente desejáveis tan-
to pela Índia como pela Inglaterra. A Índia, ao exportar
ópio, auxilia o fornecimento de chá à Inglaterra. A
China, ao consumir ópio, facilita as operações de re-
ceita entre a Índia e a Inglaterra. A Inglaterra, ao
consumir chá, contribui para aumentar a demanda por
ópio indiano.
Edward Thornton, India, its state and prospects.
Londres: Parbury, Allen & Co., 1835. Adaptado.
a) Indique como o texto caracteriza a cadeia mer-
cantil do ópio e qual sua importância para a eco-
nomia inglesa do século XIX e para as relações
coloniais entre Grã-Bretanha e Índia.
b) Identifique e explique um conflito posterior a
1835 que se relacione diretamente aos proces-
sos descritos no texto.
04 (UERJ)
‘ Observando comparativamente o texto e a Tirinha da
Mafalda é possível dizer que o modo de se compre-
ender o espaço geográfico tem relação com o tema
da identidade das nações. Sobre isso:
a) Cite DUAS nações europeias que se expandi-
ram para outras partes do mundo no século XIX;
b) Explique como os mapas do século XIX servi-
ram aos propósitos do imperialismo.
As maneiras de apresentar povos e territórios possu-
em variações históricas associadas às relações
estabelecidas entre sociedades e culturas. As ima-
gens acima sobre o continente africano ilustram essas
variações.
A partir da comparação entre as imagens, identifique
a principal diferença quanto a essas representações
do continente africano. Em seguida, cite um proces-
so histórico contemporâneo que explique a diferença
de perspectiva entre a imagem 1 e a imagem 2.
IMAGEM 1
IMAGEM 2
237
05 (FUVEST) Leia os dois fragmentos abaixo.
I. É necessário, pois, aceitar como princípio e pon-
to de partida o fato de que existe uma hierar-
quia de raças e civilizações, e que nós perten-
cemos a raça e civilização superiores, reconhe-
cendo ainda que a superioridade confere direi-
tos, mas, em contrapartida, impõe obrigações
estritas. A legitimação básica da conquista de
povos nativos é a convicção de nossa superio-
ridade, não simplesmente nossa superioridade
mecânica, econômica e militar, mas nossa su-
perioridade moral. Nossa dignidade se baseia
nessa qualidade, e ela funda nosso direito de
dirigir o resto da humanidade. O poder material
é apenas um meio para esse fim.
Declaração do francês Jules Harmand, em 1910.
Apud: Edward Said. Cultura e imperialismo.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Adaptado.
II. (...) apesar das suas diferenças, os ingleses e
os franceses viam o Oriente como uma entida-
de geográfica - e cultural, política, demográfica,
sociológica e histórica - sobre cujos destinos eles
acreditavam ter um direito tradicional. Para eles,
o Oriente não era nenhuma descoberta repenti-
na, mas uma área ao leste da Europa cujo valor
principal era definido uniformemente em termos
de Europa, mais particularmente em termos que
reivindicavam especificamente para a Europa -
para a ciência, a erudição, o entendimento e a
administração da Europa - o crédito por ter trans-
formado o Oriente naquilo que era.
Edward Said. Orientalismo. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990.
a) Identifique a principal ideia defendida no texto I
e explique sua relação com a expansão imperi-
alista europeia no final do século XIX.
b) Relacione o texto I com o texto II, quanto à con-
cepção política neles presente.
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
PARTE II:
HISTÓRIA GERAL
UNIDADE 03:
A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914 – 1918)
O estudo da Primeira Guerra Mundial exige que ana-
lisemos diversos elementos da conjuntura de então. Primeiro
é preciso compreender que essa conjuntura não era perce-
bida da mesma forma por governantes (assim como militares
e industriais) e pela sociedade civil. Esta, sobretudo nas
tradicionais potências europeias como Inglaterra e França,
alimentava uma percepção bastante positiva do período pré-
guerra. A Europa experimentava um período praticamente
livre de guerras desde o fim da guerra franco-prussiana em
1871, gerando na cabeça do cidadão comum uma rara ex-
periência de paz duradoura. Além disso, a exploração dos
recursos e dos mercados das áreas coloniais mantinha a
indústria européia a pleno vapor, alimentando uma sensa-
ção de prosperidade para as elites. Inovações tecnológicas
como o automóvel (que começava a se difundir com maior
velocidade no início do século XX) floresciam nesse cená-
rio, contribuindo para um estilo de vida moderno e
enriquecido, que modificava paisagens e hábitos num perí-
odo conhecido como Belle Époque. Para essas pessoas a
Grande Guerra que se iniciaria em 1914 seria, de certo
modo, incompreensível. O contraste entre a prosperidade
pré guerra e a destruição do conflito representou uma con-
tradição e mesmo uma desilusão para esses setores. Muito
embora alguns setores sociais tenham sido profundamen-
te influenciados por sentimentos patrióticos e nacionalistas
ao início do conflito, a duração da guerra, seu elevado nú-
mero de mortes e grande destruição, rapidamente
reverteram a euforia nacionalista em espanto e desilusão.
Já na percepção dos grandes círculos políticos, mili-
tares e industriais uma grande guerra era cada vez mais