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Gripe Espanhola X Corona vírus É sabido que o novo Corona vírus não é a primeira pandemia enfrentada na história da humanidade, no entanto, a frase de Edmund Burke “Aqueles que não conhecem a história, estão fadados a repeti-la” entra em um perfeito paralelo com as pandemias já enfrentadas e a enfrentada atualmente, regada pela desinformação e negacionismo. Na época de publicação do vídeo, março de 2020, logo no início da pandemia, havia-se uma preocupação em relação ao nível de contaminação, temendo uma situação crítica tal qual a gripe espanhola, gripe esta que dizimou cerca de 3% da população mundial; caracterizando-se assim como a mais letal epidemia desde a peste negra. Agora em 2021, tem-se o saldo de aproximadamente 530 mil mortos pelo Novo Corona Vírus, os casos somam aproximadamente 19 milhões, isto apenas no Brasil; Já em escala mundial, os infectados ultrapassam a casa dos 185 milhões Em um contexto histórico, a gripe espanhola atingiu em grande maioria a Europa, seu surgimento é registrado por volta de 1918, iniciando- se de forma leve, no entanto, alguns meses depois, seu nível de contaminação e mortos foi elevando-se drasticamente, é suposto que cinquenta milhões de pessoas morreram devido a gripe. O vírus mencionado anteriormente trata- se do H1N1 (sendo também responsável pela gripe suína em 2009). Algumas hipóteses são levantadas, uma delas leva em consideração que a primeira guerra mundial foi muito importante para a propagação desse vírus. E diferente da gripe comum, a gripe espanhola trazia consigo sintomas mais fortes, mesmo iniciando de forma semelhante, mas logo se desenvolvia para uma pneumonia. É possível então traçar um paralelo com a pandemia enfrentada atualmente, onde algumas pessoas desenvolvem sintomas leves, outras são assintomáticas, algumas desenvolvem problemas respiratórios, cardíacos e neurológicos e outras chegam a óbito. De volta a gripe espanhola, no Brasil, a noção sobre a epidemia era noticiada apenas em jornais, passando a sensação de distanciamento, no entanto, como o cenário não era pacífico, o país enviou um navio para ajudar na Grande Guerra e acabou mudando toda a situação; cem marinheiros acabaram vindo a óbito, não muito tempo após isso, um navio inglês chegou ao Brasil e acabou espalhando a gripe, tornando-se uma epidemia. Mesmo com o número de mortes, muitas pessoas duvidavam do risco da gripe, até riram da situação. Apesar de se tratarem de épocas distintas, os pensamentos não diferem tanto assim, o mundo, em especial o Brasil é tomado por uma imensa onda negacionista, onde a Necropolítica a cada dia ganha um espaço maior e a ciência é deixada de lado, vacinas são ignoradas e a promoção a aglomerações é cada vez mais difundida. Em um mês, todas as grandes cidades do Brasil haviam sido atingidas pela gripe espanhola, levando a tomada de decisões para conter a doença, entre elas: evitar aglomerações. O Rio de janeiro foi a cidade mais afetada, estima-se que metade da população contraiu a doença. Os leitos dos hospitais foram acabando pelo número de pessoas doentes e acabaram tomando algumas precauções para evitar o aumento dos casos, inclusive a proibição de visitas. E mais uma vez, tem-se um paralelo com o Novo Corona Vírus, onde hospitais estão superlotados, houve falta de oxigênio, contabilizando cada vez mais óbitos. Completando o cenário caótico, as pessoas começaram a jogar os cadáveres de familiares na rua temendo a contaminação pela gripe espanhola, não se distanciado da Itália de 2020, onde corpos eram cobertos dentro de casa até que houvesse espaço para sepultamento devido ao número exorbitante de óbitos. Não diferente da atualidade, as pessoas também apostaram em soluções caseiras, produtos essenciais aumentaram consideravelmente o valor, as recomendações de ficar em casa não foram devidamente seguidas, as pessoas se viram obrigadas a continuar trabalhando devido a decisão dos patrões de não pagar aqueles que faltavam, sendo assim, muita gente acabou se infectando para não perder o trabalho. Isso leva a crer que mesmo em séculos diferentes, certos padrões tendem-se a se repetir, seja ele social ou biológico.
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