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Pandemias Mundiais

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FACULTAD DE MEDICINA DE LA UNIVERSIDAD CENTRAL DEL PARAGUAY
JACKELINE NUNES LECHUGA
AS GRANDES PANDEMIAS MUNDIAIS:
Varíola, Peste Bubônica, Gripe Espanhola e COVID-19
PEDRO JUAN CABALLERO – PY
2020
JACKELINE NUNES LECHUGA
AS GRANDES PANDEMIAS MUNDIAIS:
Varíola, Peste Bubônica, Gripe Espanhola e COVID-19
Trabalho solicitado para complementação da nota da prova de processo do 2º bimestre da matéria de História da Medicina, Turma A da Sede 1 – PJC.
Professora: Juliane Oliveira.
PEDRO JUAN CABALLERO – PY
2020
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	AS GRANDES PANDEMIAS MUNDIAIS: Varíola, Peste Bubônica, Gripe Espanhola e COVID-19	5
2.1.	Varíola	5
2.2.	Peste Bubônica	8
2.3.	Gripe Espanhola	11
2.4.	COVID-19	14
3.	CONCLUSÃO	18
4.	BIBLIOGRAFIA	20
ANEXOS
Figura 1: Múmia com sinais de Varíola.	5
Figura 2: Corpo com pústulas de Varíola	5
Figura 3: Médico da Peste	10
Figura 4: Gripe Espanhola	12
Figura 5: Hospital de Campanha da Gripe Espanhola	14
Figura 6: Relatório Semanal da Covid-19 – OMS	18
2
	
INTRODUÇÃO
A Organização Mundial de Saúde - OMS, definiu pandemia como termo utilizado para uma doença que se espalha rapidamente por regiões, continentais ou mundiais por meio de uma contaminação sustentada, não importando a gravidade e sim seu poder de proliferação geográfica e de contágio. 
Nas palavras de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, “Pandemia não é uma palavra para ser usada à toa ou sem cuidado. É uma palavra que, se usada incorretamente, pode causar um medo irracional ou uma noção injustificada de que a luta terminou, o que leva a sofrimento e mortes desnecessários”. (BBC NEWS BRASIL, 2020)
Decretada em março de 2020, a pandemia do Covid-19 tornou-se um dos maiores desafios da atualidade, porém lidar com uma pandemia catastrófica não é algo recente na história. 
A varíola atormentou a humanidade por mais de 10.000 anos matou mais de 500 milhões de pessoas só no século XX, peste bubônica ceifou 200 milhões de vidas só na eurásia e a gripe espanhola morreram entre 50-100 milhões de pessoas.
Surtos pandêmicos repetem-se durante os séculos, e apesar de serem doenças diferentes, com formas diferentes de contágio, é possível perceber algumas semelhanças entre elas. 
Dessa maneira, em razão de estarmos passando por uma dessas avassaladoras pandemias, esse trabalho tem o objetivo de fazer um apanhado dos principais pontos históricos sobre quatro, das maiores pandemias de todos os tempos, varíola, peste bubônica, gripe espanhola e a atual COVID-19, e equiparar esta pandemia com outras que ocorreram anteriormente criando alguns paralelos entre elas.
AS GRANDES PANDEMIAS MUNDIAIS: Varíola, Peste Bubônica, Gripe Espanhola e COVID-19
Varíola
Apesar de ser menos famosa que a peste negra, tuberculose ou mesmo a AIDS, a varíola atormentou a humanidade por mais de 10.000 anos. Múmias, como a de Ramsés V, datada de 1157 a.C, apresentam sinais da doença (Figura 1), a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “bixiga”, como era conhecida na época. Figura 1: Múmia com sinais de Varíola. 
Fonte: Biblioteca de Imagens de Saúde Pública dos Centros de Controle e prevenção de Doença dos EUA.
Acredita-se que o vírus Orthopoxvírus variolae, surgiu na África, há 10.000 a.C, e que veio do camelo. Ao adentrar no organismo, o vírus se espalha pela corrente sanguínea e se instala, principalmente, na região cutânea, e seus primeiros sintomas são parecidos com os de uma gripe qualquer, febre alta, dores no corpo, e cerca de 12 dias depois evoluem para a forma mais grave da doença, a febre baixa e problemas gástricos, seguido de erupções na garganta, na boca e no rosto aparecem. (Figura 2)
Em seguida surgem, em todo o corpo, numerosas protuberâncias cheias de pus que causavam coceira intensa e dor, e assim dificilmente cessavam sem deixar cicatrizes, chamadas bexigas. Daí o nome, varius que em latim significa manchado. Além disso, existia o risco de cegueira pelo acometimento da córnea, e morte por broncopneumonia ou doenças oportunistas, já que a doença comprometia o sistema imunitário.
Era transmitido de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias ou pelo contato com pessoas doentes ou objetos que entraram em contato com a saliva ou secreções destes indivíduos e como até pouco tempo atrás desconhecia-se a forma de transmissão dos vírus, a doença prosperou até 1980. Figura 2: Corpo com pústulas de Varíola. Biblioteca de Imagens de Saúde Pública dos Centros de Controle e prevenção de Doença dos EUA.
O período de incubação do vírus era de 7 a 17 dias e a sobrevivência do paciente dependia do tipo de vírus adquirido, a major, com 30% de letalidade, ou a minor, com menos de 1% de letalidade.
Não existia tratamento para a doença, o que se fazia era amenizar a coceira e a dor e esperar que o organismo reagisse contra o vírus, mas em 1796, Edward Jenner percebeu que vacas tinham uma forma de varíola, a varíola bovina, e que as ordenhadeiras contraiam essa doença, mas desenvolviam sintomas mais leves, com pequenas feridas nas mãos, e nunca tinham a varíola normal. Aproveitando que uma ordenhadeira tinha pegado varíola bovina, ele raspou as feridas das mãos dela e inoculou em um menino de 8 anos, depois de algumas semanas ele tentou variolar o garoto, e ele não desenvolveu nenhum sintoma. De vaca veio a palavra vaccinia, que virou vacina.
Jenner que descobriu que o contato prévio com o vírus, ou partículas dele, era capaz de proteger o organismo contra ele, nascendo assim, os primeiros princípios da vacina que até os dias atuais são usados para nos proteger até hoje contra esta e outras moléstias. Tinha descoberto o uso do vírus atenuado, que não causa sintomas e protege da doença mais grave. Essa forma de vacinação, com um vírus atenuado, é usada até hoje para doenças como a pólio.
Por volta do ano 1000 d.C, na África e na Ásia, deixavam as cascas de feridas secando no Sol, o que embora não soubessem, a radiação ultravioleta era uma excelente forma de eliminar o vírus. Com as cascas secas, na África elas eram maceradas e pulverizadas na pessoa, processo denominado variolação, e na Ásia elas eram inaladas pelas pessoas. Nem sempre a variolação funcionava, mas a técnica usada pelos Asiáticos (de secar e inalar) era mais segura e eficiente. 
Já os persas engoliam as cascas, e na Europa, o pus das feridas eram esfregados dentro do nariz e na pele.
A varíola chegou na Europa durante os séculos 6 a 8, levada por invasores árabes. No império romano, em 180 d.C., matou o imperador Marco Aurélio. Retornou ao continente nos séculos 11 a 13 por conta das cruzadas. Durante o século 18, cerca de 400 mil pessoas morriam por ano de varíola e no século 20, matava mais de 2 milhões de pessoas por ano.
Apesar de levar consigo muitos europeus, a varíola contribuiu na sua conquista das Américas, pois como estavam em contato com a doença por milênios, já tinham adquirido resistência, então a maioria que contraia a doença, possuíam os sintomas, mas não morriam. Porém os nativos das Américas nunca tinham tido contato com o vírus, fazendo com que milhões perdessem sua vida, inclusive o imperador Inca Huayna Capar e seu filho sucessor. Quando Hernando Cortes desembarcou no México, em 1518, havia cerca de 25 milhões de habitantes, principalmente astecas. Em 1620 eles eram 1,6 milhões. 
Muitas tribos desapareceram, foram dizimadas, inclusive do Brasil. O comandante das forças armadas britânicas na América do Norte, Sir Jeffrey Amherst, escreveu em uma carta para o coronel Henry Bouquet, em 1763, detalhando a importância das doenças até na conquista do oeste, fazendo uma recomendação para que os cobertores distribuídos para os índios fossem esfregados nas feridas de doentes, um indício das primeiras guerras biológicas.
O vírus da varíola é atualmente um dos maiores vírus conhecidos e, por ser um vírus de DNA, seu material genético de dupla fita foi determinante no sucesso da vacinação, uma vez que o vírus não muta muito e é bem suscetível à vacina.
Em8 de maio de 1980, a Organização Mundial da Saúde - OMS declarou erradicada uma das piores doenças de todos os tempos, que nos 80 anos que esteve ativa no século passado, matou 300 milhões de pessoas, nem mesmo se somarmos as vítimas fatais de todas as guerras, não superaríamos a varíola.
Algumas amostras do vírus permanecem no Centro de Controle e Prevenção de Doenças em Atlanta (Estados Unidos) e no Centro Estatal de Pesquisas de Virologia e Biotecnologia em Koltsovo (Rússia) e esse fato ainda causa preocupação quanto à utilização destes organismos como armas biológicas, principalmente em razão dos mais jovens que não foram vacinados contra esta doença incurável.
No Brasil, a Fiocruz teve um papel principal na erradicação do vírus no país, como também ajudou outras nações nessa missão, como alguns países da África e da Ásia. Em 1930 o pais já não tinha mais a Varíola Major, mas ainda possuía muitos casos da Minor, isso porque a vacina existente no país, deveria ser mantida a baixas temperaturas, o que era impossível nos sertões do Nordeste e nos confins do Norte e Centro Oeste. Com a campanha da OMS, vieram novidades ao país que ajudaram na agilidade e extinção da doença, uma delas foi a descoberta da antiga União Soviética de liofilização da vacina, que é o processo de secagem e drenagem do imunizante que era transportado em pó e diluído no momento da aplicação. Outra invenção que contribuiu bastante foi a pistola para aplicação, fornecida à Fiocruz pela OMS e contribuiu para acelerar a imunização da população.
De acordo com o Dr. F. Rocha Lagôa, em seu trabalho Varíola (Alastrim) no Paraguai, houve um surto epidêmico de varíola no Paraguai em 1947, logo após a “Revolución de Concepcion”. O trabalho de combate a essa epidemia foi realizado em parceria com a Fiocruz do Brasil, que enviou vacinas para o país que foram usadas tanto para imunizar uma parte da população quanto para produzir a vacina local. A campanha foi um sucesso e em 1949, a quantidade de infectados não passava de 150. 
Peste Bubônica 
Do Império Justiniano à Europa do século XIV, a peste bubônica mostrou ser uma das piores pandemias registradas na história. Causada pela bactéria Yersinia pestis e conhecida como Praga de Justiniano, Peste Bubônica ou Peste Negra. Os primeiros registros de ocorrência da peste constam na Bíblia, no 1º Livro de Samuel.
Por volta de 541 D.C., a Europa passava por um período de transição entre a Antiguidade Tardia para a Idade Média, período conhecido como Idade das Trevas, em decorrência da queda do Império Romano. Esse período foi marcado pela fragmentação dos poderes e a regionalização e dos conflitos entre nobrezas locais. 
A guerra assolava o continente por causa da campanha do imperador bizantino, Flávio Pedro Sabácio Justiniano, que buscava restaurar o Império Romano do Ocidente e, não bastasse tudo isso, os europeus tiveram que enfrentar a primeira pandemia da história, ou pelo menos a primeira que mereceu registro, iniciada no Egito até chegar à capital do Império Bizantino, onde passou a ser conhecida como Peste Justiniano.
Provocada pela peste bubônica, a enfermidade matou entre 500 mil a 1 milhão de pessoas apenas em Constantinopla, que chegou a ser fechada e a entrada de navios foi proibida, fazendo com que as pessoas começassem a morrer de fome. Após, espalhou-se na Síria, Turquia, Pérsia (Irã) e parte da Europa. Estima-se que tenha durado mais de 200 anos.
Anos mais tarde, a peste voltou a Europa, na forma pneumônica (a mais letal de todas), entre 1343 e 1353, por meio dos navios que circulavam entre os portos e traziam muitos ratos, devido à precariedade nos cuidados com a higiene. Ficou conhecida como ‘Peste Negra’, em razão das manchas negras que surgiam no corpo das pessoas. 
Vilar (2010) explica que em 1340 a doença chega à Europa vinda do planalto central da Ásia, da região do Mar Negro trazida por comerciantes genoveses. Ao chegar à Itália, na cidade de Florença, a doença se manifestou de forma mais violenta. Em seus registros fiscais, sugerem que 80% da população da cidade morreram em quatro meses em 1348.
A peste não escolhia suas vítimas, não havia um perfil específico para os afetados, todos estavam a sua mercê, seja nobre ou servo, espalhou-se rapidamente por toda a Europa e dizimou 1/3 de sua população, além disso, a doença atingiu toda a China, Oriente Médio, Rússia e chegou até a Escócia. Estima-se que ela tenha matado mais de 50 milhões de pessoas.
O poeta italiano Giovanni Boccaccio, que viveu durante o período, descreveu a peste dessa maneira:
“Apareciam, no começo, tanto em homens como nas mulheres, ou na virilha ou nas axilas, algumas inchações. Algumas destas cresciam como maçãs, outras como um ovo; cresciam umas mais, outras menos; chamava-as o povo de bubões. Em seguida o aspecto da doença começou a alterar-se; começou a colocar manchas de cor negra ou lívidas nos enfermos. Tais manchas estavam nos braços, nas coxas e em outros lugares do corpo. Em algumas pessoas as manchas apareciam grandes e esparsas; em outras eram pequenas e abundantes. E, do mesmo modo como, a princípio, o bubão fora e ainda era indício inevitável de morte, também as manchas passaram a ser mortais.”
Os sintomas são parecidos com uma gripe forte, com febre, calafrios e dores musculares, ataca os gânglios linfáticos, na virilha, nas axilas ou no pescoço, que incham e formam enormes bolhas de pus, as extremidades necrosavam, dando uma aparência de morto-vivo ao portador. 
Segundo Boccaccio (1979), os bubões cresciam como ovos ou maçãs e esses inchaços se espalhavam por todo o corpo, em seguida apareciam manchas negras ou lívida, e quando atacava o sistema circulatório dava ao infectado uma semana de vida no máximo. Poucos se curavam e a maioria dos doentes não passavam do terceiro dia de surgimento dos sintomas.
Descobriu-se após anos de pesquisa que a peste surgiu na Mongólia, por meio de dos ratos, ou melhor, de suas pulgas infectadas com uma bactéria, que só foi descoberta no século XX pelo suíço-francês Alexander Yersin (1863-1943), e por esta razão foi batizada em sua homenagem como Yersinia Pestis. 
A transmissão da doença ao ser humano se dá principalmente pela mordida do rato, picada da pulga ou pelo ar (ao espirrar e tossir). O período de incubação varia de dois a seis dias, sendo mais curto na peste pneumônica, de um a três dias, podendo ser mais longo em indivíduos vacinados.
Nos séculos posteriores, o tratamento passou a ser realizado pelos conhecidos “médicos da peste”, o quais eram servidores públicos contratados para tratar os doentes e anotar o nome dos mortos da peste nos registros públicos. Como a doença era altamente contagiosa e seus enfermos não possuíam um cheiro agradável por conta das necroses, Charles de Lorme, em 1619, inventou o famoso traje de proteção encontrado na maioria das fotos sobre a peste. Figura 3: Médico da Peste. Wikipédia Comons
Usado a primeira vez em Paris e logo espalhou-se por toda a Europa. Consistia em um sobretudo de tecido pesado, encerado, uma máscara com aberturas de olhos de vidro e um nariz em forma de cone, como um bico onde eram colocadas substâncias aromáticas (âmbar, folhas de hortelã, erva-cidreira, cânfora, cravo, láudano, mirra, pétalas de rosa, estoraque) para proteger o médico do ar miasmático ruim, e palha, usada para filtrar o ar. 
A maioria dos médicos da peste também usavam um chapéu de aba, que foi tipicamente utilizado para identificar sua posição como médico., um bastão ponteiro de madeira para ajudar a examinar o paciente sem a necessidade de tocá-los, que também foi usado como um meio de flagelo aos que acreditavam que a praga foi um castigo e pediam para serem chicoteados para se arrepender de seus pecados.
Os tratamentos eram os mais variados, desde sangria como diversos tipos de remédios, por exemplo, colocar rãs ou sanguessugas nas ínguas para "reequilibrar os humores" era uma rotina normal. Os doentes e os médicos não podiam, geralmente, interagir com o público em geral, devido a possibilidade de propagação da doença.Um avanço médico da Peste Negra foi o estabelecimento da ideia de quarentena na cidade-estado de Ragusa (moderna Dubrovnik, Croácia) em 1377, após contínuos surtos.
Como forma de prevenção tentaram limpar as cidades, aromatizar, fizeram procissões, orações e de nada adiantou, cada vez mais a peste negra se espalhava pelo território europeu.
A prática da quarentena começou durante o século 14, em um esforço para proteger as cidades costeiras das epidemias de peste. As autoridades portuárias cautelosas exigiram que os navios que chegassem a Veneza dos portos infectados estivessem ancorados por 40 dias antes do desembarque - a origem da palavra quarentena do italiano “quaranta giorni”, ou 40 dias. (TELESSAÚDE SÃO PAULO, 2020)
O médico do papado de Avinhão, Raimundo Chalmel de Vinario, em seu tratado De Epidemica observou que a taxa de mortalidade e surtos decresceram em 1347–48, 1362, 1371 e 1382. No primeiro surto (1347–48), dois terços da população contraíram a peste e a maioria dos pacientes morreram. No segundo (1362), metade da população ficou doente, mas apenas alguns morreram. No terceiro (1371), 1/10 foi afetado e muitos sobreviveram, enquanto na quarta ocorrência (1382), apenas um em cada vinte pessoas adoeceram, sobrevivendo a maioria.
Embora tenha sido controlada por mais de seis séculos, por diferentes fatores ambientais e médicos, a peste bubônica nunca parou de ressurgir em situações pontuais, em diferentes partes do mundo.
Atualmente a doença é combatida com antibióticos, como a penicilina, cefalosporina, cefamicina, azitromicina e outros, mas a importância do diagnóstico precoce é importante para a eficácia do tratamento. Sem tratamento, a doença causa a morte de 30% a 90% das pessoas infetadas. Nos casos em que ocorre, a morte geralmente dá-se no prazo de dez dias. Com tratamento adequado o risco de morte é de 10%. Em todo o mundo estão documentados cerca de 650 casos por ano, que resultaram em cerca de 120 mortes.
No Brasil, a peste foi introduzida em outubro 1899, através do porto de Santos, São Paulo, e os primeiros casos foram documentados por Vidal Brasil e Oswaldo Cruz, a partir daí a doença se propagou por todo o país, fazendo com que o governo instituísse a Campanha de Combate a Peste Urbana, em 1903, sendo muito eficaz no controle da doença, porém seu último registro de morte pela peste no país foi em 2005.
Gripe EspanholaFigura 4: Gripe Espanhola. Mary Evans Picture Library
Causada por uma mutação do vírus Influenza A (nome que remetia ao passado, quando se acreditava na Influência maléfica de planetas, cometas e meteoros sobre a saúde humana), do Subtipo H1N1, a Gripe Espanhola, também conhecida como dansarina, dama española, gripe pneumônica, peste pneumônica ou apenas como pneumônica, assolou o mundo entre os anos de 1918 e 1919, levando consigo a vida de milhões de pessoas, principalmente os jovens.
Apesar de ficar conhecida como Gripe Espanhola, sua origem não foi nesse país, mas seu nome se deu em razão da doença ter sido amplamente divulgada e debatido pelos jornais espanhóis da época, sendo que nas outras nações, em razão da Primeira Grande Guerra, prevalecia a censura da mídia, mas como a Espanha permaneceu neutra, a imprensa falava mais da pandemia, sem pressão do governo para evitar mencionar um vírus mortal que poderia afetar o moral da população.
Ainda existe muita discussão sobre o local de sua origem, mas a maioria dos autores acreditam que os primeiros casos se deram no estado do Texas, Estados Unidos, em março de 1918 e uma semana depois, em Nova Iorque. Com a movimentação das tropas americanas para a Europa, a gripe chegou ao continente em abril, atingindo os exércitos aliados franceses, britânicos e norte-americanos. Em maio foi a vez da Grécia, Espanha e Portugal, em junho, da Dinamarca e da Noruega, e em agosto da Holanda e da Suécia e neste mês encerrou-se a primeira onda da gripe, que, embora extremamente contagiosa, foi considerada mais benigna do que as seguintes por ter causado relativamente poucas mortes.
 Ainda em agosto teve início a segunda onda da gripe, que atingiu seu auge nos meses de setembro a novembro (o outono do hemisfério norte). Bem mais virulenta do que a primeira, essa fase envolveu, além da Europa e dos Estados Unidos, Índia, Sudeste Asiático, Japão, China, África, Américas Central e do Sul. Em vários países do mundo provocou elevadíssimo número de mortos. A terceira e última onda da gripe espanhola começou em fevereiro de 1919 e terminou em maio seguinte.
A forma de transmissão se dava como uma gripe comum, pelas secreções nasais e saliva, portanto era transmitida de pessoa para pessoa por meio do contato ou pelo ar, em razão da saliva ao falar, tosse, espirro, etc, o que era complicado ainda mais por conta das condições sanitárias de diversos países e em razão dos conflitos da guerra. 
Nos Estados Unidos, por exemplo, o comissário da saúde Hermann M. Biggs preconizava: “Ajude a proteger sua cidade de uma grave epidemia. É ilegal tossir ou espirrar sem virar o rosto, e sem cobrir o nariz e a boca com um lenço, ou cuspir no chão em qualquer lugar ou transporte público... A violação desta regra é uma contravenção penal, que será punida com multa ou prisão, ou ambos. A gripe é transmitida unicamente pelas secreções nasais e da garganta. Ajude a cumprir a lei. Salve a si mesmo e ao próximo” (GURGEL, 2013)
O vírus tinha a capacidade de afetar vários sistemas do organismo, ou seja, podia causar sintomas ao atingir os sistemas respiratório, nervoso, digestivo, renal ou circulatório. Assim, os principais sintomas da gripe espanhola abarcavam: Dores musculares e nas articulações; Intensa dor de cabeça; Insônia; Febre acima de 38º; Cansaço excessivo; Dificuldade para respirar; Sensação de falta de ar; Inflamação da laringe, faringe, traqueia e brônquios; Pneumonia; Dor abdominal; Aumento ou diminuição dos batimentos cardíacos; Proteinúria, que é o aumento da concentração de proteína na urina; e Nefrite.
Após algumas horas de surgimento dos sintomas, os pacientes com gripe Espanhola podiam apresentar manchas marrons no rosto, pele azulada, tosse com sangue e sangramentos pelo nariz e orelhas.
Como não existia uma forma de cura para a doença, o tratamento realizado era apenas para aliviar os sintomas, portanto o medicamento utilizado por muitas vezes era o ácido acetilsalicílico, que auxiliava na febre e dores, e as orientações ao paciente era para manter-se hidratado, com uma alimentação adequada e em repouso.
Para evitar a transmissão do vírus da gripe Espanhola era recomendado evitar estar em lugares públicos com muita gente, como teatros ou escolas, e, por isso, algumas cidades foram abandonadas.
Considerada por muitos anos a mais severa pandemia da história, acredita-se que entre 50-100 milhões de pessoas tenham morrido, enquanto 500 milhões (1/4 da população mundial da época) tenham se infectado, ou seja, infectou cerca de 27% da população mundial, matando mais do que a Grande Guerra ocorrida na mesma época, na qual estima-se que tenham morrido 15 milhões de pessoas, sendo 9,2 milhões em combate. 
No Brasil, estima-se que mais de 30 mil pessoas morreram, dentre elas estava Rodrigues Alves, em 1919, que havia sido eleito presidente pela segunda vez não consecutiva no país. O escritor brasileiro Nelson Rodrigues, em seu livro Memórias de Nelson Rodrigues lembrou-se da peste que atingiu o Rio de Janeiro: "O sujeito morria nos lugares mais impróprios, insuspeitados: - na varanda, na janela, na calçada, na esquina, no botequim. ... Muitos caíam rente ao meio fio, com a cara enfiada no ralo. ... Nem um vira-latas vinha lambê-los". E adiante comenta: "vinha o caminhão de limpeza pública e ia recolhendo e empilhando os defuntos. ... Muitos ainda viviam, mas nem família nem coveiros, ninguém tinha paciência. Ia alguém para o portão gritar para a carroça de lixo: - Aqui tem um, aqui tem um".Figura 5: Hospital de Campanha da Gripe Espanhola. Getty Imagens
Segundo o site La Nación, em seu artigo “La Gripe Española llega al Paraguay: 1918”, aoser declarado o fim da pandemia no Paraguai, mais de 2.000 pessoas morreram, o que equivalia a 0,2% a 0,4% do total de 667.000 habitantes da época e como o país já vinha sofrendo com a deficiente situação do sistema de saúde, onde o país todo contava com apenas 50 médicos, sendo que 48 deles estavam em Assunción. Uma publicação do jornal “El Diário”, em 26 de novembro de 1918, trás uma vívida noção da situação durante a pandemia: “La ciudad presenta un aspecto desolado. Los pocos transeúntes que se ven en las calles llevan no se sabe qué presentimiento en las pupilas y un pedacito de alcanfor pegado a las narices.”
Mesmo na situação alarmante que se encontrava, o Paraguai ficou longe dos 2% do seu vizinho Brasil na porcentagem de mortalidade da doença e isso, segundo o autor do artigo do La Nación, se deve ao fato do Paraguai ser um país mais rural na época, o que dificultou a disseminação do vírus.
Não se sabe ainda por qual motivo a pandemia da gripe espanhola acabou, o que se sabe é que no final de 1919 não houve mais relatos históricos da doença, porém o vírus ainda encontra-se ativo. Sylvie Briand, diretora do Departamento de Ameaças Infecciosas da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma em entrevista dada ao Jornal Folha de São Paulo, que o causador da gripe espanhola foi o vírus da influenza A, ou H1N1, o mesmo que causou a pandemia de "gripe suína" de 2009, que matou mais de 18 mil pessoas. (CORREIO BRASILIENSE, 2018)
COVID-19
No final de 2019, na cidade de Wuhan, província de Hubei, China, surgiram diversos casos de uma doença infectocontagiosa com sintomas parecidos com os de pneumonia, porém muito mais agressivos. Ao isolar o vírus, constatou-se por meio da análise do seu material genético, que se tratava de uma nova forma de betacoronavírus batizado de 2019-nCov pela OMS, em razão de possuir uma estrutura muito semelhante ao SARS-CoV e posteriormente renomeado como SARS-CoV-2. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020)
Acredita-se que a primeira contaminação foi no mercado de frutos do mar e animais vivos de Wuhan, sugerindo que a contaminação inicial se deu de animal para homem e depois de homem para homem. 
Logo após esse primeiro contato espalhou-se rapidamente pelo território chinês e depois pelo mundo, principalmente na Europa, onde os epicentros foram a Itália e a Espanha.
Em 30 de janeiro de 2020 a doença já foi considerada como uma emergência de saúde pública e apenas 3 meses depois do primeiro caso confirmado, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia de COVID-19. Nesse mesmo mês, no dia 29, a OMS apontou que já existiam 634.835 casos confirmados e 29.957 mortes, sendo 63.159 novos casos e 3.464 mortes nas 24 horas anteriores ao dia 29. No dia 02.05.2020, os casos confirmados já somavam 3.361.244 e matado 239.039 pessoas.
Pouco se sabe ainda sobre a doença, mas o que se sabe até o momento é que se trata de uma infecção respiratória aguda, disseminada principalmente secreções salivares e respiratórias e o contato direto com o paciente infectado, o que afeta diretamente os familiares desse paciente. 
Van Doremalen et al. em seu estudo demonstrou que o vírus permanece viável e infeccioso por até 3 horas após ser liberado no ambiente. (BRITO, S.B.P et al., 2020). O período de incubação é em média de 5.2 a 12.5 dias e a transmissibilidade é de 7 dias após o contato[...] dados preliminares sugerem que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o aparecimento dos sintomas[...] (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).
As manifestações clínicas são diversas e variam de paciente para paciente, porém baseados no estudo de 55.924 casos confirmados, a WHO-China Joint Mission on Coronavirus Disease 2019 relatou como sinais e sintomas mais comuns: febre (87,9%), tosse seca (67,7%), fadiga (38,1%), produção de escarro (33,4%), dispneia (18,6%), dor de garganta (13,9%), cefaleia (13,6%), mialgia ou artralgia (14,8%), calafrios (11,4%), náuseas ou vômitos (5%), congestão nasal (4,8%), diarreia (3,7%), hemoptise (0,9%) e congestão conjuntival (0,8%)., entre outras. Nas complicações, as mais comuns são a Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG, lesões cardíacas agudas e infecções secundárias.
Por ser muito semelhante as manifestações clínicas de outros vírus, como o influenza, e os exames laboratoriais não estarem acessíveis a grande parte da população dos países, o diagnóstico depende da investigação clinico-epidemiológica e exame clínico.
Com relação aos exames laboratoriais, no Brasil o teste considerado mais confiável é a reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa e amplificação em tempo real (RT-qPCR), produzido pelo Instituto Bio-Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse teste é realizado por meio de uma amostra de material coletado da nasofaringe, orofaringe ou uma pequena amostra de sangue. Apesar da confiabilidade, esse teste pode gerar resultado falso-negativo se realizado principalmente nos primeiros três dias da manifestação de sintomas. (BRITO, S.B.P et al., 2020).
Em razão da alta taxa de transmissibilidade, da velocidade da propagação do vírus pelo mundo todo, do baixo conhecimento sobre sua origem e seu tratamento, o que está se fazendo em todo o mundo é tentar conter a evolução da transmissibilidade direta por meio de instauração de isolamento social horizontal, conhecido como “quarentena”, indicada pela maioria dos especialista, inclusive pela OMS, como forma de evitar a propagação do vírus, ou pelo menos conter a sua propagação em massa, fazendo com que os sistemas de saúde colapsassem. 
Essa medida foi adotada pela maioria dos países do mundo todo, inclusive pelo Brasil e Paraguai, além disso houveram campanhas ao redor do mundo sobre a importância do uso da máscara ao sair de casa, lavar as mãos ou passar álcool 70% (única porcentagem eficaz contra o vírus), tirar os calçados e roupas ao chegar em casa e em seguida coloca-los para lavar para evitar a contaminação da residência, entre outros.
Com relação ao tratamento medicamentoso, não há como destacar algum que realmente esteja sendo efetivo no momento. Em alguns países, como o Brasil, o protocolo adotado é uso de um conjunto de medicamentos que atuam diretamente nos sintomas, para atenuá-los, a exemplo da Hidroxicloroquina, Azitromicina, Predinisolona, entre outros.
Empresas por todo o mundo trabalham arduamente em busca de uma vacina eficaz contra o SARS-Cov-2, a exemplo da CoronaVac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan do Brasil, vacina da AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford, a vacina do Covax, consórcio global de vacinas contra o coronavírus, todas em fase de teste.
Os dados atualizados da OMS em seu relatório semanal publicado no dia 11.10.2020, registra que a COVID-19 já foi confirmada em 37.109.851 pessoas em todo o mundo, além de já ter matado 1.070.355, conforme demonstrado na tabela abaixo, e o mais alarmante é que esses casos, apesarem de estarem diminuindo a cada dia são, segundo alguns especialistas, apenas a primeira onda da doença.
 Fonte: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/situation-reports/Figura 6: Relatório Semanal da Covid-19 – OMS
A Itália, primeiro país da Europa atingido pela Covid-19 e com o segundo maior número de mortos no continente depois da Grã-Bretanha – 36.427 mortes, de acordo com dados oficiais no dia 16.10.2020 registrou 10.010 novos casos por coronavírus nas últimas 24 horas, disse o Ministério da Saúde. É a maior contagem diária desde o início do surto no país.
Para o Dr. Eduardo Massad, Médico, físico, professor emérito de Informática Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e professor titular de Matemática Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV), a covid-19 talvez não seja a pandemia mais grave a atingir a humanidade nos próximos anos. "Acho que a pandemia do novo coronavírus está mais para um ensaio geral da big one (a maior, ou a grande pandemia), essa sim uma pandemia que podematar bilhões", diz Massad em entrevista à BBC News Brasil.
CONCLUSÃO
Dentre as pandemias mundiais descritas nesse trabalho, além da brutalidade de seu ataque contra o ser humano, e apesar de seus tipos de patógenos serem distintos, quais sejam, vírus ou bactéria, e suas origens serem distintas, o que mais se identifica entre elas é o comportamento humano. 
A primeira atitude observada é o temor da população e os mitos que se criam durante uma pandemia, principalmente com relação a sua origem, o caos, a disseminação de informações falsas (Fake News) e sua cura. 
Na origem sempre se busca um culpado, como por exemplo na Peste Bubonica, na sua primeira onda o culpado era o Imperador Justiniano, na segunda era castigo divino, influência dos planetas, contaminação do ar e da água por ‘suspeitos’, e atualmente com o novo coronavírus não foi diferente, a culpa é dos chineses. 
O caos é notado em todos os relatos de pandemia, como na da peste negra, onde uma vila inteira foi cercada e isolada, fazendo com que seus residentes morressem da peste ou de fome e hoje, anos depois, em razão do COVID-19, pessoas correram aos supermercados e farmácias para estocar alimentos e remédios, outras foram espancadas por tossir em filas de supermercados, a taxa de suicídios aumentou drasticamente. 
As informações falsas, tornam-se rotina durante uma pandemia, o que faz aumentar o caos gerado pelo medo. Durante a COVID-19 inúmeras informações sobre os casos relatados, remédios milagrosos, número de mortes, entre outros, contribuiu para a geração de pânico e caos na população, mas isso não é de hoje, pois durante a gripe espanhola, algumas promessas de cura eram noticiadas pela imprensa da época: caldo de galinha, quinino, ovos e limão eram alguns dos produtos considerados milagrosos.
Já na cura, como no momento da pandemia ainda não se tem uma cura específica, busca-se muitas terapias alternativas, volta-se à medicina empírico-religiosa, onde benzimentos, chás e outras medidas alternativas são utilizadas.
Outra questão importante de se destacar é as heranças que uma pandemia deixa para a próxima. Durante a Peste Negra surgiu o conceito de quarentena, herdado do Velho Testamento da Bíblia como tempo de isolamento para surtos de hanseníase na antiguidade, e em maiores cuidados higiênicos, primeiro passo quase universal para impedir a proliferação das enfermidades. 
Apesar do histórico de grandes pandemias, é nítida a visão de que temos muito a aprender ainda, e principalmente que necessitamos de investimentos em pesquisas científicas, e valorização dos profissionais da saúde, para evitarmos que esse tipo de fenômeno continue ocorrendo ou que pelo menos saibamos como lidar melhor quando eles chegarem, evitando que eles assolem tão brutalmente a humanidade.
Segundo o professor Eduardo Massad a Grande Epidemia teria proporções catastróficas, matando algo em torno de 2 bilhões de pessoas no mundo em um ano, causando uma queda na expectativa de vida, da média atual de 72 anos para aproximadamente 58 anos. Essa possibilidade existe e se baseia, em parte, em eventos históricos como a peste negra, portanto devemos estar preparados para quando ela chegar.
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