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Valores Mobiliários: Conceitos e Definições
Conforme definido, em sentido amplo, pela Lei 6.385/76, são valores mobiliários:
as ações, debêntures e bônus de subscrição; 
os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos a estes valores mobiliários; 
os certificados de depósito de valores mobiliários; 
as cédulas de debêntures; 
as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; 
as notas comerciais; 
os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários;
outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e 
quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. 
Critérios de definição:
Taxativo
Exemplificativo
A expressão “valor mobiliário” é derivada do termo francês valeur mobilière, que representava os títulos e ações emitidos por companhias e pelo Estado, os quais conferiam direitos de participação e de crédito no longo prazo.
Os valores mobiliários começaram a ser utilizados no Brasil para designar o gênero de títulos emitidos pelas companhias que conferiam (i) direito de participação (ações); (ii) direito de participar nos lucros (partes beneficiárias); (iii) direito de subscrever ações (bônus de subscrição); e (iv) direito de crédito contra a companhia emissora (debênture).
Mas, existem exceções a estas regras numeradas. E as exceções são nomeadas pela própria Lei. Segundo a Lei 6.385,76, não são valores mobiliários, mesmo que se enquadrem nas definições apresentadas: 
Os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; 
Os títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, exceto as debêntures.
Estes títulos possuem um regime jurídico distinto dos valores mobiliários, pois possuem outros objetivos e funções na economia. Portanto, se a captação é feita por entes governamentais ou por instituições financeiras, com a responsabilidade destas (salvo as debêntures), esses títulos não estão sob a tutela da CVM.
Alguns valores mobiliários são assim considerados em função de estarem taxativamente citados na Lei 6.385/76;
Os demais títulos podem ser assim considerados dependendo do atendimento das características citadas abaixo: 
Para que estejamos diante de um valor mobiliário, uma pessoa deve entregar sua poupança a outra com o intuito de fazer um investimento;
O investimento deve ser formalizado por um título ou por um contrato;
O investimento deve ser coletivo, isto é, vários investidores devem realizar um investimento em comum;
O investimento deve ser feito com a expectativa de remuneração, cujo conceito é interpretado de maneira ampla, de forma a abarcar qualquer tipo de ganho; 
A remuneração deve ter origem nos esforços do empreendedor ou de terceiros que não o investidor terceiros, que não o investidor; e 
Os títulos ou contratos devem ser objeto de oferta pública, permitindo a captação da poupança pública.
Ação
A ação é valor mobiliário emitido pela companhia que confere ao seu titular o direito de participação societária na companhia, ou seja, a posição de acionista.
A Lei 6.404/76 (Lei das S.A.) dispõe que:
Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
As ações, que representam a menor fração do capital social da companhia, são subscritas pelos seus sócios, que podem negociá-las quando lhes convier, geralmente sem depender da aprovação dos demais sócios. Esta é uma das características que torna a sociedade, anônima: a não vinculação entre seus sócios, que podem entrar ou sair do capital social quando lhes convier.
O número de ações em que se divide o capital social (e as características destes valores mobiliários) deve ser previsto no estatuto da companhia.
Classificação em relação à espécie
Em relação à espécie, as ações podem ser classificadas em:
Ordinárias  Proporciona ao seu titular o exercício do direito de voto. Ou seja, os acionistas ordinaristas podem votar nas assembleias gerais de acionistas da companhia. O número de ações ordinárias deve representar, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) do total das ações emitidas.
Preferenciais  Proporciona ao seu titular preferências no exercício de direitos econômicos pertencentes aos acionistas. O preço a pagar por essa preferência no direito econômico é a supressão de parte dos direitos políticos, ou seja, os acionistas preferencialistas não possuem direito de voto nas deliberações em assembleias de acionistas, ou possuem restrições ao exercício deste direito. O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das ações emitidas.
De Fruição  Resultam da amortização das ações comuns ou preferenciais. Segundo o artigo 44, parágrafo 5º, da Lei das S/A, estabelece que as ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição, com as restrições fixadas no estatuto da sociedade ou pela assembleia geral que poderá deliberar sobre a amortização. Essa espécie não nos interessa, pois não são negociadas no mercado de valores mobiliários.
Classificação em relação à classe
Em relação à classe, as ações ordinárias e preferenciais podem ser classificadas de acordo com os seguintes critérios:
Ordinárias  As ações ordinárias de COMPANHIA FECHADA poderão ser de classes diversas, em função de:
Conversibilidade em ações preferenciais; 
Exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou 
Direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administrativos.
Preferenciais  As classes das ações preferenciais indicam as preferências que possuem, de acordo com os seguintes critérios:
Para emissão:
Prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;
Prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou
Na acumulação das preferências e vantagens acima citadas.
Para negociação no mercado de valores mobiliários:
Direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, de acordo com o seguinte critério:
a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação; e 
b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas estar assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário estabelecido em conformidade com a alínea a; ou
Direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou
Direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, com tag along de 80%, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias.
Prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo  Esta é a preferência básica das ações preferenciais. Isto é, refere-se à prioridade no recebimento da vantagem econômica mais básica: o dividendo. Assim, os acionistas preferencialistas devem receber antes dos demais os dividendos fixos ou mínimos, cujas condições estão estabelecidas no estatuto da companhia;
Prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele  O reembolso do capital pode ocorrer em algumas situações. A mais comum é no caso de liquidação da companhia. Assim, se a companhia for liquidada (processo de falência, por exemplo), o acervo dos ativos líquidos que restaram na companhia será utilizado para reembolsar prioritariamente os acionistas preferencialistas. Se o acervo for esgotado nesse reembolso, os acionistas ordinaristas não recebem nada,por exemplo.
Direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% do lucro líquido do exercício  A regra é autoexplicativa e indica a possibilidade de participação em dividendo de, pelo menos, 25% do lucro liquido do exercício. No entanto, existe uma condição de preferência ao exercício deste direito pelos acionistas preferencialistas: a prioridade de participar desta distribuição em, no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação. 
Direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% maior do que o atribuído a cada ação ordinária  Cláusula de preferência também autoexplicativa. Prevê que os preferencialistas recebam 10% a mais de dividendos do que os ordinaristas.
Direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, com tag along de 80%, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias  Cláusula de preferência muito interessante e que merece maior detalhes explicativos. A oferta pública de alienação de controle corresponde à venda do controle acionário da companhia do então acionista controlador a outro acionista, que exercerá supervenientemente o poder de controle. Evidente que estas ações objeto da alienação são ações ordinárias, pois conferem poder de voto (um dos instrumentos para o exercício do poder de controle). 
No entanto, se existente esta cláusula de preferência, o acionista adquirente do controle é obrigado a oferecer aos acionistas preferencialistas um valor de, no mínimo, 80% do valor oferecido às ações que conferem o poder de controle. Este é o tag along, conhecido instrumento de proteção dos acionistas minoritários que desejam se retirar da sociedade no caso de alteração de controle.
As ações (ordinárias e preferenciais) são atualmente nominativas. Os títulos nominativos são aqueles emitidos mediante inscrição do nome do seu proprietário no Livro de Registro de propriedade mantido pela companhia ou por agente emissor de certificados por ela contratado. 
E, adicionalmente, as ações podem ser físicas ou escriturais. São escriturais os títulos “eletrônicos”, mantidos em contas de depósito na instituição financeira designada pela companhia, sem a necessidade de emissão de certificado físico. A transferência desses títulos ocorre de maneira eletrônica. E, são físicas as ações em que há a emissão de certificado físico em nome do proprietário. 
Debênture
As debêntures são títulos de dívida emitidos por sociedades por ações e que conferem aos seus titulares direitos de crédito contra a companhia emissora. 
As debêntures, ao contrário das ações, são títulos de dívida emitidos pela companhia. Ou seja, no geral elas não conferem participação no capital social da empresa, mas sim o direito ao pagamento de uma remuneração.
Desta forma, é também um instrumento de captação de recursos no mercado de capitais que as empresas utilizam para financiar seus projetos. É também uma forma de melhor gerenciar suas dívidas, pois geralmente possuem um prazo de vencimento mais alongado do que os financiamentos bancários tradicionais.
Desta forma, a debênture é um título de crédito privado de renda fixa em que os debenturistas são credores da empresa e esperam receber juros periódicos e o pagamento do principal – valor pago pela debênture - no vencimento do título, conforme estipulado em um contrato específico chamado “Escritura de Emissão”.
As condições da emissão das debêntures são deliberadas pela assembleia geral de acionistas. 
A emissão da debênture poderá ser efetuada com ou sem garantias. A garantia, como o próprio nome sugere, é uma maneira de garantir o pagamento ao titular da debênture, no caso de a empresa ser liquidada, ou ocorrer qualquer evento que impossibilite cumprir com as condições pactuadas na emissão da debênture.
Garantia Real: Envolve o comprometimento de bens ou direitos que não poderão ser negociados sem a aprovação dos debenturistas, para que a garantia não fique comprometida. Assim, algum ativo específico e indicado na Escritura de Emissão garante eventual risco de crédito.
Garantia Flutuante: A companhia garante o pagamento aos debenturistas com qualquer ativo que possui, mas isso não impede a negociação dos bens que compõe esse ativo. Ou seja, a garantia flutuante assegura à debênture privilégio geral sobre o ativo da companhia, mas não impede a negociação dos bens que compõem esse ativo.
Sem garantia: As Quirografárias (debênture sem privilégio) e as Subordinadas. Em ambos os casos, o debenturista não terá nenhuma garantia ou preferência no caso de liquidação da companhia. Ressalte-se ainda que, em caso de liquidação da companhia, no pagamento de suas obrigações com os credores, as Quirografárias precedem às Subordinadas.
A possibilidade de as debêntures serem convertidas em ações origina a seguinte classificação:
Simples: Não podem ser convertidas em ações da companhia emissora;
Conversíveis: Possuem cláusula permitindo que sejam convertidas em ações ao término de prazo determinado ou a qualquer tempo, conforme estabelecido na escritura de emissão. A debênture poderá ser conversível em ações nas condições constantes da escritura de emissão, que especificará:
as bases da conversão, seja em número de ações em que poderá ser convertida cada debênture, seja como relação entre o valor nominal da debênture e o preço de emissão das ações;
a espécie e a classe das ações em que poderá ser convertida;
o prazo ou época para o exercício do direito à conversão;
as demais condições a que a conversão acaso fique sujeita.
FCC - Inspetor da Comissão de Valores Mobiliários/2003
Quanto à caracterização dos valores mobiliários, pode-se dizer que as debêntures correspondem a títulos de
a) propriedade sobre as sociedades anônimas, que rendem juros corrigidos por específicos índices de preços.
b) dívida de médio e longo prazos, emitidos por sociedades anônimas, sem que seja prevista a devolução compulsória de principal de rendimentos.
c) dívida de médio e longo prazos, emitidos por sociedades anônimas, que deverão ser pagos com juros e atualização monetária.
d) propriedade sobre as sociedades anônimas, que rendem participações nos lucros corrigidos por específicos índices de preços.
e) propriedade sobre as sociedades anônimas, com prazo mínimo de 360 dias para sociedades anônimas de capital aberto, remunerados a taxas prefixadas.
c) dívida de médio e longo prazos, emitidos por sociedades anônimas, que deverão ser pagos com juros e atualização monetária.
d) propriedade sobre as sociedades anônimas, que rendem participações nos lucros corrigidos por específicos índices de preços.
e) propriedade sobre as sociedades anônimas, com prazo mínimo de 360 dias para sociedades anônimas de capital aberto, remunerados a taxas prefixadas.
Brazilian Depositary Receipts (BDRs)
Brazilian Depositary Receipt (BDR), ou certificado de depósito de valores mobiliários, é um valor mobiliário emitido no Brasil que representa outro valor mobiliário emitido por companhias abertas (ou assemelhadas) com sede no exterior. 
Somente serão aceitos valores mobiliários de emissão de companhias abertas, ou assemelhadas, que sejam admitidos à negociação e custodiados em países cujos órgãos reguladores tenham celebrado com a CVM acordo de cooperação sobre consulta, assistência técnica e assistência mútua para a troca de informações, ou sejam signatários do memorando multilateral de entendimento da Organização Internacional das Comissões de Valores – OICV.
A regulamentação dos BDRs classifica os programas de BDRs em diferentes níveis e determina a necessidade de registro na CVM. 
Os níveis são determinados pelas características de divulgação de informações, distribuição e negociação, e a existência, ou não, de patrocínio das empresas emissoras dos valores mobiliários objeto do certificado de depósito.
BDR Nível I
Os BDRs Patrocinados nível I são dispensados do registro de companhia na CVM.
São negociados apenas em mercados de balcão não organizadoou em segmentos específicos de BDRs nível I, como os mercados de balcão organizado e bolsa de valores.
Devem divulgar, no Brasil, todas as informações que a companhia emissora está obrigada a divulgar em seu país de origem, além de:
fatos relevantes e comunicações ao mercado;
 aviso de disponibilização das demonstrações financeiras no país de origem;
editais de convocação de assembleias;
avisos aos acionistas;
deliberações das assembleias de acionistas e das reuniões do conselho de administração, ou de órgãos societários com funções equivalentes, de acordo com a legislação vigente no país de origem; e
demonstrações financeiras da companhia, sem necessidade de conversão em reais ou de conciliação com as normas contábeis em vigor no Brasil.
Os BDRs patrocinados nível I só podem ser adquiridos no Brasil pelos empregados da empresa patrocinadora ou de outra empresa integrante do mesmo grupo econômico ou por investidores qualificados.
São considerados investidores qualificados:
investidores profissionais; 
pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio; 
as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e
clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificados.
BDR Níveis II e III
Os BDRs patrocinados nível II e III caracterizam-se por exigir registro da companhia emissora na CVM e serem admitidos à negociação em mercados de balcão organizado ou bolsa de valores. Ocorre que o BDR nível III deve ser distribuído via emissão pública, enquanto que o BDR nível II não possui esta exigência.
O emissor estrangeiro que patrocine programa de certificados de depósito de ações, BDR Níveis II ou III, deve obter o registro na categoria A, conforme as regras da Instrução CVM 480/2009, que dispõe sobre o registro de valores mobiliários admitidos à negociação nos mercados regulamentados. Além disso, a mesma norma estabelece algumas regras especiais para os emissores de ações que lastreiem BDRs, conforme disposto em anexo da Instrução.
O referido anexo determina que somente ações emitidas por companhia estrangeira podem ser lastro de BDRs. Estabelece ainda que não são considerados estrangeiros os emissores que tenham sede no Brasil ou cujos ativos localizados no Brasil correspondam a 50% ou mais daqueles constantes das demonstrações financeiras individuais, separadas ou consolidadas, prevalecendo a que melhor representar a essência econômica dos negócios para fins dessa classificação.
Outros Valores Mobiliários - Notas Promissórias
Nota promissória, ou commercial paper, é um título de crédito que representa uma promessa de pagamento, do emissor (devedor) a determinado favorecido ou beneficiário (credor), de certo valor em certa data. 
É um documento negociável, representativo de uma dívida ou direito a receber. Podem ser emitidas como simples promessa de pagamento de uma dívida, ou como garantia de contratos de empréstimos, mas são também utilizadas para captação de recursos financeiros pelas empresas.
A nota promissória, caracterizada como valor mobiliário, é também um título de dívida, que representa uma promessa de pagamento da empresa emissora e esteja destinada a uma oferta pública, ou seja, ofertada para a aquisição de interessados no mercado.
Primeiro, não são apenas as companhias abertas que podem emiti-las para distribuição pública. As sociedades limitadas e as cooperativas que tenham por atividade a produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos ou insumos agropecuários, ou de máquinas e implementos utilizados na atividade agropecuária também podem emitir nota promissória para distribuição pública.
Nota Promissória x Debêntures
Outros Valores Mobiliários – Bônus de Subscrição
Bônus de subscrição são valores mobiliários emitidos por sociedades por ações, que conferem aos seus investidores o direito de subscrever ações do capital social da companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto.
Os bônus de subscrição podem ser atribuídos, como vantagem adicional sem custo, aos subscritores de emissões de ações e debêntures. No entanto, a emissão pode também ser alienada, caso em que o investidor terá́ que pagar um preço por esse direito, para que, em futuras emissões, possa ter a preferência na subscrição.
Em regra, a decisão pela emissão dos bônus de subscrição compete à assembleia geral, mas o estatuto da companhia pode atribuí-la ao conselho de administração. 
Outros Valores Mobiliários - Certificados de Potencial Adicional de Construção
Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPAC) são valores mobiliários emitidos pelos municípios com o objetivo de recursos a serem aplicados em investimentos públicos de revitalização ou reestruturação de determinada área da cidade.
Segundo a Lei 10.257/2001, lei municipal especifica pode delimitar área para aplicação de operações urbanas consorciadas (OUC), definidas como “conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo poder público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental”.
“Nas OUC poderão ser previstas, como forma de atrair investimentos privados, entre outras medidas, a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das normas de edificações, considerado o impacto ambiental delas decorrente, ou a regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a legislação vigente. Ou seja, criam-se direitos de construir ou utilizar imóveis acima dos padrões previstos pela legislação vigente de uso e ocupação do solo ou regularizar obras em desacordo com esses padrões. Esses direitos são chamados de Direitos Adicionais de Construção”.
Os municípios podem conceder esses direitos a interessados mediante o pagamento de uma contraprestação, representada pela aquisição do CEPAC.
Os investidores privados fornecedores dos recursos recebem, em contrapartida, os direitos adicionais de construção, cujas características estão representadas pelo certificado e estruturadas e delimitados na lei específica que instituir as OUC.
Os CEPACs foram definidos como valores mobiliários pela CVM em 2003, quando ofertados publicamente. Neste caso (emissão pública de CEPACs), há sujeição à regulamentação e fiscalização da autarquia, cujos termos estão previstos na Instrução CVM 401/03.
Companhia: Conceitos e Capitalização
As companhias são as grandes emissoras no mercado de capitais. Diversos valores mobiliários são por elas emitidos com a intenção de capitalização. As ações são os valores mais comuns.
Segundo a Lei 6.404/76 (Lei das S.A.):
Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
As ações, que representam a menor fração do capital social da companhia, são subscritas pelos seus sócios, que podem negociá-las quando lhes convier, geralmente sem depender da aprovação dos demais sócios. Esta é uma das características que torna a sociedade, anônima: a não vinculação entre seus sócios, que podem entrar ou sair do capital social quando lhes convier.
A possibilidade de negociar ações no mercado de capitais caracteriza a companhia como sendo aberta. Continuando com a Lei das S.A.:
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissãoestejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.
§1º Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser negociados no mercado de valores mobiliários.
§2º Nenhuma distribuição pública de valores mobiliários será efetivada no mercado sem prévio registro na Comissão de Valores Mobiliários.
Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes  O objeto social da empresa define quais atividades econômicas ela realiza na economia É função do estatuto social a definição do objeto social, de modo preciso e completo.
A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades  Neste tópico, a Lei das S.A. permite a existência das companhias de participações, conhecidas como “Holdings”. Elas possuem como finalidade a participação em outras sociedades, e não a exploração direta de atividade econômica (a participação é indireta, através destas sociedades). Ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.
A Comissão de Valores Mobiliários poderá classificar as companhias abertas em categorias, segundo as espécies e classes dos valores mobiliários por ela emitidos negociados no mercado  Esta classificação foi realizada pela CVM e, atualmente, está assim definida:
Categoria A  autoriza a negociação de quaisquer valores mobiliários do emissor em mercados regulamentados de valores mobiliários.
Categoria B  autoriza a negociação de valores mobiliários do emissor em mercados regulamentados de valores mobiliários, exceto os seguintes valores mobiliários:
I – ações e certificados de depósito de ações; ou
II – valores mobiliários que confiram ao titular o direito de adquirir os valores mobiliários mencionados no inciso I, em consequência da sua conversão ou do exercício dos direitos que lhes são inerentes, desde que emitidos pelo próprio emissor dos valores mobiliários referidos no inciso I ou por uma sociedade pertencente ao grupo do referido emissor.
Capitalização de companhias
No mercado de capitais, a capitalização das companhias se dá via emissão, distribuição, subscrição e integralização de valores mobiliários.
A emissão representa o ato de se “criar” os valores mobiliários com as características necessárias para a negociação. A depender do valor mobiliário, faz-se necessária uma forma de constituição para a emissão. No caso das debêntures, por exemplo, a constituição de valor é feita na escritura de emissão. 
A distribuição é o esforço de venda no mercado. Se a distribuição for pública, o esforço de venda é feito ao mercado em geral, atingindo de maneira difusa os investidores e interessados. Em geral, a distribuição é feita mediante a publicação do prospecto de emissão, documento em que se consolidam as principais informações sobre a emissão e o emissor.
A subscrição é o ato realizado pelo investidor, no qual adquire (investe) no valor mobiliário. Sendo objetivo, é o ato da compra do valor mobiliário pelo interessado
Por fim, a integralização é o ato no qual o investidor apresenta os recursos devidos na aquisição dos valores mobiliários. É o momento do pagamento, da liquidação dos valores investidos
Passos para emissão de ações
Destacam-se adiante algumas vantagens que podem ser percebidas pelas companhias ao acessar o mercado de capitais para capitalização:
Diversificação de riscos  tomando o caso da capitalização por ações como o exemplo, há a possibilidade de diversificação de riscos relativos ao negócio com os novos sócios admitidos via mercado de capitais. Outros valores mobiliários também propiciam diversificação de riscos ao negócio e seus acionistas, como será visto em outras aulas.
Acesso a capital e suporte para financiar planos de investimento  além de contribuir com capital, os investidores no mercado de capitais também contribuem com suporte ao negócio financiado. É muito comum que acionistas relevantes indiquem administradores, ou contribuam com expertise aos planos de investimento. 
Liquidez aos títulos  decorrência óbvia do acesso ao mercado de capitais, pois os valores mobiliários possuem um ambiente especifico para negociação (mercados organizados de valores mobiliários), o que lhes confere liquidez.
Aumento na capacidade de endividamento  vantagem específica em relação aos valores mobiliários que conferem direito de propriedade, como o caso das ações, certificados representativos destes títulos, ou valores mobiliários conversíveis em ações. Ao se capitalizarem via emissão de valores mobiliários que conferem direito de participação, a companhia não eleva seu endividamento e, inclusive, pode até reduzi-lo ou alongá-lo. 
Gestão profissional  além de contribuir com capital, os investidores no mercado de capitais também contribuem com suporte ao negócio financiado. É muito comum que acionistas relevantes indiquem administradores, ou contribuam com expertise aos planos de investimento. 
Companhia Aberta: Registro
O registro de companhias abertas é importante forma de supervisão do mercado exercida pela CVM. 
As companhias abertas, ao lado dos fundos de investimento, são os grandes emissores do mercado, captando recursos difusos pela economia para financiar suas atividades.
Comissão de Valores Mobiliários classifica as companhias abertas em categorias, segundo as espécies e classes dos valores mobiliários por ela emitidos negociados no mercado, classificação feita da seguinte forma:
Categoria A  autoriza a negociação de quaisquer valores mobiliários do emissor em mercados regulamentados de valores mobiliários.
Categoria B  autoriza a negociação de valores mobiliários do emissor em mercados regulamentados de valores mobiliários, exceto os seguintes valores mobiliários:
I – ações e certificados de depósito de ações; ou
II – valores mobiliários que confiram ao titular o direito de adquirir os valores mobiliários mencionados no inciso I, em consequência da sua conversão ou do exercício dos direitos que lhes são inerentes, desde que emitidos pelo próprio emissor dos valores mobiliários referidos no inciso I ou por uma sociedade pertencente ao grupo do referido emissor.
O pedido de registro em alguma das categorias supracitadas pode ser feito à CVM independentemente do pedido do registro de oferta pública de distribuição de valores mobiliários. 
Isto porque, no Brasil, são possíveis dois registros: o do emissor e o da emissão. Assim, o registro do emissor prescinde do registro da emissão, que pode ser feito em momento posterior a critério da companhia.
Continuando, o pedido de registro deve ser feito à Superintendência de Relações com Empresas (SEP) e seguir os seguintes principais procedimentos:
A SEP tem 20 (vinte) dias úteis para analisar o pedido, contados da data do protocolo.
Este prazo pode ser interrompido uma única vez, caso a SEP solicite ao requerente informações ou documentos adicionais. 
O requerente tem 40 (quarenta) dias úteis para cumprir as exigências formuladas pela SEP.
A SEP tem 10 (dez) dias úteis para se manifestar a respeito do atendimento das exigências e do deferimento do pedido de registro, contados da data do protocolo dos documentos e informações entregues para o cumprimento das exigências.
A ausência de manifestação da SEP após o cumprimento dos prazos mencionados implica deferimento automático do pedido de registro.
Não obstante, nem todos os casos exigem registro na CVM. A depender do valor mobiliário emitido ou do emissor, é possível a CVM dispensar automaticamente do registro.
Emissores estrangeiros cujos valores mobiliários sejam lastro para programas de certificados de depósito de ações – BDR Nível I, patrocinados ou não; 
Emissores de certificados de potencial adicional de construção (CEPACs); 
Emissores de certificados de investimento relacionados à área audiovisual cinematográfica brasileira; 
Emissores de letras financeiras distribuídas noâmbito de programa de Distribuição Contínua; e
Emissores de certificados de operações estruturadas - COE distribuídos com dispensa de registro de oferta pública nos termos de instrução específica.
Empresas de pequeno porte; e
Microempresas;
Suspensão e Cancelamento do Registro de Companhia Aberta
SUSPENSÃO
A companhia possui obrigações informacionais junto aos seus investidores e ao mercado em geral, incluindo o regulador.
Parte destas obrigações são as informações periódicas que se constituem em documentos cuja data de entrega é definida na regulamentação do mercado de capitais. Dentre estes documentos, destacam-se as demonstrações financeiras, os formulários de informações trimestrais (ITR) e o formulário de referência.
A SEP deve suspender o registro de emissor de valores mobiliários caso um emissor descumpra, por período superior a 12 (doze) meses, suas obrigações periódicas.
CANCELAMENTO
A pedido do emissor;
Extinção do emissor; e
Suspensão do registro de emissor por período superior a 12 (doze) meses.
Companhia Aberta: Divulgação de Informações
O principio da maximização da divulgação de informações pelos emissores é conhecido como full disclosure e previsto em diversos dispositivos do regramento do mercado.
Com este objetivo de manter a máxima transparência em relação aos negócios das companhias abertas, o art. 157 da Lei 6.404/76 dispõe que:
Art. 157. O administrador de companhia aberta deve declarar, ao firmar o termo de posse, o número de ações, bônus de subscrição, opções de compra de ações e debêntures conversíveis em ações, de emissão da companhia e de sociedades controladas ou do mesmo grupo, de que seja titular.
(...)
§ 4º Os administradores da companhia aberta são obrigados a comunicar imediatamente à bolsa de valores e a divulgar pela imprensa qualquer deliberação da assembleia geral ou dos órgãos de administração da companhia, ou fato relevante ocorrido nos seus negócios, que possa influir, de modo ponderável, na decisão dos investidores do mercado de vender ou comprar valores mobiliários emitidos pela companhia.
FATO RELEVANTE
Qualquer decisão de acionista controlador, deliberação da assembleia geral ou dos órgãos de administração da companhia aberta, ou qualquer outro ato ou fato de caráter político-administrativo, técnico, negocial ou econômico-financeiro ocorrido ou relacionado aos seus negócios que possa influir de modo ponderável:
I - na cotação dos valores mobiliários de emissão da companhia aberta ou a eles referenciados;
II - na decisão dos investidores de comprar, vender ou manter aqueles valores mobiliários;
III - na decisão dos investidores de exercer quaisquer direitos inerentes à condição de titular de valores mobiliários emitidos pela companhia ou a eles referenciados.
Regra Geral  Ampla divulgação e disseminação dos fatos relevantes.
Exceção  Quando os acionistas controladores ou os administradores entenderem que sua revelação porá em risco interesse legítimo da companhia.
Exceção da Exceção  Na hipótese da informação escapar ao controle ou se ocorrer oscilação atípica na cotação, preço ou quantidade negociada dos valores mobiliários de emissão da companhia aberta ou a eles referenciados, o fato relevante deve ser divulgado mesmo se colocar em risco interesse legítimo da companhia aberta.
Companhia Aberta: Reorganização Societária
As operações de reorganização societária são muito praticadas pelas companhias abertas, supervisionadas pela CVM, e regulamentadas pela Lei 6.404/76 e instruções emitidas pela CVM.
“Reorganizações societárias são operações realizadas pelas companhias para reordenar sua estrutura, propriedade, operações, ativos ou estrutura de capital, com o objetivo de melhorar sua eficiência operacional, obter benefícios tributários e aumentar a percepção de valor que o público tem da empresa.”
O mercado de valores mobiliários brasileiro / Comissão de Valores Mobiliários. 3. ed. Rio de Janeiro: Comissão de Valores Mobiliários, 2014. 
Incorporação
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
A operação precisa ser aprovada pelas assembleias das companhias envolvidas. Para a realização da operação deverão ser providenciadas avaliações do patrimônio por peritos e estabelecidas as relações de troca das ações, que é a quantidade de ações da incorporadora que os acionistas da incorporada receberão por sua parte na sociedade que deixará de existir. 
Fusão
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
Talvez o exemplo clássico de fusão no Brasil aconteceu com a união das empresas Skol, Brahma e Antarctica para formar a então Ambev. Complexidades a parte, as empresas se fundiram para formar outra companhia, a Ambev.
O capital social da nova sociedade é integralizado com o patrimônio das sucedidas, sendo que as avaliações realizadas por cada uma delas determinarão a participação de cada acionista na nova companhia. 
Cisão
A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
A cisão pode ser classificada em total ou parcial. Na primeira, a sociedade original deixa de existir, tendo todo o seu patrimônio sendo dividido em duas ou mais partes. No segundo caso, a cisão parcial, a sociedade original continua existindo, tendo apenas parte do seu patrimônio subtraído para a operação de cisão.
Distribuição de VM
Mercados Primários e Secundários
Mercado Primário  É aquele no qual os valores mobiliários são emitidos pela primeira vez, o que, na prática, acarreta em financiamento do emissor (os recursos arrecadados são direcionados ao caixa do emissor). As companhias abertas, por exemplo, efetuam emissões primárias (no mercado primário) de seus valores mobiliários quando desejam captar recursos. As negociações neste mercado são realizadas entre os emissores e investidores, sendo que as entidades auxiliares prestam serviços para que estas transações ocorram da maneira mais eficiente possível.
‹nº›
Controle Estatístico de Qualidade Robert Samohyl, PhD.
Capítulo 1 Introdução ao CEQ
Mercado Secundário  É aquele que fornece liquidez aos títulos emitidos no mercado primário. O mercado secundário, em que pese a definição, é fundamental para o funcionamento do mercado de valores mobiliários, pois ele confere ambiente de negociação aos títulos emitidos no mercado primário. Os mercados organizados de valores mobiliários fazem parte do mercado secundário
‹nº›
Distribuição de Valores Mobiliários
A distribuição realizada pela companhia pode ser primária (ações serão emitidas, ou “criadas”, e em seguida vendidas aos investidores), secundárias (ações que já eram de algum sócio, normalmente sócio fundadores, serão vendidas aos investidores), ou mista. A diferença básica é que na distribuição primária o dinheiro da venda irá para o caixa da companhia, pois é ela quem está emitindo e vendendo as ações, enquanto na distribuição secundária o dinheiro vai para o sócio que está vendendo as ações, não para a companhia.
‹nº›
Oferta Primária e Oferta Secundária
Quando a empresa vende títulos novos, operação conhecida como “emissão de ações”, os recursos dessa venda são destinados ao caixa da empresa e as ofertas são chamadas de primárias, constituindo um aumento de capital social. Neste caso, os recursos serão utilizados pela própria companhia para, por exemplo, ampliar seus negócios, criar novas unidades de negócio ou mudar seu perfil de endividamento.
Por outro lado, quando não envolvem a emissão de novos títulos, caracterizando apenas a venda de ações já existentes — em geral dos sócios que querem desinvestir ou reduzir a sua participação no negócio — elas são chamadas de ofertas secundárias. Neste caso, os recursosserão destinados aos proprietários que estão vendendo as ações, e não ao caixa da empresa.
‹nº›
Oferta Inicial e Oferta Subsequente
Além disso, quando a empresa está realizando a sua primeira oferta pública, ou seja, quando está abrindo o seu capital, a oferta recebe o nome de oferta pública inicial ou IPO (do inglês Inicial Public Offering).
Quando a companhia já tem o capital aberto e já realizou a sua primeira oferta anteriormente, as emissões são conhecidas como ofertas subsequentes ou, no termo em inglês, follow on.
‹nº›
A Instrução CVM 400/03 define como oferta pública aquela que possui alguma destas características:
a utilização de listas ou boletins de venda ou subscrição, folhetos, prospectos ou anúncios, destinados ao público, por qualquer meio ou forma;
a procura, no todo ou em parte, de subscritores ou adquirentes indeterminados para os valores mobiliários, mesmo que realizada através de comunicações padronizadas endereçadas a destinatários individualmente identificados, por meio de empregados, representantes, agentes ou quaisquer pessoas naturais ou jurídicas, integrantes ou não do sistema de distribuição de valores mobiliários, ou, ainda, se em desconformidade com o previsto nesta Instrução, a consulta sobre a viabilidade da oferta ou a coleta de intenções de investimento junto a subscritores ou adquirentes indeterminados;
‹nº›
a negociação feita em loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público destinada, no todo ou em parte, a subscritores ou adquirentes indeterminados; ou
a utilização de publicidade, oral ou escrita, cartas, anúncios, avisos, especialmente através de meios de comunicação de massa ou eletrônicos (páginas ou documentos na rede mundial ou outras redes abertas de computadores e correio eletrônico), entendendo-se como tal qualquer forma de comunicação dirigida ao público em geral com o fim de promover, diretamente ou através de terceiros que atuem por conta do ofertante ou da emissora, a subscrição ou alienação de valores mobiliários.
‹nº›
As ofertas públicas são intermediadas por instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, como os bancos de investimento, corretoras ou distribuidoras.
Essas instituições poderão se organizar em consórcios para distribuir os valores mobiliários no mercado e/ou garantir a subscrição da emissão, sempre sob a organização de uma instituição líder, que assume responsabilidades específicas. Para participar de uma oferta pública, o investidor precisa ser cadastrado em uma dessas instituições.
Estas operações são chamadas de underwriting. e consistem na distribuição e subscrição de valores mobiliários no mercado para serem subscritos por terceiros.
‹nº›
Ao promover a distribuição, ele executa as seguintes atividades: (i) registra a oferta de valores mobiliários junto à CVM; (ii) divulga a oferta - a divulgação da oferta se dá por meio da publicação de um prospecto, que deve conter todas as informações sobre a oferta, incluindo os seus riscos; (iii) coleta intenções de investidores em comprar os valores mobiliários ofertados; e (iv) liquida a operação com entrega do título e recebimento do dinheiro. 
A operação de underwriting pode ser realizada com garantia firme, com garantia stand-by ou com promessa de melhores esforços.
‹nº›
Subscrição com garantia firme: a instituição intermediária adquire os valores mobiliários da companhia ofertante e, depois, tenta revender esses valores mobiliários por um preço mais elevado para os investidores interessados. A diferença entre o que a instituição pagou à companhia e o que conseguiu na revenda é chamada spread e representa o lucro da instituição com a operação. Por isso que a garantia é firme, ou seja, a companhia já oferta suas ações com a garantia que todas as ações foram subscritas.
‹nº›
Subscrição com garantia stand-by: o banco de investimento (ou corretora ou distribuidora) garante para a empresa que todos os valores mobiliários ofertados serão vendidos por determinado valor acordado. Exemplo: ainda considerando a Petrobrás; caso ela contrate determinada instituição com a intenção de ofertar 100 mil ações no valor de R$10 cada com garantia stand-by, mas somente 50 mil ações são subscritas a este preço, a instituição adquire as 50 mil ações restantes pelo preço pactuado.
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Subscrição com melhores esforços: o banco de investimento (ou corretora ou distribuidora) promete para a companhia que tentará vender todos os valores mobiliários ofertados, mas, caso não consiga, a companhia que ficará prejudicada, porque não terá conseguido angariar todos os recursos de que precisava.
‹nº›
Mercados Regulamentados de Valores Mobiliários
Os mercados regulamentados de valores mobiliários compreendem os mercados organizados de bolsa e balcão e o mercado de balcão não organizados.
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Mercados Regulamentados
Mercados Organizados
Mercados não Organizados
Mercado de Bolsa
Mercado de Balcão Organizado
Mercado de Balcão Não Organizado
Bolsa de Valores
Bolsa de Mercadorias e Futuros
Mercados Organizados de Valores Mobiliários
Definição: Considera-se mercado organizado de valores mobiliários o espaço físico ou o sistema eletrônico, destinado à negociação ou ao registro de operações com valores mobiliários por um conjunto determinado de pessoas autorizadas a operar, que atuam por conta própria ou de terceiros.
Explicação  Os mercados organizados são ambientes físicos ou eletrônicos que servem como ambiente de negociação de valores mobiliários por pessoas autorizadas a nele operar, seja por conta própria, ou em nome de terceiros. Como já citado e melhor explicado em tópico posterior, aqui estão os mercados de bolsa e de balcão organizado.
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Mercados Não Organizados de Valores Mobiliários
Definição: Considera-se realizada em mercado de balcão não organizado a negociação de valores mobiliários em que intervém, como intermediário, integrante do sistema de distribuição (corretoras, distribuidoras, bancos de investimento, agentes autônomos) sem que o negócio seja realizado ou registrado em mercado organizado.
 
‹nº›
Explicação: A definição de mercado não organizado é subsidiária. Isto é, corresponde a todo negócio, intermediado pelas entidades acima citadas, que não foi realizado ou registrado no mercado organizado. Quer um exemplo de mercado não organizado? O telefone! Isso mesmo! Imagine que você deseja comprar ações de alguma companhia aberta, utilizando uma corretora para isso. Mas, pretende realizar a operação sem recorrer aos mercados organizados, pois conhece o vendedor das ações. É possível você fazendo, ligando à corretora e solicitando a ela a realização do negócio nos termos citados. Viu só a importância do telefone (ou poderia ser por e-mail, SMS, whatsapp....). Enfim, a ideia a ser memorizada é que nos mercados não organizados não há a necessidade de realizar o negócio em um ambiente formal (físico ou eletrônico), mas é preciso a participação de um intermediário integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários
‹nº›
Entidades Administradoras
As entidades administradoras de mercados organizados de valores mobiliários (EAMOVM), como o nome sugere, são as instituições autorizadas pela CVM para estruturar, manter e fiscalizar os mercados organizados de valores mobiliários.
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Deveres das Entidades Administradoras 
As EAMOVM prestam serviço de utilidade pública ao manter ambientes de negociação aos valores mobiliários. Simples de entender este conceito quando consideramos que recursos difusos (poupança pública) são transacionados nestes mercados. No entanto, elas também possuem interesses privados, principalmente quando consideramos a finalidade lucrativa que podem perseguir.
Neste sentido, as entidades administradoras de mercado organizado devem manter equilíbrio entre seus interesses próprios e o interesse público a que deve atender, como responsável pela preservação e autorregulação dos mercados por ela administrados.
‹nº›
No âmbito desta ideia, cabe à elas aprovar regras deorganização e funcionamento dos mercados por ela administrados, abrangendo, no mínimo, o seguinte:
condições para admissão e permanência como pessoa autorizada a operar nos mercados por ela administrados;
procedimento de admissão, suspensão e exclusão das pessoas autorizadas a operar nos mercados por ela administrados;
definição das classes, direitos e responsabilidades das pessoas autorizadas a operar nos mercados por ela administrados;
‹nº›
definição das operações permitidas nos mercados por ela administrados, assim como as estruturas de fiscalização dos negócios realizados;
condições para admissão à negociação e manutenção da autorização à negociação de valores mobiliários nos mercados por ela administrados, bem como as hipóteses de suspensão e cancelamento da autorização para negociação; e
criação e funcionamento de departamento de autorregulação.
‹nº›
é obrigação da entidade administradora (i) manter registro das operações realizadas nos ambientes de negociação que administre pelo prazo de 5 (cinco) anos, ou até o encerramento das investigações, quando a CVM houver comunicado sua existência à entidade administradora; (ii) efetuar a liquidação física e financeira das operações realizadas nos ambientes de negociação que administre, diretamente ou contratando para isso entidade de compensação e liquidação autorizada pela CVM e pelo Banco Central do Brasil; e (iii) promover a cooperação e a coordenação entre as entidades responsáveis pela supervisão e fiscalização, e pela compensação e liquidação, bem como pelo processamento das informações relativas aos negócios realizados, sempre que esses serviços não sejam providos internamente. 
‹nº›
Mercados Organizados de Valores Mobiliários
Em termos gerais, um mercado organizado de valores mobiliários será considerado pela CVM como de bolsa ou de balcão organizado dependendo, principalmente, do seguinte:
existência de sistema ou ambiente para o registro de operações realizadas previamente;
regras adotadas em seus ambientes ou sistemas de negociação para a formação de preços;
possibilidade de atuação direta no mercado, sem a intervenção de intermediário;
possibilidade de diferimento da divulgação de informações sobre as operações realizadas;
volume operado em seus ambientes e sistemas; e
público investidor visado pelo mercado.
‹nº›
Por exemplo, todos os negócios realizados em bolsa de valores devem ser ali efetuados e registrados (compradores, vendedores e intermediários executam todos os procedimentos relativos à negociação dentro do mercado). No entanto, no mercado de balcão organizado, é possível apenas a realização do registro da operação previamente realizada privadamente, entre os interessados. Neste caso, o mercado de balcão organizado funciona como um “cartório”, apenas registrando a operação. Os tramites anteriores foram cumpridos fora do mercado.
‹nº›
A CVM pode determinar a transformação do mercado de balcão organizado em bolsa, a alteração de procedimentos ou normas de funcionamento de mercado de balcão organizado, ou a alteração das dispensas ou autorizações especiais que tenham sido conferidas nos termos desta Instrução, em razão das características concretas do mercado.
‹nº›
Segmentos de Listagem
Os mercados organizados de valores mobiliários poderão ser divididos em segmentos de negociação.
Os segmentos de negociação levam em conta: (i) as características das operações cursadas, (ii) os valores mobiliários negociados, (iii) seus emissores, (iv) requisitos de listagem, (v) o sistema de negociação utilizado e (vi) as quantidades negociadas.
O funcionamento e a extinção de segmento de negociação dependem de prévia autorização da CVM.
‹nº›
MERCADO DE BALCÃO ORGANIZADO
existência de sistema ou ambiente para o registro de operações realizadas previamente;
regras adotadas em seus ambientes ou sistemas de negociação para a formação de preços;
possibilidade de atuação direta no mercado, sem a intervenção de intermediário;
possibilidade de diferimento da divulgação de informações sobre as operações realizadas;
volume operado em seus ambientes e sistemas; e
público investidor visado pelo mercado.
‹nº›
Formas de Operação
Como sistema centralizado e multilateral de negociação, que possibilite o encontro e a interação de ofertas de compra e de venda de valores mobiliários; 
Por meio da execução de negócios, sujeitos ou não à interferência de outras pessoas autorizadas a operar no mercado, tendo como contraparte formador de mercado que assuma a obrigação de colocar ofertas firmes de compra e de venda; e/ou
Por meio do registro de operações previamente realizadas.
‹nº›
Sistema Centralizado E Multilateral De Negociação
Considera-se sistema centralizado e multilateral aquele em que todas as ofertas relativas a um mesmo valor mobiliário são direcionadas a um mesmo canal de negociação, ficando expostas a aceitação e concorrência por todas as partes autorizadas a negociar no sistema.
‹nº›
Formador de Mercado
É uma pessoa jurídica, devidamente cadastrada no mercado organizado, que se compromete a manter ofertas de compra e venda de forma regular e contínua durante a sessão de negociação, fomentando a liquidez dos valores mobiliários, facilitando os negócios e mitigando movimentos artificiais nos preços dos produtos.
‹nº›
Registro De Operações Previamente Realizadas
A outra forma de operação que o mercado de balcão organizado pode possuir é através do registro das operações realizadas previamente.
Esta forma de atuação é MUITO IMPORTANTE, pois é ela que, na prática, diferencia a operação de um mercado de balcão a um mercado de bolsa de valores. 
‹nº›
Com a finalidade de manutenção de um elevado padrão de negociação, os mercados organizados devem adotar procedimentos para (i) evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados em seus ambientes; (ii) assegurar igualdade de tratamento às pessoas autorizadas a operar em seus ambientes; e (iii) evitar ou coibir práticas não equitativas em seus ambientes. 
‹nº›
possibilidade de diferimento da divulgação de informações sobre as operações realizadas, característica que se aplica apenas ao mercado de balcão organizado.
as informações podem ser ou não divulgadas de forma contínua durante os pregões, bem como de forma individualizada ou agrupada por conjunto de operações.
‹nº›
MERCADO DE BOLSA
O mercado de bolsa possui mais normas em relação ao seu funcionamento e organização. Os objetivos: fornecer um padrão mais elevado em relação à proteção dos investidores e proporcionais mecanismos que propiciem uma formação de preços mais eficiente.
Neste sentido, ao autorizar mercados de bolsa, a CVM considera os seguintes aspectos:
regras adotadas em seus ambientes ou sistemas de negociação para a formação de preços;
volume operado em seus ambientes e sistemas; e
público investidor visado pelo mercado.
‹nº›
Funcionam regularmente como sistemas centralizados e multilaterais de negociação e que possibilitam o encontro e a interação de ofertas de compra e de venda de valores mobiliários; ou
Permitem a execução de negócios, sujeitos ou não à interferência de outras pessoas autorizadas a operar no mercado, tendo como contraparte formador de mercado que assuma a obrigação de colocar ofertas firmes de compra e de venda, desde que:
a atuação do formador de mercado seja regulada pela bolsa, nos termos da regulamentação específica da CVM para formadores de mercado, e fiscalizada pelo Departamento de Autorregulação;
a regulação da bolsa preveja limites máximos para a diferença entre os preços de compra e de venda ofertados pelo formador de mercado; e
seja admitida a interferência de outras pessoas autorizadas a operar no intervalo entre as ofertas de compra e de venda, desde que para a quantidade total daquele negócio. 
‹nº›
Primeiramente, o mercado de bolsa não pode funcionar apenas para efetuar registro de operações previamente realizadas. Isto significa que todastransações que utilizem o mercado de bolsa devem ser ali negociadas e registradas.
Segundo, no mercado de bolsa não há a possiblidade de operar sem intermediário, como ocorre no mercado de balcão organizado. Todas as operações devem ser intermediadas por entidades do sistema de distribuição de valores mobiliários.
Terceiro, a participação do formador de mercado possui regras mais rígidas quando comparadas às do mercado de balcão. Além de observar regras estabelecidas pela bolsa de valores, sua atividade é fiscalizada pela autorregulação e o regulamento do mercado deve estabelecer os parâmetros em relação aos preços mínimos e máximos de suas ofertas.
‹nº›
Telas de Acesso à Negociação em Bolsas Estrangeiras 
 A bolsa pode oferecer em seu ambiente telas de acesso à negociação em bolsas estrangeiras. É um mecanismo para permitir a negociação de títulos e valores mobiliários listados em bolsas estrangeiras a partir do ambiente da bolsa nacional.
Pois bem, a bolsa estrangeira que desejar instalar no Brasil, em instituições integrantes do sistema de distribuição, telas de acesso aos seus sistemas de negociação, deve obter prévia autorização da CVM, desde que:
‹nº›
A bolsa estrangeira seja reconhecida como bolsa e esteja devidamente autorizado a operar como tal em seu país de origem;
Esteja sujeita à supervisão da autoridade reguladora de mercado de capitais de seu país de origem, com a qual a CVM mantenha convênio ou acordo de cooperação internacional ou que seja signatária do Memorando Multilateral de Entendimentos da Organização Internacional de Comissões de Valores – OICV/IOSCO; e
Os requisitos exigidos para autorização e funcionamento de bolsas no país de origem do pretendente sejam, no mínimo, substancialmente equivalentes aos exigidos no Brasil.
‹nº›
Não obstante, as telas de acesso são restritas a investidores qualificados. A regulamentação atual da CVM estabelece que são considerados como investidores qualificados os(as):
investidores profissionais; 
pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio; 
as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e
clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificados.
‹nº›
Regras de Negociação
Como afirmado, os negócios realizados em bolsa devem se pautar pela formação eficiente de preços. A organização e sistemas do mercado devem buscar essa finalidade. 
Várias regras são colocadas com esta finalidade. As mais relevantes seguem abaixo:
‹nº›
Pronta realização, visibilidade e registro das operações realizadas; 
Disseminação pública das ofertas e negócios envolvendo ativos ali negociados, com rapidez, amplitude e detalhes suficientes à boa informação do mercado e formação de preços;
Procedimentos para evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados em seus ambientes;
Procedimentos para assegurar igualdade de tratamento às pessoas autorizadas a operar em seus ambientes;
Procedimentos para evitar ou coibir práticas não equitativas em seus ambientes; e
Fixação de variações de preços e quantidades ofertadas, em seu ambiente de negociação que for caracterizado como centralizado e multilateral, que exigem a adoção de procedimentos especiais de negociação, bem como os procedimentos operacionais necessários para quando tais variações forem alcançadas, respeitadas as condições mínimas que forem estabelecidas pela CVM em regulamentação específica.
‹nº›
Em relação à disseminação pública de informações, a entidade administradora de mercado de bolsa deve tornar públicas de forma contínua, ao longo dos pregões diários, no mínimo, as informações sobre cada negócio realizado, incluindo preço, quantidade e horário, com no máximo 15 (quinze) minutos de atraso.
E, além destas informações prestadas em caráter continuo, a entidade administradora deve publicar o resumo das operações realizadas na bolsa deve constar no seu boletim diário de informações, que deve ser disponibilizado em sua página na rede mundial de computadores.
‹nº›
Outra importante distinção entre o mercado de bolsa e o mercado de balcão organizado é o mecanismo de ressarcimento de prejuízos.
A entidade administradora de mercado de bolsa deve manter um mecanismo de ressarcimento de prejuízos, com a finalidade exclusiva de assegurar aos investidores o ressarcimento de prejuízos decorrentes da ação ou omissão de pessoa autorizada a operar, ou de seus administradores, empregados ou prepostos, em relação à intermediação de negociações realizadas na bolsa ou aos serviços de custódia, especialmente nas seguintes hipóteses: 
‹nº›
Inexecução ou infiel execução de ordens;
Uso inadequado de numerário e de valores mobiliários ou outros ativos, inclusive em relação a operações de financiamento ou de empréstimo de valores mobiliários;
Entrega ao investidor de valores mobiliários ou outros ativos ilegítimos ou de circulação restrita;
Inautenticidade de endosso em valores mobiliários ou outros ativos, ou ilegitimidade de procuração ou documento necessário à sua transferência;
Intervenção ou decretação de liquidação extrajudicial pelo Banco Central do Brasil; e
Encerramento das atividades.
O mecanismo é obrigatório no mercado de bolsa, mas facultativo no mercado de balcão organizado e se aplica apenas às operações com valores mobiliários. A função dele é indenizar investidores vitimas de ação ou omissão de entidades que operem no mercado (como as SCTVMs ou SDTVMs, por exemplo) que resultaram nas situações previstas anteriormente.
‹nº›
Autorregulação
Cabe à entidade administradora de mercados organizados (bolsa ou balcão) aprovar regras de organização e funcionamento dos mercados por ela administrados, incluindo a criação e funcionamento de departamento de autorregulação.
Neste sentido, a entidade administradora deve contar necessariamente com Conselho de Autorregulação, Departamento de Autorregulação e Diretor do Departamento de Autorregulação, órgãos encarregados da fiscalização e supervisão das operações cursadas nos mercados organizados de valores mobiliários que estejam sob sua responsabilidade, das pessoas autorizadas a neles operar, bem como das atividades de organização e acompanhamento de mercado desenvolvidas pela própria entidade administradora. 
‹nº›
Isto é, os órgãos responsáveis pela autorregulação exercem no mercado em que estão inseridos uma espécie de fiscalização, supervisão e sanção dos participantes daquele mercado. Como já foi salientado, se trata de uma regulação feita pelo próprio mercado, só que com independência administrativa e financeira.
Para tanto, a entidade administradora do mercado organizado pode constituir associação, sociedade controlada, ou submetida a controle comum, de propósito específico, que exerça as funções de fiscalização e supervisão de que trata este artigo, ou, ainda, contratar terceiro independente para exercer tais funções.
‹nº›
O Departamento de Autorregulação e o Conselho de Autorregulação devem:
Ser funcionalmente autônomos dos órgãos de administração da entidade administradora dos mercados que lhes incumba fiscalizar;
Possuir autonomia na gestão dos recursos previstos em orçamento próprio, que deverão ser suficientes para a execução das atividades sob sua responsabilidade; e
Possuir amplo acesso a registros e outros documentos relacionados às atividades operacionais dos mercados que lhes incumba fiscalizar, da entidade de compensação e liquidação que preste esses serviços para os mercados, se for o caso, e das pessoas autorizadasa operar, contando, para tanto, com o dever de cooperação do Diretor Geral e mantendo à disposição da CVM e do Banco Central do Brasil, se for o caso, os relatórios de auditoria realizados.
‹nº›
funções do Departamento de Autorregulação:
Fiscalizar as operações realizadas nos mercados administrados pela entidade, com intuito de detectar eventuais descumprimentos que possam configurar infrações às normas legais e regulamentares;
Fiscalizar, direta e amplamente, as pessoas autorizadas a operar;
Apontar deficiências no cumprimento das normas legais e regulamentares verificadas no funcionamento dos mercados administrados pela entidade, ainda que imputáveis à própria entidade administradora, bem como nas atividades das pessoas autorizadas a operar, acompanhando os programas e medidas adotadas para saná-las;
Instaurar, instruir e conduzir processos administrativos disciplinares para apurar as infrações das normas que lhe incumbe fiscalizar;
Propor ao Conselho de Autorregulação a aplicação das penalidades, quando cabível; e
Tomar conhecimento das reclamações efetuadas quanto ao funcionamento dos mercados organizados de valores mobiliários administrados pela entidade, acompanhando seu andamento e as medidas decorrentes de seu recebimento.
‹nº›
Penalidades
Estão sujeitos às penalidades aplicadas pelo Diretor de Autorregulação ou pelo Conselho de Autorregulação, os integrantes dos órgãos de administração da entidade administradora, as pessoas autorizadas a operar, assim como os administradores e prepostos das pessoas antes mencionadas.
E as penalidades aplicadas seguem o mesmo conceito das aplicadas pela CVM (verifique-as em aula anterior). 
Não obstante, elas são definidas no regulamento da autorregulação, mas devem seguir alguns parâmetros definidos nas normas do mercado de valores mobiliários. 
‹nº›
Seguem algumas:
A suspensão ou o cancelamento de autorização de pessoa autorizada a operar deve ser comunicada, de imediato, à CVM e ao Banco Central do Brasil;
O investigado pode requerer que a penalidade que lhe tenha sido imposta, ou a prestação que tenha sido acordada em termo de compromisso celebrado no âmbito da autorregulação, seja submetida à CVM como base para a celebração de termo de compromisso.
No julgamento das infrações das normas legais sob sua competência, a CVM poderá reduzir, das penalidades que venha a aplicar, aquelas que tenham sido impostas no âmbito da autorregulação; e 
Os recursos arrecadados com multas e termos de compromisso celebrados no âmbito da autorregulação devem ser revertidos, em sua totalidade, para as próprias atividades da autorregulação ou para a indenização de terceiros prejudicados.
‹nº›

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