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PARA CONCLUIR Estudar um pouco do passado das civilizações africanas pode nos ajudar a romper com certos estereótipos que costumamos ter a respeito dessa parte do mundo. Em razão disso, neste módulo aprendemos que os países da África são diferentes entre si em termos étnicos, culturais, econômicos e políticos, desconstruindo crenças como a de que todos os africanos são negros e de que a história do continente só teve ínicio com a chegada dos europeus, na Idade Moderna. Como mencionamos, as evidências científicas nos levam a crer que o continente foi o mais antigo a abrigar vida humana, ainda no período pré-histórico. 1 Qual é a importância da Lei federal n. 10 639/2003? Instituir a obrigatoriedade do ensino de história e cultura da África e dos africanos no Brasil a partir de 2003. 2 Por que devemos estudar a história da África? Para conhecer um pouco mais sobre nossos ancestrais (acredita-se que os primeiros seres humanos tenham surgido no continente africano) e sobre a própria história do Brasil, que está diretamente relacionada com a vinda forçada de povos africanos e sua participação na formação da sociedade brasileira. 3 Podemos afirmar que há homogeneidade cultural e étnica entre os povos que habitam o continente afri- cano? Justifique. Não, porque há muitas diferenças culturais, étnicas, políticas e econômicas entre os povos que habitam o continente africano. 4 Caracterize, de forma resumida, as principais religiões praticadas nos países da África. Paganismo: religião politeísta em que os deuses são associados a elementos da natureza; cristianismo: religião monoteísta que foi difundida pelo contato com o Império Romano; islamismo: religião monoteísta presente principalmente no norte da África por influência de transações comerciais com os islâmicos. 5 Quais foram as dificuldades enfrentadas pelos agricul- tores no continente africano? O solo, pobre em nutrientes, e a força das chuvas tropicais. 6 De que maneira o comércio de escravizados liga a his- tória da África à do Brasil? Por meio do comércio de escravizados durante o período colonial, pessoas eram trazidas da África para o Brasil pelos europeus que traficavam e comercializavam pessoas. PRATICANDO O APRENDIZADO 292 H IS T Ó R IA M Ó D U L O 1 6 PH6_EF2_284a296_HIST_C2_M16.indd 292 11/7/17 3:58 PM Leia o texto a seguir e responda às questões 1 e 2. Por que conhecer a história da África? A resposta a essa questão nos coloca, primeiramente, diante da importância de constituir outro olhar sobre a história da humanidade e a história do Brasil. Esse novo olhar sobre a trajetória das sociedades humanas deve buscar uma perspectiva menos eurocêntrica e a inclusão de novos espaços e sujeitos no mapa da história. Reco- nhecer a presença africana amplia a nossa concepção de mundo e permite perceber aspectos das relações entre povos e regiões do planeta ao longo do tempo por nós ainda pouco conhecidos e compreendidos. Tal aprendiza- do ilumina nosso entendimento sobre processos históri- cos e dinâmicas sociais que a negação secular da história africana nos currículos escolares e universitários no Bra- sil nos levou a não perceber e, por consequência, inter- pretar de forma equivocada. Em diversos momentos da história, povos da África, em suas relações internas ou com outros povos, estive- ram diretamente envolvidos em transformações que al- teraram profundamente a vida no nosso planeta. Desde o surgimento da humanidade, com as migrações que povoaram o mundo e as novas relações com o ambiente delas surgidas, à criação de instrumentos que mudaram as formas de sobrevivência e a constituição das primeiras instituições gregárias das sociedades humanas, os povos africanos foram protagonistas de grandes transforma- ções na história. [...] LIMA E SOUZA, Mônica. Por que conhecer a história da África? História Viva (on-line). Disponível em: <www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/ conhecer_historia_africa_monica_lima.html>. Acesso em: 14 mar. 2017. 1 De acordo com o texto, qual é a importância de estudar a história da África? Buscar uma perspectiva menos eurocêntrica de mundo e a inclusão de novos espaços e sujeitos no mapa da história, ampliando nossa concepção de mundo e nos permitindo perceber aspectos das relações entre povos e regiões do planeta ao longo do tempo. 2 Apresente um exemplo citado no texto a respeito da importância das sociedades africanas na História. Os povos africanos protagonizaram as grandes transformações da História, desde o surgimento da humanidade, com as migrações que povoaram o mundo e as novas relações com o ambiente delas surgidas. 3 Leia o texto a seguir e responda à questão proposta. [...] A animação [Kirikú e a feiticeira] foi lançada mun- dialmente no ano de 1998, tem 1h10 minutos de duração. O enredo é uma lenda africana que se constrói a partir de um menino que antes mesmo de nascer já demonstrava no ventre de sua mãe uma notabilidade ímpar. Esforçan- do-se nasce sozinho, corta o próprio cordão umbilical e, para apresentar-se ao mundo, se autonomeia Kirikú. [...] [O filme faz um elogio à tradição] a partir da repre- sentação do cotidiano de uma comunidade senegalesa, habitante do continente africano, e suas relações com a natureza, o modo de vestir-se, a organização social, APLICANDO O CONHECIMENTO 7 Explique a importância da história oral para os estudos dos povos africanos. Como muitos povos africanos não deixaram registros escritos, a tradição oral é uma fonte importante para conhecer a história de muitos povos. 8 Apresente uma informação sobre os povos africanos que você tenha aprendido neste módulo. Resposta pessoal. 293 H IS T Ó R IA M Ó D U L O 1 6 PH6_EF2_284a296_HIST_C2_M16.indd 293 11/7/17 3:58 PM a relação com o sagrado, a musicalidade; trazendo, as- sim, outros possíveis caminhos e sentidos de existência no mundo. Nas imagens da comunidade, denominada aldeia na animação, é possível percebê-la circundada por árvores Baobás; todos os personagens estão caracterizados com penteados e roupas tradicionalmente africanas. Outras cenas trazem a leveza das ações cotidianas, como: (a) a mãe de Kirikú varrendo sua cabana com uma vassoura tradicional (monte de palha amarrada sem cabo), (b) Ki- rikú dormindo em uma esteira, mulheres cozinhando e batendo alimentos no pilão. [...] AZEVEDO, Amailton Magno; SILVA, Sheila Alice Gomes da. “Era uma vez...”: o negro no imaginário encantado. Sankofa, ano VII, n. XIV, dez. 2014. Disponível em: <www.revistas.usp.br/sankofa/article/view/97198/96249>. Acesso em: 14 mar. 2017. Que elementos de Kirikú e a feiticeira permitem aos espectadores perceber que o filme conta uma história que se passa na África? Elementos próprios da cultura de civilizações senegalesas, como as roupas, os penteados, as moradias, etc. 4 Leia o texto abaixo e responda à questão que segue. [...] trazemos a animação A princesa e o sapo, lançada pelos estúdios Disney no ano de 2009, sob a chamada de ser a “primeira princesa negra da Disney”. De modo geral representaria, então, a abertura dos estúdios de maior repre- sentatividade nas animações no mundo para as histórias da África e sua diáspora. Mesmo assim o enredo da animação é baseado no conto do “Príncipe Sapo” de autoria dos Irmãos Grimm, que eram de nacionalidade alemã e atingiram noto- riedade como escritores de fábulas infantis. [...] [A personagem principal é a princesa Tiana, que] tem a pele negra, mas apresenta um fenótipo [característica física de um indivíduo] distante dos traços comuns à po- pulação afrodescendente. Seus cabelos não são crespos ou trançados, seus lábios são cuidadosamente desenha- dos para não estarem nem grossos demais e nem muito finos, além de [e] corpo seguir os padrões eurocêntricos de beleza associada, especificamente, à magreza. [...] AZEVEDO, Amailton Magno; SILVA, Sheila Alice Gomes da. “Era uma vez...”: o negro no imaginárioencantado. Sankofa, ano VII, n. XIV, dez. 2014. Disponível em: <www.revistas.usp.br/sankofa/article/view/97198/96249>. Acesso em: 14 mar. 2017. Com base no texto, você acredita que o filme A prince- sa e o sapo representa bem as populações africanas? Por quê? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que o filme retrata uma princesa negra, porém sem as características comuns às populações africanas. Leia o texto abaixo e responda às questões 5 e 6. [...] Em diferentes lugares do Brasil, o desconheci- mento sobre a África, associado ao racismo, tem seus re- flexos nos atos de discriminação das religiões de matriz africana. São inúmeros os casos de crimes de ódio reli- gioso, atos nos quais é identificável a tendência à “diabo- lização” dessas religiões e sua associação e/ou restrição a práticas de feitiçaria. Com base nessas influências é que um aluno do en- sino fundamental se negou a continuar assistindo ao filme “Kiriku” por alegar tratar-se de “coisas do diabo”. Outro estudante, com idade de nove anos, em resposta à provocação de sua professora acerca das formas de discriminação racial vivenciadas na escola pública que frequentava, em Salvador (BA), respondeu que se sentia discriminado pelo fato de ser praticante do Candomblé, motivo pelo qual seus colegas o excluíam das brincadei- ras na hora do recreio. [...] SANTANA, Jacimara Souza. Reflexões sobre a implementação da Lei n. 10 639/03: a educação das relações étnico-raciais na área das Ciências Humanas. Sankofa, ano V, n. IX, jul. 2012. Disponível em: <www.revistas.usp.br/sankofa/article/view/88826/91700>. Acesso em: 14 mar. 2017. 5 De acordo com o texto, que problemas a falta de conhe- cimento sobre a história da África e o racismo podem trazer? Discriminação étnico-religiosa, crimes de ódio, bullying, etc. 6 Em sua opinião, é justo que uma pessoa seja discrimi- nada por causa da religião que pratica? Justifique. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos defendam a liberdade de expressão e de credo ao responder a esta questão. H IS T Ó R IA M Ó D U L O 1 6 294 PH6_EF2_284a296_HIST_C2_M16.indd 294 11/7/17 3:58 PM Observe as imagens abaixo, que retratam a Cidade do Cabo (África do Sul), o Cairo (Egito) e Luanda (Angola), e depois responda às questões 7 e 8. 7 Apresente duas semelhanças entre as cidades das ima- gens acima e o lugar em que você vive. Resposta pessoal. As respostas podem variar considerando a localidade da escola. O objetivo, porém, é que os alunos se surpreendam com paisagens urbanas da África e percebam que nesse continente existem ambientes que vão muito além das florestas. 8 Em sua opinião, as paisagens retratadas são semelhan- tes à ideia que a maior parte dos brasileiros tem quando pensa em cidades situadas na África? Por quê? Resposta pessoal. A pergunta busca desconstruir o imaginário do senso comum sobre a África, vista como um ambiente essencialmente de florestas, com animais selvagens, etc. Cidade do Cabo, África do Sul. Foto de 2016. Vista da orla de Luanda ao cair da noite, capital de Angola. Foto de 2014. Vista do rio Nilo, no Cairo, Egito. Foto de 2011. G et ty Im ag es /iS to ck ph ot o U la na S w itu ch a/ A la m y/ Fo to ar en a K os ta di n Lu ch an sk y/ A ng ol a Im ag e B an k/ A la m y/ Fo to ar en a 295 H IS T Ó R IA M Ó D U L O 1 6 PH6_EF2_284a296_HIST_C2_M16.indd 295 11/7/17 3:58 PM 1 A Lei n. 10 639/2003 tornou obrigatório o ensino de história da África e da cultura afro-brasileira nas escolas. Tal medida se justifica porque: a) Os povos africanos contribuíram significativamente para a construção econômica e cultural da sociedade brasileira. b) As sociedades africanas foram importantes apenas por causa da grande quantidade de escravizados que vieram para o Brasil ao longo dos anos. c) A população brasileira tem grande conhecimento sobre a história da África e dos povos africanos. d) O estudo das civilizações africanas já era bastante praticado nas escolas do Brasil. 2 Leia o texto a seguir e, em seguida, assinale a opção correta. Os africanos não escravizavam africanos, nem se reconheciam então como africanos. Eles se viam como membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de um reino e de um grupo que falava a mesma língua, tinha os mesmos costumes e adorava os mesmos deuses. [...] Quando um chefe [...] entregava a um navio europeu um grupo de cativos, não estava vendendo africanos nem ne- gros, mas [...] uma gente que, por ser considerada por ele inimiga e bárbara, podia ser escravizada. [...] O comércio transatlântico [...] fazia parte de um processo de integra- ção econômica do Atlântico, que envolvia a produção e a comercialização, em grande escala, de açúcar, algodão, tabaco, café e outros bens tropicais, um processo no qual a Europa entrava com o capital, as Américas com a terra e a África com o trabalho, isto é, com a mão de obra cativa. COSTA E SILVA, Alberto. A África explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2008. (Adaptado.) O texto: a) defende a separação entre homens livres e escravos com base nas características raciais dos indivíduos. b) demonstra a rejeição do comércio de escravizados pelos líderes dos reinos e das aldeias então existen- tes na África. c) diferencia a escravidão que havia na África da que existia na Europa ou nas colônias americanas. d) afirma que a presença europeia na África e na Améri- ca permitiu maior integração e colaboração interna. 3 Leia o texto a seguir. A longa presença de povos árabes no norte da Áfri- ca, mesmo antes de Maomé, possibilitou uma interação cultural, um conhecimento das línguas e costumes, o que facilitou posteriormente a expansão do islamismo. Por outro lado, deve-se considerar a superioridade béli- ca de alguns povos africanos, como os sudaneses, que efetivaram a conversão e a conquista de vários grupos na região da Núbia, promovendo uma expansão do Islã que não se apoia na presença árabe. ARNAUT, Luiz; LOPES, Ana Mônica. História da África: uma introdução. Belo Horizonte: Crisálida, 2005, p. 29-30. (Adaptado.) Sobre a presença islâmica na África, é correto afirmar que: a) o princípio religioso do esforço de conversão foi mar- cado pelo fracasso na conquista de novos fiéis. b) os processos de interação cultural entre árabes e afri- canos, como os propiciados pelas relações comerciais, são anteriores ao surgimento do islamismo. c) a expansão do islamismo na África ocorreu pela ação dos árabes, acabando definitivamente com as cren- ças religiosas tradicionais do continente. d) o islamismo é a principal religião dos povos afri- canos, e sua expansão ocorreu durante a corrida imperialista do século XIX. 4 Leia o texto a seguir. Durante a Antiguidade e a Idade Média, a África per- maneceu relativamente isolada do resto do mundo. Em 1415, os portugueses conquistaram Ceuta, no norte do continente, dando início à exploração de sua costa oci- dental. ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson. Toda a História. São Paulo: Ática, 2002. Assinale a opção que apresenta corretamente um dos fatores que contribuíram para o isolamento da África citado no texto. a) Condições geográficas da região. b) Pequeno número de habitantes em quase todos os países. c) Ausência de atividades econômicas produtivas. d) Falta de interesse dos governos africanos. DESENVOLVENDO HABILIDADES Veja, no Manual do Professor, o gabarito comentado das questões sinalizadas com asterisco. H IS T Ó R IA M Ó D U L O 1 6 296 PH6_EF2_284a296_HIST_C2_M16.indd 296 11/7/17 3:58 PM
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