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SP3 T4 - UCXXII - Desordens Nutricionais e Metabólicas

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS
UNIDADE BÁSICA DAS BIOCIÊNCIAS
CURSO DE MEDICINA
SP3: “GORDINHA, SIM, FELIZ TAMBÉM”
Ana Paula Lazarin Bernardes
Beatriz Gomes Neves
Gabriela de Lima Rezende
Gabriela Pereira Valadares
Giovanna Casagrande Moreli
Jéssica Thaynna Resende Figueiredo
João Otávio Leal Farina
Laís Corrêa Marques
Luiz Fernando Yabumoto
Maria José Alves Macedo
Matheus Teixeira Silva
Mayra Fernandes Martins
Rones Dias da Costa Filho
MINEIROS/GO
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS
UNIDADE BÁSICA DAS BIOCIÊNCIAS
CURSO DE MEDICINA
Relatório apresentado à disciplina de Tutoria da Unidade I, do 8º período, do curso de medicina, como requisito parcial para obtenção de nota, sob orientação da Professora Drª Vivien. 
MINEIROS/GO
2021
2.0 DISCUSSÃO
2.1 Definir desnutrição, caracterizando as situações de subnutrição e obesidade; 
A desnutrição pode ser definida como uma condição clinica decorrente de uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais. Pode apresentar caráter primário ou secundário a depender da causa que a promoveu. 
Causas primárias: o individuo come pouco ou “mal”, ou seja, tem uma alimentação quantitativamente ou qualitativamente insuficiente em calorias e nutrientes. 
Causas secundárias: a ingestão de alimentos não é suficiente porque as necessidades energéticas aumentaram ou por qualquer outro fator não relacionado diretamente ao alimento. Exemplos: presença de verminoses, câncer, anorexia, alergia ou intolerância alimentar, digestão e absorção deficiente de nutrientes. 
A desnutrição pode ainda ser causa por desmame precoce, fatores socioeconômicos como baixa renda, fatores culturais e disponibilidade de alimentos. A desnutrição significa um estado nutricional inadequado quando comparado à um padrão, podendo ser um excesso (obesidade) ou uma debilitação (subnutrição). 
A subnutrição é uma deficiência de nutrientes essenciais e pode ser o resultado de uma ingestão insuficiente devido a uma dieta pobre, de uma absorção deficiente, do consumo anormalmente alto de nutrientes pelo corpo ou da perda excessiva de nutrientes por processos como a diarreia e sangramentos. 
A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que causa prejuízos a saúde do indivíduo. A obesidade coincide com um aumento de peso, mas nem todo aumento de peso está relacionado a obesidade, a exemplo de muitos atletas que são “pesados” devido a massa muscular e não adiposa. Dentre suas causas têm-se fatores genéticos, endocrinopatias, baixa atividade física e alimentação rica em calorias. Existem diversas maneiras de classificar e diagnosticar a obesidade. Uma das mais utilizadas atualmente baseia-se na gravidade do excesso de peso, o que se faz através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC ou Índice de Quetelet).
2.2 Reconhecer a importância da educação alimentar como prevenção dos distúrbios nutricionais e metabólicos:
A prevenção é um método para controlar a obesidade na infância, com estratégias que se iniciam no pré-natal, monitorando o estado nutricional, fatores de risco da gestante, bem como oferecendo orientação nutricional e de hábitos de vida saudáveis para mesma. Após o nascimento, nas consultas da puericultura, estimular o aleitamento materno, informar os pais sobre sinais de saciedade do lactente - parar de mamar, virar o rosto, fechar a boca -, bem como estimular a identificar diferentes tipos de choro, pois nem todo choro é fome e estimular bons hábitos alimentares e de estilo de vida, resultam em combater o sedentarismo e, logo, aumentar o gasto energético da criança.
Partindo dessa questão, a dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hypertension) é a primeira estratégia dietética testada na literatura e se baseia no uso principalmente de frutas, vegetais, peixes, laticínios magros, cereais integrais, frango, castanhas e carne vermelha magra, além da redução do consumo de doces e de sódio que fica limitado a 1500mg/dia. Portanto, as abordagens dietéticas sempre devem ser feitas visando encorajar crianças e familiares a selecionarem alimentos com menor densidade energética, aumentar o aporte de frutas e verduras, reduzir o consumo de gorduras e doces, bem como diminuir o consumo de alimentos processados/ultraprocessados, além de diminuir o tamanho das porções caso o objetivo seja a perda de peso e, consequentemente, associado com a prática de atividades físicas, com apoio de equipe multidisciplinar, com destaque para educador físico, psicólogo e nutricionista.
2.3 Discutir os aspectos epidemiológicos e o processo de diagnóstico da obesidade nas crianças;
	Os dados sobre obesidade infantil são tão alarmantes que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025 o número de crianças obesas no planeta chegue a 75 milhões. Os registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada grupo de três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso no País. As notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, de 2019, revelam que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso; 9,53% são obesos; e 3,98% têm obesidade grave. (SILVA, 2019)
	Existem vários métodos diagnósticos para classificar o indivíduo em obeso e sobrepeso. O índice de massa corporal (IMC, peso/estatura2) e a medida da dobra cutânea do tríceps (DCT) são bastante utilizados em estudos clínicos e epidemiológicos. Os percentis 85 e 95 do IMC e da DCT são comumente utilizados para detectar sobrepeso e obesidade, respectivamente. Mais recentemente, tem-se a tabela de Cole et al.14, com padrões mundiais para sobrepeso e obesidade infantil. Outro índice bastante útil é o índice de obesidade (IO, peso atual/peso no percentil 50/estatura atual/estatura no percentil 50 x 100), que nos indica quanto do peso do paciente excede seu peso esperado, corrigido para a estatura. De acordo com esse índice, a obesidade é considerada leve quando o IO é de 120 a 130%, moderada quando é de 130 a 150%, e grave quando excede 150%. Um grande problema deste método é pressupor que qualquer aumento de peso acima do peso corpóreo padrão represente aumento de gordura. Assim, nem todas as crianças com IO superior a 120% são, de fato, obesas. Mas, de qualquer forma, este método pode ser valioso na triagem de crianças obesas. (MELLO; LUFT; MEYER, 2004)
2.4 Citar os critérios clínicos e antropométricos de avaliação de obesidade na infância (curvas de crescimento, IMC, circunferência abdominal);
Tem-se o diagnóstico realizando um cálculo simples do IMC (Índice de Massa Corporal). 
IMC = Peso (kg) / [Altura (m)] ² 
Usando como exemplo uma pessoa que pesa 100 kg e mede 1,70 m, tem como resultado um IMC = 100/ (1,70) ² = 34,6 kg/m².
Usando como exemplo uma pessoa que pesa 100 kg e mede 1,70 m, tem como resultado um IMC = 100/ (1,70) ² = 34,6 kg/m². 21 É definido como obesidade um indivíduo que tem um IMC ≥ 30 kg/m2, sendo classificada da seguinte forma: 
É possível pontuar algumas observações que de certa forma não deixam o diagnóstico através do IMC tão preciso. O IMC: 
1. I. Não distingue massa gordurosa de massa magra; 
1. II. Não reflete a distribuição da gordura corporal; 
1. III. Pode subestimar a presença de gordura visceral intra-abdominal, que é um fator de risco para a doença cardiovascular; 
1. IV. Não reflete necessariamente o mesmo grau de gordura em diferentes populações, particularmente por causa das diferentes proporções corporais; 
Atualmente, há diversas formas de avaliar a massa gordurosa corporal e sua distribuição, como: bioimpedância, ultrassonografia, TC, RNM, absorciometria com raios X de dupla energia (DEXA) e espectrometria por raios infravermelhos. No entanto, na prática, os exames citados não são feitos de maneira rotineira com este intuito, pois, geralmente, não se mostram necessários para fechar o diagnóstico. 
A combinação de IMC com medidas da distribuiçãode gordura pode ajudar a resolver alguns problemas do uso do IMC isolado. 
Existem diversas formas de avaliar a massa gordurosa corporal e sua distribuição: 
Medição da espessura das pregas cutâneas 
Medida utilizada como indicador de obesidade, devido à relação existente entre a gordura localizada nos depósitos debaixo da pele e a gordura interna ou a densidade corporal. Sua reprodutibilidade, entretanto, é uma limitação como método diagnóstico; 
Bioimpedância 
Método portátil disponível para avaliação clínica e tem sido considerada suficientemente válida e segura, em condições constantes; 
Ultrassonografia 
Essa técnica tem sido cada vez mais utilizada e apresenta excelente correlação com a medida de pregas cutâneas. Além de avaliar a espessura do tecido adiposo, avalia também tecidos mais profundos em diferentes regiões corporais. O método é considerado bom para quantificar o tecido adiposo intra-abdominal, tendo a vantagem de ser uma opção que demanda menos dinheiro que a TC ou RNM, além de ter maior precisão que as pregas cutâneas. 
Tomografia computadorizada (TC): Método de imagem considerado preciso e confiável para quantificar o tecido adiposo subcutâneo e em especial o intra-abdominal. 
Ressonância magnética (RNM): 
Método não invasivo e não expõe o paciente à radiação, pode também ser utilizado para diagnóstico e acompanhamento da gordura visceral em paciente com alto risco e que estejam em tratamento para a perda de peso. Porém, por ter alto custo, dificulta a possibilidade de seu uso na rotina do tratamento da doença. 
Relação circunferência abdominal-quadril (RCQ): 
Inicialmente, era a medida mais comumente usada para obesidade. Contudo, em 1990, foi reconhecido que isto pode ser menos válido como uma medida relativa, com diminuição da medida do quadril, após perda de peso. É considerada a RCQ como um dos critérios para caracterizar a síndrome metabólica, com um valor de corte de 0,90 para homens e 0,85 para mulheres. No Brasil, a relação circunferência abdominal-quadril também mostrou estar associada a risco de comorbidades. 
Medida da circunferência abdominal: Evidencia melhor o conteúdo de gordura visceral que a relação circunferência abdominal- abdominal-quadril e tendo também 
grande associação com a gordura corporal total. 
Critérios clínicos e antropométricos na avaliação da obesidade na infância 
Os índices antropométricos mais amplamente usados, recomendados pela OMS e adotados pelo Ministério da Saúde na avaliação do estado nutricional de crianças e adolescentes, são: 
A avaliação do peso para idade, que expressa a relação existente entre a massa corporal e a idade cronológica da criança. 
É o índice utilizado na avaliação do estado nutricional, contemplado na Caderneta de Saúde da Criança, principalmente na avaliação do baixo peso. É muito adequada para o acompanhamento do ganho de peso e reflete a situação global da criança, mas não diferencia o comprometimento nutricional atual (ou agudo) dos pregressos (ou crônicos). Por isso, é importante complementar essa avaliação com outro índice antropométrico. 23
2.5 DESCREVER UMA DIETA SAUDÁVEL E OS ERROS ALIMENTARES;
Uma dieta saudável é um padrão de alimentação que sustenta melhor a saúde física, mental e emocional. Inclui opções alimentares variadas e equilibradas que atendem às necessidades de nutrientes e energia.
Dentre as características de uma alimentação saudável podemos citar o respeito e valorização as práticas alimentares culturalmente identificadas; a garantia do acesso, sabor e custo acessível; variada de forma a contemplar diversos tipos de alimentos que forneçam diferentes tipos de nutrientes; colorida, com legumes, verduras, frutas e tubérculos, garantindo uma maior variedade de vitaminas e minerais; Harmoniosa e segura.
Dessa forma, é indicado que uma dieta saudável seja composta por pelo menos 3 refeições e 2 lanches. Refeições que incluam porções de cereais, tubérculos, legumes. Para realidade Brasileira é recomendado a combinação de feijão com arroz. É recomendado o consuma diariamente 3 porções de leite e derivados e 1 porção de carnes, aves, peixes ou ovos. O uso de no máximo 1 porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina. Também é indicado reduzir a quantidade de sal, o uso de refrigerantes ou sucos industrializados e uma ingesta hídrica de pelo menos 2 litros/dia.
Quanto a erros alimentares, podemos citar: não ter horário fixo para alimentar; consumo excessivo de alimentos industrializados, gordurosos; realização de dietas que não contemplem uma alimentação saudável e diversificada; jejum prolongado; realizar poucas refeições durante o dia e em grande volume
2.6 Descrever as complicações médicas da obesidade
	
	As comorbidades endócrinas incluem intolerância à glicose (pré-diabetes), diabetes melitus, hiperandrogenismo em meninas e anormalidades do crescimento devido à resistência à insulina. Crianças obesas apresentam alterações no metabolismo da glicose como resistência à insulina, hiperinsulinemia e intolerância à glicose, o que pode levar ao diabetes melitus (DM) tipo 2. 
	 Hiperandrogemisno: adolescentes do sexo feminino com obesidade estão em risco para desenvolver hiperandrogenismo e síndrome dos ovários policísticos (SOPS). A SOPS inclui uma variedade de anormalidades clínicas, como hirsutismo, irregularidades menstruais, acantose nigricans, acne e seborreia. Meninas obesas habitualmente tem a menarca antes dos 10 anos de idade.
	A síndrome metabólica é um termo utilizado para descrever alterações que são consideradas fatores de risco metabólicos relacionados com DM tipo 2 e aterosclerose em adultos: obesidade abdominal, hiperglicemia, dislipidemia e hipertensão arterial sistêmica (HAS).
	A presença de obesidade em crianças e adolescentes está associada com diversas alterações cardiovasculares que, por sua vez, estão associadas com maior risco de doença cardiovascular na fase adulta de vida. O risco da ocorrência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) é aumentado na presença de obesidade, e este risco aumenta com a gravidade da obesidade. A fisiopatologia da HAS nesse grupo depende de três mecanismos: resistência à insulina, hiperatividade do sistema nervoso simpático e alterações de funções e estruturas vasculares.
	A dislipidemia relacionada com a obesidade é caracterizada pelo aumento dos níveis de triglicerídeos, queda dos níveis de colesterol HDL e composição anormal do colesterol LDL. Além disso, o aumento do triglicerídeos e ácido graxos livres circulantes contribuem para o acúmulo de gordura no fígado, podendo levar esteato-hepatite não alcoólica.
	Já no aparelho respiratório têm-se duas principais complicações: apneia obstrutiva do sono – descrita como uma completa obstrução das vias aéreas superiores durante o sono e faz com que os movimentos respiratórios parem, exceto se ocorrer grande esforço respiratório. Existe alguma evidência que o encurtamento do sono ou sua fragmentação leve à obesidade, e que apneia obstrutiva do sono esteja associada com menor sensibilidade à insulina em adolescentes, independente da obesidade; asma – a obesidade também está relacionada com a presença de asma, especialmente em crianças não atópicas. A gênese parece ser o estado inflamado do obeso. 
A obesidade afeta o aparelho locomotor, tanto de forma estrutural como funcional. O tecido ósseo remodela-se de acordo com a carga exercida sobre ele; portanto, durante a infância como os ossos são mais flexíveis são mais tolerantes à deformação plástica e menos resistentes à compressão. Quando há um aumento da sobrecarga, os indivíduos em fase de crescimento são mais susceptíveis às deformações. Essas deformações incluem:
1. Dor musculoesquelética;
1. Fraturas;
1. Dores nos joelhos;
1. Joelhos geno-valgo;
1. Epifisiólise proximal do fêmur.
A abordagem psicossocial para a obesidade durante a infância depende de diversos fatores, e fica a dever do médico e de sua equipe investiga-los e corrigi-los, se necessário. É importante diferenciar a fome fisiológica da fome por compulsão, bem como fomeemocional. Com isso é necessário também investigar acerca das refeições familiares, e não apenas do paciente, sendo sabido que o primeiro passo para a dieta ocorrer bem é que toda a família se reeduque. Por fim, é necessário investigar o paciente psicologicamente afim de encontrar, se existente, fatores que falem a favor de diagnósticos de transtornos mentais (depressão, ansiedade) e/ou transtornos mentais alimentares.
 2.7. Descrever os aspectos psicossociais envolvidos (autoestima, bullying) 
A saúde mental na obesidade vem sendo discutida quanto à bidirecionalidade entre o adoecimento mental e esta enfermidade crônica não transmissível. Entende-se que a fisiopatologia da obesidade incorpora um processo de adoecimento biopsicossocial em que estados emocionais, hábitos de vida e experiências traumáticas, por exemplo, interagem com as composições genéticas, desregulando os sistemas neuroimunoendócrinos
Ademais, A obesidade infanto-juvenil traz diversas implicações psicossociais à vida do indivíduo, podendo comprometer sua saúde psicológica e social. Esta condição se coloca enquanto um fator de risco que afeta a autoestima, em função da estigmatização, da dificuldade de aceitação da autoimagem corporal, do sentimento de fracasso, de inferioridade e da vivência do bullying.
Dessa maneira deve- se considerar relevante a realização de pesquisas que viabilizem a participação de amostras maiores de crianças e adolescentes, além de maior contribuição da Psicologia para o devido manejo, prevenção e tratamento desses indivíduos.
2.8.Discutir o tratamento multidisciplinar da obesidade infantil
 
Uma vez instalada a obesidade infantil, o caráter multifatorial da doença demanda intervenção interdisciplinar em seu tratamento, o que inclui a participação de equipe multiprofissional para realizar estratégias de atuação terapêutica, proporcionando abordagem integral do paciente.
É fato que existe uma complexidade da reformulação dos hábitos alimentares, e a necessidade da construção de estratégias em conjunto com o paciente, a fim de que esse seja capaz de compreender a necessidade e a importância do problema.
 O atendimento segue a seguinte rotina: enfermagem e farmácia executam a triagem inicial, por meio de um questionário sobre o estado de saúde, desde o nascimento, e realizam antropometria (peso, estatura, circunferência abdominal e pressão arterial). Em seguida, o paciente é atendido pela assistente social, que aborda os aspectos socioeconômicos em consulta única. Ao serviço de endocrinologia compete a avaliação do estado clínico geral, a solicitação dos exames laboratoriais e da bioimpedância, além das orientações básicas sobre a alimentação e prática de atividade física. O nutricionista avalia os hábitos alimentares e prescreve as mudanças necessárias, e o preparador físico disponibiliza um programa de atividade física. Alguns casos específicos também são encaminhados para a psicóloga, como pacientes que relatam ser ansiosos ou impulsivos.
2.9. Descrever a prevenção e tratamento da obesidade como medidas de saúde pública O enfrentamento da obesidade pelo poder público no Brasil foi historicamente vinculado ao setor saúde e recentemente vem sendo reconfigurado a partir de novas abordagens protagonizadas por instâncias do SISAN. Destacam-se inflexões ao longo dessa trajetória. A primeira refere-se ao contexto em que a subnutrição e a fome eram o principal foco de intervenção, dando lugar a um crescente reconhecimento, principalmente a partir dos anos 1990, da obesidade como problema prioritário de saúde pública, justificado por estudos epidemiológicos que indicavam aumento expressivo da sua prevalência e associação com DCNT.
A Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade norteia as ações do governo brasileiro e tem por objetivo promover a reflexão e fomentar a implementação da Estratégia pelos diversos setores que compõe a Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar (CAISAN), tanto em nível federal quanto estadual, ratificando a necessidade de elaboração de diretrizes para o enfrentamento deste cenário epidemiológico, configurado como um problema social com dimensões morais e repercussões na saúde e na qualidade de vida do indivíduo. A Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade: recomendações para estados e municípios tem por objetivo orientar estados e municípios na articulação de ações intersetoriais locais com o intuito de prevenir e controlar a obesidade na população, sendo pautada em seis grandes eixos de ação:
1. Disponibilidade e acesso a alimentos adequados e saudáveis;
1. Ações de educação, comunicação e informação;
1. Promoção de modos de vida saudáveis em ambientes específicos;
1. Vigilância Alimentar e Nutricional;
1. Atenção integral à saúde do indivíduo com sobrepeso/obesidade na rede de saúde; e
1. Regulação e controle da qualidade e inocuidade de alimentos.
As consultas individuais e atividades em grupo (grupos educativos, de apoio, salas de espera) são as principais ações desenvolvidas que visam o controle e tratamento da obesidade, além de outras atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas, tais como: grupos de caminhada; Programa Academia da Saúde; Programa Saúde na Escola (PSE); ações de promoção da alimentação saudável direcionadas para usuários do Programa Bolsa Família ou em parceria com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).
Segundo os Cadernos de Atenção Básica 12, a abordagem integral do usuário demanda considerar o contexto familiar e social; atuar de forma integrada à vigilância em saúde; identificar situações de risco associadas ao sobrepeso/obesidade, tais como baixa autoestima, questões de gênero, violência, desemprego, uso do álcool, do tabaco e outras drogas.
2.10 Discutir medidas voltadas para o reconhecimento e a prevenção do bullying por educadores 
A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) sugere as seguintes atitudes para um ambiente saudável na escola: conversar com os alunos e escutar atentamente reclamações ou sugestões, estimular os estudantes a informar os casos, reconhecer e valorizar as atitudes dos alunos no combate ao problema, criar com os estudantes regras de disciplina para a classe em coerência com o regimento escolar, estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos e interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do bullying;
A escola não deve ser apenas um local de ensino formal, mas também de formação cidadã, de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade. Dessa forma, agir contra o bullying é uma forma barata e eficiente de diminuir a violência entre estudantes e na sociedade.
Não se trata de estabelecer vítimas e culpados quando o assunto é o bullying. Isso só reforça uma situação polarizada e não ajuda em nada a resolução dos conflitos. Melhor do que apenas culpar um aluno e vitimar o outro é desatar os nós da tensão por meio do diálogo. Esse tipo de abordagem não mostra como o outro se sente ao sofrer bullying. Deve ser sinalizado aos pais que alguns comentários simples, que julgam inofensivos e divertidos, são carregados de ideias preconceituosas. O ideal é que a questão da reparação da violência passe por um acordo conjunto entre os envolvidos, no qual todos consigam enxergar em que ponto o alvo foi agredido para, assim, restaurar a relação de respeito.
Dessa forma, é fundamental a presença do psicólogo escolar/educacional na escola, pois ele irá contribuir para o reconhecimento de comportamentos e atitudes que dificultam as relações interpessoais, que geram conflitos e que podem levar ao aparecimento de atos de violência e agressividade entre os alunos.
19
3. REFERÊNCIAS
RECINE, Elisabetta. Obesidade e Desnutrição. Brasília- DF: Departamento de Nutrição da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (Fs/ Unb) e Área Técnica de Alimentação e Nutrição do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Política de Saúde do Ministérioda Saúde (Dab/Sps/Ms)
Sociedade Brasileira de Pediatria – Departamento de Nutrologia. Manual de Orientação: Obesidade na infância e adolescência. 3ª. Ed. – São Paulo: SBP. 2019. 236 p.
MELLO, E. D. DE; LUFT, V. C.; MEYER, F. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Jornal de Pediatria, v. 80, n. 3, p. 173–182, 15 maio 2004. 
 SILVA, Maria José. Obesidade Infantil Desafia Pais e Gestores. Secretaria de Saúde: Governo do Estado de Goiás, Goiânia, v. 01, n. 01, p. 01-03, 11 out. 2019. Anual. Disponível em: https://www.saude.go.gov.br/noticias/81-obesidade-infantil-desafia-
BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Alimentação saudável. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/alimentacao-saudavel/. Acesso em: 28 ago. 2021.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia Obesidade na infância e adolescência. Manual de Orientação. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. 3ª. Ed. – São Paulo: SBP. 2019.
Andrade, T. D. M., Moraes, D. E. B. D., & Ancona-Lopez, F. (2014). Problemas Psicológicos e Psicodinâmicos de crianças e adolescentes obesos: relato de pesquisa. Psicologia: Ciência e Profissão, 34, 126-141. doi: 10.1590/S1414-98932014000100010.
Faustino EB, Azevedo EB, Silva PC, Sales S, Barros W. Diabetes melittus: busca ativa em portadores de obesidade. Cogitare enferm. 2011;16(1): 110-15. 
 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Obesidade. Cadernos de Atenção Básica, n. 12 Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília; 2006.
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica Diretrizes brasileiras de obesidade 2016 / ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. – 4.ed. - São Paulo, SP
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde: Portaria nº 687 MS/GM, de 30/3/2006. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pdf>. 
Decreto Presidencial nº. 6.286, de 5 de dezembro de 2007. Institui o Programa Saúde na Escola e da outras providências. Brasília, 2007. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6286.htm>.

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