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LÍQUIDO AMNIÓTICOLÍQUIDO AMNIÓTICO placenta e cordão umbilical Gabriela BritoS5- GO O líquido amniótico é o líquido que o bebê fica "boiando", a placenta é um tecido carnoso que faz a ligação do feto com a mãe através do cordão umbilical que é por onde passam os nutrientes da mãe para o feto. Quando ocorre gravidez, sobe a progesterona e o hCG, que vão contribuir na formação da placenta e o endométrio não se descama. O endométrio, durante a gestação, se transforma em decídua, devido algumas características que são modificadas. A decídua tem algumas camadas que fornece a contribuição materna junto com o trofoblasto, que é a contribuição ovular, para a formação da placenta. Placenta Tem diversas funções, como trocas gasosas e transporte de nutrientes entre a mãe e o feto, excreção de metabólitos e produção de hormônios, proteínas e enzimas. S5- GO Gabriela Brito A placenta tem função de pulmão, rins, TGI, fígado e glândula suprar- renal. As principais funções da placenta normal são: - Modulação imunológica; - Reserva energética fetal; - Difusão facilitada de glicose; - Ultrafiltração de sódio; - Transporte de vitaminas; - Excreção de catabólitos do feto; - Solução de continuidade placen- tária (permite a passagem de algumas substâncias, como mole- culas menores- no fim da gestação costuma ser mais permeável); Estrógeno e progesterona são produzidos pela placenta, HCG, lactogênio placentário, ocitocina, vasopressina. A) Estrogênios B) Progesterona C) HCG D) FSH Qual dos hormônios abaixo relaciona- dos não é produzido pela placenta? Formação da placenta O óvulo fecundado vai se transformar em blastocisto e vai ocorrer o processo de implantação e vai entrar no endotélio, onde vai surgir a formação da placenta. O blastocisto, por meio do trofo- blasto, vai invadir o endométrio para formar a placenta. O trofoblasto ancora o blastocisto no endométrio. Ocorre a invasão do endométrio pelo sincício trofoblasto e forma lacunas vasculares. S5- GO Gabriela Brito No início da gravidez, as artérias retas e espiraladas ficam mais dilatadas. O trofoblasto invade a parede desses vasos, e ao longo da gestação, as artérias vão ficar mais dilatadas e menos tortuosas, no intuito de facilitar a passagem de sangue. O trofoblasto invade a A. espiralada remodulando a estrutura músculo elástica e diminui a resistência vas- cular. Invasão trofoblástica 1ª Onda: Ocorre no primeiro trimestre (> 8 semanas) e alcança só a decídua. 2ª Onda: Mais tardia (>14 semanas) e alcança a junção miometrial. A invasão trofoblástica ocorre em 2 momentos. No primeiro momento, pega só a decídua e no segundo momento, há invasão da artéria na porção miometrial. 1. 2. Por volta de 18 semanas, espera-se que o trofoblasto já esteja incorporado na parede do vaso. Na gravidez normal a invasão trofoblástica tem que chegar até a camada do miométrio. Em uma mulher não grávida, a artéria espiralada se encontra bem tortuosa e mais estreita. As artérias útero-placentárias tem baixa resistência vascular para permitir um alto fluxo. Em uma invasão trofoblástica ineficiente, onde o trofoblasto invade somente a decídua, haverá alta resistência , não promovendo um bom fluxo para o bebê, podendo causar restrição de crescimento fetal, insuficiência pla- S5- GO Gabriela Brito centária e risco de desenvolver pré- eclâmpsia. Placenta normal Tem cerca de 500g e 22cm de diâmetros. Apresenta a face materna (se insere na mãe e se confunde com a decídua) e a face fetal (em contato com o feto). Se implanta no corpo uterino na maioria dos casos e não pode se implantar muito perto do colo (prévia ou de inserção baixa), pois é por onde o bebê irá sair na hora do parto. Espessura aumentada: No ultrassom, é possível medir a espessura da placenta. 3-4cm no 2º trimestre e < 6cm no 3º trimestre. Tem como principais causas diabetes, hidropsia fetal (anasarca), Espessura reduzida: infecções e cromossomopatias. Tem como principais causas CIUR (restrição de crescimento fetal intrauterino) e cromossomopatias. Classificação de Grannum Grau 0: Grau 1: Grau 2: Grau 3: Sem calcificações. Calcificações finais. Calcificações indentadas e retas, que não ultrapassam toda a espessura placentária. Calcificações mais espessas, arredondadas, que circundam os cotilédones placentários. Vaso calcificado --> Fluxo reduzido S5- GO Gabriela Brito US com classificação de grannum Cordão umbilical No cordão umbilical, a veia quem transporta o sangue oxigenado para o feto e as artérias transportam o sangue venoso. Apresenta 2 artérias e 1 veia que são cobertas por tecido conjuntivo. Cordão umbilical visto no ultrassom. É visível as duas artérias no US da direita. Artérias- Levam sangue pobre em oxigênio em direção à placenta. Ramos das artérias ilíacas fetais. Veia- Leva o sangue oxigenado para o feto. Raiz da veia cava inferior. Comprimento do cordão Entre 40 e 70cm de comprimento. Não pode ser nem tão curto, se não o bebê não consegue se movimentar e tem risco de arrancar a placenta, e nem tão longo para o bebê não se enrolar no cordão. Curto- < 32 cm Longo- > 100 cm (mais compli- cações) Inserção do cordão A inserção normal do cordão umbilical é no centro da placenta. Inserção velamentosa- Não é no centro da placenta, não tem tecido conjuntivo envolvendo os vasos, podendo os mesmos se romperem. S5- GO Gabriela Brito Inserção marginal do cordão ARTÉRIA UMBILICAL ÚNICA Ocorre em 1: 100 gestações, é mais comum em gemelares, associada a alterações cromossômicas (T13 e T18) e à má formações como cardiopatias, SNC e doenças renais (20%). Em 10% dos casos, ocorre CIUR (restrição de crescimento fetal). O fluxo só passa em 1 dos lados da bexiga. Líquido aminiótico Tem como funções principais: -Proteção mecânica (airbag); -Movimento fetal/desenvolvimento neuromuscular; -Desenvolvimento pulmonar; -Prevenir adesões entre o concep- to e o âmnio; Quantidade baixa de líquido é bastante preocupante. É produzido de forma diferente ao longo da gestação. A produção de líquido amniótico no 1º trimestre atravessa a membrana amniótica por difusão e também há uma troca com a pele fetal por ainda não ser querati- nizada. Após 16-17 semanas, começa a haver produção urinária. o bebê deglute esse líquido com urina e tem início da absorção intestinal. A partir de 20 semanas, há início de produção e reabsorção alveolar. O líquido amniótico tem um balanço diário (equilíbrio produção- absorção), é composto de água (98-99%) e solutos (variam com a S5- GO Gabriela Brito gestação), funciona como uma ava- liação indireta da função placentária e balanço hidroeletrolí- tico materno e fetal. Osmolaridade reduz com a idade gestacional (líquido fica mais concentrado). Sistema amniótico Alterações do líquido amniótico indicam processos patológicos. Baixa deglutição (várias causas)- aumento do líquido. A formação do líquido amniótico consiste em um equilíbrio entre a produção e a reabsorção. A produção ocorre pela urina e líquido pulmonar (muito pouco) e a reabsorção ocorre pela deglutição. Equilíbrio entre urina e deglutição AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DO LÍQUIDO AMNIÓTICO Hipoplasia renal- Diminui; Atresia de esofago- Aumenta; Insufic. placentária- Diminui; Diab. gestacional- Aumenta; Mega bexiga fetal (obstrução)- Diminui; Anencefalia- Aumenta; Alterações do vol.ume do líquido amniótico Ao exame físico é possível saber se o volume do líquido amniótico está aumentado ou reduzido pela altura do fundo uterino para a idade gestacional. Quando aumentado, a mulher costuma sentir falta de ar. O líquido amniótico representa a integração dos sistemas materno, fetal e anexial e é um marcador da homeostase e da saúde da gestação. Avaliação do volume do líquido-- Ultrassonografia. 12 semanas--> Fundo uterino na sínfisepúbica 20 semanas--> Cicatriz umbilical A partir de 24 semanas iguala o tempo com a altura (24cm). S5- GO Gabriela Brito O fundo uterino está reduzido ou por ter pouco líquido amniótico ou o bebê é pequeno para a idade gestacional.O fundo uterino está elevado ou por ter aumento do líquido amniótico ou o bebê é grande para a idade gestacional. O líquido é observado ao redor do feto pelo US. Abaixo de 24 semanas é uma avaliação subjetiva, depois desse período avalia o índice de líquido amniótico ou maior bolsão de líquido amniótico ÍNDICE DE LÍQUIDO AMNIÓTICO Divide o abdome em 4 quadrantes, verifica onde tem mais líquido em cada quadrante e faz uma medida dessa altura de líquido. O ILA é a soma da altura do líquido dos 4 quadrantes, sendo o valor normal entre 80 e 180mm. MAIOR BOLSÃO Dentro desses 4 quadrantes, pega- se o que tem o maior bolsão e verifica sua medida. O valor normal para o maior bolsão é entre 2 e 8cm. Não necessário ajustar para idade gestacional. Oligodramnia Causas: Maior bolsão < 2cm ou ILA < 50mm é o líquido amniótico reduzido. Patologias fetais (RCIU, nefropatias e cromossomopatias). Patologias maternas (síndromes hipertensivas, SAAF, colagenoses, vasculopatia diabética, hipovolemia, drogadição). Patologias placentárias (Descola- mento placentário, STFF). Ruptura ante parto das membranas ovulares. Pós datismo. Idiopático. S5- GO Gabriela Brito Manejo: < 17 semanas --> doença placentária grave > 17 semanas --> Ramo e malformação gastro-urinário fetal 3º trimestre --> Insuficiência útero-placentária e ramo Investigar: - RAMO (exame especular); - Mal formações (USG); - Insuficiência uteroplacentária (doppler); Avaliar mal forma- ção, ver se tem as 2 artérias, etc. Verificar se a placenta está funcionando bem, verifica o fluxo placen- tário São causas de oligodramnio todas as abaixo relacionadas, EXCETO: A) Malformações do tubo digestivo. B) Hipoperfusão placentária (asso- ciada à hipertensão arterial, RCIU). C) Gestação em fase de pós- datismo. D) Agenesia de vias excretoras renais. Paciente (G2 P1 A0) comparece ao atendimento pré-natal na 22a semana de gravidez, assintomática, com laudo de exame ultrassonográfico morfológico revelando: feto único, longitudinal, pélvico, BCF = 132bpm; placenta corporal anterior grau 0 de maturação; índice de líquido amniótico = 0,8cm e maior bolsão vertical = 0,5cm; bexiga fetal aumentada de volume, com imagem “em raquete”, associada a hidronefrose bilateral severa; restante da morfologia aparentemente sem alterações; peso fetal no percentil 38 para idade gestacional; dopplerfluxometria de artéria umbilical normal para idade gestacional. Diante desse quadro, uma das complicações que pode ser encontrada é: A) Hipoplasia pulmonar fetal. B) Retenção placentária. C) Prolapso de cordão. D) Corioamnionite. próxima aula Polidrâmnio Causas: Manejo: É quando o maior bolsão está > 8cm e o ILA > 240mm. 50% são idiopáticas. Maternas- Diabetes. Fetais- Mal formações fetais, gesta- ção múltipla, hidropsia fetal imune e não-imune (doença hemolítica) e infecções congênitas (TORCHES). Fazer uma conduta individualizada com rastreio de diabetes, mal formações (USG) e infecções congênitas (sorologias). S5- GO Gabriela Brito Considere as condições feto-anexiais usualmente associadas ao polidrâmnio. I.atresia de esôfago; II.doença hemolítica perinatal; III.corangioma, placenta circunvalada; IV.placenta prévia, atresia uretral. São verdadeiras apenas as que se veem apresentadas em: A) I e II B) I, II e III C) II e IV D) I, III e IV E) III e IV J.S. de 33 anos, G4 P2 A1. Um aborto espontâneo e um óbito neonatal sem causa esclarecida. Encontra-se com 34 semanas de idade gestacional. Apresenta altura uterina = 42 cm. Quais as prováveis ocorrências relacionadas a esta altura uterina? A)Polidrâmnio e macrossomia. B)Malformação fetal e centralização fetal. C)Amniorexe e malformação fetal. D)Insuficiência placentária e ma- crossomia.
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