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Gabarito8ano_Português_Módulo4

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Prévia do material em texto

Olhe atentamente a imagem, observando cada detalhe, e faça as atividades 1 a 4.
1 Explique por que se trata de uma crônica visual.
Espera-se que os alunos percebam que se trata de uma crônica visual porque registra, por meio de imagem, uma situação
 cotidiana e a problemática que a envolve, assumindo uma postura crítica segundo o ponto de vista do autor.
2 Ter conhecimento prévio sobre o assunto abordado no texto auxilia a compreensão do conteúdo. 
É possível relacionar essa crônica a experiências próprias, conhecimentos do mundo ou mesmo 
de outras leituras. Que situação cotidiana é registrada na imagem em estudo? É possível afirmar 
que o autor assume uma postura crítica? Por quê?
Registra-se, na imagem, o problema do transporte público no Rio de Janeiro. É comum os passageiros passarem de uma 
a duas horas esperando a condução chegar e há longas filas de espera. Além da falta de ônibus, a circulação de coletivos 
é reduzida nos fins de semana. O transporte passa superlotado, as pessoas viajam espremidas e muitas arriscam a vida 
pendurando-se nas janelas e portas para não chegarem atrasadas aos seus destinos. Logo, pode-se afirmar que o autor 
assume postura crítica ao registrar essa problemática na cidade do Rio de Janeiro e o descaso com o povo.
Observe a pintura de Maxwell Alexandre, artista carioca contemporâneo.
ALEXANDRE, Maxwell. Sem título, da série 
Caravelas de Hoje, 2018. Látex, graxa, 
betume, carvão e acrílica sobre tela, 
125 3 192 cm.
Maxwell Alexandre nasceu no Rio de Janeiro, em 
1990. Morador da Rocinha, estrutura sua poética 
em cenas observadas e vivenciadas no cotidiano 
local, criando pinturas em grande formato sobre 
diferentes suportes, como portas e lonas.
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3 Crie uma representação verbal do acontecimento registrado na tela de Maxwell a fim de forta-
lecer a habilidade de compreensão da imagem. Elabore três períodos com os termos essenciais 
da oração (sujeito e predicado) que revelem as ideias mais importantes dessa crônica visual. 
Apresente um predicado verbal, um nominal e outro verbo-nominal.
Respostas possíveis: O transporte do Rio de Janeiro é uma vergonha. (nominal)/Os passageiros esperam muito tempo 
pelo transporte público. (verbal)/Os passageiros viajam cansados. (verbo-nominal).
4 Exponha seus pensamentos por meio de um resumo. Verbalize o que você pensa a respeito do 
que visualizou nessa imagem. Lembre-se de relacionar as palavras e combiná-las entre si, esta-
belecendo uma relação lógica nas frases e, consequentemente, no discurso.
Resposta pessoal.
PARA CONCLUIR
Neste módulo, estudamos o predicado, termo fundamental da oração que fornece informações 
sobre o sujeito. Recordamos ainda alguns recursos que tornam a linguagem mais expressiva e dão 
novos sentidos a palavras e expressões, com a intenção de enriquecer o texto.
PRATICANDO O APRENDIZADO
A crônica é um gênero textual que se caracteriza por 
abordar temas de interesse social e comentar episódios da 
vida, em linguagem coloquial, com períodos curtos e obje-
tivos. Leia a crônica a seguir, para fazer as atividades 1 a 8. 
Grande Edgar
Já deve ter acontecido com você.
— Não está se lembrando de mim?
Você não está se lembrando dele. Procura, freneticamente, em 
todas as fichas armazenadas na memória o rosto dele e o nome 
correspondente, e não encontra. E não há tempo para procurar 
no arquivo desativado. Ele está ali, na sua frente, sorrindo, os olhos 
iluminados, antecipando sua resposta. Lembra ou não lembra?
Neste ponto, você tem uma escolha. Há três caminhos a 
seguir.
Um, curto, grosso e sincero.
— Não.
Você não está se lembrando dele e não tem por que esconder 
isso. O “Não” seco pode até insinuar uma reprimenda à pergunta. 
Não se faz uma pergunta assim, potencialmente embaraçosa, a 
ninguém, meu caro. Pelo menos entre pessoas educadas. Você 
deveria ter vergonha. Passe bem. Não me lembro de você e mes-
mo que lembrasse não diria. Passe bem. Outro 
caminho, menos honesto mas igualmente ra-
zoável, é o da dissimulação.
— Não me diga. Você é o... o...
Dissimula•‹o: 
fingimento, 
disfarce.
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“Não me diga”, no caso, quer dizer “Me diga, me diga”. Você 
conta com a piedade dele e sabe que cedo ou tarde ele se identifi-
cará, para acabar com sua agonia. Ou você pode dizer algo como:
— Desculpe, deve ser a velhice, mas...
Este também é um apelo à piedade. Significa “não tortu-
ra um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!”. É uma 
maneira simpática de você dizer que não tem a menor ideia 
de quem ele é, mas que isso não se deve a insignificância dele 
e sim a uma deficiência de neurônios sua.
E há um terceiro caminho. O menos racional e recomen-
dável. O que leva à tragédia e à ruína. E o que, naturalmente, 
você escolhe.
— Claro que estou me lembrando de você!
Você não quer magoá-lo, é isso! Há provas estatísticas de 
que o desejo de não magoar os outros está na origem da maio-
ria dos desastres sociais, mas você não quer que ele pense que 
passou pela sua vida sem deixar um vestígio sequer. E, mesmo, 
depois de dizer a frase não há como recuar. Você pulou no 
abismo. Seja o que Deus quiser. Você ainda arremata:
— Há quanto tempo!
Agora tudo dependerá da reação dele. Se for um calhorda, 
ele o desafiará.
— Então me diga quem sou.
Neste caso você não tem outra saída senão simular um 
ataque cardíaco e esperar, e falsamente desacordado, que a 
ambulância venha salvá-lo. Mas ele pode ser misericordioso 
e dizer apenas:
— Pois é.
Ou:
— Bota tempo nisso.
Você ganhou tempo para pesquisar melhor a memória. 
Quem será esse cara, meu Deus? Enquanto resgata caixotes 
com fichas antigas no meio da poeira e das teias de aranha do 
fundo do cérebro, o mantém à distância com frases neutras 
como jabs verbais.
— Como cê tem passado?
— Bem, bem. 
— Parece mentira.
— Puxa.
(Um colega da escola. Do serviço militar. Será um parente? 
Quem é esse cara, meu Deus?)
Ele está falando:
— Pensei que você não fosse me reconhecer...
— O que é isso?!
— Não, porque a gente às vezes se decepciona com as 
pessoas.
— E eu ia esquecer de você? Logo você?
— As pessoas mudam. Sei lá.
— Que ideia. (é o Ademar! Não, o Ademar já morreu. Você 
foi ao enterro dele. O... o... como era o nome dele? Tinha uma 
perna mecânica. Rezende! Mas como saber se ele tem uma per-
na mecânica? Você pode chutá-lo amigavelmente. E se chutar 
a perna boa? Chuta as duas. “Que bom encontrar você!” e paf, 
chuta uma perna. “Que saudade!” e paf, chuta a outra. Quem 
é esse cara?)
— É incrível como a gente perde contato.
— É mesmo.
Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momen-
tos deve-se ser audacioso.
— Cê tem visto alguém da velha turma?
— Só o Pontes.
— Velho Pontes! (Pontes. Você conhece algum Pontes? Pelo 
menos agora tem um nome com o qual trabalhar. Uma segunda 
ficha para localizar no sótão. Pontes, Pontes...)
— Lembra do Croarê?
— Claro!
— Esse eu também encontro, às vezes, no tiro ao alvo.
— Velho Croarê. (Croarê. Tiro ao alvo. Você não conhece 
nenhum Croarê e nunca fez tiro ao alvo. 
É inútil. As pistas não estão ajudando. 
Você decide esquecer toda cautela e 
partir para um lance decisivo. Um lance 
de desespero. O último, antes de apelar 
para o enfarte.)
— Rezende...
— Quem?
Não é ele. Pelo menos isto está es-
clarecido.
— Não tinha um Rezende na turma?
— Não me lembro.
— Devo estar confundindo.
Silêncio. Você sente que está prestes a ser desmascarado.
Ele fala:
Jab: no boxe 
e em algumas 
artes marciais, 
tipo de soco que 
se caracteriza 
por um impulso 
frontaldo punho 
até que o braço 
esteja totalmente 
estendido.
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— Sabe que a Ritinha casou?
— Não!
— Casou.
— Com quem?
— Acho que você não conheceu. O Bituca. (Você aban-
donou todos os escrúpulos. Ao diabo com a cautela. Já que 
o vexame é inevitável, que ele seja total, arrasador. Você está 
tomado por uma espécie de euforia terminal. De delírio do 
abismo. Como que não conhece o Bituca?)
— Claro que conheci! Velho Bituca...
— Pois casaram.
É a sua chance. É a saída. Você passou ao ataque.
— E não avisou nada?
— Bem...
— Não. Espera um pouquinho. Todas essas coisas aconte-
cendo, a Ritinha casando com o Bituca, o Croarê dando tiro, e 
ninguém me avisa nada?
— É que a gente perdeu contato e...
— Mas meu nome tá na lista meu querido. Era só dar um 
telefonema. Mandar um convite.
— É...
— E você acha que eu ainda não vou reconhecer você. 
Vocês é que se esqueceram de mim.
— Desculpe, Edgar. É que...
— Não desculpo não. Você tem razão. As pessoas mudam. 
(Edgar. Ele chamou você de Edgar. Você não se chama Edgar. 
Ele confundiu você com outro. Ele também não tem a míni-
ma ideia de quem você é. O melhor é acabar logo com isso. 
Aproveitar que ele está na defensiva. Olhar o relógio e fazer 
cara de “Já?!”)
— Tenho que ir. Olha, foi bom ver você, viu?
— Certo, Edgar. E desculpe, hein?
— O que é isso? Precisamos nos ver mais seguido.
— Isso.
— Reunir a velha turma.
— Certo.
— E olha, quando falar com a Ritinha e o Manuca...
— Bituca.
— E o Bituca, diz que eu mandei um beijo. Tchau, hein?
— Tchau, Edgar!
Ao se afastar, você ainda ouve, satisfeito, ele dizer “Grande 
Edgar”. Mas jura que é a última vez que fará isso. Na próxima 
vez que alguém lhe perguntar “Você está me reconhecendo?” 
não dirá nem não. Sairá correndo.
VERISSIMO, Luis Fernando. As mentiras que os homens contam. 
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 
Luis Fernando Verissimo nasceu em Porto Alegre, em 
1936. É cronista, contista, cartunista, jornalista e músico. 
Suas produções se destacam pelo humor inteligente e pelo 
uso da linguagem mais informal. Trata-se de um dos escri-
tores mais populares no Brasil.
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1 Releia o quarto parágrafo e faça o que se pede.
a) Copie-o nas linhas abaixo. Em seguida, identifique 
seu predicado e classifique-o.
Neste ponto, você tem uma escolha. Predicado: Neste ponto, 
tem uma escolha. Classificação: verbal.
b) Agora, destaque o núcleo desse predicado.
O núcleo é tem.
2 A seguir, são reproduzidas algumas orações do texto. 
Sublinhe o predicado de cada oração, classifique-o e 
copie seu(s) núcleo(s).
a) Você pulou no abismo.
Predicado: pulou no abismo. Classificação: verbal. Núcleo: pulou.
b) Há quanto tempo!
Predicado: Há quanto tempo! Classificação: verbal. Núcleo: há.
c) As pistas não estão ajudando.
Predicado: não estão ajudando. Classificação: verbal. Núcleo: 
estão ajudando.
d) o vexame é inevitável
Predicado: é inevitável. Classificação: nominal. Núcleo: inevitável.
e) você ainda ouve, satisfeito
Predicado: ainda ouve, satisfeito. Classificação: verbo-nominal. 
Núcleos: ouve; satisfeito.
3 Podemos dizer que, nessa crônica, predomina o uso de 
predicado verbal. Por quê?
O texto é construído por ações e atitudes, o que justifica a 
predominância de predicado verbal.
4 Em que tipo(s) de texto caberia a escolha por outra 
classificação de predicado? Explique.
Textos descritivos, por exemplo, têm predominância de predicados 
nominais, porque seu objetivo é apresentar estados e características 
dos sujeitos.
5 Apresente características do texto que justifiquem classi-
ficá-lo como crônica.
O texto revela um fato do cotidiano, apresenta final inusitado, 
linguagem coloquial, humor, etc.
6 Ao longo da narrativa, o narrador estabelece um diálogo 
com o leitor. Comprove com uma passagem do texto.
“Já deve ter acontecido com você.”; “Você não está se lembrando 
dele.”; “Neste ponto, você tem uma escolha.”; entre outras 
passagens.
7 Retire do texto uma passagem que revele uma opinião 
do narrador.
“Outro caminho, menos honesto mas igualmente razoável, é o da 
dissimulação.”; “É uma maneira simpática de você dizer que não tem a
menor ideia de quem ele é”;“O menos racional e recomendável.”; etc.
8 Identifique a figura de linguagem e apresente o sentido 
dela nas seguintes passagens do texto. 
a) ‘Não me diga’, no caso, quer dizer ‘Me diga, me diga’.
Ironia. O efeito de sentido refere-se à expressão de uma ideia 
contrária à que se manifesta na frase.
b) Significa ‘não tortura um pobre desmemoriado, diga 
logo quem você é!’.
Eufemismo. Há a intenção de suavizar a ideia de “aquele que 
sofre de amnésia”.
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Rinha: briga de galos.
Magia branca: 
ação praticada 
com propósitos de 
elevação espiritual. 
Crista: protuberância 
carnosa na cabeça 
de determinadas 
aves como o galo.
Poliface: algo 
formado por muitas 
faces (ou lados).
Prisma: figura 
geométrica que 
tem dois polígonos 
iguais e paralelos 
como bases e 
paralelogramos 
como faces laterais. 
Barganhar: trocar, 
negociar.
APLICANDO O CONHECIMENTO
Leia o poema reproduzido a seguir, do poeta mineiro 
Cacaso. Em seguida, faça as atividades 1 a 6.
Explicação do amor
O amor em seu próprio corpo
recebe os cacos que lança:
Diálogo de briga ou rinha
em tom de magia branca.
O amor, o dos amantes,
é sangue da cor de crista:
Coagula insensivelmente
nas polifaces de um prisma.
O amor nunca barganha,
que trocar não é seu fraco:
Recebe sempre entornado
como a concha de um prato.
Amor não mata: previne
o que vem depois do susto:
Modela o aço e o braço
que vão suportar o muro.
O amor desconhece amor
sem ter crueza por gosto:
Contempla-se diante do espelho
sem nunca ver o outro rosto.
CACASO. Lero-lero. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
Cacaso (1944-1987) nasceu na cidade de Uberaba, 
em Minas Gerais. Foi poeta, professor universitário e 
ensaísta. Suas poesias retratam muito o panorama cultural 
brasileiro da década de 1970, em meio à ditadura militar. 
Sua obra é marcada pela ironia e pela crítica.
1 Releia o título do poema: Explicação do amor. Que 
intenção ele revela por parte do eu lírico? Os versos do 
poema cumprem essa intenção?
O eu lírico deseja explicar o que é o amor. Sim, os versos cumprem 
essa função.
2 Releia as duas primeiras estrofes do poema e faça o que 
se pede.
a) Observe que o sujeito da primeira oração de cada 
uma dessas estrofes é representado pelo mesmo 
termo: o amor. Entretanto, seus predicados têm 
classificações diferentes. Sublinhe o verbo de cada 
um, classifique o predicado e copie seu núcleo.
Os verbos da primeira oração da primeira e da segunda estrofe 
são, respectivamente, recebe e é. O primeiro predicado (recebe 
os cacos) tem como núcleo a forma verbal recebe; é um 
predicado verbal. O segundo (é sangue da cor de crista) tem 
como núcleo o substantivo sangue; é um predicado nominal.
b) Como você entende a função do predicado do se-
gundo caso da sua resposta à questão anterior?
Espera-se que os alunos, com base na ideia de que o predicado 
em questão é nominal, notem que ele caracteriza o sujeito, 
o amor, aproximando o amor da cor vermelha da crista e das 
possíveis interpretações desses elementos.
3 Releia o início da terceira e da quarta estrofes, também 
com o substantivo amor empregado no início dos versos 
e sendo usado como sujeito de orações, e faça o que 
se pede.
a) Copie a oração inicial de cada estrofe. Indique o pre-
dicado de cada uma e classifique-o.
O amor nunca barganha; predicado verbal: nunca barganha. 
Amornão mata; predicado verbal: não mata.
b) Relacione a ideia de amor expressa nos predicados 
que você indicou no item anterior com os outros 
versos da estrofe a que pertence: o restante de cada 
estrofe confirma ou contraria a ideia expressa na 
oração inicial? Explique.
As estrofes confirmam a ideia expressa nas orações iniciais. 
Espera-se que os alunos observem que, no caso de “O amor 
nunca barganha”, a ideia é que o amor quer tudo para si, por isso 
não troca, não negocia e só recebe; no caso de “Amor não mata”, 
a estrofe procura indicar que o amor sustenta, apoia.
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4 Releia a última estrofe e faça o que se pede.
a) Classifique o predicado presente em “O amor des-
conhece amor”.
Predicado verbal.
b) Nos dois versos finais — “Contempla-se diante do 
espelho / sem nunca ver o outro rosto.” —, de que 
maneira o espelho confirma esse desconhecimento 
do amor? Explique.
É importante que os alunos observem que, para o eu lírico, 
o amor desconhece o amor, não vê o outro rosto no espelho.
5 Releia este verso: “Recebe sempre entornado”.
a) Identifique e classifique seu sujeito.
Sujeito desinencial, indicado pelo verbo na 3ª- pessoa do singular.
b) Classifique seu predicado, destacando seu(s) nú-
cleo(s).
Predicado verbo-nominal. Núcleos: Recebe e entornado.
6 Identifique a(s) figura(s) de linguagem empregada(s) 
em cada trecho.
a) Fale mais alto! Lá da esquina ainda não dá para ouvir. 
Ironia.
b) Sua mulher é desprovida de beleza. 
Eufemismo.
c) Não haveria luz se não fosse a escuridão. 
Antítese.
d) A janelinha fecha
 quando está chovendo
 A janelinha abre 
 se o sol está aparecendo
 Fechou, abriu, 
 fechou, abriu, 
 fechou, abriu, fechou.
 Domínio popular.
Aliteração, assonância e antítese.
DESENVOLVENDO HABILIDADES
Leia a tirinha a seguir para fazer as atividades 1 e 2.
KIRKMAN, Rick; SCOTT, Jeremy. Zóe e Zezé (Baby Blues).
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1 Sobre os termos sintáticos da única fala dessa tirinha, 
assinale a alternativa incorreta.
a) O sujeito é o termo mãe, que introduz a fala.
b) O sujeito é desinencial (eu) e faz referência à menina.
c) O termo mãe não integra nem o sujeito (desinencial 
eu) nem o predicado (a informação que se transmite 
sobre esse sujeito: “não acho minha mochila”).
d) O predicado é verbal e seu núcleo é o verbo de ação 
acho.
e) Há, na fala, apenas uma oração.
2 A linguagem visual nos ajuda a identificar o motivo de 
a menina não encontrar sua mochila. As alternativas a 
seguir apresentam uma descrição desse motivo segui-
da de uma análise do período apresentado. Assinale a 
alternativa incorreta. 
a) Provavelmente a menina havia deixado a mochila 
jogada pela casa e a mãe tropeçou nela. Nesse pe-
ríodo, há dois predicados verbais.
b) A mochila estava no meio da casa e a mãe da menina 
tropeçou nela. Nesse período, há dois predicados 
verbais.
c) Provavelmente a menina havia deixado a mochila 
em qualquer lugar e a mãe tropeçou nela. Nesse 
período, há um predicado nominal e um predicado 
verbal.
d) A mãe chegou apressada e tropeçou na mochila. 
Nesse período, há um predicado verbo-nominal e 
um predicado verbal.
e) Provavelmente a menina é desatenta e deixou a mo-
chila fora de lugar. Nesse período, há um predicado 
nominal e um predicado verbal.
Leia o poema reproduzido a seguir, de Alice Ruiz, para 
fazer as atividades 3 e 4.
na esquina da consolação
com a paulista
me perdi de vista
virei artista
equilibrista
meio mãe
meio menina
meio meia-noite
meio inteira
inteiramente alheia
toda lua cheia
RUIZ, Alice. “[Na esquina...]”. 1988. Disponível em: <www.aliceruiz.mpbnet.com.br/ 
bibliografia/vice.versos/na_esquina.htm>. Acesso em: 1º- ago. 2019.
Alice Ruiz nasceu em Curitiba, em 1946. É poe-
ta, compositora, tradutora e publicitária. Seus 
poemas costumam ser breves, muito líricos e, 
em geral, têm musicalidade marcante.
3 Marque a alternativa correta a respeito das observações 
sobre o verbo virar.
a) No poema, esse verbo é empregado para indicar 
diversas ações do eu lírico.
b) Nesse poema, o verbo virar, explícito no 4º verso, 
indica ação e, implícito nos versos seguintes, intro-
duz características. 
c) O verbo virar é usado como verbo de ligação, pois 
liga predicativos ao sujeito.
d) Na frase “Eu virei a casa toda à procura de meus 
cadernos.”, o verbo virar está empregado em um 
predicado de classificação idêntica à do empregado 
no poema lido. 
e) Com o verbo virar, o eu lírico do poema mostra toda 
a sua transformação, provocada pela lua cheia.
4 Sobre os predicados construídos no poema de Alice 
Ruiz, é correto afirmar que:
a) são dois, sendo um verbal e um nominal. O verbal 
indica que o eu lírico saiu de seu caminho habitual. 
O nominal indica suas mudanças a partir desse mo-
mento.
b) são três, sendo um verbal e os outros dois nominais. 
O verbal indica a confusão do eu lírico. Os nominais 
mostram como ele era antes do fato relatado.
c) apenas um, verbal. Esse predicado indica por onde 
costuma caminhar o eu lírico.
d) são dois, ambos verbais. Os predicados indicam as 
ações cotidianas do eu lírico. 
e) apenas um, nominal. Esse predicado mostra de que 
modo o eu lírico era antes de passar pela avenida 
Paulista com a rua da Consolação.
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