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CONTROLE DE PRAGAS E MOLÉSTIAS – G1 Quando iniciamos a agricultura o o ecossistema natural passou para o estágio de agroecossistema. Este agroecossistema é extremamente frágil do ponto de vista do seu equilibro. Porque? No conceito agrícola devemos ter muitos indivíduos da mesma espécie sobre a mesma área para obtermos produção satisfatória. No sistema natural ocorre o oposto. QUAL A GRANDE QUESTÃO ATUAL? Como produzir alimentos para a população atual e futura sem degradar ainda mais o ambiente, de forma que esta produção seja sustentável ao longo dos anos. O QUE SÃO PRAGAS? Todos agentes bióticos que afetam adversamente a produção de plantas (fungo, bactéria, vírus, nematoide, ácaros, insetos e viróides). O QUE SÃO MOLÉSTIAS? Disfunção de células e tecidos do hospedeiro, resultante da irritação constante por um agente patogênico ou fator ambiental que conduz ao desenvolvimento dos sintomas. CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS HOSPEDEIRO – Doenças que ocorrem em determinadas culturas, ex: arroz. Vantagem: Prático. Desvantagem: Patógenos muito distintos reunidos. PATÓGENO – Natureza do patógeno, define grupos pelos tipos de organismos associados, ex: vírus, bactérias, fungos. Vantagem: Fácil identificação do grupo de organismos associados a doença. Desvantagem: Agrega ao mesmo grupo patógenos que apesar de próximos taxonomicamente, atuam de forma diferente em relação à planta. ORDENAÇÃO DOS AGENTES CAUSAIS DE DOENÇA, SEGUNDO OS GRAUS DE AGRESSIVIDADE, PARASITISMO E ESPECIFICIDADE: Grupo 1 – Podridões de órgãos de reserva. Grupo 2 – Tombamento (damping-off) Grupo 3 – Podridões de raiz e colo Grupo 4 – Doenças vasculares Grupo 5 – Manchas, ferrugens, oídios, míldios Grupo 6 – Carvões, galhas, viroses O QUE DEVEMOS SABER DE UMA DOENÇA PARA CONTROLÁ-LA? Diagnose, sintomalogia, etiologia, epidemiologia e controle. SINTOMALOGIA O QUE É? - Estudo dos sintomas e sinais de doenças de plantas, é extremamente importante para a diagnose, algumas doenças tem sintomas típicos, varias causas podem gerar o mesmo sintoma. O QUE É UM SINTOMA? - Alteração que a planta sofre em decorrência da doença causada por um agente biótico ou abiótico. - Expressão ou a consequência do processo doença provocada por um agente causal. - Reação interna ou externa da planta como resultado de uma doença. O QUE É UM SINAL? - São estruturas do patógeno presentes nos tecidos vegetais infectados ou os odores exalados pelos tecidos doentes. COMO COLETAR, PREPARAR E ENVIAR MATERIAL PARA ANÁLISE FITOPATOLÓGICA PLANTAS DEMONSTRANDO MURCHAMENTO, AMARELECIMENTO OU ENFRAQUECIMENTO GERAL 1. Arrancar as plantas cuidadosamente (não puxa-las) 2. Coletar a planta inteira, incluindo raízes, com torrão de terra em volta. 3. Coletar plantas que apresentem os primeiros sintomas da doença. 4. Coletar amostras de solos e pedaços de raízes em sacos plásticos, bem fechado para evitar a perda de umidade. 5. Árvores grandes, coletar raízes, grandes e pequenas, junto com um torrão de solo, na área da projeção da copa, cobrindo-as com um plástico. CANCROS EM RAMOS E TRONCOS 1. Selecionar espécimes com infecções recentes. 2. Coletar uma parte inteira com o sintoma e, se possível, também uma parte localizada a baixo e uma a cima da infectada. 3. Ramos e galhos mortos, há vários meses, não servem para identificações. MANCHAS FOLIARES 1. Coletar amostras de folhas que mostram sinais iniciais e avançados da infecção. ÓRGÃOS FRÁGEIS 1. Putrefação em frutas frágeis e vegetais necessitam de atenção especial. Evitar aquelas com avançado estado de decomposição. 2. Selecionar espécimes frescos que demonstrem os primeiros sintomas, coloca-los em saco plástico, não adicionar água. Vegetais frágeis e frutas devem ser acondicionados separadamente. Guardar em lugar fresco, até o momento do despacho. OBS. É recomendado o uso de saco plástico devido a melhor conservação do material e para evitar derrames de secreções, etc. ACONDICIONAMENTO E DESPACHO 1. Embrulhar cada espécime em papel resistente, colocar endereço perfeitamente visível (para envio da amostra). 2. Folhas ou pequenas plantas podem ser envolvidas em folhas de jornal. 3. Não colocar endereço e a ficha de identificação junto com o material a ser analisado. 4. Enviar logo após a coleta, se não for possível guardar em geladeira até o momento da remessa. 5. Endereçar para laboratório fitopatológico. 6. Programar chegadas das amostras no laboratório em dias úteis (segundas a sextas feiras). COLETA (MAIOR NÚMERO DE FOLHAS PARA MANIPULAÇÃO DO MATERIAL) 1. Somente folhas com sintomas de uma única doença e sem danos por insetos. 2. Observar tamanho e qualidade. 3. Materiais em avançado estado de decomposição não devem ser coletados pois poderão danificar o restante da amostra. 4. Informar o maior número de informações sobre a cultura em questão. EPIDEMIOLOGIA É a ciência da doença em populações. O princípio básico da epidemiologia é que a quantidade de doença no campo é determinada pelo balanço entre dois processos: infecção e remoção. Quando a infecção for mais intensa que a remoção, a intensidade da doença crescerá rapidamente. Quando a remoção for mais intensa que a infecção, a intensidade da doença deixará de aumentar e pode mesmo diminuir caso o hospedeiro, por exemplo, lance novas folhas. MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE DOENÇAS Incidência – É a frequência (expressa em porcentagem) de plantas doentes ou partes de plantas doentes em uma amostra ou população. Quando a epidemia está em fase inicial, a incidência é um parâmetro satisfatório para avaliar a maioria das doenças. A incidência só pode ser usada para doenças que atacam a planta toda, como viroses sistêmicas, murchas vasculares ou podridão dos frutos. Severidade – É a porcentagem da área ou volume do tecido coberto por sintomas. É o mais apropriado para quantificar doenças foliares, como ferrugem, oídios, míldios e machas. ESCALAS DIAGRAMÁTICAS • São ilustrações de uma série de plantas ou partes delas com sintomas em diferentes níveis de severidade. É atualmente a principal ferramenta para quantificação de doenças a campo. • Problema: pessoas diferentes interpretam diferentemente estas escalas. • Conceitos de ACURÁCIA e PRECISÃO. CURVAS DE PROGRESSO DAS DOENÇAS OBJETIVOS • “plotagem” da proporção de doença x tempo • é a melhor representação de uma epidemia • caracterização das interações entre patógeno e hospedeiro • avaliação de estratégias de controle • previsão de níveis futuros de doença • verificação de simuladores EPIDEMIA Quando um patógeno se dissemina, afetando muitos indivíduos de uma população de plantas numa determinada área e tempo. CICLO DE INFECÇÃO Todos os eventos que ocorrem desde o primeiro contato entre o patógeno e o hospedeiro até a morte da lesão DOENÇAS DE JURO SIMPLES Plantas infectadas durante o ciclo da cultura não servirão de fonte de inoculo para novas infecções durante o mesmo ciclo. Ex: Murcha do algodoeiro. - Velocidade de aumento da doença é proporcional à própria quantidade de doença a cada instante. DOENÇAS DE JUROS COMPOSTOS Plantas infectadas durante o ciclo da cultura servirão de fonte de inoculo para novas infecções durante o mesmo ciclo. Ex: Ferrugem do colmo do trigo. - Velocidade de aumento da doença não tem qualquer relação coma quantidade de doença a cada instante. CONTROLE CULTURAL Práticas agrícolas que visam erradicar ou reduzir a quantidade de inoculo presente em uma determinada área, criando condições desfavoráveis a infecção e desenvolvimento da doença, atuam principalmente na fase de sobrevivência do patógeno. PRINCIPAIS PRÁTICAS DE CONTROLE CULTURAL - Uso de sementes e material propagativo sadio - Eliminação de plantas vivas doentes - Inundação de campos e pomares - Incorporação de matéria orgânica no solo - Fertilização (N, P, K, Ca) - Irrigação - Densidadede plantio - Épocas de plantio e colheita FITOPATOGENOS EM RESTOS CULTURAIS Após a morte da planta cultivada, alguns parasitas continuam a se nutrir dos tecidos mortos, essa fase é denominada saprofitismo. Principalmente patógenos radiculares sobrevivem neste período através da colonização saprofítica de restos de culturas. Ex: no trigo Podridão rosada da espiga. A eliminação dos restos de cultura é fundamental para o controle de viroses, pode ser feita por métodos químicos ou mecânicos, competição e decomposição dos restos culturais incorporados ao solo reduzem a população e sobrevivência dos patógenos. CONTROLE DE FITOPATOGENOS PELA ROTAÇÃO DE CULTURAS Rotação de culturas é o cultivo alternado de espécies vegetais no mesmo local e na mesma época do ano, então na mesma lavoura são cultivadas alternadamente duas espécies ou mais. Se o plantio for feito em épocas diferentes (verão/inverno) é sucessão. PRINCIPIO DO CONTROLE Eliminação do substrato apropriado para o patógeno, a ausência da planta cultivada anual leva a erradicação total ou parcial dos patógenos necrotróficos que dela são nutricionalmente dependentes. Não podem ser controlados por este método indivíduos que competem saprofiticamente, que possuem estruturas de resistência, apresentam grande número de hospedeiros alternativos, apresentam esporos pequenos que podem ser lançados pelo vento a longa distância. ESPÉCIES ALTERNATIVAS PARA ROTAÇÃO Para integrar o sistema de rotação de culturas a espécie não pode ser hospedeira dos mesmos patógenos da cultura a ser explorada. Observar: rotação gramínea/leguminosa, cultivares resistentes, plantas secundárias. Geralmente espécies de folhas largas podem ser uma alternativa para integrar um sistema de rotação com gramíneas e vice-versa. Cereais de inverno: ervilhaca, chicharo, serradela, trevos e colza. Aveia: recomendada como alternativa para trigo, cevada e triticale. Hospedeiros secundários podem comprometer o controle por rotação, ex: Azevém é suscetível ao agente causal do mal do pé do trigo, caso a planta não seja eliminada da lavoura o patógeno se manterá viável no solo, numa quantidade de inoculo suficiente para garantir sua viabilidade. INTERAÇÃO ENTRE DOENÇA E PLANTIO DIRETO Tem auxiliado na sobrevivência, multiplicação e infecção dos fitopatógenos necrotroficos, isso se deve ao fato do plantio direto manter a totalidade de restos culturais sobre o solo assim tendo local propício para os patógenos sobreviverem e como se nutrirem. Como então viabilizar o sistema de plantio direto? Rotação de culturas, eliminando os inconvenientes do plantio direto com relação as doenças. CONTROLE Emprego de medidas que visam impedir ou diminuir a intensidade de doenças de plantas de modo a evitar ou reduzir os prejuízos causados por elas. Princípios de Whetzel (1929) - Exclusão: previne a entrada do patógeno - Erradicação: elimina o patógeno - Proteção: barreira protetora entre a planta e inoculo - Imunização: plantas resistentes - Cura ou terapia: reestabelece sanidade da planta Triangulo da Doença – Hospedeiro, patógeno e ambiente. Ação do homem sobre o patógeno (exclusão e erradicação), ação do homem sobre o hospedeiro (proteção, imunização e terapia), medidas de controle baseadas em modificações do ambiente. ESTRATÉGIAS EPIDEMIOLÓGICAS PARA MINIMIZAR PREJUÍZO - Eliminar ou reduzir inoculo inicial ou atrasar o seu aparecimento. - Reduzir a taxa de desenvolvimento da doença. - Encurtar o período de exposição da cultura ao patógeno. MEDIDAS DE CONTROLE – EVASÃO Prevenção da doença pela fuga em relação ao patógeno e/ou condições ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento, pode ser através da escolha de área, de época de plantio, variedades precoces. Ex: plantio antecipado de soja de ciclo curto, menor risco do ataque de ferrugem asiática em regiões com menos pressão de inoculo. MEDIDAS DE CONTROLE – EXCLUSÃO Visa impedir a entrada do patógeno em área ainda não infestada, é eficiente em patógenos que se disseminam por sementes ou material vegetativo (mudas, estacas, tubérculos, brotos, etc.) e não é eficiente para patógenos que se disseminam pelo vento a longas distâncias. Ex: quarentena, certificação de sementes, inspeção do campo, medidas sanitárias como desinfecção de caixas, mãos e instrumentos. MEDIDAS DE CONTROLE – ERRADICAÇÃO Eliminação do patógeno recém introduzido, visando impedir seu estabelecimento definitivo. Só possível com patógenos com restrito espectro de hospedeiros e baixa capacidade de disseminação. Por métodos culturais, físicos, químicos e biológicos. Ex: eliminação de plantas doentes ou de órgãos vegetais atacados, rotação de culturas eliminando substrato, desinfecção química e solarização do solo, tratamento de sementes com fungicidas erradicantes. - Como melhorar a supressividade de um solo? Compostos orgânicos e esterco animal, introdução de microorganismos como fungos (trichoderma e penicillium) e bactérias (pseudômonas e bacillus). MEDIDAS DE CONTROLE – REGULAÇAO Atuação do homem no controle de doenças bióticas e abióticas, podendo afetar os fatores ambientais envolvidos. Ex: deficiência nutricional de Boro em crucíferas estabelecidas em solos com pH elevado, deficiência de cálcio em tomate e pimentão provocando podridão estilar dos frutos que pode ser prevenida pela calagem, controle de água no solo damping-off. - Corrigir deficiências nutricionais, regular umidade do solo, irrigação por gotejamento, espaçamento de plantas, cultivos protegidos, refrigeração de frutos e hortaliças. MEDIDAS DE CONTROLE – PROTEÇÃO Por barreira efetiva entre hospedeiro e patógeno, de modo a evitar que entrem em contato direto. Ex: barreira de fungicida. - A implantação dessa medida não exclui a possibilidade de ocorrência de doença, o nível de dano vai depender da eficiência do fungicida, número de aplicações e equipamento utilizado. Fungicidas protetores: insolúveis em água, aplicação antes do estabelecimento da doença, visam proteção da planta e não erradicação do patógeno. Fungicidas sistêmicos: não são bons protetores mas são erradicadores de doenças fungicas já estabelecidas nos tecidos do hospedeiro, são absorvidos pelas raízes e folhas e depois translocados pelo sistema condutor da planta. MEDIDAS DE CONTROLE – IMUNIZAÇÃO Desenvolvimento de imunidade, resistência genética. Ex: Fungicidas sistêmicos – planta torna-se resistente porque em seus tecidos apresenta concentração adequada de fungicida ou porque ele próprio induz a planta a produzir substancias tóxicas ao patógeno. - Variedades resistentes, programa de melhoramento, imunização biológica, imunização por nutrição mineral. MEDIDA DE CONTROLE – CURA OU TERAPIA Recuperação da planta doente mediante eliminação do patógeno, ou mediante fornecimento de condições favoráveis ao hospedeiro. Métodos terápicos – uso de fungicidas, inseticidas, cirurgia de lesões nos troncos de árvores, tratamento térmico toletes de cana de açúcar. Tratamento térmico – Morte do patógeno por alta temperatura (mudas de videiras infectadas por vírus, sementes de tomate e brássicas). Cirurgia – Remoção das partes doentes em fruteiras, ação curativa da gomose dos citrus. Quimioterapia – Fungicidas sistêmicos em folhagens aplicados curativamente (após estabelecimento da doença). AGROTÓXICOS Conceito: Inseticidas, fungicidas, herbicidas, fumigantes, outros compostos químicos. Objetivos: Maior produtividade das culturas, produção de alta qualidade, redução do custo de mão-de-obra. Principais agrotóxicos: Inseticidas, acaricidas, fungicidas. CLASSES TÓXICOLOGICAS COR DA FAIXA I – Extremamente tóxico VERMELHA II – Altamente tóxico AMARELA III – Toxidade média AZUL IV – Pouco tóxico VERDE Limite máximo permissível de resíduos (LMR) – Quantidade de resíduos de uma substância química tolerada no alimento, como decorrência da aplicação adequada (ppm ou mg/kg).FUNGICIDAS Grupo mais importante dentro dos agrotóxicos. Propriedades químicas e biologias variáveis, diversos modos de atuação. - Fungicidas não sistêmicos – Protetores de contato e Protetores erradicantes - Fungicidas sistêmicos - Fungicidas mesosistêmicos Xenobióticos – compostos sintetizados pelo homem, os quais não tem semelhança com os compostos químicos naturais. DL50 – dose letal, concentração de uma dada substancia capaz de inibir 50% o crescimento micelial de um determinado patógeno. Fungitoxidade – termo usado para definir o quanto a substância é tóxica aos fungos. Fitotoxidaade – termo usado para definir o quanto a substância é tóxica para as plantas. Fungicidas – substancias químicas que aplicadas as plantas as protegem do desenvolvimento de fungos patogênicos em seus tecidos. Não precisa necessariamente matar o fungo e sim inibir o crescimento miceliano ou a esporulação. Antibióticos – substancias antimicrobianas e citostáticas extraídas de seres vivos, agem como tóxicos seletivos em pequenas concentrações. CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGICIDAS QUANTO AO MODO DE AÇÃO - Refere-se ao seu posicionamento na planta se permanece em sua superfície após a deposição ou se pode ser absorvido e translocado pelo seu sistema condutor, refere-se aos fungicidas utilizados nos órgãos aéreos da planta. FUNGICIDAS NÃO SISTEMICOS FUNGICIDAS PROTETORES DE CONTATO - Protege de infecções somente no local da aplicação - Formam uma barreira tóxica protetora nos órgãos aéreos - Atua por contato impedindo a germinação ou penetração do patógeno no hospedeiro - A eficácia do produto depende: da fungitoxixidade do princípio ativo, do intervalo de aplicações, do número de aplicações, da época da aplicação. FUNGICIDAS PROTETORES ERRADICANTES - Atuam diretamente sobre o patógeno - Causam a morte do esporo assim que entra em contato com a parede celular - Tratamento de sementes, tratamento de solo e tratamento de inverno de plantas de clima temperado, na fase de repouso vegetativo - Podendo ser inorgânicos ou orgânicos MODO DE AÇÃO DOS FUNGICIDAS APLICADOS NO SOLO Os fungicidas de solo quando agem por contato são absorvidos diretamente pelos propágulos, na fase vegetativa ou de resistência, sem ser requerida a germinação. MODO DE AÇÃO DOS FUNGICIDAS APLICADOS EM SEMENTES - Não sistêmicos de contato aplicados em sementes: permanecem na superfície da semente as protegendo de ataque de fungos na superfície do solo, impede que fungos infectem raízes, evitam a transmissão do fungo do interior do endosperma para órgãos aéreos. - Sistêmicos aplicados em sementes: permanecem na superfície, quando a semente germina são absorvidos via solo pela radícula e translocados via xilema para órgãos aéreos da plântula. A proteção deve-se a liberação lenta a partir da superfície da semente e sua absorção via radicular. 1. FUNGICIDAS TÓPICOS (NÃO SISTÊMICOS) São os fungicidas que aplicados nos órgãos aéreos não são absorvidos e translocados dentro da planta, após a deposição permanecem na superfície da planta no local onde foram depositados. A. FUNGICIDAS PROTETORES OU RESIDUAIS Utilizados no controle de doenças do grupo V (que interferem nos processos fotossintéticos). PROTETOR: protege a planta contra a infecção por um patógeno, forma uma camada protetora tóxica. Quando o inoculo é depositado, o tubo germinativo entra em contato com o fungicida, absorvendo-o, determinando a morte do protoplasma. A proteção evita a penetração, impedindo a penetração que iria ocorrer no futuro. - Esses fungicidas, quando em contato com a parede celular dos esporos, não lhes são tóxicos. Ex: Se o esporo do fungo for imerso na suspensão de um fungicida protetor e rapidamente lavado. Este fungicida não lhe será tóxico, pois não é absorvido pela parede celular do esporo. - Estes fungicidas requerem aplicações periódicas (intervalos 7 a 15 dias) e cobertura total dos órgãos verdes, são removidos pela água da chuva. Principais fungicidas protetores de órgãos aéreos ou residuais: - Captam - Cartape - Clorotalonil - Cúpricos - Ditianom - Ditocarbamatos - Iprodiona - Mancozebe - Tiram B. FUNGICIDAS DE CONTATO OU ERRADICANTES São aqueles que ao entrarem em contato com a parede celular dos esporos, mesmo os de dormência, penetram-na. São usados em fruticultura, espécies vegetais perenes de folhas caducas em tratamento de inverno ou em tratamento de solo. Atuam diretamente sobre o patógeno, na fonte de inoculo, ação erradicante eficiente, tratamento de solo, tratamento de sementes, tratamento de inverno. Não podem ser aplicados em órgãos verdes (fitotóxicos) – Objetivo do fungicida erradicante: destruir o inoculo na superfície da planta antes que ocorra a germinação do propágulo. Ex: Calda sulfocálcica, calda bordalesa e cúpricos em doses altas. 2. FUNGICIDAS TERAPÊUTICOS OU CURATIVOS Terapêutico – inibe o desenvolvimento da síndrome da doença na planta quando aplicado subsequentemente à invasão do patógeno, paralisam a ação do parasita quando iniciada a colonização do hospedeiro, triazóis (matam patógeno mas as folhas não se regeneram). Ação curativa – fases pós infecção e pré sintoma. Ex: fosetil alumínio paralisa a ação parasitaria dos fungos causadores de podridão radicular de plantas cítricas e macieira. Oídios após penetrarem no hospedeiro, desenvolvem-se na superfície da planta, sendo por isso, controlável por fungicida terapêutico (sulfurados). 3. FUNGICIDAS SISTÊMICOS São absorvidos pelas raízes e folhas e posteriormente translocados pelo sistema condutor da planta. Translocação: movimento do composto químico dentro do corpo da planta para tecidos distantes do ponto de aplicação. Translocação via xilema: no interior da planta conferem ação protetora mais prolongada do que fungicidas residuais (15 a 25 dias), não ficam expostos a lixivia (pode chover uma horas após a pulverização sem comprometer a eficiência), quando usados em tratamentos de sementes de cereais de inverno, são absorvidos pelas raízes e translocados para as folhas. Principais fungicidas sistêmicos: - Benomil - Carbendazim - Carboxina - Ciproconazol - Fosetil alumio - Tebuconazol - Tetraconazol - Procimidona - Triticonazol 4. FUNGICIDAS MESOSTÊMICOS Apresentem proteção superficial, redistribuição superficial, ação translaminar, grande afinidade pela camada cerosa da folha. Ex: estrobilurunas, piraclostrobium, trifloxistrobim, cresoxim-metílico, azoxistrobim. SISTÊMICOS X PROTETORES Sistêmicos – quando aplicados a folhagem, devem ser solubilizados em água para que possa entrar em contato com as células do hospedeiro, erradicando o patógeno. Protetores – precisam ser relativamente insolúveis em água para que exerçam sua ação de proteção no hospedeiro. - Os fungicidas sistêmicos são mais eficientes que os protetores, devido as seguintes características: maior efeito erradicante, uma certa ação protetiva, ação curativa e imunizante, exigem menores dosagens e números de pulverizações que os protetores, menores problemas de fitotoxidez de contaminação ambiental e desequilíbrio biológico, são mais adequados para o uso em programas de manejo integrado. ESPECIFICIDADE E ESPECTRO DE AÇÃO Especificidade – condição de um fungicida ser tóxico a uma espécie ou a um grupo restrito de fungos (sobre o qual o fungicida é tóxico). Fungicida especifico – controla número reduzido de espécies, ex: os que controlam fungos de determinado gênero peronospora, phythophthora, pythium... Fungicidas de largo espectro – controla número grande de espécies ou gêneros, ex: calda bordalesa, estrubilurinas... Devido especificidade, pode ser usado misturas, ou seja, mais de um fungicida para ampliar o espectro da ação, de fungos que parasitam a mesma espécie de plantas. Além do aumento do espectro contribuem para evitar a resistência dos fungos aos fungicidas, ex: misturas comercializadas parapulverização de órgãos aéreos. FUNGICIDAS: MODO DE AÇÃO Todo o fungicida age sobre Todo o fungicida age sobre alguma etapa do metabolismo dos alguma etapa do metabolismo dos fungos. Em geral, os fungicidas agem em processos ligados a respiração, funções da membranas, síntese de proteínas, ácidos nucléicos e pigmentos. Os fungicidas penetram nas células dos fungos, geralmente pelo tubo germinativo (fungicidas protetores), diretamente na célula(erradicantes) ou absorvidos pelas estruturas vegetativas dos fungos quando infectando as plantas (sistêmicos e translaminares). PRINCIPAIS MODOS DE AÇÃO DOS FUNGICIDAS INIBIDORES DA BIOSSÍNTESE DE ESTERÓIS (IBE): são fungicidas sistêmicos ligados a desorganização das funções da membrana plasmática. Simplificando, os esteróis fazem parte da membrana plasmática e a sua falta desorganiza a membrana fazendo com que ocorra extravasamento do conteúdo citoplasmático. Existem dois tipos de IBE’s: Inibidores da desmetilação do C14 (DMI): inibem a remoção do grupo metila C14 do 24-metilenidihidrolanasterol, resultando num acúmulo de precursores de esteróis e redução do ergosterol. Todos os fungicidas deste grupo são sistêmicos, com ação protetora, curativa e erradicante. Não atuam sobre oomicetos pois estes fungos não sintetisam ergosteróis. Também não inibem germinação de esporos por estes usarem os ergosteróis armazenados para suas necessidades. Dentre os DMI’s estão os fungicidas mais comercializados atualmente: triazóis, imidazóis, pirimidinas e piperazinas. Inibidores da ∆8,7 isomerase e sy14 redutase (IIR): espectro de ação limitado em comparação com DMI’s sendo seu maior uso contra os membros de Erysiphales (oídios) São poucos os fungicidas comerciais sendo o mais comum o fenpropimorfo (Corbel®). Outros grupos relacionados a desorganização de membranas: Inibidores da biosíntese de glicerofosfolipídios: Inibidores da síntese de fosfatidilcolina: Inibidores da biossíntese de fosfolipídios e deposição na parede celular(proposto); Inibidores da peroxidação de lipídios: PCNB fora de uso Alteração da permeabilidade das membrana celular: propamocarbe (Proplant®). INIBIDORES DA BIOSSÍNTESE DE TUBULINAS (BENZIMIDAZÓIS): O modo de ação dos fungicidas benzimidazóis está baseado nos seus efeitos sobre a integridade da tubulina Microtúbulos fazem parte do citoesqueleto e estão relacionados a formação do fuso e separação dos cromossomos na divisão celular. Estes microtúbulos são formados por tubulinas(α e β). Estes compostos interferem na mitose durante a divisão da metáfase. O fuso mitótico é destruído e os núcleos filos não se separam e ocorre morte celular. Produtos do grupo: tiofanato metílico(Cercobim® e outros), carbendazim (Derosal® e outros) tiabendazol (Tecto®). Outros grupos relacionados a desorganização de processos nucleares: Inibidores da síntese de DNA: Hymexazol – fora de uso. Inibidores da síntese de RNA: Atuam em determinadas fases do processo infeccioso dos OOMICETOS. Não atuam em fases pré- formação do haustório primário. Isto é explicado pelo fato de que nas fases iniciais de infecção o fungo está bem provido de RNA e nas fases mais adiantadas existe a necessidade de formação de novo RNA pelo fungo. A inibição do complexo RNA-polimerases resulta em engrossamento de parede celular das hifas e eventual morte celular. INIBIDORES DO COMPLEXO III DA FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA: Neste grupo estão inseridas as estrobilurinas: As primeiras estrobilurinas foram isoladas de fungos decompositores de madeira. Provêm de mecanismos naturais de defesa do fungo contra microorganismos presentes na madeira. Os químicos melhoraram as moléculas naturais dando-lhes maior resistência a fotodecomposição. São considerados de baixa toxicidade e baixo risco ambiental. Atuam sobre uma ampla gama de patógenos como: míldios, oídios, murchas vasculares, podridões de frutos e ferrugens. O mecanismo de ação ocorre pela inibição da respiração mitocondrial devido ao bloqueio da transferência de elétrons entre o citocromo b e o citocromo c1 no sítio Qe, interferindo na síntese de ATP. Existem hoje no mercado diversas estrobilurinas e muitas são vendidas em misturas com triazóis para manejo de resistência e aumento do espectro de ação. Ex. azoxistrobina (amistar® e amistar top®+triazol), cresoximmetílico, piraclostrobim, trifloxistrobin, etc. Obs. Existem fungicidas não estrobilurinas com o mesmo modo de ação: famoxadone (Midas®+mancozebe) e fenamidone (Censor®). Outros grupos relacionados a inibição de processos respiratórios: Inibidores do complexo II: Carboximidas: carboxina(Vitavax-tiram®) e oxicarboxina(Plantvax®) Inibem a germinação de esporos; São mais efetivos para gêneros Puccinia , Ustilago e Tilletia ; Estimulam o crescimento por atuarem no metabolismo do N. FUNGICIDAS COM MECANISMOS DE AÇÃO INDEFINIDO: Dicarboximidas: inibem a germinação de esporos e causam remificações, dilatações e lise de hifas. Principais compostos: Iprodione, Procimidone e Vinclozolin; Maior ação sobre: Alternaria, Bipolaris, Botrytis, Dreschlera, M o n ili n i a , P h o m a , S c l e r o t i n i a e S c l e r o t i u m . Fenilpirroles: amplo espectro de ação (exceto Oomicetos) Fludioxinil (Maxim®). Fosetil – Al(Aliette®): atividade específica contra oomicetos; Produto móvel no floema – ácido fosfórico Ativador de defesa vegetal; Atua também diretamente sobre a formação de esporângios e liberação de zoósporos em fungos do gênero Phytophtora. Cimoxanil (Curzate® +mancozebe): extremamente efetivo contra oomicetos em fase micelial. Acibenzolar-S-metílico (Bion®); ativador de SAR. FUNGICIDAS MULTISSÍTIO: Fungicidas deste grupo são alguns dos mais antigos utilizados; São imóveis e agem formando uma barreira superficial; Amplo espectro. Inorgânicos: enxofre, cobre. Orgânicos: ditiocarbamatos (maneb, mancozeb); Ftalimidas (captam, folpet); clorofenois (clorotalonil). FUNGICIDAS: FORMULAÇÕES Os fungicidas aplicados as plantas geralmente são produtos comerciais contendo três componentes básicos: 1. Princípio ativo (P.A. ou I.A.): que é a substância química com ação fungicida. 2. Solvente (diluente): servem para reduzir a concentração do PA, podendo auxiliar na aplicação e/ou armazenamento. São inertes. Facilitam a dosagem. Ex. gesso, talco, caulim, etc.(sólidos) e xileno, álcoois, solventes alifáticos, etc. (líquidos). 3. Adjuvante: material inerte, que tem como função melhorar ou ajudar o P.A. a cumprir sua tarefa. Existem inúmeras formulações utilizadas na fabricação de defensivos agrícolas. Os fungicidas são formulados principalmente: Concentrado Emulsionável (CE ou EC): formulados comumente com solventes aromáticos, álcoois, etc. agregados de agentes emulsificantes e dispersantes. Tendência de aumenmtode concentração encarecendo produto mas diminui gasto com transporte e embalagem. Eficácia depende da concentração, temperatura agitação; Obs. Cuidado com uso de adjuvantes na mistura ex. Ciproconazol 10% CE. Pó molhável (PM ou WP): formulado sólido comumente com terra inerte capaz de absorver água e manter-se em suspensão. contém geralmente outros agentes como estabilizantes, aderentes, tampões de pH, agentes tensoativos, etc. Quanto menor a partícula do PA mais eficiente; PA pouco solúvel em solventes orgânicos – única solução; Preparo prévio em pasta aumenta a efetividade Ex. Cercobim 700 WP® (tiofanato metílico). Suspensão concentrada (SC): formulado líquido desenvolvido para solucionar os problemas do PM. Dificuldade de dosagem, pasta prévia, desgaste de equipamento e inalação do pó. Seu princípio de fabricação é simples pois parte do PM finamente dividido que é suspenso em uma pequena quantidade de água adicionando algum adjuvante para manter a suspensão. Maioria dos fungicidas são SC. Ex. Carbendazim (Derosal 500 SC®), Iprodione (Rovral SC®), etc. Grânulos dispersíveis em água (GD, Grda, WD): formulado em grânulos prontamente solúveis que se desintegram edispersam rapidamente em contato com a água. Fabricação complexa, representam um avanço tecnológico em relação ao PM. Tem como características: excelente dispersabilidade, resistência ao manuseio (sem pó), alta conc. Do PA e boa estabilidade físicoquímica. Ex. Azoxistrobim (Amistar®). Outras formulações: Pó (P): tratamento a seco de sementes; Concentrado solúvel (CS): formulação líquida de uma solução verdadeira do PA. Ex. Cloridrato de propamocarbe (Proplant®); Suspo-Emulsão (SE): dispersão líquida estável de PA na forma de partículas sólidas e glóbulos finos. Ex. epoxiconazole+ piraclostrobim (Opera®). FUNGICIDAS: FITOTOXIDADE Existem alguns casos de injúria causadas por fungicidas as plantas. Enxofre – cucurbitáceas (sol quente, dose) Cobre - rosáceas e outras (idem); Triadimenol – sementes cereais de inverno Tebuconazole – soja (sol quente, baixa UR) Estrobilurinas – retardo maturação. FUNGICIDAS: EFEITOS FISIOLÓGICOS A principal função dos fungicidas é o controle de doenças. Contudo alguns produtos podem ter outros efeitos adicionais de estímulo ou retardo do desenvolvimento vegetal (independente do efeito sobre o patógeno). EFEITO BENÉFICO Estrobilurinas – aumento de produção Como? Redução da respiração com consequente aumento da fotossíntese líquida, aumento da atividade da enzima nitrato-redutase, redução na produção de etileno, aumento da tolerância a estresses, efeito memória em relação a resposta a estresses – bioestimulação. Carboxina: pulverizado sobre feijão sem doenças resultou em aumento da estatura, número de folhas, compriomento de internódios, massa verde e cor verde. Em tratamento de sementes de cereais de inverno produz plantas com verde mais intenso. EFEITO MALÉFICO – redução do crescimento vegetal DMI’s: redução do crescimento por redução na produção de giberelinas e biossíntese de esterois (fitosterol). Resulta em retardo ou redução do crescimento, encurtamento de ramos, folhas e internódios. Porém ocorre também redução da transpiração, mais cor verde e resistência a estresses(temp ↓↑, seca, poluentes, metais pesados). Ex. triadimenol – sementes cereais de inverno Tebuconazole – diversas culturas FUNGICIDAS: DESEMPENHO NO CAMPO – FATORES 1) Diagnose correta 2) Conhecimento da sensibilidade do patógeno 3) Mobilidade do fungicida 4) Dose do fungicida 5) Momento da primeira aplicação 6) Chuva após aplicação 7) Tecnologia de aplicação 8) Uso de óleos em mistura 9) Qualidade do produto 10) Resistência OBS: As condições ambientais são preponderantes para o sucesso da insetigação. A velocidade do vento influi na distribuição do inseticida, através de derivas, e aumenta a evaporação, causando a perda de inseticidas mais voláteis. Os defensivos agrícolas não devem ser aplicados em sistemas móveis de irrigação, com velocidade de vento superior a 16km por hora, e em sistema convencional (lateral portátil), com velocidade superior a 10,5km por hora. A umidade relativa do ar e a temperatura afetam também a evaporação. Se a umidade é baixa durante a aplicação, a evaporação ocorre rapidamente. Temperatura alta aumenta a perda de água, impedindo que o inseticida atinja a praga quando essa se localiza mais profundamente no solo. A eficiência dos inseticidas dependerá da ocorrência de chuvas após a aplicação, sendo influenciada pelo volume, intensidade e distribuição. Esses fatores irão determinar quanto do inseticida irá permanecer na folhagem das plantas e penetrar no solo. QUESTÕES DE PROVA VERDADEIRO OU FALSO (V) O conceito de epidemia poliética está relacionada ao aumento do inoculo inicial ao longo dos anos. (V) O efeito na nutrição mineral é marcante em plantas que apresentam certo grau de tolerância ou moderada resistência enquanto as plantas altamente resistentes ou suscetíveis, praticamente não são alteradas pela nutrição. (F) Nas chamadas “doenças de juros compostos” a velocidade de aumento da doença está relacionada com a quantidade de doença em cada instante. (V) Patógenos controláveis por rotação de cultura não apresentam habilidade de competição saprofítica. (F) No controle de doenças o princípio da evasão está ligado ao ambiente da lavoura. (F) Uma das medidas de controle por exclusão de doenças é a indexação. (V) Dentre as medidas de controle baseadas na erradicação está a indução de antagonistas. (F) A cobertura de solo com filme plástico é uma medida de controle por imunização e está baseada na manutenção da umidade ideal do solo. (V) A classificação toxicológica de defensivos agrícolas está relacionada com a exposição aguda a eles. (V) A maioria dos fungicidas sistêmicos movimentam-se no sentido ascendente das plantas. (F) Em uma situação “A” temos ASCPD (área sob a curva de progressão da doença) = 250 e outra “B” temos ASCPD = 200. Neste caso na situação “B” temos maior perda de produção pela ação do patógeno. (V) A severidade é um parâmetro mais apropriado para avaliar doenças de plantas como manchas foliares. (V) Nas chamadas “doenças de juros compostos” a velocidade de aumento da doença não tem qualquer relação com a quantidade de doença em cada instante. (V) Relacionando o estado nutricional de um vegetal em relação a doenças podemos dizer que: “Um único nutriente pode favorecer uma doença e reduzir outra”. (F) No controle de doenças o princípio da evasão está ligado ao ambiente da lavoura. (V) Quanto mais gerações do patógeno por estação, mais severa será a doença e maior será seu progresso. (V) Dentre as medidas de controle de doenças baseadas na erradicação está a introdução de antagonistas. (F) Em “doenças de juros simples” plantas infectadas durante o ciclo da cultura servirão de fonte de inoculo para novas infecções durante o mesmo ciclo. (F) Quando determinamos que 15% das plantas de uma lavoura estão com sintomas de uma doenças estamos falando de severidade. (V) As doenças causadas por patógenos habitantes do solo são predominantemente influenciadas pelo clima da região enquanto as causadas por patógenos da parte aérea são mais influenciadas pelas condições meteorológicas locais. - Um dos fatores ambientais mais importantes no desenvolvimento de doenças em plantas é a temperatura. Tanto para doenças de solo como da parte aérea o fator temperatura exerce influência sobre, por exemplo, ocorrer infecção. Como a temperatura exerce essa influência em patógenos habitantes do solo e da parte aérea? A temperatura influência diretamente principalmente nos do solo pois temperaturas mais baixas podem reduzir a quantidade de inoculo, muito altas também, o patógeno tanto do solo quanto da parte aérea necessita das condições climáticas ideais para poder se desenvolver, temperatura, umidade, caso estes fatores não esteja propictriaio para o desenvolvimento do patógeno isto pode retardar ou impedir o mesmo, nos patógenos da parte aérea devemos levar também em conta as condições meteorológicas como chuvas por questão do molhamento foliar, vento, etc... - Um fungicida quando aplicado sobre uma folha sofre influência das características da superfície desta. Em uma superfície foliar existem a cutícula, os estômatos e os pelos (tricomas). Qual a influência de cada um destes componentes da superfície foliar na eficiência da aplicação de um fungicida em uma planta. A cutícula funciona como uma barreira, quantificando o que entra e o que sai, evitando a perca de água e permitindo absorção apenas do que é necessário para a planta ela pode ser vista como uma barreira que dificultaria a entrada do fungicida no sistema da planta, também pode causar escorrimento superficial do produto. Os estômatos se encontram por mais tempo abertos durante períodos de luz, sua abertura ou não influência diretamente na absorção do fungicida e da entrada do mesmo nos tecidos condutores. Os pelos podem acabar impedindo ou ao menos dificultando a chegada das gotículas de produtoaté o ponto de absorção. - Para que a doença ocorra em uma determinada área ou cultura, três fatores devem contribuir. A presença do patógeno, do hospedeiro e condições ambientais favoráveis. É o famoso triangulo das enfermidades. Quais são os fatores relacionados ao patógeno que influenciam o desenvolvimento de epidemias. Explique como se atua ou pode atuar cada um deles. Sobrevivência (atuar com erradicação), disseminação (atuar com exclusão), infecção (atuar com proteção), colonização (atuar com imunização) e reprodução (atuar com terapia). - O que são doenças monocíclicas e policíclicas e o que o conhecimento destas características podem informar sobre as formas de controle destas doenças? Monocíclicas – um ciclo de patógeno durante o ciclo da cultura (juros simples). Ex: Fitopatógenos de solo, murcha bacteriana em tomateiro. Policíclicas – vários ciclos do patógeno durante o ciclo da cultura (juros compostos). Ex: ferrugens, oídios. Sabendo quais doenças são monocíclicas e quais são policíclicas podemos saber o que esperar do desenvolvimento delas e também sabendo se são de juros simples ou composto como assim fica explicito sabemos se a planta infectada durante o ciclo será fonte de inoculo para o próximo ciclo (como no caso das policíclicas por serem de juros compostos) ou não e se a velocidade de crescimento da doença é proporcional a quantidade da própria em cada instante (como nas monocíclicas) ou se não existe relação entre os fatores. - Nos últimos dias tivemos no nosso Estado um período prolongado de chuvas. Poucos foram os períodos nas últimas duas semanas em que tivemos um período superior a 5 – 8h sem chuva. Como a chuva ou a irrigação podem afetar a eficiência de pulverização de fungicidas? Sendo influenciada pelo volume, intensidade e distribuição. Esses fatores irão determinar quanto do inseticida irá permanecer na folhagem das plantas e penetrar no solo. - O controle de doenças de plantas está baseado em alguns princípios básicos. Dentre eles temos a EVASÃO, EXCLUSÃO, ERRADICAÇÃO E REGULAÇÃO. Descreva estes princípios dentro do que vimos até o momento cite um exemplo de cada um, de seu uso prático. Evasão - Prevenção da doença pela fuga em relação ao patógeno e/ou condições ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento, pode ser através da escolha de área, de época de plantio, variedades precoces. Ex: plantio antecipado de soja de ciclo curto, menor risco do ataque de ferrugem asiática em regiões com menos pressão de inoculo. Exclusão - Visa impedir a entrada do patógeno em área ainda não infestada, é eficiente em patógenos que se disseminam por sementes ou material vegetativo (mudas, estacas, tubérculos, brotos, etc.) e não é eficiente para patógenos que se disseminam pelo vento a longas distâncias. Ex: quarentena, certificação de sementes, inspeção do campo, medidas sanitárias como desinfecção de caixas, mãos e instrumentos. Erradicação - Eliminação do patógeno recém introduzido, visando impedir seu estabelecimento definitivo. Só possível com patógenos com restrito espectro de hospedeiros e baixa capacidade de disseminação. Por métodos culturais, físicos, químicos e biológicos. Ex: eliminação de plantas doentes ou de órgãos vegetais atacados, rotação de culturas eliminando substrato, desinfecção química e solarização do solo, tratamento de sementes com fungicidas erradicantes. Regulação - Atuação do homem no controle de doenças bióticas e abióticas, podendo afetar os fatores ambientais envolvidos. Ex: deficiência nutricional de Boro em crucíferas estabelecidas em solos com pH elevado, deficiência de cálcio em tomate e pimentão provocando podridão estilar dos frutos que pode ser prevenida pela calagem, controle de água no solo damping-off. - Corrigir deficiências nutricionais, regular umidade do solo, irrigação por gotejamento, espaçamento de plantas, cultivos protegidos, refrigeração de frutos e hortaliças. - Você está trabalhando para uma empresa multinacional produtora de agrotóxicos inclusive fungicidas. Seu superior lhe convoca para proferir palestras a produtores sobre resistência de patógenos a fungicidas. Dentre os assuntos a serem abordados seu chefe lhe pede especial ênfase nas estratégias para evitar o surgimento de raças resistentes de patógenos a fungicidas. O que você falaria nessas palestras? - Não utilizar fungicidas com mecanismo de ação específico isoladamente e seqüencialmente. - Restringir o número de aplicações do fungicida sistêmico a um mínimo por safra e aplicar somente quando estritamente necessário concentrando-se em períodos de alto risco de infecção. - Alternâncìa de fungicidas sistêmicos com fungicidas protetores. - Manter a dose recomendada pelo fabricante. - Evitar o uso erradicante dos fungicidas com modo de ação específico. - Não utilizar fungicidas sistêmicos após o surgimento de uma epidemia. - Monitorar áreas de utilização de um produto sistêmico desde o início. - Manejo integrado de doenças. - Diversidade de produtos químicos com diferentes mecanismos de ação. - Rotacionar fungicidas sistêmicos com mecanismos de ação diferente. - Reduzir a freqüência de aplicação. - Os fungicidas atualmente em uso na agricultura possuem diferentes métodos de ação. Eles podem ser classificados como protetores, erradicantes, sistêmicos e mesosistêmicos. Essas são características importantes para a tomada de decisão quanto a época (timming) correta de uso destes produtos. Sobre este assunto são propostas duas assertivas abaixo: 1 – Os fungicidas protetores devem ser utilizados sempre antes de ocorrer infecção. Sua utilização deve ser sempre feita de forma preventiva. 2 – Os fungicidas protetores por serem caracterizados como multiuso dificilmente sofrerão com surgimento de resistência pelo patógeno. Das assertivas acima podemos concluir que: a) A afirmativa 1 está correta e a 2 está incorreta. b) A afirmativa 1 está incorreta e a 2 está correta. c) Ambas estão corretas e a assertiva 2 justifica a 1. d) Ambas estão corretas e a assertiva 2 não justifica a 1. e) As duas afirmativas estão incorretas. - A incidência e a severidade são formas de avaliação de doenças em plantas. Existem doenças que são melhores avaliadas pela incidência e outras pela severidade. Qual tipo de enfermidade é melhor avaliado por cada um destes parâmetros e como procedemos para fazer a medição destes mesmos parâmetros? Incidência – É a frequência (expressa em porcentagem) de plantas doentes ou partes de plantas doentes em uma amostra ou população. Quando a epidemia está em fase inicial, a incidência é um parâmetro satisfatório para avaliar a maioria das doenças. A incidência só pode ser usada para doenças que atacam a planta toda, como viroses sistêmicas, murchas vasculares ou podridão dos frutos. Severidade – É a porcentagem da área ou volume do tecido coberto por sintomas. É o mais apropriado para quantificar doenças foliares, como ferrugem, oídios, míldios e machas. - Os patógenos Pyricularia grisea (brusone do arroz) e Verticillium alboatrum (murcha da berinjela) são respectivamente um fungo que ataca a parte aérea das plantas e um habitante do solo. Sabemos que vários fatores são determinantes para o surgimento de doenças em plantas. Dentre estes fatores, a influência do clima é condição importante nestes casos. Qual a influência da temperatura sobre patógenos da parte aérea? Qual a relação entre temperatura e umidade sobre o desenvolvimento destes patógenos? Sobre temperaturas não favoráveis o patógeno não consegue seu pleno potencial de desenvolvimento, o clima em geral, ventos, chuvas, temperatura, umidade. Os patógenos tem uma temperatura e umidade adequada para sua germinação sem os mesmos em níveis adequados a germinação não é possível. - A rotação de culturas é uma prática utilizada rotineiramente na agricultura. Seu conceito se baseia em evitar o plantio da mesmaespécie (ou espécies muito próximas geneticamente) na mesma área na mesma época repetidamente. Se você está planejando a rotação de culturas em sua propriedade visando o controle de mofo branco (slerotínia sclerotium) como faria isto. Pode a rotação ser o suficiente para manejar este problema? Justifique sua resposta. Utilizaria uma gramínea como próxima cultura, por esta ser uma doença que ataca leguminosas, assim estaria eliminando o substrato apropriado para o patógeno se manter nutrido e evitando a sobrevivência de inóculos para a próxima cultura. Como a principal fonte de inoculo deste fungo são as sementes também se deve sempre conhecer a procedência e ter certeza de estar usando um cultivar livre de patógeno e se necessário fazer um tratamento com fungicida nas mesmas antes da semeadura. - A ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi) é atualmente a doença mais importante da cultura da soja no Brasil. Trata-se de um fungo Basidiomiceto, biotrófico, que se dissemina por esporos (urédosporos) levados pelo vento. Dos 7 principais básicos de controle de doenças em plantas e são eles: EVASÃO, EXCLUSÃO, ERRADICAÇÃO, REGULAÇÃO, PROTEÇÃO, IMUNIZAÇÃO E TERAPIA. Quais podem ser utilizados no manejo deste problema e porquê? Evasão, pois age pela fuga do patógeno (clima e ambiente favoráveis), por exemplo plantando um cultivar de ciclo curto em um local com menos pressão de inoculo. Proteção, com o uso de fungicidas antes do estabelecimento da doença. Imunização, também por meio do uso de fungicidas. A ferrugem é um patógeno que se dissemina rápido portanto devem ser utilizados sempre métodos preventivos pois após a infecção fica quase impossível o controle. - A requeima da batata/tomate (Phytophthora infestans) é a mais grave enfermidade fúngica que atinge estas culturas. Não são conhecidos cultivares com resistência a está doença. Trata-se de uma enfermidade policíclica de rápida evolução sob condições favoráveis de clima. O que o conhecimento da característica de esta ser uma doença policíclica pode nos indicar sobre o manejo desta enfermidade? Por ser uma doença policíclica se sabe que durante um ciclo da cultura haverá mais de um ciclo do patógeno, a planta infectada no presente ciclo será fonte de inoculo para o próximo ciclo, e a velocidade de desenvolvimento da doença não tem nenhuma relação com a quantidade de doença existente atualmente. Assim se pode utilizar os métodos de controle adequados por saber como será o comportamento e desenvolvimento do patógeno. - Sabemos que os nutrientes minerais são essenciais para o desenvolvimento de plantas. Modernamente o conceito de nutrição adequada de plantas relacionado ao desenvolvimento de doenças vem sendo aplicado no campo principalmente em cultivos orgânicos. Quais as formas em que a boa ou inadequada nutrição de plantas pode influenciar no desenvolvimento de patógenos em plantas? Podem ser citados exemplos. Uma planta equilibrada nutricionalmente se torna mais resistente a entrada de patógenos e tem respostas mais rápidas de defesas. Deficiências nutricionais deixam a planta mais fraca e assim também mais suscetível a doenças e com resposta de defesas mais lenta. Como a lei do mínimo explica o elemento que estiver em falta será o elemento limitante da produção, assim a deficiência de um nutriente pode ser a porta de entrada de patógenos trazendo grave prejuízo econômico a cultura. Ex: deficiência de cálcio em tomate e pimentão provocando podridão estilar dos frutos que pode ser prevenida pela calagem.
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