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Gestão Financeira e de Custos Empresariais 1 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos GESTÃO FINANCEIRA E DE CUSTOS EMPRESARIAIS Gestão Financeira e de Custos Empresariais 1 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Neto, Fernando Cabral de Melo, 2021. Gestão Fincanceira e Custos Empresariais - Jupiter Press - São Paulo/SP 76 páginas; Palavras chaves: 1. Gestão; 2. Finanças; 3. Controle; 4. Custos. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 2 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos s SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................3 1. CONCEITOS E FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ....................................4 2. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ...............................................................10 3. RISCO X RETORNO ..................................................................................................................................20 4. ANÁLISE DE RELAÇÃO CUSTO X VOLUME X LUCRO ......................................................26 5. GESTÃO DE CUSTOS ...............................................................................................................................44 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................................73 * * A navegação deste e-book por meio de botões interativos pode variar de funcionalidade dependendo de cada leitor de PDF. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 3 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos APRESENTAÇÃO Prezado discente este material tem como objetivo fornecer um resumo da UNIDADE I (conceitos e funções da administração financeira) buscando auxiliar a compreensão dos conteúdos referidos a unidade (abaixo), além de servir para consultas permanentes, não procurando substituir os livros indicados, os quais são mais profundos e mais ricos em detalhes. Os objetivos específicos deste instrumento são mostrar, compreender e explicar os conceitos e funções da administração financeira e sua aplicabilidade na prática. Nesta unidade serão apresentados os conceitos, funções, objetivos, importância da administração financeira, importância do administrador financeiro e a relação da administração financeira com contabilidade e economia, buscado em todos os momentos mostrar sua interdisciplinaridade e sua aplicabilidade prática. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 4 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 1. CONCEITOS E FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA A administração financeira é a disciplina que trata dos assuntos relacionados às finanças das organizações. Ela está diretamente ligada a com a economia e a contabilidade. Primeiramente, deve-se compreender e entender o sentido e o significado de finanças que, corresponde ao conjunto de recursos circulantes disponíveis que serão usados em transações e negócios. Sendo que há necessidade de se analisar para que se possa ter a real situação econômica dos fundos da empresa, com relação aos seus bens e direitos x os seus deveres. Analisando-se apuradamente verifica-se que as finanças fazem parte do cotidiano da empresa, tal como no gerenciamento e própria existência da mesma, como as suas respectivas áreas, seja no marketing, produção, contabilidade e, principalmente na administração geral de nível estratégico, gerencial e operacional em que se tem dados e informações financeiras para a tomada de decisão na condução da empresa. A administração financeira é uma ferramenta utilizada para controlar de maneira mais eficaz, no que diz respeito à concessão de credito para clientes, planejamento, analise de investimentos e, de meios viáveis para a obtenção de recursos para financiar operações e atividades da empresa, visando sempre o desenvolvimento, evitando gastos desnecessários, desperdícios, observando os melhores “caminhos” para a condução financeira da empresa. Fazendo uma analogia ao setor administrativa financeira das empresas, podemos considerá-lo como o “sangue” ou a “gasolina” da empresa que possibilita financiar seu funcionamento, sendo necessário que sua circulação seja constante, possibilitando a realização das atividades necessárias, objetivando o lucro, maximização dos investimentos, mas acima de tudo, o controle eficaz da entrada e saída de recursos financeiros. A falta das informações financeiras, o que resulta que as empresas não tenham controle e tão pouco planejamento financeiro acarretam muitas vezes na falência das mesmas até o segundo ano de existência (SEBRAE). Assim são indiscutivelmente necessárias as informações do balanço patrimonial, no qual se contabilizam os dados da gestão, que devem ser analisados detalhadamente para a tomada de decisão. Para melhor entendimento da administração financeira e orçamentária é necessário divida-la em: • Administração financeira: é a arte e a ciência de administrar fundos. • Administração orçamentária: é o plano financeiro estratégico para determinado exercício. Aplica-se tanto ao setor governamental quanto ao privado. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 5 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Hoji (2008) conceitua a gestão financeira e orçamentária como um dos seguimentos da ciência geral da administração que tem por função primordial a gestão dos recursos financeiros de forma eficiente e eficaz na busca permanente da maximização da riqueza sob o ponto de vista do investidor. Todas as empresas de qualquer tamanho dispõem de dois recursos para utilizar em suas operações que são os recursos próprios e de terceiros onde cada um possua peculiaridades que no momento de seu uso pode fazer com que a empresa tenha sucesso ou não. Recursos próprios são os recursos que surgem da formação do capital social da empresa e que podem ser aumentados ou diminuídos a partir do desempenho operacional da empresa. Em outras palavras a empresa pode obter lucro ou prejuízo dependendo de onde e como for aplicado este recurso. Os recursos próprios são caracterizados por ser não oneroso (não incide juros) e por não exigível (não existe data para ser devolvido). Os recursos de terceiros são recursos oriundos de pessoas físicas ou jurídicas, que não participaram da formação do capital social da empresa, tais como financiadoras, bancos e etc. Caracteriza-se por ser exigível (existe data certo para ser devolvido) podendo ou não ser oneroso, ou seja, podendo ou não incidir juros sobre o valor de terceiros. Com a obtenção desses recursos financeiros, estes podem ser aplicados de duas formas que são no: • Ativos circulantes: Representa o lastro financeiro da empresa, ou seja, ativo circulan- te. • Ativo de manutenção: São os ativos da empresa que dão suporte para as atividades operacionais Hoji (2008) aponta que o objetivo da administração financeira está voltada para a maximização do valor da empresa e, para tal, utiliza-se de conceitos, técnicas e práticas de investimentos, financiamentos e gerenciamento dos riscos. Entre os seus objetivos podemos citar: • Manter a empresa em perfeita situação econômica; • Obter novos recursos para planos de expansão; • Assegurar o necessário equilíbrio entre os objetivos de lucro e os de liquidez finan- ceira, quantificando os planos de expansão de acordo com as possibilidades de ob- tenção de recursos, próprios ou de terceiros. Em outras palavras a administração financeira corresponde os esforços despendidos objetivando a maximização dos retornos dos recursos da empresa. Na verdade, a função financeira dentro de uma empresa encontra-se diretamente relacionada com a decisão. Gitman (2001) ratifica que a função financeira abrange numerosos outros Gestão Financeira e de Custos Empresariais 6 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos aspectos, além dos indicados, bem como a lucratividade que visam um maior rendimento, maior aproveitamento, lucro, investimento eetc. Assim a função da administração financeira corresponde aos esforços objetivando a maximização do retorno dos proprietários da empresa, ao mesmo tempo possa propiciar a manutenção do grau de liquidez. Outro ponto relevante à função da administração financeira dentro de uma empresa, está diretamente relacionada com a decisão de se fazer um financiamento e ou um investimento. Não podendo esquecer que estas duas funções estão diretamente ligadas. O financiamento é uma operação financeira em que a parte financiadora (instituição financeira), e quem está financiando a pessoa jurídica ou física, de modo que esta possa executar algum investimento específico previamente acordado. Ao contrário do empréstimo, os recursos financiados serão investidos onde o financiado achar que deve investir. A financiadora então, pode ou não cobrar juros sobre o valor emprestado (tempo de pagamento). Ja que nos reportamos a investimento é importante saber o que este significa. Segundo Hoji (2010) investimento é a aplicação de algum tipo de recurso (dinheiro ou títulos) com a expectativa de receber algum retorno futuro superior ao aplicado, inclusive, a perda de uso desse recurso durante o período de aplicação (juros, em geral, a longo prazo). Braga (1996) aponta que o investimento visa o aumento da capacidade produtiva como instalações, máquinas, equipamentos, transporte, infraestrutura entre outros, bem como à compra de títulos financeiros (ações). Não podemos esquecer o que o investimento pode ser dividido em dois pontos fundamentais que são: investimento bruto (corresponde a todos os gastos realizados com bens de capital (máquinas, equipamentos) e formação de estoque) e investimento líquido (exclui as despesas com manutenção e reposição de peças, equipamentos, e instalações desgastadas pelo uso. Mensurando com mais precisão o crescimento da economia). Gitman (2001) aponta que o administrador financeiro deve visar atingir os objetivos dos proprietários da empresa. A função destes não é realizar seus próprios objetivos (que podem incluir o aumento de seus ordenados, a obtenção de prestígio ou a manutenção de sua posição). Antes, é maximizar a satisfação dos proprietários (acionistas). Presumivelmente, se forem bem-sucedidos nesta tarefa, também atingirão seus objetivos pessoais. Hoji (2008) afirma que a função de gestão financeira geralmente é associada a um alto executivo da empresa, denominado frequentemente diretor financeiro. O mesmo coordena as atividades de controladoria e de tesoureira. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 7 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos • A tesoureira responsabiliza-se pela gestão do caixa e da área de crédito da empresa, por seu planejamento financeiro, e pelos gastos de investimento. • A controladoria preocupa-se com a contabilidade de custos e a contabilidade finan- ceira, com os pagamentos de impostos e com os sistemas de informação gerencial. A administração financeira cuida da viabilidade financeira da empresa, portanto sua existência é primordial para a organização. A maioria das decisões tomadas dentro da empresa é medida em termos financeiros, desta forma o administrador financeiro desempenha um papel-chave na operação da empresa. É esse profissional quem administra os negócios financeiros de qualquer tipo de empreendimento, seja privado ou público, grande ou pequeno, com ou sem fins lucrativos. Nas micro e pequenas empresas a função de finanças é normalmente executada pelo proprietário, por um dos sócios ou pelo departamento de contabilidade. Quando o negócio se expande, normalmente a função ocupa um departamento separado ligado diretamente ao presidente, já que as frequentes mudanças econômicas e nas leis interferem diretamente nas decisões da administração financeira com vistas a preservar o desempenho da organização. Ao diretor financeiro normalmente cabe a coordenação das atividades de tesouraria e controladoria. A controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamento de impostos e sistemas de informações gerenciais. A tesouraria é responsável pela administração do caixa e dos créditos da empresa, pelo planejamento financeiro e pelas despesas de capital As funções do administrador financeiro dentro da empresa podem ser avaliadas em relação às demonstrações financeiras básicas da empresa. Três são primordiais: a análise e planejamento financeiro, a administração da estrutura de ativo da empresa e a administração de sua estrutura financeira. • Análise e Planejamento Financeiro: Esta função envolve a transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser usada para orientar a posição financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de financiamento adicional deve ser feito, ou seja, transformado em infor- mações. • Administração da Estrutura de Ativo da Empresa: o administrador financeiro de- termina a composição e os tipos de ativos encontrados no balanço da empresa. A composição refere-se ao valor dos ativos circulantes e fixos. Depois que a com- posição estiver fixada, o administrador financeiro precisa determinar certos ní- veis “ótimos” de cada tipo de ativo circulante e tentar mantê-los. Deve também detectar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e saber quando os ativos fixos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados ou substituídos. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é um processo simples; requer o conhecimento das operações passadas e futura da empresa, e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 8 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos • Administração da Estrutura Financeira da Empresa: Esta função é relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Em primeiro lugar, a composição mais ade- quada de financiamento a curto e longo prazo precisa ser determinada. Esta é uma decisão importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. Um segundo problema igualmente importante é saber quais as melhores fontes de financiamento a curto ou longo prazo para a empresa, num dado momen- to. Muitas destas decisões são impostas por necessidade, mas algumas exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo A Administração Financeira está estritamente ligada à Economia e à Contabilidade, pode ser vista como uma forma de Economia aplicada, que se baseia amplamente em conceitos econômicos e em dados contábeis para suas análises. No ambiente macro a Administração Financeira enfoca o estudo das instituições financeiras e dos mercados financeiros e ainda, de como eles operam dentro do sistema financeiro nacional e global. O nível micro aborda o estudo de planejamento financeiro, administração de recursos, e capital de empresas e instituições financeiras. A questão financeira encontra-se diretamente ligado dentro do regime contábil de trabalho da empresa que tange as origens e as aplicações de recursos. Esses regimes são divididos em regime de competência e caixa. • Regime de competência: as receitas e despesas deveram ser registradas de acordo com a ocorrência do fato gerador (é a emissão do documento comprobatório) in- dependentemente de recebimento ou pagamento • Regime de caixa: as receitas e despesas deveram ser registradas no momento exato da entrada ou saída de numerários, ou seja, deve ser considerado o registro dos do- cumentos quando estes foram pagos, liquidados ou recebidos Na outra esfera de conhecimento (economia) é necessário conhecimento de acerca Economia para entender o ambiente financeiro e as teorias de decisão que constituem a base da Administração Financeira e orçamentária. A Macroeconomia fornece ao Administrador Financeiro uma visão clara das políticas do Governo e instituições privadas, através da quais a atividade econômica é controlada.No que tange a Microeconomia o Administrador Financeiro deve firmar a maximização do lucro para desenvolver um plano que seja bem-sucedido. Precisa enfrentar não só outros concorrentes em seu setor (demanda e oferta). A composição de fatores produtivos, níveis ótimos de vendas e estratégias e determinação de preço do produto são todas afetadas por teorias do nível Microeconômico. E por fim dentro dos entendimentos prévios que contemplam a administração financeira (funções e conceitos da administração financeira) é de estrema relevância o saber diferenciar a liquidez e a rentabilidade empresaria (será visto na UNIDADE II seus indicadores para propiciar uma análise mais precisa), onde em poucas palavras, Hoje (2010) aponta que a liquidez e a capacidade de pagamento que a empresa tem para honrar com seus compromissos nas datas pactuadas e a Gestão Financeira e de Custos Empresariais 9 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos rentabilidade é o retorno sobre o capital que foi investido na organização. Dentro desses entendimentos prévios vale ressaltar que este material NÃO tem a pretensão de esgotar os conhecimentos sobre os tópicos aqui abordados, bem com substituir os livros onde estes possuem uma riqueza maior de detalhes. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 10 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 2. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS A análise das demonstrações financeiras é uma técnica que consiste na decomposição, comparação e interpretação das demonstrações contábeis. Os indicadores que serão estudados têm como característica fundamental fornecer visão ampla da situação econômica e financeira da empresa, além de servirem de medida para a construção de um quadro de avaliação e sugestão de melhoria para a empresa. Para o gestor financeiro, a análise dos indicadores financeiros é uma ferramenta indispensável, pois com ela há facilidade de gerenciar a empresa no que tange a questão financeira, pois através dos indicadores que são propostos neste estudo irá gerar informações que orientarão os gestores a tomada de decisões. Sabendo que essas informações são geradas a partir de demonstrações de períodos passados, ou seja, anos anteriores que o gestor tomou decisões para o andamento do processo das atividades da empresa. Esses índices servem como base para comparar a empresa na atualidade, verificando se vem progredindo em relação aos períodos passados. Diante de sua importância, as finanças devem ser bem compreendidas e estudadas, porém, para se ter clareza e total certeza dos resultados, o analista deve ter um ótimo conhecimento e entender como calcular e como se interpreta esses indicadores, pois o mesmo trará ao administrador e a organização maior credibilidade e segurança para as tomadas de decisões, no que refere as estratégias utilizadas em anos anteriores, bem como fornece base para projeções para ações futuras. Entre diversos indicares que ajudam a medir a situação atual e futura da empresa alguns são imprescindíveis ter o conhecimento, como a análise vertical e horizontal, análise de liquidez, endividamento e rentabilidade, são alguns dos diversos índices que podemos usar quando estamos avaliando o estabelecimento. Vale ressaltar que existem outros indicadores que não serão apresentados nesta unidade e nem por isso menos importante. Com base em dados do SEBRAE entre os problemas que fazer as empresas entrarem em processo de falência nos 2 primeiros anos de atividade encontra-se um ponto que corresponde ao alto grau de endividamento e um baixo nível de liquidez e rentabilidade. Enfim, é possível sintetizar ainda uma série de razões para realçar quão importante realizar uma análise financeira para as empresas, onde podemos citar: • Se bem manuseada, pode se constituir num excelente e poderoso instrumento nor- teador para a administração; • Se for feita de maneira planejada pode trazer resultados bastante precisos; • Permite diagnosticar o empreendimento, revelando os pontos críticos e permitindo apresentar um esboço das prioridades para a solução dos problemas financeiros; Gestão Financeira e de Custos Empresariais 11 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos • Permite uma visão estratégica dos planos da empresa, bem como estima o seu futu- ro, suas limitações e suas potencialidades. O grande desafio em questão para o administrador financeiro é justamente a análise ou interpretação dos resultados encontrados a partir dos indicadores encontrados. Uma das técnicas de análises mais simples de ser aplicada e que, ao mesmo tempo mais importante por fornecer riquezas muito grade de informações é a análise horizontal e vertical. Hoji (2010) aponta que a análise vertical consiste em verificar a participação de um elemento, grupo ou subgrupo em relação ao todo em que este participa. Para seu melhor entendimento podemos exemplificar da seguinte forma: no total de 10 carros comprados, 7 são da cor preta e 3 da cor branca. Assim pode-se ter o entendimento que 70% dos carros comprados são da cor preta o que permite verificar a participação de um dado elemento em relação ao todo. Exemplificação no Ativo da Balanço Patrimonial. Ativo Circulante R$ 700.000,00 Ativo Não Circulante R$ 300.000,00 Total do Ativo R$ 1 000.000,00 Percebe-se que no ativo circulante estão alocados 70% de todos os recursos do ativo e no não circulante 30%, isto é, 70% de todos os recursos que a empresa tem a receber estão disponíveis no curto prazo. PASSIVO Circulante Fornecedores Imposto a Recolher Empréstimo Bancário Não circulante Financiamento TOTAL DO PASSIVO R$ 1.595,00 R$ 445,00 R$ 250,00 R$ 900,00 R$ 3.515,70 R$ 3.515,70 R$ 5.110,70 ATIVO Circulante Disponível Caixa Banco Conta Movimento Estoque Mercadorias Créditos de curto prazo Duplicatas a Receber Não Circulante Imobilizado TOTAL DO ATIVO R$ 1.310,70 R$ 770,70 R$ 590,70 R$ 180,00 R$ 280,00 R$ 280,00 R$ 260,00 R$ 260,00 R$ 3.800,00 R$ 3.800,00 R$ 5.110,70 Gestão Financeira e de Custos Empresariais 12 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Demonstração do Resultado do Exercício Receita Operacional Bruta (-) Deduções da Receita Bruta (=) Receita Operacional Liquida (-) Custos Operacionais (=) Resultado Operacional Bruto (-) Despesas Operacionais (=) Lucro Operacional Liquido R$ 100.000,00 R$21.000,00 R$79.000,00 R$30.000,00 R$49.000,00 R$35.000,00 R$14.000,00 Demonstração do Resultado do Exercício Receita Operacional Bruta (-) Deduções da Receita Bruta (=) Receita Operacional Liquida (-) Custos Operacionais (=) Resultado Operacional Bruto (-) Despesas Operacionais (=) Lucro Operacional Líquido R$ 222.559,00 R$ 66.550,00 R$ 156.009,00 R$ 96.500,00 R$ 59.509,00 R$ 30.000,00 R$ 29.509,00 No que tange a análise horizontal Hoji (2010), afirma que conste em uma análise que permite verificar se houve uma evolução ou não, para isso é necessário comparar no mínimo dois períodos, elementos, grupos ou subgrupos visando identificar a existiu ou não algum tipo de evolução. Olhando por uma ótica da administração financeiro está também possibilita verificar como a empresa se encontra com relação ao elemento que encontra-se sendo comparado. Assim para mostrar sua utilização podemos exemplificar desta forma: no ano de 2009 o Sr Pedro terminou o ano com o valor monetário aplicado na poupança de R$ 10.000,00. Fazendo uma comparação com 2010 onde o mesmo Sr terminou o ano com R$ 5.000,00 houve um decrescimento de 50% nos recursos aplicados na poupança do Sr Pedro. Exemplo. Ativo R$ 60.000,00 R$ 5.000,00 R$ 55.000,00 Ativo Ativo Circulante Ativo não circulante Realizável a longo prazo Imobilizado R$ 40.000,00 R$ 10.000,00 R$ 50.000,00 Gestão Financeira e de Custos Empresariais 13 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Exercício de análise horizontal Circulante Disponível Não circulante Realizável a longo prazo Imobilizado Passivo Circulante Fornecedores Empréstimos Banc. Passivo não circulante Financiamento PatrimônioLíquido Capital social R$ 10.500,00 R$ 19.000,00 R$ 30.000,00 R$ 9.500,00 R$ 15.000,00 R$ 22.500,00 R$ 30.500,00 R$ 15.500,00 R$ 8.000,00 R$ 60.000,00 R$ 16.500,00 R$ 19.900,00 R$ 18.500,00 R$ 35.600,00 R$ 13.900,00 R$ 15.000,00 R$ 45.000,00 R$ 15.000,00 R$ 23.500,00 R$ 23.000,00 R$ 36.000,00 ATIVO2 008 AH 2009 AH 2010 AH PASSIVO 2008 AH 2009 AH 2010 AH Avaliar a empresa é algo de fundamental importância, pois possibilita mesurar sua situação, assim o indicador de liquidez tem uma função primordial no que tange a capacidade de pagamento da empresa. Gitman (2001) afirma que os índices de liquidez avaliam a capacidade de pagamento da empresa face a suas obrigações, sendo ente instrumento de grande importância para a administração dar continuidade ao negócio, por tal é importante conhecer as variações deste indicador, que consiste em liquidez imediata, seca, corrente e geral. Braga (1996) defini os quatro tipos de liquidez da seguinte forma: • Liquidez imediata: Índice conservador considera apenas caixa, saldos bancários e aplicações financeiras de liquidez imediata para quitar as obrigações de curto prazo. Um índice de grande importância para análise da situação de pagamento de manei- ra imediata. Calcula-se desta forma LI (liquidez imediata) = Disponível / PC (passivo circulante). • Liquidez seca: Índice que mensura a capacidade de pagamento da empresa sem que esta venha comercializar (vender) os estoques para honrar com seus compro- missos. O resultado deste índice será invariavelmente menor ao de liquidez corren- te. Calcula-se desta forma LS (liquidez seca) = AC (ativo circulante) – Estoque / PC (passivo circulante) • Liquidez corrente: Este índice medi a capacidade de pagamento da empresa de curto prazo levando em consideração a Razão entre os direitos a curto prazo da em- presa (Caixas, bancos, estoques, clientes) e a as dívidas a curto prazo (Empréstimos, financiamentos, impostos, fornecedores). Calcula-se desta forma LC (liquidez cor- rente) = AC (ativo circulante) / PC (passivo circulante) • Liquidez Geral: Este índice leva em consideração a situação da empresa para honrar com seus compromissos tanto curto quanto de longo prazo. Calcula-se desta forma LG (liquidez geral) = AC (ativo circulante) + RLP (realizável a longo prazo) / PC (pas- sivo circulante) + PÑC (passivo não circulante). Balanço abaixo para o desenvolvimento dos indicadores de liquidez. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 14 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos PASSIVO Circulante Fornecedores Imposto a Receber Empréstimo Bancário Não Circulante Financiamento Total do Passivo R$ 1.595,00 R$ 445,00 R$ 250,00 R$ 900,00 R$ 3.515,70 R$ 3.515,70 R$ 5.110,70 ATIVO Circulante Disponível Caixa B.C.M Estoque Mercadorias Créditos de curto prazo Duplicatas a Receber Não Circulante Realizável a longo prazo TOTAL DO ATIVO R$ 1.310,70 R$ 770,70 R$ 590,70 R$ 180,00 R$ 280,00 R$ 280,00 R$ 260,00 R$ 260,00 R$ 3.800,00 R$ 3.800,00 R$ 5.110,70 O estudo de liquidez é fundamental para a empresa mensurar sua capacidade de pagamento de forma imediata, curto prazo e longo prazo. Cada um dos indicadores estudados (liquidez imediata, seca, corrente e geral) fornece informações diferentes sobre a situação da empresa no que diz respeito ao poder de pagamento da empresa. Contudo vale ressaltar que quanto maior o valor referente e liquidez da empresa, melhor encontra-se sua situação. Contudo sabemos que quanto mais indicadores forem usados para fazer a análise empresarial financeira melhor, por isso é importante entender o indicar de endividamento e rentabilidade. Com relação à participação de capitais de terceiros ou endividamento, Hoji (2008) afirma que o endividamento representa quanto à empresa tomou de recursos de terceiros para formação de cada real de recursos próprios. Em outras palavras o endividamento de uma empresa indica o montante de recursos de terceiros que está sendo usado, na tentativa de gerar lucros (Gitman, 2001). Assim entende-se o endividamento visa mensurar o grau de comprometimento da empresa junto à terceiros. Vale ressaltar que quanto menor a dependência de capital de terceiros, melhor a liquidez da empresa. Se esse índice for consistente e acentuadamente maior que 1, indicaria uma dependência exagerada de recursos de terceiros. Este é um sintoma típico que a empresa não se encontra muito bem financeiramente. O endividamento das empresas é calculado da seguinte forma: • Ecp (endividamento de curto prazo) = Passivo circulante / ativo total • Elp (endividamento de longo prazo) = Passivo não circulante / ativo total • Et (endividamento total) = Exigível total / Ativo total. O resultado será expresso em percentual, quanto muito for o resultado, mais endividada estará à empresa o que representa um aumento dos custos e das despesas o que implica a diminuição do lucro. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 15 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos PASSIVO Circulante Fornecedores Dividendos a pagar Empréstimo Bancário Não circulante Financiamento Patrimônio Liquido Capital Social Reserva de Capital Total do Passivo R$ 11.600,00 R$ 8.350,00 R$ 1.250,00 R$ 2.000,00 R$ 5.450,00 R$ 5.450,00 R$ 2.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.000,00 R$ 19.250,00 ATIVO Circulante Disponível Caixa Banco Conta Movimento Créditos de curto prazo Duplicatas a Receber Estoque Mercadorias Não Circulante Realizável a longo prazo Total do Ativo R$ 13.900,00 R$ 3.230,00 R$ 1.230,00 R$ 2.000,00 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 4.670,00 R$ 4.670,00 R$ 5.350,00 R$ 5.350,00 R$ 19.250,00 Após entendermos o que representa o endividamento empresarial baseado na administração financeira, é importante compreender os indicadores de rentabilidade que medem o quanto uma empresa está sendo lucrativa ou não, Hoji (2010), afirma que os índices de rentabilidade são muito importantes, pois evidenciam o sucesso (ou insucesso) empresarial que representa uma análise de quanto à empresa obteve de lucro, significando o retorno dos investidores (sócios). Desta forma, Hoji (2010) afirma que os índices de rentabilidade indicam basicamente o lucro da empresa com relação aos custos e despesas realizados para sua obtenção de lucro e os divide em 3 pontos denominados de Margem Bruta, Margem Liquida e Rentabilidade do Capital Próprio. • Margem Bruta: Evidência basicamente o percentual das vendas líquidas que não foi consumido pelos custos de produção, ou seja, mede a rentabilidade das vendas, logo após as deduções de vendas (ICMS ou ISS, PIS, COFINS e etc.). Calcula-se desta forma MB (margem bruta) = lucro operacional bruto / receita operacional li- quida. • Margem Liquida: Confronta o lucro líquido do período com as vendas líquidas. Nes- sa margem, além do resultado financeiro, também são incluídos os resultados não- -operacionais. Indica o quanto restoureceita gerada pela empresa após a dedução de todos os custos, gastos e despesas incorridos pela empresa. Será à margem de lucro sobre as vendas. Estabelece o percentual de lucro líquido em cada uni- dade monetária vendida. Calcula-se desta forma ML (margem liquida) = Lucro Líquido do Exercício / Receita Operacional liquida. • Rentabilidade do Capital Próprio: Indica quanto rendeu no exercício o valor que os sócios mantiveram investido na empresa, ou seja, é o retorno obtido pela empresa em decorrência da utilização dos recursos próprios no financiamento das atividades. Calcula-se desta forma RCP (Rentabilidade do Capital Próprio) = Lucro Líquido do Exercício / PL (Patrimônio líquido). Gestão Financeira e de Custos Empresariais 16 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita Operacional Bruta (-) Deduções da Receita Bruta (=) Receita Operacional Liquida (-) Custos Operacionais (=) Resultado Operacional Bruto (-) Despesas Operacionais (=) Lucro Operacional Liquido (-) Lucro antes do Imposto de Renda e da Contribuição SocialProvisão para Contribuição social (9%) Provisão para Imposto de Renda (15%) (=) Lucro Líquido do Exercício R$ 100.000,00 R$ 21.000,00 R$ 79.000,00 R$ 30.000,00 R$ 49.000,00 R$ 35.000,00 R$ 14.000,00 R$ 3.360,00 R$ 1.260,00 R$ 2.100,00 R$ 10.640,00 PASSIVO Circulante Fornecedores Dividendos a pagar Empréstimo Bancário Não circulante Financiamento Patrimônio Líquido Capital Social Reserva de Capital Total do Passivo R$ 11.600,00 R$ 8.350,00 R$ 1.250,00 R$ 2.000,00 R$ 5.450,00 R$ 5.450,00 R$ 2.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.000,00 R$ 19.250,00 O atual cenário competitivo exige respostas rápidas e eficazes das organizações. A identificação antecipada das necessidades transformou a análise dos demonstrativos financeiros num dos mais importantes instrumentos para os empresários. Através deste instrumento de controle e planejamento financeiro, pode refletir nos resultados da empresa de maneira direta impactando diretamente no caixa da empresa. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 17 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Exercícios EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO SOBRE ANÁLISE HORIZONTAL, ANÁLISE VERTICAL, LIQUIDEZ (IMEDIATA, SECA, CORRENTE E GERAL), ENDIVIDAMENTO E RENTABILIDADE (MARGEM BRUTA, MARGUEM LÍQUIDA E RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO) APÊNDICE 01 APÊNDICE 01 Notas explicativas: • Para a análise vertical e horizontal deve-se levar em consideração os pontos de maior relevância. • Para análise de liquidez, endividamento e rentabilidade, fazer um comparativo entre os períodos (20x1, 20x2 e 20x3) • Arredondar para duas casas decimais (0,00) 1.) Faça as análises abaixo da empresa “Kiko B i k e ” , empresa está especialista na comercialização de peças de bicicletas. a) Faça uma análise vertical do Balanço Patrimônio de 20x2 e 20x3 e da Demonstração do Resultado do Exercício 20x2 e 20x3. b) Faça uma Análise Horizontal dos períodos 20x1, 20x2 e 20x3, tendo como ano base 20x1. c) Faça uma Análise de Liquidez do ano de 20x1, 20x2 e 20x3. d) Faça uma Análise de Endividamento do ano de 20x1, 20x2 e 20x3. e) Faça uma Análise de Rentabilidade do ano de 20x1, 20x2 e 20x3. ATIVO 20x1 20x2 20x3 Ativo Circulante R$ 209.250,00 R$ 202.400,00 R$ 232.590,00 Disponível Caixa R$ 38.000,00 R$ 35.000,00 R$ 30.730,00 Banco Com Movimento R$ 17.000,00 R$ 20.000,00 R$ 27.600,00 Créditos de curto prazo Duplicatas a Receber R$ 42.250,00 R$ 37.400,00 R$ 62.260,00 Estoque Mercadorias R$ 112.000,00 R$ 110.000,00 R$ 112.000,00 Ativo Não Circulante R$ 16.000,00 R$ 14.800,00 R$ 19.810,00 Realizável a Longo Prazo R$ 12.000,00 R$ 10.800,00 R$ 15.310,00 Imobilizado R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.500,00 Total do Ativo R$ 225.250,00 R$ 217.200,00 R$ 252.400,00 Gestão Financeira e de Custos Empresariais 18 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos ATIVO2 0x1 20x22 0x3 Passivo CirculanteR $ 158.950,00 R$ 146.350,00 R$ 179.150,00 Fornecedores R$ 98.000,00 R$ 80.250,00 R$ 104.390,00 Duplicatas a Pagar R$ 33.700,00 R$ 38.500,00 R$ 45.360,00 Salário a PagarR $ 12.500,00 R$ 10.500,00 R$ 13.500,00 Empréstimo Bancário R$ 9.500,00 R$ 11.500,00 R$ 10.000,00 Aluguel R$ 5.250,00 R$ 5.600,00 R$ 5.900,00 Passivo Não Circulante R$ 51.500,00 R$ 55.500,00 R$ 57.350,00 Financiamento R$ 51.500,00 R$ 55.500,00 R$ 57.350,00 Patrimônio Liquido R$ 14.800,00 R$ 15.350,00 R$ 15.900,00 Capital SocialR $ 12.500,00 R$ 13.500,00 R$ 14.400,00 Reserva de Capital R$ 2.300,00R$ 1.850,00 R$ 1.500,00 Total do PassivoR $ 225.250,00 R$ 217.200,00 R$ 252.400,00 2 Gestão Financeira e de Custos Empresariais 19 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos (-) Despesas Operacionais R$ 14.000,00 (=) Lucro Operacional Liquido R$ 13.250,00 (-) Lucro Antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social R$ 3.180,00 Provisão para contribuição social (9%) R$ 1.192,50 Provisão para imposto de renda (15%) R$ 1.987,50 (=) Lucro Líquido do Exercício R$ 10.070,00 Liquidez Liquidez Imediata Liquidez Imediata = Disponível / Passivo Circulante Liquidez Seca Liquidez Seca = (Ativo Circulante – Estoques) / Passivo Circulante Liquidez Corrente Liquidez Corrente = (Ativo Circulante) / Passivo Circulante Liquidez Geral Liquidez Geral = (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) Endividamento Endividamento Curto Prazo (Ecp) = Passiva Circulante / Ativo total Endividamento Longo Prazo (Elp) = Passivo Não Circulante / Ativo total Endividamento Total (Et) = Exigível total / Ativo total Endividamento da Estrutura de Capital (Eec) = Exigível total / Patrimônio líquido Rentabilidade Margem Bruta = Lucro Operacional Bruto / Receita Operacional liquida Margem Liquida = Lucro Líquido do Exercício / Receita Operacional Liquida Rentabilidade do Capital Próprio = Lucro Líquido do Exercício / Patrimônio Líquido Gestão Financeira e de Custos Empresariais 20 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 3. RISCO X RETORNO O CONCEITO DE RETORNO “O retorno é o ganho ou a perda total sofrida por um investimento em certo período de tempo” (GITMAN, 2004, p. 184). Segundo Ross et al. (2013), nor- malmente o retorno tem dois componentes: de renda; e de capital. O primeiro advém do recebimento de algum dinheiro diretamente ligado à manutenção da posse do ativo. Já o segundo é obtido pela variação do valor de mercado do investimento. Embora o retorno possa ser expresso monetariamente, em geral, seu cálculo é efetuado em termos percentuais, como pela fórmula (2.1) de Gitman (2004): k = Ct + Pt - Pt-1 Pt - 1 t Em que: • Kt : é a taxa de retorno durante o período t; • Ct : é o fluxo de caixa recebido com o investimento no período de t – 1 até t (compo- nente de renda); • Pt : é o preço (valor) do ativo na data t; • Pt – 1 : é o preço (valor) do ativo na data t – 1; e • Pt – Pt – 1 : é o ganho (ou perda) de capital do ativo no período de t – 1 até t (compo- nente de capital). Para ilustrar o cálculo de retornos de ações, vamos utilizar o exemplo de Ross et al. (2013). Suponha que você tenha comprado algumas ações no início do ano por R$ 25,00 cada. No final do ano, o preço era de R$ 35,00 por ação. Ao longo do ano, você obteve R$ 2,00 em dividendos por ação. Qual foi o retorno percentual da ação no período? Se o seu investimento total fosse de R$ 1.000,00, qual seria o seu retorno monetário? Como seria o diagrama de fluxo de caixa do investimento? (Por simplificação, neste exemplo assume-se a ausência de taxas de corretagem, impostos e inflação). Mensuração do retorno percentual da ação: Cálculo do retorno monetário do investimento de R$ 1.000,00: Se você tivesse investido R$ 1000,00, alcançaria um retorno monetário Gestão Financeira e de Custos Empresariais 21 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos de R$ 480,00 (1.000×0,48). Note que seus R$ 1.000,00 comprariam 40 ações (1.000/25). Estas pagariam um total de R$ 80,00 (40×2) em dividendos. A valorização de R$ 10,00 (35 - 25) por ação resultaria em um ganho de capital de R$ 400 (40×10). Assim, somando os dois componentes, seu retorno monetário seria de R$ 480,00 (80 + 400), como explicado no início. O diagrama do fluxo de caixa do investimento é representado pela figura O conceito de risco Na prática, as decisões financeiras não são tomadas em ambientes de total certeza com relação a seus resultados, uma vez que essas decisões são voltadas fundamentalmente, para o futuro (ASSAF NETO, 2010). Sempre que houver chance de acontecer mais de um resultado, há a presença de risco (BODIE; KANE; MARCUS, 2002). O conceito de risco está intimamente ligado ao de probabilidade (ASSAF NETO, 2010). Em sentido amplo, risco pode ser compreendido como a possibilidade de ocorrência de um evento adverso, para uma determinada situação esperada. Com base em tal definição, a tabela abaixo apresenta algumas fontes de risco, que podem afetar a empresa e seus fornecedores de capital. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 22 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos FONTES DE RISCO DESCRI-ÇÃO RISCOESPECÍFICO DA EMPRESA RISCO ECONÔ- MICO (OPERA- CIONAL) Possibilidade de que a empresa não seja capaz de co- brir seus custos de operação. De acordo com Assaf Neto (2010), este risco: é inerente à própria atividade da em- presa e às características do mercado em que opera; e não depende da forma como a empresa é financiada, vin- culando-se exclusivamente às decisões de investimento. Possíveis determinantes, segundo Assaf Neto (2010): sa- zonalidade do mercado, concorrência, estrutura de custos, qualidade dos produtos etc. RISCO FINANCEIRO Possibilidade de que a empresa não seja capaz de liquidar suas obrigações financeiras. Reflete o risco ligado às deci- sões de financiamento. Quanto maior o endividamento da organização, mais elevado é o seu risco financeiro (ASSAF NETO, 2010). FONTES DE RISCO DESCRI- ÇÃO RISCO ESPECÍFICO DOS FORNECEDORES DE CA- PITAL RISCO DE TAXA DE JUROS Possibilidade de que as variações das taxas de juros afe- tem negativamente o valor de um investimento. A maioria dos investimentos perde valor quando a taxa de juros sobe e ganha valor quando ela cai. RISCO DE LIQUIDEZ Possibilidade de que um ativo não possa ser convertido rapidamente em caixa, sem uma redução substancial no seu preço. RISCO DE MERCADO Possibilidade de que o valor de um ativo diminua, em vir- tude de fatores de mercado independentes do ativo (como eventos econômicos, políticos e sociais). Segundo Damodaran (2006), no que tange à avaliação de ativos, risco é a probabilidade de receber um retorno sobre o investimento, que é diferente do retorno que se espera realizar. Portanto, para o autor, risco não só inclui resultados negativos (retornos que são menores do que o esperado), mas também positivos (retornos que são maiores do que o esperado). Em termos estatísticos, risco refere-se à variabilidade dos retornos asso- ciados a certo ativo (GITMAN, 2004). Assim, o retorno esperado, por si só não capta o risco vinculado ao investimento. Já o desvio-padrão (e a variância1) dos retornos, calculado pela expressão (2.4), representa uma medida de risco, pois mensura, estatisticamente a variabilidade (grau de dispersão) dos possíveis resultados, em termos de valor esperado (ASSAF NETO, 2010). Gestão Financeira e de Custos Empresariais 23 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Em que: • σk: é o desvio-padrão dos retornos; • K: é o retorno (valor) esperado; • Pri: é a probabilidade de ocorrência de Ki; • n : é o número de ocorrências (valores de retornos) consideradas A fórmula comumente empregada para obter o desvio padrão para dados amostrais, é (GITMAN, 2004): Retomando o exemplo da Tabela abaixo de Gitman (2004), além do retorno esperado, podemos calcular o desvio-padrão dos retornos dos ativos A e B: Os resultados obtidos indicam que o ativo B possui maior desvio-padrão e, portanto, este investimento é considerado mais arriscado. Dessa maneira, por apresentar o mesmo retorno esperado (15%) e assumir grau de risco mais baixo (menor desvio-padrão), o ativo A é o mais atraente (se considerássemos apenas as informações sobre risco e retorno, e que o investidor é avesso ao risco). Caso conhecêssemos todos os retornos possíveis e as probabilidades cor- respondentes das alternativas A e B, poderíamos construir uma distribuição contínua de probabilidades como nas figuras abaixo, as quais demonstram a Gestão Financeira e de Custos Empresariais 24 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos maior dispersão dos retornos do ativo A em relação aos do B. RISCO: SISTEMÁTICO E NÃO SISTEMÁTICO Conforme debatido, o risco econômico e o risco financeiro compõem o risco total de uma empresa. O primeiro vincula-se a decisões de investimento da organização e possui determinantes de natureza conjuntural (alterações na economia, tecnologia etc), de mercado (exemplo: crescimento da concorrência) e do próprio planejamento e administração da companhia (ASSAF NETO, 2010). Já o segundo está relacionado com a estrutura de capital da corporação e, portanto, com as suas decisões de financiamento. O risco total de um ativo também pode ser dividido em dois componentes. Estes são os riscos sistemático (não diversificável) e não sistemático (diversificável), como mostrado pela expressão: RISCO TOTAL = RISCO NÃO SISTEMÁTICO + RISCO SISTEMÁTICO O risco não sistemático de um ativo, também conhecido como risco idios- sincrático ou risco específico, é determinado pelas suas características próprias, não afetando os demais investimentos do portfólio. No caso do título ser a ação de uma companhia, seu risco individual é causado por fatores relacionados ao próprio negócio, como ações judiciais, greves, programas de marketing, perdas de contratos ou clientes importantes, etc (WESTON; BRIGHAM, 2004). Como o risco não sistemático é intrínseco, próprio de cada investimento, pode-se eliminá- lo com o aumento do tamanho da carteira e, por isso, também é chamado de risco diversificável (GALAGEDERA, 2007). O risco sistemático é determinado por eventos de natureza política, econô- mica e social (ASSAF NETO, 2010). Este risco é também referenciado como risco de mercado, dado que é inerente a todos os ativos negociados no mercado, os quais são impactados por ele com intensidades diferentes (GALAGEDERA, 2007). Seus principais determinantes são guerras, inflação, recessões e variações nas taxas de juros da economia (WESTON; BRIGHAM, 2004). Dado que o risco específico pode ser totalmente diluído pelo processo de diversificação, os Gestão Financeira e de Custos Empresariais 25 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos gestores e as empresas deveriam se preocupar somente com o risco sistemático dos ativos que compõem suas carteiras. Contudo, recentemente Panousi e Papanikolaou (2012) observaram que o risco idiossincrático da firma afeta negativamente a sua taxa de investimento, e que este impacto é mais forte nas empresas norte-americanas em que há maior participação acionária dos executivos. Segundo os autores, tais resultados são indícios de que as decisões de investimento são tomadas, em geral, por admi- nistradores com carteiras pouco diversificadas, que reduzem os investimentos da firma, quando o risco específico dela aumenta. Neste sentido, a aversão ao risco dos gestores repercutiria em decisões ótimas, sob o ponto de vista de investidores bem diversificados. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 26 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 4. ANÁLISE DE RELAÇÃO CUSTO X VOLUME X LUCRO As pequenas empresas têm grande importância social no Brasil, princi- palmente pelo aspecto de geração de empregos, como atestam diversas estatísticas. Contudo, diferentes estudos revelam também que as empresas desde porte costumam encontrar dificuldades para superar um ano de existência e muitas deixam de existir com poucos alguns meses de funcionamento. Vários fatores podem ser apontados como causadores desta realidade e den- tre estes pode ser mencionada a pequena utilização de técnicas de gerencia- mento consistentes. Quer por desconhecimento, quer por preconceitos quanto ao grau de dificuldade para implementá-las, poucos são os empresários que empregam nas suas micro e pequenas empresas ferramentas como a Análise Custo x Volume x Lucro. Kaplan e Atkinson (1989) mencionam que diversas decisões gerenciais requerem a análise atenta do comportamento de custos e lucros em função das expectativas do volume de vendas. No curto prazo (menos que um ano), a maioria dos custos e preços dos produtos da empresa, podem, em geral, serem determinados. A principal incerteza não está relacionada com custos e preços dos produtos, mas com a quantidade que irá ser vendida. A Análise de Custo x Volume x Lucro aponta os efeitos das mudanças nos volumes de vendas na lucratividade da organização. Hoji (2010) cita que a Análise de Custo x Volume x Lucro é uma das mais básicas ferramentas de avaliação utilizadas pelos gerentes. Esta análise examina o comportamento das receitase custos totais, dos resultados das operações decorrentes de mudanças ocorridas nos níveis de saídas (vendas), de preços de venda, custos variáveis por unidade ou custos fixos. Em geral, os administradores usam esta análise como uma ferramenta para ajudá-los a responder questões que envolvam expectativas quanto ao que acontecerá com o lucro se houverem modificações nos preços de venda, nos custos e no volume vendido. Em outras palavras a análise da relação entre custos x volumes x lucros estuda o inter-relacionamento destas três variáveis, procurando estabelecer os efeitos da alteração de um ou mais desses fatores sobre os outros e suas relações mútuas. A análise da relação custo x volume x lucro é usada principalmente para o planejamento e projeções de lucros a curto prazo, facilitando a escolha do melhor curso da ação, quando o gestor possui diversas alternativas operacionais decorrentes das combinações possíveis e disponíveis destes três elementos. A análise da relação Custo x Volume x Lucro representa-se de alta relevante na determinação de um volume de produção necessário a ser atingido para a obtenção do lucro pretendido. Ao mesmo tempo, atua como uma ferramenta para determinar receitas necessárias para atingir volumes de vendas que não gere prejuízos para o empreendimento. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 27 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos O planejamento do lucro se faz através desta análise, pois permite relacionar o custo e o volume de saídas para o estabelecimento da estratégia de preços, seleção de um melhor mix de vendas, quando uma empresa produz vários produtos, aceitação de encomendas especiais e estratégias de como penetrar em um mercado novo. A análise do custo permite que se tome uma decisão certa e para isso é preciso que haja uma separação entre custos fixos e variáveis. Quando aumentamos o volume de produção diminuímos o valor unitário dos custos fixos e assim aumentamos a lucratividade. Vale ressalta que a Custo x Volume x Lucro serve para auxiliar as tomadas de decisões no que se refere o planejamento do nível de produção e/ou venda, possuindo algumas limitações que são: se a empresa produz um único produto esse conceito pode ser aplicado sem problema (não é muito comum). Se a empresa produz diversos surge o problema de identificar os custos e despesas fixas e variáveis inerente ao produto. Para o maior entendimento e formação dos conceitos na análise CVL torna- se importante a diferenciação entre custos (despesas) fixos e custos (despesas) variáveis. Ou seja, a classificação dos custos em relação ao volume de produção ou de atividade: Custos são gastos necessários para fabricar os produtos da empresa. Ressalta- se que os custos não são investimentos e sim gastos efetuados pelas empresas na produção ou atividade fim. Divido em dois, fixos e variáveis. • Custo fixo: São os valores monetários aplicados na produção ou atividade fim de maneira fixa, ou seja, independentemente da quantidade produzida o valor empre- gado será o mesmo. • Custo variável: São os valores monetários que variam de acordo com a produção ou atividade fim, ou seja, são valores que tem variação de acordo com o aumento ou redução da produção ou atividade desenvolvida. Despesas são gastos aplicados na estrutura administrativa e comercial da empresa. Divido em dois, fixos e variáveis. • Despesa fixa: São os valores monetários aplicados na produção ou atividade fim de maneira • Despesa variável: São os fatores monetários variáveis com a estrutura administrativa e comercial da empresa. Ainda dentro da classificação dos custos e despesas pode-se ter a junção do fixo e variável que é denominado de misto, desta forma entende-se como custo misto aquele que possuem parte fixa e parte variável usado diretamente no processo produtivo ou atividade fim e despesas mistas possuem parte fixa e parte variável usado na estrutura administrativa e comercial da empresa. Assim a análise Custo x Volume x Lucro tem a finalidade de estudar e calcular Gestão Financeira e de Custos Empresariais 28 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos o ponto de equilíbrio (breakeven point). Sua essência abrange os conceitos de Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio. O conceito de Margem de Contribuição representa o valor com que cada unidade de um produto fabricado e comercializado contribui para cobrir os gastos. Obtém-se, portanto, a Margem de Contribuição Unitária. A margem de contribuição unitária é a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade do produto. Braga (1996) define que margem de contribuição é o preço de venda menos custos e despesas variáveis. Significa dizer que a cada unidade vendida à empresa lucrará/perderá determinado valor que, multiplicado pelo total vendido resulta na contribuição marginal total do produto para a empresa. Como se percebe, a margem de contribuição pode ser expressa em sua forma unitária ou no total. Essa margem pode ser da empresa como um todo, de um seguimento de negócio, de uma linha de produto, etc. O índice de margem de contribuição é uma porcentagem obtida pela divisão da margem de contribuição unitária pelo preço de venda, ou pela divisão da margem de contribuição total pela receita total. Abaixo, a um exemplo prático de como se chega a margem de contribuição unitária e total. A empresa ABC Ltda. especialista na fabricação de eletrônicos. Verificou que a preço unitário de um item produzido é de R$ 10,00, com um custo variável unitário de R$ 4,30 e uma despesa variável unitário de R$ 0,90. Calcule a margem que contribuição? Preço unitário de venda (líquido de imposto) (-) Custos variáveis unitários 4,30 (-) Despesas variáveis unitárias 0,90 (=) Margem de contribuição unitário (MCU) 4,80 Margem de contribuição unitária Com a variação da quantidade se pode chegar a margem de contribuição total. Para se chegar a MCt, basta multiplicar a quantidade pelos respectivos valores (preço de venda, custos variais unitários, despesas variáveis unitária e margem de contribuição unitária). Jan 20xx Fev 20xx Mar 20xx Abr 20xx Quant. de vendas Vendas líquidas R$ 10.000 R$ 50.000 R$ 75.000 R$ 100.000 (-) Custos Variável R$ 4.300 R$ 21.500 R$ 32.250 R$ 43.000 (-) Despesas Variável R$ 900 R$ 4.500 R$ 6.750 R$ 9.000 Gestão Financeira e de Custos Empresariais 29 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos (=) MCT R$ 4.800 R$ 24.000 R$ 36.000 R$ 48.000 Margem de contribuição total Ponto de equilíbrio de uma empresa representa o nível mínimo de vendas que a entidade precisa obter para não incorrer em prejuízos, ou seja, nesse ponto as receitas são iguais aos custos e o lucro é igual à zero. Segundo Hoji (2008) o ponto de equilíbrio corresponde à quantidade produzida dividida pelo volume de operações para o qual a receita se iguala ao custo total (Custo fixo mais custo variável). É, pois, o ponto onde o lucro líquido iguala-se a zero, podendo ser expresso em unidades físicas ou monetárias. O modelo de ponto de equilíbrio tem por objetivo determinar o nível de produção em termos de quantidade e/ou de valor que se traduz pelo equilíbrio entre a totalidade dos custos e das receitas. Para um nível abaixo desse ponto, a empresa estará na zona de prejuízo e acima dele, na zona de lucratividade. Devemos ter em mente que a análise do ponto de equilíbrio é apenas um guia para o planejamento das operações da empresa devendo ser calculado sempre que precisamos tomar uma decisão que envolva a busca da competitividade quando o assunto é definição de preço. Para o cálculo do ponto de equilíbrio é importante ter em mente algumas premissas tais como: Não existem estoques acabados ou em fase de elaboração, toda produção é vendida e há distinção entre os custos e despesas, eles são separados em fixos e variáveis. Para melhor análise e planejamento das ações de produção/venda o ponto de equilíbrio divide-se em 3 (três), são elesponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro. • Ponto de equilíbrio contábil: É a quantidade de produtos que devem ser produzidos para cobrir os custos e despesas fixas e variáveis. Calculado através da seguinte ex- pressão PEc = CDF / MCU • PEc: ponto de equilíbrio contábil • CDF: custos e despesas fixas • MCU: margem de contribuição unitária Sendo assim, se o volume de vendas da empresa for um número maior que o ponto de equilíbrio a empresa passa a gerar lucro. Porém, se for um número abaixo a empresa terá prejuízos. O gráfico abaixo mostra o valor que compreende os custos e despesas fixas, o valor gasto nos custos e despesas variáveis e o valor empregado na somatória de ambos, custo total. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 30 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Após o entendimento da composição do gráfico baseado em custos, o gráfico abaixo representa os seguintes pontos. CDF que representa a somatória de todos os custos e despesas fixas, CDV que são os custos e despesas variais inerentes, custos totais que corresponde à soma dos CDF e CDV, o ponto de equilíbrio que representa a o valor que a empresa deve atingir para não ter nem prejuízo e nem lucro e pôr fim a receita total que corresponde a tudo que embolsado pela empresa. Abaixo, um exemplo de como se chega a quantidade do ponto de equilíbrio contábil. Sabendo-se que a MCU é R$ 4,80, e CDF é R$ 36.000,00, qual a quantidade de produtos necessários para que a empresa chegue ao ponto de equilíbrio contábil em quantidade? PEq = CDF / MCU PEq = R$ 36.000,00 / R$ 4,80 PEq = 7.500 unidades Isso significa que se a empresa comercializar a quantidade de 7.500 irá alcançar o ponto de equilíbrio em quantidade, implicando que não haverá nem prejuízo e nem lucro. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 31 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Responda os exercícios a seguir. Exercícios A empresa ABC Ltda. especialista na fabricação de eletrônicos. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 20,00, com um custo variável unitário de R$ 5,20 e uma despesa variável unitário de R$ 2,80. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 42.000,00. Pede-se: a) Calcule a margem de contribuição; b) Calcule o ponto de equilíbrio; Obs: Se necessário, consulte a resolução do exercício nas vídeo aulas. A empresa XYZ Ltda. especialista na fabricação de bolas. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 20,00, com um custo variável unitário de R$ 10,20 e uma despesa variável unitário de R$ 4,80. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 42.000,00. Pede-se: a) Calcule a margem de contribuição; b) Calcule o ponto de equilíbrio; Obs: Se necessário, consulte a resolução do exercício nas vídeo aulas. A partir de agora, vamos falar sobre o ponto de equilíbrio econômico. • Ponto de equilíbrio econômico: é a quantidade que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas acrescidas de uma remuneração mínima (custo de oportuni- dade) sobre o capital investido pela empresa. Em outras palavras é quando as recei- tas totais são iguais aos custos totais acrescidos de um lucro mínimo de retorno do capital investido. Calcula-se assim PEe = CDF + CO / MCU. • PEe: Ponto de equilíbrio econômico. • CDF: custos e despesas fixas. • CO: custo de oportunidade. • MCU: margem de contribuição unitária. A seguir, vamos resolver um exemplo de como se chega a quantidade do ponto de equilíbrio econômico. Sabendo-se que a MCU é R$ 4,80, e CDF é R$ 36.000,00 e que o custo de oportunidade seja R$ 15.000,00, qual o ponto de equilíbrio econômico em quantidade? PEq = CDF / MCU PEq = (R$ 36.000,00 – R$ 15.000,00) / R$ 4,80 Gestão Financeira e de Custos Empresariais 32 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos PEq = 10.625 unidades Isso significa que se a empresa comercializar a quantidade de 10.625 irá alcançar o ponto de equilíbrio em quantidade econômico levando em consideração o custo de oportunidade, implicando que não haverá nem prejuízo e nem lucro. Agora faça o exercício: Sabendo-se que a MCU é R$ 5,00, e CDF é R$ 42.000,00 e que o custo de oportunidade seja R$10.000,00, qual o ponto de equilíbrio econômico? Obs: Se necessário, consulte a resolução do exercício nas vídeo aulas. Agora, vamos vejamos outro conceito: • Ponto de equilíbrio financeiro: é a quantidade que iguala a receita total com a soma de custos e despesas que representam desembolso financeiro para a empresa. Nes- te caso, os encargos da depreciação são exclusos por não representarem desembol- so para empresa. Calcula-se assim PEf = CDF - CD / MCU. • PEf: Ponto de equilíbrio financeiro. • CDF: custos e despesas fixas. • CD: custo de depreciação. • MCU: margem de contribuição unitária. Vejamos um exemplo de como se chega a quantidade do ponto de equilíbrio financeiro. Sabendo-se que a MCU é R$ 4,80, e CDF é R$ 36.000,00 e que a depreciação seja R$ 6.000,00, qual o ponto de equilíbrio financeiro em quantidade? PEq = CDF / MCU PEq = (R$ 36.000,00 – R$ 6.000,00) / R$ 4,80 PEq = 6.250 unidades Isso significa que se a empresa comercializar a quantidade de 6.250 irá alcançar o ponto de equilíbrio financeiro em quantidade levando em consideração a depreciação, implicando que não haverá nem prejuízo e nem lucro. Resolva o exercício a seguir. Sabendo-se que a MCU é R$ 5,00, e CDF é R$ 42.000,00 e que a depreciação seja R$ 2.000,00, encontre o ponto de equilíbrio financeiro em quantidade. Obs: Se necessário, consulte a resolução do exercício nas vídeo aulas. Para uma melhor análise referente ao ponto de equilíbrio, além de se usar o mesmo em quantidade, pode-se visualizar em valor empregado produção/venda Gestão Financeira e de Custos Empresariais 33 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos para atingir ponto de equilíbrio em valor, dividindo-se em 3 (três), são eles ponto de equilíbrio em valor contábil, econômico e financeiro. • Ponto de equilíbrio em valor contábil: É o valor que deve ser almejado para cobrir os custos e despesas fixas e variáveis. Calculado através da seguinte expressão PEc = CDF / %MC (Custo e despesas fixas / receita liquida total). • PEVc: ponto de equilíbrio em valor contábil. • CDF: custos e despesas fixas. • %MC: percentual da margem de contribuição. Abaixo, um exemplo de como se chega ao valor do ponto de equilíbrio contábil. Sabendo-se que o e CDF corresponde a R$ 36.000,00 e a receito liquida total R$ 75.000,00, seu custo e despesa fixa corresponde R$ 36.000,00, qual o ponto de equilíbrio contábil em valor? %MC = CDF / Receita %MC = R$ 36.000,00 / R$ 75.000,00 %MC = 0,48 PEqv = CDF / %MC PEqv = R$ 36.000,00 / 0,48 PEqv = R$ 75.000,00 Isso significa que se a empresa gerar recursos na ordem de R$ 75.000,00 irá alcançar o ponto de equilíbrio contábil em valor, implicando que não haverá nem prejuízo e nem lucro. Agora, vamos vejamos o ponto de equilíbrio em valor econômico: • Ponto de equilíbrio em valor econômico: é o valor que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas acrescidas de uma remuneração mínima (custo de oportunidade) sobre o capital investido pela empresa. Em outras palavras é quando as receitas totais são iguais aos custos totais acrescidos de um lucro mínimo de retor- no do capital investido. Calcula-se assim PEe = CDF + CO / %MC (Custo e despesas fixas / receita liquida total). • PEe: Ponto de equilíbrio econômico. • CDF: custos e despesas fixas. • CO: custo de oportunidade. • %MC: percentual da margem de contribuição (Custos e despesas fixas divido pela receita total). Abaixo, um exemplo de como se chega ao valor do ponto de equilíbrio econômico. Sabendo-se que o CDF é R$ 36.000,00, o custo de oportunidade seja R$ 15.000,00 e %MC = 0,48. Qual o ponto de equilíbrio econômico em valor? PEev = (CDF + CO) / %MC PEqv = (R$ 36.000,00 + R$ 15.000,00) / 0,48 PEqv = R$ 106.250,00 Gestão Financeira e de Custos Empresariais 34 Volte ao Sumário Navegue entre oscapítulos Isso significa que se a empresa gerar recursos na ordem de R$ 106.250,00 irá alcançar o ponto de equilíbrio econômico em valor, implicando que não haverá nem prejuízo e nem lucro. Agora, vamos vejamos outro conceito: • Ponto de equilíbrio financeiro: é o valor que iguala a receita total com a soma de cus- tos e despesas que representam desembolso financeiro para a empresa. Neste caso, os encargos da depreciação são exclusos por não representarem desembolso para empresa. Calcula-se assim PEf • = CDF - CD / %MC (Custo e despesas fixas / receita liquida total). • PEf: Ponto de equilíbrio financeiro. • CDF: custos e despesas fixas. • CD: custo de depreciação. • %MC: percentual da margem de contribuição. Abaixo, um exemplo de como se chega ao valor do ponto de equilíbrio econômico Sabendo-se que o CDF é R$ 36.000,00, a depreciação seja R$ 6.000,00, e %MC = 0,48. Qual o ponto de equilíbrio? PEev = (CDF – Depreciação) / %MC PEqv = (R$ 36.000,00 - R$ 6.000,00) / 0,48 PEqv = R$ 62.500,00 Isso significa que se a empresa gerar recursos na ordem de R$ 62.500,00 irá alcançar o ponto de equilíbrio financeiro em valor, implicando que não haverá nem prejuízo e nem lucro. Após o entendimento sobre margem de contribuição e ponto de equilíbrio, vamos entender os efeitos do aumento ou diminuição do nível de atividade empresarial como efeito nos resultados. Para tal, vamos estudo grau de alavancagem operacional, grau de alavancagem financeiro e grau de alavancagem combinada. GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL As decisões empresariais requerem informações precisas e constantemente renovadas que possibilitem suporte às atividades inerentes ao negócio. Em pequenas empresas comerciais, o dinamismo dos diversos fatores econômicos requer um monitoramento conínuo de elementos que compõe os custos e despesas das ações. É importante ter em mente que algumas empresas em suas operações elevam seus níveis de produtividade e para isso existe uma ferramenta denominada de Gestão Financeira e de Custos Empresariais 35 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos GAO (grau de alavancagem operacional) que é o índice que mede as diferentes variações do lucro em função de variações no volume de vendas. Essa ferramenta é muito usada quando é necessário projetar os resultados na alteração de quantidade a serem produzidas. Segundo Hoji (2010) o grau de alavancagem operacional significa a possibilidade de acréscimo do lucro total pelo incremento da quantidade produzida e vendida. O termo alavancagem vem da possibilidade de levantar lucros líquidos em proporções maiores do que o normalmente esperado. GAO é o aumento no nível de atividade que produz efeito no resultado econômico. Para encontrar o grau de alavancagem operacional usa-se a seguinte expressão GAO = % do lucro / % do volume/quantidade. • % do lucro: variação em percentual do lucro: Lucro adicional / lucro atual • % do volume/quantidade: variação em percentual da quantidade: quantidade adi- cional / quantidade atual. Abaixo, um exemplo de como se chega ao GAO. A empresa XYZ Ltda. especialista na fabricação de eletrônicos. Verificou que a preço unitário de um item produzido é de R$ 3,00, com um custo variável unitário de R$ 1,60 e uma despesa variável unitário de R$ 1,00. Seus custos e despesas fixas representam R$ 10.000,00. Em sua situação atual produz 10.000 unidades do referido produto onde obtém uma receita de R$ 8.000,00. Se a empresa passar a produzir 12.000 unidade (a receita permanece a mesma), qual será o GAO (grau de alavancagem operacional)? Situação Atual Situação Futura Quantidade 10.000 12.000 ( x ) MCU 0,40 0,40 ( = ) MCT 4.000,00 4.800,00 ( - ) CDF 10.000,00 10.000,00 ( = ) Prejuízo ou Lucro -6.000,00 -5.200,00 ( + ) Receitas 8.000,00 8.000,00 ( = ) Lucro 2.000,00 2.800,00 Gestão Financeira e de Custos Empresariais 36 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Isto significa que o lucro adicional corresponde a 2,00 vezes a quantidade adicional de produtos. Agora, resolva os exercícios: A empresa Beta Ltda. especialista na fabricação de móveis. Verificou que a preço unitário de um item produzido é de R$ 10,00, com um custo variável unitário de R$ 4,60 e uma despesa variável unitário de R$ 2,40. Em sua situação atual produz 5.000 unidades do referido produto onde obtém uma receita de R$ 12.000,00. Se a empresa passar a produzir 7.500 unidades e com isso acrescer 15% na receita, qual será o GAO? CDF = R$ 15.000,00. Situação Atual Situação Futura Quantidade ( x ) MCU ( = ) MCT ( - ) CDF ( = ) Prejuízo ou Lucro ( + ) Receitas ( = ) Lucro Obs: Se necessário, consulte a resolução do exercício nas vídeo aulas. A empresa Gama Ltda. especialista na fabricação de jóias. Verificou que a preço unitário de um item produzido é de R$ 26,50, com um custo variável unitário de R$ 11,60 e uma despesa variável unitário de R$ 5,90. A empresa Gama Ltda. em sua situação atual produz 3.000 unidades do referido produto onde obtém uma receita de R$ 16.800,00. Se a empresa passar a produzir 4.500 unidades e com isso acrescer 20% na receita, qual será o GAO? Custos e Despesas Fixas = R$ 22.000,00. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 37 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Situação Atual Situação Futura Quantidade ( x ) MCU ( = ) MCT ( - ) CDF ( = ) Prejuízo ou Lucro ( + ) Receitas ( = ) Lucro GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA A alavanca financeira corresponde a um efeito financeiro de crescimento da rentabilidade dos capitais próprios que se produz através do aumento do nível de endividamento. Este efeito verifica-se sempre que os custos financeiros de financiamento são inferiores à rentabilidade de determinada operação de investimento ou do investimento da empresa na sua globalidade. Em termos gerais, podemos dizer o efeito de alavanca financeiro é positivo quando a rentabilidade dos investimentos é superior ao custo média dos capitais alheios. Alavancagem financeira é a “alavanca” que a captação de recursos de terceiros produz ou não no retorno aos acionistas. Sendo o aumento de rentabilidade dos sócios em função da utilização de capitais de terceiros. A alavancagem financeira indica a capacidade ou o grau de eficiência da empresa na utilização de encargos financeiros fixos, para maximizar seus resultados. A relação que se estabelece é entre as variações percentuais do lucro antes de juros e imposto de renda e do lucro líquido do exercício. Sendo calculado através da expressão: variação do lucro líquido do exercício dividido pela variação lucros antes do imposto de renda. Agora, resolva o exercício a seguir: Situação Atual Situação Futura Lucro antes de despesas financeiras (operacional) R$ 30.000,00 R$ 48.000,00 ( - ) Despesas financeira (juros) R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 ( = ) Lucro antes do IR (imposto de renda) R$ 24.000,00 R$ 42.000,00 ( - ) Provisão para o IR (imposto de renda) R$ 8.400,00 R$ 14.700,00 ( = ) Lucro líquido do exercício (LLE) R$ 15.600,00 R$ 27.300,00 Gestão Financeira e de Custos Empresariais 38 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Isto significa que o lucro adicional corresponde 1,25 vezes a utilização após os juros e IR. Abaixo, seguem exercícios para resolução: Situação Atual Situação Futura Lucro antes de despesas financeiras (operacional) R$ 30.000,00 R$ 42.000,00 ( - ) Despesas financeira (juros) R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 ( = ) Lucro antes do IR (imposto de renda) R$ 24.000,00 R$ 36.000,00 ( - ) Provisão para o IR (imposto de renda) R$ 8.400,00 R$ 12.600,00 ( = ) Lucro líquido do exercício (LLE) R$ 15.600,00 R$ 23.400,00 Obs: Se necessário, consulte a resolução do exercício nas vídeo aulas. Situação Atual Situação Fu- tura Lucro antes de despesas financeiras (operacional) R$ 33.450,00 R$ 34.550,00 ( - ) Despesas financeira (juros) R$ 11.200,00 R$ 11.200,00 ( = ) Lucro antes do IR (imposto de renda) R$ 22.250,00 R$ 23.350,00 ( - ) Provisão para o IR (imposto de renda) R$ 16.230,00R$ 16.320,00 ( = ) Lucro líquido do exercício (LLE) R$ 6.020,00 R$ 7.030,00 Obs: Se necessário, consulte a resolução do exercício nas vídeo aulas. GRAU DE ALAVANCAGEM COMBINADA O efeito combinado da alavancagem operacional com a alavancagem financeira permite que se avalie, ao mesmo tempo, a repercussão que uma alteração no volume de vendas promove sobre o resultado operacional e líquido. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 39 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Reflete o impacto da combinação da alavancagem operacional e financeira. Calcula-se através da multiplicação do grau de alavancagem operacional pelo grau de alavancagem financeira. Faça o exercício a seguir: GAO – Exercício 05 = 1,55 GAF – Exercício 07 = 1,25 GAC = GAO x GAF GAC = 1,55 x 1,25 = 1,94 Isto significa que resultado geral gerado pela atividade da empresa gerou um o lucro adicional corresponde 1,94 vezes a mais em relação ao período anterior de análise. Agora, continue se exercitando: Preço unitário de venda (líquido de imposto) R$ 13,50 (-) Custos variáveis unitários R$ 4,60 (-) Despesas variáveis unitárias R$ 3,40 CDF = R$ 14.990,00 Situação atual - UNIDADES 5125 Situação futura - UNIDADES 7435 Receita situação atual R$ 13.540,00 Receita situação futura 22% Juros R$ 7.600,00 Provisão para IR 15% Obs: Se necessário, consulte a resolução do exercício nas vídeo aulas. A empresa Beta Ltda. especialista na fabricação de móveis. Verificou que a preço unitário de um item produzido é de R$ 22,90, com um custo variável unitário de R$ 5,55 e uma despesa variável unitário de R$ 4,55. A empresa Beta Ltda. em sua situação atual produz 9.000 unidades do Gestão Financeira e de Custos Empresariais 40 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos referido produto onde obtém uma receita de R$ 13.540,00. Se a empresa passar a produzir 1 unidade e com isso acrescer 22% na receita. Em análise a empresa constatou que seus custos e despesas fixas compreendem o valor de R$ 14.990,00, bem como paga de juros R$ 9.500,00, tendo alíquota de provisão de imposto de renda na ordem de 15%. Encontre o GAO, GAF e GAT Obs: Se necessário, consulte a resolução do exercício nas vídeo aulas. LISTA DE EXERCÍCIO – APÊNDICE 01 1) A empresa HUB Eletrônica Ltda. especialista na fabricação de eletrônicos. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 35,90, com um custo variável unitário de R$ 10,30 e uma despesa variável unitário de R$ 5,60. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 35.000,00. Pede- se: a) Calcule a margem de contribuição; b) Calcule o ponto de equilíbrio em quantidade; c) Represente graficamente. 2) A empresa Number Ltda. especialista na fabricação de livros de inglês. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 41,84, com um custo variável unitário de R$ 10,30 e uma despesa variável unitário de R$ 6,54. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 32.550,00. Seu custo de oportunidade é de R$ 9.500,00. Pede-se: a) Calcule a margem de contribuição; b) Calcule o ponto de equilíbrio econômico em quantidade. 3) A empresa Norte Frio Ltda. especialista na fabricação de periféricos para ar condicionado. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 115,50, com um custo variável unitário de R$ 45,61 e uma despesa variável unitário de R$ 19,89. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 60.000,00. Seu custo de depreciação é de R$ 10.000,00. Pede-se: a) Calcule a margem de contribuição; b) Calcule o ponto de equilíbrio financeiro em quantidade; 4) A empresa Raio de Sol Ltda. especialista na fabricação de artesanatos. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 225,00, com um custo variável unitário de R$ 98,10 e uma despesa variável unitário de R$ 36,90. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 27.000,00. Seu custo Gestão Financeira e de Custos Empresariais 41 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos de depreciação é de R$ 1.560,00 e o de oportunidade de R$ 7.800,00. Pede-se: a) Calcule a margem de contribuição; b) Calcule o ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro em quantidade; c) Represente graficamente do ponto de equilíbrio contábil. 5) A empresa Entre Espumas Ltda. especialista na fabricação de cerveja. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 8,50, com um custo variável unitário de R$ 2,55 e uma despesa variável unitário de R$ 0,95. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 31.000,00. Seu custo de depreciação é de R$ 1.460,00 e o de oportunidade de R$ 6.800,00. A empresa pretende comercializar 11.640 unidades. Pede-se: a) Calcule o ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro em valor; 6) A empresa HUB Eletrônica Ltda. especialista na fabricação de alarmes residencial. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 28,50, com um custo variável unitário de R$ 12,55 e uma despesa variável unitário de R$ 1,95. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 42.224,39. Seu custo de depreciação é de R$ 1.460,00 e o de oportunidade de R$ 6.800,00. A empresa deseja comercializar 6.400 unidades. Pede-se: a) Calcule o ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro em valor; 7) A empresa HUB Eletrônica Ltda. especialista na fabricação de eletrônicos. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 35,90, com um custo variável unitário de R$ 10,30 e uma despesa variável unitário de R$ 5,60. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 35.000,00. Em sua situação atual produz 3.000 unidades do referido produto onde obtém uma receita de R$ 16.800,00. Se a empresa passar a produzir 6.000 unidades e com isso acrescer 15% na receita, Pede-se: a) Qual será o GAO (Grau de Alavancagem Operacional)? 8) A empresa Number Ltda. especialista na fabricação de livros de inglês. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 41,84, com um custo variável unitário de R$ 10,30 e uma despesa variável unitário de R$ 6,54. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 32.550,00. Em sua situação atual produz 1.000 unidades do referido produto onde obtém uma receita de R$ 16.900,00. Se a empresa passar a produzir 1.800 unidades e com isso acrescer 15% na receita, Pede-se: Gestão Financeira e de Custos Empresariais 42 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos a) Calcule o GAO (Grau de Alavancagem Operacional). 9) A empresa Norte Frio Ltda. especialista na fabricação de periféricos para ar condicionado. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 115,50, com um custo variável unitário de R$ 45,61 e uma despesa variável unitário de R$ 19,89. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 52.500,00. Em sua situação atual produz 1.200 unidades do referido produto onde obtém uma receita de R$ 16.900,00. Se a empresa passar a produzir 1.500 unidades e com isso acrescer 20% na receita, Pede-se: a) Calcule o GAO (Grau de Alavancagem Operacional). 10) A empresa Norte Frio Ltda. especialista na fabricação de periféricos para ar condicionado. Verificou que o preço unitário de um item produzido é de R$ 85,50, com um custo variável unitário de R$ 44,61 e uma despesa variável unitário de R$ 20,89. A empresa possui como custo e despesa fixa a quantia de R$ 40.200,00. Em sua situação atual produz 2.500 unidades do referido produto onde obtém uma receita de R$ 16.900,00. Se a empresa passar a produzir 5.000 unidades e com isso acrescer 20% na receita, Pede-se: a) Calcule o GAO (Grau de Alavancagem Operacional). 11) Qual o grau de alavancagem financeira: Situação Atual Situação Futura Lucro antes de despesas financeiras (operacional) R$ 33.450,00 R$ 34.550,00 ( - ) Despesas financeira (juros) R$ 11.200,00 R$ 11.200,00 ( = ) Lucro antes do IR (imposto de renda) R$ 22.250,00 R$ 23.350,00 ( - ) Provisão para o IR (imposto de renda) R$ 16.230,00 R$ 16.320,00 ( = ) Lucrolíquido do exercício (LLE) R$ 6.020,00 R$ 7.030,00 12) A empresa Beta Ltda. especialista na fabricação de móveis. Verificou que a preço unitário de um item produzido é de R$ 22,90, com um custo variável unitário de R$ 5,55 e uma despesa variável unitário de R$ 4,55. A empresa Beta Ltda. em sua situação atual produz 9.000 unidades do referido produto onde obtém uma receita de R$ 13.540,00. Se a empresa passar a produzir 11.000 unidade e com isso acrescer 22% na receita. Em análise a empresa constatou que seus custos e despesas fixas compreendem o valor de R$ 14.990,00, bem como paga de juros R$ 9.500,00, tendo alíquota de provisão de imposto de renda na ordem de 15%. Encontre o GAO, GAF e GAT. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 43 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 13) A empresa Lima Ltda. especialista na fabricação de produtos de cerâmica. Verificou que a preço unitário de um item produzido é de R$ 32,81, com um custo variável unitário de R$ 6,56 e uma despesa variável unitário de R$ 19,11. A empresa Lima Ltda. em sua situação atual produz 19.200 unidades do referido produto onde obtém uma receita de R$ 93.540,00. Se a empresa passar a produzir 35% a mais em unidade e com isso acrescer 22% na receita. Em análise a empresa constatou que seus custos e despesas fixas compreendem o valor de R$ 94.471,22, bem como paga de juros R$ 19.410,00, tendo alíquota de provisão de imposto de renda na ordem de 15%. Encontre o GAO, GAF e GAT. MCU = Preço de venda – Custos e Despesas Variáveis. Ponto de Equilíbrio Quantidade = Custos e Despesas Fixas / MCU. Ponto de Equilíbrio Econômico Quantidade = Custos e Despesas Fixas + Custo de Oportunidade / MCU. Ponto de Equilíbrio Financeiro Quantidade = Custos e Despesas Fixas – Custo de Depreciação / MCU. Ponto de Equilíbrio Valor = Custos e Despesas Fixas / %MC (Custos e Despesas Fixas / Receita Liquida total). Ponto de Equilíbrio Econômico Valor = Custos e Despesas Fixas + Custo de Oportunidade / %MC (Custos e Despesas Fixas / Receita Liquida total). Ponto de Equilíbrio Financeiro Valor = Custos e Despesas Fixas – Custo de Depreciação / %MC (Custos e Despesas Fixas / Receita Liquida total). GAO = ∆ % Lucro / ∆ % do Volume GAF = ∆ % do Lucro líquido do exercício / ∆ % do Lucro antes do imposto de renda GAC = GAO x GAF Gestão Financeira e de Custos Empresariais 44 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 5. GESTÃO DE CUSTOS HISTÓRICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Se você imagina contabilidade como um universo de números a serem somados, selecionados e acompanhados, você ficará surpreso, pois a moderna Contabilidade de Custos é mais do que números. Mas, antes disso, veremos que o advento da Contabilidade de Custos deu-se após a Revolução Industrial no século XVIII, pois até esse momento quase só existia a Contabilidade Financeira (ou Geral), que se desenvolveu na Era Mercantilista, a qual estava bem estruturada para servir as empresas comerciais (MARTINS, 2003). A contabilidade se desenvolveu há muito tempo, quando fazendeiros pré- históricos usavam pedras para contar seus bens. Historiadores demonstraram que informes contábeis têm sido preparados há milhares de anos. Registros contábeis, remontando às antigas civilizações, foram encontrados gravados em blocos de pedra. Os sumérios, por exemplo, usavam cilindros ou esferas ou outra forma para contar e especificar o bem, o dono e o número de bens, guardando esses cilindros/esferas em bolas ocas de argila e rotulando do lado de fora com símbolos quem eram os donos, o número e o tipo de produto em questão. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 45 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos No século XV, Luca Pacioli escreveu o primeiro livro, publicado em Veneza em 1494. Summa de Arithmetica, Geometria, Propostioni et Proportionalita é um didático sobre contabilidade que desenvolve as partidas dobradas, ou seja, tudo que for registrado de um lado deve ter sua representatividade em outro (são os débitos e os créditos). Pacioli descreveu os fundamentos de um sistema contábil de partidas dobradas bastante funcional –para cada débito(s), um crédito(s) correspondente. A necessidade de registrar informações sobre transações comerciais tem existido desde que as pessoas têm comercializado entre si nos mercados de troca. Isso demonstra que a Contabilidade Financeira surgiu de organizações comerciais com o principal intuito de avaliar permutas e, na realidade, teve grande avanço na chamada Era Mercantilista (LEONE, 2000). De acordo com Martins (2009), até a Revolução Industrial (século XVII), praticamente só havia a Contabilidade Financeira, também conhecida como Contabilidade Geral, como já dito. O consumo de bens e serviços é inerente à condição humana e ocorre desde os primórdios da civilização. Antes da Revolução Industrial, o tipo inicial de empresa que se desenvolveu foram as empresas comerciais ou de manufatura. Tais empresas tinham como principal negócio a comercialização de produtos produzidos de forma manufatureira por outras famílias – por exemplo: compra e revenda de tapetes, artesanatos, vasos de cerâmicas etc. Estas mercadorias eram compradas de tais famílias e revendidas em feiras ou em viagens marítimas. Naquela época, de empresas artesanais, a apuração do resultado de cada período tinha como foco o controle de inventário ou estoque físico e elaboração e fechamento do Balanço Patrimonial. O resultado de cada período para a elaboração do balanço em seu final era dado pelo levantamento dos estoques em termos físicos; quanto aos valores monetários, eram obtidos pelo montante pago por item estocado. Assim, pela diferença de quanto possuía de estoques iniciais, adicionando as compras do período e com o estoque existente, apurava o valor Gestão Financeira e de Custos Empresariais 46 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos da aquisição das mercadorias vendidas, ou Custo da Mercadoria Vendida (CMV), da seguinte maneira: CMV = E + C – E Em que: CMV = Custo das Mercadorias Vendidas EI = Estoques iniciais C = Compras EF = Estoques Finais Desse modo, era possível elaborar a Demonstração de Resultados da empresa comercial pela confrontação do resultado com as receitas obtidas pelas vendas, chegando ao lucro bruto, do qual se deduziam as despesas necessárias para manutenção da entidade. Segundo Martins (2009), os bens ou os serviços eram produzidos por pessoas Gestão Financeira e de Custos Empresariais 47 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos ou grupos de pessoas, poucos dos quais se constituíam como entidades jurídicas. As empresas da época sobreviviam do comércio, e não da fabricação, por isso a facilidade em verificar e acompanhar o valor de compra dos bens existentes. Era uma verificação objetiva e comprovável, bastava verificar os documentos da aquisição. Vamos resolver um exemplo de cálculo do Custo da Mercadoria Vendida (CMV). A empresa EcoMad tinha 10 mesas que custaram R$50 cada uma. Comprou mais 4 mesas a R$50 cada uma e ficou com estoque final de 3 mesas. Qual o custo da mercadoria vendida? Qual a Demonstração de Resultados da EcoMad se cada mesa é vendida a R$70? O Custo da Mercadoria Vendida seria: A Demonstração de Resultados seria: Gestão Financeira e de Custos Empresariais 48 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Para os autores Horngren, Datar e Foster (2004), a Contabilidade Gerencial e a Financeira têm diferentes objetivos. A Contabilidade Gerencial mede e relata informações financeiras e não financeiras que ajudam os administradores a tomar decisões para alcançar objetivos de uma organização para fins estratégicos, baseando-se em demonstrativos internos. A Contabilidade Financeira concentra-se em demonstrativos para grupos externos, baseando-se em princípios contábeis geralmente aceitos, que iremos conhecer neste mesmo capítulo. Os administradores são responsáveis pelos demonstrativos financeiros emitidos para investidores, órgãos reguladoresdo governo e outros interessados externos a organização. A contabilidade de custos fornece informações tanto para a Contabilidade Gerencial quanto para a Financeira. Segundo Padoveze (2003), foi com o surgimento das empresas industriais que surgiu a diferença fundamental entre o custo dos produtos das empresas comerciais e o custo dos produtos nas empresas industriais. As empresas comerciais têm só um insumo para custo das mercadorias adquiridas para revenda, enquanto as empresas industriais têm de utilizar vários insumos para o processo de obtenção (produção) dos produtos. Assim, foi necessária uma adaptação seguindo o mesmo entendimento com a formação dos critérios de avaliação de estoques no caso industrial. Com principal enfoque da Contabilidade de Custos na mensuração monetária dos estoques e do resultado e não a de um instrumento de administração, ela passou a ser vista como uma eficiente forma de auxílio no desempenho gerencial. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 49 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Pode-se dizer que a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao Controle – fornecendo dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e demais previsões e acompanhamento efetivo para comparabilidade – e a ajuda às tomadas de decisões sobre medidas de introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção etc. O sistema de informações gerenciais, aquele que contém as informações necessárias para que o gestor ou o administrador da empresa possa tomar decisão, é formado por informações provenientes da Contabilidade Financeira, da Contabilidade de Custos, pela Contabilidade Gerencial e pelo controle orçamentário. Esses quatro tipos de fonte de informação interagem entre si, um fornece informações ou bases para o outro, eles se complementam. Pode-se, assim, concluir que administrar custos constitui parte das estratégias de administração e sua implementação colocada em ação. As instituições vivem atualmente uma fase em que a concorrência é cada vez mais acirrada. Existem demasiadas pressões quanto a responsabilidades sociais, uma necessidade contínua de aperfeiçoamento tecnológico e de processos, um número cada vez maior de consumidores exigindo produtos de alta qualidade, funcionais e de baixo custo e uma pressão oriunda dos efeitos da globalização a partir da possibilidade de novos entrantes no mercado. Embasada neste contexto, qualquer empresa passa a ter uma principal preocupação: sobreviver na nova conjuntura sócio- econômica mundial. CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A Contabilidade de Custos pode ser definida como o segmento ou área da Contabilidade que trata especificamente de elaborar técnicas, métodos, Gestão Financeira e de Custos Empresariais 50 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos procedimentos e fundamentos teóricos visando à mensuração, à classificação e à avaliação das mutações patrimoniais relacionadas às operações internas da empresa, objetivando a obtenção do custo de determinados bens ou serviços (IUDÍCIBUS, 2000). Tais custos irão compor o valor do estoque e o custo do produto ou serviço vendido. Inicialmente, a Contabilidade de Custos tinha o objetivo principal de avaliar os estoques e os custos para demonstração de resultado em nível de divulgação das demonstrações contábeis aos usuários externos. Contudo, atualmente, a Contabilidade de Custos tornou-se um importante instrumento gerador de informações para planejamento, controle e tomada de decisões internas à empresa. Martins (2009) lista três grupos dentro dos quais a Contabilidade de Custos pode cumprir seu papel. São eles: • Inventariar e ativar os produtos fabricados e vendidos Conhecer o valor final dos pro- dutos acabados e em processamento; confeccionar demonstrativos do custo de produção de cada produto fabricado; elaborar demonstrativos do CPV (Custo dos Produtos Vendidos), CMV (Custo da Mercadoria Vendida) e ainda o custo dos Servi- ços Prestados; elaborar demonstrativos de resultados. • Planejar e controlar as atividades econômicas: Analisar o comportamento dos cus- tos, tanto por meio de análise vertical quanto de análise horizontal; promover orça- mentos empresariais com base no custo de fabricação; estabelecer o custo-padrão de fabricação; definir as responsabilidades no processo de produção; decidir sobre o preço de venda de cada item de produção; determinar o volume da produção (além do ponto de equilíbrio, porém dentro da capacidade física da empresa). • Servir como instrumento para tomada de decisão: Eliminar, criar, aumentar ou di- minuir a linha de produção de certos produtos; produzir ou adquirir já pronto no mercado; formar preço de venda ou princing; aceitar ou não encomendas; alugar ou comprar, terceirizar ou produzir. O objetivo de mensurar estoques e resultado da empresa não deixou de ser um dos focos da Contabilidade de Custos. Porém, a função de controle e auxílio à tomada de decisão passou a ser determinante para a eficácia de um sistema de custos no que tange à satisfação das necessidades dos usuários da Contabilidade Gestão Financeira e de Custos Empresariais 51 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Com relação ao processo de contabilidade de custos, apesar de todo o avanço encontrado na Contabilidade de Custos, pode ser observado que o processo básico para chegar aos objetivos almejados por esta contabilidade não foi modificado, mas sim otimizado. CONTABILIDADE DE CUSTOS VERSUS CONTABILIDADE FINANCEIRA Para finalizar os aspectos da Contabilidade de Custos e da Contabilidade financeira, segue um quadro resumo: Gestão Financeira e de Custos Empresariais 52 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos TERMINOLOGIA CONTÁBIL De acordo com os autores Garrisson e Noreen (2000), temos aqui a pretensão de explicar como se classificam os custos particularmente nas empresas industriais. Segundo os autores, os custos estão associados a todos os tipos de organizações: comerciais, não comerciais, indústria, varejo e de serviços. As categorias dos custos em que se incorre e o modo como eles são classificados dependem do tipo de organização em análise. Para Martins (2003), infelizmente, encontramos em todas as áreas, principalmente nas sociais (e econômicas, em particular), uma abundância de nomes para um único conceito e também conceitos diferentes para uma única palavra. De acordo com o autor, adotaremos a nomenclatura e a conceituação a seguir. Investimento: gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). Exemplos de investimento: aquisição de matéria-prima; aquisição de máquinas; aquisição de ações de outras empresas etc. Todos os sacrifícios tidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos ativos da empresa são especificadamente chamados de investimentos. Como exemplo, tem-se a matéria- prima, que é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante, e a máquina é um gasto que se transforma em investimento permanente. Custo: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços (gasto relativo a consumo na produção) Exemplo de custos: matéria-prima consumida; mão de obra direta e indireta aplicada à área produtiva; aluguel e depreciação aplicados na área produtiva. Custo é um gasto, reconhecido como custo quando é relacionado ao consumo na produção de bens e serviços, para a elaboração de produtos ou para a realização de um serviço. Assim, a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que se tornou investimento, e durante um tempo ficou em estoque; no momento da elaboração de um bem, surge o custo da matéria-prima como parte do bem elaborado, que será um novo investimento, ficando ativado (estoque) até sua venda. Despesa: bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas (gastos que se destinam às fases de administração, esforço de vendas e financiamento).Exemplos de despesas: comissões de vendedores; impostos sobre vendas; salários administrativos etc. É a parcela do gasto que ocorre separada das Gestão Financeira e de Custos Empresariais 53 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos atividades de produção dos bens e serviços, isto é, são os gastos incorridos durante as operações de comercialização, sendo representada pelo consumo de bens e serviços na obtenção de receitas. As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido (lucro) e que têm a característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. Todo produto vendido e todo serviço ou utilidade transferido provocam despesa, isto é, toda parcela ou totalidade do custo que integra a produção vendida é despesa, sendo chamada de Custo do Produto Vendido (CPV) ou Custo do Serviço Prestado (CSP). A mercadoria adquirida por uma loja comercial, de maneira geral, é um gasto e, especificamente, um investimento, que se transforma em uma despesa no momento do reconhecimento da receita ocasionada pela venda, sem passar pela fase de custo, sendo assim denominado Custo da Mercadoria Vendida (CMV). Perda: bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária. É um gasto que tem como característica a anormalidade e a involuntariedade que ocorre sem intenção de obtenção de receita. Podemos citar, como exemplos, perdas com incêndio, obsoletismo de estoques, gasto com mão de obra durante o período de greve etc. Perdas de valores irrelevantes são consideradas como custo ou despesa. Assim como as despesas, as perdas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido (lucro). Ainda é necessário distinguir alguns conceitos básicos, tais como custo de produção do período, custo da produção acabada e custo dos produtos vendidos descritos a seguir, de acordo com Martins (2003): • Custo de produção do período: é a soma dos custos incorridos no período dentro da fábrica. • Custo da produção acabada: é a soma dos custos contidos na produção acabada no período. Podem incidir custos de produção de períodos anteriores existentes em unidades que só foram completadas no presente período. • Custo dos produtos vendidos: é a soma dos custos incorridos na produção dos bens e serviços que só agora estão sendo vendidos. Podem também incidir custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversos períodos diferentes. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 54 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos O PAPEL DAS INFORMAÇÕES DE CUSTOS NAS DECISÕES ESTRATÉGICAS “No mundo globalizado, sem um sistema de informações gerenciais ágil que produza informações confiáveis, uma empresa perde competitivida- de. O sistema de informação gerencial representa um conjunto de sub- sistemas que processam dados e informações para fornecer subsídios ao processo de gestão de uma empresa” (HOJI, 2010, p. 402). As informações de custos têm diversas finalidades para os gestores das empresas, conforme apresentado a seguir. “Na finalidade de planejamen- to, o custo dispõe de uma posição voltada para o futuro, servindo como instrumento-base para a elaboração do orçamento empresarial” (BERTÓ e BEULKE, 2007, p. 17). As decisões financeiras devem ser tomadas com base em informações geradas por sistema de informações contábeis e financeiras adequada- mente estruturado. Um dos instrumentos mais importantes utilizados em tomadas de decisões financeiras é o orçamento empresarial (HOJI, 2010, p. 402). “No enfoque gerencial, as finalidades do custo estão essencialmente voltadas para a formação dos preços e para a política de produtos e dis- tribuição. As condições externas e da conjuntura em geral estão ligadas à economia como um todo em termos de crescimento ou recessão, poder aquisitivo do consumidor, nível de competitividade da empresa no mer- cado, posição da empresa dentro da estrutura competitiva e variação do nível de atividade; e são indicadores favoráveis para a gestão do enfoque gerencial” (BERTÓ e BEULKE, 2007, p. 17). “No enfoque de controle de economicidade, o custo tem uma função essencialmente disciplinadora e controladora em termos de uso racional dos fatores de produção” (BERTÓ e BEULKE, 2007, p. 17). CUSTOS DIRETOS E CUSTOS INDIRETOS Segundo Dutra (2003), os custos diretos e indiretos são classificados de acordo com a possibilidade de alocação de cada custo diretamente a cada tipo diferente de produto ou de função de custo, bem como de acordo com a impossibilidade de sua alocação no momento da ocorrência do custo. Para Martins (2003), a aplicação dos custos aos produtos feitos ou aos serviços prestados – e não à produção em geral ou dos departamentos dentro da empresa – pode ser direta ou indireta. Apresentamos a seguir as definições de cada um desses custos. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 55 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Em caráter especial, o material de consumo com valor irrelevante, a depreciação que tem o seu valor estimado e arbitrado e a energia elétrica pela não existência de um sistema de mensuração do quanto é consumido por cada produto são exemplos de custos diretos, porém considerados como custos indiretos. Assim, sob a ótica o autor, dentro dos custos indiretos estão os custos indiretos propriamente ditos e também os custos diretos que tratamos como indiretos em função de sua irrelevância ou da dificuldade de mensuração. A mão de obra pode ser direta ou indireta. É direta quando se trata do pessoal que trabalha e atua diretamente sobre o produto que está sendo elaborado ou o serviço que está sendo prestado (pessoal do chão de fábrica) e é indireta quando não tem aplicação direta sobre a fabricação do produto ou sobre o serviço que está sendo prestado (pessoal da chefia, supervisão, manutenção, controle, contabilidade). A classificação de direto e indireto é usada apenas para custo. Há também outra classificação dos custos que leva em consideração a relação entre o valor de um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo. Divide-se em Custos Fixos e Variáveis em relação ao volume de produção. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 56 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Percebam que o aumento da atividade ou do volume produzido acarreta maior custo. Se o volume de uma atividade fosse, por exemplo, de 50 unidades, o custo variável total seria de 100$; se a produção fosse de 70 unidades, o custo variável total seria de 140$; se a produção fosse de 25 unidades, ele seria de $50, e assim sucessivamente. Portanto, ele varia com a variação do volume de produção. Logo, se o aluguel da área de produção é, por exemplo, de R$500, esse valor não varia com a unidade produzida nem tende a variar no curto prazo, como dois meses, três ou mais. Se a empresa produzir 100 unidades, terá que pagar o valor integral do aluguel; se produzir 1 unidade também. Além disso, o custo fixo não se inicia no zero, porque, independentemente de qualquer volume produzido, ele vai existir (como falamos, produzindo ou não terá Gestão Financeira e de Custos Empresariais 57 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos que pagar o aluguel; vendendo ou não o doce de abóbora, teremos que pagar o aluguel no final do mês). Diferentemente do variável, que pode começar do zero – por exemplo, se não se produzir doce, não haverá consumo de matéria-prima, ou seja, o consumo de açúcar será zero. Entretanto, num médio ou longo prazo, o dono do imóvel poderá resolver aumentar o valor do aluguel; ou então, vamos supor que, para supervisionar uma produção de 200 itens, a empresa precise de um supervisor (que será sua mão de obra direta); mas se a produção se elevar para 500 unidades, ela vai precisar de dois supervisores, então seu custo fixo com mão de obra se eleva, mas ele se mantém para mais um intervalo de produção. Nesse caso, o comportamento do CF seria: Mas e as despesas? A classificação em Direto e Indireto é usada apenas para custos, e não para despesas.Agora, a classificação em Fixa ou Variável pode ser aplicada para os custos e para as despesas. Por exemplo: Despesa Fixa: salário do gestor; aluguéis; seguros etc. Despesa Variável: comissão dos vendedores com base nas vendas; impostos sobre faturamento, fretes etc. Todos os custos podem ser classificados em fixos ou variáveis e diretos e indiretos ao mesmo tempo. Os custos variáveis são sempre diretos por natureza, embora possam às vezes ser tratados como indiretos por razões de irrelevância e economia. CUSTEIO POR ABSORÇÃO A contabilidade de custos gera informações para auxiliar a empresa em tomadas de decisão. Uma das informações é encontrar quanto custou para a empresa a produção do produto ou da prestação de um serviço. Com essa informação, a empresa pode calcular seu resultado ou mesmo o preço mínimo que devemos cobrar pelo seu produto. Para encontrar o custo de uma produção, devemos identificar quanto custou o produto. No nosso caso do doce de abóbora, nós identificamos quanto eles custaram quando conseguimos mensurar o que ele consumiu de recursos. Uma ferramenta para isso é o uso dos métodos de Gestão Financeira e de Custos Empresariais 58 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos custeios, como Custeio Direto, Custeio-padrão, Custeio por Absorção, ABC, RKW etc., que permitem a apuração de custos aos bens ou serviços. Os métodos de custeio, entre eles o de absorção, consistem em metodologias para alocar custos aos produtos. Cada um possui uma metodologia diferente, caracterizando-os. De acordo com Martins (2009), o Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos Princípios da Contabilidade geralmente aceitos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços realizados. A regra no custeio por absorção é: Apresenta-se a seguir o custeio de absorção para empresas de manufatura e empresas prestadoras de serviços. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 59 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos O registro dos encargos financeiros é tratado na Contabilidade como despesa, e não como custo. Os encargos financeiros não são custos de produção, mesmo que facilmente identificados com financiamentos para aquisição de matérias- primas ou outros fatores de produção. Assim, são gastos de falta de capital próprio, e não gastos de produção (custos). Segundo Martins (2009), a separação dos custos e despesas é fácil, pois os gastos relativos ao processo produtivo são custos, e os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são despesas. Mas, na prática, surgem problemas pelo fato de não ser possível a separação de forma clara e objetiva. Assim, será necessário ratear parte do gasto para a despesa e parte para o custo, rateio esse arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão. APLICAÇÃO DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO Para facilitar a aplicação do custeio por absorção, podemos seguir alguns passos, conforme sugerido por Martins (2009): Gestão Financeira e de Custos Empresariais 60 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos A Cia. Paladar abriu uma filial no início deste ano, com foco na venda de doce de abóbora e doce de leite. No final do ano, apresentou as seguintes informações: A porcentagem de matéria-prima e mão de obra consumida por produto e o preço de venda de cada lote de doces é: Com base nas informações anteriores, vamos aplicar o sistema de Custeio por Absorção, encontrar o Custo dos Produtos Vendidos e montar a Demonstração de Resultados da Padaria Paladar 2. Para isso, os custos indiretos de fabricação devem ser rateados aos produtos, seguindo-se a proporção de mão de obra consumida pelos produtos. 1º passo: separar custos/despesas: 2º passo: lançar despesas diretamente para o resultado: Gestão Financeira e de Custos Empresariais 61 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 3º passo: separar custos diretos/indiretos: 4º passo: alocar os custos diretos aos produtos: 5º passo: atribuir os custos indiretos aos produtos via rateio: Lembrando que os custos indiretos foram atribuídos aos produtos utilizando- se a porcentagem de consumo de mão de obra Gestão Financeira e de Custos Empresariais 62 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Assim, chegamos à demonstração de resultados da Padaria Paladar com base no custeio por absorção. CUSTEIO VARIÁVEL A grande diferença com os sistemas tradicionais é a atenção voltada para a alocação dos custos indiretos. Na metodologia do Custeio por Absorção, os custos indiretos são alocados por meio de critérios de rateio subjetivos, e o ABC propõe o uso do Rastreamento por meio dos direcionadores. O ABC surge com a ideia de reduzir a arbitrariedade dos critérios de rateio do Custeio por Absorção, visto como uma ferramenta importante para a gestão da empresa, mas que ainda é um critério criticado pelo fato de rastrear os custos fixos, e mesmo os direcionadores podem ainda conter grau de subjetividade. Contudo, para fins gerenciais, eles podem não ter grande utilidade, principalmente por motivos como envolver a questão da alocação dos custos fixos, os quais existem independentemente da fabricação das unidades, e pelo fato de a alocação de tais custos ser arbitrária, com base em critérios de rateio, o que pode confundir mais a empresa e levá-la a tomar decisões de modo errôneo. Em função desses aspectos, surgiu o Custeio Variável, o qual filtra alguns aspectos criticados do sistema por Absorção e do ABC, conforme ilustração a seguir: Gestão Financeira e de Custos Empresariais 63 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos O custeio variável é o método de custeio em que somente os custos variáveis de produção são considerados nos custos inventariáveis (estoques). Assim, todos os custos de produção fixos são excluídos dos custos inventariáveis: eles são custos do período em que ocorreram. Ou seja, no Custeio Variável, somente os custos variáveis de produção (aqueles que variam com a produção) são considerados custos do produto. Isto normalmente abrange materiais diretos, mão de obra direta e a parte variável dos custos indiretos de fabricação. Nesse método, o custo indireto de fabricação fixo não é considerado custo do produto, mas sim custo do período, e é confrontado integralmente com as receitas do período (como é feito com as despesas no custeio por absorção). Algumas empresas e autores denominam este custeio como Custeio Direto, no entanto é uma terminologia que expressa de forma equivocada o uso desse custeio, pois ele não considera todos os custos diretos, mas apenas os custos diretos variáveis. A literatura contábil esclarece que quaisquer custos de fabricação fixos diretos e quaisquer custos diretos que não sejam de fabricação (como os de marketing) não são considerados para a avaliação dos estoques, e o custeio variável considera custos diretos e indiretos como custos dos produtos. O custeio variável utiliza a margem de contribuição para evidenciar resultado, Gestão Financeira e de Custos Empresariais 64 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos que demonstra o valor em que cada unidade do produto excede a receita e o custo que de fato provocou. Em outras palavras, no custeio variável só são agregados aos produtos seus custos variáveis, e os custos fixos são tratados como despesas. É importante ressaltar que este método não é aceito para fins externos (Fisco), porém fornece informações importantes, como: Margem de Contribuição: que, segundo Santos (1995, p. 7), “é a diferença entre as receitas e os custos variáveis, representa a quantia gerada pelas vendas capaz de cobrir os custos fixos e ter como resultado o lucro. A margem de contribuição pode ser expressa em sua forma unitária, no total ou em índice”. Ponto de Equilíbrio: indica a capacidade mínima que a empresa deve operar para não ter prejuízo, por Martins (2003). Margem de Segurança:conforme Martins (2003), demonstra quanto a empresa pode reduzir suas receitas sem ter prejuízo. COMPORTAMENTO DOS CUSTOS FIXOS, VARIÁVEIS E RECEITA DE VENDAS A análise de Custo-Volume-Lucro parte do conceito da Margem de Contribuição já explanado na unidade anterior. Apenas para relembrar, o conceito de Margem de Contribuição procura evidenciar a potencialidade ou a rentabilidade de um produto ou serviço de forma a absorver todos os gastos fixos da empresa (custos e despesas). Tais custos e despesas fixos podem gerar uma série de distorções no valor do estoque ou do custo do produto vendido, pois eles não variam de acordo com a produção, mas são por ela afetados. Em função disso, o conceito de Margem de Contribuição aloca apenas os custos variáveis aos produtos. Vamos relembrar um pouco o comportamento dos Custos Fixos por meio de um exemplo. A empresa Soneca produz travesseiros e, por meio dos levantamentos da Contabilidade de Custos, sabe que possui um total de Custos Fixos de R$ 20.000 mensais; os Custos Variáveis são de R$ 8,00 a unidade e o Preço de Venda do travesseiro é R$ 20,00 por unidade, conforme tabela a seguir: Gestão Financeira e de Custos Empresariais 65 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Se a Soneca produzir, por exemplo 1.000 unidades, seus custos fixos serão de R$ 20.000,00 mensais; se a Soneca produzir 500 unidades, também; a mesma coisa se ela não produzir em determinado período. Dessa maneira, podemos dizer que os Custos Fixos seguem este comportamento, graficamente: Por meio do gráfico anterior, percebe-se que, independentemente da fabricação de 0 a 1.000 unidades, por exemplo, os gastos fixos totais da Soneca não se modificarão. Em contrapartida, os Custos Fixos possuem comportamento diferente. Eles variam conforme a produção, ou seja, quanto mais se produzir, mais será consumido. No caso da Soneca, vamos imaginar a produção de zero, 100, 500 e 1.200 unidades. O comportamento dos Custos Variáveis seria: Gestão Financeira e de Custos Empresariais 66 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Graficamente, o comportamento dos Custos Variáveis é: Diferentemente dos custos fixos, os variáveis aumentam proporcionalmente em relação à quantidade de itens produzidos e vendidos. Dessa forma, o Custo Total da Soneca é formado pela soma dos Custos Fixos e dos Custos Variáveis. Seguindo-se as quantidades vendidas e produzidas estabelecidas anteriormente, teríamos: Gestão Financeira e de Custos Empresariais 67 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Graficamente, o comportamento dos Custos Totais da Soneca é: CUSTO-PADRÃO De acordo com Garrison e Noreen (2001, p. 306), padrão é uma referência (benchmark), ou norma, para a avaliação do desempenho. Padrões são amplamente empregados na contabilidade gerencial, em que são relacionados à quantidade e ao custo dos insumos empregados na produção dos bens ou na prestação de serviços. As quantidades-padrão indicam quanto de um insumo deve ser empregado na fabricação de uma unidade do produto ou na prestação de uma unidade de serviço. Os custos (preços)-padrão indicam qual deve ser o custo, ou preço de compra, do insumo. As quantidades e os custos reais dos insumos são comparados com esses padrões. Se ocorrerem divergências significativas, os gerentes investigam, com o objetivo de descobrir a causa do problema e eliminá-la, de modo que não se reproduza. Em outras palavras, os custos-padrão representam valores ideais de material direto, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação, criteriosamente predeterminados, em conformidade com as especificações do produto e as condições operacionais da empresa. Ou seja, padrões e orçamentos são muito semelhantes. A principal distinção entre ambos é que um padrão é um valor unitário e um orçamento é um valor Gestão Financeira e de Custos Empresariais 68 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos total. Então, o padrão pode ser visto como o orçamento do custo de uma unidade de produto. As organizações de fabricação, de serviços, de alimentos e sem fins lucrativos, todas, de alguma maneira, utilizam padrões, ou seja, custos-padrão serão encontrados em qualquer atividade comercial. Essas organizações podem utilizar a chamada folha de custo-padrão, em que estão estabelecidos detalhadamente, para cada produto, os padrões de materiais, mão de obra e custo indireto, que munem o gerente de uma grande quantidade de informações pertinentes aos insumos necessários à produção de uma unidade e seus respectivos custos. São três as principais categorias de custos-padrão: • Custo-padrão estimado: é obtido quando, por ocasião de sua determinação, a ex- pectativa gerencial é conservadora, isto é, quando a gerência da empresa fixa o padrão comparativo tomando por base apenas a experiência histórica, sem incluir nenhum objetivo de melhoria do desempenho futuro e sem excluir desses padrões o efeito de ineficiências ou desperdícios facilmente evitáveis. Ou seja, é o custo em que se trabalha com programas projetados para o futuro, geralmente observados os dados do passado, sem levar muito em consideração as ineficiências como desper- dício dos materiais, produtividade, preços e insumos. • Custo-padrão ideal: é aquele que só pode ser alcançado dentro das melhores cir- cunstâncias e somente pode ser atingido se tudo funcionar perfeitamente, não sendo permitidas quebras de máquinas, negligência ou falta de habilidades (mes- mo que momentaneamente). Seria o valor conseguido com o uso das melhores matérias-primas possíveis, com a mais eficiente mão de obra viável, a 100% da ca- pacidade da empresa, sem nenhuma parada por qualquer motivo, a não ser as já programadas em função de uma perfeita manutenção preventiva etc. Esta ideia, em franco desuso, nasceu da tentativa de se fabricar um custo “em laboratório”. Isto é, os cálculos relativos a tempo de fabricação (de homem ou máquina), por exemplo, seriam feitos com base em estudos minuciosos de Tempos e Movimentos, com ex- periências usando o operário mais bem habilitado, sem se considerar sua produtivi- dade oscilante durante o dia, mas aquela medida num intervalo de tempo observado no teste. No final, custo-padrão ideal seria um objetivo da empresa em longo prazo, e não a meta fixada para o próximo ano ou para um determinado mês. • Custo-padrão básico ou corrente: também chamados de padrões práticos e padrões correntemente atingíveis, são aqueles que podem ser alcançados sob condições operacionais eficientes. São exigentes, mas passíveis de ser alcançados. Permitem algumas quebras normais, interrupções, habilidades não tão perfeitas etc. As varia- ções em relação a estes tipos de padrões são muito importantes para a administra- ção, visto que representam desvios das condições normais de operação e sinali- zam necessidade de atenção. Podem ser utilizados na previsão do fluxo de caixa e no planejamento do estoque. Devem ser mencionados, ainda, o conceito de variações, que são as diferenças entre os preços padrões e os preços reais e entre as quantidades padrões e as quantidades reais, e o conceito de análise das variações, que é o ato de determinar e interpretar as variações. É uma aplicação intermediária, na busca de um custeio que mais se aproxime Gestão Financeira e de Custos Empresariais 69 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos da realidade, levando em consideração a deficiência existente na produção no que se refere principalmente aos desperdícios em função de qualidade dos materiais, mão de obra, equipamentos, fornecimento de energia etc. Ao contrário do primeiro, leva em consideração o desempenho de cada trabalhador naquela determinada linha de produção e a capacidade dos seus fornecedores, tendo como fato as deficiências insanáveis em cada setor. É um valor que a empresa considera difícil de ser alcançado, mas não impossível. De modo resumido, temos: Outras expressões e terminologias são constantemente utilizadas em custos. Duasdelas são custos primários e custos de transformação. “Os custos primários representam a soma de matéria-prima com mão de obra direta. Não são a mesma coisa que custos diretos, já que nos primá- rios só estão incluídos aqueles dois itens. Por exemplo, a embalagem é um custo direto, mas não primário” (MARTINS, 2010, p. 51). “Os custos de transformação representam a soma de todos os custos de produção, exceto os relativos a matérias-primas e outros eventuais ad- quiridos e empregados sem nenhuma modificação pela empresa (com- ponentes adquiridos prontos, embalagens compradas, entre outros). Gestão Financeira e de Custos Empresariais 70 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Representam o valor do esforço da própria empresa no processo de ela- boração de um determinado item (mão de obra direta e indireta, energia, materiais de consumo industrial, entre outros)” (MARTINS, 2010, p. 51). CUSTOS HOSPITALARES O cenário atual da saúde em nosso país preocupa, sobremaneira, o momento presente. Viana Filho (2001) destacou algumas consequências dos fatores que compõem o caos na saúde: (i) aumento da demanda, (ii) agravamento da demanda em questões de desemprego, miséria, pobreza e fome gerando mais doenças e agravando as existentes; (iii) encarecimento da assistência: incorporação desordenada de equipamentos, medicamentos e especialização precoce e errônea dos profissionais de saúde; e (iv) queda real do financiamento em proporção às necessidades sentidas e acumuladas. O sistema de saúde brasileiro atualmente se encontra em difíceis condições financeiras. Com o aumento da demanda da população por atendimentos em saúde, surge a concorrência das empresas que prestam esse serviço. O Ministério da Saúde, em sua Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, no terceiro artigo, descreve que é direito do cidadão ter atendimento adequado, com qualidade, sempre que necessário, tendo garantido, entre outros fatores, informações sobre o seu estado de saúde, incluindo nestas, as informações sobre o custo das intervenções das quais se beneficiou. (BRASIL, 2011). A avaliação da saúde assume um papel de destaque, exigindo que os gestores enfrentem novos desafios na busca contínua da eficiência e eficácia das atividades, garantindo competitividade e qualidade dos serviços prestados à população. As questões de melhoria do desempenho econômico da organização, também são parte das exigências dos gestores, onde uma adequada gestão de custos auxilia o processo de tomada de decisões. Segundo Martins (2010) a Contabilidade de Custos é uma ferramenta eficiente de auxílio no desempenho da missão gerencial. Percebe-se que a Contabilidade de Custos não visa somente atender à exigência legal da mensuração de estoques, assim como não está rela- cionada somente às empresas industriais, mas é empregada em outros ramos de atividades, como nas instituições prestadoras de serviços, que utilizam da Contabilidade de Custos como forma de controle de proces- sos internos e externos e como ferramenta de auxílio às tomadas de deci- sões. (KUDLAWICZ; CORBARI, 2016). Os hospitais são empresas prestadoras de serviços de saúde e objetivam manter atendimento de qualidade aos seus usuários. Sendo assim, é necessário um sistema adequado de custos para auxiliar nas decisões estratégicas, possibilitando um serviço de maior confiabilidade. O foco deste trabalho é o estudo de uma organização hospitalar em função Gestão Financeira e de Custos Empresariais 71 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos da complexidade de suas atividades devido ao grande número de procedimentos que realiza em seus pacientes. Borges (2005) conclui que a área hospitalar precisa modernizar-se para otimizar o retorno de seus investimentos, essa modernização perpassa, necessariamente, pelo controle e redução dos custos, elaboração correta dos preços dos serviços prestados e arquitetar solidamente a sua estrutura operacional. As organizações hospitalares são complexas, pois envolvem um rol de diversos serviços tais como hospedaria, higiene local e de vestuário, alimentação, atendimento aos pacientes, entre outros. As instituições hospitalares devem conhecer a realidade de suas operações empresariais para que possam contribuir com informações úteis para a tomada de decisão. Kudlawicz e Corbari (2016) expõem que os hospitais possuem características que divergem de outras instituições, pois seu foco principal é a saúde do paciente e, para isso, possuem uma infinidade de procedimentos a serem realizados tornando-se complexas as alocações dos custos. Os Hospitais como empresa prestadora de serviços médicos, realizam diariamente diversos procedimentos de natureza hospitalar para atender um paciente, a instituição precisa estar preparada para realizar os procedimentos distintos e necessários para ajudar à melhora desde consultas, exames e até mesmo medicação e atividades curativas. (MATOS, 2002) Na pesquisa de Cabral (2007) reafirma a importância das ações realizadas para atender e melhorar a saúde do paciente, destacando que a função primordial de um hospital é prestar assistência à saúde da população de uma determinada região, ou seja, possui grande influência social afinal, todas as pessoas são passíveis de sofrer algum tipo de moléstia em sua saúde. Neste contexto, as entidades hospitalares precisam prestar serviços eficazes aos necessitados de serviços de saúde. Os sistemas de controle e gestão de custos resultam em maior eficiência, pois com o controle dos gastos pode-se aumentar o número de atendimentos, sua qualidade e sua quantidade. (KUDLAWICZ; CORBARI, 2016). Para Martins, D. (2000, p. 18): Custos hospitalares é parte integrante do processo administrativo e pro- porciona à administração hospitalar o registro dos custos da produção médica; custos por paciente; custos da diária por paciente; custos es- peciais que auxiliam nas decisões de vendas, nos métodos de produção médica, nos procedimentos de compras, nos planos financeiros de in- vestimentos e financiamentos e também na concretização das funções administrativas. Desta forma observa-se que implementar um sistema de custos hospitalar é Gestão Financeira e de Custos Empresariais 72 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos fundamental para otimizar as operações e como elemento estratégico na gestão. Sua boa gestão por meio de técnicas modernas de produção e administração de recursos humanos e financeiros maximiza seus lucros. O controle de custo em um hospital visa determinar e analisar o custo total dos serviços prestados a cada paciente. Especificamente no setor público de saúde a busca pela apuração dos custos dos serviços prestados também está posta. O Sistema Único de Saúde (SUS), em sua Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, no seu segundo princípio, descreve que é direito do cidadão ter atendimento resolutivo com qualidade, sempre que necessário, tendo garantido, entre outros fatores, informações sobre o seu estado de saúde, incluindo nestas as informações sobre o custo das intervenções das quais se beneficiou (BRASIL, 2011). Também a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, chamada de Lei Orgânica da Saúde, ao definir a competência e atribuição em todas as esferas de governo, apresenta na Seção I, art. 15, inciso V a necessidade de “elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde”. Além disso, durante a “Oficina Nacional: Implantação do Decreto n° 7.508 e aprimoramento do Pacto pela Saúde”, realizada pelo Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), ficou definido como um dos aspectos inerentes ao aprimoramento da gestão interfederativa: “Definir metodologias, instrumentos e sistemas de informação para apuração de custos que permita estimativa de recursos financeiros para custeio global” (Brasil, 2011). Isto tem sidobuscado atualmente. Gestão Financeira e de Custos Empresariais 73 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRAGA, R. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1996. HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. 7 Ed. – São Paulo: Atlas, 2008. HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. 9 Ed. – São Paulo: Atlas, 2010 KAPLAN, R. S.; ATKINSON, A. A. Advanced management accounting. New Jersey: Prentice- Hall, 1989. SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas. http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/ - acessado em 12 de novembro de 2011. ATKINSON, Anthony A. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo, Atlas: 2000. CREPALDI; S.A. Curso básico de Contabilidade de Custos. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2009. BORGES, Fermina Mendonça. Análise do Custo da Infecção do Sítio Cirúrgico Após Cirurgia Cardíaca. 2005. 99f. 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Gestão Financeira e de Custos Empresariais 75 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Desenho Instrucional: Veronica Ribeiro Supervisão Pedagógica: Laryssa Campos Revisão pedagógica: Camila Martins / Cássio Lima Design editorial/gráfico: Darlan Conrado 2021 Sumário Introdução Apresentação 1. Conceitos e funções da administração financeira 2. Análise das demonstrações financeiras 3. Risco x Retorno 4. Análise de Relação Custo X Volume X Lucro 5. Gestão de Custos REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Sumário 51: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Page 31: Page 32: Page 33: Page 34: Page 35: Page 36: Page 37: Page 38: Page 39: Page 40: Page 41: Page 42: Page 43: Page 44: Page 45: Page 46: Page 47: Page 48: Page 49: Page 50: Page 51: Page 52: Page 53: Page 54: Page 55: Page 56: Page 57: Page 58: Page 59: Page 60: Page 61: Page 62: Page 63: Page 64: Page 65: Page 66: Page 67: Page 68: Page 69: Page 70: Page 71: Page 72: Page 73: Page 74: Page 75: Page 76: Botão 60173: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Page 31: Page 32: Page 33: Page 34: Page 35: Page 36: Page 37: Page 38: Page 39: Page 40: Page 41: Page 42: Page 43: Page 44: Page 45: Page 46: Page 47: Page 48: Page 49: Page 50: Page 51: Page 52: Page 53: Page 54: Page 55: Page 56: Page 57: Page 58: Page 59: Page 60: Page 61: Page 62: Page 63: Page 64: Page 65: Page 66: Page 67: Page 68: Page 69: Page 70: Page 71: Page 72: Page 73: Page 74: Page 75: Page 76: Botão 60174: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Page 31: Page 32: Page 33: Page 34: Page 35: Page 36: Page 37: Page 38: Page 39: Page 40: Page 41: Page 42: Page 43: Page 44: Page 45: Page 46: Page 47: Page 48: Page 49: Page 50: Page 51: Page 52: Page 53: Page 54: Page 55: Page 56: Page 57: Page 58: Page 59: Page 60: Page 61: Page 62: Page 63: Page 64: Page 65: Page 66: Page 67: Page 68: Page 69: Page 70: Page 71: Page 72: Page 73: Page 74: Page 75: Page 76: Botão 60175: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Page 31: Page 32: Page 33: Page 34: Page 35: Page 36: Page 37: Page 38: Page 39: Page 40: Page 41: Page 42: Page 43: Page 44: Page 45: Page 46: Page 47: Page 48: Page 49: Page 50: Page 51: Page 52: Page 53: Page 54: Page 55: Page 56: Page 57: Page 58: Page 59: Page 60: Page 61: Page 62: Page 63: Page 64: Page 65: Page 66: Page 67: Page 68: Page 69: Page 70: Page 71: Page 72: Page 73: Page 74: Page 75: Page 76: Botão 60176: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Page 31: Page 32: Page 33: Page 34: Page 35: Page 36: Page 37: Page 38: Page 39: Page 40: Page 41: Page 42:Page 43: Page 44: Page 45: Page 46: Page 47: Page 48: Page 49: Page 50: Page 51: Page 52: Page 53: Page 54: Page 55: Page 56: Page 57: Page 58: Page 59: Page 60: Page 61: Page 62: Page 63: Page 64: Page 65: Page 66: Page 67: Page 68: Page 69: Page 70: Page 71: Page 72: Page 73: Page 74: Page 75: Page 76: Botão 60188: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Page 31: Page 32: Page 33: Page 34: Page 35: Page 36: Page 37: Page 38: Page 39: Page 40: Page 41: Page 42: Page 43: Page 44: Page 45: Page 46: Page 47: Page 48: Page 49: Page 50: Page 51: Page 52: Page 53: Page 54: Page 55: Page 56: Page 57: Page 58: Page 59: Page 60: Page 61: Page 62: Page 63: Page 64: Page 65: Page 66: Page 67: Page 68: Page 69: Page 70: Page 71: Page 72: Page 73: Page 74: Page 75: Page 76: Botão 628: Botão 629: Botão 630: