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Malthu� �iag� Diferenciar Dermátomos e Miótomos Dois feixes de axônios, chamados de raízes, conectam cada nervo espinal a um segmento da medula por meio de feixes ainda menores de axônios conhecidos como radículas. A raiz posterior (dorsal) e suas radículas contêm apenas axônios sensitivos, os quais conduzem impulsos nervosos de receptores sensitivos da pele, dos músculos e dos órgãos internos para o sistema nervoso central. Cada raiz posterior apresenta uma protuberância, o gânglio sensitivo do nervo espinal (da raiz posterior), que contém os corpos celulares de neurônios sensitivos. A raiz anterior e suas radículas contêm axônios de neurônios motores, que conduzem impulsos nervosos do SNC até os órgãos efetores (músculos e glândulas). Na substância cinzenta da medula espinal e do encéfalo, agrupamentos de corpos celulares neuronais constituem grupos funcionais conhecidos como núcleos. Os núcleos sensitivos recebem aferências (influxo) de receptores por meio de neurônios sensitivos, e os núcleos motores originam eferências para tecidos efetores por meio de neurônios motores. A substância cinzenta de cada lado da medula espinal é subdividida em regiões chamadas de cornos. Os cornos posteriores contêm corpos celulares e axônios de interneurônios, bem como axônios de neurônios sensitivos. Lembre-se de que os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão localizados no gânglio sensitivo do nervo espinal. Nos cornos anteriores encontram-se núcleos motores somáticos, os quais são agrupamentos de corpos celulares de neurônios motores somáticos que geram os impulsos nervosos necessários para a contração dos músculos esqueléticos. Entre os cornos posteriores e os anteriores estão os cornos laterais, os quais são encontrados apenas nos segmentos torácico e lombar alto da medula espinal. Os cornos laterais contêm neurônios motores autônomos, agrupamentos de corpos celulares de neurônios motores autônomos que regulam a atividade dos músculos cardíacos, dos músculos lisos e das glândulas. Essa organização interna da medula espinal permite que as aferências (influxo) sensitivas e as eferências (efluxo) motoras sejam processadas do seguinte modo: ● Os Receptores sensitivos detectam um estímulo sensitivo. ● Neurônios sensitivos transmitem esta aferência (influxo) sensitiva, na forma de impulsos nervosos, por seus axônios, que se estendem dos receptores sensitivos até o nervo espinal e então até a raiz posterior. ● A partir da raiz posterior, os axônios dos neurônios sensitivos podem seguir três caminhos diferentes: Os axônios dos neurônios sensitivos podem se projetar para a substância branca da medula espinal e ascender até o encéfalo como parte de um trato sensitivo; Os axônios dos neurônios sensitivos penetram no corno posterior e realizam sinapse com interneurônios, cujos axônios se estendem até a substância branca, e então ascendem até o encéfalo como parte de um trato sensitivo ou Os axônios dos neurônios sensitivos podem entrar no corno posterior e realizar sinapse com interneurônios que, por sua vez, se comunicam com os neurônios motores sinápticos envolvidos com as vias espinais reflexas. ● As eferências motoras da medula espinal para os músculos esqueléticos envolvem neurônios motores somáticos do corno anterior. Muitos destes neurônios são regulados pelo encéfalo. Os axônios de centros encefálicos superiores formam tratos motores que descem do encéfalo em direção à substância branca da medula espinal. Neste local, eles realizam sinapses com neurônios motores somáticos, direta ou indiretamente (neste caso, realizando sinapse com interneurônios que, na sequência, se comunicam com neurônios motores somáticos). Quando ativados, os neurônios motores somáticos transmitem as eferências motoras, na forma de impulsos nervosos, por seus axônios, os quais sequencialmente passam pelo corno anterior e pela raiz anterior para depois entrar no nervo espinal. Do nervo espinal, estes axônios se projetam até os vários músculos esqueléticos do corpo. O que são nervos: Os nervos espinais estão associados à medula espinal. são feixes paralelos de axônios – e sua neuróglia associada – envolvidos por várias camadas de tecido conjuntivo. Os nervos espinais conectam o SNC a receptores sensitivos, músculos e glândulas em todas as partes do corpo. Os 31 pares de nervos espinais são nomeados e numerados de acordo com a região e o nível da coluna vertebral de onde surgem . Nem todos os segmentos da medula espinal estão alinhados com suas vértebras correspondentes. A medula espinal termina próximo ao nível da margem superior da segunda vértebra lombar (L II), e que as raízes dos nervos lombares, sacrais e coccígeos se angulam inferiormente para alcançar seus respectivos forames antes de saírem da coluna vertebral. Esta disposição forma a cauda equina. Para lembrar: Como ressaltado anteriormente, um nervo espinal típico tem duas conexões com a medula: uma raiz posterior e uma raiz anterior. Estas raízes se unem para formar um nervo espinal no forame intervertebral. Como a raiz posterior contêm axônios sensitivos e a raiz anterior apresenta axônios motores, o nervo espinal é classificado como um nervo misto. A raiz posterior contém um gânglio, no qual estão localizados os corpos celulares dos neurônios sensitivos. Dermátomos: Área de pele inervada por axônios sensoriais de cada raiz nervosa, que corresponde a um segmento medular. A avaliação sensitiva é feita para a dor e o toque suave. Miótomos: Conjunto de fibras musculares inervadas por axônios motores de cada raiz nervosa, que corresponde a um segmento medular. Os músculos principais são escolhidos porque eles são inervados por dois miótomos. Por convenção, se a força de um músculo-chave testado é pelo menos grau três, o músculo que está localizado acima é considerado normal O segmento medular alterado no trauma e suas alterações neurológicas consequentes, obtidas no exame neurológico padronizado, definem Níveis da lesão medular ● Nível sensitivo: Segmento mais caudal da medula espinhal com função sensitiva normal em ambos os lados do corpo. ● Nível motor: Segmento medular mais inferior, cujo principal músculo apresenta pelo menos grau três de força, enquanto os principais músculos representados pelos segmentos superiores apresentem força normal. ● Nível esquelético ou vertebral: Nível correspondente à maior lesão vertebral no exame radiológico. ● Zona de preservação parcial: Dermátomos e miótomos caudais a nível neurológico que permanecem inervados de forma parcial; ou seja, apresentam alguma preservação da função sensitiva ou motora. Distribuição dos nervos espinais A raiz anterior e posterior se une para formar o nervo espinal (nervo misto). Após passar pelo seu forame intervertebral, um nervo espinal se divide em vários ramos . O ramo posterior (dorsal) supre os músculos profundos e a pele da face posterior do tronco. O ramo anterior (ventral) supre os músculos e as estruturas dos quatro membros, bem como a pele das faces lateral e anterior do tronco. Além dos ramos anterior e posterior, os nervos espinais dão origem a ramos meníngeos. Estes ramos entram novamente no canal vertebral pelo forame intervertebral e suprem as vértebras, os ligamentos vertebrais, os vasos sanguíneos da medula espinal e as meninges. Outros ramos de um nervo espinal são os ramos comunicantes. Formação do plexo braquial: Os axônios dos ramos anteriores dos nervos espinais, com exceção dos nervos torácicos T2 a T12, não chegam diretamente às estruturas corporais supridas por eles. Em vez disso, eles formam redes em ambos os lados do corpo, por meio da ligação de vários axônios de ramos anteriores de nervos adjacentes. Esta rede axônica é chamada de plexo. Os principais plexos são o plexo cervical, o plexo braquial, o plexo lombar e o plexo sacral. Também existe um pequeno plexo coccígeo. Os nervos que saem dos plexos são nomeados de acordo com as regiões que suprem ou com o trajeto que seguem. Cada nervo pode, por sua vez, apresentar vários ramos que recebem seus nomes conformeas estruturas inervadas. Campos Segmentares de Sensação — Dermátomos O SNP é contínuo, do ponto de vista anatômico e operacional, com o SNC. Suas fibras aferentes (sensitivas) conduzem impulsos nervosos dos órgãos dos sentidos (p. ex., os olhos) e dos receptores sensitivos em várias partes do corpo (p. ex., na pele) para o SNC. Suas fibras eferentes (motoras) conduzem impulsos nervosos do SNC para os órgãos efetores (músculos e glândulas). Nervos cranianos: saem do encéfalo. 12 nervos partem da cabeça Os nervos espinais (segmentares) saem da coluna vertebral através de forames intervertebrais. Os nervos espinais originam-se em pares bilaterais de um segmento específico da medula espinal. Todos os 31 segmentos da medula espinal e os 31 pares de nervos que se originam deles são identificados por uma letra e um número (p. ex., “T4”) que designam a região da medula e sua ordem de superior para inferior (C, cervical; T, torácica; L, lombar; S, sacral; Co, coccígea). Os dois tipos de fibras sensitivas – sensitivas viscerais e sensitivas gerais – são processos de neurônios pseudounipolares cujos corpos celulares estão localizados fora do SNC em gânglios sensitivos espinais ou cranianos. As fibras motoras dos nervos são axônios de neurônios multipolares. Os corpos celulares dos neurônios motores somáticos e motores viscerais pré-sinápticos estão localizados na substância cinzenta da medula espinal. Os corpos celulares dos neurônios motores pós sinápticos estão localizados fora do SNC em gânglios autônomos. Divisão somática do sistema nervoso: A divisão somática do sistema nervoso, formada pelas partes somáticas do SNC e do SNP, proporciona inervação sensitiva e motora a todas as partes do corpo, exceto vísceras nas cavidades, músculo liso e glândulas. Nervos espinais: Inicialmente, os nervos espinais originam-se na medula espinal como radículas; as radículas convergem para formar duas raízes nervosas. Uma raiz anterior (ventral), formada por fibras motoras (eferentes) que saem dos corpos das células nervosas no corno anterior da substância cinzenta da medula espinal para órgãos efetores situados na periferia Uma raiz posterior (dorsal), formada por fibras sensitivas (aferentes) dos corpos celulares do gânglio sensitivo do nervo espinal ou gânglio da raiz posterior (dorsal) (geralmente abreviado como “GRD”) que se estendem em direção à periferia até terminações sensitivas e centralmente até o corno posterior de substância cinzenta da medula espinal. Os termos nervo motor e nervo sensitivo são quase sempre relativos, referindo-se à maioria dos tipos de fibras conduzidas por aquele nervo: Os nervos que suprem músculos do tronco ou dos membros (nervos motores) também contêm cerca de 40% de fibras sensitivas que conduzem informações álgicas e proprioceptivas. Os nervos cutâneos (sensitivos) contêm fibras motoras que suprem as glândulas sudoríparas e o músculo liso dos vasos sanguíneos e folículos pilosos. A área de pele unilateral suprida por um único nervo espinal (membro direito ou esquerdo de um par de nervos espinais) é chamada de dermátomo. A massa unilateral de um músculo, suprida por um único nervo espinal é chamada de miótomo. Cada nervo espinal inerva um “campo segmentar” da pele, chamado dermátomo. Nos livros eles são mostrados como se houvesse fronteiras distintas entre os dermátomos adjacentes, o que é errado, porque existem muitas superposições de segmento para segmento. A lesão de apenas uma raiz posterior ou nervo espinal raramente resultaria em dormência na área demarcada da pele para esse nervo nesses mapas porque as fibras conduzidas por nervos espinais adjacentes se superpõem quase completamente enquanto são distribuídas para a pele, proporcionando um tipo de cobertura dupla. Assim, as linhas que indicam os dermátomos nos mapas seriam mais bem representadas por gradações de cor. Em geral, é preciso que haja interrupção de pelo menos dois nervos espinais ou raízes para produzir uma área definida de dormência. Pode-se usar o mapa de dermátomos, para determinar o nível na medula espinal em que ocorreu lesão medular quando as sensações periféricas estão alteradas pela lesão. O nervo espinal C1 não tem componente aferente significativo e não supre a pele; portanto, não há representação de dermátomo C1. Diferenças entre sistema nervoso autônomo e somático O Sistema Nervoso é uma complexa rede que, por meio de impulsos nervosos, coordena o funcionamento do corpo e como ele reage aos estímulos externos. Anatomicamente, o SN pode ser dividido em Sistema Nervoso Central representado pelo encéfalo e medula espinhal, e Sistema Nervoso Periférico, representado pelos gânglios e nervos. O SIST. Nervoso Periférico conecta o SNC com o restante do corpo e, funcionalmente, pode ser dividido em Sistema Nervoso Autônomo, que é subdividido em simpático e parassimpático; Sistema Nervoso Entérico e Sistema Nervoso Somático. Anatomia do plexo braquial É uma rede nervosa que começa no pescoço e se estende até a axila (se estende inferior e lateralmente em ambos os lados das últimas quatro vértebras cervicais e da primeira vértebra torácica. Ele passa acima da primeira costela, posteriormente à clavícula, e então entra na axila). A maioria dos nervos no membro superior origina-se no plexo braquial. Quase todos os ramos do plexo originam-se na axila (após o plexo cruzar a costela I). O plexo braquial é formado pela união dos ramos anteriores (os posteriores não fazem parte) dos quatro últimos nervos cervicais (C5– C8) e o primeiro nervo torácico (T1), que constituem as raízes do plexo braquial. As raízes são os ramos anteriores dos nervos espinais. As raízes de vários nervos espinais se unem para formar troncos na parte inferior do pescoço: os troncos superior, médio e inferior. Posteriormente às clavículas, os troncos se ramificam em divisões – a divisão anterior e a divisão posterior. Nas axilas, as divisões se unem para formar fascículos, conhecidos como fascículos lateral, medial e posterior. Os fascículos recebem sua denominação com base na sua relação com a artéria axilar, uma grande artéria que leva sangue para o membro superior. Os ramos destes fascículos formam os principais nervos do plexo braquial. Outra relação importante com o plexo braquial é o gânglio simpático, que se encontra logo abaixo da raiz T1, chamado de gânglio cervicotorácico ou estrelado, e mantém comunicações com T1. Lesões nessa região acarretam a diminuição da função do sistema nervoso simpático, gerando predomínio do parassimpático, resultando em ptose palpebral, enoftalmia e miose, conjunto de sinais que leva o nome de Claude Bemard-Horner. Plexo braquial: a inervação dos ombros e dos membros superiores. As fibras simpáticas conduzidas por cada raiz do plexo são recebidas dos ramos cinzentos dos gânglios cervicais médios e inferiores quando as raízes seguem entre os músculos escalenos. Na parte inferior do pescoço, as raízes do plexo braquial unem-se para formar três troncos: ● Um tronco superior, da união das raízes de C5 e C6 ● Um tronco médio, que é uma continuação da raiz de C7 ● Um tronco inferior, da união das raízes de C8 e T1. Cada tronco do plexo braquial ramifica-se em divisões anterior e posterior quando o plexo atravessa o canal cervicoaxilar posteriormente à clavícula. As divisões anteriores dos troncos suprem os compartimentos anteriores (flexores) do membro superior, e as divisões posteriores dos troncos suprem os compartimentos posteriores (extensores). As divisões dos troncos formam os três fascículos do plexo braquial: ● As divisões anteriores dos troncos superior e médio unem-se para formar o fascículo lateral. ● A divisão anterior do tronco inferior continua como o fascículo medial ● As divisões posteriores dos três troncos unem-se para formar o fascículo posterior. Os produtos da formação do plexo são nervos periféricos multissegmentares (nominados). O plexo braquial é dividido em partes supraclavicular e infraclavicular pela clavícula. Quatro ramos da parte supraclavicular doplexo originam-se das raízes (ramos anteriores) e troncos do plexo braquial (nervo dorsal da escápula, nervo torácico longo, nervo para o músculo subclávio e nervo supraescapular) e pode-se ter acesso a eles através do pescoço. Além disso, ramos musculares sem nome oficial originam-se das cinco raízes do plexo (ramos anteriores de C5–T1) e suprem os músculos escaleno e longo do pescoço. A raiz C5 do nervo frênico (considerado um ramo do plexo cervical) origina-se da raiz C5 do plexo, unindo-se aos componentes C3–C4 do nervo na face anterior do músculo escaleno anterior. Os ramos da parte infraclavicular do plexo originam-se dos fascículos do plexo braquial e pode-se ter acesso a eles através da axila. Considerando-se os ramos colaterais e terminais, três ramos originam-se do fascículo lateral, ao passo que os fascículos medial e posterior dão origem a cinco ramos cada (contando as raízes do nervo mediano como ramos individuais). Cinco grandes ramos terminais se originam do plexo braquial. O nervo axilar supre os músculos deltoide e redondo menor. O nervo musculocutâneo inerva os músculos anteriores do braço. O nervo radial supre os músculos da região posterior do braço e do antebraço. O nervo mediano inerva a maioria dos músculos da região antebraquial anterior e alguns músculos da mão. O nervo ulnar supre os músculos anteromediais do antebraço e a maioria dos músculos da mão. Nervo Ulnar- Origem: Maior ramo terminal do fascículo medial, recebendo fibras de C8, T1 e às vezes T7. Trajeto: Desce a região medial do braço; passa posteriormente ao epicôndilo medial do úmero; depois desce pela face ulnar do antebraço até a mão. Estruturas inervadas: M. flexor ulnar do carpo e metade ulnar do M. Flexor profundo dos dedos ( músculos no antebraço). a maioria dos músculos intrínsecos da mão; pele da mão medial à linha axial do 4º dedo. Lesões do nervo radial (e do nervo axilar) podem ser causadas pela administração inadequada de injeções intramusculares no músculo deltoide. O nervo radial também pode ser lesado quando confecciona uma tala gessada muito apertada no nível da porção medial do úmero. As lesões do nervo radial causam oque se chama de punho caído, ou seja, a incapacidade de estender o punho e os dedos. A perda de sensibilidade é mínima devido à sobreposição da inervação sensitiva dos nervos adjacentes. ● Aneurisma da artéria axilar: A primeira parte da artéria axilar pode dilatar-se (aneurisma da artéria axilar) e comprimir os troncos do plexo braquial, causando dor e anestesia (perda da sensibilidade) nas áreas da pele supridas pelos nervos afetados. O aneurisma da artéria axilar pode ocorrer em lançadores de beisebol e jogadores de futebol americano em decorrência dos movimentos rápidos e forçados com obraço. ● Lesões do plexo braquial: As lesões do plexo braquial afetam os movimentos e a sensibilidade cutânea no membro superior. Doença, estiramento e feridas na região cervical lateral (trígono cervical posterior) ou na axila podem causar lesões do plexo braquial. Os sinais e sintomas dependem da parte do plexo acometida. As lesões do plexo braquial ocasionam paralisia e anestesia. A avaliação da capacidade de realizar movimentos determina o grau de paralisia. Com paralisia completa, não há movimento detectável. Com paralisia incompleta, nem todos os músculos estão paralisados; portanto, a pessoa consegue se movimentar, mas os movimentos são fracos em comparação com o lado normal. A avaliação da sensibilidade à dor (p. ex., por meio de espetada na pele) determina o grau de anestesia. As lesões das partes superiores do plexo braquial (C5 e C6) geralmente resultam de um aumento excessivo no ângulo entre o pescoço e o ombro. Essas lesões podem ocorrer em uma pessoa que é arremessada de uma motocicleta ou de um cavalo e cai sobre o ombro, de modo a causar grande separação entre o pescoço e o ombro. Quando a pessoa é arremessada, muitas vezes o ombro bate em algo(p. ex., em uma árvore ou no solo) e para, mas a cabeça e o tronco continuam a se mover. Isso causa distensão ou ruptura das partes superiores do plexo braquial ou avulsão das raízes do plexo da medula espinal. A lesão do tronco superior do plexo é notada pela posição característica do membro (“posição da mão de garçom”), na qual o membro fica ao lado do corpo em rotação medial. As lesões do plexo braquial também podem ocorrer em neonatos quando há estiramento excessivo do pescoço durante o parto. Paralisia do Nervo Radial É um nervo misto (sensitivas e motores). É formado por todas as raízes do plexo braquial, pois elas se encontram no fascículo posterior, que passa pela axila e forma o nervo radial (terminou o fascículo posterior, inicia o nervo radial). O nervo radial inerva os músculos extensores de ombro e cotovelo Detalhe diferenciador: nervo radial passa por traz do úmero. Há um acidente ósseo causado pela passagem posterior do nervo radial no úmero: o sulco para o nervo radial. Pessoas com fratura no terço médio do úmero geralmente tem também a ruptura do nervo radial, devido ao contato íntimo com o úmero. Na região do epicôndilo lateral do úmero encontra-se o ligamento anular. Nessa região o nervo radial se divide em ramo anterior (que é superficial) e um ramo posterior (que é um ramo profundo. -Ramo superficial: é um ramo cutâneo inerva a pele da região posterolateral do antebraço e do dorço da mão. -Ramo profundo: inerva os músculos. O nervo radial inerva os músculos extensores de ombro e cotovelo: tríceps braquial e Ancôneo. Então ele inerva todas as cabeças do tríceps braquial (cabeça longa, lateral e medial) e o musculo AUXILIAR DO TRÍCEPS QUE É O ANCÔNEO. Então podemos classificar o nervo radial como nervo extensor, pois ele INERVA TODOS OS MÚSCULOS EXTENSORES DO MEMBRO SUPERIOR, SEM EXCEÇÃO. Triceps braquial (extensor de ombro e cotovelo). O ancôneo é extensor auxiliar do tríceps. também inerva: Extensor radial longo do carpo Extensor radial curto do carpo Supinador Extensor dos dedos Extensor do dedo minímo Extensor ulnar do carpo Abdutor longo do polegar Abdutor curto do polegar Extensor longo do polegar Extensor curto do polegar Extensor do indicador O único músculo flexor que o nervo radial inerva é o braquiorredial (flexor do cotovelo), o restante são todos extensores. LESÕES DO NERVO RADIAL Fraturas do úmero e nervo radial Lembrar da passagem do nervo radial pelo sulco do nervo radial no úmero, é um contato intimo entre o nervo e o osso. fraturas diafisárias do úmero, sobretudo nas transversas e espiraladas dos terços médio e médio-distal- lesões do nervo radial. Mais associada às fraturas do terço médio do úmero. Consequências de lesão, compressão ou interferência no nervo: As lesões dos nervos periféricos podem ser classificadas em 3 tipos: Neuropraxia é resultado de uma compressão do fluxo de axoplasma ao axônio distal, promovendo uma anóxia local nos axônios por compressão dos vasos sanguíneos. A estrutura anatômica permanece inalterada e também a continuidade AXONAL, no entanto ocorre um fenômeno de adelgaçamento da fibra nervosa (devido a compressão) com desmielinização focal (diminuição axoplasmática intensa e localizada). A condução nervosa está preservada acima e comprometida abaixo. Axonotmese é um tipo de lesão dos nervos que ocorre o rompimento total dos axônios, mas a bainha epineural se mantém intacta. Ocorre a desmielinização do axônio distal. Como resultado, os estímulos elétricos deixam de ser transmitidos, causando paralisia sensorial e motora. DEVIDO A MANUTENÇÃO DO EPINEURO, A RECUPERAÇÃO É FAVORÁVEL. NEUROTMESE: É A LESÃO MAIS SEVERA. Ocorrre a interrupção completa na continuidade do nervo. Requer a intervenção cirúrgica e a recuperação é incompleta. Sintomas: os primeiros são alteração ou diminuição da sensibilidade, paralisia dos músculos inervados, perda da função e as vezes dor. Outros sinais são alteração na textura da pele, hipersensibilidade e a falta de arrepio dos pelos na região. Perda da massa muscular, intensa intolerância ao frio. Na fase aguda ocorrefibrilações no músculo desnervado, que são contrações irregulares devido a liberação de Acetilcolina nas junções neuromusculares a partir da porção distal do nervo lesionado, provocando contrações espontâneas e desordenadas. O diagnóstico clínico é feito testando-se a extensão do punho fechado e a extensão metacarpofalangiana com as articulações interfalangianas fletidas. A extensão das articulações interfalangianas proximais dos dedos está presente em lesões do nervo radial, pois é realizada pelos intrínsecos inervados pelo mediano e pelo ulnar. Em lesões do nervo radial no terço inferior do úmero, o envolvimento pode ser apenas do nervo interósseo posterior, mantendo-se a extensão do punho pelo extensor radial longo do carpo. Conforme já citado, o estudo eletromiográfico e da velocidade de condução nervosa pode auxiliar no acompanhamento somente a partir de, no mínimo, três semanas de lesão. Os achados da ecografia na detecção da lesão do nervo radial nas fraturas diafisárias do úmero foram descritos por Bodner e colaboradoress, 27 e essa ferramenta pode tornar-se uma boa alternativa para a identificação precoce de lesão do nervo radial. Caso do paciente: politrauma, acidente de trânsito. Fratura oblíqua. A lesão nervosa periférica é a principal complicação nesse tipo de fratura, podendo variar amplamente em extensão e severidade. No caso da lesão do nervo radial, pode ocorrer a incapacidade de extensão do cotovelo, punho e da função preensora da mão, provocando significativas perdas funcionais, as quais podem ser recuperadas se os axônios lesados crescerem, alcançarem o coto distal e restabelecerem conexões funcionais com o alvo muscular apropriado. Exploração precoce da neuropraxia radial na fratura de úmero: Neuropraxia do radial após redução fechada Fratura exposta Lesão vascular Ferimento por arma de fogo de alta velocidade Lesão grave de partes moles. Fora esses casos, o manejo da lesão é conservador. Devido ao fato de a maioria dos casos ser neuropraxia, é indicada apenas observação, aguardando, pelo menos, três meses para a exploração cirúrgica. Tratamento: ● Casos graves como na neurotmese: tratamento cirurgico. ● Casos moderados como axôniotmese e neuropraxia: tratamento conservador. O tratamento conservador da lesão de nervo radial deve ser realizado para a manutenção da mobilidade passiva do punho e da mão até a recuperação do nervo. Exercícios devem ser executados pelo fisioterapeuta ou pelo próprio paciente ou familiar, todos os dias. A tala com extensão passiva dinâmica dos dedos nas articulações metacarpofalangianas auxilia no treinamento e deve ser utilizada algumas horas por dia. Está indicado, também, o uso de tala noturna para manter o punho em extensão neutra. Como uma das principais alterações que ocorrem no músculo após a lesão nervosa, cita se a atrofia muscular que, uma vez instalada, atua como barreira ao crescimento axonal durante a reinervação muscular. Sendo assim, o uso da eletroestimulação induz potenciais de ação no nervo motor, provocando ativação de unidades motoras. Além disso, produz efeitos como fortalecimento da musculatura estimulada e facilitação do controle motor voluntário e cinesioterapia (terapia do movimento) de fortalecimento muscular é rotineiro no tratamento fisioterapêutico, tendo como objetivo minimizar ou impedir a atrofia muscular e, assim, favorecer a recuperação da lesão nervosa periférica. referencias bibliográficas Malthus Moore, Keith L. Anatomia orientada para a clínica / Keith L. Moore, Arthur F. Dalley, Anne M. R. Agur ; tradução Claudia Lúcia Caetano de Araújo. - 8. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2019. Cap.2. P.379-429. Tortora, Gerard J. Princípios de anatomia e fisiologia / Gerard J. Tortora, Bryan Derrickson; tradução Ana Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Cap. 13. p.615-652. Tortora, Gerard J. Princípios de anatomia e fisiologia / Gerard J. Tortora, Bryan Derrickson; tradução Ana Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Cap. 46. p. 2132-2168. LUIZ, L. M. D. Avaliação da Lesão Nervosa Periférica por meio da eletromiografia de superfície, Dissertação de Mestrado, UFU, Uberlândia – MG, Janeiro 2015.
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