Buscar

Gabarito_6ano_Redação_Módulo18

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 Forme dupla com um colega e releia os textos que 
exemplificam cada um dos recursos explicados na seção 
Para aprender, interpretando as estratégias de humor 
presentes neles. Registre, individualmente, sua inter-
pretação a respeito de cada texto .
a) Exagero/caricatura:
O personagem Quico tem as bochechas grandes, o que é 
considerado cômico; essa característica é acentuada 
e nos chama a atenção pela desproporcionalidade, levando 
ao riso.
b) Quebra de expectativa: 
Texto 1: Não se esperava que a resposta do menino fosse 
adequada e mais sensível que a do pai. Texto 2: Joãozinho, em 
vez de contar o número de frutas, sugere o mal que a ingestão 
de todas elas poderia causar.
c) Sátira da realidade cotidiana: 
A fala da multidão satiriza a desvalorização da leitura e da 
informação em geral com relação ao predomínio do estado de 
ignorância das pessoas, o qual está vinculado à forma hostil 
como as pessoas se tratam e à violência urbana.
d) Subentendidos: 
Está implícito que o menino foi picado pelas abelhas.
e) Emprego de palavras ou expressões parecidas/duplo 
sentido: 
A palavra vendo, na tirinha, apresenta dois significados: a ação 
de vender e a ação de ver.
f) Representação de tipos: 
A piada reforça o tipo da “sogra insuportável” ao demonstrar 
o desejo do genro de ver a sogra partir antes mesmo de um 
rápido cafezinho.
g) Nonsense: 
Não seria possível Cascão flutuar sobre a água só para não se 
molhar, mas achamos engraçado o fato de ele ter conseguido 
escapar do ban ho de modo absurdo.
APLICANDO O CONHECIMENTO
Leia a crônica a seguir e faça as atividades 2 a 8.
A mamadeira das duas da manhã
Amigos me mandam um cartão; mostra um pai de pijama, 
barbudo, desfeito, segurando um bebê e a mamadeira. O cartão 
diz que muita coisa pode ser escrita a respeito da mamadeira 
das duas horas da manhã.
Presumindo que o pai barbudo seja eu, aceito o desafio: 
muita coisa pode ser dita a respeito da mamadeira das duas 
da manhã. Nem tudo é publicado, naturalmente, mas aqui vão 
algumas das reflexões que me ocorrem.
Às duas da manhã a maior parte das pessoas de bom 
senso costuma estar dormindo. Fazem exceção os boêmio s, 
os guardas-noturnos, os poetas muito inspirados e algumas 
outras categorias profissionais. Supondo que você faça parte 
da maioria silenciosa: lá está você mergulhado num sono re-
parador, sonhando com um cruzeiro de iate pelo Caribe. Está 
você encostado na amurada ao lado de uma bela mulher que 
pode ou não ser sua esposa, quando se ouve ao longe a sere ia 
de um navio.
Ruído incômodo, que você gostaria de não escutar; mas é 
impossível. Mesmo porque não se trata de uma sereia de ne-
nhum navio. É o bebê, chorando. Está na hora da mamadeira.
A primeira coisa que acontece é uma discussão com sua 
mulher sobre quem deve ir atender o garoto. Nos tempos do 
chamado chefe de família, este debate não cabia: a mãe levan-
tava e ia cumprir com sua obrigação. Hoje, quando as mulhe-
res trabalham e estão conscientes de seus direitos, as coisas 
mudaram. Você argumenta, pondera os riscos do feminismo, 
alega que tem de trabalhar no dia seguinte, apela para os ins-
tintos maternais. Inútil. Pela escala estabelecida é a sua vez 
1
2
3
4
5
Id
e
á
ri
o
L
a
b
/A
rq
u
iv
o
 d
a
 e
d
it
o
ra
97
PR
O
D
UÇ
Ã
O
 D
E 
T
EX
TO
 
M
Ó
D
UL
O
 1
8
P4_PH_EF2_6ANO_PT_092a100_CAD3_MOD18_CA.indd 97 3/12/20 08:38
de levantar. Você atira o cobertor para o lado (um movimento 
que exige especial resolução quando a temperatura ambiente 
aproxima-se de zero grau) e parte para o empreendimento, 
mas não sem antes dar uma topada com o dedão do pé na 
cama, evento que não contribui em nada para melhorar o seu 
bom humor. Ainda que cambaleante, você chega ao berço e 
olha o bebê.
A disposição dele é completamente diferente da sua. O 
entusiasmo de seu choro é qualquer coisa de estarrecer. Se as 
massas oprimidas da América Latina gritassem desse jeito, 
você raciocina, as multinacionais estariam bem-arranjadas.
O momento, contudo, não é para tais considerações. Você 
pega a mamadeira, que já está pronta — pelo menos previden-
tes vocês são — e a primeira coisa que faz é deixá-la cair no 
chão, onde imediatamente bilhões de bactérias tomam posse 
dela. Você tem de preparar outra mamadeira, usa para isto um 
frasco novo. Coloca lá dentro o leite, aquece-a, experimenta-a 
no dorso da mão, ignora a queimadura de terceiro grau que o 
líquido produziu, e vai firme para o bebê. Ele suga, esfomea-
do — mas aparentemente não consegue o que quer, porque 
continua gritando. O furo do bico é pequeno, você pensa, e 
aumenta-o. Nada. Você alarga mais o furo, transforma-o num 
rombo. Nada. Finalmente, você se lembra de tirar o disco de 
borracha que estava na base do bico. Agora sim, o leite jorra — 
como cascata, quase afogando o garoto. Você faz tudo de novo, 
e desta vez, sim, dá certo. O bebê toma o leite, enquanto você 
fica ruminando considerações sobre a vida, nenhuma delas 
particularmente otimista.
O fim da mamadeira é a sua libertação. Você pode voltar 
para a cama. Isto é, se o bebê permite. Há vezes em que ele 
continua chorando. Você tenta remédios para cólicas, você 
muda as fraldas (duvido que você ainda tenha vontade de 
comer abacate, depois de ver o que contêm) e o guri sempre 
chorando. Finalmente você é obrigado a concluir: você não 
sabe por que ele chora. Talvez a CIA consiga descobrir, mas 
você não tem o número do telefone deles.
Quando você já está pensando em fazer as malas e fugir 
para o Irã ou para o polo norte, ele de súbito deixa de chorar. 
Assim mesmo: para de chorar. Você suspira aliviado, toma o 
rumo da cama, dá a topada habitual e aí vê o relógio: sete horas. 
Está na hora de levantar.
Você faz a barba, toma banho, se veste, toma café — tudo 
isso com olhos fechados — e antes de sair você ainda dá uma 
olhada no bebê.
Dorme tranquilamente, claro. E o sorriso que ostenta é 
definitivamente irônico e triunfante.
SCLIAR, Moacyr. Melhores crônicas. São Paulo: Global, 2015.
6
7
8
9
10
11
2 Essa crônica, além de reflexiva, é muito bem-humorada. 
Embora ela empregue diversas estratégias de humor em 
pontos específicos, apenas uma delas é a base para o 
tratamento do tema de forma cômica ao longo de todo 
o texto. Qual é essa estratégia? Justifique sua resposta.
Trata-se de sátira da realidade cotidiana, já que a crônica aborda 
comicamente os desafios de ser pai de um bebê recém-nascido, 
tema atemporal.
3 Em alguns dos pontos altos de humor da crônica, o exage-
ro ao retratar a situação do tema é um recurso para nos 
levar ao riso. Transcreva dois trechos em que isso ocorre.
4 Ao contrário das tirinhas, que trabalham quase sempre 
com a quebra de expectativa, o final do texto não tem 
grande impacto por trazer uma surpresa, mas ainda 
assim consegue ser cômico. Explique por quê.
Ele consegue ser engraçado porque, mesmo que o pai tenha 
conseguido fazer o filho dormir, é o bebê quem vence o pai, que 
tem de superar outros desafios na rotina de trabalho.
5 Muito provavelmente, um grupo específico de pessoas 
encontrará mais graça nesse texto.
a) Que grupo é esse?
O grupo que vivencia a paternidade.
b) Explique por que a comicidade é mais intensa para 
esses leitores.
6 Que recurso gramatical o cronista emprega para dialo-
gar com o leitor sobre as suas ideias e fazê-lo perceber 
melhor o humor presente na situação abordada?
A interlocução presente no uso do você genérico.
Respostas possíveis: “[...] quando se ouve ao longe a sereia de um 
navio”; “quando a temperatura ambiente aproxima-se de zero grau”; 
“Se as massas oprimidas da América latina gritassem desse jeito, 
você raciocina, as multinacionais estariam bem-arranjadas”; “[...] a 
primeira coisa que faz é deixá-la cair no chão, onde imediatamente 
bilhões de bactérias tomam posse dela”; “[...] ignora a queimadura 
de terceiro grau que o líquido produziu [...]”; “[...] o leitejorra 
— como cascata, quase afogando o garoto [...]”; “Talvez a CIA 
consiga descobrir, mas você não tem o número do telefone deles.”; 
“Quando você já está pensando em fazer as malas e fugir para o Irã 
ou para o polo norte [...]”
A comicidade torna-se mais intensa para aqueles que vivenciam 
as experiências abordadas, isto é, adultos que têm filhos. No 
entanto, todos aqueles que conseguem perceber mais facilmente 
as sutilezas de cada detalhe retratado na situação e olhar para ela 
de uma perspectiva descontraída e prazerosa são capazes de rir 
lendo o texto.
98
PR
O
D
UÇ
Ã
O
 D
E 
T
EX
TO
 
M
Ó
D
UL
O
 1
8
P4_PH_EF2_6ANO_PT_092a100_CAD3_MOD18_CA.indd 98 3/12/20 08:38
7 Mesmo não intencionalmente, podemos identificar al-
gumas características peculiares desse tipo de indivíduo 
representado pelo cronista e isso confere um humor 
sutil. Destaque duas.
Excesso de preocupação, sonolência, vida corrida, o fato de ser 
desajeitado.
8 Ao final do texto, a continuidade do dia do bebê e do pai 
aponta uma ideia geral que fica implícita como reflexão 
proposta pela crônica, apesar de não funcionar como 
recurso cômico. Qual é o subentendido?
O subentendido é a ideia de que a paternidade é trabalhosa e 
desgastante, porém é prazerosa quando se veem o bem-estar e a 
felicidade dos filhos. 
1 A informação subentendida na última fala do pai promove uma reflexão sobre a:
a) incompreensão mútua entre pais e filhos desta geração.
b) impossibilidade de conversa entre pais e filhos desta geração.
c) inexistência de conversa entre pais e filhos desta geração.
d) diferença de perspectiva entre pais e filhos desta geração.
2 O humor da tirinha a seguir está na quebra de expectativa dos últimos dois quadrinhos.
©
 J
o
a
q
u
ín
 S
a
lv
a
d
o
r 
L
a
v
a
d
o
 (
Q
U
IN
O
) T
O
D
A
 
M
A
FA
L
D
A
 /
F
o
to
a
re
n
a
/Q
u
in
o
 Essa ruptura só não pode ser explicada pelo(a):
a) capacidade crítica de Mafalda, uma criança, julgar o que seria mais impróprio para sua faixa etária e criticar a 
atitude da mãe.
b) fato de a televisão ser um meio de comunicação que exibe conteúdos mais apropriados para o público infantil que 
os livros.
c) discrepância entre o conteúdo implícito ensinado às crianças nas novelas e nos contos infantis, de modo que a 
mídia, por si só, não define a adequação. 
d) fato de não percebermos que conteúdos reconhecidamente infantis que a sociedade oferece aos pequenos podem 
conter uma linguagem agressiva.
©
 L
a
e
rt
e
/A
c
e
rv
o
 d
a
 c
a
rt
u
n
is
ta
DESENVOLVENDO HABILIDADES
99
PR
O
D
UÇ
Ã
O
 D
E 
T
EX
TO
 
M
Ó
D
UL
O
 1
8
P4_PH_EF2_6ANO_PT_092a100_CAD3_MOD18_CA.indd 99 3/12/20 08:38
3 Na parte verbal da tirinha abaixo, achamos graça porque, quando lemos o texto, podemos perceber o uso de qual 
recurso? 
©
 E
d
u
a
rd
o
 C
a
ju
e
ir
o
/A
c
e
rv
o
 d
o
 a
rt
is
ta
a) Subentendidos.
b) Sátira da realidade cotidiana.
c) Palavras parecidas.
d) Nonsense.
4 Durante certo tempo, circularam na internet diversos memes com a imagem de um menino como nos dois exemplos 
abaixo.
 
Im
a
g
e
n
s
: 
R
e
p
ro
d
u
ç
ã
o
/<
w
w
w
.f
a
c
e
b
o
o
k
.c
o
m
/p
o
rq
u
e
v
o
c
e
n
a
o
a
m
a
d
u
re
c
e
/>
 As possibilidades de criação levando em conta situações do dia a dia são quase infinitas, 
mas as imagens do garoto somadas à reescrita da frase com o i substituindo todas as vogais 
geram humor pela combinação do trejeito com a linguagem: 
a) agressiva.
b) receptiva.
c) debochada.
d) consciente.
Quino. Toda Mafalda. 
2. ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 2010.
Divirta-se com as 
tiras de Mafalda, 
uma menina que, 
além de irreverente 
e preocupada 
com o futuro da 
humanidade, está 
sempre fazendo 
perguntas difíceis 
 aos pais.
R
e
p
ro
d
u
ç
ã
o
/E
d
. 
M
a
rt
in
s
 F
o
n
te
s
100
PR
O
D
UÇ
Ã
O
 D
E 
T
EX
TO
 
M
Ó
D
UL
O
 1
8
P4_PH_EF2_6ANO_PT_092a100_CAD3_MOD18_CA.indd 100 3/12/20 08:38

Continue navegando