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Receita Pública e Despesa Pública

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Unidade I: 
 
Unidade: Receita Pública e 
Despesa Pública 
 
 
 
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Unidade: Receita Pública e Despesa Pública 
1. RECEITA PÚBLICA 
1.1. INTRODUÇÃO 
Conforme vimos na primeira unidade, o Estado necessita de recursos 
para manter seu funcionamento e atender as necessidades públicas. Para que 
isso se efetive, o Estado, segundo Aliomar Baleeiro, se utiliza de alguns meios 
se não vejamos: 
 “para auferir o dinheiro necessário à despesa pública, os governos, pelo 
tempo afora, socorrem-se de uns poucos meios universais: a) realizam 
extorsões sobre outros povos ou deles recebem doações voluntárias; b) 
recolhem as rendas produzidas pelos bens e empresas do Estado; c) 
exigem coativamente tributos ou penalidades; d) tomam ou forçam 
empréstimos; e) fabricam dinheiro metálico ou de papel”. 
 
Hodiernamente o Estado não se utiliza de extorsões a outros povos ou 
de venda do seu patrimônio como forma de angariar recursos para suprir suas 
necessidades financeiras. 
 
1.2. CONCEITO DOUTRINÁRIO 
 
Encontramos na doutrina brasileira diversos conceitos sobre receita 
pública, se não vejamos: 
Na definição de Aliomar Baleeiro receita pública “é a entrada que, 
integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou 
correspondência no passivo, vem acrescentar o seu vulto, como elemento novo 
e positivo”. 
Na definição de Ricardo Lobo receita “é a soma de dinheiro recebida 
pelo Estado para fazer face à realização dos gastos públicos”. 
Já nos dizeres de Marlos Vargas Ferreira, receita “é o ingresso de 
proventos arrecadados de tributos, do Tesouro Nacional e de outras fontes de 
recursos financeiros que passe a integrar e incorporar o patrimônio do Estado, 
e que permita custear as despesas decorrentes da prestação de serviço 
 
 
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público e investimentos patrimoniais.” 
Segundo o Manual de Receitas Públicas da Secretaria do Tesouro 
Nacional-STN, “Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não 
devolutivo auferidas pelo Poder Público, em qualquer esfera governamental, 
para alocação e cobertura das despesas públicas.” 
Como podemos perceber, nos diversos conceitos atribuídos a receita 
pública, verifica-se que em alguns se fala em entrada e em outros em 
ingressos, isso porque na doutrina brasileira encontramos algumas 
divergências sobre a utilização indiscriminada dos termos entrada, ingresso e 
receita pública como sinônimos. 
Alguns autores, como Aliomar Baleeiro e Kioshi Harada defendem que 
todo ingresso de dinheiro nos cofres públicos são considerados entradas, ao 
passo que o termo receita se volta somente para as entradas que venham 
aumentar o patrimônio público. Entendem que os ingressos normalmente que 
são meros movimentos de caixa, e só podem ser considerados como receita 
quando não possuírem caráter devolutivo. 
Então podemos dizer que o conceito de receita pública em sentido 
amplo é qualquer recolhimento de numerário aos cofres públicos, ou seja, 
todas as quantias recebidas pelos cofres públicos. Já em sentido restrito, 
considera-se receita pública somente as entradas ou ingressos de recursos 
que é incrementada de forma definitiva ao patrimônio público sem 
compromisso de devolução posterior. 
 Vale ressaltar que a Lei 4320/64 utiliza o sentido amplo de receita, isto 
é, qualquer ingresso de numerário aos cofres públicos, o que é condenado pela 
doutrina majoritária. 
 
1.3. CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS PÚBLICAS 
 
Na doutrina pátria existem várias formas de classificação da Receita, 
porém vamos nos ater somente as mais utilizadas. 
1.3.1. Quanto à natureza: Receita Orçamentária e Extra-
orçamentária. 
 
 
 
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As receitas orçamentárias são aquelas que integram o orçamento do 
Estado. Decorrem da execução da Lei Orçamentária Anual-LOA, 
correspondem à arrecadação de recursos financeiros autorizados pela Lei 
Orçamentária e que serão aplicados na realização dos gastos públicos. 
Dividem-se em duas categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de 
Capital (veremos um pouco mais a frente). 
As receitas extra-orçamentárias são as que não constam na lei do 
orçamento, abarcando as entradas em dinheiro ou créditos de terceiros de que 
o Estado é devedor como depositário ou como agente passivo da obrigação. 
Compreende o recolhimento de valores que, em princípio, não pertencem ao 
Erário. O Estado atua apenas como depositário dos recursos. Ex.: depósito em 
caução, depósitos judiciais, salários não reclamados, Operações de créditos 
por antecipação de receita- ARO, entre outras. Vale ressaltar que o pagamento 
das receitas extra-orçamentárias não está sujeito a autorização legislativa. 
 
 
 
 
1.3.2. Quanto à origem: Receita Originária e Receita Derivada. 
 
A receita originária decorre da exploração, pelo Estado, de seus 
próprios bens (advém do patrimônio público do Estado). São receitas 
voluntárias, ou seja, o Estado não exerce seu poder de império. São exemplos 
as provenientes de aluguéis, de venda de bens, etc. Podem ser Patrimoniais: 
provenientes de rendas de aluguéis, venda de bens, dividendos, participações 
e pagamento de royalties pela exploração do patrimônio e estatal; e 
Empresariais: provenientes das atividades do Estado como empresário, ou 
seja, no âmbito comercial, industrial ou de prestação de serviços. 
A receita derivada provém do constrangimento sobre o patrimônio do 
particular (provém do patrimônio dos particulares). Aqui o Estado exerce seu 
poder de império, isto é, é proveniente do exercício do poder de tributar os 
rendimentos ou o patrimônio da coletividade. É composta dos tributos e das 
sanções. 
Fique ligado: ARO são empréstimos de curto prazo que se destinam a atender 
insuficiência de caixa, insuficiência financeira. Só podem ser contraídos a partir de 10 
de janeiro e tem que ser quitado até 10 de dezembro. Não podem ser contraídos no 
ultimo ano de mandato. 
 
 
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Alguns autores acrescentam nesta classificação as receitas 
transferidas decorrem dos artigos 157 a 162 da Constituição. São aquelas que 
decorrem de transferências orçamentárias voluntárias ou compulsórias, de um 
orçamento estatal para outro (de um ente político para outro), no âmbito do 
denominado “federalismo cooperativo” ou “orçamento federativo/fiscal”. Temos 
como exemplo as transferências constitucionais obrigatórias, transferências 
legais obrigatórias e transferências orçamentárias voluntárias. 
 
1.3.3. Quanto à categoria econômica: Receita Corrente e 
Receita de Capital. 
 
São classificadas na categoria Receitas Correntes aquelas receitas que 
decorrem do poder impositivo do Estado, cuja arrecadação será utilizada no 
orçamento de custeio do Estado, servirão para fazer face às despesas 
correntes. De acordo com o art. 11 § 1° e § 4° da Lei 4320/64, divide-se em: 
 
o Receitas Tributárias: 
É resultante da arrecadação de impostos, taxas e contribuição de 
melhoria. Devem estar previstas em lei. Teoricamente as receitas 
tributárias são utilizadas para arcar com as despesas derivadas da 
prestação de serviço público e suas necessidade de investimento. Ex. 
IPTU, IPVA, IPI,e IR. 
 
o Receitas de Contribuições: 
São provenientes de contribuições sociais e econômicas. Sociais: 
COFINS, Salário Educação, CPMF, Contribuições sobre Receitas de 
Concursos de Prognósticos, Contribuições para os Serviços Sociais 
Autônomos – SESI, SESC, SENAI etc, PIS/PASEP, CSLL etc. 
Econômicas: Cota-parte do Adicional ao Frete para Renovação da 
Marinha Mercante, Contribuição sobre a Receita das Empresas 
Prestadoras de Serviçosde Telecomunicações, CIDE-Combustíveis 
etc). 
 
 
 
 
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o Receitas Patrimoniais: 
São receitas obtidas da exploração do patrimônio estatal. Podem ser 
provenientes de receitas imobiliárias (aluguéis, foros, laudêmios) e 
receitas de valores mobiliários (juros de títulos de renda, dividendos, 
participações etc); receitas de concessões e permissões (outorga de 
serviços públicos etc). 
 
o Receitas Agropecuárias 
Receitas que resultam da exploração direta, por parte do Estado, de 
operações comerciais que decorrem das atividades agropecuárias. 
Incluem-se nessa classificação as receitas advindas da exploração 
da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou 
engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de 
beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários em 
instalações existentes nos próprios estabelecimentos. 
 
o Receitas Industriais 
Resultantes da exploração direta, por parte do Estado, de operações 
comerciais que decorrem de atividades industriais. 
 
o Receitas de Serviços 
Resultantes de serviços executados pelo Estado, tais como serviços 
de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de 
inspeção e fiscalização, judiciário, etc. 
 
o Transferências correntes 
Provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de 
direito público ou privado, destinados ao atendimento das despesas 
correntes. Ex. Recurso transferido pela União ao Município para 
aquisição de medicamento (despesa corrente). Para União trata-se 
de uma despesa corrente/transferência corrente e para o Município é 
uma receita corrente/transferência corrente. 
 
 
 
 
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o Outras Receitas correntes 
Resultam de cobrança de multas, juros de mora, cobrança da dívida 
ativa, restituições, etc. As multas em geral são classificadas nessa 
rubrica. 
 
As categorias econômicas se subdividem em Subcategorias Econômicas 
e fontes de receitas, estas, por sua vez, se subdividem em subfontes 
(indicadas, respectivamente, por rubricas e sub-rubricas). 
As Receitas de Capital, segundo o Manual de Receitas Públicas “São 
os ingressos de recursos financeiros oriundos de atividades operacionais ou 
não operacionais para aplicação em despesas operacionais, correntes ou de 
capital, visando ao alcance dos objetivos traçados nos programas e ações de 
governo.” De acordo com o art. 11 § 2 da Lei 4320/64, divide-se em: 
 
o Operações de Crédito: 
São receitas que decorrem de empréstimos e financiamentos, tais 
como emissão de títulos da dívida interna e externa. Tem como 
objetivo a cobertura do déficit orçamentário. 
 
o Alienação de Bens: 
Recursos recebidos da venda de bens do Estado. 
 
o Amortização de Empréstimos 
Recursos provenientes de retorno de valores anteriormente 
emprestado a outras entidades, ou seja, parcela referente ao 
recebimento de parcelas (amortização) de empréstimos ou 
financiamentos concedidos. 
 
o Transferências de Capital: 
Recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, 
quando destinados a atender despesas de capital. Ex. Convênio 
entre União e estado para construção de Posto de Saúde. Para União 
trata-se de uma despesa de capital/transferência de capital e para o 
estado classifica-se como receita de capital/transferências de capital. 
 
 
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o Outras Receitas de Capital: 
o 
Trata-se de classificação e englobará as demais receitas de capital 
não previstas nas classificações anteriores. 
 
 
 
 
 
1.3.3.1. Codificação da Receita Orçamentária por 
Categoria Econômica. 
 
A Lei 4320/64, em seu art.8º § 1º define que os itens da discriminação 
da receita serão indentificados por números de código decimal. Este código 
recebeu o nome de natureza de receita. A natureza de receita busca classificar 
a receita indentificando a origem do recurso segundo seu fato gerador que 
originou a entrada da receita nos cofres públicos. 
Devido a necessidade de constante atualização e melhor identificação dos 
ingressos aos cofres públicos, o código identificador da natureza de receita é 
desmembrado em níveis. Assim, na elaboração do orçamento público a 
codificação econômica da receita orçamentária é composta dos níveis abaixo: 
 
A.B.C.D.EF.GH 
A – Categoria Econômica 
1-Receitas Correntes 
2- Receitas de Capital 
B – Fonte de Receita 
1.1 – Receita Tributária 
1.2- Receita de Contribuição 
1.3- Receita Patrimonial 
1.4- Receita Agropecuária 
1.5- Receita Industrial 
1.6- Receita de Serviços 
1.7- Transferências Correntes 
Fique ligado: O Superávit do Orçamento Corrente é a diferença positiva entre a Receita 
Orçamentárias/Receitas Corrente e as despesas orçamentárias/despesas correntes do 
exercício financeiro. É classificada como Receita de Capital/Outras Receitas de Capital, 
porém não é considerado uma receita orçamentária. 
 
 
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1.9- Outras Receitas Correntes 
2.1 – Operações de Crédito 
2.2- Alienações de Bens 
2.3- Amortização de Empréstimos Concedidos 
2.4-Transferências de Capital 
2.5. – Outras Receitas de Capital 
C- Subfonte 
D- Rubrica 
EF- Alínea 
GH- Subalíneas 
 
1.3.4. Quanto à regularidade: Receitas Ordinárias e Receitas 
Extraordinárias 
 
As receitas públicas ordinárias são as receitas carreadas ao erário com 
regularidade, auferidas no desenvolvimento normal da atividade estatal, sendo 
assim fonte regular e permanente de recursos financeiros que permitem a 
consecução das atividades fins do Estado, como pro exemplos as receitas 
tributárias. 
Já as receitas públicas extraordinárias possuem caráter excepcional, 
são receitas que não têm características de continuidade. Visam acautelar 
situação excepcional no plano institucional, como, por exemplo, o empréstimo 
compulsório (art. 148, III, CF) e do imposto extraordinário, nos termos do artigo 
154, inciso II da Carta Magna. 
 
1.3.5. Quanto à afetação patrimonial: Receitas Efetivas e 
Receitas Não-efetivas. 
 
Alguns autores acrescentam a classificação quanto à afetação 
patrimonial. 
Receitas efetivas são aquelas que se integram ao patrimônio sem qualquer 
contrapartida de aumento de passivo ou diminuição do ativo, contribuindo, 
assim, para o aumento do patrimônio líquido. É o caso onde o Estado “fica 
 
 
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mais rico” sem dar nada em troca, não perde nada de seu patrimônio. Ex. 
recebimento de impostos, dividendos, multas, juros, etc. 
As receitas não-efetivas ou por mutação patrimonial são aquelas oriundas de 
mutações que nada acrescem o patrimônio líquido, constituindo simples 
entradas ou alterações nos elementos que o compõem. O Estado não “fica 
mais rico”, ou seja, há um ingresso no caixa público, mas o Estado perde 
alguma coisa de seu patrimônio. Ex. venda de um bem público: entra um valor 
no caixa, mas em contrapartida o Estado perde a propriedade do bem. 
1.4. ESTÁGIOS DAS RECEITAS PÚBLICAS 
 
Há divergência entre a Lei 4320/64 e os Doutrinadores quanto os 
estágios das receitas públicas. Para Lei são estágios: Lançamento, 
Arrecadação e Recolhimento. Para os Doutrinadores são estágios: Previsão, 
Lançamento, Arrecadação e Recolhimento. Para que o estudo fique mais 
completo, veremos agora os estágios das receitas segundo os doutrinadores. 
Importante ressaltar que somente as Receitas Orçamentárias conseguem 
percorrer todos os estágios (previsão, lançamento, arrecadação e 
recolhimento), tendo em vista que no caso das Receitas Extra-orçamentárias 
não é possível fazer a previsão. 
 
1.4.1. Previsão:Dá-se com o estudo feito pela Fazenda Pública visando indicar quanto se 
pretende arrecadar no exercício financeiro 
1.4.2. Lançamento: 
 
É o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a 
pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. 
 
1.4.3. Arrecadação 
 
É o ato pelo qual os contribuintes comparecem perante os agentes 
arrecadadores e liquidam os seus compromissos para com o tesouro. Nesse 
estágio a receita é considerada executada 
 
 
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1.4.4. Recolhimento 
 
É o ato pelo qual os agentes arrecadadores transferem, diariamente, o produto 
da arrecadação ao Tesouro. É nesse estágio que se verifica o Princípio da 
Unidade de Tesouraria. Todo valor arrecadado é recolhido à Conta Única do 
Tesouro. 
 
2. DESPESAS PÚBLICAS 
2.1. INTRODUÇÃO 
 
Conforme estudamos, o Estado necessita de obter dinheiro para atender 
e cumprir seus objetivos. Depois de arrecadar esses recursos (receita pública), 
o Estado tem que verificar a melhor forma de aplicá-los, sempre tendo como 
foco o bem comum. 
Antigamente, observava-se que o Estado não necessitava de recursos, 
propriamente ditos, para satisfação de suas necessidade, pois isso se resolvia 
por meio de requisições de serviços ou bens. O Estado para satisfação de 
necessidade como construção de um monumento apenas ordenava que seus 
súditos o fizesse (requisição de serviço) ou no caso de necessidade de 
alimentação para a corte, determinava a entrada da colheita ou de animais 
(requisição de bens). Nesse momento os interesses individuiais não eram 
observados. 
Contudo, com as conquistas democráticas e politização da população o 
Estado passa ficar impossibilitado de ferir a liberdade pessoal dos indivíduos, 
bem como de proceder a requisição de seus bens, a não ser nos limites 
determinads na Constituição. 
Hoje ainda existem alguns tipos de funcionamento de serviços públicos 
sem que haja despesa pública, tais como nos casos de prestação de serviços 
gratuitos como os membros de mesas apuradoras de eleições, membros do 
Júri, membros do conselho penitenciário, etc. Porém, isso hoje é exceção. 
 
2.2. CONCEITO DOUTRINÁRIO 
Segundo Aliomar Baleeiro, Despesa Pública é a “Aplicação de certa 
quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente 
 
 
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dentro de uma autorização legislativa, para execução de fim a cargo do 
Governo” 
Já Hely Lopes Meireles define que “despesa é todo dispêndio que a 
Administração faz para o custeio de seus serviços, remuneração dos 
servidores, aquisição de bens, execução de obras e serviços e outros 
empreendimentos necessários à consecução de seus fins.” 
Como podemos observar a despesa, no sentido da palavra, significa 
gasto. Sendo assim, despesa pública é o instituto que tem por objetivo a 
verificação dos gastos efetuados pela Administração Pública direcionado ao 
atendimento das necessidades públicas. 
Quando em falamos de despesas públicas não podemos esquecer que a 
decisão de gastar é fundamentalmente política, pois o Administrador elabora 
qual será seu plano de governo, qual sua prioridade de atendimento, insere no 
orçamento apontando os recursos disponíveis para atender seu plano de 
governo e depois efetua o gasto. Por isso notamos variações de um governo 
para outro, pois por meio da decisão política o governante pode priorizar o que 
ele tem convicção que é melhor para a população. 
Vale ressaltar que essa decisão política sofre limitações constitucionais. 
Podemos citar alguns exemplos dessas limitações se refere ao mínimo que 
deve ser aplicado em saúde (EC 29/200), em educação (art. 212, caput, CF), 
entre outras. 
 
2.3. CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA 
 
Na doutrina brasileira são muitas as formas de classificar as 
despesas e por isso não se pode dizer que uma classificação é certa ou 
errada. Porém para o estudo desta Disciplina nos ateremos às principais 
classificações. 
Quanto à natureza as Despesas Públicas se dividem em orçamentárias e 
extra-orçamentárias. 
 
 
 
 
 
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2.3.1. Quanto à natureza: Despesas Orçamentárias e 
Despesas Extra-orçamentárias 
 
 Orçamentárias são aquelas despesas que dependem de autorização 
legislativa e não podem ser realizada sem o crédito correspondente. Dividem-
se em duas categorias econômicas: Despesas Correntes e Despesas de 
Capital. 
 Segundo o disposto nos art. 14 e 15 da Lei 4320/6, a discriminação da 
despesa se fará, no mínimo, por elementos. Entendendo-se por elementos o 
desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros 
meios de que se serve a administração publica para consecução dos seus fins. 
Despesas extra-orçamentárias são pagamentos que não necessitam de 
autorização legislativa, pois são pagas a margem da lei orçamentária. São 
provenientes das receitas extra-orçamentárias e não passam valores que o 
Estado recebeu como mero depositário. Temos como exemplos o pagamento 
de restos a pagar, consignações recolhidas, cauções devolvidas, etc. 
 
2.3.2. Quanto à categoria econômica: Despesas Correntes e 
Despesas de Capital 
 
Segundo a Lei 4320/64, Despesas Correntes são aquelas que não 
causam acréscimo ao patrimônio estatal. E por não ter caráter econômico 
reprodutivo, são utilizadas apenas para a manutenção de atividades de cada 
órgão/atividade ou para execução dos serviços públicos. Subdividem-se em 
Despesas de custeio e transferências correntes. 
 
o Despesas de Custeio: são aquelas destinadas a 
manutenção de serviços que já foram criados, incluindo obras de 
conservação e adaptação de bens imóveis. Quando falamos em 
serviços previamente criados podemos incluir no rol as despesas 
com aquisição de materiais de consumo, tais como os materiais 
de expediente, material de limpeza, etc. 
 
 
 
 
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o Transferências correntes: são aquelas despesas 
orçamentárias para as quais não corresponde uma 
contraprestação direta de bens ou serviços, inclusive para 
contribuições e subvenções de destinadas a manutenção de 
outras entidades de direito público ou privado. As subvenções 
podem ser: 
 Sociais que se destinam a cobrir despesas de 
custeio de instituições públicas ou privadas, de caráter 
social ou cultural, sem finalidade lucrativa. Temos como 
exemplo a decisão de transferir recursos a uma Santa 
Casa (hospital) para atendimento ao SUS ao invés de 
construir, equipar manter um hospital público, o governo 
transfere. Importante ressaltar que essas subvenções só 
podem ser transferidas às instituições sem fins lucrativos, 
tem que haver proporcionalidade em relação à atividade 
social exercida pela entidade beneficiada. 
 Econômicas que se destinam a cobrir despesas de 
custeio de empresas públicas de caráter industrial, 
comercial, agrícola ou pastoril. São utilizadas para cobrir 
déficit econômico das empresas estatais: PETROBRÁS, 
BB, CEF. Servem também para subsidiar preço de 
determinadas mercadorias. Estas subvenções devem ter 
previsão legal na lei orçamentária e em lei especial. 
 
 Também são classificados como transferências correntes os Auxílios, 
que são transferências correntes previstas na liberdade orçamentária, 
enquadram-se na tipologia de transferências orçamentárias voluntárias; e as 
Contribuições financeiras que são transferências orçamentárias obrigatórias, 
por força da lei ou da Constituição. Ex: fundo de participação dos estados e dos 
Municípios. Quota estadual e municipal do salário-educação. 
De acordo coma a Lei 4320/64, as Despesas de Capital são aquelas 
que contribuem diretamente para formação ou aquisição de umbem de capital, 
ou seja, caracterizam crescimento do patrimônio público. Dividem-se em 
Despesas de Investimento, Inversões Financeiras e Transferências de Capital 
 
 
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o Despesas de Investimento: como próprio nome diz, são 
aquelas que se destinam ao aumento do patrimônio público e do 
PIB. São classificadas como investimento as dotações para 
planejamento e execução de obras, aquisição de imóveis 
considerados necessários à realização de obras, bem como para 
aquisição de equipamentos e material permanente e, ainda, para 
constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam 
de caráter comercial ou financeiro. 
 
o Inversões Financeiras: são dotações destinadas à 
aquisição de imóveis, ou bens de capital já em utilização, que 
aumentam o patrimônio público, porém não o PIB. Temos ainda a 
aquisição de títulos de empresas que não importe no aumento do 
capital social da mesma, compra de ação que aumenta o capital 
social de empresa comercial e financeira e para constituição ou 
aumento do capital de entidades ou empresas que visem a 
objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações 
bancárias ou de seguros. 
 
o Transferências de Capital: dotações transferidas a outras 
entidades que devem realizar investimentos ou inversões 
financeiras. Essas transferências denominam-se auxílios ou 
contribuições. Incluem-se entre as despesas de transferências de 
capital aquelas destinadas à amortização da dívida pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fique ligado: Em 2001 foi editado a Portaria Interministerial n 163 com intuito de aprimorar a 
consolidação das contas públicas. Todos os entes da federação devem classificar suas receitas e 
despesas de acordo com esta Portaria e as outras que posteriores a esta. As Despesas de Custeio 
conforme Portaria Interministerial nº 163/2001 se subdividem em Pessoal e Encargos Sociais, Juros e 
Encargos da Dívida e Outras Despesas Correntes. Já as Despesas de Capital se subdividem em 
investimentos, Inversões Financeiras e Amortização da Dívida. 
 
 
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2.3.3. Quanto à Regularidade: Despesas Ordinárias e 
Despesas 
Extraordinárias. 
 
Despesas Ordinárias são aquelas previstas na Lei Orçamentária que são 
gastas na manutenção dos serviços públicos. São renovadas a cada ano, pois 
são despesas constantes. Ex. pessoal, material de consumo, serviços de 
terceiros.. 
Despesas extraordinárias são aquelas esporáticas provocadas por 
situações excepcionais e por isso nem todos anos aparecem na Lei do 
Orçamento. Ex. Recurso que foi enviado à Santa Catarina quando houve a 
catástofre natural das enchentes. 
 
2.3.4. Quanto à afetação patrimonial: Despesas Efetivas e 
Despesas Não-efetivas 
 
As despesas efetivas são aquelas que contribuem para o decréscimo do 
patrimônio líquido do Estado. Ex. Despesas com pessoal, transferencias de 
capital que não sejam referente à amortização da dívida pública, serviços de 
terceiros, juros da dívida pública, etc. 
As despesas não-efetivas ou por mutação patrimonial são aquelas que 
não diminuem o patrimônio líquido, constituindo simples saídas ou alterações 
compensatórias nos elementos que o compõem. Ex. Aquisição de um 
automóvel, aquisição de um imóvel, concessão de empréstimos, etc. 
Interessante observar que, com exceção das aquisições de materiais para 
formação de estoques, todas as demais despesas correntes provocam 
diminuição patrimonial (despesa efetiva) e que todas as despesas de capital, 
com exceção das transferências de recursos financeiros repassados a outras 
instituições, para realizarem despesa de capital, constituem fatos permutativos, 
ou seja, despesa não-efetiva. 
 
 
 
 
 
 
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2.4. ESTÁGIOS DAS DESPESAS PÚBLICAS 
 
O art. 167 da Constituição Federal de 1988 veda expressamente que 
haja despesa sem que haja a receita correspondente. Isso importa que para 
que qualquer despesa deve haver previamente um crédito orçamentário que 
comporte a referida despesa. 
Quando estudamos a execução da despesa já temos que ter em mente 
que antes de iniciar sua realização já houve a aprovação da Lei Orçamentária 
Anual (estudaremos na próxima undidade), onde estão estimadas as receitas e 
fixadas as despesas para o exercício. 
De acordo com a Lei 4320;64, as despesas públicas orçamentárias, para 
sua realização, percorre alguns estágios, que são:Empenho, Liquidação e 
Pagamento. Porém, vários doutrinadores acrescentam a Fixação como 
primeiro estágio da execução da despesa. Diante da divergência, estudaremos 
a forma mais ampla de execução da despesa. 
 
2.4.1. Fixação 
2.4.2. 
Refere-se à estimativa de quanto o poder público irá alocar em cada 
dotação, sendo este montante o limite a ser gasto, visando o atendimento das 
necessidades públicas. 
 
2.4.3. Empenho 
 
É o ato emanado pelo poder competente que cria ao Estado a obrigação 
de pagamento pendente ou não de implemento condição. O empenho, por si 
só, não cria a obrigação de pagar, podendo ser cancelado ou anulado 
unilateralmente. Representa o comprometimento de parte do orçamento com 
determinada despesa. O empenho se formaliza com a emissão da nota de 
empenho, na que conterá a identificação do credor, a dotação que se vincula a 
despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria. 
O empenho passa por três fases: Licitação ou sua dispensa, Autorização e 
Formalização. 
 
 
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A Licitação é a escolha da proposta mais vantajosa. A autorização é o 
ato por parte do ordenador de despesa. A formalização é a emissão da nota de 
empenho. 
 
 
 
 
 
 
 
Existem três modalidades ou tipos de empenho: Ordinário, Estimativa ou 
Global. 
 Ordinário é aquele destinado a atender a despesa cujo pagamento se 
processe de uma só vez (Ex. compra de um carro à vista). Estimativa ocorre 
quando visa atender despesas para as quais não se possa previamente 
determinar o valor exato (despesas mensais com água, luz, telefone, etc.). 
Empenho Global é aquele destinado a atender a despesas parceladas, cujo o 
montante possa ser determinado (despesa com serviços de seguraça 
executado por uma empresa contratada). 
 
2.4.4. Liquidação 
 
É a verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos 
e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Essa verificação tem por 
finalidade observar a origem e o objeto que se tem de pagar, a importância 
exata a pagar e a quem se deve pagar para que se extinga a obrigação. Está 
previsto no art. 63, § 1 da Lei 4320/64. Em caso de liquidação de despesa por 
fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base o art. 63, § 2 da Lei 
4320/64. 
2.4.5. Pagamento 
 
Entre a liquidação e o pagamento encontramos a Ordem de Pagamento 
que se resume no despacho da autoridade competente determinando o 
pagamento da despesa. Por fim vem o pagamento, ultimo estágio da despesa. 
Fique ligado: A formalização corresponde à emissão da Nota de Empenho que pode ser 
dispensada em alguns casos previstos na legislação, tais como em caso de despesa com 
pessoal, juros, etc. 
O ato de empenho é a autorização da execução da despesa e o comprometimento do crédito 
orçamentário, ou seja, é a dedução do crédito disponível. O ato de empenho não pode ser 
dispensado em caso de realização de despesas públicas orçamentárias. 
 
 
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Corresponde ao desembolso financeiro em favor do credor, e será efetuado por 
tesouraria ou pagadoria regularmente instituída, por estabelecimentos 
bancários credenciados e, em casosexcepcionais, por meio de adiantamento 
ou suprimento de fundos. 
Vale ressaltar que alguns autores consideram a Ordem de pagamento como 
estágio da despesa pública. 
 
3. RESTOS A PAGAR 
 
Constituem Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas, 
até 31 de dezembro. Essas despesas são divididas em processadas e não-
processadas. As processadas são aquelas despesas que já passaram pelo 
estágio da Liquidação, ou seja, quando o credor já cumpriu com sua obrigação. 
E as não processadas são aquela em que houve o empenho, mas o credor 
ainda não cumpriu com sua obrigação. 
 
3.1. CLASSIFICAÇÃO 
3.1.1. Restos a pagar processados 
 
Ocorre quando a despesa já foi liquidada, ou seja, o credor já cumpriu 
com a sua obrigação. Os Restos a Pagar processados não podem ser 
cancelados, pois o fornecedor de bens/serviços já cumpriu com a obrigação de 
fazer e a administração não poderá de cumprir com a obrigação de pagar. Se 
ocorrer o cancelamento a administração ferirá os Princípio da Moralidade, 
previstos no art. 37 da CF, que rege a administração pública e ainda incorrerá 
em enriquecimento ilícito. 
 
3.1.2. Restos a pagar não processados 
 
Ocorre quando a despesa ainda não foi liquidada. 
 
 
 
 
 
 
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3.2. INSCRIÇÃO EM RESTOS A PAGAR 
 
Ocorre na data em que se encerra o exercício financeiro de emissão da 
nota de empenho. Esta inscrição tem validade até 31 d edezembro do ano 
subsequente, e é vedada a reiscrição. Conforme estudamos a inscrição de 
Restos a pagar é uma receita Extra-Orçamentária, pois o Estado aqui só figura 
como depositário do recurso disponibilizado em um exercício que irá ser pago 
no outro. 
Vale ressaltar que as despesas feitas de forma parcelada deverão 
observar o Princípio da Anualidade Orçamentária, devendo ser empenhadas e 
contabilizadas no exercício financeiro se a execução for realizada até 31 de 
dezembro. As parcelas remanescentes deverão ser registradas em Contas de 
Compensação e incluídas na previsão orçamentárias para o exercício 
financeiro em que tiver prevista a competência da despesa. 
 
3.3. PAGAMENTO 
 
O pagamento dos Restos a Pagar é feito no ano seguinte a sua 
inscrição. Assim como a inscrição é uma Receita Extra-Orçamentária, o 
pagamento se figurará uma Despesa Extra-Orçamentária. 
No momento do pagamento de Restos a Pagar referente à despesa 
empenhada pelo valor estimado, verifica-se se existe diferença entre o valor da 
despesa inscrita e o valor real a ser pago. Se houver diferença e essa difereça 
for superior ao valor inscrito, o valor faltante deverá ser empenhado a conta de 
despesas de exercíos anteriores. Agora se o valor inscrito em Restos a Pagar 
for superior ao valor que realmente deve ser pago, o saldo existente deverá ser 
cancelado. 
 
3.4. CANCELAMENTO 
Os Restos a Pagar não pagos até 31 d edezembro do ano subsequente 
a sua inscrição serão cancelados. 
 
 
 
 
 
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3.5. PRESCRIÇÃO 
 Os Restos a Pagar prescrevem após 5 anos da data de sua 
inscrição. Lembrando que falamos aqui de Restos a Pagar Processados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fique ligado: A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 42 veda o titular de Poder ou 
órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação 
de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a 
serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este 
efeito. 
 
 
 
 
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Referências 
 
ARAÚJO, Eugênio Rosa de. Resumo de Direito Financeiro. Rio de Janeiro: 
Impetus, 2008. 
HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. 18. ed. São Paulo: Atlas, 
2009. 
NASCIMENTO, Edson Ronaldo; DEBUS, Ilvo. Lei complementar 101/2002 – 
entendendo a lei de responsabilidade fiscal. 2. ed. Brasília: Ministério da 
Fazenda. 2002. 
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de direito financeiro. 2. ed. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. 
 
 
 
 
 
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Responsável pelo Conteúdo: 
Profª. Rossana Perillo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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