Buscar

PSICOLOGIA-DO-DESENVOLVIMENTO-E-DA-APRENDIZAGEM-DE-0-A-10-ANOS_FAVENI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
SUMÁRIO 
1 APRENDIZAGEM ....................................................................................... 3 
1.1 Conceito ............................................................................................... 3 
1.2 Características do processo de aprendizagem .................................... 4 
2 APRENDIZAGEM E MATURAÇÃO ............................................................ 5 
3 A APRENDIZAGEM É CONDICIONADA PELA MATURAÇÃO .................. 6 
4 APRENDIZAGEM E DESEMPENHO ......................................................... 7 
4.1 Modelo de aprendizagem motora ......................................................... 8 
5 APRENDIZAGEM E MOTIVAÇÃO ............................................................. 9 
5.1 Funções dos motivos.......................................................................... 10 
5.2 Teorias da Motivação ......................................................................... 10 
5.3 Teoria do condicionamento ................................................................ 11 
5.4 Teoria cognitiva .................................................................................. 11 
5.5 Teoria humanista ................................................................................ 11 
5.6 Teoria psicanalítica ............................................................................ 13 
6 TEORIAS DA APRENDIZAGEM ............................................................... 14 
6.1 Watson e o Behaviorismo ................................................................... 14 
6.2 Teoria do condicionamento clássico .................................................. 15 
6.3 Teoria do condicionamento operante ................................................. 16 
6.4 Teoria da aprendizagem por ensaio e erro ......................................... 17 
6.5 Teoria da aprendizagem cognitiva ..................................................... 17 
6.6 Teoria da aprendizagem fenomenológica .......................................... 19 
6.7 Teoria da aprendizagem da Gestalt ................................................... 19 
7 TRANSFERÊNCIA DA APRENDIZAGEM ................................................ 20 
7.1 Conceito e importância da transferência ............................................ 20 
7.2 Transferência positiva e negativa ....................................................... 21 
 
2 
 
7.3 Teorias da transferência ..................................................................... 21 
7.4 Teoria dos elementos idênticos .......................................................... 22 
7.5 Teoria da generalização da experiência ............................................. 22 
7.6 Teoria dos ideais de proceder ............................................................ 23 
7.7 Teoria da Gestalt ................................................................................ 23 
8 BIBLIOGRAFIAS ....................................................................................... 24 
9 ARTIGO PARA REFLEXÃO ..................................................................... 25 
 
 
 
3 
 
1 APRENDIZAGEM 
 
Fonte: www.sucessolondrina.com.br 
1.1 Conceito 
Aprendizagem é um processo inseparável do ser humano e ocorre quando há 
uma modificação no comportamento, mediante a experiência ou a prática, que não 
podem ser atribuídas à maturação, lesões ou alterações fisiológicas do organismo. Do 
ponto de vista funcional é a modificação sistemática do comportamento em caso de 
repetição da mesma situação estimulante ou na dependência da experiência anterior 
com dada situação 
De acordo com as proposições das teorias gestaltistas é um processo 
perceptivo, em que se dá uma mudança na estrutura cognitiva. Para que haja a 
aprendizagem são necessárias determinadas condições: 
• Fatores Fisiológicos - maturação dos órgãos dos sentidos, do sistema 
nervoso central, dos músculos, glândulas etc.; 
• Fatores Psicológicos - motivação adequada, autoconceito positivo, 
confiança em sua capacidade de aprender, ausência de conflitos 
emocionais perturbadores etc.; 
• Experiências Anteriores - qualquer aprendizagem depende de 
informações, habilidades e conceitos aprendidos anteriormente. 
 
4 
 
1.2 Características do processo de aprendizagem 
 
Fonte: www.primecursos.com.br 
• Processo dinâmico - A aprendizagem é um processo que depende de 
intensa atividade do indivíduo em seus aspectos físico, emocional, 
intelectual e social. A aprendizagem só acontece através da atividade, tanto 
externa física, como também, de atividade interna do indivíduo envolve a 
sua participação global. 
• Processo contínuo - Todas as ações do indivíduo, desde o início da 
infância, já fazem parte do processo de aprendizagem. O sugar o seio 
materno é o primeiro problema de aprendizagem: terá que coordenar 
movimentos de sucção, deglutição e respiração. Os diferentes aspectos do 
processo primário de socialização na família, impõem, desde cedo, a 
criança numerosas e complexas adaptações a diferentes situações de 
aprendizagem. Na idade escolar, na adolescência, na idade adulta e até em 
idade mais avançada, a aprendizagem está sempre presente. 
• Processo global - Todo comportamento humano é global; inclui sempre 
aspectos motores, emocionais e mentais, como produtos da aprendizagem. 
O envolvimento para mudança de comportamento, terá que exigir a 
participação global do indivíduo para uma busca constante de equilibração 
nas situações problemáticas que lhe são apresentadas. 
 
5 
 
• Processo pessoal - A aprendizagem é um processo que acontece de forma 
singular e individualizada, portanto é pessoal e intransferível, quer dizer ela 
não pode passar de um indivíduo para outro e ninguém pode aprender que 
não seja por si mesmo. 
• Processo gradativo - A aprendizagem sempre acontece através de 
situações cada vez mais complexas. Em cada nova situação uns maiores 
números de elementos serão envolvidos. Cada nova aprendizagem acresce 
novos elementos à experiência anterior, sem idas e vindas, mas em uma 
série gradativa e ascendente. 
• Processo cumulativo - A aprendizagem resulta sempre das experiências 
vividas pelo indivíduo que servem como patamar para novas 
aprendizagens. Ninguém aprende senão, por si e em si mesmo, pela auto 
modificação. Desta maneira, a aprendizagem constitui um processo 
cumulativo, em que a experiência atual aproveita-se das experiências 
anteriores. 
2 APRENDIZAGEM E MATURAÇÃO 
A maturação é constituída no processo de desenvolvimento pelas mudanças 
do organismo que ocorrem de dentro para fora do indivíduo. Mas apesar destas 
mudanças acontecerem apenas quando existe uma predisposição natural no 
organismo do indivíduo, elas dependem de estimulações no meio ambiente para se 
desenvolverem plenamente. 
As características essenciais da maturação são: 
 Aparecimento súbito de novos padrões de crescimento ou 
comportamento; 
 Aparecimento de habilidades específicas sem o benefício de práticas 
anteriores; 
 A consistência desses padrões em diferentes indivíduos da mesma 
espécie; 
 O curso gradual de crescimento físico e biológico em direção a ser 
completamente desenvolvido. 
 
6 
 
A aprendizagem, diferente da maturação, envolve uma mudança duradoura no 
indivíduo, que não está marcada por sua herança genética. A aprendizagem se 
constitui no processo de socialização do indivíduo e desenvolve gostos, habilidades, 
preferências, contribui para formação de preconceitos, vícios, medos e 
desajustamentos patológicos. 
 
 
Fonte: tribunadoreconcavo.com 
3 A APRENDIZAGEM É CONDICIONADA PELA MATURAÇÃO 
De maneira geral, concluindo-se pelaspróprias definições acima, a influência 
dos professores é restrita aos padrões de maturação dos alunos. Na aprendizagem 
esta influência pode ser determinante, com consequências que podem ser tanto 
positivas quanto negativas. 
As características específicas do ser humano: a fala, a noção de tempo, a 
cultura e a capacidade de abstração, confere uma qualidade única ao estudo do seu 
comportamento. 
Ainda mais significativo que tudo o que foi dito, o homem, em seu processo de 
percepção, pode observar-se simultaneamente como sujeito e objeto, como o 
conhecedor e como o que deve ser conhecido. Enquanto nos animais inferiores muitos 
 
7 
 
dos comportamentos são supostamente instintivos, a criança, molda os seus múltiplos 
padrões de comportamento. O período relativamente de dependência da criança, em 
relação ao adulto, que se segue à necessidade total de ajuda logo após o nascimento, 
contribui para que ele adquira a cultura de seu grupo. Utilizando seu potencial 
intelectual relativamente alto e sua capacidade de se comunicar através da linguagem 
falada e der outros símbolos, os membros de cada geração constroem sobre as 
realizações das gerações anteriores. A cultura de uma sociedade é o resultado de 
muitas gerações de aprendizagem cumulativa. 
O homem compartilha com outros mamíferos alguns impulsos orgânicos 
primários como a fome, a sede, o sexo, a necessidade de oxigênio, de calor moderado 
e de repouso e, possivelmente, umas poucas aversões primárias tais como medo, 
raiva. A primeira manifestação de tais impulsos e aversões é um processo de 
maturação. No entanto, o ser humano parece transcender de alguma forma tais 
impulsos e aversões hereditários. 
Parece não haver grupo de seres humanos que não tenha desenvolvido, 
através da aprendizagem, alguns instrumentos para enriquecer seus contatos com o 
mundo que o cerca. Os animais parecem encontrar satisfação no uso de qualquer das 
capacidades que possuem. Da mesma maneira, o homem encontra satisfação no uso 
de suas capacidades e habilidades. 
4 APRENDIZAGEM E DESEMPENHO 
É fundamental para se concluir como está transcorrendo a aprendizagem a 
observação do comportamento do indivíduo. O desempenho pode ser considerado 
como o comportamento observável do indivíduo. Destarte, a aprendizagem não pode 
ser observada diretamente; só pode ser inferida do comportamento ou do 
desempenho de uma pessoa. 
Para tanto devem ser observadas determinadas características do 
desempenho que servirão como indicadores do desenvolvimento da aprendizagem ou 
da aquisição de uma habilidade. A característica principal é quando o desempenho da 
habilidade melhorou, durante um período de tempo no qual houve a prática. A pessoa 
sendo assim mais capaz de desempenhar a habilidade do que era anteriormente. 
A melhoria do desempenho deve ser marcada por certas características: 
 
8 
 
 O desempenho deve ser, como resultado da prática, persistente, ou seja, 
relativamente constante. Deve ser duradoura no tempo. 
 
 
Fonte: catracalivre.com.br 
 As flutuações do desempenho devem ser cada vez menores, ocorrendo 
menos variabilidade. 
Aprendizagem é uma mudança no estado interno do indivíduo, que é inferida 
de uma melhora relativamente permanente no desempenho como resultado da 
prática. 
4.1 Modelo de aprendizagem motora 
Segundo Fitts e Posner, existem três estágios que caracterizam a 
aprendizagem motora: 
 1 - Estágio Cognitivo - Se caracteriza por uma grande quantidade de 
atividade mental e intelectual. O principiante costuma responder às 
técnicas ou estratégias, apresentando grande número de erros 
grosseiros no desempenho; 
 2 - Estágio Associativo - A atividade cognitiva envolvida na produção 
de respostas decai. Mecanismos básicos da habilidade foram 
aprendidos até certo ponto. O aprendiz está concentrado em refinar a 
 
9 
 
habilidade. Detecta alguns dos seus erros. A variação de desempenho 
começa a decrescer; 
 3 - Estágio Autônomo - As habilidades são aprendidas a um tal grau 
que respostas 
São geradas de maneira quase automática. Desenvolve capacidade para 
detectar seus erros e que espécies de ajustes são necessários para corrigir os erros. 
A variação do desempenho de dia a dia já se torna muito pequena. 
É importante entender esses estágios de aprendizagem para determinação de 
estratégias instrucionais apropriadas a serem utilizadas ao ensinar habilidades 
motoras. 
O desempenho inicial na aprendizagem nem sempre permite predizer com 
precisão o desempenho posterior. O desempenho posterior deve ser considerado a 
partir de: 
a) determinação das capacidades relacionadas com a tarefa; 
b) motivação para ter sucesso e para continuar a aprender a habilidade; 
c) instrução inicial deve enfatizar os fundamentos importantes da habilidade a 
ser aprendida; 
d) quantidade de tempo de prática disponível do indivíduo é importante na 
determinação do sucesso posterior. 
Esses fatores além de serem valiosos na previsão do desempenho futuro, são 
geradores de informações para determinar o que deve ser incluído no plano de 
instrução, para ajudar o estudante a desenvolver seu potencial. 
5 APRENDIZAGEM E MOTIVAÇÃO 
Dentre todos os fatores que influenciam no processo de aprendizagem, o mais 
importante deles é, sem dúvida, a motivação. Sem motivação não há aprendizagem. 
Podem existir os mais diversos recursos para a aprendizagem, mas se não houver 
motivação ela não acontecerá. 
 
10 
 
5.1 Funções dos motivos 
A motivação existe quando o indivíduo se propõe a emitir um comportamento 
desejável para um determinado momento em particular. O indivíduo motivado é 
aquele que se dispõe a iniciar ou continuar o processo de aprendizagem. 
São três as funções mais importantes dos motivos: 
 
 
Fonte: img.stpu.com.br 
 Os motivos têm a função de manter ativo o organismo para que a 
necessidade que gerou o desequilíbrio seja satisfeita; 
 Os motivos dão direção ao comportamento para que os objetivos sejam 
alcançados, definindo quais os mais adequados para conduzir a ação; 
 Os motivos fazem a seleção das respostas que satisfazem as 
necessidades para que possam ser reproduzidas posteriormente, 
quando situações semelhantes se apresentarem. 
5.2 Teorias da Motivação 
A seguir serão apresentadas as quatro linhas teóricas que abordam a questão 
da motivação dentro da Psicologia. 
 
11 
 
5.3 Teoria do condicionamento 
Segundo esta teoria, para que o indivíduo seja motivado a emitir determinado 
comportamento, é preciso que esse comportamento seja reforçado seguidamente. A 
aprendizagem só acontece caso haja a associação de determinada resposta a um 
reforço, até que o indivíduo fique condicionado. 
Em outras palavras, uma necessidade (estímulo) leva a uma atividade 
(resposta) que a satisfaz, e aquilo que satisfaz ou reduz a necessidade serve como 
reforço da resposta. Isto é, o indivíduo age para alcançar um reforço que vai satisfazer 
sua necessidade. 
De acordo com a teoria do condicionamento, só há motivação para aprender 
em sala de aula na medida em que as matérias oferecidas estiverem associadas a 
reforços que satisfaçam certas necessidades dos alunos. 
5.4 Teoria cognitiva 
A teoria cognitiva, ao contrário da teoria do condicionamento que considera a 
aprendizagem como resultado de uma série de estímulos externos para reforço do 
comportamento, dá maior importância a aspectos internos, racionais, como: objetivos, 
intenções, expectativas e planos do indivíduo. 
A teoria cognitiva considera que, como ser racional, o homem decide 
conscientemente o que quer ou não quer fazer. Pode interessar-se pelo estudo da 
matemática por compreender queesse estudo lhe será útil no trabalho, na convivência 
social, ou apenas para satisfazer sua curiosidade ou porque se sente bem quando 
estuda matemática. 
5.5 Teoria humanista 
Para Maslow, um dos principais formuladores desta teoria, o comportamento 
humano pode ser motivado pela satisfação de necessidades biológicas, mas que toda 
motivação humana não poderia ser explicada em termos de privação, necessidade e 
reforçamento. 
 
12 
 
Para Maslow existe uma hierarquia de necessidades que vão se manifestando 
a medida que as necessidades básicas, consideradas por ele de ordem inferior, são 
satisfeitas e, que evoluem em direção a necessidades de ordem superior. Quando não 
há alimento, o homem vive apenas pelo alimento. Mas o que acontece quando o 
homem consegue satisfazer sua necessidade de alimento? Imediatamente surgem 
outras necessidades, cuja satisfação provoca o aparecimento de outras. 
Esquematicamente, Maslow construiu uma pirâmide, que segundo ele, localiza 
está hierarquia de sete conjuntos de motivos-necessidades: 
 Necessidades fisiológicas – um indivíduo com as necessidades 
fisiológicas oxigênio, líquido, alimento e descanso – insatisfeitas tende a 
comportar-se como um animal em luta pela sobrevivência. É a satisfação 
dessas necessidades que permite ao indivíduo dedicar-se a atividades 
que satisfaçam necessidades de ordem social; 
 Necessidade de segurança – é o comportamento manifesto diante do 
perigo e de situações estranhas e não familiares. É essa necessidade 
que orienta o organismo na ação rápida em qualquer situação de 
emergência, como doenças, catástrofes naturais, incêndios, etc. 
 Necessidade de amor e participação – expressa-se no desejo de 
todas as pessoas de se relacionarem afetivamente com os outros, de 
pertencerem a um grupo. 
 Necessidade de estima – leva-nos à procura de valorização e 
reconhecimento por parte dos outros. Quando essa necessidade é 
satisfeita, sentimos confiança em nossas realizações, sentimos que 
temos valor para os outros, sentimos que podemos participar na 
comunidade e ser úteis. 
 Necessidade de realização – expressa-se em nossa tendência a 
transformar em realidade o que somos potencialmente, a realizar nossos 
planos e sonhos, a alcançar nossos objetivos. A satisfação da 
necessidade de realização é sempre parcial, na medida em que sempre 
temos projetos inacabados, sonhos a realizar, objetivos a alcançar. 
 Necessidade de conhecimento e compreensão – é a curiosidade, a 
exploração e o desejo de conhecer novas coisas, de adquirir mais 
conhecimento. Essa necessidade é mais forte em uns do que em outros 
 
13 
 
e sua satisfação se realiza através de análises, sistematizações de 
informações, pesquisas, etc. Essa talvez devesse ser a necessidade 
específica a ser atendida pela atividade escolar. 
 Necessidade estética – manifesta-se através da busca constante da 
beleza. Essa necessidade, segundo Maslow, parece ser universal em 
crianças sadias e a escola pode contribuir muito para sua satisfação. 
 
Fonte: www.dicasdeescrita.com.br 
5.6 Teoria psicanalítica 
Para a teoria psicanalítica, criada por Sigmund Freud, as primeiras experiências 
infantis são os principais fatores a determinar todo o desenvolvimento posterior do 
indivíduo. A maior parte dos motivos seriam, assim, inconscientes. Quando criança, 
todo indivíduo tem uma série de impulsos e de desejos que procura satisfazer. 
Entretanto, muito desses impulsos e desejos não podem ser satisfeitos, em virtudes 
das sanções sociais. Assim, eles são reprimidos para o inconsciente e lá se organizam 
 
14 
 
a fim de se manifestarem de outra forma, de uma maneira que não contrarie as normas 
sociais. 
Na prática clínica, Freud, pesquisando sobre causas e funcionamento das 
neuroses, descobriu que a grande maioria dos pensamentos e desejos reprimidos 
eram de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida do indivíduo. Na vida 
infantil estavam as experiências traumáticas, reprimidas que originavam os sintomas 
atuais. Essas ocorrências deixavam marcas profundas na estrutura da personalidade. 
Freud, então, coloca a sexualidade no centro da vida psíquica e postula a existência 
da sexualidade infantil. 
6 TEORIAS DA APRENDIZAGEM 
As teorias da aprendizagem se caracterizam como uma área bem específica 
dentro da psicologia teórica na tentativa de fundamentar como surge a natureza 
essencial do processo de aprendizado. Serão apresentadas a seguir as principais 
teorias que procuram compreender e explicar o processo de aprendizagem: 
6.1 Watson e o Behaviorismo 
No início de nosso século, vários psicólogos preocupavam-se em fornecer à 
Psicologia foros de ciência. Tal tentativa já havia sido feita pelos adeptos das ideias 
de Wundt, criador da Psicologia Fisio1ógica; nos Estados Unidos, J.B. Watson insistia 
em que o corpo voltasse a centralizar os estudos psicológicos e propunha que a 
Psicologia mudasse seu foco da consciência para o comportamento. O objetivo de 
Watson era que a ciência psicológica se interessasse por indícios publicamente 
verificáveis, ou seja, dados abertos à observação de outros, estudados por diversos 
pesquisadores, que poderiam chegar a conclusões uniformes. 
Watson foi iniciador da escola behaviorista. Ele considerava a pesquisa animal 
a única verdadeira, pela sua possibilidade de verificação empírica. Propunha a 
abolição dos métodos introspectivos, devido à sua falta de objetividade. Rejeitava o 
estudo da consciência e atacava veementemente a análise da motivação em termos 
de instintos. 
 
15 
 
Na sua época, era frequente admitir que muitos comportamentos fossem inatos 
e constituíssem instintos. Watson propôs a tese de que herdamos apenas estrutura 
física e alguns reflexos. Três tipos de reação emocional são inatos: medo, cólera e 
amor; todas as outras reações emocionais são aprendidas em associação com eles, 
através de condicionamento. 
A influência de Watson foi tão grande, que a maioria das teorias que se 
seguiram foram behavioristas e, portanto, preocupadas com os fatores puramente 
objetivos, baseando-se na pesquisa com animais e preferindo a análise do tipo 
estímulo-resposta. 
 
 
Fonte: psicoativo.com 
6.2 Teoria do condicionamento clássico 
O fisiologista russo Ivan P. Pavlov (1849-19360), estava interessado em 
descobrir princípios do funcionamento das glândulas salivares e usava cães em suas 
experiências. Em uma de suas experiências um fato em particular chamou sua 
atenção. Pavlov verificou os animais salivavam, de maneira abundante, não apenas a 
vista e cheiro do alimento, mas também na presença de outros estímulos associados 
a ele, como o som de passos fora da sala, na hora da alimentação. Desta forma ele 
chegou à conclusão de que o reflexo salivar, provocado normalmente pela presença 
 
16 
 
do alimento na boca, também podiam ser provocados por outros estímulos associados 
aos alimentos. 
Começou, então, a relacionar o alimento a outros estímulos, originalmente 
neutros quanto à capacidade de provocar a salivação, como a luz de uma lâmpada ou 
o som de uma campainha. Verificou que, se o alimento fosse muitas vezes precedido 
destes estímulos, o cão passaria a salivar também na sua presença. A esta reação 
Pavlov denominou: reflexo condicionado. 
Posteriormente, os psicólogos passaram preferir a expressão – resposta 
condicionada -, uma vez que este tipo de aprendizagem não se limita só aos 
comportamentos reflexos. 
6.3 Teoria do condicionamento operante 
O psicólogo americano B. F. Skinner, nascido em 1904, fez uma distinção entre 
dois tipos de comportamentos: as respostas provocadas por um estímulo específico e 
aquelas quesão emitidas sem a presença de um estímulo conhecido. Ao primeiro tipo 
de respostas Skinner chamou – respondente-; e ao segundo – operante. 
O comportamento respondente é automaticamente provocado por estímulos 
específicos como, por exemplo, a contração pupilar mediante uma luz forte. O 
comportamento operante, no entanto, não é automático, inevitável e nem 
determinado por estímulos específicos. 
Assim, caminhar pela sala, abrir uma porta, cantar uma canção, são 
comportamentos operantes, já que não se pode estipular quais os estímulos que os 
causaram. O que caracteriza o condicionamento operante é que o reforço não ocorre 
simultaneamente ou antes da resposta (como no condicionamento clássico) mas sim 
aparece depois dela. 
A resposta deve ser dada para que depois surja o reforço, que, por sua vez, 
torna mais provável nova ocorrência do comportamento. A aprendizagem não se 
constitui, como no condicionamento clássico, em uma substituição de estímulo, mas 
sim em uma modificação da frequência da resposta. 
 
17 
 
6.4 Teoria da aprendizagem por ensaio e erro 
Este tipo de aprendizagem foi primeiramente estudado por Edward Lee 
Thorndike (1874-1949), psicólogo americano. Seus experimentos foram feitos com 
animais, preferencialmente gatos. Um gato faminto era colocado em uma gaiola com 
o alimento à vista do lado de fora. O gato ao tentar sair da gaiola para conseguir o 
alimento produzia uma série de ensaios ou tentativas. Ocasionalmente, ele tocava na 
tranca que abria a gaiola e o alimento era alcançado. O experimento era repetido 
durante alguns dias e o gato, ia, aos poucos, eliminando os ensaios infrutíferos para 
sair da gaiola, coisa que conseguia em cada vez menos tempo, até que nenhum erro 
mais era cometido e o gato saia da gaiola com apenas um movimento preciso: o de 
abrir a tranca. 
O ensaio e erro é um tipo de aprendizagem que se caracteriza por uma 
eliminação gradual dos ensaios ou tentativas que levam ao erro e à manutenção 
daqueles comportamentos que tiveram o efeito desejado. Thorndike formulou, a partir 
de seus estudos, leis de aprendizagem, das quais se destacam a lei do efeito e a lei 
do exercício. 
A lei do efeito, afirma que um ato é alterado pelas suas consequências. Assim, 
se um comportamento tem efeitos favoráveis, é mantido; caso contrário, eliminado. A 
lei do exercício propõe que a conexão entre estímulos e respostas é fortalecida pela 
repetição. Em outras palavras, a prática, ou exercício, permite que mais acertos e 
menos erros sejam cometidos como resultado de um comportamento qualquer. 
Pode-se notar a semelhança existente entre este tipo de aprendizagem e o 
condicionamento operante. Alguns autores, porém, estabelecem uma diferença, 
afirmando que o ensaio e erro é mais complexo, já que envolve a intenção do indivíduo 
na aquisição de algum efeito específico. 
6.5 Teoria da aprendizagem cognitiva 
Para John Dewey a aprendizagem deve estar vinculada aos problemas práticos 
aproximando-se o mais possível da vida cotidiana dos alunos. À escola cabe preparar 
seus alunos para a vida democrática, para a participação social, deve praticar a 
democracia dentro dela, dando preferência à aprendizagem por descoberta. 
 
18 
 
Para Dewey, seis são os passos que caracterizam o pensamento científico: 
• Tornar-se ciente do problema – É necessário que o problema proposto 
tenha significado para o indivíduo. O problema deve ser transformado em 
uma necessidade individual que lhe proporcione estímulos suficientes; 
 
Fonte: s-media-cache-ak0.pinimg.com 
• Esclarecimento do problema – Consiste na coleta de dados e informações 
sobre o problema proposto. É onde vai se selecionar a melhor forma de 
atacar o problema, através dos recursos disponíveis; 
• Aparecimento da hipótese – São as possibilidades que surgem para a 
provável solução do problema. As hipóteses costumam surgir após um 
longo período de reflexão sobre o problema e suas implicações, a partir dos 
dados coletados na etapa anterior. 
• Seleção da hipótese mais provável – É o confronto da hipótese com o que 
se conhece do problema. Passando de uma hipótese a outra na medida que 
vão se mostrando ineficazes para a resolução do problema uma hipótese 
verifica-se outra; 
• Verificação de hipótese - É na prática que acontece a verdadeira prova da 
hipótese que será comprovada na ação; 
• Generalização – Em situações posteriores semelhantes, uma solução já 
encontrada poderá contribuir para a formulação de hipótese mais realista. 
 
19 
 
A capacidade de generalizar consiste em saber transferir soluções de uma 
situação para outra. 
6.6 Teoria da aprendizagem fenomenológica 
As significações produzidas pelos indivíduos são, para teoria fenomenológica, 
assim como a teoria cognitiva, acima descritas, e a teoria da gestalt, que veremos 
mais adiante, de grande relevância para compreensão do processo de aprendizagem. 
A criança é vista como um ser que aprende naturalmente. A aprendizagem só 
acontece a partir do material que se vincule a experiência do indivíduo. Assim, existem 
alguns passos que devem para facilitar a aprendizagem do indivíduo, a partir de sua 
própria experiência. 
• Proporcionar aos alunos oportunidades de pensamento autônomo, criando 
um clima de diálogo, que os encoraje a expressar suas opiniões e a 
participar das atividades do grupo; 
• Os alunos devem desenvolver suas atividades em acordo com o ritmo 
pessoal. O êxito e a aprovação sendo considerados a partir das realizações 
individuais; 
• Oferecer aos alunos a oportunidade de utilizar um impulso universal 
presente em todos os seres humanos, no sentido de concretizar suas 
próprias potencialidades. Sem podá-los em uma camisa de força, 
prendendo-os à competição artificial e ao rígido sistema de notas. 
6.7 Teoria da aprendizagem da Gestalt 
Os psicólogos que preconizaram a teoria da Gestalt, como Köhler, Koffka, 
defendiam que a experiência e a percepção são mais importantes que as respostas 
específicas no processo de aprendizagem. Segundo eles a aprendizagem acontece 
através de insight, que se constituem em uma compreensão súbita para solução de 
problemas. Mas para que isso ocorra existe a necessidade de experiências anteriores 
vinculadas ao problema e só acontece em consequência de uma organização 
permanente da experiência, que permite a percepção global dos elementos 
significativos. 
 
20 
 
7 TRANSFERÊNCIA DA APRENDIZAGEM 
 
Fonte: videoaula.cefac.br/ 
7.1 Conceito e importância da transferência 
A transferência de aprendizagem acontece quando o indivíduo é capaz de 
transmitir o material retido em uma primeira experiência para as próximas 
experiências. É a influência de um órgão ou capacidade, sobre outra capacidade ou 
órgão, ainda não exercitado. 
A experiência é aprendida em seu conjunto e transferida como tal para uma 
situação nova, quando há identidade de estrutura ou função entre as situações. É o 
problema de transportar e de aplicar em uma situação conhecimentos, habilidades, 
ideais, valores, hábitos e atitudes, adquiridos em outros setores, ou situações de vida. 
Este problema afeta diretamente o conteúdo e método de ensino. Porque se 
acreditamos que, a aprendizagem é uma função tão específica que só é aplicável à 
matéria ou à habilidade diretamente envolvida, a orientação do ensino será diferente 
de quando se venha acreditar que a aprendizagem é um processo geral, que permite 
transferência a uma variedade ampla de áreas de atividades. 
 
21 
 
7.2 Transferência positiva e negativa 
 
Fonte: www.friendshipcircle.org 
Dizemos que houve uma transferência positiva quando uma aprendizagem 
anterior favorece uma nova aprendizagem.Dizemos que houve uma transferência 
negativa quando uma aprendizagem prejudica outra aprendizagem posterior. 
7.3 Teorias da transferência 
As teorias da transferência da aprendizagem tiveram sua origem nas críticas à 
teoria da disciplina formal. A teoria da disciplina formal concebia a mente composta 
de faculdades, tais como: memória, raciocínio, vontade, atenção. Assim, bastava que 
estas “faculdades da mente” fossem, adequadamente, treinadas para que 
funcionassem igualmente bem em todas as situações, mesmo que a aprendizagem 
houvesse ocorrido em uma situação particular. O ensino de latim, por exemplo, 
treinava a capacidade de raciocínio lógico para qualquer tipo de situação. 
Na teoria da disciplina formal, a ênfase não se vinculava, de maneira específica, 
na matéria. Era mais importante para a educação a forma da atividade do que o 
conteúdo em si mesmo. A educação, seria então, em grande medida, uma questão 
de exercitar ou disciplinar a mente, de acordo com rigorosos exercícios mentais nos 
autores clássicos, em lógica, matemática, etc. 
 
22 
 
Contudo, William James (1890), em um trabalho experimental conclui que a 
melhora da memória consistia, não em qualquer melhora na retenção, mas no 
aperfeiçoamento do método de memorizar. Este experimento foi o ponto de partida 
para experiências posteriores, cujos resultados vieram contrariar a doutrina da 
disciplina formal. 
7.4 Teoria dos elementos idênticos 
Tem como autor Thorndike. Afirma que há transferência de aprendizagem 
quando se verifica identidade de CONTEÚDO (Exemplo: a análise lógica em uma 
língua auxilia na aprendizagem de outra.); de MÉTODO ou PROCESSO (Exemplo: o 
estudo de uma lição, lendo o conjunto e depois repetindo trechos difíceis é processo 
que faculta o estudo de outra lição do mesmo tipo.); de ATITUDE (Exemplo: o hábito 
de aprender teoremas depois de algum esforço leva o indivíduo a esperar dominar 
com esforço novo teorema.); de GENERALIDADES de fatos compreendidos 
(Exemplo: regras, princípios, leis, etc., induzidos e aplicados a seguir a casos 
particulares diversos, habilitam o indivíduo a aprender outros casos particulares, pelo 
pensamento dedutivo). 
Nesta teoria a transferência é a repetição, em uma nova situação, de uma 
reação já aprendida anteriormente. 
7.5 Teoria da generalização da experiência 
Nesta teoria, que tem Judd como precursor, os fatores mais importantes são: o 
Método de Ensino ou de Estudo e Grau de Auto Atividade despertada no aluno. A 
matéria ou conteúdo a ser aprendido é de muito pouca importância. 
Esta teoria preconiza que, a função da educação é treinar a inteligência, 
internalizar o método científico, assistir os alunos a abstrair o geral e essencial dos 
aspectos particulares e acidentais em suas experiências. Esta teoria enfatiza a 
aplicabilidade de princípios e generalizações a situações variadas e diversas. 
A repetição do experimento original de Judd, por outros estudiosos, conclui que 
as crianças acostumadas com o princípio da refração da luz foram mais capazes de 
atingir um alvo submerso na água do que crianças que não conheciam o princípio. 
 
23 
 
 
Fonte: www.hmhco.com 
7.6 Teoria dos ideais de proceder 
O autor desta teoria, Bagley considera que a generalização não representa 
tudo, mas que deve ser associada a um ideal e possuir um conteúdo emocional, Para 
Bagley, a aprendizagem de hábitos de ordem, por exemplo, não se transfere da 
aritmética para a ortografia, mas que, se a aprendizagem de tais hábitos for 
considerada um ideal, e enfatizada pelo professor, será transferida para outros 
assuntos, sem que seja preciso referência especial sobre os mesmos. 
Esta teoria acentua a transferência através da formulação de ideais e atitudes 
generalizadas, constituindo outra versão da teoria da generalização da experiência. 
7.7 Teoria da Gestalt 
Esta teoria enfatiza outro aspecto do conceito de generalização. Para seus 
partidários, quanto maior o significado de uma experiência, tanto mais rica sua 
conceituação e mais profunda a sua compreensão, maiores serão suas possibilidades 
de transferência. 
Para os gestaltistas, o discernimento (Insight) das relações entre os elementos 
da situação é o meio que garante a aprendizagem e é este conhecimento das relações 
que se transfere na aprendizagem. 
 
24 
 
Os gestaltistas explicam a transferência através do que denominam 
“transposição”. Por exemplo, determinada canção ouvida em certo tom pode ser 
reconhecida em outro, ainda que todos os componentes da canção sejam diversos. 
Identicamente, gatos treinados a comer no prato maior, quando encontram outros dois 
pratos, onde o que era maior é agora o menor dos dois, comem no maior e não 
naquele no qual aprenderam a comer. Os gatos reagem não às partes, os pratos, mas 
à relação maior-menor, que continua existindo. 
Esta teoria preconiza que, a função da educação é treinar a inteligência, 
internalizar o método científico, assistir os alunos a abstrair o geral e essencial dos 
aspectos particulares e acidentais em suas experiências. Esta teoria enfatiza a 
aplicabilidade de princípios e generalizações a situações variadas e diversas. 
A repetição do experimento original de Judd, por outros estudiosos, conclui que 
as crianças acostumadas com o princípio da refração da luz foram mais capazes de 
atingir um alvo submerso na água do que crianças que não conheciam o princípio. 
8 BIBLIOGRAFIAS 
BARROS, Célia S.G. Pontos da Psicologia Geral. SP: Ática, 1995. 
BOCK, Ana M.Bahia; FURTADO, O e TEIXEIRA, M.L. Psicologias - Uma 
Introdução ao Estudo de Psicologia. SP: Saraiva, 1993. 
BOWDITCH, James L. e BUONO, Anthony F. Elementos de Comportamento 
Organizacional. São Paulo: Pioneira, 1997. 
BRAGHIROLLI, Elaine Maria. Psicologia Geral. RJ: Vozes. 1995. 
CÓRIA-SABINI, Maria Aparecida. Fundamentos de Psicologia Educacional. 
SP: Ática, 1986. 
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. SP: McGraw-Hill do Brasil, 1991. 
DAVIS, Cláudia e OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Psicologia na educação. 2 ed., 
SP:Cortez, 1994. 
GREENING, Thomas C. Psicologia Existencial-Humanista. RJ: Zahar, 1975. 
MOULY, G. J. Psicologia Educacional. SP: Pioneira, 1966. 
PENNA, A Introdução à História da Psicologia Contemporânea. Rio de Janeiro, 
Zahar, 1980. 
PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. 13 ed. SP: Ática, 1995. 
 
25 
 
SCHULTZ, Duane P. e SCHULTZ, Sydney Ellen. História da Psicologia 
Moderna. SP: Cultrix,1992. 
Secretária Municipal de Educação RJ. MULTIEDUCAÇÃO: Núcleo Curricular 
Básico Rio de Janeiro, 1996. 
STATT, David A . Introdução à Psicologia. SP: Harbra, 1978. 
TELES, Maria Luiza S. O que é Psicologia. SP: Brasiliense, 1993. 
9 ARTIGO PARA REFLEXÃO 
 
Nome do autor: Jeniffer Satie Vaz Ogasawara 
Disponível em: 
http://www.uneb.br/salvador/dedc/files/2011/05/Monografia-Jenifer-Satie-Vaz-
Ogasawara.pdf 
Acesso: 17 de junho de 2016 
 
O CONCEITO DE APRENDIZAGEM DE SKINNER E VYGOTSKY: UM 
DIALÓGO POSSÍVEL 
 
RESUMO 
 
Muitas são as teorias de aprendizagem existentes, atualmente, no âmbito acadêmico. Isso se deve ao 
fato de cada teórico escolher estudar os aspectos que acreditam ser essenciais para as questões da 
educação. Contudo, sabe-se que nenhuma delas esgota e explica todos os questionamentos dessa 
área de conhecimento. Esse estudo versa sobre duas dessas teorias com o objetivo geral de discutir a 
relação entre as teorias de aprendizagem de Skinner e Vygotsky e suas contribuições para o processo 
ensino-aprendizagem. Assim, fez-se necessário descrever o conceito de aprendizagem de Skinner e 
Vygotsky, apontando as suas implicações pedagógicas, para em seguida comparar os principais 
pressupostos de cada teoria.Para atender aos objetivos deste estudo comparativo utilizou-se da 
pesquisa exploratória do tipo bibliográfica. Buscou-se, então, fazer um levantamento sobre as principais 
obras dos autores escolhidos, para em seguida destacar os principais conceitos envolvidos na questão 
da aprendizagem. Diferentemente da idéia difundida na comunidade acadêmica, esclareceu-se que as 
abordagens possuem vários pontos de convergência, mas que também divergem em alguns aspectos. 
Uma conclusão obtida com a realização deste trabalho se refere ao conceito principal de cada autor 
para o entendimento do processo de ensino - aprendizagem. Espera-se que este trabalho possa 
contribuir para um melhor entendimento da teoria de Skinner bem como, explique alguns equívocos 
difundidos sobre sua abordagem, contribuindo também para ampliar a compreensão geral sobre as 
diferentes abordagens para o conceito de aprendizagem facilitando a prática pedagógica. 
 
Palavras-chaves: Teoria de Aprendizagem; Skinner; Vygotsky; Prática 
pedagógica. 
 
26 
 
INTRODUÇÃO 
 
Inúmeros são os teóricos que discutem a teoria da aprendizagem. Cada um 
destes define e aponta os principais focos que devem ser analisados para o 
entendimento do assunto. Bock, Furtado e Teixeira (2000) colocam como principais 
pontos abordados pelos estudiosos que se propõem a estudar esse processo a 
natureza e os limites da aprendizagem, como também a participação dos aprendizes 
e a motivação durante o processo. Outro ponto bastante discutido é a importância do 
outro na aquisição de novos conhecimentos. 
Na tentativa de explicar a existência de diversos resultados para pesquisas que 
se referem ao campo da Psicologia, Cunha (1998) expõe que nessa ciência os 
paradigmas são vistos como revolucionários e inéditos, pois são muito diferentes entre 
si. Isto ocorre, pois, cada teórico acaba por encaminhar suas pesquisas de acordo 
com o que acredita ser essencial. 
Dentre os autores que estudaram a aprendizagem, aparecem Vygotsky e 
Skinner, os escolhidos para o desenvolvimento deste trabalho. Esses autores são 
considerados opostos no que se refere às ideias que desenvolveram sobre o tema da 
aprendizagem, principalmente, pelo fato dos teóricos pertencerem a abordagens 
diferentes da psicologia. O primeiro ficou mais conhecido por sua ênfase nas questões 
cognitivas e do desenvolvimento humano, já o segundo focou seu trabalho para o 
estudo do comportamento. 
Contudo, ao analisar mais detalhadamente os escritos de cada um sobre o 
tema, é possível perceber inúmeras semelhanças das suas formas de pensamento. 
Desse modo, o objetivo geral desse estudo é discutir a relação entre as teorias de 
aprendizagem de Skinner e Vygotsky e suas contribuições para o processo ensino 
aprendizagem. Para isso, faz-se necessário descrever o conceito de aprendizagem 
de Skinner e Vygotsky, apontando as suas implicações pedagógicas e em seguida, 
faz-se uma comparação dos principais conceitos propostos por ambos. Para atender 
aos objetivos, este trabalho teve como delineamento de estudo a pesquisa 
exploratória do tipo bibliográfica. 
A necessidade da elaboração desse estudo teórico-comparativo foi sentida ao 
se perceber a existência de equívocos difundidos na Faculdade de Educação sobre 
os estudos de Skinner que, muitas vezes, são infundados ou repletos de 
 
27 
 
desconhecimento sobre o autor. Confunde-se o que foi desenvolvido por ele com os 
escritos de seus antecedentes dentro da filosofia behaviorista na prática docente 
sobre o estudo do conceito de aprendizagem, para os alunos do curso de pedagogia 
da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. 
A formação no curso de Psicologia permitiu que a autora do presente trabalho 
possuísse um conhecimento mais aprofundado da teoria behaviorista, sentindo-se 
responsável por contribuir para uma melhor compreensão da análise do 
comportamento e da sua filosofia, o behaviorismo radical. Para tanto, buscou-se 
desmitificar alguns conceitos ao compará-los à obra de Vygotsky, já que esta possui 
uma grande aceitação na área de Educação. Tentou-se, assim, mostrar que a teoria 
de Skinner não ocupa um lugar de oposição em relação a alguns pensamentos 
elaborados por Vygotsky. 
Gioia (2004) afirma que a propagação de ideias imprecisas ou insuficientes do 
behaviorismo radical conduz a um desconhecimento das contribuições que a análise 
do comportamento poderia oferecer sobre a relação do indivíduo com o ambiente. A 
autora destaca ainda que, dentre os contextos de interação, o ambiente escolar é o 
que poderia receber maiores benefícios em função do papel da educação na 
sociedade e da importância dada por Skinner a esse aspecto. 
Assim, as informações imprecisas sobre o behaviorismo impedem que os 
futuros professores se apropriem das ideias dessa abordagem, o que dificulta a sua 
utilização em contextos adequados. Apesar disso, Gioia (2004) afirma que esses 
dados errôneos trazem consequências ainda piores quando formam opiniões 
preconceituosas, pois são propagadas sempre da mesma forma no ambiente 
acadêmico e escolar. 
Reafirmando essa idéia, Cunha (1998) expõe que “o que se observa no dia-a-
dia das salas de aula é que os professores possuem uma capacidade insuperável 
para transformar os pressupostos de qualquer ciência da educação e adequá-los às 
suas características e possibilidades pessoais”. 
A grande aceitação da teoria de Vygotsky se deve ao fato dessa ser 
considerada a mais adequada para os moldes de educação que se pensa nos dias 
atuais. Utilizando-se da boa aceitação da teoria vygotskyana no ambiente dos cursos 
de educação, procurou-se estabelecer a relação desta com a teoria de Skinner, 
tentando, assim, aproximar os educadores da leitura da obra deste último. 
 
28 
 
Outra relevância de relacionar as teorias consiste no fato de que, para a 
educação, não existe uma única teoria que responderá a todas as dúvidas e questões 
vividas no contexto de sala de aula. Coll (1997) aponta uma saída para essa situação 
ao expor que se deve fugir de uma junção impensada das teorias, ao mesmo tempo, 
não se apegar unicamente a contribuições de apenas uma abordagem. Deve-se 
perceber no contexto educacional qual a teoria traria melhores resultados e utilizar as 
contribuições pertinentes a essa prática educativa. 
Percebe-se, com isso, que o conhecimento sobre as múltiplas teorias da 
aprendizagem pode auxiliar o trabalho do professor, uma vez que, tendo propriedade 
sobre as contribuições que cada uma destas teorias pode oferecer é possível trabalhar 
com a integração das mesmas. Vale ressaltar que, para trabalhar com inúmeras 
abordagens, é necessário que o professor tenha um processo reflexivo sobre a sua 
prática. Integrar as teorias significa relacioná-las e não simplesmente juntar as suas 
ideias. 
O presente estudo é composto por três capítulos. O primeiro aborda o trabalho 
desenvolvido por Skinner, seus antecedentes históricos e teóricos, o conceito de 
aprendizagem e a importância do professor no processo. Buscou-se desenvolver as 
mesmas ideias no segundo capítulo sobre o pensamento de Vygotsky. Por fim, o 
terceiro capítulo faz a interrelação dos principais pontos discutidos sobre os dois 
autores. 
 
APRENDIZAGEM SEGUNDO SKINNER 
 
Burrhus Frederic Skinner nasceu em 1904 na cidade de Susquehanna, no 
Estado da Pennsylvania, Estados Unidos. Concluiu o segundo grau em 1922, no 
mesmo ano entrou na universidade Hamilton College. Graduou-se em literatura 
inglesa e línguas românicas, em 1926, e, com essa formação, Skinner decidiu ser 
escritor. Essa idéia foi abandonada em 1928 quando resolveu fazer o curso de pós-
graduação em Psicologia, se inscrevendo no programa de Psicologia Experimental, 
emHarvard University. Obteve os títulos de Mestrado e Doutorado, em 1930 e 1931, 
respectivamente. Após o doutoramento, permaneceu em Harvard, até 1936, com um 
apoio financeiro para fazer pesquisas. Após isso, mudou para Minneapolis para 
assumir as atividades de professor e de pesquisador na University of Minnesota. Foi 
 
29 
 
lá que Skinner encontrou espaço livre para ensinar e pesquisar o behaviorismo. 
Tornou-se chefe de departamento de Psicologia da Indiana University, em 1945. 
Neste local, começou a escrever Verbal Behavior e Walden II, publicados em 1957 e 
1948, respectivamente. Em 1948, ele retornou a Harvard como convidado para 
pesquisar e ensinar naquela Universidade, na qual permaneceu até a sua 
aposentadoria, em 1974 (CUNHA; VERNEQUE, 2004). 
Skinner desenvolveu inúmeros estudos científicos sobre o comportamento, a 
maioria deles utilizando organismos infra-humanos como base comparativa do 
humano. Assim, desenvolveu instrumentos básicos e construiu uma sistematização 
para o estudo das relações comportamentais do organismo com seu meio ambiente. 
Nesse sentido, criou uma metodologia que denominou de Análise Experimental do 
Comportamento. Após essa organização, Skinner sentiu a necessidade de firmar a 
sua base filosófica, escrevendo sobre o behaviorismo. Neste livro buscou elucidar as 
bases epistemológicas e filosóficas da sua ciência (CUNHA; VERNEQUE, 2004). 
Dentre as teorias que influenciaram o pensamento de Skinner, destacam-se 
principalmente dois autores: Ivan Petrovich Pavlov e Jonh B. Watson. Assim, para 
entender o pensamento skinneriano, faz-se necessário um retorno aos seus principais 
precedentes e influenciadores. 
O condicionamento operante é um processo no qual se pretende condicionar 
uma resposta de um indivíduo, seja para aumentar a sua probabilidade de ocorrência 
ou para extingui-la. No primeiro caso, são apresentados reforços toda vez que o 
sujeito apresenta a resposta adequada. Vale ressaltar que o conceito de reforço está 
diretamente ligado a ocorrência da resposta, um estímulo só pode ser considerado 
reforçador se aumentar a probabilidade do comportamento ocorrer. O reforço pode 
ser positivo quando é apresentado algo ao indivíduo ou negativo quando se retira algo 
do ambiente. Percebe-se, com isso, que, diferentemente do que se diz, reforço não é 
sinônimo de recompensa. 
 
APRENDIZAGEM SEGUNDO VYGOTSKY 
 
Lev Smenovitch Vygotsky nasceu em 1896 na antiga União Soviética, 
proveniente de uma família com boas condições financeiras e com um bom nível 
intelectual, sendo sempre estimulado a ler e pesquisar sobre as coisas de seu 
 
30 
 
interesse. Sua formação intelectual foi feita basicamente em seu ambiente familiar, só 
indo para a escola aos 15 anos. Estudou em um colégio particular por dois anos, 
tempo para concluir os estudos secundários. Após a saída do colégio, ingressou na 
Universidade de Moscou no curso de Direito, que, diferentemente dos padrões que 
possuímos hoje, era um curso no qual se estudava e discutia questões pertinentes às 
Ciências Humanas. Frequentou também a Universidade Popular de Shanyavskii, onde 
aprofundou os seus estudos em Psicologia, Filosofia e Literatura e, apesar disso, não 
recebeu nenhum título por essa universidade (OLIVEIRA, 1993). 
Devido à diversidade de assuntos estudados por Vygotsky, inúmeras foram 
também as áreas da sua atividade profissional, sendo professor e pesquisador das 
áreas de Psicologia, Filosofia, Pedagogia e Psiquiatria. Apesar de ter vivido apenas 
até os 37 anos, é grande o número de trabalhos acadêmicos desenvolvidos por este 
autor. Atualmente as áreas de Psicologia e Pedagogia são as que mais trabalham 
com as obras deste autor e seus trabalhos mais conhecidos são os que se referem ao 
desenvolvimento humano (OLIVEIRA, 1993). 
Faz-se necessário também entender o contexto social vivido por Vygotsky 
durante a sua elaboração intelectual. É importante salientar que a psicologia na 
Rússia, assim como em todo o mundo, passava por uma confrontação de correntes 
contrárias às explicações dos fenômenos psicológicos. A primeira, derivada dos 
pensamentos de Wundt, descrevia o conteúdo da consciência humana e sua relação 
com o ambiente externo, acabou sendo modificada pelo primeiro behaviorista, que 
substituíram o estudo da consciência pelo do comportamento, mas ainda buscando 
identificar a unidade básica e suas relações na formação de fenômenos mais 
complexos. A segunda era a psicologia da Gestalt, que se colocava como antagônica 
à primeira, não acreditando ser possível a explicação dos processos psicológicos por 
suas unidades básicas. (COLE; SCRIBNER, 2001). 
Para a teoria de Vygotsky, esse contexto social criou um problema 
epistemológico que foi apontado por Luria e Leontiev (apud Bruner, 1998), seus 
principais colaboradores. Esse problema consistia em livrar-se da “batalha pela 
conscientização” existente no contexto acadêmico. Era necessário “liberar-se, por um 
lado, do behaviorismo corrente e, por outro, da abordagem subjetiva dos fenômenos 
mentais enquanto condições subjetivas exclusivamente internas, cuja investigação só 
pode ser realizada por introspecção” (LURIA; LEONTIEV apud Bruner, 1998, p. 8). 
 
31 
 
APRENDIZAGEM 
 
Para o entendimento da aprendizagem segundo os estudos de Vygotsky, será 
utilizada a definição dada por Oliveira (1993, p. 57), sendo esta “o processo pelo qual 
o sujeito adquire informações, habilidades, atitudes, valores e etc. a partir do seu 
contato com a realidade, o meio ambiente e as outras pessoas”. Outro importante 
ponto a ser citado, logo inicialmente foi também ressaltado, refere-se aos problemas 
de tradução da obra deste autor. 
 
Em Vygotsky, justamente por sua ênfase nos processos sóciohistóricos, a 
idéia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no 
processo. O termo que ele utiliza em russo (obuchenie) significa algo como 
processo de ensino aprendizagem, incluindo sempre aquele que aprende, 
aquele que ensina, e a relação entre as duas pessoas. Pela falta de um termo 
equivalente em inglês, a palavra obuchenie tem sido traduzida ora como 
ensino, ora como aprendizagem e assim re-traduzida em português 
(OLIVEIRA, 1993, p. 57). 
 
Vygotsky foi um dos primeiros autores a diferenciar o processo de 
aprendizagem da criança e a formalização escolar. Para este autor, a aprendizagem 
começa no ingresso à escola. Nessa afirmação, fica claro que, para este teórico, o 
processo de formalização do conhecimento proposto pela escola não é a única fonte 
que o sujeito possui para aprender, isso está inato às capacidades humanas, 
conseguindo assim, aprender com qualquer situação vivida (VYGOTSKY, 2001). 
Por a aprendizagem ser algo tão implícito à capacidade humana, acredita-se 
que exista uma associação desta com o processo de desenvolvimento dessa espécie. 
Como se sabe, o desenvolvimento ocorre desde a geração do feto, perpassando por 
toda a vida do homem, sendo finalizado na sua morte. Acredita-se que a 
aprendizagem também seja um dos processos pelo quais se está sujeito em todos os 
momentos da vida. 
 
O PAPEL DO PROFESSOR 
 
Vygotsky afirma que o bom ensino é aquele baseia as suas intervenções 
pensando no que o sujeito está em fase de maturação, isto é, o que está na zona de 
desenvolvimento proximal. “O aprendizado deve ser orientado para o futuro, e não 
para o passado. ” (VYGOSTKY, 1998, p. 130). 
 
32 
 
Com a afirmação de Vygotsky, pode-se perceber a necessidade que o 
professor tem de estar atento àquilo que a criança ainda está em fase de apreensão. 
As boas atividades de aprendizagem são sempre as que trabalham com os 
aprendizados ainda não totalmente conquistadospelos alunos. 
Vygotsky também coloca como um fator crucial para um bom trabalho do 
professor que este entenda, de forma clara, a formação dos conceitos pelas crianças. 
Assim, divide conceito em duas categorias: a primeira, os conceitos espontâneos, que 
são aqueles construídos aleatoriamente ao longo da vida, e os conceitos científicos, 
os que necessitam de um processo especial para a sua assimilação. 
Fazendo uma crítica ao ensino tradicional, Vygotsky diz que o ensino que tenha 
como foco uma transmissão direta de conceitos é ineficiente. Para ele, o professor 
que baseie seu trabalho nessa passagem direta não conseguirá obter bons 
resultados, o máximo que irá conseguir são alunos que repetem o que foi aprendido 
sem que haja uma internalização do conceito utilizado, o que acaba por ser um 
aprendizado totalmente vazio e sem significado para a vida do sujeito (VYGOTSKY, 
1998). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Essa pesquisa buscou discutir a relação entre as teorias de aprendizagem 
desenvolvidas por Skinner e Vygotsky. Assim, fez-se necessário descrever os 
principais conceitos elaborados e defendidos por estes autores nas questões sobre a 
temática escolhida. Durante a descrição, foi-se percebendo a existência de inúmeras 
concordâncias e discrepâncias das duas teorias. Apesar disso, buscou-se deixar 
ainda mais clara esta relação, fazendo-se um capítulo apenas para discutir essa 
questão. 
Durante a análise da relação das teorias, foi percebido que os autores 
convergem no que se refere à necessidade de um desenvolvimento prévio para a 
programação de atividades que promovam a aprendizagem; à importância dada ao 
meio social na aquisição de novos conceitos; à aprendizagem e ao papel do professor 
no processo de ensino-aprendizagem. 
Percebeu-se, assim, que diferentemente do que são trazidos em alguns livros 
didáticos que abordam as duas teorias, estas não são opostas, porém, possuem 
 
33 
 
diferenças básicas, como ocorre com qualquer estudo elaborado por pessoas 
distintas, sendo possível também visualizar semelhanças. Faz-se necessário então 
propor a utilização de materiais mais condizentes com a realidade teórica e a 
necessidade de mais trabalhos que se proponham a dialogar com perspectivas tidas 
como diferentes. 
No que se refere ao pensamento de Skinner, esse trabalho buscou desmistificar 
alguns equívocos sobre este autor. Pretende-se que as pessoas, ao terem acesso a 
este trabalho, se permitam conhecer mais sobre os estudos deste autor, tentando 
modificar os conhecimentos errôneos que lhes foram transmitidos ao longo do tempo 
por inúmeras fontes. 
É importante salientar que, para o curso de Pedagogia, pesquisas deste tipo 
melhoram o entendimento do processo de aprendizagem, pois permitem a análise 43 
mais completa sobre o fenômeno, de forma a poder integrar diferentes abordagens de 
trabalho. Sabe-se que nenhum trabalho desenvolvido irá esgotar as possibilidades de 
análise nem fornecerá um entendimento do total. 
Outro ponto que merece destaque é a necessidade de leituras mais fidedignas 
sobre o estudo de um autor. Percebe-se que a leitura do autor em seus próprios 
escritos é sempre mais profunda do que a análise feita por outros autores. Apesar 
disso, nos cursos de graduação, os alunos costumam apenas trabalhar com os 
teóricos a partir de seus comentadores. 
Espera-se que este trabalho contribua para a formação de professores ao 
propor a integração de diferentes abordagens teóricas, através da compreensão dos 
conceitos presentes nas duas teorias. O contexto da educação permite que os 
educadores façam ajustes nas teorias, aplicando-as da forma mais adequada com os 
alunos. Acredita-se que, se os professores de forma reflexiva e consciente, se valerão 
dos ganhos teóricos de ambos os autores, muito se tem a ganhar nas práticas 
educativas. 
 
BIBLIOGRAFIAS 
 
______. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: 
VYGOTSKY, Lev Semyonovitch.; LURIA, Alexander Romanovitch.; LEONTIEV, 
 
34 
 
Aleksei Nikolaievitch.; Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: 
Ícone, 2001. 
______. Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 
______. Formação social da mente: o desenvolvimento dos processos 
psicológicos superiores. 7 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 
______. Sobre o behaviorismo. (M. P. Villalobos, Trad.). São Paulo: Cultrix, 
2006. (Trabalho original publicado em 1974). 
______. Teorias de aprendizagem são necessárias? Rev. Brasileira de Análise 
do Comportamento. Vol. 1, nº1, 2005. 
BOCK, Ana M. Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lurdes T.; 
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13ed. São Paulo: Saraiva, 2002. 
BRUNER, Jerome. S. Introdução. In: VYGOTSKY, L. S. Pensamento e 
Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
CARRARA, Kester. Behaviorismo radical: crítica e metacrítica. 2.ed. São Paulo: 
editora UNESP, 2005. 
COLE, Michael.; SCRIBNER, Sylvia. Introdução. In: VYGOTSKY, L. S., 
Formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 
7 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 
COLL, César. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à 
elaboração do currículo escolar. 2. ed. São Paulo: Ática, 1997. 
CUNHA, Marcus Vinicius da. A psicologia na educação: dos paradigmas 
científicos às finalidades educacionais. Rev. Fac. Educ., São Paulo, v. 24, n. 2, jul. 
1998 . Disponível em . Acesso em 21 jul. 2009. 
CUNHA, R. N. da; VERNEQUE, L. P. S. Notícia: Centenário de B. F. Skinner 
(1904- 1990): uma ciência do comportamento humano para o futuro do mundo e da 
humanidade. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v. 20, n. 1, abr. 2004. Disponível em . 
Acesso em 17 jul. 2009. 
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: 
Atlas, 2002. 
GIOIA, Paula. A exclusão da Análise do Comportamento da escola: o que o 
livro didático tem a ver com isso? IN: HÜBNER, M. M. C.; MARINOTTI, M. Análise do 
Comportamento para a educação. Santo André: ESETec, 2004. 
 
35 
 
LAMPREIA, Carolina. As propostas anti-mentalistas no desenvolvimento 
cognitivo: uma discussão de seus limites. 1992. 377p. Tese (Doutorado em Psicologia 
Clínica) – PUC-RJ, Departamento de Psicologia. Rio de Janeiro. 
MATOS, Maria Amélia. Behaviorismo metodológico e behaviorismo radical. In: 
RANGE, B. Psicoterapia comportamental e cognitiva. Campinas:Psy II 1995. 
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: a prática de fichamentos, 
resumos, resenhas. 2ed. São Paulo: Atlas, 1996. 
MILHOLLAN, Frank; FORISHA, Bill E. Skinner e Rogers: maneiras 
contrastantes de encarar a educação, São Paulo: Summus, 1978. 
OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis: Vozes, 
2007. 
OLIVEIRA, Martha Khol de. Vygotsky. São Paulo: Scipione, 1993. 
REGO, Teresa Cristina.Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da 
educação. Petrópolis: Vozes, 1995. 
SKINNER, Burrrhus Frederic. (1972). Tecnologia do ensino. (Rodolpho Azzi, 
Trad.). São Paulo: Herder, Ed. da universidade São Paulo, 1972. 
VYGOTSKY, Lev Semyonovitch. Pensamento e Linguagem. São Paulo: 
Martins Fontes, 1998. 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
 
AUTORES: Maria Sebastiana Gomes Mota e 
Francisca Elisa de Lima Pereira 
DISPONÍVEL EM: 
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_desenvolvimento.pdf 
ACESSO: 31 de agosto de 2016 
 
 
 
 
36 
 
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM 
 
PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E 
DESENVOLVIMENTO 
MENTAL DO INDIVIDUO 
 
 
 Maria Sebastiana Gomes Mota 
Pós-graduandaem Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrado ao 
Ensino Médio na Modalidade EJA 
Francisca Elisa de Lima Pereira 
 Professora Drª do Curso de Especialização em Educação Profissional Técnica de 
Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade EJA 
 
 
Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar as teorias de Bruner e Piaget onde a 
aprendizagem está diretamente relacionada com o desenvolvimento cognitivo e que as passagens da 
vida são marcadas por constante aprendizagem, assim o indivíduo será resultado de suas 
potencialidades genéticas. Apresentamos aqui também, um esboço das idéias básicas de Jean Piaget 
sobre o desenvolvimento mental e sobre o processo de construção do conhecimento (Adaptação, 
assimilação e acomodação). Conclui-se que o ato de ensinar envolve sempre uma compreensão bem 
mais abrangente do que o espaço restrito do professor na sala de aula ou as atividades desenvolvidas 
pelos alunos. Todo trabalho deve ser planejado para evitar a improvisação. O professor que planeja 
com competência, engaja o compromisso com as transformações sociais. 
 
Palavras-chave: Aprendizagem; Desenvolvimento Cognitivo; Planejamento; 
Assimilação; Adaptação; Acomodação. 
 
INTRODUÇÃO 
 
O indivíduo sofre, durante toda a sua vida, a influência dos agentes externos 
de natureza física e social. Esses agentes atuam sobre o seu organismo e sobre o 
seu espírito, estimulando suas capacidades e aptidões e promovendo o seu 
desenvolvimento físico e mental. 
O processo para uma aprendizagem eficaz depende de inúmeros fatores, 
dentre os quais, os mais prementes são: o talento do professor, o tipo intelectual do 
 
37 
 
aluno, as oportunidades oferecidas pelo ambiente imediato da escola, perspectivas 
futuras de vida do aluno. 
A escola não pode mais ser considerada como uma simples máquina de 
alfabetização. Sua função não se restringe mais, como antigamente, à modesta tarefa 
de ensinar, sua tarefa é mais ampla e profunda, ou seja, deve levar o nosso aluno a 
ser mais critico, mais compromissado e mais otimista em relação à aprendizagem. 
Suas responsabilidades atuais são bem maiores. Além de instrumento de 
formação física, intelectual e moral, cabe-lhe a missão de promover a integração 
harmoniosa do educando no seio da comunidade, fornecendo-lhe todos os elementos 
para que se possa tornar um fator de progresso individual e social. 
Assim, a aprendizagem é um processo de assimilação de determinados 
conhecimentos e modos de ação física e mental, organizados e orientados no 
processo ensino aprendizagem. 
 
Processo de Construção do Conhecimento e Desenvolvimento Mental do 
Indivíduo 
 
A aprendizagem é um processo contínuo que ocorre durante toda a vida do 
indivíduo, desde a mais tenra infância até a mais avançada velhice. Normalmente uma 
criança deve aprender a andar e a falar; depois a ler e escrever, aprendizagens 
básicas para atingir a cidadania e a participação ativa na sociedade. Já os adultos 
precisam aprender habilidades ligadas a algum tipo de trabalho que lhes forneça a 
satisfação das suas necessidades básicas, algo que lhes garanta o sustento. As 
pessoas idosas embora nossa sociedade seja reticente quanto às suas capacidades 
de aprendizagem podem continuar aprendendo coisas complexas como um novo 
idioma ou ainda cursar uma faculdade e virem a exercer uma nova profissão. 
O desenvolvimento geral do indivíduo será resultado de suas potencialidades 
genéticas e, sobretudo, das habilidades aprendidas durante as várias fases da vida. 
A aprendizagem está diretamente relacionada com o desenvolvimento cognitivo. 
As passagens pelos estágios da vida são marcadas por constante 
aprendizagem. “Vivendo e aprendendo”, diz a sabedoria popular. Assim, os indivíduos 
tendem a melhorar suas realizações nas tarefas que a vida lhes impõe. A 
aprendizagem permite ao sujeito compreender melhor as coisas que estão à sua volta, 
 
38 
 
seus companheiros, a natureza e a si mesmo, capacitando-o a ajustar-se ao seu 
ambiente físico e social. 
A teoria da instrução de Jerome Bruner (1991), um autêntico representante da 
adordagem cognitiva, traz contribuições significativas ao processo ensino-
aprendizagem, principalmente à aprendizagem desenvolvida nas escolas. Sendo uma 
teoria cognitiva, apresenta a preocupação com os processos centrais do pensamento, 
como organização do conhecimento, processamento de informação, raciocínio e 
tomada de decisão. Considera a aprendizagem como um processo interno, mediado 
cognitivamente, mais do que como um produto direto do ambiente, de fatores externos 
ao aprendiz. Apresenta-se como o principal defensor do método de aprendizagem por 
descoberta (insight). 
A teoria de Bruner apresenta muitos pontos semelhantes às teorias de Gestalt 
e de Piaget. Bruner considera a existência de estágios durante o desenvolvimento 
cognitivo e propõe explicações similares às de Piaget, quanto ao processo de 
aprendizagem. Atribui importância ao modo como o material a ser aprendido é 
disposto, assim como Gestalt, valorizando o conceito de estrutura e arranjos de idéias. 
“Aproveitar o potencial que o indivíduo traz e valorizar a curiosidade natural da criança 
são princípios que devem ser observados pelo educador” (BRUNER, 1991, p. 122). 
A escola não deve perder de vista que a aprendizagem de um novo conceito 
envolve a interação com o já aprendido. Portanto, as experiências e vivências que o 
aluno traz consigo favorecem novas aprendizagens. Bruner chama a atenção para o 
fato de que as matérias ou disciplinas tais como estão organizadas nos currículos, 
constituem-se muitas vezes divisões artificiais do saber. Por isso, várias disciplinas 
possuem princípios comuns sem que os alunos – e algumas vezes os próprios 
professores – analisem tal fato, tornando o ensino uma repetição sem sentido, em que 
apenas respondem a comandos arbitrários, Bruner propõe o ensino pela descoberta. 
O método da descoberta não só ensina a criança a resolver problemas da vida prática, 
como também garante a ela uma compreensão da estrutura fundamental do 
conhecimento, possibilitando assim economia no uso da memória, e a transferência 
da aprendizagem no sentido mais amplo e total. 
Segundo Bock (2001), a preocupação de Bruner é que a criança aprenda a 
aprender corretamente, ainda que “corretamente” assuma, na prática, sentidos 
diferentes para as diferentes faixas etárias. Para que se garanta uma aprendizagem 
 
39 
 
correta, o ensino deverá assegurar a aquisição e permanência do aprendido 
(memorização), de forma a facilitar a aprendizagem subseqüente (transferência). Este 
é um método não estruturado, portanto o professor deve estar preparado para lidar 
com perguntas e situações diversas. O professor deve conhecer a fundo os conteúdos 
a serem tratados. Deve estar apto a conhecer respostas corretas e reconhecer quando 
e porque as respostas alternativas estão erradas. Também necessita saber esperar 
que os alunos cheguem à descoberta, sem apressa-los, mas garantindo a execução 
de um programa mínimo. Deve também ter cuidado para não promover um clima 
competitivo que gere, ansiedade e impeça alguns alunos de aprender. 
O modelo de ensino e aprendizagem de David P. Ausubel (1980) caracteriza-
se como um modelo cognitivo que apresenta peculiaridades bastante interessantes 
para os professores, pois centraliza-se, primordialmente, no processo de 
aprendizagem tal como ocorre em sala de aula. Para Ausubel, aprendizagem significa 
organização e integração do material aprendido na estrutura cognitiva, estrutura esta 
na qual essa organização e integraçãose processam. 
Psicólogos e educadores têm demonstrado uma crescente preocupação com o 
modo como o indivíduo aprende e, desde Piaget, questões do tipo: “Como surge o 
conhecer no ser humano? Como o ser humano aprende? O conhecimento na escola 
é diferente do conhecimento da vida diária? O que é mais fácil esquecer? ” 
Atravessaram as investigações científicas. Assim, deve interessar à escola saber 
como criança, adolescentes e adultos elaboram seu conhecer, haja vista que a 
aquisição do conhecimento é a questão fundamental da educação formal. 
A psicologia cognitiva preocupa responder estas questões estudando o 
dinamismo da consciência. A aprendizagem é, portanto, a mudança que se preocupa 
com o eu interior ao passar de um estado inicial a um estado final. Implica 
normalmente uma interação do indivíduo com o meio, captando e processando os 
estímulos selecionados. 
O ato de ensinar envolve sempre uma compreensão bem mais abrangente do 
que o espaço restrito do professor na sala de aula ou às atividades desenvolvidas 
pelos alunos. Tanto o professor quanto o aluno e a escola encontram-se em contextos 
mais globais que interferem no processo educativo e precisam ser levados em 
consideração na elaboração e execução do ensino. 
 
40 
 
Ensinar algo a alguém requer, sempre, duas coisas: uma visão de mundo 
(incluídos aqui os conteúdos da aprendizagem) e planejamento das ações (entendido 
como um processo de racionalização do ensino). A prática de planejamento do ensino 
tem sido questionada quanto a sua validade como instrumento de melhoria qualitativa 
no processo de ensino como o trabalho do professor: 
 
[...] a vivência do cotidiano escolar nos tem evidenciado 
situações bastante questionáveis neste sentido. 
Percebese, de início, que os objetivos educacionais 
propostos nos currículos dos cursos apresentam 
confusos e desvinculados da realidade social. Os 
conteúdos a serem trabalhados, por sua vez, são 
definidos de forma autoritária, pois os professores, via 
re regra, não participam dessa tarefa. Nessas 
condições, tendem a mostrar-se sem elos significativos 
com as experiências de vida dos alunos, seus interesses 
e necessidades (Lopes, 2000, p. 41). 
 
De modo geral, no meio escolar, quando se faz referência a planejamento do 
ensino – aprendizagem, este se reduz ao processo através do qual são definidos os 
objetivos, o conteúdo programático, os procedimentos de ensino, os recursos 
didáticos, a sistemática de avaliação da aprendizagem, bem como a bibliografia 
básica a ser consultada no decorrer de um curso, série ou disciplina de estudo. Com 
efeito, este é o padrão de planejamento adotado pela maioria dos professores e que 
passou a ser valorizado apenas em sua dimensão técnica. 
Em nosso entendimento a escola faz parte de um contexto que engloba a 
sociedade, sua organização, sua estrutura, sua cultura e sua história. Desse modo, 
qualquer projeto de ensino – aprendizagem está ligado a este contexto e ao modo de 
cultura que orienta um modelo de homem e de mulher que pretendemos formar, para 
responder aos desafios desta sociedade. Por esta razão, pensamos que é de 
fundamental importância que os professores saibam que tipo de ser humano 
pretendem formar para esta sociedade, pois disto depende, em grande parte, as 
escolhas que fazemos pelos conteúdos que ensinamos, pela metodologia que 
optamos e pelas atitudes que assumimos diante dos alunos. De certo modo esta visão 
limitada ou potencializada o processo ensino-aprendizagem não depende das 
políticas públicas em curso, mas do projeto de formação cultural que possui o corpo 
docente e seu compromisso com objeto de estudo. 
 
41 
 
Como o ato pedagógico de ensino-aprendizagem constitui-se, ao longo prazo, 
num projeto de formação humana, propomos que esta formação seja orientada por 
um processo de autonomia que ocorra pela produção autônoma do conhecimento, 
como forma de promover a democratização dos saberes e como modo de elaborar a 
crítica da realidade existente. 
Isto quer dizer que só há crítica se houver produção autônoma do 
conhecimento elaborado através de uma prática efetiva da pesquisa. Entendemos que 
é pela prática da pesquisa que exercitamos a reflexão sobre a realidade como forma 
de sistematizar metodologicamente nosso olhar sobre o mundo para podermos agir 
sobre os problemas. Isto quer dizer que não pesquisamos por pesquisar e nem 
refletimos por refletir. Tanto a reflexão quanto à pesquisa são meios pelos quais 
podemos agir como sujeitos transformadores da realidade social. Isto indica que 
nosso trabalho, como professores, é o de ensinar a aprender para que o conhecimento 
construído pela aprendizagem seja um poderoso instrumento de combate às formas 
de injustiças que se reproduzem no interior da sociedade. 
Piaget (1969), foi quem mais contribuiu para compreendermos melhor o 
processo em que se vivencia a construção do conhecimento no indivíduo. 
Apresentamos as ideias básicas de Piaget (l969, p.14) sobre o 
desenvolvimento mental e sobre o processo de construção do conhecimento, que são 
adaptação, assimilação e acomodação. 
Piaget diz que o indivíduo está constantemente interagindo com o meio 
ambiente. Dessa interação resulta uma mudança contínua, que chamamos de 
adaptação. Com sentido análogo ao da Biologia, emprega a palavra adaptação para 
designar o processo que ocasiona uma mudança contínua no indivíduo, decorrente 
de sua constante interação com o meio. 
Esse ciclo adaptativo é constituído por dois subprocessos: assimilação e 
acomodação. A assimilação está relacionada à apropriação de conhecimentos e 
habilidade. O processo de assimilação é um dos conceitos fundamentais da teoria da 
instrução e do ensino. Permite-nos entender que o ato de aprender é um ato de 
conhecimento pelo qual assimilamos mentalmente os fatos, fenômenos e relações do 
mundo, da natureza e da sociedade, através do estudo das matérias de ensino. Nesse 
sentido, podemos dizer que a aprendizagem é uma relação cognitiva entre o sujeito e 
os objetos de conhecimento. 
 
42 
 
A acomodação é que ajuda na reorganização e na modificação dos esquemas 
assimilatórios anteriores do indivíduo para ajustá-los a cada nova experiência, 
acomodando-as às estruturas mentais já existentes. Portanto, a adaptação é o 
equilíbrio entre assimilação e acomodação, e acarreta uma mudança no indivíduo. 
A inteligência desempenha uma função adaptativa, pois é através dela que o 
indivíduo coleta as informações do meio e as reorganiza, de forma a compreender 
melhor a realidade em que vive, nela agi, transformando. Para Piaget (1969, p.38), a 
inteligência é adaptação na sua forma mais elevada, isto é, o desenvolvimento mental, 
em sua organização progressiva, é uma forma de adaptação sempre mais precisa à 
realidade. É preciso ter sempre em mente que Piaget usa a palavra adaptação no 
sentido em que é usado pela Biologia, ou seja, uma modificação que ocorre no 
indivíduo em decorrência de sua interação com o meio. 
Portanto, é no processo de construção do conhecimento e na aquisição de 
saberes que devemos fazer com que o aluno da EJA seja motivado a desenvolver sua 
aprendizagem e ao mesmo tempo superar as dificuldades que sentem em assimilar o 
conhecimento adquirido. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Concluímos dizendo que a relação entre ensino e aprendizagem não é 
mecânica, não é uma simples transmissão do professor que ensina para o aluno que 
aprende. Ao contrário, é uma relação recíproca na qual se destacam o papel dirigente 
do professor e a atividade dos alunos. 
O ensino visa estimular, dirigir, incentivar, impulsionar o processo de 
aprendizagem dos alunos, pois

Continue navegando