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RAFAELA APARECIDA
DE ALMEIDA
INTERNACIONAL
LOGÍSTICA E
TRANSPORTE
LOGÍSTICA E
TRANSPORTE
RAFAELA APARECIDA DE ALM
EIDA
LOGÍSTICA E TRANSPORTE INTERNACIONAL
RAFAELA APARECIDA
DE ALMEIDA
INTERNACIONAL
LOGÍSTICA E
TRANSPORTE
LOGÍSTICA E
TRANSPORTE
RAFAELA APARECIDA DE ALM
EIDA
LOGÍSTICA E TRANSPORTE INTERNACIONAL
Código Logístico
59720
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6719-0
9 7 8 8 5 3 8 7 6 7 1 9 0
RAFAELA APARECIDA DE ALM
EIDA
LOGÍSTICA E TRANSPORTE INTERNACIONAL
Logística e transporte 
internacional
Rafaela Aparecida de Almeida
IESDE BRASIL
2021
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200
Batel – Curitiba – PR
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2021 – IESDE BRASIL S/A.
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Travel mania/Shuttertock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
A45L
Almeida, Rafaela Aparecida de
Logística e transporte internacional / Rafaela Aparecida de Almeida. - 
1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 2021. 
120 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6719-0
1. Logística empresarial. 2. Empresas comerciais exportadoras - Admi-
nistração. 3. Comércio internacional. 4. Transporte de mercadorias. I. Título.
20-66837 CDD: 658.78
CDU: 658.78
Rafaela Aparecida 
de Almeida
Doutoranda e mestra em Gestão Urbana pela Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Especialista 
em Negócios Internacionais pelo Centro Universitário 
Internacional (Uninter). Secretária executiva bilíngue 
pelo Centro Universitário Diocesano do Sudoeste do 
Paraná (Unics). É membro do corpo editorial da Revista 
Brasileira de Gestão Urbana (Urbe). Atuou por 12 anos 
no ambiente organizacional nas áreas de comércio 
exterior e logística internacional. Atua como docente 
nos cursos de Secretariado, Administração, Logística e 
Comércio Exterior.
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
1 Introdução à logística internacional 9
1.1 Conhecendo a logística internacional 9
1.2 O comércio internacional no Pós-Guerra 13
1.3 Aspectos da logística globalizada 16
1.4 Globalização das estratégias de operações e mercados globais 19
1.5 Blocos comerciais 22
2 Cadeias logísticas globais 28
2.1 Internacionalização organizacional 28
2.2 Empresas multinacionais e transnacionais 33
2.3 Cadeias logísticas internacionais 35
2.4 OEA – Operador Econômico Autorizado 38
2.5 Operadores e integradores logísticos internacionais 40
3 Logística internacional: modais de transporte 45
3.1 Modal rodoviário 46
3.2 Modal aquaviário 49
3.3 Modal aeroviário 52
3.4 Transporte intermodal e multimodal 56
3.5 Unitização e embalagens 58
4 Operações de importação e exportação 63
4.1 Tratamento administrativo 63
4.2 Documentos para importação e exportação 65
4.3 Classificação fiscal 70
4.4 Fluxograma de exportação 72
4.5 Fluxograma de importação 74
5 Incoterms® e modalidades de pagamento 77
5.1 Introdução aos Incoterms® 77
5.2 Incoterms® 2020 – Grupo E e F 79
5.3 Incoterms® 2020 – Grupo C e D 82
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
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no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
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6 Logística e transporte internacional
5.4 Modalidades de pagamento do comércio exterior 87
5.5 Fechamento de câmbio 93
6 Regimes aduaneiros 97
6.1 Introdução aos regimesaduaneiros especiais 97
6.2 Drawback 101
6.3 Trânsito aduaneiro 104
6.4 Admissão e exportação temporária 106
6.5 Entreposto aduaneiro 111
 Gabarito 116
Esta obra objetiva abordar as principais temáticas que 
envolvem a logística e transportes internacionais. O campo de 
estudos da logística internacional vai além do conhecimento 
técnico a respeito de documentações e modais de transporte, 
uma vez que também envolve o conhecimento da história do 
comércio internacional e sua evolução para mercados globais, 
a compreensão da motivação que leva empresas a atuarem 
neles e os procedimentos aduaneiros e suas particularidades 
quando se trata de cadeias de suprimentos integradas no mundo 
globalizado, no qual a concorrência é cada vez maior.
Nesse sentido, o conteúdo deste livro foi dividido 
estruturalmente em seis capítulos, de modo a lhe proporcionar 
um amplo conhecimento sobre as práticas de logística e comércio 
internacional.
O Capítulo 1 traz uma introdução à logística internacional, 
diferenciando-a da nacional, e contextualiza o comércio 
internacional no pós-Guerra, de modo a construir a base do 
conhecimento para a compreensão das estratégias operacionais 
adotadas pelas organizações que atuam em mercados globais.
A globalização faz com que a troca de mercadorias em nível 
mundial pareça algo comum no dia a dia de grandes organizações, 
principalmente de empresas que já nasceram multinacionais, 
mas na prática ainda existem muitas organizações brasileiras 
que limitam seus negócios ao território nacional. Nesse sentido, 
o Capítulo 2 apresenta as motivações e as formas de atuação 
de organizações que desejam entrar em cadeias logísticas 
internacionais ou que já estão inseridas nelas.
O Capítulo 3 foca os modais de transporte internacionais, 
abordando as suas principais características e destacando 
suas vantagens e desvantagens, bem como especificidades de 
documentação, agências reguladoras e tipos de veículos. São 
apresentadas ainda as principais formas de unitização e os 
tipos de embalagens, permitindo a você realizar a análise dos 
que são mais adequados a cada modal ou que se adequam à 
intermodalidade.
APRESENTAÇÃOVídeo
8 Logística e transporte internacional
Diante da importância de se conhecer as diretrizes que regem o comércio 
internacional, o Capítulo 4 trata dos principais documentos que compõem um 
processo de exportação e importação, das bases do tratamento administrativo 
e dos métodos de classificação fiscal de mercadorias. O estudo desses temas 
permitirá a compreensão do passo a passo dos fluxos de importação e 
exportação.
O Capítulo 5 tem como ponto central a apresentação dos Termos de 
Comércio Internacional, ou Incoterms® 2020, que definem as obrigações, os 
riscos e os custos que cabem a vendedores e compradores em transações 
internacionais. Além disso, esse capítulo abordará as modalidades de 
pagamento e orientações quanto ao fechamento de câmbio, uma vez que no 
Brasil não é permitida a execução de contratos, títulos ou qualquer obrigação 
exequível em outra moeda que não seja a nacional.
A redução ou isenção de carga tributária pode representar um diferencial 
competitivo para organizações que realizam compras e vendas provenientes 
ou com destino a outros países. Portanto, no Capítulo 6, abordaremos os tipos 
de regimes aduaneiros especiais disponíveis no Brasil, com ênfase e maior 
aprofundamento nos regimes de drawback, trânsito aduaneiro, admissão e 
exportação temporária e entreposto aduaneiro, possibilitando uma maior 
compreensão de sua aplicação na realidade de cada empresa.
Bons estudos!
Introdução à logística internacional 9
1
Introdução à logística 
internacional
Vivemos em uma aldeia global altamente conectada, onde 
ocorrem trocas demercadorias e informações a todo momento, 
como se o mundo fosse plano, sem fronteiras ou barreiras. É nesse 
contexto que iniciamos nosso primeiro capítulo, que terá como 
ponto principal a compreensão da logística internacional dentro 
das economias globalizadas. 
Apresentaremos, assim, a logística internacional como protago-
nista no cenário internacional e conheceremos as principais variá-
veis que envolvem a troca de mercadorias entre diferentes países. 
Na sequência, faremos uma viagem no tempo compreendendo 
como o cenário após a Segunda Guerra Mundial exerceu influência 
no comércio internacional. 
Depois, abordaremos os aspectos da logística globalizada e 
as estratégias de operações em mercados globais, entendendo o 
que muda em relação a uma logística doméstica e apresentando 
a terceirização de processos logísticos como um diferencial com-
petitivo. Por fim, entenderemos que as alianças entre diferentes 
nações são necessárias para facilitar a troca de mercadorias – elas 
recebem o nome de blocos comerciais ou blocos econômicos. 
Desejo a você uma ótima leitura, repleta de muito conhecimento! 
1.1 Conhecendo a logística internacional 
Vídeo Antes de iniciarmos nosso primeiro capítulo, propomos que você ve-
rifique a procedência de cinco itens em sua casa; pode ser desde roupas 
e utensílios até objetos eletrônicos. É muito provável que a maioria dos 
itens que você observou tenha uma etiqueta semelhante a esta (Figura 1):
10 Logística e transporte internacional
Muitos dos produtos que utiliza-
mos em nosso dia a dia têm procedên-
cia da China, de Taiwan ou até mesmo 
de países não muito conhecidos. E 
sabe o porquê disso? Porque vivemos 
em um mundo de economia globaliza-
da, onde muitas empresas se voltam 
para o comércio internacional, confi-
gurando as chamadas cadeias globais 
de suprimentos.
Para entendermos melhor o concei-
to de cadeias globais, vamos imaginar 
uma montadora de veículos. As partes, 
as peças e os componentes podem ser 
importados de diferentes países. Depois seguirão para a produção de 
submontagem e para a montagem do veículo propriamente dita, o que 
pode ocorrer em plantas da montadora situadas em diferentes países. 
Ao final, os veículos poderão ser distribuídos tanto no mercado interno 
quanto no externo. 
Figura 1
Etiqueta de roupa importada
Go
ra
n 
Bo
gi
ce
vic
/S
hu
tte
rs
to
ck
Figura 2
Cadeia global de suprimentos de um veículo 
F – Fábrica; M – Manufatura; C – Concessionária.
USA
F1
C1
C2
C3
C4
C5
C6
F1
M1
Mercado 
nacional
Exportação
Co
ns
um
id
or
 fi
na
l
M2
M3
F2
F3
F4
F2
F3
F4
F5
F6
USA
China
China
Taiwan
ConcessionáriasDistribuição
Montagem 
de veículo
Produção de 
submontagens
Produção de 
componentes
Produção de 
matéria-prima
Fonte: Elaborada pela autora.
Introdução à logística internacional 11
Trabalhando dessa forma, as empresas buscam os fornecedores 
com os melhores preços e a qualidade para a compra dos supri-
mentos, bem como os melhores mercados para a comercialização 
de seus produtos acabados. 
Nesse contexto, entra em cena a logística internacional, tratando 
de movimentar produtos desde sua origem até o seu destino no menor 
tempo possível, com menor custo, na quantidade correta e de acordo 
com as exigências do mercado consumidor. Nesse sentido, Dias (2012) 
reforça que as organizações precisam atender seus clientes de manei-
ra rápida, eficaz e no menor custo possível, abrangendo o trinômio: 
preço x qualidade x atendimento. 
Com base em Robles e Nobre (2016), destacam-se como as princi-
pais atividades da logística internacional compreendida em uma cadeia 
de suprimentos global: 
zm
ic
ie
r k
av
ab
at
a/
Sh
ut
te
rs
to
ck
No
ch/
Shu
tterstock
No
ch/
Shut
terstock
Tri
ang
le c
/Shutt
erstock
No
ch/
Shu
tterstoc
k
No
ch/
Shu
tterstoc
k
o transporte, 
envolvendo 
os diferentes 
modais;
o recebimento, a 
movimentação, 
a armazenagem 
e a expedição de 
materiais;
a produção e 
manutenção de 
instalações e 
equipamentos;
as formas de 
distribuição 
dos produtos 
bem como os 
serviços de 
coleta e entrega;
o despacho 
aduaneiro de 
mercadorias e 
conhecimento 
das disposições 
legais de 
cada país.
despacho ou desembaraço 
aduaneiro: refere-se à 
liberação de uma mercadoria 
pela alfândega para a entrada ou 
saída no país, ou seja, o processo 
de liberação para exportação e 
nacionalização para importação. 
Glossário
A logística nacional acontece em um ambiente relativamente 
controlado; no entanto, quando se trata da logística internacional, 
estamos em um ambiente muito variado e altamente competitivo e, 
portanto, diversos itens precisam ser pensados, como a escolha do 
modal ideal ou da intermodalidade, a necessidade de armazenagem 
de suprimentos e produto acabado, o processo de manufatura e as 
formas de distribuição. 
Vamos conhecer agora as principais variáveis que devem ser consi-
deradas na logística internacional, listadas a seguir.
Os modais de transporte são: 
ferroviário, feito por ferrovias; 
rodoviário, por rodovias; hidro-
viário, pela água; dutoviário, 
pelos dutos; e aeroviário, por 
via aérea.
Saiba mais
12 Logística e transporte internacional
Geografia aberta: 
exportações e 
importações 
para diferentes 
continentes, com 
longas distâncias.
Barreiras ou 
embargos 
comerciais, 
barreiras políticas, 
culturais e 
linguísticas.
Regulamentações 
específicas para 
cada país ou tipo 
de mercadoria.
Alternância 
dos modais de 
transporte e uso da 
intermodalidade.
Necessidade do 
uso de outros 
idiomas.
Necessidade de 
fechamento de 
câmbio.
Aumento do 
volume de estoques 
em decorrência do 
tempo de trânsito e 
tempo de produção 
maiores.
Adaptação de 
embalagens 
de acordo com 
cada modal.
Restrições 
para produtos 
perigosos.
Documentações 
específicas para 
cada país.
Ch
am
p0
08
/S
hu
tte
rs
to
ck
A fim de compreendermos melhor as diferenças entre lo-
gística nacional e a internacional em suas principais variáveis, 
acompanhe o quadro a seguir.
Quadro 1
Operações nacionais e operações globalizadas
Operações nacionais Operações globalizadas
Operação mensurada em horas ou dias.
Operações mensuradas em semanas ou 
meses.
Sem desembaraço aduaneiro. Longo tempo de desembaraço.
Embalagens comuns. Embalagens especiais.
Transporte rodoviário.
Transporte marítimo, aéreo e multimo-
dalidade.
Idioma nacional.
Predominância do inglês e outros 
idiomas.
Pouca documentação. Necessidade de mais documentações.
Preocupação com a localização física do 
estoque.
Preocupação com o nível do estoque.
Transportes de fácil acesso e grande oferta.
Transportes complexos, com menor 
oferta disponível.
Fonte: Elaborado pela autora.
Que tal expandir seus co-
nhecimentos e conhecer 
oito curiosidades sobre 
o sistema de logística 
e transporte no Brasil? 
Acesse o link a seguir e 
descubra. 
Disponível em: https://cargox.com.
br/blog/8-curiosidades-sobre-o-
sistema-de-logistica-e-transporte-
no-brasil-que-voce-precisa-
conhecer. Acesso em: 30 set. 2020. 
Saiba mais
https://cargox.com.br/blog/8-curiosidades-sobre-o-sistema-de-logistica-e-transporte-no-brasil-que-vo
https://cargox.com.br/blog/8-curiosidades-sobre-o-sistema-de-logistica-e-transporte-no-brasil-que-vo
https://cargox.com.br/blog/8-curiosidades-sobre-o-sistema-de-logistica-e-transporte-no-brasil-que-vo
https://cargox.com.br/blog/8-curiosidades-sobre-o-sistema-de-logistica-e-transporte-no-brasil-que-vo
https://cargox.com.br/blog/8-curiosidades-sobre-o-sistema-de-logistica-e-transporte-no-brasil-que-vo
Introdução à logística internacional 13
Robles e Nobre (2016) enfatizam que a gestão das cadeias logísticas 
internacionais compreende o planejamento, a realização e o controle 
dos fluxos de informações e materiais entre empresas de diferentes 
países. Cabe à logística internacional o controle de fornecedores e de 
distribuidores desde o ponto de origem até o ponto de destino, bus-
cando o menor custo logístico e a melhoria no nível de serviçoacorda-
do entre compradores e vendedores. 
1.2 O comércio internacional no Pós-Guerra 
Vídeo Agora que já conhecemos os conceitos iniciais a respeito da 
logística internacional, vamos voltar no tempo para compreender 
como o comércio internacional se expandiu no Pós-Guerra. 
Imagine o mundo ao final da Segunda Guerra Mundial; mui-
tos países já se encontravam devastados pela participação direta 
na guerra ou mesmo pelos efeitos colaterais provocados em seus 
territórios. Suas economias, da mesma forma, encontravam-se fra-
gilizadas. Diante desse cenário caótico em que muitas nações se 
encontravam, surge a necessidade de estruturação de um plano co-
mercial a nível mundial, com características multilaterais e que pu-
desse auxiliar na reconstrução e recuperação econômica dos países. 
Pouco antes do final da Grande Guerra, em julho de 1944, repre-
sentantes de 44 nações aliadas se reuniram na cidade de Bretton 
Woods, New Hampshire (Estados Unidos), na chamada Conferência 
Internacional de Bretton Woods, estabelecendo um acordo histórico 
de mesmo nome. Esse acordo teve como objetivo o reordenamen-
to da política monetária e financeira internacional, com vistas à 
retomada do comércio inter-
nacional e à hegemonia do 
capitalismo mundial (SILVA; 
SILVA, 2018). 
A partir desse acordo fo-
ram criadas medidas deno-
minadas de Sistema Bretton 
Woods, dentre as quais se des-
tacam as descritas a seguir.
Ri
ch
ar
d 
Ca
va
lle
ri/
Sh
ut
te
rs
to
ck
14 Logística e transporte internacional
Definição do dólar 
americano como 
moeda padrão 
em transações 
internacionais.
Indexação da taxa 
de câmbio entre o 
dólar e as demais 
moedas.
Criação do lastro 
em padrão-ouro.
Criação de duas 
instituições com papéis 
fundamentais para 
a reconstrução do 
capitalismo: FMI e BIRD 
(atualmente denominado 
Banco Mundial), ambos 
sob o controle dos 
Estados Unidos.
Ri
ch
ard
 Ca
val
leri
/Shu
tterstock
Ao Fundo Monetário Internacional (FMI) cabia as funções de con-
trolar a oferta monetária, promover a estabilidade monetária e in-
centivar a retomada do comércio mundial. O Banco Internacional 
de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), por sua vez, tinha como 
objetivo financiar, por meio de empréstimos, a reconstrução dos países 
devastados pela guerra (SILVA; SILVA, 2018).
Mais tarde, em 1947, e como consequência do mesmo acordo, 
ocorre a criação do General Agreement on Tariffs and Trade (GATT – em 
português, acordo geral de tarifas e comércio), com o intuito de redu-
zir as barreiras comerciais, evitar a discriminação comercial entre os 
países e arbitrar conflitos entre países com práticas contrárias ao livre 
mercado por meio do favorecimento de seus produtores internos. 
A partir de 1995, por meio de uma assembleia realizada em 
Marrakech (Marrocos), contando com a participação de 96 países, a no-
menclatura do GATT é alterada para Organização Mundial do Comércio 
(OMC), tendo como objetivo estabelecer um marco institucional co-
mum para regular as relações comerciais entre os diversos membros 
que a compõem. 
 Agora que você já conhece um dos principais marcos da expan-
são do comércio internacional, vamos dar um salto na história para a 
década de 1990. No Brasil, essa década é marcada pela abertura dos 
mercados, principalmente para a importação de veículos, por meio da 
redução de barreiras comerciais. De acordo com Tripoli e Prates (2016), 
a nível mundial presenciamos o advento da internet e, com ela, os 
avanços descritos a seguir.
Atualmente, a OMC conta 
com 164 membros, sen-
do o Brasil um dos mem-
bros fundadores. A sede 
da OMC está localizada 
em Genebra (Suíça) e as 
três línguas oficiais da 
organização são o inglês, 
francês e espanhol. Quer 
saber mais? Acesse o link 
a seguir do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento
Disponível em: https://www.gov.
br/agricultura/pt-br/assuntos/
sanidade-animal-e-vegetal/
sanidade-vegetal/acordos-e-con-
vencoes-internacionais/organiza-
cao-mundial-do-comercio-omc-1. 
Acesso em: 30 set. 2020.
Saiba mais
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/sanidade-vegetal/acordos-e-convencoes-internacionais/organizacao-mundial-do-comercio-omc-1
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/sanidade-vegetal/acordos-e-convencoes-internacionais/organizacao-mundial-do-comercio-omc-1
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/sanidade-vegetal/acordos-e-convencoes-internacionais/organizacao-mundial-do-comercio-omc-1
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/sanidade-vegetal/acordos-e-convencoes-internacionais/organizacao-mundial-do-comercio-omc-1
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/sanidade-vegetal/acordos-e-convencoes-internacionais/organizacao-mundial-do-comercio-omc-1
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/sanidade-vegetal/acordos-e-convencoes-internacionais/organizacao-mundial-do-comercio-omc-1
Introdução à logística internacional 15
Tecnologia da informação 
e de comunicação (TIC): 
possibilita a troca e o tratamento 
de grandes volumes de dados, 
criando novas oportunidades 
para as empresas se 
destacarem no que diz 
respeito à logística.
Formação de parcerias comerciais 
entre empresas: mudanças na 
legislação comercial possibilitaram 
que empresas estabelecessem 
alianças e parcerias comerciais com 
o propósito de melhorar a troca 
de informações e agilizar o fluxo 
de materiais, agregando valor ao 
produto entregue ao cliente.
e-commerce e e-business: 
permitiram que empresas e 
consumidores buscassem 
fornecedores em qualquer 
lugar do mundo.
zm
ic
ie
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rs
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ck
Ins
pir
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Shutte
rstock
Ins
pir
ing/
Shutte
rstock
Podemos acrescentar ainda o fenômeno da globalização, de quan-
do o mundo se torna “plano”, uma vez que não existem mais barreiras 
físicas para a troca de mercadorias e a comunicação se torna muito 
mais rápida e fluida. Nesse momento, os mercados deixam de ser lo-
cais e passam a ser globais. 
Sistemas como o Electronic Data Interchange (EDI – em português, inter-
câmbio eletrônico de dados), que possibilita a troca eletrônica de dados, 
e Material Requirement Planning (MRP – planejamento das necessidades 
de materiais), que permite à empresa gerar projeções de quantidade e 
alocação dos materiais necessários para suprir suas demandas, propi-
ciam maior aproximação entre compradores e vendedores, auxiliando 
a troca de informações, e maior agilidade na reposição de suprimentos. 
Veja que se traçarmos uma linha do tempo imaginária, saímos de 
um momento de Pós-Guerra, quando surgem novas instituições inter-
nacionais com o propósito de auxiliar os países devastados a se recons-
truírem, e chegamos ao surgimento da internet e das tecnologias de 
informações, o qual permitiu a aproximação dos mercados. 
Se analisarmos os fatos históricos, veremos que as economias mun-
diais precisaram se adaptar às novas circunstâncias vivenciadas, como 
guerras, crises e até uma pandemia a nível mundial. Da mesma forma, 
os consumidores e suas necessidades se alteram ao longo do tempo. 
Assim, vivemos um momento em que estes possuem maior acesso à 
16 Logística e transporte internacional
informação, podem escolher vendedores de qualquer parte do mundo 
e exigem cada vez mais preços e prazos menores e melhor qualidade. 
Desse modo, diante desse novo perfil do consumidor e das alte-
rações nas economias globais, a logística também precisa se adaptar 
e se transformar. Já não a cabe mais a ela a simples preocupação de 
transportar e armazenar, mas sim de fazer a gestão de cadeias globais. 
1.3 Aspectos da logística globalizada 
Vídeo Você consegue imaginar um país que não troque mercadorias com 
os demais? Um país que seja autossuficiente e consiga produzir tudo 
aquilo que sua população necessita, desde alimentos até equipamentos 
eletrônicos, veículos e maquinários para suprir suasindústrias? Ou, ain-
da, como é o caso do Brasil, um grande produtor de grãos que não pu-
desse exportar seu excedente de produção? Impossível, não é mesmo? 
Vivemos em uma aldeia global onde países trocam mercadorias o 
tempo todo, seja para comercializar o excedente de sua produção, seja 
para comprar produtos, bens ou tecnologias que não estão disponíveis 
em seu mercado local. 
Alves (2015) ressalta que a globalização e a troca de mercadorias 
a nível mundial somente foram possíveis devido às mudanças ocorri-
das na economia do mundo, especialmente nas últimas três décadas, 
em que se destaca a desintegração da produção, ou seja, a divisão da 
produção entre diferentes países, indústrias e regiões ao redor do 
mundo, e a integração de vários países por meio do comércio 
internacional, conectando diferentes unidades produtivas 
ao realizarem importações e exportações. 
Nesse sentido, Robles e Nobre (2016, p. 61) corrobo-
ram ao dizer que “as cadeias logísticas internacionais 
de suprimento compreendem a necessidade de esten-
der a lógica da integração para fora das fronteiras da 
empresa e das fronteiras do país, incluindo fornecedo-
res e clientes”. Eles também afirmam que a vantagem 
competitiva obtida pelas empresas, nos tempos de hoje, 
baseia-se na produtividade (custo adequado) e na diferen-
ciação do produto, esta que se dá por inovação, qualidade e 
aumento do nível de serviço, de modo que beneficie todas as 
partes envolvidas na cadeia. 
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Introdução à logística internacional 17
É cada vez mais comum encontrarmos empresas que trabalham 
com o modelo de cadeia global de valor, com matriz situada em um 
país e filiais ou sucursais de produção espalhadas ao redor do mun-
do, distribuindo seus produtos para outros tantos. Por exemplo, 
uma empresa brasileira de lâmpadas fluorescentes realiza todas as 
suas pesquisas e sua engenharia de produtos no Brasil, faz sua pro-
dução em indústrias situadas na China, importa o produto acabado 
e o comercializa tanto em seu mercado interno quanto em exporta-
ções para o Mercosul. 
Nesse modelo, a logística internacional entra em cena unindo todos 
os elos dessa cadeia global, o que envolve a coleta de matéria-prima 
em uma determinada localidade, o processo de transformação em ou-
tra e a distribuição para armazéns, agentes internacionais, atacado, va-
rejo e até mesmo diretamente para o consumidor final, no e-commerce. 
Conforme já vimos, trabalhar com a logística internacional difere 
em muitos pontos da logística nacional, como no tempo de trânsito, na 
liberação dos processos, no uso de mais de um modal, na maior quan-
tidade de documentos, entre outros.
O Brasil é um dos principais exportadores de grãos do mundo, en-
tão vamos tomá-lo como exemplo para um processo de logística inter-
nacional. Esse processo passa pela colheita dos grãos na lavoura, pelo 
transporte do produto até um armazém próximo à zona portuária, pela 
armazenagem, pelo processo de desembaraço aduaneiro para a libera-
ção da carga, pelo embarque marítimo, pelo processo de desembaraço 
aduaneiro no destino, pelo transporte e pelo envio para armazenagem. 
Figura 3
Logística internacional de grãos
Fonte: Elaborada pela autora.
São muitas etapas, não é mesmo? 
Para que tudo flua e a engrenagem da logística funcione perfei-
tamente, cada elo desse processo precisa ser planejado antecipa-
damente e ser muito bem executado, pensando em todas as suas 
variáveis, ou seja, em quais serão os modais de transporte, qual 
será o porto de embarque e desembarque, quais serão as datas de 
saída dos navios, quais serão os documentos necessários para os 
sucursal: empresa que é 
subordinada a uma matriz; 
equivalente à filial.
Glossário
Saiba mais sobre a glo-
balização e o comércio 
internacional assistindo 
ao vídeo Globalization, 
publicado pelo canal 
abracomex.
Disponível em: https://youtu.be/ 
qj438T5KQQo?list=FL24JhgzuuILw 
BCZ_78Ij0Yw. Acesso em: 29 
set. 2020.
Vídeo
https://youtu.be/qj438T5KQQo?list=FL24JhgzuuILwBCZ_78Ij0Yw
https://youtu.be/qj438T5KQQo?list=FL24JhgzuuILwBCZ_78Ij0Yw
https://youtu.be/qj438T5KQQo?list=FL24JhgzuuILwBCZ_78Ij0Yw
18 Logística e transporte internacional
processos de desembaraço, para quais armazéns as cargas serão 
enviadas e por quanto tempo ficarão armazenadas. 
Vamos, então, conhecer um pouco mais sobre os aspectos da logís-
tica internacional. 
1.3.1 Multimodalidade ou intermodalidade
O transporte intermodal é caracterizado pelo uso de, no mínimo, 
dois modos diferentes de transporte combinados, da sua origem até 
seu ponto de destino. Nesse modelo, cada transportador em cada um 
dos modais emite o seu documento correspondente ao transporte rea-
lizado (DIAS, 2012). 
O transporte multimodal é, por sua vez, a combinação de vários 
modos de transporte, desde o ponto de origem até o de destino, sendo 
regido por um único contrato, executado sob responsabilidade única 
de um operador de transporte multimodal (OTM). Pode incluir serviços 
de coleta, unitização, desunitização, movimentação, armazenagem e 
entrega no destino (DIAS, 2012).
No que diz respeito à intermodalidade, Robles (2015, p. 118) 
destaca que:
as possibilidades intermodais numa cadeia logística podem 
resultar numa estrutura complexa de elos, cada um com suas 
características de capacidade, tempo de trânsito, custos as-
sociados e confiabilidade. A escolha modal e a associação de 
modos dependem das possibilidades geográficas, dos custos 
e das trocas compensatórias de custo identificadas. 
Dias (2012) aponta, ainda, que para cada alteração 
de modal é necessário um transbordo da carga e que 
no local de transbordo se faz necessário um arma-
zém, depósito ou terminal com infraestrutura de 
equipamentos de movimentação e de carga e 
descarga. O terminal de cargas, portan-
to, é o ponto de integração dos mo-
dais e tem como função receber 
e expedir materiais em um curto 
espaço de tempo, de modo a viabi-
lizar o processo de transporte. 
Golden Sikorka/Shutterstock
Introdução à logística internacional 19
1.3.2 Logística aduaneira 
Nos processos logísticos internacionais, cada embarque passa por 
um processo de desembaraço aduaneiro em sua origem e em seu des-
tino, processos estes que podem apresentar particularidades de um 
país para outro. 
Em todo o mundo, a Organização Mundial das Aduanas (OMA), criada 
em 1952 como Conselho de Cooperação Aduaneira, tem como objetivos 
principais: o estabelecimento de normas que garantam a segurança e 
a facilitação das cadeias logísticas em nível global; a implementação da 
gestão integrada de cadeias logísticas para todos os meios de transpor-
te; e a promoção da circulação ininterrupta de mercadorias por meio 
de cadeias logísticas internacionais seguras. Vinculada à OMC, é a única 
organização mundial que trata de assuntos aduaneiros (WCO, 2020). 
No Brasil, a legislação aduaneira é regulamentada pelo Regulamen-
to Aduaneiro, Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, sob a respon-
sabilidade e fiscalização da Receita Federal do Brasil. 
As aduanas de cada país possuem autoridade para recusar a en-
trada e saída de carregamentos de mercadorias caso os processos não 
atendam às exigências ou se apresentem de maneira ilícita, ou, ainda, 
expressem risco ao país. 
Agora que você já conhece os principais aspectos da logística inter-
nacional, lembre-se: antes de iniciar uma importação ou exportação, 
sempre pense em todas as etapas que esse processo envolverá, desde 
a escolha dos modais, os locais de transbordo até as particularidades 
da aduana local e do país de destino. 
Aprenda mais sobre os 
processos de desemba-
raço aduaneiro brasileiro 
acessando os manuais 
aduaneiros da Receita 
Federal.
Disponível em: http://receita.
economia.gov.br/orientacao/
aduaneira/manuais. Acesso em: 30 
set. 2020.
Leitura
aduana: ou alfândega; é uma 
repartição governamental oficial 
de controle do movimento de 
entradas e saídas de mercadorias 
provenientes ou destinadas ao 
exterior. 
Glossário1.4 Globalização das estratégias de 
operações e mercados globais Vídeo
Temos vivenciado, nas últimas décadas, fusões e alianças de mui-
tas organizações com o objeto de superar a concorrência e aumentar 
o nível de competitividade em mercados cada vez mais exigentes e 
globais. Esse cenário de grande competitividade exige alto nível de 
coordenação do fluxo logístico, que só é possível quando há um ge-
renciamento do fluxo de informações de maneira integrada ao longo 
da cadeia de suprimentos. 
http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais
http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais
http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais
20 Logística e transporte internacional
Uma cadeia de suprimentos é composta por três macroprocessos: 
o primeiro, inbound (entrada), diz respeito ao processamento de pe-
didos e recebimento de matéria-prima e materiais; o segundo, plant 
(manufatura), está relacionado à produção dos bens e processos de 
movimentação e armazenagem do produto acabado; e o terceiro, 
outbound (saída), é responsável pela distribuição dos produtos para o 
varejo, e-commerce e consumidores finais, conforme podemos observar 
na figura a seguir. 
Figura 4
Macroprocessos logísticos 
Fonte: Elaborada pela autora.
Robles (2015) destaca que nos negócios internacionais a gestão das 
cadeias de suprimentos passa pelo efeito das longas distâncias, maior 
tempo de encaminhamento de produtos, impacto das questões adua-
neiras pertinentes a cada país e envolvimento de múltiplos agentes, 
exigindo maior conhecimento e projeto de canais de distribui-
ção especializados.
Porém, como ter o conhecimento suficiente para 
gerenciar todos esses elos de uma cadeia logística 
internacional, de modo a agregar valor ao cliente, 
melhorar o nível de serviço entregue, reduzir os 
custos e ser competitivo no mercado?
A resposta encontrada por muitas empresas 
é a terceirização da logística por meio da con-
tratação de especialistas ou parceiros logísticos. 
Nesse sentido, a empresa foca no seu core business, 
ou seja, em suas atividades principais, terceirizando 
alguns processos, como processamento de pedidos, 
transporte, armazenagem, gestão de estoques, distribui-
ção e trâmites aduaneiros. 
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io/Shutterstock
Introdução à logística internacional 21
Dentro da terceirização da logística integrada, encontram-se os ope-
radores logísticos (3PL, Third-party Logistics). Dias (2012, p. 319) define 
um operador logístico como “a empresa prestadora de serviços espe-
cializada em coordenar, gerenciar e operar todas ou alguma parte das 
atividades logísticas, dentro das várias fases de abastecimento, agre-
gando valor aos produtos de seus clientes”. 
Usualmente, as funções mais terceirizadas da logística internacional 
são: transporte, armazenagem e desembaraço aduaneiro. No entanto, 
dependendo do operador contratado, essa gama de serviços pode ser 
ampliada. Vejamos, no Quadro 2, alguns exemplos de serviços que po-
dem ser contratados.
Quadro 2
Serviços prestados por operadores logísticos
Tipo de 
serviço Serviços contratados
Transporte
 • Coleta na origem (inland).
 • Entrega e distribuição no destino.
 • Contratação de fretes internacionais.
 • Estudo da combinação de modais mais eficientes. 
 • Melhor utilização da capacidade da matriz de transporte. 
 • Agenciamento de transporte internacional. 
Armazenagem
 • Controle de estoque.
 • Movimentação de mercadoria. 
 • Armazenagem.
 • Aluguel de software de controle, veículos e equipamentos de 
movimentação, coletores e etiquetas eletrônicas.
 • Terceirização de mão de obra especializada. 
 • Armazéns alfandegados.
 • Cross-docking.
 • Paletização.
 • Desenvolvimento de embalagens.
Desembaraço 
aduaneiro
 • Desembaraço aduaneiro.
 • Licença de importação.
 • Anuências.
 • Remoção (DTA).
 • Classificação de mercadorias.
 • Emissão de documentos (commercial invoice, packing list). 
Fonte: Elaborado pela autora.
cross-docking: método de dis-
tribuição, em que as mercadorias 
são recebidas em um centro 
de distribuição e enviadas aos 
clientes ou consumidores ime-
diatamente, sem necessidade de 
armazenamento.
Glossário
DTA: Declaração de Trânsito 
Aduaneiro; é o regime aduaneiro 
que permite o transporte de 
mercadorias de um ponto a 
outro do território aduaneiro 
(alfandegado), com suspensão 
de tributos.
Glossário
22 Logística e transporte internacional
A principal vantagem obtida na contratação de um operador logís-
tico está na utilização de seu conhecimento em processos internacio-
nais. Robles (2015, p. 90) diz que:
o planejamento da logística internacional leva em conta as dis-
tâncias, tempos e custos maiores para a movimentação de 
mercadorias entre os países. Além disso, ela convive com um 
conjunto de agentes que intermediam as relações entre embar-
cadores, transportadores e os clientes finais, que desempenham 
uma função especializada, que tem como objetivo facilitar e agili-
zar as transações comerciais internacionais, sendo desenvolvida 
por profissionais dedicados, que atuam nos diferentes modos 
de transporte, aduanas e nas diversas etapas dessas cadeias 
logísticas.
As estratégias de operações em mercados globais vão muito além 
de transferir uma mercadoria de um ponto A para um ponto B. Sendo 
assim, as organizações precisam ver o operador logístico como um di-
ferencial competitivo, compreendendo que esse trabalho agrega valor 
aos seus produtos e atende às necessidades de consumidores cada vez 
mais exigentes (DIAS, 2012). 
1.5 Blocos comerciais 
Vídeo A partir da década de 1990, com a ampliação do comércio inter-
nacional, muitos países passaram a realizar alianças entre si, visando 
facilitar a troca de mercadorias. Essas alianças receberam a nomencla-
tura de blocos comerciais ou blocos econômicos. De acordo com Robles 
(2015, p. 12):
os blocos econômicos correspondem à associação de países 
que estabelecem relações econômicas entre si privilegiadas e 
que concordam em abrir mão de parte da soberania nacional 
em proveito da associação. Uma das consequências da globali-
zação das economias é a formação de blocos econômicos, com 
o objetivo de maior integração entre seus membros e facilitação 
de suas relações comerciais. Dessa forma, os blocos econômi-
cos partem de uma redução e também da isenção de impostos e 
tarifas alfandegárias e buscam soluções comuns para questões 
comerciais envolvendo bens e serviços.
Os processos de integração econômica são conjuntos de medidas de 
caráter econômico e comercial que têm por objetivo promover a apro-
ximação e, eventualmente, a união entre as economias de dois ou mais 
Introdução à logística internacional 23
países. A câmara dos deputados (2020) no Brasil ressalta que, de acordo 
com o nível dos vínculos criados entre os países envolvidos no processo de 
integração, os blocos econômicos são classificados em cinco tipos.
 
Zona de preferências tarifárias
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Trata-se do processo mais elementar de integração. Consiste na 
adoção recíproca, entre dois ou mais países, de níveis tarifários prefe-
renciais, à qual se dá o nome de margem de preferência, estabelecendo 
que as tarifas incidentes sobre o comércio entre os países membros do 
grupo são inferiores às tarifas cobradas de países não membros. 
Zona de livre comércio (ZLC)
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Consiste na eliminação das barreiras tarifárias e não tarifárias 
que incidem sobre o comércio entre os países que constituem o 
grupo da ZLC. Como nela ocorre a isenção de tarifas aos bens 
comercializados entre os países membros, é 
necessária a comprovação de que a origem do 
produto comercializado é de um país membro, 
e não importado de um mercado terceiro, e que 
está sendo reexportado para dentro da zona. 
Um exemplo desse modelo é o NAFTA (North 
America Free Trade Area), ou Acordo de Livre Comér-
cio da América do Norte, firmado entre os Estados 
Unidos, México e Canadá. 
União aduaneira
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hutterstockTrata-se de uma Zona de Livre Comércio na qual é adotada também 
uma Tarifa Externa Comum (TEC). Nessa fase do processo de integra-
ção, um conjunto de países aplica uma tarifa para suas importações 
provenientes de países não pertencentes ao grupo, qualquer que seja 
o produto. Por fim, prevê a livre circulação de bens entre si com tarifa 
zero. Nesse modelo, faz-se necessário o estabelecimento de disciplinas 
comuns em matéria alfandegária e, em última análise, a adoção de po-
líticas comerciais comuns.
motioncenter/Shutterstock
24 Logística e transporte internacional
Mercado comum
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Representa o quarto nível de estágio de integração econômica, o 
qual, além da livre circulação de mercadorias, requer a circulação de 
serviços e fatores de produção, ou seja, de capitais (investimentos, re-
messas de lucro) e pessoas (trabalhadores ou empresas). Do ponto de 
vista dos trabalhadores, a livre circulação implica a abolição de todas as 
barreiras fundadas na nacionalidade e a instituição de uma verdadeira 
condição de igualdade de direitos em relação aos nacionais de um país. 
No que diz respeito ao capital, pressupõe a adoção de critérios regio-
nais que evitem restrições nos movimentos de capital em função de 
critérios de nacionalidade.
Vale ressaltar ainda que, nesse modelo, os países membros 
devem seguir os mesmos parâmetros para fixar a política monetária 
(fixação de taxas de juros), a política cambial (taxa de câmbio da moeda 
nacional) e a política fiscal (tributação e controle de gastos pelo Estado), 
isto é, devem concordar com o avanço integrado da coordenação das 
suas políticas macroeconômicas.
União econômica e monetária
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nd
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14/S
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Constitui a etapa, ou modelo, mais avançada e complexa de um 
processo de integração, alcançada até o momento apenas pela União 
Europeia. Nela, existe uma moeda comum e uma política monetária 
com metas unificadas e reguladas por um Banco Central comunitário; 
no caso da União Europeia, o Banco Central Europeu.
Agora que você já conhece as principais formas de integração 
econômica e comercial, que tal conhecermos os principais blocos da 
atualidade?
União Europeia (UE) 
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Les
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A antecessora da União Europeia foi criada em 1958 com o nome de 
Comunidade Econômica Europeia (CEE), sendo constituída por seis paí-
ses: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos. Ela 
Introdução à logística internacional 25
tinha como objetivo incentivar a cooperação econô-
mica, partindo do pressuposto de que se os países 
tivessem relações comerciais entre si, se tornariam 
economicamente dependentes uns dos outros, re-
duzindo assim os riscos de conflitos.
Atualmente, a União Europeia é uma união 
econômica e política constituída por 27 países eu-
ropeus,  que, em conjunto, abarcam grande parte 
do continente europeu. Embora todos os países da UE façam parte 
da União Econômica e Monetária (UEM), somente 19 países substituí-
ram as suas moedas nacionais pela moeda única: o euro. Esses países 
formam a chamada zona do euro (UE, 2020). 
Dentre seus acontecimentos mais recentes está a saída do Reino 
Unido, ocorrida em 31 de janeiro de 2020. 
Mercosul 
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skiy/
Shutterstock
  O processo de integração regional do Mercado 
Comum do Sul (Mercosul) foi iniciado em 26 de março 
de 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção pe-
los governos de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. 
A Venezuela aderiu ao bloco em 2012, mas está 
suspensa desde dezembro de 2016 por descumprir 
seu Protocolo de Adesão e, desde agosto de 2017, 
por violação da Cláusula Democrática do Bloco. Todos 
os demais países sul-americanos estão vinculados ao 
Mercosul como Estados Associados. A Bolívia, por sua 
vez, tem o status de Estado Associado em processo de 
adesão (MERCOSUL, 2020). 
O Mercosul tem como objetivos centrais a livre circulação interna de 
bens, serviços e fatores produtivos, o estabelecimento de uma Tarifa 
Externa Comum (TEC) no comércio com terceiros países e a adoção de 
uma política comercial comum. Atualmente, o bloco atravessa um pro-
cesso acelerado de fortalecimento econômico, comercial e institucio-
nal, buscando a prosperidade econômica com democracia, estabilidade 
política e respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais 
(MERCOSUL, 2020).
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Alexey Struyskiy/Shutterstock
26 Logística e transporte internacional
Você provavelmente deve 
estar se perguntando a respei-
to do BRICS, do qual o Brasil faz 
parte. Será que ele é um bloco 
econômico ou comercial? 
A resposta para essa per-
gunta é: nenhum dos dois! O 
BRICS não constitui nenhum dos modelos de blocos econômicos ou 
comerciais que estudamos. Trata-se de um agrupamento de países de 
mercado emergente com relação ao seu desenvolvimento econômico 
que se iniciou de maneira informal em 2006. 
Inicialmente era denominado BRIC, acrônico com as iniciais, em in-
glês, dos países nele agrupados: Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, 
por ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte do agru-
pamento, o qual adotou a sigla BRICS e ganhou voz no cenário interna-
cional em temas da agenda global. 
Em 2019, o Brasil exerceu a presidência de turno do BRICS, sob a 
temática “Crescimento Econômico para um Futuro Inovador”. Foram 
priorizadas iniciativas nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, eco-
nomia digital, saúde, cooperação no combate ao crime transnacional 
e aproximação entre os setores privados dos cinco países e o Novo 
Banco de Desenvolvimento. Em 2020, a presidência de turno do BRICS 
passou à Federação da Rússia (BRASIL, 2019). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A globalização provocou grandes mudanças nos mercados interna-
cionais, elevando a importância da logística internacional. Neste capítulo 
tivemos a oportunidade de conhecer os principais fatores de mudan-
ça, entendendo as diferenças de uma logística doméstica, com tempo e 
complexidade de processos menores, e uma logística internacional, com 
a exigência do conhecimento de novas culturas, a inclusão de processos 
aduaneiros e o uso da intermodalidade. 
Em síntese, podemos afirmar que o grande diferencial competitivo 
das cadeias logísticas globais está na gestão de todos os elos simulta-
neamente, bem como na formação de alianças e na terceirização de pro-
cessos que não fazem parte do core business das organizações. 
Puwadol Jaturawutthichai/Shutterstock
Introdução à logística internacional 27
ATIVIDADES
1. Diferencie multimodalidade de intermodalidade. 
2. Apresente duas diferenças entre a logística nacional e a internacional. 
3. Quais são as principais funções terceirizadas na logística internacional 
por meio do operador logístico?
REFERÊNCIAS
ALVES, A. R. Geografia econômica e geografia política. Curitiba: InterSaberes, 2015. [e-book]
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África 
do Sul. 2019. Disponível em: http://antigo.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/
mecanismos-inter-regionais/3672-brics. Acesso em: 30 set. 2020.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Representação brasileira no parlamento do Mercosul: etapas 
do processo de integração econômica do Mercosul. 2020. Disponível em: https://www2.
camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-mistas/cpcms/oqueeomercosul.
html/mercosulpolitico. Acesso em: 4 set. 2020.
DIAS, M. A. P. Logística, transporte e infraestrutura: armazenagem, operador logístico, 
gestão via TI, multimodal. São Paulo: Atlas, 2012.
MERCOSUL. Saiba mais sobre o MERCOSUL. 2020. Disponível em: http://www.mercosul.gov.
br/saiba-mais-sobre-o-mercosul. Acesso em: 4 set. 2020
ROBLES, L. T. Logística Internacional. Rio de Janeiro: SESES, 2015. 
ROBLES, L. T.; NOBRE, M. Logística Internacional: uma abordagem de negócios. Curitiba: 
InterSaberes, 2016. [e-book]
SILVA, R. A. G.; SILVA, R. dos S. Geografia política e geopolítica. Curitiba: InterSaberes, 2018. 
[e-book]
TRIPOLI. A. C. K.; PRATES, R. C. Comérciointernacional: teoria e prática. Curitiba: InterSaberes, 
2016. [e-book]
UE. Países que usam o Euro. 2020. Disponível em: https://europa.eu/european-union/
about-eu/euro/which-countries-use-euro_pt. Acesso em: 4 set. 2020.
WCO. Discover the WCO. 2020. Disponível em: http://www.wcoomd.org/en/about-us/what-
is-the-wco/discover-the-wco.aspx. Acesso em: 4 set. 2020.
http://antigo.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/mecanismos-inter-regionais/3672-brics.
http://antigo.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/mecanismos-inter-regionais/3672-brics.
https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-mistas/cpcms/oqueeomercosul.html/mercosulpolitico
https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-mistas/cpcms/oqueeomercosul.html/mercosulpolitico
https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-mistas/cpcms/oqueeomercosul.html/mercosulpolitico
http://www.mercosul.gov.br/saiba-mais-sobre-o-mercosul
http://www.mercosul.gov.br/saiba-mais-sobre-o-mercosul
https://europa.eu/european-union/about-eu/euro/which-countries-use-euro_pt
https://europa.eu/european-union/about-eu/euro/which-countries-use-euro_pt
28 Logística e transporte internacional
2
Cadeias logísticas globais
Você já parou para pensar no porquê as empresas se inter-
nacionalizam? E também no nível de complexidade que envolve 
uma cadeia logística global, em que os insumos e componentes de 
produção são adquiridos em mais de um país, as unidades de pro-
dução e montagem estão espalhadas pelo mundo e a distribuição 
de seus produtos ocorre em escala mundial?
Neste capítulo conheceremos a resposta para essas e outras 
perguntas, relacionadas aos seguintes tópicos: internacionaliza-
ção organizacional e os principais fatores que impulsionam as 
organizações a entrarem nos mercados internacionais; empresas 
multinacionais e transnacionais e as particularidades das em-
presas que atuam em âmbito internacional; e cadeias logísticas 
internacionais e os tipos de integração possíveis quando uma 
cadeia logística se torna global.
Além disso, abordaremos o OEA (Operador Econômico Autorizado) 
– programa que permite às empresas que operam no comércio 
exterior desfrutarem de maior agilidade nos procedimentos aduanei-
ros – e aprenderemos a diferenciar operadores de integradores lo-
gísticos internacionais e como os processos de terceirização logística 
podem trazer benefícios às empresas que optam por esse modelo.
Desejo a você uma ótima leitura!
2.1 Internacionalização organizacional 
Vídeo Vivemos em um mundo globalizado, onde empresas compram ou 
negociam seus produtos com diferentes países o tempo todo. A globa-
lização faz com que a troca de mercadorias a nível mundial pareça algo 
comum no dia a dia de grandes organizações.
Cadeias logísticas globais 29
Mas agora vamos pensar em um cenário de pequenas ou 
médias empresas que compram e vendem apenas no mer-
cado doméstico. Quais seriam as motivações que as leva-
riam a realizar importações ou então a disponibilizar seus 
produtos em mercados internacionais?
Antes de entendermos as razões pelas quais as empre-
sas optam por importar, vamos conhecer o conceito de im-
portação. Entende-se por importação a compra de insumos 
(matéria-prima bruta, partes, peças, componentes) prove-
nientes do mercado externo; nesse processo há entrada de 
mercadorias de outros países e saída de divisas (pagamento reali-
zado por essas mercadorias). Lembramos que para que as mercadorias 
possam adentrar em nosso país, elas precisam passar por um processo 
de desembaraço aduaneiro, ou seja, devem ser nacionalizadas.
Vamos iniciar conhecendo as vantagens relacionadas às importações:
Allies Interactive/Shutterstock
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Fornecedores: no caso de 
algumas matérias-primas ou 
componentes industriais, pode 
não haver fornecedores no 
mercado doméstico. Outro ponto 
é que, ao buscar fornecedores 
em mercadores internacionais, 
há a possibilidade de encontrar 
uma maior gama de produtos 
disponíveis.
Preço: a maior disponibilidade 
de fornecedores permite a 
comparação de preços. Um 
segundo ponto está atrelado à 
especialização dos mercados, 
o que possibilita produzir com 
custos menores e preços mais 
competitivos. Ainda, alguns 
países possuem mão de obra 
mais barata ou incentivos 
governamentais, o que lhes 
permite a redução de custos.
Tecnologia: países desenvolvidos 
conseguem promover mais 
inovações, desenvolvendo novos 
produtos. Assim, a tecnologia 
disponível em mercados 
internacionais pode ser superior 
à disponível no país que está 
importando. Importar produtos 
sem equivalentes no mercado 
nacional pode representar um 
diferencial competitivo, no caso 
de empresas que trabalham 
com a revenda. As empresas 
podem, ainda, usar as tecnologias 
importadas para renovação de 
seus equipamentos ou plantas 
industriais, tornando-se mais 
produtivas.
Qualidade: por atuar em 
mercados internacionais, com 
compradores mais exigentes, o 
nível de qualidade dos produtos 
pode ser maior, atendendo 
a critérios internacionais de 
desenvolvimento e qualidade. 
O ideal é conseguir encontrar a 
combinação entre menor preço e 
maior qualidade.
Visual Generation/Shutterstock
30 Logística e transporte internacional
Visual Generation/Shutterstock
A exportação, por sua vez, pode 
ser definida como a saída da merca-
doria do território aduaneiro nacio-
nal, representando não somente 
essa saída, como também a entra-
da de divisas. Assim, as empresas 
podem escolher exportar por dife-
rentes razões, as quais podem ser 
classificadas em três blocos, descri-
tos a seguir.
divisa: moeda internacio-
nal para pagamento das 
mercadorias.
Glossário
Aleksandr Bryliaev/Shutterstock
Situação conjuntural
• Crise no mercado interno.
•	 Incentivos	fiscais	e	de	crédito.
• Taxa de câmbio favorável.
• Consulta de importadores.
• Financiamento às exportações.
Estratégia de crescimento
•	 Diversificação	de	mercados.
• Utilização da capacidade ociosa de produção.
• Aproveitamento da sua capacidade instalada.
• Divulgação da marca.
• Redução de custos.
• Aprimoramento tecnológico.
• Aumento do faturamento.
Cultura organizacional
• Melhoria da qualidade do produto.
• Estratégia de internacionalização.
• Aperfeiçoamento administrativo.
•	 Criar	competência	na	identificação,	
seleção e consolidação de mercados.
As empresas podem encontrar-se em diferentes fases, ou etapas, 
do processo de internacionalização, de acordo com a movimentação 
externa que realizam (DALLA COSTA; SANTOS, 2011):
Cadeias logísticas globais 31
Capacidade produtiva em outros países
A empresa produz seus produtos em 
diferentes países e os distribui ao 
redor do mundo.
Filial comercial em outro país
A	empresa	possui	filiais	ou	representantes	
nos países para os quais exporta.
Exportações ocasionais
A empresa tem alguma oportunidade 
pontual de exportar os seus produtos.
Nenhuma atividade exportadora
A empresa comercializa seus produtos apenas no 
mercado doméstico.
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Macrovector/Shutterstock
Culturalmente, o Brasil não é um país exporta-
dor. De acordo com a Confederação Nacional 
da Indústria (CNI, 2016), apesar de estarmos 
figurados entre as dez maiores economias glo-
bais, nosso percentual de exportações em rela-
ção ao PIB é baixo, na casa dos 12%, enquanto a 
média mundial é de 30%. Desse modo, o Brasil 
contribui com apenas 1,2% do volume mundial 
de exportações de bens e, se forem considerados 
apenas os produtos manufaturados, esse percentual 
cai para 0,7%.
Os produtos exportados pelo 
Brasil são representados, em 
sua maioria, por commodities, 
isto é, produtos em seu estado 
bruto ou com baixo nível de 
transformação ou manufatura. 
Entre as principais commodities 
exportadas pelo Brasil estão: 
soja, petróleo, minério de ferro, 
celulose e carnes.
Saiba mais
32 Logística e transporte internacional
Você deve, então, estar se perguntando quais sãoos principais fato-
res que inibem os exportadores a se aventurar em mercados interna-
cionais. Vamos elencar alguns:
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falta de cultura 
exportadora dos 
empresários
burocracia, 
excesso de leis e 
tarifas e demora 
na liberação de 
mercadorias
medo de arriscar, 
pois acreditam que 
o mercado nacional 
é mais seguro
falta de estrutura ou 
pessoal adequado 
para gerenciar a 
exportação
falta de interesse e 
iniciativa
desconhecimento 
dos mercados 
externos
falta de visão 
estratégica
O grande desafio dos exportadores brasileiros é, portanto, mudar 
essa cultura e entender a exportação como uma possibilidade de me-
lhoria da competitividade.
Está se preparando para exportar? Lembre-se das perguntas que 
deverão ser feitas:
Quais serão os produtos exportados?
Há necessidade de alterações ou melhorias?
Quais serão os países ou o mercado-alvo?
Quais serão os canais de distribuição?
Quais	serão	os	desafios?	(Culturais,	barreiras	comerciais,	técnicas	ou	tarifárias,	concorrência).
Quanto	o	mercado	externo	está	disposto	a	pagar	pelo	produto	e	qual	é	o	perfil	do	público	consumidor?
Cadeias logísticas globais 33
Nesse contexto, Borges (2017, p. 23) ressalta que:
dentro do contexto atual econômico mundial, o crescimento das 
exportações é a base necessária para o desenvolvimento, tanto 
econômico quanto social, de uma nação. Esse processo permite 
o aumento do ingresso de divisas, incremento da estrutura pro-
dutiva, maiores oportunidades no mercado de trabalho, forma-
ção de capital e a redistribuição.
Além dos fatores citados pelo autor, as exportações permitem o 
superávit na balança comercial das nações. Balança comercial é o in-
dicador econômico que representa a relação entre o total de expor-
tações e importações de bens e serviços de um país em determinado 
período, ou seja:
saldo da balança comercial = exportações – importações
Quando o total de exportações de bens é superior ao total de impor-
tações, há um superávit, sendo um fator positivo na economia, uma 
vez que o país está exportando (vendendo) mais do que está importan-
do (comprando). Quando o contrário ocorre (o país importa mais do 
que vende), dizemos que há um déficit na balança comercial.
Para saber mais a respei-
to da balança comercial 
brasileira, acesse o link a 
seguir. 
Disponível em: https://www.gov.br/
produtividade-e-comercio-exterior/
pt-br/assuntos/comercio-exterior/
estatisticas/balanca-comercial-
brasileira-acumulado-do-ano. 
Acesso em: 7 out. 2020.
Saiba mais
AlexCaelus/Shutterstock
2.2 Empresas multinacionais e transnacionais 
Vídeo Alguns autores ainda diferenciam os dois termos, mas multinacional 
vem sendo substituído gradualmente por transnacional, por este repre-
sentar melhor as características das novas corporações globais.
No cenário pós-Segunda Guerra Mundial, com a retomada do 
crescimento econômico, muitas empresas passaram a expandir seus 
negócios, montando filiais em outros países, principalmen-
te naqueles em desenvolvimento. Com 
os avanços tecnológicos e informa-
cionais a partir da década de 1990, 
associados ao desenvolvimento 
dos transportes, o processo de in-
ternacionalização é intensificado, 
demandando das empresas 
estruturas mais flexíveis e 
cada vez mais competitivas.
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/estatisticas/balanca-comercial-brasileira-acumulado-do-ano
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/estatisticas/balanca-comercial-brasileira-acumulado-do-ano
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34 Logística e transporte internacional
Dessa forma, as empresas passam a adotar o modelo de em-
presas transnacionais, ou seja, grandes corporações que possuem 
sede administrativa ou matriz em um determinado país bem como 
filiais em diferentes países ao redor do mundo, com o objetivo de 
buscar novos mercados consumidores e baratear custos de mão de 
obra e matéria-prima.
Vejamos a seguir algumas características das empresas transnacionais.
Suas etapas de produção podem ocorrer em países diferentes.
Cada	filial	deve	seguir	à	risca	o	padrão	estabelecido	pela	matriz,	
padronizando produtos e serviços disponibilizados ao mercado.
 O fator da padronização ocorre para que sejam aplicados os 
mesmos padrões de  qualidade em qualquer lugar do mundo. É o 
exemplo da Coca-Cola; se você comprar esse produto aqui no Brasil 
ou na Europa, ele será o mesmo. Esse aspecto faz com que as em-
presas atinjam um público em massa, aumentando seus lucros e sua 
influência a nível mundial.
Outras empresas transnacionais conhecidas mundialmente 
são: Adidas, Pepsi, Unilever, McDonald’s, Nestlé, Nike, 
Puma, Volkswagen, General Motors, Toyota, Nokia, 
Sony, Siemens, Peugeot, Vivo e Apple. No Brasil também 
temos empresas transnacionais atuando em outros 
países; alguns exemplos são: Camargo Corrêa, Gerdau, 
Grupo Votorantim, JBS-Friboi, Odebrecht, Petrobras, 
Vale e Tigre.
As empresas transnacionais podem, ainda, 
ser conhecidas pela nomenclatura empresas glo-
bais; porém, há uma pequena diferença. Estas 
transcendem os limites nacionais, tendo sua 
identidade nacional substituída, pois desco-
nhecem fronteiras, isto é, não estão presas a 
uma sede administrativa ou matriz própria em 
sua origem e assumem caracterís-
ticas globais.
Assista ao vídeo 
As Transnacionais, do 
canal Aline S., para ter 
uma maior compreensão 
sobre as diferenças de 
multinacionais e transna-
cionais e o contexto de 
seu surgimento e desen-
volvimento ao longo do 
tempo.
Disponível em: https://youtu.be/
Wm-3f09q6Lw. Acesso em: 7 
out. 2020.
Vídeo
emka74/Shutterstock
https://youtu.be/Wm-3f09q6Lw
https://youtu.be/Wm-3f09q6Lw
Cadeias logísticas globais 35
2.3 Cadeias logísticas internacionais 
Vídeo Uma cadeia logística é composta por diferentes elos: a entrada de 
suprimentos, a produção e os elos responsáveis pela distribuição dos 
produtos. Em uma cadeia de suprimentos integrada, todos esses elos 
trabalham em conjunto, como uma engrenagem, conforme podemos 
ver na Figura 1.
Agora, vamos entender o funcionamento de uma 
cadeia logística internacional, conhecida como 
global sourcing. Trata-se de uma estratégia com-
petitiva que surge a partir de 1960, sendo adota-
da por organizações como a Nike e Apple, com 
o objetivo de levar suas cadeias produtivas para 
países com custos de produção menores. Com 
a globalização, esse processo se intensificou.
Paura (2020) destaca que o conceito de 
global sourcing envolve muito mais que a 
compra de bens ou serviços provenientes de 
diversas nações. São estratégias que levam as 
organizações à produção de partes de um pro-
duto em diferentes países, enquanto a finalização 
ou montagem ocorre no país sede. Nesse modelo, as em-
presas buscam fornecedores ou parceiros em outras nações.
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Figura 1
Logística 
integrada 
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F o r n e c e d o r e sF o r n e c e d o r e s
P r o d u ç ã oP r o d u ç ã o
D i s t r i b u i ç ã oD i s t r i b u i ç ã o
Fonte: Elaborada pela autora.
36 Logística e transporte internacional
Razzolini Filho (2012) define o global sourcing como uma visão amplia-
da do gerenciamento da cadeia logística, em que fornecedores/parceiros 
e clientes trabalham de maneira integrada, independentemente de sua 
localização geográfica. A prática desse modelo permite a redução do 
número de fornecedores mediante a manutenção de parceiros na ca-
deia de suprimentos que ofereçam atuação global.
Consegue imaginar a complexidadede se trabalhar em uma empre-
sa global, onde os insumos e componentes de produção são adquiridos 
em mais de um país, as unidades de produção e montagem estão es-
palhadas pelo mundo e a distribuição (venda) de seus produtos ocorre 
em escala mundial? Complexo, não é mesmo?
Nesse sentido, Razzolini Filho (2012, p. 174) destaca que “o gerencia-
mento de operações e dos processos logísticos em ambientes globais 
implica em um forte sistema que integra a organização em diversos 
aspectos”. Sendo assim, precisamos trabalhar de maneira integrada os 
diferentes elos dessa cadeia, a saber:
Khvost/Shutterstock
Gerenciamento 
de compras 
(matéria-prima, 
componentes)
Produção em 
diferentes 
plantas
Armazenagem e 
movimentação 
de materiais
Transporte 
(multimodal)
Distribuição 
global
Portanto, o grande desafio da logística global está em saber como in-
tegrar e administrar os elos entre fornecedores, fabricantes, operadores 
logísticos, canais de distribuição e clientes. Diante desse desafio comple-
xo, Razzolini Filho (2012) destaca três aspectos essenciais sob a ótica glo-
bal: a integração geográfica, a integração funcional e a integração setorial.
Integração geográfica
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Está relacionada à perda da importância das fronteiras geográficas 
tradicionais. Para que essa integração seja possível, três fatores são 
relevantes:
Quer saber como é a 
cadeia de produção do 
iPhone da Apple? Acesse 
o link a seguir e descubra!
Disponível em: https://
canaltech.com.br/
smartphone/A-saga-do-iPhone-
conheca-a-cadeia-de-producao-
do-smartphone-da-Apple/. Acesso 
em: 7 out. 2020.
Curiosidade
https://canaltech.com.br/smartphone/A-saga-do-iPhone-conheca-a-cadeia-de-producao-do-smartphone-da-Apple/
https://canaltech.com.br/smartphone/A-saga-do-iPhone-conheca-a-cadeia-de-producao-do-smartphone-da-Apple/
https://canaltech.com.br/smartphone/A-saga-do-iPhone-conheca-a-cadeia-de-producao-do-smartphone-da-Apple/
https://canaltech.com.br/smartphone/A-saga-do-iPhone-conheca-a-cadeia-de-producao-do-smartphone-da-Apple/
https://canaltech.com.br/smartphone/A-saga-do-iPhone-conheca-a-cadeia-de-producao-do-smartphone-da-Apple/
Cadeias logísticas globais 37
Tecnologia da 
informação 
Permite a 
comunicação e 
troca de dados e 
de informações em 
tempo real, com 
qualquer parte do 
globo.
Novos sistemas de 
transportes 
A agilidade nos 
sistemas de 
transportes possibilita 
a troca de mercadorias 
entre diferentes países 
com maior rapidez, 
custos menores e 
sem necessidade 
de manutenção de 
grandes estoques.
Recursos humanos 
Profissionais	
globalizados com 
capacidade de atuar 
em qualquer parte do 
mundo, com domínio 
de diferentes idiomas 
e motivados por novos 
desafios.
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Integração funcional
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Diz respeito à integração e operacionalização de áreas funcionais, 
como engenharia, produção, finanças, marketing, logística etc., por 
meio de processos. Com base nesses processos, nascem os fluxos que 
percorrem a organização como um todo:
Fluxo físico ou de 
matérias
 Responsável pela 
movimentação dos 
materiais e produtos 
por toda a cadeia 
logística.
Fluxo de informações 
Responsável pela troca 
de informações entre 
os diferentes elos da 
cadeia e, ainda, por 
colocar em movimento 
o	fluxo	de	materiais.
Fluxo financeiro 
Responsável pela 
remuneração dos 
recursos (pessoais, 
materiais, de transporte 
etc.) utilizados na 
cadeia logística.
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Nesse processo de integração, embora as áreas funcionais possam 
estar em diferentes países, elas atuam de maneira integrada, dando 
suporte uma a outra e trazendo fluidez aos três fluxos.
38 Logística e transporte internacional
Integração setorial
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Está relacionada ao trabalho cooperativo entre os elos da cadeia 
logística, de modo a otimizar o sistema logístico como um todo. Confor-
me o interesse conjunto de todos os membros do canal, o foco passa a 
ser a satisfação do cliente final. Algumas formas de integração setorial 
ocorrem pelos seguintes meios:
Efficient Consumer 
Response (ECR) 
Ferramenta de 
resposta	eficiente	
ao consumidor, em 
que o suprimento de 
estoques do varejista 
ocorre de maneira 
automática, com 
base na integração 
de sistemas de 
informação.
Vendor Management 
Inventory (VMI) 
Estoque gerido pelo 
fornecedor, no qual 
o fabricante gerencia 
os estoques dos 
distribuidores.
Electronic Data 
Interchange (EDI)
Troca eletrônica de 
dados; sistema que 
permite a troca de 
informações entre os 
membros da cadeia 
logística de maneira ágil 
e com maior rapidez.
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Cada vez mais as empresas estão expandindo seus negócios para além 
de suas fronteiras, e esse é um processo irreversível. Com isso, o grande 
desafio está em como integrar os diferentes elos de uma cadeia global.
2.4 OEA – Operador Econômico Autorizado 
Vídeo O Brasil é um dos países mais burocráticos do mundo em ter-
mos de desembaraço de mercadorias provenientes ou destinadas ao 
exterior. No entanto, esses trâmites podem ser facilitados quando as 
empresas aderem ao Programa Brasileiro de Operador Econômico 
Autorizado (OEA), construído com base em parâmetros internacionais 
e reconhecidos pela Organização Mundial de Aduanas (OMA) e pela 
Organização Mundial do Comércio (OMC).
O programa tem por objetivo facilitar os procedimentos de controle 
do fluxo de mercadorias, tanto no próprio país quanto no exterior. Os 
benefícios concedidos pelo programa OEA podem ser de  caráter ge-
ral ou de acordo com a modalidade de certificação, a função do opera-
dor na cadeia logística ou o grau de conformidade aferido.
Cadeias logísticas globais 39
Ao aderir ao programa, as empresas que operam no comércio 
exterior desfrutam de maior agilidade nos procedimentos aduaneiros 
e de controle físico por órgãos anuentes, reduzindo assim seus prazos 
e custos (SISCOMEX, 2020).
Quem pode aderir ao programa OEA? Segundo a Receita Federal 
(PROGRAMA OEA, 2015a, grifos do original):
de acordo com o artigo 1º, parágrafo 1º da Instrução Normativa 
RFB 1 nº 1598/2015, considera-se Operador Econômico Autori-
zado (OEA) o interveniente em operação de comércio exterior 
envolvido na movimentação internacional de mercadorias a 
qualquer título que, mediante o cumprimento voluntário dos 
critérios de segurança aplicados à cadeia logística ou das obriga-
ções tributárias e aduaneiras exigidos pelo Programa OEA, seja 
certificado pela RFB como OEA.
Desse modo, podem requerer voluntariamente a certificação OEA: 
importador; exportador; transportador; agente de carga; depositário de 
mercadoria sob controle aduaneiro; operador portuário ou aeroportuá-
rio; e Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação (Redex).
Dentre os principais benefícios concedidos às empresas que ade-
rem ao programa OEA, de acordo com a Instrução Normativa RFB 
n. 1.598/2015 (PROGRAMA OEA, 2015b), destacam-se os seguintes:
Receita Federal do Brasil.
1
Quer saber os requisitos 
para implementação do 
Programa Brasileiro de 
OEA? Visite o link a seguir 
e tenha acesso ao guia 
completo de implementa-
ção do programa.
Disponível em: https://www.gov.
br/receitafederal/pt-br/assuntos/
aduana-e-comercio-exterior/
importacao-e-exportacao/oea/
como-se-tornar-um-oea. Acesso 
em: 7 out. 2020.
Leitura
No caso de importação 
por meio aquaviário, 
será permitido ao 
importador OEA 
registrar a Declaração 
de Importação (DI) 
antes da chegada da 
carga ao território 
aduaneiro, com 
aplicação de seleção 
parametrizada 
imediata.
O OEA poderá 
usufruir dos 
benefícios 
concedidos para 
sua modalidade 
de	certificação	em	
qualquer unidade 
aduaneira.
Divulgação do 
nome do operador 
no sítio da RFB.
Será facultado ao OEA 
usufruir de benefícios e 
vantagens dos Acordos 
de Reconhecimento 
Mútuo	(ARM)	que	a	RFB	
venha a assinar com 
as aduanas de outros 
países.
As unidadesde 
despacho aduaneiro 
da RFB dispensarão 
o OEA de exigências 
formalizadas na 
habilitação a regimes 
aduaneiros especiais, 
ou aplicados em 
áreas especiais que já 
tenham sido cumpridas 
no procedimento 
de	certificação	no	
programa OEA.
A seleção para canais de conferência 
dos despachos de exportação do 
exportador OEA terá seu percentual 
reduzido em relação aos demais.
A parametrização 
das declarações 
aduaneiras do 
exportador OEA 
será executada de 
maneira imediata 
após o envio 
para despacho 
da Declaração de 
Exportação (DE).
Será dispensada a 
apresentação de garantia 
para o importador 
OEA na concessão do 
regime de admissão 
temporária para utilização 
econômica.
A mercadoria importada 
por OEA que proceda 
diretamente do exterior 
terá tratamento de 
armazenamento prioritário 
e permanecerá sob custódia 
do depositário até ser 
submetida ao despacho 
aduaneiro.
Biw3ds/Shutterstock
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/importacao-e-exportacao/oea/como-se-tornar-um-oea
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/importacao-e-exportacao/oea/como-se-tornar-um-oea
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/importacao-e-exportacao/oea/como-se-tornar-um-oea
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/importacao-e-exportacao/oea/como-se-tornar-um-oea
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/importacao-e-exportacao/oea/como-se-tornar-um-oea
40 Logística e transporte internacional
Vale ressaltar que um OEA autorizado torna-se um parceiro estra-
tégico da Receita Federal, quando comprovado o cumprimento dos 
requisitos e critérios do programa. Ainda segundo a Receita Federal 
(PROGRAMA OEA, 2015b), esse operador será certificado como de 
baixo risco e confiável e, assim, gozará dos benefícios oferecidos pela 
aduana brasileira, relacionados à maior agilidade e previsibilidade de 
suas cargas nos fluxos do comércio internacional.
2.5 Operadores e integradores 
logísticos internacionais Vídeo
Quando uma empresa decide se internacionalizar, seja para realizar 
processos de importação ou de exportação, ela irá precisar de 
profissionais mais qualificados, que tenham conhecimento de outros 
idiomas, operações de câmbio, desembaraço aduaneiro, exigências 
alfandegárias, multimodalidade, certificados e regulamentações 
necessárias nos países de origem e de destino.
A logística internacional é mais complexa do que a 
logística doméstica e possui diversas particularidades, 
o que leva muitas organizações a terceirizarem seus 
processos logísticos. Esse processo é conhecido como 
outsourcing e consiste na delegação de serviços a pro-
fissionais aptos a realizarem serviços mais complexos. 
Assim, as empresas terceirizadas são responsáveis pe-
los processos logísticos desde a origem da mercadoria 
até o seu destino, sendo denominadas de operadores 
logísticos ou Third-party Logistics (3PL) 2 .
De acordo com Razzolini Filho (2012), o operador lo-
gístico é uma empresa que atua independentemente de seus clien-
tes, prestando serviços físicos (armazenagem, manuseio de materiais, 
embalagem e transporte) e serviços logísticos de nível gerencial, como 
processamento de pedidos e controle e gerenciamento de estoques.
Quando se trata de logística internacional, a gama de serviços prestados 
se torna ainda mais abrangente, incluindo, além dos serviços anteriores, a 
gestão de transporte multimodais, o desembaraço aduaneiro, as certifica-
ções, as embalagens especiais adaptadas a cada modal e a gestão de licen-
ças e documentos pertinentes a cada modal ou classificação de produtos.
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Este assunto foi tratado 
superficialmente no Capítulo 1. 
Agora, veremos ele mais a fundo 
e o relacionaremos com outro 
operador logístico. 
2
Cadeias logísticas globais 41
A contratação de um operador logístico traz vantagens de redução 
de custos, melhor aproveitamento de escala, benefício da expertise em 
todos os elos da cadeia logística e, por consequência, maior qualidade 
nos serviços prestados e entregues aos contratantes. Dias (2012) desta-
ca como principais vantagens da contratação de um operador logístico:
Ch
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contratos de 
compra e venda 
mais adequados
ganhos de escala 
e negociações de 
transporte
utilização e 
combinação de 
modais mais 
eficientes
redução dos custos 
indiretos
melhor utilização 
da capacidade 
disponível da matriz 
de transporte
melhor utilização 
da infraestrutura 
para as atividades 
de apoio, como 
armazenagem e 
manuseio
melhor 
aproveitamento 
das tecnologias de 
informação
O know-how dos operadores logísticos possibilita, ainda, oferecer o 
desenvolvimento de projetos de inteligência logística aos clientes, por 
meio de estudos que possibilitem a maior otimização dos processos e 
a redução de custos.
know-how: conhecimento de 
normas, métodos e operações 
relacionados a alguma ativi-
dade; nesse caso, às atividades 
logísticas. 
Glossário
42 Logística e transporte internacional
Outro modelo de terceirização, ainda recente, são os integradores 
logísticos, também conhecidos pelo termo Fourth-party Logistics (4PL). 
Eles são uma evolução dos prestadores de serviços logísticos e dos 
operadores logísticos, que até então eram mais focados no armazena-
mento e transporte e representavam o nível mais alto de gerenciamen-
to da cadeia de suprimentos.
Lima (2004) destaca que um 4PL pode gerenciar todas as atividades 
estratégicas de uma cadeia de suprimentos, desenvolvendo três fun-
ções básicas, descritas a seguir.
Aleksandr Bryliaev/Shutterstock
 Gerenciamento da cadeia de 
abastecimento, o que inclui os 
provedores de suprimentos e 
operadores logísticos.
 Gerenciamento, integração 
e coordenação dos 
vários prestadores de 
serviços logísticos que são 
contratados pelo 4PL.
 Remodelagem dos processos 
da cadeia de suprimentos, 
assegurando processos mais 
eficazes	e	eficientes,	otimizando	
recursos e reduzindo custos.
A Figura 2 representa o modelo 4PL. É possível perceber que o 4PL 
funciona como um elo integrador entre os elos da cadeia logística e o 
3PL, atuando na gestão de todo esse agrupamento.
Figura 2
Demonstração do modelo 4PL
Provedores de 
suprimentos
Provedores de 
serviços logísticos
Manufatura
Operadores logísticos
Distribuição
Provedores de tecnologia 
da informação
INTEGRADOR LOGÍSTICO
Ra
ul
Al
m
u/
Sh
ut
te
rs
to
ck+ +
Fonte: Elaborada pela autora.
Você sabia que, além do 
3PL e 4PL, existem outros 
provedores? Conheça as 
diferenças entre 1PL, 2PL, 
3PL, 4PL e 5PL lendo o 
texto Entenda o que é 3PL, 
4PL e 5PL na logística!, de 
Fábio Cunha.
Disponível em: https://www.
datamex.com.br/blog/3pl-4pl-
5pl-o-que-e-suas-vantagens-na-
logistica/. Acesso em: 7 out. 2020.
Importante
Vale ressaltar a diferença entre 
os modelos 3PL e 4PL. Enquanto 
um operador logístico participa 
das operações logísticas em 
sua maioria e possui ativos 
(caminhões, armazéns etc.), um 
integrador logístico coordena 
essas ações, uma vez que oferece 
uma visão e um gerenciamento 
mais estratégicos da cadeia de 
suprimentos da empresa.
Site
https://www.datamex.com.br/blog/3pl-4pl-5pl-o-que-e-suas-vantagens-na-logistica/
https://www.datamex.com.br/blog/3pl-4pl-5pl-o-que-e-suas-vantagens-na-logistica/
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Cadeias logísticas globais 43
A logística internacional é uma das áreas que vem contratando os 
serviços dos integradores logísticos, representados pelos agentes in-
ternacionais de carga, freight forwarder e até mesmo operadores de 
transporte multimodal (OTM). Assim, contratar um 4PL traz benefícios, 
como a maior velocidade operacional e informacional e melhor gestão 
e redução de custos para o transporte de cargas internacionais.

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