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Resenha do primeiro cáp. Sobre a Revolução - Hannah Arendt

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Resenha do capítulo I “O significado de revolução’
Ao escrever o capítulo intitulado “O significado de revolução”, Hannah Arendt discorre sobre o conceito de revolução e os desdobramentos a partir deste. Desse modo, pode-se evidenciar, em primeira instância e em termos genéricos, que existe revolução quando há uma certa novidade, ou seja, quando tem-se um sentido de alterabilidade baseado nesta.
Duas substanciais revoluções da história são destacadas, a saber: a Revolução Americana (1776) e a Revolução Francesa (1789). As revoluções carregam grande influência do Iluminismo e, consequentemente, do seu ideal de liberdade. É válido dizer também que as revoluções possuem consequências inimagináveis e indeterminadas, uma vez que, como qualquer outra ação iniciada, ao principiar uma revolução, não se sabe o rumo que esta tomará dali em diante.
Arendt enfatiza o papel desempenhado pelas questões sociais em todas as revoluções. Assim, começaram a entender, que a pobreza não era algo inerente ao ser humano, ou seja, que ser um indivíduo pobre não era algo considerado vitalício. Ainda assim, permaneceu por muito tempo, o pensamento de que o ser pobre seria para sempre pobre, devido a uma determinada escolha divina. Esse caráter ligado às questões sociais, chegou a Europa e teve seu papel revolucionário admitido.
A Revolução Americana potencializou a aplicação, advinda do iluminista Montesquieu, da partição dos 3 poderes, a saber: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, alterando assim, o esqueleto político americano. O estopim para a Revolução Francesa não foi uma influência direta e totalmente da Revolução Americana, mas sim as condições sociais que existiam na América e estavam sendo implantadas na Europa.
Também é recorrido o conceito de liberdade. Pode-se dizer que libertação e liberdade são diferentes, assim, a primeira funciona como condição para que a segunda aconteça. É válido destacar que o pós Revolução Francesa, marca um momento de liberdade e que a liberdade exige um lugar para debate público, seja uma praça ou até mesmo na ágora como faziam os antigos.
Dentro dessa perspectiva da liberdade, tem-se a questão acerca da liberdade política, que é considerada um ponto chave. A liberdade política nada mais é do que a
participação dos cidadãos nas atividades do corpo político. Essa participação foi ausentada desde o fim da antiguidade até o início da época moderna, com o acentuamento das revoluções, as quais como já supracitado, têm a liberdade como fim. Além disso, a liberdade política se dá no espaço público, com uma certa igualdade entre os homens.
Outro ponto importante é o significado designado pelos antigos ao termo revolução. Dessa maneira, a palavra era um termo astronômico presente nos estudos das ciências naturais, graças a Copérnico. Nesse princípio, seu significado era literal, isto é, demonstrava os movimentos necessários e regulares dos astros em sua órbita, movimento esse que estava fora do alcance do homem, o que o tornava irresistível. Nesse sentido, pode-se notar que o significado de revolução nada tinha a ver com novidade e sequer com a violência.
Quando o termo revolução foi adotado de uma outra forma, designava, metaforicamente, a descrição entre humanos e mortais, trazendo uma concepção de um movimento eterno e recorrente a ser aplicada às oscilações do destino humano. Ao comparar os antigos significados com o atual, nota-se que o termo se desenvolveu e se transformou-se com o passar da história e dos anos. Assim, para saber o que é uma revolução, Arendt discorre:
(...) devemos examinar aqueles momentos históricos em que ela fez uma aparição completa, assumiu uma espécie de forma definida e começou a exercer seu fascínio no espírito dos homens, sem qualquer relação com os abusos, as crueldades e as privações de liberdade que podem ter levado à rebelião. Em outras palavras, devemos examinar a Revolução Francesa e a Revolução Americana, e temos de levar em conta que ambas foram empreendidas, em suas fases iniciais, por homens firmemente convencidos que iriam restaurar uma antiga ordem das coisas que fora perturbada e violada (...). (ARENDT, 1988, p.74)
Depreende-se, portanto, que a revolução, quando presente no meio dos seres, assumindo o seu papel, não tinha relação com qualquer elemento que, posteriormente, levaria a algum tipo de violência. Nessa circunstância, a ideia central daqueles que iniciaram grandes revoluções, bem como a francesa e a americana, era a restauração de uma ordem, não a busca por algo novo. Desse modo, pode-se dizer também que rebeliões e revoltas não são revoluções, uma vez que não indicam uma certa libertação e não constituem uma liberdade.
Por fim, é válido destacar que a Revolução Francesa, a qual teve um fim caótico, resultou numa relevância significativa para a história mundial, ao passo que a Revolução Americana que triunfou com sucesso, manteve sua substância apenas local e não repercutiu tanto como a Francesa.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ARENDT, Hannah. Da revolução. São Paulo: Ática, 1988.

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