Buscar

Apostila Semiologia Completa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
UNIVERSIDADE FEEVALE 
 
 
 
 
 
Semiologia do Adulto 
 
 
SEMIOLOGIA MÉDICA 
4º SEMESTRE 
 
 
 
 
 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
 Estrutura da Anamnese 
 
1. Estrutura da anamnese: 
• Base para iniciar a investigação diagnóstica (80% dos diagnósticos são feitos pela anamnese e exame físico); 
• Facilita o registro no prontuário; 
• Organiza as informações fornecidas pelo paciente; 
• Direciona a solicitação de exames complementares e a abordagem terapêutica e/ou preventiva; 
 
2. Sugestão de roteiro: 
 
1) Identificação do paciente; 
2) Fonte e confiabilidade das informações; 
3) Queixa principal; 
4) História da doença atual; 
5)Medicações em uso; 
6) Doenças e condições clínicas concomitantes; 
7) Revisão dos sistemas; 
8) História médica pregressa 
9) História médica familiar; 
10) Perfil psicossocial; 
 
1) Identificação do paciente: 
• Inicio da relação médico-paciente (diferente de preencher formulário); 
• Humaniza o paciente; 
a) Nome: completo, com nome da mãe e data de nascimento; 
*A identificação da mãe é necessária quando o nome do paciente for muito comum. Ex.: João da Silva. 
b) Idade: anos de vida e data de nascimento; 
c) Sexo e gênero; 
Sexo= características anatômicas do masculino e do feminino; 
Gênero= papel social do masculino e do feminino; 
d) Etnia e raça; 
Etnia= um grupo definido pela mesma origem, afinidades linguísticas e culturas. Ex.: afrodescendentes, 
caucasiano, latino; 
Raça: consideração dada por fatores morfológicos, como cor da pele, constituição física e estatura. Ex.: 
branco, preto, pardo, amarelo e indígena (IBGE)- autoclassificação; 
e) Estado civil: 
Casado, solteiro, separado, divorciado, viúvo (ver a situação real da pessoa); 
f) Profissão: 
Atividade executada e há quanto tempo; 
Exerceu profissões anteriores? 
Aposentado não é profissão; 
g) Naturalidade: local de nascimento; 
h) Procedência: local de onde veio; 
i) Residência: endereço completo; 
j) Religião ou crença; 
 
2) Fonte e confiabilidade das informações: 
• Quem fornece as informações? 
-Paciente; 
-Se paciente não pode informar: acompanhante, familiar, responsável, cuidador, vizinho); 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
 
3) Queixa principal (QP): 
• “Em que eu posso ajudá-lo?” ou “O que está lhe incomodando?”; 
• É o principal problema, o que trouxe o paciente para consultar; 
-De preferência uma queixa; 
• E se receber mais de uma queixa? 
-Na maioria das vezes são sintomas que acompanham a QP e podem ajudar no diagnóstico; 
- “Qual a que lhe fez vir procurar ajuda?” ou “Qual a que lhe incomoda mais?”; 
• Pode ser descrita entre aspas nas palavras do paciente (com bom senso); 
• A QP é um sinal ou um sintoma; 
 
4) História da doença atual (HDA): 
• Parte mais importante da anamnese (explora o motivo da consulta); 
• Iniciar indagando há quanto tempo; 
• Duração; fatores desencadeantes; forma de início (aguda ou crônica); características clínicas (tipo de dor; 
localização, aspecto, coloração, volume, etc); fatores atenuantes; fatores agravantes e o que for importante e 
associado à QP; 
• Pode incluir procedimentos, atendimentos, intervenções terapêuticas, medicamentos usados; 
• Paciente relata da maneira que imagina o mecanismo da doença (visão crítica e procurar esclarecer); 
 
Decálogo da dor: 
• Localização: onde inicia a dor? Irradia para alguma outra região ou é localizada? 
• Irradiação: para onde a dor vai, irradia, se espalha? (Usar o termo que fique melhor para o entendimento do 
paciente); 
• Qualidade/caráter: queimação, pontada, pulsátil, cólica, constritiva, contínua, cíclica, profunda, superficial; 
• Intensidade: é a dor mais forte que o senhor já sentiu? EM uma escala de 0–10 quanto seria essa dor? 
• Duração: após o início quanto tempo dura a dor? É constante? É intermitente? 
• Evolução: a primeira vez que o Sr. Sentiu a dor já foi com a mesma força que é atualmente? Ou começou 
mais leve e foi piorando (progressiva)? 
• Relações com funções orgânicas: p. ex.: dor retroesternal associada à vômitos; 
• Fatores de agravo: existe algo que piora a dor? (posição, alimentação, movimentação, decúbito...); 
• Fatores de alívio: existe algo que alivia/melhora a dor? (posição, horário do dia, movimentação, medicação 
-qual); 
• Fatores associados: demais fatores relacionados à dor; 
 
5) Medicação em uso concomitante: 
• Anotar os nomes de outros medicamentos que o paciente está usando ou que usou recentemente; 
*Anticoncepcional é medicamento! 
• Posologia, o tempo de uso, se é usado regularmente e conforme prescrito, se tem efeitos colaterais, quem 
prescreveu ou se é automedicação; 
 
6) Doenças e condições clínicas concomitantes: 
• Doenças concomitantes: comorbidades associadas, como por exemplo HAS, diabetes, osteoporose, asma, 
AIDS, depressão, neoplasias; 
• Alergias e intolerâncias: alimentar, medicamentosa; 
• Gravidez e alimentação: mulheres em idade fértil deve-se sempre esclarecer; 
 
7) Revisão de sistemas: 
• Visão do paciente como um topo, o que amplia a investigação; 
• Importante para formação da hipótese diagnóstica e dos diagnósticos diferenciais; 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
• Pode orientar para a avaliação preventiva; 
• Achados podem ou não ter a ver com a QP; 
• Dispensar em situações de emergência! 
• Roteiro: anatômico segmentar e por sistemas biológicos; 
 
• Sintomas gerais; 
• Sintomas dermatológicos; 
• Olhos, nariz, seios paranasais, boca, orelhas, garganta; 
• Sistema respiratório; 
• Sistema cardiovascular; 
• Sistema digestório; 
• Sistema nefrourinário; 
• Sistema urogenital masculino ou sistema ginecológico; 
• Sistema neurológico; 
• Sintomas psíquicos; 
• Sistema endócrino; 
• Sistema hemolinfopoético e sistema imunológico; 
• Sistema musculoesquelético e sistema reumatológico; 
 
a) Sintomas gerais: 
• Febre, emagrecimento, perda de apetite, astenia e anemia; 
• Podem fazer parte da história da doença atual; 
• Sua presença sinaliza um quadro clínico com repercussões sistêmicas e , em geral, mais grave, enquanto sua 
ausência aponta para uma doença localizada; 
 
b) Sintomas dermatológicos: 
• Alterações da pele enquanto a cor, textura, umidade, temperatura, sensibilidade (dor, prurido, diminuição da 
sensibilidade) e presença de lesões (cortes, ulcerações, hematomas, descamação...). 
• Alterações de fâneros (cabelos, unhas, pelos); 
*O paciente pode ser orientado quanto à exposição ao sol e ao uso de protetor solar; 
 
c) Sintomas em olhos, orelhas, nariz, seios paranasais e garganta: 
• Olhos: redução da visão, dor, sensação de olhos secos, prurido, ardência, lacrimejamento, daltonismo, 
diplopia, fotofobia, nistagmo, escotomas, secreção, vermelhidão; 
*O paciente pode ser orientado quanto a necessidade de exame oftalmológico; 
• Orelhas: dor, otorreia, otorragia, perda da acuidade auditiva, vertigem, tontura, zumbidos; 
• Nariz e seios paranasais: obstrução nasal, espirros, prurido nasal, coriza, rinorreia, epistaxe, fungar, aspiração 
faríngea, gotejamento pós nasal, pigarros, alterações do olfato; 
• Garganta: dor de garganta, alteração na fonação (rouquidão, voz anasalada, afonia), ronco e apneia do sono; 
 
d) Sistema respiratório: 
• Dor torácica, tosse, expectoração, hemoptise, dispneia, sibilância, cornage ou estridor, cianose, ronco durante 
o sono; 
 
e) Sistema cardiovascular: 
• Dor torácica, palpitações, dispneia, intolerância ao esforço, desmaio e sincope, cianose, edema localizado ou 
generalizado (anasarca), insônia ou sono inquieto, esfriamento ou aquecimento localizado da pele, síndrome 
de Raynaud; 
 
f) Sistema digestório: 
SemiologiaMédica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
• Alteração de apetite (inapetência, anorexia, polifagia, ou hiperorexia, perversão do apetite) sialose, halitose, 
alterações dentárias, ulcerações e sangramentos orais, disfagia alta e baixa, náuseas e vômitos, pirose, 
diarreia, esteatorréia, distensão abdominal, flatulência e dispepsia, obstipação e constipação, icterícia, prurido 
generalizado, odinofagia, regurgitação, hematêmese, hérnias, tumoração abdominal ou ascite; 
 
g) Sistema nefrourinário: 
• Dor lombar, dor em cólica no trajeto das vias urinárias e períneo, incontinência urinaria, modificação do jato 
urinário, odinúria, mau cheiro da urina, oligúria, poliúria, noctúria, nictúria, polaciúria, urina turva, 
hematúria, colúria, edema; 
 
h) Sistema urogenital masculino: 
• Ulcerações, vesículas ou outras lesões penianas, corrimento uretral, priapismo, hemospermia, diminuição da 
libido, ausência de ejaculação, disfunção erétil, ejaculação precoce, varicocele, nódulos ou tumorações nos 
testículos, urgência miccional, diminuição do jato urinário; 
*Aspectos da sexualidade do paciente podem ser investigados; 
 
i) Sistema ginecológico: 
• Ciclo menstrual (duração, menarca, pubarca, telarca, menopausa, climatério, polimenorreia, oligomenorreia, 
hipomenorreia, dismenorreia, tensão pré-mentrual, menorragia, metrorragia, corrimento vaginal, 
dispareunia, anafrodisia, diminuição da libido, anorgasmia, fogachos, insônia, alterações do humor, sintomas 
mamários); 
• História ginecológica e obstétrica: numero de gestações, partos, ocorrência de abortos ou intercorrências 
durante a gestação; 
*Aspectos da sexualidade da paciente podem ser investigados; 
 
j) Sistema neurológico: 
• Crises convulsivas, distúrbios visuais (amaurose, ambliopia, diplopia), distúrbios da marcha e motricidade 
(disbasia, paralisias, parestesias, paresia), anestesias, disfonia, dislexia, disgrafia, afasia, dislalia; 
 
k) Sintomas psíquicos: 
• Alterações de consciência, atenção, orientação, pensamento, memoria, inteligência, sensopercepção, 
vontade, psicomotricidade, afetividade e comportamento; 
• Também averiguar alucinações, compulsões, pensamentos obsessivos, ansiedade e fobias; 
 
l) Sistema endócrino: 
• Sintomas relacionados com os hormônios produzidos pela glândula hipófise (gigantismo, nanismo, 
acromegalia e alterações da puberdade), tireoide (nódulos, bócio, alteração da sensibilidade ao frio ou calor, 
alteração da sudorese, alteração de peso, arritmias cardíacas), paratireoides (hiperfunção-emagracimento, 
astenia, câimbras, dor osteoarticular, raquitismo ou Hipofunção-tetania, crises convulsivas, queda de cabelos, 
unhas frágeis) e suprarrenais (alteração do peso, , acumulo ou depleção de gordura, alterações na tensão 
arterial); 
 
m) Sistema hemolinfopoético e sistema imunológico: 
• Alterações nos glóbulos vermelhos (anemia, astenia), alteração de plaquetas (hemorragias, petéquias, 
equimose, hematoma), alteração do estado imunológico (infecções de repetição ou oportunistas, com ou sem 
febre), adenomegalias, esplenomegalia e hepatomegalia, esplenectomia; 
 
n) Sistema musculoesquelético e sistema reumatológico: 
• Dor muscular, osea ou articular, caibras, soluço, atrofia e fraqueza muscular, sinais de inflamação articular 
(edema, calor, rubor, dor), rigidez articular, deformidade óssea; 
 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
8) História médica pregressa: 
• Doenças prévias e seus tratamentos (neoplasias com qtx) e doenças da infância; 
• Cirurgias prévias e procedimentos invasivos (anotar data); 
• Traumatismo e acidentes; 
• Transfusão sanguíneas (data, local, motivo, número, efeitos adversos); 
 
9) História médica familiar: 
• Componente genético das doenças; 
• Conhecer a história de saúde de avós, pais, tios, irmãos e filhos; 
• Estado de saúde dos familiares em 1º grau vivos e a causa da morte dos falecidos (primeiro grau: pais, irmãoes 
e filhos); 
• Exemplo: doenças cardiovasculares, HAS, diabetes, dislipidemia, alcoolismo, depressão, neoplasias, 
colelitíase, doença renal, anemia; 
 
10) Perfil psicossocial: 
• Abordagem de aspectos pessoais e do bem-estar geral; 
• Escolaridade; 
• Habitação: local, condições de esgoto e saneamento, quantas pessoas vivem no local, animais domésticos; 
• História ocupacional: detalhes das atividades profissionais e por hobby, se QP sugere doença ocupacional, a 
história ocupacional será aprofundada na HDA; 
• Exposição a situação de risco: ocupacionais, urbanas ou rurais, doenças endêmicas transmissíveis; 
• Dependências: tabagismo, alcoolismo; 
• Hábito alimentar; 
• Atividades físicas; 
• Problemas sociais e econômicos; 
• Problemas familiares; 
• Religião e espiritualidade; 
 
Questionário CAGE para dependência de álcool: 
• Acrônimo referente as suas 4 perguntas: 
• Cut down, Annovde by criticism, Guilty e Eye-opener 
1) Você já pensou em largar a bebida? 
2) Ficou aborrecido quando outras pessoas criticaram o seu habito de beber? 
3) Se sentiu mal ou culpado pelo fato de beber? 
4) Bebeu pela manhã para ficar mais calmo ou se livrar de uma ressaca (abrir os olhos?); 
• A presença de duas respostas afirmativas sugere uma indicação positiva de dependência de álcool; 
 
 
3. Semiologia da dor torácica: 
 
3.1 Classificação conforme a origem 
• Dor pleural: pneumonia com comprometimento pleural, infarto pulmonar, pneumotórax, derrame pleural 
inflamatório, pericardite com comprometimento pleural; 
• Dor mediastinal: 
-Origem cardíaca: angina, IAM; 
-Origem pericárdica: pericardite, derrame pericárdico, pneumopericardio; 
-Outras origens: dissecção da aorta, traqueobronquites agudas, DRGE, tumores mediastinais; 
• Dor parietal: 
-Dor muscular intercostal (contraturas, distensões, traumas), inflamação costocondrial, doenças da coluna e 
nervos, doenças cutâneas; 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
3.2 Características semiológicas: 
• Dor pleural: 
-Localizadas nas regiões de destruição pleural (lembrar do diafragma); 
-Em pontada ou fisgada; 
-Intensidade variável, de inicio agudo; 
-Ventilatório dependente (diferenciar da dor parietal); 
-Piora com inspiração profunda; 
-Alivia com pausa respiratória, respiração curta e decúbito lateral do lado comprometido; 
- Tosse (seca=pleurite; produtiva=pneumonia); febre, dispneia; 
• Dor mediastinal- origem cardíaca: 
-Localização na região precordial, retroesternal, epigástrica; 
-Irradiação para fúrcula, pescoço, mandíbula e/ou MSE; sinal de Levine; 
-Compressiva, em aperto ou queimação; 
-Desencadeada por esforço físico, emoção, alimentação e frio; 
-Alivia com repouso e uso de nitratos; 
-Intermitente (angina 2-5 min), mas pode ser contpinua (IAM, angina instável: > 20 min); 
-Intensidade leve, moderada ou grave; 
-Náuseas, vômitos, sudorese, palidez, sensação de morte iminente, ansiedade; 
• Dor mediastinal- origem pericárdica: 
-Retroesternal; 
-Irradiação para pescoço e membros (mais à esquerda); 
-Dolente, em aperto; 
-Agravada por rotação do tronco, inspiração profunda, tosse, decúbito dorsal; 
-Alivia com inclinação do tronco anterior (posição genupeitoral); 
-Longa duração (dias e semanas); 
-Intensidade leve, moderada ou grave; 
-Febre, dispneia, mialgia, fadiga 
• Dor mediastinal- origem diversa: 
-Dissecção de aorta: semelhante ao IAM, mas súbita, progressiva (até ficar lancinante) e com irradiação para 
o dorso; pode ter síncope, AVC ou isquemia de membros; 
-Traqueobronquite aguda: esternal alta ou paraesternal, em queimação, intensidade leve a moderada, 
associada a tosse seca e irritativa e sintomas virais; 
-DRGE: retroesternal, em queimação, relacionado com alguns alimentos, sem relação com esforços, piora 
com o decúbito dorsal, acompanhada de azia, tosse, sensação de gosto ácido na garganta,soluço; 
• Dor parietal: 
-Superficial e bem localizada; 
-Dolente (às vezes aguda, em fisgada, em choque ou queimação); irradiação pode seguir trajeto costal (ex. h. 
zoster, compressão radicular); 
-Piora com o movimento, a pressão/palpação do local e com a inspiração profunda (ventilatório-dependente). 
-Alivia com imobilidade (posição antálgica); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
Técnicas De Anamnese 
 
1. Técnicas de anamnese: 
 
1.1 Apresentação: 
• No início são feitos comentários mais amenos e informais, facilitando o primeiro contato; 
• O médico de identifica: nome, propósito e estimativa da duração da entrevista; 
 
1.2 Prevenindo infecções: 
• O médico deve lavar as mãos antes de entrar em contato com o paciente e usar um jaleco confortável com 
mangas ajustadas nos punhos; 
• Síndrome do avental branco: alguns pacientes podem ficar angustiados e alterar os sinais vitais na presenla 
do médico vestindo o jaleco branco; 
• 5 momentos de higienização das mãos: 
1) Antes de contato com o paciente; 
2) Antes da realização de procedimento asséptico; 
3) Após a exposição de fluidos corporais; 
4) Após contato com o paciente; 
5) Após contato com o ambiente próximo ao paciente; 
 
1.3 Realização da entrevista: 
• Entrevista livre: 
-Geralmente no início da consulta, na coleta da HDA; 
-Pode acontecer em qualquer momento; 
-O paciente relata livremente; 
• Entrevista dirigida com perguntas abertas: 
-Quando o paciente responde de modo muito resumido; 
-Facilitação: encorajar o paciente a dizer mais sem especificar o tópico, através da postura, de ações ou de 
palavras; 
-Reflexão: semelhante a facilitação, consiste na repetição das palavras do paciente para encorajá-lo a 
fornecer maiores detalhes; 
-Esclarecimento: tentar entender o sentido de algumas colocações; 
-Respostas empáticas: tentar acolher o paciente, com compreensão. Ajuda-o a ter mais segurança e 
confiança. Respostas podem ser verbais ou não verbais; 
• Entrevista dirigida com perguntas fechadas: 
-Quando é necessário detalhar a entrevista, após ter ouvido a história inicial; 
-Evitar no início da anamnese, útil na revisão de sistemas; 
-Não induzir o paciente; 
 
→ Atributos de um sintoma: 
a) Tempo: quando iniciou? 
b) Localização: onde é? Irradia-se? 
c) Qualidade? Como se parece? 
d) Intensidade ou quantidade: o quanto incomoda? 
e) Ritmo: por quanto tempo dura? Aparece com frequência? 
f) Fatores desencadeantes: algo que faça surgir? 
g) Fatores agravantes: algo que faça piorar? 
h) Fatores atenuantes: alvo que alivia? Como alivia? 
i) Manifestações associadas: algo acompanha esse sintoma? 
 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
1.4 Interpretação das respostas do paciente: 
• Reconhecimento do roteiro de anamnese- guia da entrevista e coleta completa dos dados; 
• O paciente não sabe que nós temos um roteiro; 
• Não cabe ao paciente a interpretação das suas manifestações clínicas; 
• Cuidado redobrado com pacientes que tem conhecimento da área de saúde, pacientes com doenças crônicas 
ou que investigaram seus sintomas do google. Não é incomum que façam correlação equivocadas; 7 
• Cuidado com os diagnósticos feitos; 
 
1.5 Encerramento da entrevista: 
• Médico deve revisar se faltou algo para perguntar; 
• Dúvidas do paciente: médico assistente ou professor; 
• Duração da entrevista? Respeitar as condições do paciente e evitar conversar prolongadas; 
• Questionamentos adicionais podem ser feitos no exame físico; 
• Agradecer a atenção. Perguntar se pode ajudar em algo (um copo de água, desligar a luz, alcançar uma 
coberta, ajudar a se levantar, chamar a equipe de enfermagem); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
Ectoscopia 
 
1. Preparo do estudante para o exame física: 
• Código de Ética Médica, Capítulo V- Relação com pacientes e familiares: 
-Art 38: É vedado desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais; 
• O que isso tem a ver com o exame clínico? 
-O direito do paciente à privacidade; 
• Evitar interpretar os achados clínicos com o paciente; 
 
2. Preparação do ambiente: 
• Silencio; 
• Iluminação; 
-Uma incidência de luz tangencial, facilita a visualização da pulsação da veia jugular; 
-Luz perpendicular à superfície ou difusa reduz as sombras e deixa-se de perceber ondulações sutis 
percorrendo a superfície; 
• Conforto; 
• Equipamentos; 
-Lanterna: serve para iluminar cavidades não alcançadas pela luz natural, assim como para verificação do 
reflexo fotomotor e consensual; 
-Abaixador de língua: de madeira e descartável; 
-Fita métrica: medir diâmetro corporais (cefálico, torácico, abdominal); 
-Termômetro: medir temperatura corporal; 
-Lupa: visualização de lesões na pele de pequeno tamanho; 
-Esfigmomanômetro: aferir pressão arterial; 
-Estetoscópico: utilizado para ausculta; 
-Martelo de reflexos: pesquisa de reflexos tendinosos (patelar e o aquileu); 
-Diapasão: pesquisa da audição; 
-Oftalmoscópio: visualização do fundo do olho; 
-Otoscópio: visualização da membrana timpânica; 
-Agulha e algodão: pesquisa na sensibilidade tátil e dolorosa; 
-Balança: determinação do peso corporal; 
-Haste milimetrada: medir a altura; 
 
3. Principais técnicas do exame físico: 
 
• Inspeção (ou ectoscopia): observação que se inicia no primeiro contato com o paciente, atentando para 
detalhes referentes aos aspectos físicos e emocionais, comportamentos, movimentos, posturas adotadas, 
alterações da pele, movimentos dos olhos, simetria torácica, contorno abdominal, edema, marcha. 
 
• Palpação: consiste na pressão dos dedos ou das polpas digitais palmares na avaliação do paciente, procurando 
observar regiões de elevação ou depressão, alterações de temperatura, presença de linfonodos e suas 
características (elásticos ou firmes, moveis ou aderidos a planos profundos), pulsos arteriais, contornos e 
dimensões de órgãos ou massas com respectivas características, criptações de articulações; 
 
• Percussão: uso do terceiro dedo (percutor) para aplicar golpe rápido ao terceiro dedo da mão esquerda 
(plexímetro) sobreposto à superfície do tórax ou do abdome, desencadeando onda sonora que é avaliada pelo 
examinador, podendo ser maciça (fígado, baço) ou timpânica (pulmões); 
 
• Ausculta: uso de estetoscópio com diafragma e campânula para detectar as características dos ruídos 
cardíaco, pulmonar e intestinas, descrevendo sua cronologia, localização, duração, frequência e intensidade; 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
4. Roteiro do exame físico geral ou ectoscopia: 
 
❖ Avaliação geral: 
-Estado geral (bom, regular, mau); 
-Nível de consciência (lúcido ou come); 
-Orientação no tempo e no espaço; 
-Cooperação com o exame; 
-Fala e linguagem 
❖ Avaliação física: 
-Fáceis; 
-Biotipo; 
-Padrão respiratório; 
-Posição e atitude no leito; 
-Postura (cifose, escoliose, lordose, cifoescoliose); 
-Movimentos involuntários; 
-Marcha; 
-Avaliação cutânea: pele, mucosa, fâneros- cabelos e unhas (enchimento capilar, circulação colateral 
e edema). 
 
4.1 Estado geral: 
Avaliação subjetiva do efeito da doença sobre o paciente; 
• Bom estado geral (BEG): paciente calmo, postura ativa e fácies atípica, sem sinais de doença grave presentes; 
• Regular estado geral (REG): o paciente já apresenta alteração à observação, o que sugere alguma 
anormalidade; 
• Mal estado geral (MEG): presente em paciente com doenças debilitantes e com repercussão clara a 
observação clínica; 
 
4.2 Nível de consciência: 
Avaliação da capacidade do indivíduo reconhecer a si próprio e aos estímulosdo ambiente; 
• Alerta ou acordado; 
• Letargia: aspecto sonolento, mas abre os olhos e olha para o examinador, responde as perguntas e volta a 
dormir; 
• Obnubilação: precisa de estímulo suave, abre os olhos, olha para você, mas responde lentamente e de forma 
confusa; 
• Torpor: precisa de estímulo doloroso, responde lentamente (ou não responde), com mínima consciência de 
si e do ambiente, volta a não responder quando o estímulo cessa; 
• Coma: precisa de estímulos de pressão, não acorda e permanece com os olhos fechados; 
 
4.3 Orientação no tempo e no espaço: 
Capacidade de situar-se no tempo, espaço ou situação e reconhecer-se 
• Desorientação alopsiquica: é a perturbação ou impossibilidade de uma pessoa situar-se no espaço e/ou no 
tempo; 
-Quanto ao tempo: qual é a hora, o dia, o mês, tempo aproximado de hospital? Temporal 
-Quanto ao espaço: local onde está, onde mora, acompanhante. Espacial 
• Desorientação autopsíquica: o paciente tem alterada sua capacidade de estabelecer sua identidade pessoal ou 
status ou papel social; 
-Quanto à própria pessoa: nome, idade, data de nascimento, profissão (conferir no prontuário ou familiar); 
-Quanto às pessoas: identificar familiares, amigos, equipe; 
 
4.4 Tipo morfológico ou biotipo: 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
 
• Brevilíneos: obesidade, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e gota úrica; 
• Longilíneo: afecções gastrointestinais e respiratórias; 
 
4.5 Fáceis: 
Refere-se ao conjunto de características anatômicas exibidas na face do paciente resultantes de traços 
anatômicos e expressão fisionômica 
• Típica: manifestações conhecidas que induzem ao diagnóstico; 
• Atípica: fácies normal; 
 
-Fácies hipocrática; 
 
-Fácies renal; 
 
-Fácies parkinsoniana; 
 
-Fáceis basedowiana ou 
hipertireoidea; 
 
-Fácies mixedematosa; 
 
-Fácies cushingoide; 
 
-Fácies acromegálica; 
 
-Fáceis da paralisia facial 
periférica; 
 
-Fácies lúpica; 
 
-Fácies miastênica; 
 
-Fácies etílica; 
 
-Fácies leonina ou hansênica; 
 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
-Fácies adenoideana; 
 
-Fácies de depressão; 
 
-Fácies esclerodérmica; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-Fácies tetânica ou sardônica; 
 
 
4.6 Padrão respiratório: 
• Eupneico: sem dificuldade para respirar (FR até 24 mpm); 
• Dispneico: leve, moderada ou intensa; 
• Sinais de insuficiência respiratória: 
a) Uso da musculatura acessória, a chamada tiragem subcostal, supraclavicular e/ou intercostal; 
b) Batimentos do nariz (nasal flaring); 
c) Taquipneia (rápida e superficial) FR > 25 mpm; 
d) Bradipneia: FR 8-16 mpm; 
 
 
Bradipneia 
(respiração 
lenta) 
 
 
Pode ser secundária ao coma diabético, a depressão respiratória 
induzida por fármacos/drogas ilícitas e aumento da pressão 
intracraniana. 
 
Respiração 
suspirosa 
 
Respiração caracterizada por suspiros frequentes deve levantar a 
possibilidade de síndrome de hiperventilação- uma causa frequente de 
dispneia e tontura. Suspiros ocasionais são normais. 
 
 
Taquipneia 
 
A respiração rápida e superficial tem inúmeras causas, inclusive doença 
pulmonar restritiva, dor torácica de caráter pleurítico e elevação do 
diafragma. 
 
Respiração 
de Cheyne-
Stokes 
 
Períodos de respiração profunda se alteram com períodos de apneia 
(ausência de respiração). Normalmente, crianças e idosos apresentam 
esse padrão de sono. Quatro causas incluem insuficiência cardíaca, 
uremia, depressão respiratória induzida por fármacos/drogas ilícitas e 
lesão cerebral (tipicamente nos dois lados dos hemisférios cerebrais ou 
no diencéfalo). 
 
Respiração 
obstrutiva 
 
Na doença pulmonar obstrutiva, a expiração é prolongada, porque as 
vias respiratórias estreitadas aumentam a resistência ao fluxo de ar. As 
causas incluem asma, bronquite crônica e DPOC. 
Semiologia Médica– 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
 
 
Letícia Pertussatti Vieira 
 
 
 
Hiperpneia 
A respiração rápida e profunda (hiperpneia, hiperventilação) tem várias 
causas, inclusive exercício físico, ansiedade e acidose metabólica. No 
paciente comatoso, pensar em infarto, hipóxia ou hipoglicemia 
afetando o mesencéfalo ou a ponte. 
 
Respiração 
atáxica 
(respiração 
de Blot) 
 
A respiração atáxica é caracterizada por irregularidade imprevisível. As 
incursões respiratórias podem ser superficiais ou profundas e param por 
breves períodos. As causas incluem depressão respiratória e lesão 
cerebral, tipicamente em nível bulbar. 
 
 
Ritmo de 
Cantani 
 
 
Ocorre na acidose metabólica (cetoacidose diabética, insuficiência 
renal). 
Respiração 
de Kassmaul 
 
 
Inspirações profundas seguidas de pausas- expirações curtas também 
seguidas de pausas. 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
4.7 Posição e atitude no leito: 
• Atitude ortopneica: o paciente permanece sentado a beira do leito com os pés no chão ou apoiados em uma 
banqueta e as mãos apoiadas no colchão para melhorar a respiração (sinal da ancoragem). Ex.: insuficiência 
cardíaca, asma, bronquite e ascite volumosa; 
• Atitude genupeitoral (ou de prece maometana): o paciente fica de joelhos com o tronco fletido sobre as coxas, 
enquanto a face anterior do tórax repousa sobre o chão ou o colchão. Ex.: derrame pericárdico ou 
tamponamento; 
• Atitude do cócoras: paciente fica agachado. Ex.: crianças com cardiopatia congênita; 
• Decúbito lateral: alivio da dor de origem pleural, deitado sobre o lado da dor, pois a posição diminui a 
movimentação dos folhetos pleurais, e consequentemente diminui a dor; 
• Decúbito dorsal com pernas fletidas sobre a coxa e estas sobre a bacia: processos inflamatórios 
pelviperitoneais; 
• Decúbito ventral: acompanhado de um travesseiro sob o ventre pode apresentar quadros de cólica intestinal; 
 
4.7.1 Posição e atitude no leito involuntárias: 
• Ortótono: atitude em que todo tronco e os membros estão rígidos, sem se curvarem para diante, para trás ou 
para um dos lados; 
• Opistótono: corpo curvado para trás com apoio na cabeça e calcanhares em arco, decorrente de contratura da 
musculatura lombar. É observada no tétano e meningite; 
• Emprostótono: curvatura para frente, oposta à anterior. É observada no tétano, meningite e na raiva.; 
• Pleurostótono: o corpo se curva lateralmente. É de observação rara no tétano, na meningite e na raiva 
• Posição em gatilho: consiste na hiperextensão da cabeça, com flexão das pernas sobre as coxas e destas sobre 
o abdômen. É encontrada na meningite; 
 
4.8 Movimentos involuntários: 
• Tremores: movimentos alternantes, regulares, de pequena ou média amplitude, rápidos, que afetam 
principalmente as extremidades. Pode estar presente em repouso (tremor de repouso ou estático), aparente 
apenas na movimentação (Tremor cinético ou de ação) ou em determinada postura (tremor postural). 
• Movimentos coreicos: são movimentos amplos, desordenados, arrítmicos, inesperados, multiformes e sem 
finalidade; 
• Atetose: fluxo continuo de movimentos lentos, sinuosos, de contorção, geralmente nas mãos e nos pés; 
*A coreia e a atetose podem ocorrer simultaneamente (coreoatetose); 
• Mioclonias: contrações musculares breves, localizadas ou difusas, que acometem um musculo ou um grupo 
muscular; 
• Mioquinias: são contrações musculares que surgem em músculos íntegros, principalmente no orbicular da 
pálpebra (não tem significado patológico); 
• Flapping (asterixes): são movimentos rápidos, de amplitude variável, que ocorre nos segmentos distais e 
guardam certa semelhança com o bater de asas das árvores. Ex.: insuficiência hepática e na uremia; 
• Convulsões tônicas, clônicas, tônico-clônicas: movimentos musculares súbitos e desordenados que ocorrem 
de maneira generalizada ou apenas em segmentos do corpo.Em geral são acompanhadas pela perda de 
consciência; 
• Tetania (espasmos carpopodais e sinal de Trosseau): crises exclusivamente tônicas, quase sempre localizadas 
nas mãos e nos pés; 
• Discinesias orofaciais: movimentos involuntários da musculatura facial, lábios e língua, que podem consistir 
em caretas, franzir a boca e os lábios, movimentos de “boca de peixe” e movimentos sinuosos da língua; 
• Distonias: são contrações musculares espontâneas, involuntárias e prolongadas, que forçam as partes do 
corpo afetadas a movimentos ou posturas anormais, por vezes com contração simultânea de músculos 
agonistas e antagonistas; 
 
4.9 Marcha: 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Marcha espática ou em tesoura: pernas semifletidas ou se cruzando. Associada a hipertonia bilateral dos 
músculos extensores (não flete, pé caído), movimentos de foice para os dois lados. Ocorre nas formas 
espásticas de paralisia cerebral (lesão bilateral do neurônio motor superior); 
• Marcha hemiplégica ou parética: o paciente arrasta o membro inferior parético e traz próximo ao corpo o 
membro superior acometido. Ocorre por lesão do neurônio motor periférico (síndrome piramidal); 
• Marcha cerebelar, atáxica (ebriosa): marcha típica do bêbado, não há coordenação dos movimentos, não 
mantem linha reta. Ocorre nas lesões cerebelares; 
• Marcha vestibular: ao andar, o paciente parece estar sendo empurrado para o lado. Marcha desviada para um 
lado. Ocorre na lesão vestibular (ataxia vestibular); 
• Marcha parkinsoniana: paciente busca o tempo todo seu centro de gravidade. Anda como um bloco 
enrijecido, sem movimentos automáticos dos braços; 
• Marcha claudicante: o paciente manca para um dos lados. Ocorre na insuficiência arterial periférica e em 
lesões do aparelho locomotor; 
• Marcha de pequenos passos ou petit pass: o paciente dá muitos passos curtos e, ao caminhar, arrasta os pés 
como se estivesse dançando “marchinha”. É típica da atrofia cerebral (paralisia pseudobulbar); 
• Marcha anserina (de pato ou miopática): o paciente acentua a lordose lombar e inclina o tronco ora para a 
direita, ora para a esquerda, lembrando o andar de um pato. É encontrado em doenças musculares e traduz 
diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas; 
• Marcha talonante (ou tabética): o paciente mantém os olhos fixos no chão. As pernas são levantadas abrupta 
e explosivamente e, ao serem recolocadas no chão, os calcanhares tocam o solo pesadamente. A marcha piora 
com os olhos fechados. Traduz perda da propriocepção por lesão do cordão do cordão posterior da medula. 
Presente em tabes dorsalis (ataxia sensorial); 
• Marcha escarvante ou equina: o paciente levanta acentuadamente o membro inferior, com excessiva flexão 
da coxa sobre o quadril, evitando que o pé paralisado toque o solo e ele tropece. Indica paralisia do 
movimento de flexão dorsal do pé (musculo tibial posterior). Pode ocorrer por lesão do nervo isquiático, 
fibular comum ou raiz de L5. Também presente na sequela da poliomielite; 
 
4.10 Avaliação cutânea: coloração. 
• Corado ou palidez, icterícia e cianose, aumento da pigmentação; 
• Mucosa palpebral, mucosa oral, face, leito ungueal, palmas; 
 
4.10.1 Descrição das lesões de pele: 
• Mácula: macha plana, sem relevo, <1cm. É identificada por uma alteração da cor na região; 
• Mancha: mancha plana >1cm; 
• Pápula: elevação sólida, circunscrita de até 1 cm de diâmetro; 
• Placa: lesão palpável, elevada em “platô”. Pode ser decorrente da confluência de várias pápulas ou não; 
• Nódulo: lesão firma, endurada, circunscrita, podendo ser mais ou menos saliente. Na maioria das vezes é 
mais palpável que visível; 
• Vesícula: lesão elevada de conteúdo liquido seroso. Em outros termos, é uma bolha de até 1 cm de diâmetro; 
• Bolha: lesão elevada de conteúdo líquido seroso, com mais de 1 cm de diâmetro; 
• Pústula: pequena lesão superficial, elevada, semelhante à vesícula, mas com conteúdo amarelado (pus) em 
seu interior; 
• Erosão: lesão superficial com perda de continuidade da epiderme; 
• Úlcera: lesão com perda de continuidade da epiderme até derme, com evidencia de material cruento; 
• Fissura: lesão linear com perda da continuidade da epiderme até derme; 
 
• Puntiforme: arredondadas de aproximadamente 1 mm; 
• Lenticular: ovaladas, do tamanho de uma lentilha; 
• Numular: arredondadas, forma de moeda; 
• Arciforme: em forma de arco; 
• Anular: em forma de anel; 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
→Tamanho: aproximado em mm ou cm 
 
• Eritematosa: coloração vermelha, devido à vasodilatação. 
• Purpúrica: coloração vermelha a vermelho-violácea, devido ao extravasamento de hemácias do vaso. Não 
desaparece à digito-pressão. 
• Equimose: mancha devido ao extravasamento de sangue do vaso, quando ultrapassa 1 cm de diâmetro. 
• Hipo, Hiper ou Normocrômica: coloração mais clara, mais escura ou na mesma tonalidade da pele, 
respectivamente. 
• Acrômica: coloração totalmente sem pigmento, “branco nacarado”. 
• Outras alterações de cor: basta descrever a tonalidade observada, acastanhada, esverdeada, múltiplas 
tonalidades de marrom, etc. 
 
• Escamas: lâminas de queratina, que podem se destacar da lesão. 
• Crosta: resíduo espesso e endurado, decorrente do ressecamento de conteúdo seroso ou líquido exposto da 
lesão. 
• Liquenificação: espessamento da pele com acentuação dos sulcos, decorrente de coçadura crônica. 
• Verrucosa: superfície elevada, aspecto de verruga, seca, áspera. 
• Atrofia: adelgaçamento da pele, devido à diminuição dos elementos constituintes do tecido. 
 
4.11 Avaliação cutânea: circulação colateral; 
• Presença de circuito venoso anormal visível ao exame da pele; 
• Tórax, abdome e raiz dos membros superiores; 
 
4.12 Avaliação cutânea: edema. 
• Acúmulo de líquidos no espaço intersticial; 
• Localizado ou generalizado (anasarca); 
• Mole ou duro (deposição fibroelástica, de longa duração ou repetidos); 
• Descrever outras alterações da pele (cor, aspecto, espessura, calor local); 
 
5. Roteiro do exame físico: 
 
5.1 Paciente sentado, de frente para o examinador 
• Sinais vitais; 
• Exame da cabeça: boca, nariz, olhos, orelhas; presença de alterações em crânio, couro cabeludo, cabelo e 
face; 
-Olhos: acuidade visual, campo visual, observação da posição dos olhos, pálpebras, esclerótica e conjuntiva, 
pupilas e reação fotomotora à luz com oftalmoscopia, exame de fundo de olho; 
-Orelhas: inspecionam-se os pavilhões auriculares, os canais auditivos e o tímpano, com auxílio de otoscópio; 
teste de Rinne e Weber com diapasão; 
-Garganta e orofaringe: inspecionam-se lábios, mucosa oral, gengiva, dentes, línguas, palato e faringe; exame 
de pares cranianos 
• Exame de pescoço: incluindo a tireoide e linfonodos de cadeias cervicais anteriores, retroauriculares e 
submandibulares; 
• Exame de membros superiores: inspecionar unhas, dorso e palmas das mãos; palpar músculos dos braços 
(trofismo) e flexionar articulações (mobilidade e tonicidade); avaliação de força muscular, palpação dos 
pulsos braquiais, radiais e ulnares. Pode-se aferir a pressão arterial no braço direito; 
 
5.2 Paciente sentado com o examinador de costas: 
• Exame de pescoço: incluindo tireoide e linfonodos cervicais anteriores e supraclaviculares; 
• Exame de tórax: incluindo exame pulmonar e da coluna vertebral; 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Percussão lombar; 
 
5.3 Paciente em decúbito dorsal com cabeceira elevada a 45 graus e examinador do lado direito: 
• Exame das mamas: incluindo linfonodos axilares; 
• Exame de pescoço: incluindo inspeção das veias do pescoço e palpação/ausculta das artérias carótidas; 
• Exame cardiovascular: inclui exame de precordio; 
• Exame do tórax: exame daregião torácica anterior; 
 
5.4 Paciente em decúbito dorsal horizontal com cabeceira baixa e examinador do lado direito: 
• Exame de abdome: inclui pulsos femorais e linfonodos inguinais; 
• Exame de membros inferiores: inclui avaliação de força muscular e mobilidade articular, inspeção dos pés, 
dedos e unhas, palpação dos pulsos poplíteos, pediosos e tibiais posteriores, pesquisa de edema; 
 
5.5 Paciente em pé: 
• Pesquisa da marcha; 
• Presença de varizes em membros inferiores; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
 
Sinais vitais 
 
1. Peso, altura e cintura: 
 
1.1 IMC (Índice de Massa Corporal): 
 
• Classificação do estado nutricional segundo o IMC para adultos: 
IMC (Kg/m2) Classificação 
<16,0 Magreza grau III 
16,0 a 16,9 Magreza grau II 
17,0 a 18,5 Magreza grau I 
18,5 a 24,9 Eutrofia 
25 a 29,9 Pré-obesidade 
30 a 34,9 Obesidade I 
35 a 39,9 Obesidade II 
>40 Obesidade III 
 
• Cintura: 
-Mulheres <88 cm; 
-Homens <102 cm; 
• Classificação do risco de morbidades para adultos segundo CC: 
Sexo Risco aumentado Risco muito aumentado 
Homens 94 a 102 >102 
Mulheres 80 a 88 >88 
 
• Relação cintura-quadril: 
Sexo Risco aumentado 
Homens > ou = 1 
Mulheres > ou = 0,85 
 
2. Pressão Arterial: 
A pressão arterial é consequência do trabalho do coração para vencer a resistência dos tecidos e garantir 
que o sangue flua e supra as necessidades metabólicas do corpo. 
 
2.1 Fatores relacionados com os instrumentos: 
• Deve ser escolhido o manguito correto, com a largura da bolsa de borracha correspondente a 40% da 
circunferência do membro examinado, e seu comprimento deve envolver pelo menos 80% desse membro; 
 
2.2 Fatores relacionados com a técnica de medica: 
• Primeira consulta: verificar a PA em ambos os membros superiores e inferiores; 
• Consultas subsequentes: verificar a PA em um dos membros superiores, porém em dois momentos diferentes 
da consulta, com intervalo de 1 minuto entre eles; 
-Utilizar o membro superior de maior valor de PA caso haja diferença; 
-A segunda medida costuma ser mais baixa do que a primeira (“regressão em direção a média); 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
-Caso haja uma diferença >5 mmHg entre elas, é necessária a obtenção de uma terceira medida ou outras 
medições, até que as últimas duas mostrem uma diferença < 5 mmHg 
• Quando há variabilidade: considerar a média da PA; 
• Para estimativa da PA a longo prazo são necessárias pelo menos três consultas do paciente a intervalos de 
cerca de 3 semanas; 
 
2.3 Fatores relacionados com a técnica de medida: 
1) Braço em posição levemente fletida, expondo a artéria braquial; 
2) Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fosse cubital; 
3) Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial e prender firmemente; 
4) Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial, inflando o manguito até que o pulso desapareça 
(somar 30); 
5) Colocar o diafragma do estetoscópio sobre a artéria sem compressão excessiva; 
6) Inflar rapidamente até ultrapassar 30 mmHg o nível estimado da PAS, obtido pela palpação; 
7) Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg) por segundo); 
8) Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff); 
9) Determinar a pressão diastólica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff); 
 
2.4 Fatores relacionados com o paciente: 
• “Efeito do jaleco branco”; 
• Informar ao paciente que não fale durante a aferição; 
• O paciente deve estar em repouso por 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável, antes 
da realização do procedimento, para que a PA seja estabilizada; 
• Fatores que podem elevar a PA: bexiga urinária repleta, ingestão de bebidas alcoólicas e/ou café até 30 
minutos antes da aferição; período pós-prandial, manter as pernas cruzadas, exercícios físicos 30 a 90 min 
antes da aferição, ter fumado cigarro até 30 min antes da aferição; 
• Quando o manguito for do tamanho errado, aferir a pressão no antebraço: 
-PAS=33,2+(0,68 x PAS no antebraço); 
-PAD=25,2+(0,59 x PAD no antebraço); 
 
2.5 Hiato auscultatório: 
• Consiste no desaparecimento dos sons arteriais entre a fase I e a fase II de Korotkoff e pode cobrir uma faixa 
de 30 a 40 mmHg; 
• Causas: minimizar a medida da PAS ou superestimar a da PAD; 
 
2.6 Sons de Korotkoff 
• Fase I: desaparecimento do 1º ruído, passagem do primeiro fluxo, turbulento- PAS; 
• Fase II: sons da fase I seguidos de sons sibilantes ou sopro; 
• Fase III: amplificação dos sons da fase II; 
• Fase IV: abafamentos dos sons; 
• Fase V: cessam os sons, fluxo laminar- PAD; 
 
2.7 Métodos adicionais da aferição da pressão arterial: 
• Automedida da pressão arterial (AMPA): realizada por pacientes ou familiares; 
-Consideram-se valores alterados >130 x 85 mmHg; 
• Monitorização residencial da pressão arterial (MRPA): consiste no registro na PA no domicílio, feito pelo 
paciente ou outra pessoa capacitada, com três medidas pela manhã em jejum e antes de tomar medicação, e 
três à noite, antes de jantar, durante 5 dias, ou duas medidas em cada sessão durante 7 dias; 
-Na prática, são consideradas medidas anormais de PA >130 x 58 mmHg. 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Monitorização ambulatorial da pressão arterial de 24 horas (MAPA): consiste na obtenção de um registro de 
PA durante pelo menos 24 horas, com o paciente engajado em suas atividades cotidianas, incluindo trabalho 
e sono; 
-São consideradas anormais as médias da PA de 24 horas > 125 x 75 mmHg, vigília > 130 x 85 mmHg e 
sono > 110 x 70 mmHg; 
 
2.8 Particularidades nos Idosos: 
• Maior frequência de “hiato auscultatório”, que consiste no desaparecimento dos sons durante a deflação do 
manguito, geralmente entre o final da fase I e o início da fase II dos sons de Korotkoff, resultando em valores 
falsamente baixos para a sistólica ou falsamente altos para a diastólica. 
• A “pseudo-hipertensão”, que está associada ao processo aterosclerótico, pode ser detectada pela manobra de 
Osler, ou seja, quando a artéria radial permanece ainda palpável, após a insuflação do manguito pelo menos 
30 mmHg acima da PA sistólica. 
• A maior ocorrência de efeito do avental branco, hipotensão ortostática e pós-prandial e, finalmente, a 
presença de arritmias, como a fibrilação atrial, podem dificultar a medida da PA nesses indivíduos. 
 
2.9 Particularidades nos obesos: 
• Manguitos mais longos e largos são necessários em paciente obesos, para não haver superestimação da PA; 
• EM braços com circunferência superior a 50 cm, onde não há manguito disponível, pode-se fazer a medida 
no antebraço e o pulso auscultado deve ser o radial; 
 
3. Frequências e ritmos cardíacos: 
Frequência cardíaca é a medida da quantidade de batimentos cardíacos que ocorrem em 1 minuto; 
 
 
3.1 Técnica: 
• Deve-se pressionar a popa nos dedos indicador e médio nos locais onde existem artérias relativamente 
superficiais, como a região dos punhos (artéria radial) e a região cervical (artérias carótidas); 
• Após localizar as ondas de pulso arterial nas regiões das artérias já citadas, o examinador deve conta-las em 
durante um minuto inteiro, pois a medição em tempos menores pode levar a erros de contagem da frequência 
cardíaca 
 
3.2 Frequências Cardíacas: 
• Frequência cardíaca basal: 60 e 100 bpm; 
-50 a 95 bpm traduzem melhor a fisiologia normal; 
• Bradicardia: <60 bpm; 
-Doenças cardíacas (bloqueios atrioventriculares) e doenças extracardíacas (infecções, hipertensão 
intracraniana e icterícia); 
• Taquicardia: >100 bpm; 
-Exercício, emoção, gravidez, estados febris, hipertireoidismo,insuficiência cardíaca, miocardite, 
hipovolemia e taquicardia 
 
3.3 Ritmos cardíacos: 
• Ritmo regular: intervalo entre duas pulsações é fixo; 
• Ritmo irregular: intervalo entre duas pulsações é variável; 
• RR2T: ritmo regular em dois tempos – usado em prontuários médicos; 
 
3.4 Anormalidades de pulso: 
 
3.4.1 Pulsus paradoxus (PP): 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Achados: diminuição exagerada (> 10 mmHg) da pressão sistólica durante a inspiração; a pressão diastólica 
muda muito pouco; 
• Técnica: o clínico deve pedir para o paciente que respire silenciosamente e de modo regular. O achado da PP 
é detectado pela palpação do pulso periférico; 
• Significado clínico: tamponamento cardíaco e asma aguda; 
 
*Tamponamento cardíaco: derrame pericárdico sob alta pressão comprimindo o coração e comprometendo o 
débito cardíaco. 
 
*Asma: em pacientes com asma aguda, PP >20 mmHg quase certamente indica broncoespasmo grave; 
 
*Pulsus paradoxos em outras condições: pericardite construtiva, infarto ventricular direito, embolia pulmonar 
e pectus excavatum grave. 
 
*Pulsus paradoxus evertido: queda na pressão sistólica > 10 mmHg durante a expiração; 
-Significado clínico: miocardiopatia hipertrófica, dissociação isorrítmica e respiração intermitente com pressão 
positiva inspiratória na presença de insuficiência ventricular esquerda; 
 
 
3.4.2 Pulsus alternans 
• Achados: alternância de batidas fortes e fracas e ritmo regular. Por vezes, as batidas fracas podem se tornar 
imperceptíveis, e o médico pode identificar uma frequência cardíaca com apenas metade dos valores reais; 
• Técnica: por meio da palpação do pulso radial ou do uso de esfigmomanômetro; 
• Significado clínica: frequência cardíaca normal (disfunção ventricular esquerda grave, causada por isquemia 
ou valvulopatia, hipertensão ou miocardiopatia idiopática); 
 
3.4.3 Pulsus bisferidens 
• Achados: presença de dois batimentos de pulso por ciclo cardíaco, ambos ocorrendo durante a sístole. Ao 
primeiro dá-se o nome de onda de percussão, e ao segundo, onda das marés; 
• Técnica: palpar-se o pulso braquial ou carotídeo com moderada compressão da artéria ou por meio do uso 
do manguito do esfigmomanômetro; 
• Significado clínico: regurgitação da aorta de moderada a grave, estenose aórtica e regurgitação ou, estenose 
aórtica grave 
 
3.4.5 Pulsus parvus e tardus 
• Achados e técnicas: pulso carotídeo com pequeno volume (pulsus parvus) que sobre lentamente e apresenta 
um fico sistólico atrasado (pulsus tardus). Detectado durante a palpação. 
• Significado clínico: estenose aórtica; 
 
3.4.6 Pulso dicrótico 
• Achados e técnicas: presença de dois batimentos de pulso por ciclo cardíaco, sendo um sistólico e outro 
diastólico. É usualmente detectado pela palpação da artéria carótida. 
• Significado clínico: presente em pacientes jovens com disfunção miocárdica grave, baixa fração de ejeção e 
aumento da resistência vascular periférica; 
 
3.4.7 Pulso hipercinético 
• Achados: pulso abrupto e com força anormal, podendo apresentar pressão de pulso normal (em caso de 
regurgitação mitral grave e miocardiopatia hipertrófica obstrutiva) ou aumentada (em casos de insuficiência 
aórtica); 
 
3.4.8 Pulsos no choque hipovolêmico 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Em pacientes em choque hipovolêmico, os pulsos periféricos podem fornecer informações importante para 
determinação da pressão arterial sistólica; 
• Com a queda da pressão arterial, os pulsos desaparecem na seguinte ordem: radial, femoral e carotídeo; 
 
4. Frequência da respiração: 
• A avaliação do estado funcionamento do sistema respiratório pode ser aferida, inicialmente, mediante a 
observação de seus componentes fundamenteis: frequência, profundidade e ritmo. 
• Deve-se observar esses parâmetros por pelo menos um minuto, pois o controle da ventilação sofre influencia 
voluntária de origem cortiço cerebral; 
 
4.1 Frequência respiratória: 
• Varia entre 10 e 20 movimentos por minuto (mpm); 
• Fatores determinantes: temperatura corporal e problemas cardíacos ou pulmonares; 
• Taquipneia: valor acima da distribuição normal (25 mpm); 
• Bradipneia: valor abaixo da distribuição normal (8 mpm); 
 
4.2 Profundidade: 
• Refere-se ao volume de ar ventilado a cada minuto; 
• Hiperpneia: caracterizada tanto na frequência como da profundidade da respiração; 
• Hipopneia: caracterizada pela respiração superficial, com volume de ar corrente reduzido; 
 
4.3 Ritmos respiratórios: 
• Eupneia: padrão respiratório normal; 
 
4.3.1 Respiração de Kussmaul: 
• Respiração rápida e profunda; se diferencia do ritmo de Cantani pela presença de apneia inspiratória e 
expiratória; 
• Cetoacidose diabética; 
 
4.3.2 Respiração de Cheyne-Stokes: 
• Caracterizada por uma fase de apneia com duração de 15 a 60 segundos e seguida de uma ventilação com 
volumes crescentes depois decrescentes, até haver nova apneia, e assim sucessivamente; 
• Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) estável, hemorragias, tumores, meningite, infarto e traumatismo 
cranioencefálico; 
 
4.3.3 Respiração de Biot: 
• Caracterizada por irregularidade imprevisível no padrão respiratório; 
• Indicativo grave de comprometimento cerebral; 
 
4.3.4 Respiração em grunhidos: 
• Caracteriza-se por sons curtos e explosivos, de baixa a média frequência, produzidos pelo fechamento das 
cordas vocais durante a expiração, tornando-a mais lenta, e interrompidos pela entrada súbita de ar na 
inspiração; 
 
4.3.5 Respiração suspirosa: 
• Movimentos respiratórios interrompidos por movimentos mais amplos, caracterizados como suspiros; 
• Normalmente, é causada por tensão emocional e ansiedade; 
 
4.3.6 Respiração obstrutiva: 
• Caracterizado pelo prolongamento da expiração decorrente de estreitamento de vias respiratórias; 
 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
5. Temperatura corporal: 
• A aferição da temperatura corporal tem duplo papel na avaliação do paciente: 
-Como sinalizador diagnóstico importante de resposta sistêmica inflamatória a uma agressão ao organismo, 
de natureza infecciosa ou não; 
-Como parâmetro fiel para o acompanhamento da evolução clínica e da eficácia terapêutica; 
• Temperatura anormal: processo de possibilidade de infecção, inflamação, disfunção do sistema nervoso 
central ou efeito tóxico das drogas; 
 
Axilar 35,5 a 37 °C- média: 36,5°C 
Oral 36,0 a 37,4 °C 
Retal 36,5 a 37,6 °C 
 
5.1 Aferição e semiotécnica 
• Axilar, oral, retal, esofágica, intravesical, timpânico, nasofaríngeo e na artéria pulmonar; 
 
5.1.1 Aferição axilar: 
• Mais utilizada, porém, menos precisa; 
• Deve ser medida idealmente após a higiene adequada da axila, removendo a umidade local, a qual interfere 
da aferição da temperatura; 
• Esperar pelo menos três minutos para retirar o termômetro; 
 
5.1.2 Temperatura oral: 
• É mais alta do que a axilar em aproximadamente 1 °C; 
• Deve se certificar que o paciente não tenha ingerido nenhum alimento quente ou frio nos últimos 15 minutos, 
para não alterar a leitura da temperatura; 
• Deve-se introduzir o termômetro na região sublingual, por 3-5 minutos; 
• Durante a verificação, a respiração deve ser exclusivamente nasal; 
• Evitar em: paciente inconsciente, inquieto ou incapaz de fechar a boca, além de ser de difícil realização em 
crianças muito pequenas e em pacientes dispneicos; 
 
5.1.3 Temperatura retal: 
• É a que mais se aproxima da temperatura central do organismo; 
• Para aferição correta: solicita-se que o paciente se coloque em decúbito lateral, com quadril flexionado; deve-
se lubrificar o termômetro e introduzi-lo por cerca de 3 a 4 centímetros, apontando-o em direção ao umbigo, 
e aguardar cerca de 3 minutos para fazer aleitura; 
• A aferição por via retal demora mais para mostrar uma variação da temperatura central em relação a outras 
vias (logo, não se utiliza em hipertermia); 
• Método preferencial em recém-nascidos e crianças pequenas; 
 
5.1.4 Temperatura esofágica: 
• Mais utilizada na monitorização transoperatória de cirurgias de grande porte com grande variação volêmica 
e uso de hipotermia, como, por exemplo, em cirurgias vasculares da aorta torácica e abdominal, em cirurgias 
torácicas e em cirurgias cardíacas com cardioplegia, também é usada em unidades de tratamento intensivo, 
nos pacientes em uso de hipotermia terapêutica, como no período pós-recuperação de carada 
cardiorrespiratória; 
• A aferição é feita mediante a colocação de termômetros de sensor flexível elétrico conectados à sonda 
nasofaríngica; 
• Em virtude da proximidade com grandes vasos e o coração, responde rapidamente a alterações na temperatura 
central; 
• Essa técnica pode apresentar imprecisões, em caso de inspiração de ar aquecido, lavado gástrico, derivação 
cardiopulmonar e assistência circulatória; 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
 
5.1.5 Temperatura intravesical: 
• Pode ser utilizada em pacientes com sonda vesical de demora em situações em que é necessário o controle 
contínuo da temperatura; 
 
5.1.6 Temperatura timpânica: 
• Reflete de maneira indireta a temperatura do hipotálamo; 
• Apresenta risco de perfuração timpânica e hemorragia; 
 
5.1.7 Temperatura nasofaríngea: 
• Reflete com precisão a temperatura central por sua proximidade com a artéria carótida; 
• Contraindicada em traumatismo facial e em portadores de coagulopatia; 
 
5.1.8 Temperatura da artéria pulmonar: 
• Aferida por meio de termômetro termistor instalado na parte distal dos cateter da artéria pulmonar (Swan-
Ganz); 
• Padrão áureo; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
Exame Físico Da Cabeça E Pescoço 
 
1. Exame de cabeça e pescoço: 
• Cabeça e couro cabeludo, olhos, orelhas, nariz, boca e pescoço; 
 
2. Cabeça: 
 
2.1 Inspeção: 
• Cabeça: posição vertical na linha média do tronco (ereta e imóvel); 
• Atentar para: movimentos anormais, tremores, manutenção da inclinação da cabeça; 
• Crânio: normocefálico, macrocefalia e microcefalia; 
 
2.2 Palpação: 
• Crânio: de frente para trás 
• Simétrico e liso, ossos indistinguíveis 
• Protusões normais: frontal, parietal, occipital 
• Observar presença de massas, deformidades, depressões, edema, sensibilidade 
• Palpar artérias temporais (atentar pra dor, espessamento, endurecimento) 
• Avaliar a articulação temporomandibular (ATM) 
• Cabelo (textura, cor e distribuição) 
 
*Hiperparatireoidismo: sensibilidade na palpação; 
*Normalmente as artérias temporais não são palpáveis; 
*Pacientes com dor de cabeça: SEMPRE palpar 
*Articulação temporomandibular: 
-Dois dedos na articulação, pedir para o paciente abrir e fechar a boca; 
-Deve haver uma simetria no movimento; 
 
2.3 Couro cabeludo: inspeção e palpação: 
• Observar: linha de implantação, presença de lesões, protuberâncias, cicatrizes, crostas, lêndeas, 
descamações, perda anormal do cabelo (alopecia); 
• Descrever alopecia; 
 
• Alopecia androgênica: 
 
• Alopecia areata: 
 
 
 
• Alopecia de tração: 
 
 
• Alopécia em uma zona de tumefação na região 
temporoparietal: 
 
 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Lesão nodular no ápice da cabeça; 
 
 
 
• Zonas difusas de alopecia no couro cabeludo; 
 
 
 
3. Face: 
 
3.1 Inspeção: 
• Aspecto geral: fácies, formato e simetria das pálpebras, sobrancelhas, sulcos nasolabiais e boca; coloração 
da pele, textura, distribuição de pelos faciais; 
• Observar anormalidades como: edema, falta de expressão, palidez, hirsutismo (somente em mulheres), 
lesões de pele, acnes, variações da pigmentação; 
• Melasma: 
 
• Telangiectasia: 
 
• Telangiectasia (arranha 
vascular- spinder) 
 
• Ptose: 
 
• Dermatocalase: 
 
• Madarose: 
 
• Hipersutismo: 
 
• Lipodistrofia: 
 
• Movimentos faciais: analisar em repouso, em movimentos e com expressão; 
• Atentar para movimentos involuntários dos músculos faciais (contrações musculares espasmódicas), tiques 
e maneirismos; 
→ Pedir para paciente enrugar a teste, sorrir, encher de ar, fechar os olhos; 
 
4. Olhos: 
• Mobilidade ocular extrínseca; 
• Atentar oscilações rítmicas dos olhos (nistagmo) ou desvios oculares; 
• Posição e alinhamento; 
• Estrabismo: vertical e horizontal; 
 
 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Enoftalmia: 
 
• Exoftalmia ou proptose: 
 
• Xantelasma: 
 
• Lagoftalmo: 
 
• Lid lag: incapacidade de movimentar a pálpebra com o movimento do globo ocular; 
 
5. Pálpebras: 
• Evertidas (ectrópico) ou invertidas (entrópio): 
 
• Blefarite; 
 
 
• Hordéolo; 
 
• Calázio: 
 
 
6. Olhos: 
• Conjuntivas: rosa sobre a pálpebra inferior e branca sobre a esclera; 
• Esclera: branco porcelana a amarelo claro (dependendo da raça); 
• Atentar para eritema, exsudato, presença de pterígio (crescimento anormal da conjuntiva), pigmentação da 
esclera (amarelas ou esverdeadas); 
• Presença de vermelhidão (com ou sem secreção purulenta): conjuntivite; 
• Sangue vermelho e brilhante: hemorragia subconjuntival; 
• Glaucoma e uveíte anterior: hiperemia pericerática, alteração pupilar e visão alterada; 
-Uveíte é associada a doenças autoimunes; 
-Glaucoma: associado a fatores hereditários; 
 
• Pinguécula e pterígio: 
 
 
 
 
• Hemorragia subconjuntival: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Glaucoma: 
 
• Uveíte anterior: 
 
 
6.1 Córnea: 
• Transparente, brilhante e avascular; 
• Presença de um anel fino e branco ao longo da margem da íris= halo corneano senil) →Anormal em 
indivíduos com menos de 40 anos; 
 
6.2 Íris e pupilas: 
• Íris: deve ser nitidamente visível. Observe quanto ao tamanho, forma, simetria, cor; 
• Pupilas: simétricas e fotorreagente. Testar a reação das pupilas com um foco de luz (lateralmente); 
• Colaboma de íris: 
 
• Simétrico foto reagente (Isocórica): normal; 
• Anisocoria: diferença de tamanho de uma pupila para outra; 
• Anopsia (lesão no nervo óptico) ou amaurose (lesão na retina, córna, globo ocular): sem visão 
• Reflexo consensual: estimulo de um olho fazendo o outro responder da mesma maneira; 
• Acuidade visual: tabela de Snellen; 
• Xeroftalmia: olho seco por deficiência na quantidade lacrimal; 
• Ametropia= erros de refração: 
-Miopia: visão embaçada à distância; 
-Hipermetropia: visão embaçada para perto (estica o braço para ler); 
-Astigmatismo: visão borrada por irregularidades na córnea; 
• Quadrantopsia: perda de um quadrante de visão; 
• Histocoma: ponto preto que está flutuando no campo de visão; 
• Histocoma cintilante: pontos alteração no nervo óptico ou crise hipertensiva; 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
 
• Fundo de olho: 
-Dedo indicador; 
-Se usar óculos, achar a nitidez, 
-Manter os olhos sempre abertos; 
-Exame no olho direita do paciente: utilizar a mão direita e o olho direito; 
-A parte de borracha: apoiada na fonte; 
-Primeiro: observar o disco óptico que está localizado na borda nasal; observar os vasos saindo no disco 
óptico; observar a mácula; 
-Paciente deve olhar sempre para frente, sem movimentar o globo ocular; 
-Repedir no olho direito do paciente 
 
-O que observar: 
1º Reflexo vermelho; 
2º Vasos – buscar a origem dos vasos;3º Disco óptico; 
4º Mácula; 
 
• Hipertensão Arterial Sistêmica: hemorragia em chama de vela, exsudato algodonoso, exsudato duro; 
cruzamento arteriovenoso; 
-Fase aguda (fase vasoconstritiva): 
*Espasmo arteriolar focal ou difuso 
*Exsudatos algodonosos (indicam isquemia aguda da camada de fibras nervosas) e exsudatos duros 
*Hemorragias retinianas superficiais em “chama de vela” 
* Edema de retina e descolamento seroso da retina 
-Fase crônica (fase arteriosclerótica): 
*Estreitamento arteriolar (consequente ao espessamento da parede vascular 
*Aumento da tortuosidade arteriolar 
*Aumento do reflexo dorsal arteriolar: arteríolas em fio-de-cobre (apresentam tom avermelhado, 
consequente ao espessamento de parede); arteríolas em fio-de-prata (apresentam coloração branca, devido a 
ocultação da coluna de sangue, em decorrência do agravamento do espessamento da parede arteriolar). 
*Cruzamentos arteriovenosos patológicos: sinal de Salus (deflexão do trajeto venoso pela arteríola, no 
cruzamento); sinal de Gunn (aparente interrupção da coluna venosa pré e póscruzamento); sinal de Bonnet 
(represamento da coluna venosa de um lado do cruzamento). 
 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
-Cruzamento arteriovenoso patológico: formação de exsudato (presente em pacientes hipertensos); 
-Edema do disco óptico e hemorragia em chama de vela: presente em pacientes hipertensos; 
 
• Retinopatia diabética: 
-Alterações proliferativa: neovasos (ramificações da arteríola); 
-Os neovasos são bem frágeis; 
-Se a hemorragia for na mácula, o paciente perde a acuidade visual; 
-Achados: hemorragia, aneurisma, aumento anormal dos vasos sanguíneos, exsudato algodonoso, exsudato 
duro; 
-Sem cruzamento arteriovenoso; 
 
• Corioretinite por toxoplasmose: 
 
• Descolamento de retina: 
 
 
7. Orelha externa: 
• Pavilhão auricular: inspecionar tamanho, forma, simetria, cor (semelhante a face), implantação e condições 
de higiene 
• Palpar a região. Consistência deve ser firme, móvel e sem lesões de pele 
• Atentar para dor, edema, hiperemia, assimetria ou presença de nódulos 
• Inspecionar o meato acústico quanto a corrimento e odor fétido. Atentar para saída de líquor pelo canal em 
TCE. 
• Palpar processo mastoide e pressionar o trago para verificar presença de dor (processo infeccioso) 
• Otorreia, otorragia, acusia... 
• Vertigem: sensação subjetiva das coisas ou do paciente estarem girando; 
• Tontura: sensação de desequilíbrio (patologias do cerebelo); 
• Apêndice pré-auricular: 
 
 
7.1 Canal auditivo e tímpano: 
• Otoscopia: 
-Inserir o espéculo – otoscopia 
-Observar corrimento, descamação, vermelhidão excessiva, lesões, corpos estranhos, excesso de cerume; 
-Observar o cone de luz; 
-Se paciente tiver queixa de infecção: otoscopia primeiro no ouvido saudável; 
• Retificar conduto: 
-Em adultos: para cima e para fora; 
-Em crianças: para baixo; 
• Membrana timpânica: aspecto homogêneo, sem hiperemia; 
-Otite média: hiperemia, o cone de luz, abaulada; 
 
 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Otite externa: 
 
• Otite média aguda: 
 
 
• Avaliação da audição: 
-Observe a resposta do paciente às perguntas (comportamento, necessidade de repetição) 
-Verificar a resposta do paciente à voz sussurrada 
-Solicitar que o paciente tape o ouvido não testado; 
-Posicionar-se lateralmente ao paciente, 30 a 60 cm de distância da orelha 
-Sussurrar uma combinação de letras e números (3, T, 9) com suavidade. 
-Dica: exalar completamente antes de sussurrar; solicitar que o paciente repita a combinação; realizar o 
procedimento com a outra orelha; 
 
8. Nariz: 
• Nariz: inspecionar quanto a desvios na forma, tamanho e cor 
• Pele deve ser lisa, sem edema, com a mesma cor da face 
• Mucosa: deve ser rosada e úmida 
• Palpação (ponte nasal ao ápice): observar sensibilidade, presença de massa ou desvios 
• Testar a permeabilidade, ocluindo cada narina alternadamente 
• Foco de luz nas narinas (inclinação da cabeça): observar presença de corrimentos, dilatação ou 
estreitamento, lesões, vermelhidão, sangramentos, exsudato, edema, desvio ou perfuração de septo 
• Se disponível, utilizar espéculo 
• Epistaxe: sangramento nasal; 
 
9. Seios da face: 
• Palpar os seios frontais e maxilares; 
• Edema ou dor à palpação pode indicar infecção, secreção ou obstrução; 
 
 
10. Boca: 
• Inspecionar e palpar os lábios quanto à simetria, cor, textura, hidratação e presença de lesões; 
• Atentar para lábios secos, fissuras, edemas, lesões, placas, nódulos e ulcerações; 
• Observar a coloração dos lábios- róseos e simétricos (remover batom); palidez, cianose; 
• Impetigo: 
 
• Herpes Labial; 
 
• Quelite angular ou 
comissurite: 
 
• Angiodema: 
 
 
 
 
• Câncer de boca: 
 
 
 
 
 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Mucocele: 
 
• Microstomia: 
 
• Diastema: 
 
• Mácula melanótica: 
 
• Com auxílio de abaixador de língua e boa iluminação: avaliar a qualidade da higiene dental, alinhamento e 
ausência de dentes (solicitar retirada da prótese), presença de cáries, coloração (café, cigarro), halitose 
• Mucosa oral: deve ser vermelho-rosada, lisa, úmida e macia Gengiva: deve ter aspecto róseo e se ajustar 
hermeticamente ao redor do dente (observar retrações gengivais) 
• Exame: 
-Retraia os lábios superior e inferior; 
-Verifique cor, hidratação, textura e presença de lesões na mucosa 
-Lesões devem ser palpadas (dor, tamanho e consistência) 
-Atentar para lesão em placa branca que não pode ser removida –pré-maligna ou maligna 
-Com luvas, palpar a gengiva (especialmente na região abaixo da prótese) Atenção: sangramento gengival, 
edema e dor local; 
• Língua: 
-Superfície dorsal: vermelho-fosca, úmida e brilhante, levemente enrugada na superfície e lisa nas laterais. 
-Superfície ventral: altamente vascularizada e com pregas; 
-Puxar a língua com uma gaze para avaliar as bordas laterais e palpá-la; 
-Raspar levemente margens brancas ou vermelhas (resíduo alimentar ou lesão?) Atenção para presença de 
nódulos, ulcerações 
• Palato: 
-Paciente deve inclinar a cabeça para trás; 
-Avaliar palato mole e palato duro; 
-Observe cor, formato, textura ou existência de proeminências; 
• Leucoplasia: 
 
• Candidíase oral: 
 
 
11. Orofaringe: 
• Parede posterior da faringe: rósea, lisa e brilhante 
• Amídalas se fundem com a cor rósea da faringe 
• Abaixador de língua: avaliar faringe, úvula, amídalas 
• Atenção para reflexo faríngeo (vômito) 
• Note a ocorrência de edema, petéquias, lesões, exsudatos, hipertrofia; 
 
 
 
 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Sinal de Forchheimer: 
 
• Amigdalite bacteriana: 
 
• Caseum ou cáseo amigdalino: 
 
 
11. Pescoço: 
• Inspeção: 
-Observar assimetrias, massas, bócio, edema, cicatrizes ou gânglios visíveis; 
-Observar amplitude do movimento e simetria (solicitar movimentação ativa da cabeça); 
-Atenção para dor e contratura muscular (posição antálgica) 
• Palpação: 
-Linfonodos: palpe sequencialmente; 
 *Achado normal: linfonodos pequenos, móveis e indolores; 
-Glândulas salivares; 
-Tireoide: 
 *Palpação (acesso anterior ou posterior): tamanho, formato e consistência da glândula, presença de 
nódulos (lisos, irregulares, macios ou duros), dor; 
-Artérias carótidas: visualizar, palpar e auscultar (sopros?); 
-Veias jugulares: visualizar presença de distensão jugular e/ou pulso jugular (ICC, hipertensão pulmonar, 
pericardite); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
Sistema Cardiovascular 
 
1. Sinais e sintomas comuns:• Dor torácica; 
-Dor torácica: afastar causas que podem levar a morte – síndrome coronariana aguda (infarto agudo do 
miocárdio), dissecção da aorta, tamponamento, pneumotórax, pneumotórax, embolia pulmonar, 
-Dissecção da aorta: diferença de pressão de pulso, diferença de pressão, irradiação para o dorso; 
-Embolia pulmonar: dor ventilatória dependente; 
-Pneumotórax: traumático ou espontâneo (genésico, enfisema) 
• Palpitações; 
-Paciente refere “coração acelerado, coração vai pular pelo pescoço”; 
-Mulheres jovens: durante a noite, geralmente extra ou supra ventriculares; 
-Palpitação supra ventriculares são benignas; 
• Falta de ar: dispneia, ortopneica, DPN (dispneia paroxística noturna); 
-Dispneia: edir para o paciente se é pelo esforço, quando caminha, quando realiza alguma atividade, subindo 
escadas... 
-Ortopneia: geralmente de origem cardíaca; 
-DPN: paciente levanta com muita falta de ar, geralmente o paciente tem edema de MI; 
• Edema; 
-Bilateral MI: origem cardíaca; 
-Unilateral: trombose venosa profunda, infecção; 
• Síncope: 
-“Famoso desmaio”- perda de consciência com recuperação rápida; 
-Causas: diminuição da frequência cardíaca e/ou diminuição da pressão arterial; 
-Em idosos: investigar hipotensão postural; 
 
2. Fatores de risco cardiovascular: 
• Diabetes melito; 
• HAS; 
-História familiar positiva: Homens <55 anos e Mulheres <65 anos; 
• História familiar de DCV prematura; 
• Sedentarismo; 
• Obesidade. 
• Dislipidemia; 
-Xantelasma, xantomas; 
• Tabagismo; 
→ Risco elevado: maior ou igual a 7,5%; 
 
 
 
3. Rotina da ausculta cardíaca: 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Determinar ritmo e frequência; 
• Avaliar bulhas; 
• Avaliar presença de cliques e estalidos; 
• Avaliar presença de sopros; 
• Detectar outros ruídos anormais (atrite pericárdico, rumor venoso); 
 
4. Rotina da avaliação cardíaca: 
 
→ Paciente em decúbito dorsal, cabeça elevada 30º; 
• Inspeção: observar jugulares (turgência, pulsos), carótidas (pulsos), formato do tórax (circulação colateral, 
deformidades, abaulamentos, pulsações, ictus), sinais de dificuldade respiratória (ortopneia, tiragem) 
• Palpação: jugulares e carótidas, frêmito, ictus (ponto da ponta do coração); 
 
→ Paciente em decúbito lateral esquerdo: 
• Palpação: ictus; 
• Ausculta: foco mitral; 
 
→ Paciente em decúbito dorsal, cabeceira elevada 30º: 
• Ausculta: todos os focos e bordas esternais (ritmo, fonese, estalidos, sopros, atrito pericárdico); 
 
→ Paciente sentando, inclinado para frente (opcional): 
• Ausculta: borda esternal esquerda em expiração forçada (insuficiência aórtica); 
 
5. Bulhas Cardíacas 
 
5.1 B1 → foco tricúspide + foco mitral = tum 
 
Hiperfonese de B1: 
• Fechamento rápido dos folhetos (estados hiperdinâmicos) 
• Início da estenose mitral (+pressão do VE) 
• Hiperfluxo transvalvar (principalmente CIV) 
 
Hipofonese de B1: 
• Estenose mitral reumática; 
• Insuficiência mitral ou aórtica graves (endocardite); 
• Falta de força ventricular (miocardiopatias, betabloqueadores); 
• Fatores extracardíacos (DPOC, DP, pneumotórax, choque obesidade); 
 
5.2 B2 → foco aórtico + foco pulmonar= tá 
 
Hiperfonese de B2: 
• ↑pressão na aorta (HAS, ectasia ou aneurisma da aorta) 
• ↑pressão arterial pulmonar 
 
Hipofonese B2: 
• Estenose aórtica reumática e estenose pulmonar grave 
• Fatores extracardíacos (DPOC, DP, pneumotórax, choque, obesidade) 
 
5.3 Dobramento de B2: 
• Normal= valva aórtica se fecha um pouco antes da pulmonar; 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• Desdobramento fisiológico da B2: ocorre na inspiração e some na expiração, atraso do fechamento P, em 
crianças e adultos jovens; 
• Desdobramento patológico, fixo e paradoxal; 
 
5.3.1 Dobramento variável de B2: 
• Desdobramento variável de B2 em adulto; 
• Intensifica na inspiração e persiste (reduzido) na expiração; 
• Causas: BRD (a mais comum), estenose pulmonar (obstrução da saída do VD) insuficiência mitral (antecipa 
A2); 
 
5.3.2 Desdobramento fixo de B2: 
• Retardo do componente aórtico; 
• Som não modifica na inspiração e expiração por isso fixo; 
• Causas: CIA (shunt do AE para o AD, que aumenta o volume de sangue para VD); 
 
5.3.3 Desdobramento paradoxal de B2: 
• Retardo do componente aórtico na expiração; 
• Causas: bloqueio do ramo esquerdo (BRE), miocardiopatias graves) por HAS, por ex.); 
 
5.4 B3 
• Galope ventricular; 
• Mais audível na fase inicial da diástole (protodiastólico), no foco mitral e em decúbito lateral esquerdo; 
• Fase de enchimento rápido ventricular- relacionado à sobrecarga de volume (Ex. IVE, insuficiência mitral); 
• Origem VD ou VE? Do VD fica acentuada na inspiração; 
• Fisiológica (desaparece no decúbito ou ereto): adultos jovens, crianças, primeiro trimestre da gestação e 
outros estados hiperdinâmicos; 
 
5.5 B4 
• Galope atrial 
• Resulta da brusca expansão e vibração da parede ventricular consequente à contração atrial vigorosa; 
• Mais audível na fase final da diástole (telediastólico ou pré-diastólico); 
• BAV grau I; 
• Origem VD ou VE? Do VD, fica audível na borda esternal esquerda, subxifoide ou na jugular interna. DO 
VE, mais audível na região mitral e na expiração; 
• Atenua com redução do retorno venoso (Valsava); 
 
6. Lembrar: 
• Os níveis de pressão no lado direito do coração são mais baixos que no lado esquerdo. Isso se dá pelo fato 
de a resistência pulmonar ser inferior à resistência do sistema arterial periférico; 
• A valva mitral se fecha antes da tricúspide. Isso porque no lado esquerdo são mais abundantes as ramificações 
do sistema His-Purkinje. Tal fato propicia a chegada mais precoce do estímulo elétrico à musculatura. Assim, 
a sístole do ventrículo esquerdo (VE) inicia-se ligeiramente antes da do ventrículo direito (VD); 
• Apesar do VD iniciar sua contração mais tarde que o esquerdo, seu esvaziamento começa antes que o do VE. 
Isso se dá porque a pressão ventricular direita ultrapassa a pressão intrapulmonar mais rapidamente do que 
faz o VE em relação à pressão intra-aórtica; no entanto, o VE completa sua ejeção antes que o VD. Isso 
porque o nível pressórico intra-aórtico, sendo mais alto que o intrapulmonar, faz com que haja uma inversão 
do gradiente de pressão mais precoce no lado esquerdo do coração. 
• Os fatores principais na formação das bulhas cardíacas são o fechamento das valvas do coração. Da primeira 
bulha (B1) participam os componentes mitral (M) e tricúspide (T), nesta ordem. A segunda bulha (B2) 
também tem dois componentes - aórtico (A) e pulmonar (P), ocorrendo primeiro, o componente aórtico. 
Semiologia Médica- 4º Semestre 
Semiologia do Adulto 
Letícia Pertussatti Vieira 
FEEVALE 2020/1 
 
• A inspiração aumenta a negatividade da pressão torácica e acentua a pressão abdominal, determinando maior 
afluxo de sangue ao VD. Tal fato retarda a sístole do VD, separando os componentes aórtico e pulmonar da 
segunda bulha (desdobramento fisiológico de B2). 
 
7. Sopros: 
 
→ Sopros podem ser gerados por: 
• Aumento do fluxo sanguíneo em valvas normais ou anormais; 
• Obstrução ao fluxo anterógrado- lesões estenóticas; 
• Fluxo regurgitante por valvas incompetentes- insuficiências valvares; 
 
1) Situação do ciclo: 
-Sistólico: 
-Diastólico: 
-Contínuo (B1= sístole): 
2) Intensidade: 1 a 6 cruzes (ex. sopro 2/6+); 
-Grau 1: é tão fraco que só pode ser ouvido com grande esforço; 
-Grau 2: ainda é um sopro fraco, mas que pode ser detectado prontamente; 
-Grau 3: é um sopro proeminente, mas sem grande intensidade; 
-Grau 4: é um sopro alto e comumente acompanhado de frêmito à palpação; 
-Grau 5: é um sopro alto e audível mesmo com o estetoscópio parcialmente em contato com a parede 
torácica (com o estetoscópio à 45º), com frêmito

Outros materiais