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Publicidade Administrativa face ao Direito Constitucional à informação

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL GUAXUPÉ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LETÍCIA DE FREITAS RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFICÁCIA DO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE FACE AO DIREITO 
FUNDAMENTAL À INFORMAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guaxupé – MG 
2021 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL GUAXUPÉ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LETÍCIA DE FREITAS RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFICÁCIA DO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE FACE AO DIREITO 
FUNDAMENTAL À INFORMAÇÃO 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso do curso de Direito 
do Centro Universitário da Fundação Educacional 
Guaxupé, como requisito parcial, para obtenção do 
grau de Bacharel em Direito. 
 
Área de concentração: Direito Administrativo 
 
Orientador: Prof. Me. Humberto Luis Versola 
 
 
 
 
 
 
 
Guaxupé- MG 
2021 
LETÍCIA DE FREITAS RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFICÁCIA DO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE FACE AO DIREITO 
FUNDAMENTAL À INFORMAÇÃO 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso do curso de Direito 
do Centro Universitário da Fundação Educacional 
Guaxupé, como requisito parcial, para obtenção do 
grau de Bacharel em Direito. 
 
 
 
Aprovada em: ____/____/____ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_____________________________ 
 
_____________________________ 
 
_____________________________ 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 O encerramento de mais essa etapa da minha vida acadêmica, conquistada com tanto 
esforço, dedicação e maestria se deve primeiramente à Deus e a Nossa Senhora Aparecida e 
em grande medida ao apoio que encontrei em tantas pessoas que são e outras que se tornaram 
essenciais em minha vida e em toda experiência que obtive graças ao curso de Direito. 
 Aos meus pais, Ricardo Donizete Rodrigues e Maria Irene de Freitas Rodrigues, por 
me ensinarem o real significado da perseverança, dignidade e honradez e que muitas vezes 
renunciaram aos seus sonhos para que eu pudesse conquistar os meus. 
 Ao meu namorado, Christian Ribeiro de Almeida, por toda compreensão, paciência, 
apoio, afeto e torcida ao longo desses cincos anos de caminhada. 
 A Kátia Fidanza Rodrigues Mancini, uma grande e eterna amiga que se tornou uma 
segunda mãe e cuidou de mim como filha nos anos em que estive como estagiária no Juizado 
Especial da Comarca de Guaranésia, me ensinando acima de tudo que sinceridade, lealdade, 
transparência e amor são armas poderosíssimas para o sucesso em qualquer área de nossas 
vidas. 
 Aos meus amigos conquistados durante o curso de Direito, em especial à minha 
primeira amiga Isabela Marina de Souza Coelho, ao meu amigo Vitório dos Santos por 
acreditar na minha capacidade intelectual; à minha amiga Thuany Barbosa por todo apoio, 
conversas e ajuda durante esses cinco anos de caminhada. 
 Ao Pró-reitor administrativo Dr. André Melo pelo incentivo e apoio não só no curso 
de Direito, mas em todas as conquistas relacionadas à área jurídica e acadêmica. 
 A minha querida amiga Prof. Me. Ana Cristina Mascarenhas, que se tornou um 
espelho de profissional, mãe e mulher ao longo dos nossos 10 anos de convivência. 
 Aos meus queridos Mestres que me mostraram o caminho a seguir e como seguir 
durante todos esses anos, mesmo diante a um cenário não habitual no qual fomos pegos de 
surpresa e pela dedicação devotada ao curso em que me orgulho de estar concluído. 
 Ao meu orientador Prof. Me. Humberto Luis Versola, que nunca economizou 
paciência para com esta graduanda. 
 Ao Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé, seus professores, seus 
abnegados e atenciosos funcionários que contribuíram para minha formação. 
 Ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, por toda experiência que me foi 
concedida durante os dois anos de estágio no Juizado Especial da Comarca de Guaranésia. 
 À família forense da Comarca de Guaranésia pelo companheirismo, amizade e por 
me ensinar que uma equipe pequena, porém capacitada, é capaz de realizar grandes trabalhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Pergunte a si mesmo o que é realmente importante. 
Então, tenha coragem e sabedoria para construir a 
sua vida dentro de sua resposta.” 
Lee Jampolsky 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O que segue a justiça e a benevolência achará 
a vida, a justiça e a honra.” 
Provérbios, 21:21 
https://www.churchofjesuschrist.org/study/scriptures/ot/prov/21?lang=por#note21a
RESUMO 
 
RODRIGUES, Letícia de Freitas. Eficácia do princípio da publicidade face ao direito 
fundamental à informação. Trabalho de Curso de Graduação em Direito fls. 61. Centro 
Universitário da Fundação Educacional Guaxupé, Guaxupé- MG, 2021. 
O Princípio da Publicidade é mais um dos princípios que rege o Estado Democrático de 
Direito. Tal princípio fortalece os princípios da moralidade e da legalidade. Os efeitos do 
princípio da publicidade torna público todo o ato administrativo, exterioriza a vontade da 
administração pública, torna exigível o conteúdo do ato pela sociedade e permite que haja o 
controle de legalidade nos atos praticados. Na atualidade, o Princípio da Publicidade ganhou 
um forte aliado chamado Internet. No que tange ao acesso à informação, a internet assume 
papel essencial no relacionamento entre a Administração Pública e a população. Tal meio, 
explorado de forma coerente, eleva o princípio da eficiência das políticas públicas. O 
Princípio da Publicidade garante ao cidadão que ele participe de forma ativa dos atos 
realizados pelo agente público de forma que tenha acesso às informações devidamente 
motivadas referentes à atuação estatal. É através da participação da coletividade nos atos da 
administração pública que o Princípio da Publicidade se torna eficaz, pois garante 
transparência à atividade administrativa e permite o acesso aos motivos pelos quais tais atos 
foram praticados, sua finalidade, proporção e abrangência. O Brasil, desde o século XX, 
passou a ser um país Democrático, isso quer dizer que acarreta um governo fundado em leis e 
não apenas do interesse do ocupante da função pública. Ao falar em democracia, há de se 
dizer também sobre a imposição da possibilidade de participação dos cidadãos em questões de 
igualdade de condições através do voto que demonstra a vontade do povo. Isto posto, o 
Estado Democrático de Direito, exerce o cumprimento do dever de alcançar o interesse 
público mediante o uso de poderes instrumentalmente necessários conferidos pela ordem 
jurídica atuando em face aos princípios da Constituição Federal, que, de forma impessoal, 
eficaz, legal, moral e pública faz com que o cidadão sinta-se como parte de um todo e a 
Democracia por vez, atue para garantir seus direitos enquanto cidadão também de deveres e 
obrigações e que estas também sejam cumpridas. A Publicidade Administrativa em relação à 
informação destinada ao público se faz atributo indispensável para que se concretize o regime 
do Estado Democrático de Direito que possibilita a qualquer cidadão o livre acesso para 
acompanhar as atividades administrativas e opinar nos atos realizados pelo agente público. A 
publicação da Lei nº 12.527 de 18 de Novembro de 2011, representou um marco na conquista 
já que, com sua ausência, a sociedade ficava a mercê de uma administração transparente. Com 
a sua promulgação, o Brasil passou a ser o 89º país a ser uma legislação especial que 
regulamenta o assunto. A adoção de uma lei específica de acesso à informação foi tema de 
grandes discussões internacionais, sendo inclusive, recomendada pela ONU. Tal legislação 
trouxe a definição dos mecanismos, prazos e procedimentos adotados para que a informação 
seja solicitada á administração pública pelos cidadãos e com o apoio dainternet, teremos uma 
sociedade melhor informada, mais ativa, participativo e claro, com seus direitos protegidos, 
através de uma administração pública mais eficiente, transparente e eficaz, o que promove 
consequentemente uma população mais consciente de seus direitos e que é capaz de participar 
de forma ativa da consolidação do Estado Democrático de Direito. 
 
Palavras-chave: Princípio da Publicidade. Administração Pública. Acesso à informação. 
Transparência. Estado Democrático de Direito. 
 
ABSTRACT 
 
RODRIGUES, Letícia de Freitas. Effectiveness of the principle of publicity vis-à-vis the 
fundamental right to informationUndergraduate Law Course Work pgs. 61. University 
Center of the Guaxupé Educational Foundation, Guaxupé-MG, 2021. 
 
The Advertising Principle is another of the principles that govern the Democratic Rule of 
Law. Such a principle strengthens the principles of morality and legality. The effects of the 
principle of publicity make the entire administrative act public, externalize the will of the 
public administration, make the content of the act enforceable by society and allow for the 
control of legality in the acts performed. Currently, the Advertising Principle has gained a 
strong ally called the Internet. With regard to access to information, the internet plays an 
essential role in the relationship between the Public Administration and the population. This 
means, explored in a coherent way, raises the principle of efficiency in public policies. The 
Publicity Principle guarantees citizens that they actively participate in the acts performed by 
the public agent so that they have access to duly motivated information regarding the state's 
actions. It is through the participation of the community in the acts of public administration 
that the Publicity Principle becomes effective, as it guarantees transparency to the 
administrative activity and allows access to the reasons for which such acts were practiced, 
their purpose, proportion and scope. Brazil, since the 20th century, has become a Democratic 
country, which means that it entails a government based on laws and not just in the interest of 
the occupant of the civil service. When talking about democracy, one must also say about the 
imposition of the possibility of citizens' participation in issues of equality of conditions 
through the vote that demonstrates the will of the people. That said, the Democratic State of 
Law, exercises the fulfillment of the duty to achieve the public interest through the use of 
instrumentally necessary powers conferred by the legal order acting in light of the principles 
of the Federal Constitution, which, in an impersonal, effective, legal, moral way and public 
makes the citizen feel like part of a whole and Democracy, in turn, acts to guarantee their 
rights as a citizen also of duties and obligations and that these are also fulfilled. 
Administrative Advertising in relation to information intended for the public is an 
indispensable attribute for the realization of the Democratic State of Law regime, which 
allows any citizen free access to monitor administrative activities and give an opinion on the 
acts performed by the public agent. The publication of Law No. 12,527 of November 18, 
2011, represented a milestone in the achievement since, in its absence, society was at the 
mercy of transparent administration. With its enactment, Brazil became the 89th country to 
have a special legislation that regulates the subject. The adoption of a specific law on access 
to information was the subject of great international discussions, including being 
recommended by the UN. Such legislation brought the definition of mechanisms, deadlines 
and procedures adopted so that information is requested from the public administration by 
citizens and with the support of the internet, we will have a better informed, more active, 
participative and clear society, with its rights protected, through a more efficient, transparent 
and effective public administration, which consequently promotes a population that is more 
aware of its rights and capable of actively participating in the consolidation of the Democratic 
Rule of Law. 
 
Keywords: Advertising Principle. Public administration. Access to information. 
Transparency. Democratic state. 
 
 SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO 10 
1 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 12 
1.1- Do Poder Administrativo. 13 
1.1.1 - Do Poder Administrativo Vinculado. 13 
1.1.2 - Do Poder Administrativo Discricionário. 13 
1.2 - Da Administração Pública Objetiva e Subjetiva. 14 
1.3 - Da Administração Pública Direta. 15 
1.3.1 - Da Administração Pública Indireta. 15 
1.4 - Do Regime Jurídico da Administração Pública. 16 
1.5 - Dos Princípios. 17 
1.5.1 – Dos Princípios Implícitos - Princípio da Supremacia do Interesse Público e a 
Indisponibilidade do Interesse Público 18 
1.5.2 - Do Princípio da Supremacia do Interesse Público. 19 
1.5.3 - Do Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. 20 
1.5.4 - Dos Princípios Explícitos ou Expressos. 21 
1.5.5 - Do Princípio da Legalidade. 23 
1.5.6 – Do Princípio da Impessoalidade. 24 
1.5.7 - Do Princípio da Moralidade. 24 
1.5.8 - Do Princípio da Eficiência. 26 
1.5.9 - Do Princípio da Publicidade. 27 
1.5.9.1 - Da Motivação para a publicação do ato. 30 
1.5.9.2- Da Informação à coletividade. 31 
1.5.9.3 - Da participação do cidadão nos atos administrativos. 31 
2- DA GESTÃO PÚBLICA E DO DIREITO FUNDAMENTAL À INFORMAÇÃO. 33 
2.1 - Da Democracia e do Direito Fundamental à informação. 33 
2.2 - Da Transparência e Publicidade Administrativa. 35 
2.2 - Do Acesso à Informação. 36 
2.2.1 - Do Remédio Constitucional e da Garantia ao Acesso à Informação. 37 
2.3 - Da Lei de Acesso à Informação. 38 
2.3.1 - Das Modalidades de Transparência à Informação. 39 
2.4 - Dos Instrumentos de Acessos às Informações. 41 
3- DA EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS E GARANTÍAS ATRAVÉS DO PRINCÍPIO 
CONSTITUCIONAL DA PUBLICIDADE NO ÂMBITO DA LEI Nº 12.527/11. 43 
3.1 - DA Legislação. 44 
3.2 - Da Legislação em Prol da Coletividade. 46 
3.3 - Do Acesso às Informações Públicas, 48 
3.4 - Do Caráter Informativo e Impessoal das Informações. 49 
3.5 - Da Classificação da Publicidade e dos Atos Administrativos. 51 
3.5.1 - Da Publicidade Proativa e Reativa. 51 
3.6 - Da Moderação à Publicidade, dos Atos e Sigilo. 51 
3.7 – Lei Geral de Proteção de Dados ( LGPD) 53 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 56 
REFERÊNCIAS: 58 
 
10 
INTRODUÇÃO 
 
Administração Pública compreende competências orientadas à realização de 
determinados fins, no caso da função administração, trata-se de efetivar os direitos garantidos 
pela Constituição Federal, sendo direitos fundamentais e garantias pertinentes à sociedade em 
que irá atuar. 
Para a construção de uma verdadeira democracia, se torna cada vez mais indispensável 
o livre acesso às informações de forma rápida, de fácil acesso, clara e principalmente, que seja 
transparente. A participação de forma ampla popular, sem dúvida, fortalece o Estado 
Democrático de Direito, o que resulta, em ganhos tanto para a administração pública quanto 
para o principal fim que é a população. 
O sigilo de informações, além de gerar desconfiança por parte da população, facilita a 
corrupção e cria de certo modo, uma barreira invisível ao desenvolvimento e à participação da 
população. 
Não obstante, o livre acesso à informação não se faz suficiente para combater os atos 
corruptos, mas é uma alternativa que se tona indispensável para a promoção dos direitos e 
garantias fundamentais e essenciais da nossa constituição. 
Complementar o acesso à informação utilizando-se de meios alternativos de 
comunicação é o mecanismo mais acessível, rápido e eficiente para que a população se torne 
mais participativa e consequentemente mais confiante em seus governantes. 
Paratanto, promulgou-se além da Constituição Federal de 1988, a Lei Nº12.527 de 18 
de novembro de 2011, com o objetivo de ditar normas e assegurar a proteção do direito 
fundamental à informação amparado pela constituição. Tal Lei vem de encontro com os 
procedimentos estatais em manter sigilo dos atos administrativos, mas, utilizando-se do 
sistema de freios e contrapesos, também expressa a exceção do sigilo em determinadas 
situações. 
Utilizar-se de todos os meios possíveis e disponíveis para que se efetive a 
transparência dos atos administrativos, não garante que a administração pública irá funcionar 
de forma correta, mas talvez sem esses meios, a atividade da administração pública sequer 
seria de forma razoável ao bem estar e efetivação dos direitos e garantias. 
A Publicidade Administrativa em relação à informação destinada ao público se faz 
atributo indispensável para que se concretize o regime do Estado Democrático de Direito que 
possibilita a qualquer cidadão o livre acesso para acompanhar as atividades administrativas e 
11 
opinar nos atos realizados pelo agente público. O que ocorre, como já dito, é que nem todo 
cidadão tem conhecimento de que tem autorização e direito para acessar informações 
públicas. 
Uma vez bem informado, o cidadão tem consequentemente, melhores condições de 
conhecer e acessar outros direitos essenciais, como educação, saúde e benefícios sociais, pois, 
garantir o acesso à informação através do Princípio da Publicidade, aumenta o fluxo de 
informações e favorece a tomada de decisões além é claro, da inclusão do cidadão nos atos 
praticados pela administração pública. 
No primeiro capítulo, evidencia-se a visão geral do que é a Administração Pública, 
suas particularidades, formas de administrar, suas funções diretas e indiretas e seus poderes 
perante a sociedade. 
No segundo capítulo, os princípios que norteiam a Administração Pública demonstram 
seus papéis que são essenciais e estão expressos em nossa Constituição Federal, como o 
princípio tema do presente trabalho, o Princípio da Publicidade dos atos administrativos, que 
nos transmite diretamente ao Direito à Informação, também amparado pela constituição como 
uma garantia fundamental do ser humano de se manter informado e participar ativamente de 
forma política da administração pública e exercer seu papel de cidadão. 
Por vez, o terceiro e último capítulo, nos traz os meios disponíveis e utilizáveis para 
que tal direito seja cada vez mais positivado, além de evidenciar a importância das legislações 
que regulamentam o Direito à Informação, que instituem que tal direito se torne cada vez mais 
presente e eficaz para o real Estado Democrático de Direito. 
Para a elaboração de todo conteúdo aqui presente, utilizou-se primordialmente a 
pesquisa qualitativa, onde foram observados e analisados os conteúdos das teorias publicadas 
em volta do tema. A pesquisa desenvolvida assume também caráter de procedimento 
bibliográfico, baseada em livros, artigos e publicações de profissionais do Direito, legislação, 
revistas científicas e jurisprudências. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
1 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
 
Para adentrarmos ao tema, é necessário primordialmente entendermos o conceito de 
Administração Pública. 
A expressão Administração Pública, intitula o conjunto de entidades, órgãos e agentes 
estatais que são essenciais para o exercício da função administrativa, seja no âmbito 
municipal, estadual ou federativo. 
Embasada no critério material ou objetivo, por vezes, é confundido com a função 
administrativa. Nesta perspectiva, parte da doutrina moderna, familiariza a Administração 
pública por suas tarefas, sendo o Poder de Polícia, a prestação de serviços públicos, a 
regulação de atividades do interesse público e o fomento de atividades que gerenciam o 
controle da atuação do Estado. 
Para sua efetivação, a Administração Pública se baseia e é disciplinada por um 
conjunto harmônico de princípios e regras que convalidam e instruem as atividades 
desempenhadas para a total efetivação do Estado Democrático de Direito de modo que 
satisfaça os interesses da coletividade, respeitando os direitos fundamentais do cidadão. 
Segundo Bandeira de Mello
1
, “administrar é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a 
finalidade dos bens entregues à guarda e conservação alheias. Se os bens e interesses geridos 
são individuais, realiza-se administração particular; se são da coletividade, realiza-se 
administração pública. Administração pública, portanto, é a gestão de bens e interesses 
qualificados da comunidade no âmbito federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos 
do Direito e da Moral, visando ao bem comum.” 
Nesta acepção, administrar é utilizar-se de instrumentos necessários para que se 
consiga alcançar o interesse da coletividade. 
Sendo assim, a Administração Pública
2
, tem por direito e dever promover a satisfação 
de interesses sociais relacionados com a promoção dos direitos fundamentais, cujo seus atos 
exigem organização estável e permanente através do agente público, figura esta que é 
responsável pela execução dos atos frente à Administração Pública, pois a função 
administrativa se traduz concretamente no ato de administrar. 
Administração Pública compreende competências orientadas à realização de 
determinados fins, no caso da função administração, trata-se de efetivar os direitos garantidos 
 
1
 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 28 Ed. revista e atualizada até e 
Emenda Constitucional 67 de 22.12.2010. São Paulo: Malheiros, 2011. 
 
2
 JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo.- 4ª Ed. Rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2009. 
13 
pela Constituição Federal, sendo direitos fundamentais e garantias pertinentes à sociedade em 
que irá atuar. 
Ao executar as ações dentro da administração pública, o agente público deve observar 
o seu caráter instrumental, para que suas ações não sejam caracterizadas como abuso de 
poder, excesso de poder e desvio de poder, já que toda atuação do administrador público é 
vinculada em lei. Ante ao exposto, pode-se dizer que administrar
3
 é garantir a aplicação diária 
das leis, cuidar das relações entre os cidadãos e a administração pública. É objetivar a 
satisfação das necessidades de interesse coletivo, identificadas pelos agentes públicos que 
possuem a função de aplicar as normas, decisões e distribuições de verbas emanadas pelo 
Estado. 
Sucintamente, a Administração Pública trata-se de atividades inerentes ao ato 
administrativo, que objetiva priorizar o interesse coletivo atuando de acordo com a legislação 
pertinente. 
 
1.1- Do Poder Administrativo. 
1.1.1 - Do Poder Administrativo Vinculado. 
 
Como o próprio nome já diz, poder vinculado é aquele que está diretamente subjugado 
à legislação, estabelecendo critérios objetivos para a atuação do agente público, não 
possibilitando-o agir fora dos parâmetros estabelecidos ou de própria escolha do agente, o 
que faz menção diretamente ao princípio da legalidade, onde o agente público deve agir 
somente dentro do que a lei lhe estabelecer. 
 
1.1.2 - Do Poder Administrativo Discricionário. 
 
Ao contrário do poder vinculado, o poder discricionário abre uma margem de atuação 
para o administrador público, dando-lhe possibilidades de ações que sejam mais convenientes, 
que se adequem oportunamente ao caso e que o seu conteúdo seja plausível, respeitando o 
limite do imposto pela própria legislação de modo que não se torne anulável. Presume-se que, 
o poder discricionário flexibiliza as ações do agente público, dando-lhe a opção da 
modalidade a seguir. 
 
3
 ALLAND, Denis e RIALS, Stéphane. Dicionário de Cultura Jurídica – São Paulo: WMF Martins Fontes, 
2012. 
14 
Deve-se atentar que, o poder discricionário éum poder exclusivo da administração 
pública e não um poder jurisdicional, por isso, fica a critério do agente público, dentro dos 
limites impostos pela lei, definir qual a melhor forma de atuação para atender a coletividade. 
A atuação do poder judiciário frente à atuação do administrador público será permitida 
neste contexto, quando houver ilegalidade em seus atos e o magistrado justificá-la. Desta 
forma, conclui-se que, embora o poder discricionário não seja um poder jurisdicional, decorre 
de controle judicial, pois os atos administrativos decorrem de lei, podendo o poder judiciário 
anular o ato do agente público que extrapolar, exceder ou desviar os atos descritos em lei. O 
que não é admitido é o magistrado substituir a oportunidade de conveniência do agente 
público pela oportunidade de conveniência própria, pois não cabe ao magistrado fazer 
controle de mérito, mas sim, o controle dos atos discricionários no que tange a legalidade. 
Ao escolher o ato administrativo discricionário, o agente público deve se atentar ao 
princípio da razoabilidade, de forma que respeite os princípios constitucionais dentro da 
margem de escolha que lhe é imposta. Tal entendimento trata-se do conceito jurídico 
indeterminado, onde o limite do mérito é o princípio da razoabilidade.
4
 
 
I.II - Da Administração Pública Objetiva e Subjetiva. 
 
A Administração Pública, se efetiva através do poder Executivo, sendo dividida em 2 
aspectos: Objetivo e Subjetivo. O aspecto objetivo, também chamado de aspecto material, 
trata-se do conjunto de funções ou atividades públicas destinadas a concretizar direta ou 
indiretamente os fins constitucionais atribuídos ao Estado, sendo um conjunto de bens e 
direitos necessários ao desempenho da função administrativa. Já o aspecto subjetivo, também 
denominado de aspecto orgânico, trata-se do conjunto de pessoas de direito público e agentes 
públicos que constituem a estrutura formal da administração pública. 
Sob o ponto de vista de Odete Medauar
5
, a Administração Pública pode ser 
compreendida a partir de dois aspectos: o funcional e o organizacional. No primeiro, a 
Administração Pública é um conjunto de atividades do Estado que auxiliam as instituições 
políticas de cúpula no exercício de funções de governo, que organizam a realização das 
finalidades públicas postas por tais instituições e que produzem serviços, bens e utilidades 
para a população. Já do aspecto organizacional, Medauar diz que "Administração Pública 
 
4
 CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: JusPodium, 2019. 
5
 MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 19. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. 
15 
representa o conjunto de órgãos e entes estatais que produzem serviços, bens e utilidades para 
a população, coadjuvando as instituições de cúpula no exercício das funções de governo." 
Esse aspecto, denominado como subjetivo por Pestana (2012, p. 24)
6
, corresponde às "pessoas 
jurídicas, órgãos e agentes públicos que tem o objetivo de exercer a função administrativa." 
 
1.3 - Da Administração Pública Direta. 
 
A Administração Pública Direta caracteriza-se pela realização da atividade 
administrativa de forma centralizada, ou seja, pela própria unidade federativa. 
 É composta por órgãos diretamente ligados ao poder central, no âmbito federal, 
estadual e municipal. A Administração direta, no entanto, é o conjunto da União, dos 
governos e das prefeituras, de modo que não possuem personalidade jurídica própria nem 
patrimônio. 
 A Administração Pública Direta é formada por órgãos públicos, ou seja, partes de uma 
pessoa jurídica como os Ministérios, as Forças Armadas, a Receita Federal, portanto, pode-se 
considerar que a Administração Pública Direta é o ente em um todo, com toda sua estrutura 
estatal. 
 
1.3.1 - Da Administração Pública Indireta. 
 
Tal modelo de administração caracteriza-se pela formação do conjunto de pessoas 
jurídicas que exercem as atividades administrativas de forma descentralizada que estão 
vinculadas, mas não subordinadas à administração direta. 
Dentro da Administração Pública Indireta, suas atividades são exercidas de forma 
descentralizadas, ou seja, as competências são distribuídas para uma nova pessoa jurídica, 
sendo as autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, 
conforme expresso em nossa Constituição Federal em seu artigo 37, XIX
7
: 
 
Art.37, XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a 
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, 
 
6
 Marcio Pestana. – PESTANA, Marcio. Direito Administrativo Brasileiro. Rio de Janeiro: Campus, 2012.
 
 
 
7
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 02 de Agosto de 
2021. 
16 
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998). 
 
Ao descentralizar suas atividades, a administração pública não possui vínculo de 
hierarquia ou subordinação com tais entidades, sendo que as mesmas passam a responder 
juridicamente pelos seus atos ou prejuízos causados a terceiros. 
A administração pública indireta é composta por autarquias, fundações públicas, 
empresas públicas e sociedades de economia mista e suas criações e respectivas extinções 
decorrem de lei. 
 
1.4 - Do Regime Jurídico da Administração Pública. 
 
Ao se falar em regime jurídico administrativo, devemos nos lembrar de que a 
Constituição Federal (CF) traz um conjunto de princípios e normas que norteiam o 
desempenho do papel do agente público. Maria Sylvia Zanella Di Pietro
8
 explana que “a 
expressão regime jurídico administrativo é reservada tão somente para abranger o conjunto de 
traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração 
Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa.” Regime 
jurídico da Administração Pública, portanto, determina os regimes de direito público e 
privado ao qual se submetem a Administração Pública. 
9
Ao dizer que a administração pública 
se refere a um regime jurídico de direito público, diz que há regras e princípios jurídicos 
específicos para os atos administrativos que não incidem sobre atos privados. Já no regime 
jurídico de direito privado, prevalecem os princípios como o da livre iniciativa e da autonomia 
da vontade, onde pode-se desenvolver qualquer atividade ou adotar qualquer linha de conduta 
que não lhes seja vedada pela ordem jurídica. Deste modo, o regime jurídico de direito 
público é responsável por conduzir os atos administrativos. Posto isto, fica a caráter do direito 
privado fazê-lo de forma supletiva, ou seja, em caráter subsidiário e sem contrariar o 
regramento fundamental dos atos públicos. 
Maria Sylvia Zanella di Pietro
10
 ensina que “a expressão regime jurídico 
administrativo é reservada tão somente para abranger o conjunto de traços, de conotações, que 
tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição 
 
8
 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 19ª edição. Editora Atlas. São Paulo, 2006. 
9
 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 20 ed. ver. amp. Atua. Rio de 
Janeiro: Editora Lumen Juris. 2008. 
10 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 19ª edição. Editora Atlas. São Paulo, 2006. 
17 
privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa. Basicamente, pode-se dizer que o 
regime administrativo resume-se a duas palavras apenas: prerrogativas e sujeições. ” 
 
1.5 - Dos Princípios. 
 
ParaCarvalho Filho
11
, princípios administrativos “são os postulados fundamentais que 
inspiram todo o modo de agir da Administração Pública. Representam cânones pré-
normativos, norteando a conduta do Estado quando no exercício da atividade administrativa.” 
 O doutrinador Miguel Reale
12
 leciona ainda, que “princípios são verdades fundantes 
de um sistema de conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido 
comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter operacional, isto é, como 
pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa e da práxis.” 
Em síntese, os princípios refletem valores. São normas que validam a construção 
jurídica originária da Constituição Federal, as quais orientam as ações do administrador nos 
casos concretos, mas, todavia, não estabelecem efeitos jurídicos específicos. Objetivam, de 
acordo com Uadi Lammêgo Bulos, “garantir a unidade da Constituição Brasileira; orientar a 
ação do intérprete, balizando a tomada de decisões, tanto dos particulares como dos órgãos do 
legislativo, executivo e judiciário; e preservar o Estado Democrático de Direito.”
13
 
São divididos em dois grupos: os implícitos que são o princípio da supremacia do 
interesse público e o princípio da indisponibilidade do interesse público e os princípios 
explícitos ou também chamados de expressos, que não aqueles expressamente notados em 
nossa constituição. 
 
 
11
 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 20 ed. ver. amp. Atual. Rio de 
Janeiro: Editora Lumen Juris. 2008. 
12
 REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 26 ed. Ver. – São Paulo: Saraiva, 2002. 
13
 BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional- 9. Ed. rev. e atual. de acordo com a Emenda 
Constitucional n.83/2004 e os últimos julgados do Supremo Tribunal Federal – São Paulo: Saraiva, 2015. 
 
18 
1.5.1– Dos Princípios Implícitos - Princípio da Supremacia do Interesse Público e a 
Indisponibilidade do Interesse Público 
 
14
As regras e princípios expostos acima são expressos sob a forma de princípios sendo 
eles o princípio da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse 
público. 
 O princípio da supremacia do interesse público constitui a existência das prerrogativas 
ou dos poderes especiais da administração pública, dos quais decorre a denominada 
verticalidade nas relações administrativas-particular. Destarte, havendo conflito entre 
interesse público e os interesses particulares, os interesses públicos devem prevalecer. 
 O outro princípio, o da indisponibilidade do interesse público, faz consonância ao 
primeiro. Ao mesmo tempo em que tem poderes especiais e elevados, a administração sofre 
restrições em sua atuação que não existem para os particulares. Essas limitações decorrem do 
fato de que a administração pública não é titular do interesse público, mas sim da 
coletividade. 
 Diante ao exposto, pode-se citar como exemplo da decorrência do princípio da 
indisponibilidade do interesse público, a necessidade em realizar concursos públicos para 
admissão de empregados e servidores públicos em caráter efetivo. 
 Ao tratar da administração pública, a nossa Constituição Federal não traz de maneira 
explícita os princípios da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse 
público. Contudo, o artigo 37
15
 , enumera alguns dos mais importantes princípios 
administrativos, sendo princípio da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência: 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...) 
 
 
 Tais princípios dispostos no referido artigo estão diretamente ligados a validade, 
conduta, agilidade, ética e transparência nos atos do agente público e na respectiva 
 
14
 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 20 ed.rev. e atual. 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo, METODO, 2012. 
15
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 08 de Junho de 
2020. 
19 
administração pública, pois, todo ato praticado só terá validade ao respeitar os princípios da 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
1.5.2 - Do Princípio da Supremacia do Interesse Público. 
 
Trata-se de um princípio implícito, ou seja, não está enunciado no texto constitucional, 
mas é decorrente de instituições adotadas no Brasil. Trata-se de um princípio característico do 
regime de direito público e é um dos dois pilares do regime jurídico administrativo como já 
exposto. Tal princípio fundamenta todas as prerrogativas
16
 especiais de que dispõe a 
Administração como instrumentos para a consecução dos fins que a Constituição e as leis lhe 
impõem. 
Decorre de tal princípio, que, existindo conflito entre o interesse privado e o interesse 
público, o interesse público deverá prevalecer, pois se trata de interesse tutelado pelo Estado e 
deve-se respeitar os direitos e garantias individuais expressos na Constituição Federal. 
Vale dizer, que embora seja postulado de maneira fundamental do denominado regime 
jurídico administrativo, o princípio da supremacia do interesse público não está diretamente 
presente em toda e qualquer atuação da Administração Pública. 
O princípio da supremacia do interesse público tem incidência nos atos em que a 
Administração Pública manifesta poder de império, ou seja, o poder extroverso. Os atos de 
império são aqueles que impõem de maneira coercitiva a Administração ao administrado, 
criando obrigações ou restringindo o exercício de direitos ou atividades privadas. Pode-se 
dizer que o poder de império dá origem às relações jurídicas entre o particular e o Estado 
caracterizadas pela verticalidade e pela desigualdade jurídica. Esses atos, portanto, são 
fundados diretamente no princípio da supremacia do interesse público. 
De acordo com Marcelo Alexandrino
17
, “são exemplos de prerrogativas de direito 
público da Administração Pública, derivadas diretamente do princípio da supremacia do 
interesse público: I- as diversas formas de intervenção na propriedade privada, como a 
desapropriação, a requisição administrativa em que o interesse público autoriza o uso da 
propriedade privada sem remuneração; II- a existência das denominadas cláusulas 
exorbitantes nos contratos administrativos, possibilitando à administração a modificar ou 
rescindir unilateralmente o contrato; III- as diversas formas de exercício do poder de polícia 
 
16
 Direito próprio de ofício, cargo ou profissão. 
17
 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 20 ed.rev. e atual. 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo, METODO, 2012. 
20 
administrativa, traduzidas na limitação ou condicionamento ao exercício de atividades 
privadas, tendo em conta o interesse público; IV- a presunção de legitimidade dos atos 
administrativos, que impõem aos particulares o ônus de provas eventuais vícios que entendem 
existir no ato, a fim de obter uma decisão administrativa ou provimento judicial que afaste a 
sua aplicação.” 
Noutro giro, vale ressaltar que, ao atuar, a administração pública deve se orientar por 
um só caminho, ou seja, buscar o interesse público, o interesse da coletividade. Nesta 
acepção, deve-se lembrar de que a supremacia do interesse público, por parte da doutrina, 
ainda pode ser dividida entre supremacia do interesse público primário e secundário. O 
primeiro trata-se exclusivamente das principais necessidades da sociedade, ou seja, aquelasque estão ligadas diretamente à nossa Constituição Federal que são responsáveis por positivar 
a dignidade da pessoa humana em seus princípios primórdios para estabelecer uma sociedade 
digna e humanizada. 
Por vez, a supremacia do interesse público secundário, dispõe sobre os deveres e atos 
da administração pública para manter o bom funcionamento administrativo, relativo à 
contratação, serviços, tributações que se fazem necessários para manter ativo a supremacia do 
interesse público primário. Desta forma-se, analisa-se que, a Administração Pública funciona 
como uma balança, sem uma atividade não se pode manter outra, o que faz jus, aos atos 
necessários do agente público, para manter, primordialmente, as necessidades da coletividade 
dentro dos parâmetros exigidos e de direito garantidos pela nossa Constituição. 
 
1.5.3 - Do Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. 
 
O princípio da indisponibilidade do interesse público é o segundo pilar do denominado 
regime jurídico administrativo. Dele, derivam-se todas as restrições especiais impostas à 
atividade administrativa, pois tais restrições decorrem do fato de não ser a Administração 
Pública proprietária da coisa pública, mas sim a gestora de bens e interesses da coletividade. 
Em razão desse princípio, permanece vedado ao administrador quaisquer atos que 
impliquem renúncia a direitos do Poder Público ou que injustificadamente onerem a 
sociedade, pois, trata-se de um princípio implícito e dele decorrem diversos princípios 
expressos que norteiam a atividade administrativa, como o princípio da legalidade, da 
impessoalidade, moralidade e o princípio da eficiência. 
21 
Vale ressaltar, que o princípio da indisponibilidade do interesse público está presente 
em toda e qualquer atuação da Administração Pública, diferentemente do que ocorre com o 
princípio da supremacia do interesse público, que de forma direta, fundamenta essencialmente 
os atos de império do Poder Público. De fato, tal princípio manifesta-se tanto no desempenho 
das atividades-fim, quanto no das atividades-meio, ou seja, tanto quando a Administração 
Pública atua visando o interesse público primário, como quando visa o interesse público 
secundário, tanto quanto atua sob regime de direito público como quando atua sob regime de 
direito privado. 
Não se admite segundo Marcelo Alexandrino
18
, por exemplo, “que a Administração 
Pública renuncie ao recebimento de receitas devidas ao Estado, como multas, tributos, tarifas, 
salvo se houver enquadramento em alguma hipótese de renúncia expressamente prevista em 
lei, pois tais receitas são públicas, logo, só a lei pode dispensar sua exigência. Ainda, não é 
possível que à Administração, alienar qualquer bem público enquanto estiver afetado a uma 
destinação pública específica.” 
 
1.5.4 - Dos Princípios Explícitos ou Expressos. 
 
 Os princípios explícitos decorrem do texto constitucional, impondo ao gestor público 
as normas gestoras dos atos administrativos. As decisões tomadas pela Administração Pública 
e visando a supremacia do interesse público, precisam ser orientadas pelos princípios da 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 Todos os atos praticados pelo agente público devem ter consonância com os princípios 
constitucionais para que se tornem válidos, pois quando um princípio é violado, todo o ato 
deve ser anulado, em contrapartida, 
19
todas as escolhas compatíveis com certo princípio e 
respeitando os demais, podem ser praticadas. 
20
A função dos princípios explícitos, no entanto, 
consiste em excluir a validade das opções que sejam contraditórias com os valores neles 
consagrados. Alexy
21
 ensina que “os princípios são normas que ordenam que algo seja 
realizado na maior medida possível dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes. 
 
18
 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 20 ed.rev. e atual. 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo, METODO, 2012. 
19
 LIMA, André Canuto de F.. A teoria dos princípios de Robert Alexy. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-
4862, Teresina, ano 19, n. 4078, 31 ago. 2014. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/31472. Acesso em: 17 
jun. 2020. 
20
 JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo – 4. Ed. rev.atual.- São Paulo: Saraiva, 2009. 
21
 ALEXY, Robert. Trad. Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008 
https://jus.com.br/artigos/31472/a-teoria-dos-principios-de-robert-alexy
https://jus.com.br/artigos/31472/a-teoria-dos-principios-de-robert-alexy
https://jus.com.br/revista/edicoes/2014
https://jus.com.br/revista/edicoes/2014/8/31
https://jus.com.br/revista/edicoes/2014/8/31
https://jus.com.br/revista/edicoes/2014/8
https://jus.com.br/revista/edicoes/2014
22 
Portanto, os princípios são mandatos de otimização, que se concretizam porque podem 
cumprir-se em diferente grau e que a medida devida de seu cumprimento não apenas depende 
das possibilidades reais, mas também das jurídicas”. 
 
23 
1.5.5 - Do Princípio da Legalidade. 
 
 O princípio da legalidade, em simples palavras, é a subordinação do administrador à 
lei, ou seja, o administrador só pode realizar atos que estejam previstos em legislação. 
 Está previsto no artigo 5º, II da Constituição Federal
22
, como exposto: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude 
de lei; 
 
No que concerne a Administração Pública, a legalidade perfaz a ideia de que o 
administrador público poderá realizar qualquer ato se o mesmo estiver expresso em lei que o 
determine ou autorize, observando os termos, condições e limites impostos em sua letra. 
Sucintamente, conforme leciona Marcelo Alexandrino,
23
 “o princípio da legalidade é o 
postulado basilar de todos os Estados de Direito, consistindo, a rigor, no cerne da própria 
qualificação deste (o Estado é dito “de Direito” porque sua atuação está integralmente sujeita 
ao ordenamento jurídico, vigora o império da lei”). 
Ao atuar dentro do princípio da legalidade, a administração pública exprimir que todos 
os conflitos existentes são e serão solucionados por lei, lei esta que só existe para o bom e 
perfeito funcionamento da administração pública, onde o agente público fazendo o uso estatal 
de seu poder, não pode praticar condutas sem que haja embasamento legal específico. Desta 
forma, pode-se afirmar que a administração pública é subordinada à lei. Conclui-se então, que 
não havendo previsão legal, a atuação do administrador público está proibida e qualquer 
conduta fora do texto legal é considerada ilegítima. 
Como toda regra existe exceção, com a administração pública não poderia ser 
diferente, como observado através do artigo 62 da Constituição Federal
24
: 
 
 
22
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 18 de Junho de 
2020. 
23
 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 20 ed.rev. e atual. 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo, METODO, 2012. 
24
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 25 de Agosto de 
2021. 
 
24 
 
 
"Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao 
Congresso Nacional.” 
 
Em determinadas situações, a administração pública é autorizada atravésda 
Constituição Federal a atuar de forma excepcional, às margens das disposições legais, para a 
edição de medidas provisórias em que se encontre em situações de estado de defesa e de 
estado de sítio. 
 
1.5.6 – Do Princípio da Impessoalidade. 
 
O princípio da impessoalidade
25
 é responsável por estabelecer um dever de 
imparcialidade na tutela, defesa do interesse público, vedando discriminações e promoção 
pessoal do gestor público, pois, tal figura pública, deverá conduzir os negócios 
administrativos desvinculados de sua imagem pessoal, de tal modo que os atos 
administrativos serão atribuídos ao Estado e não a pessoa do agente. Vejamos o que diz o 
artigo 37, § 1º da CF
26
: 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos 
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não 
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal 
de autoridades ou servidores públicos. 
 
 Ao observar que o ato do agente público está contrário á moral conforme exposto no 
artigo mencionado acima, o mesmo não deve ser revogado, mas sim declarado nulo, pois faz 
jus ao princípio da moralidade. 
 
 
 
25
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 08 de Novembro 
de 2021. 
26
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 18 de Junho de 
2020. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art62
25 
1.5.7 - Do Princípio da Moralidade. 
 
O princípio da moralidade está ligado à percepção de probidade e da boa-fé, conforme 
disposto no § 4º
27
, do artigo supra, que trata da improbidade administrativa: 
 
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos 
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento 
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
Deste modo, os atos do administrador público devem estar em conformidade com a lei 
como também com a moral administrativa é vinculada diretamente ao interesse da 
coletividade de modo leal, impedindo assim atitudes corruptas por parte dos administradores. 
Pode-se definir moralidade como o conjunto de valores éticos que estabelecem um 
padrão de condutas que devem ser necessariamente observados pelo agente público como 
condição para uma gestão amparada na honestidade, lealdade e eficiência ao desempenho da 
atividade, conforme exposto no artigo 2º da Lei nº 9.784/99
28
: 
 
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, 
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
 
Ao garantir que os atos do gestor público estão dentro dos parâmetros do princípio da 
moralidade, a titularidade do Estado está mostrando à coletividade que a função 
administrativa, seja ela municipal, estadual ou federal, está segura e amparada pela boa-fé, 
lealdade e obediência para que se cumpra com as funções necessárias e essenciais para a 
população. 
Podemos citar como exemplo, a nomeação de parentes próximos em cargos 
comissionados, onde o agente fazendo uso de seu poder comete ato ilegal e imoral que vai 
contra o princípio que norteia a boa-fé, o bom sendo e a ética administrativa. 
 
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. NEPOTISMO. CARGO EM 
COMISSÃO. IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
ADMINISTRATIVA. 
Servidora pública da Secretaria de Educação nomeada para cargo em comissão no 
Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região à época em que o vice-presidente do 
 
27
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 19 de Junho de 
2020. 
28
 LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm>. Acesso em: 19 de Junho de 2020. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.784-1999?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm
26 
Tribunal era parente seu. Impossibilidade. A proibição do preenchimento de cargos 
em comissão por cônjuges e parentes de servidores públicos é medida que 
homenageia e concretiza o princípio da moralidade administrativa, o qual deve 
nortear toda a Administração Pública, em qualquer esfera do poder.
29 
 
Podemos citar ainda, a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal
30
 que 
trata também da nomeação de cargos na administração pública: 
 
Pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, a nomeação de cônjuge, 
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, 
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica 
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo 
em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante 
designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
 
Podemos nos valer ainda da Resolução de nº 07 de 18 de outubro de 2005 do Conselho 
Nacional de Justiça
31
 que norteia os tribunais sobre nepotismo, ou seja, nomeação de parentes 
em cargos públicos. 
 
Resolução n. 7, de 18 de outubro de 2005 
Conselho Nacional de Justiça (Brasil) (CNJ) - 14 nov. 2005 - Disciplina o exercício 
de cargos, empregos e funções por parentes, cônjuges e companheiros de 
magistrados e de servidores investidos em cargos de direção e assessoramento no 
âmbito dos órgãos do Poder Judiciário. 
 
Partes dos doutrinadores consagram o princípio da moralidade como a “moralidade 
jurídica”, pois acreditam que, tal princípio assegura a boa administração pública. 
Não podemos confundir a moralidade com a moral social, que por fez, traz uma 
distinção do que é o bem e o mal praticado pelos administradores perante a sociedade. Por 
vez, como já dito, a moralidade jurídica evidencia as atitudes do bom administrador que tem 
por principal objetivo com seus atos, alcançar o bem estar social da coletividade. 
 
 
 
29
 MANDADO DE SEGURANÇA 23.780-5 MARANHÃO. Disponível em: 
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=86021 Acesso 20 de Agosto de 2021. 
30
 BRASIL, Supremo Tribunal Federal, Súmula vinculante nº 13 . Disponível em: 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menusumario.asp?sumula=1227 Acesso em 20 de Agosto de 2021. 
31
BRASIL, Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 14.nov.2005. Resolução n.7 de 18 de Outubro de 2005. 
Disponível em: https://juslaboris.tst.jus.br/handle/20.500.12178/13460 Acesso em 20 de Agosto de 2021. 
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=86021
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menusumario.asp?sumula=1227
https://juslaboris.tst.jus.br/handle/20.500.12178/13460
27 
1.5.8 - Do Princípio da Eficiência. 
 
O princípio da eficiência está ligado diretamente a boa gestão, de modo econômico, 
qualitativo e eficaz, onde o agente público deve procurar sempre a produtividade e a 
economia, e claro, evitar desperdícios do dinheiro público o que compele a execução da 
administração direta e indireta com funcionalidade,celeridade, maestria e eficiência 
funcional, conforme expresso no artigo 70 da CF: 
 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial 
da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, 
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será 
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de 
controle interno de cada Poder. 
 
No que leciona Carvalho Filho
32
, “a eficiência não deve ser confundida com a eficácia 
nem com a efetividade. A eficiência transmite sentido relacionado ao modo pelo qual se 
processa o desempenho da atividade administrativa: a ideia diz respeito, portanto, à conduta 
dos agentes.” 
33
Deste modo, conclui-se que o agente público deve ser eficiente e garantir bons 
resultados ao exercer sua atividade de modo que seus atos reflitam de modo imparcial, 
cumprindo contudo, o princípio da impessoalidade. 
 
1.5.9 - Do Princípio da Publicidade. 
 
O princípio da publicidade é mais um dos princípios que rege o Estado Democrático 
de Direito. Tal princípio fortalece os princípios da moralidade e da legalidade. Através desse 
princípio a Administração Pública deve manter a transparência de seus comportamentos e atos 
administrativos de modo a evitar condutas sigilosas. 
Tal princípio está vinculado também a eficácia e a validade dos atos administrativos. 
A publicidade não constitui elemento formativo, uma vez que o mesmo preexista à sua 
publicação. Todavia, é condição de eficácia, visto que a conduta do agente público somente 
produzirá efeito após sua divulgação. Sobre a validade, funciona como um mecanismo de 
verificação da adequação do ato às normas jurídicas. 
 
32
 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 20 ed. ver. amp. Atual. Rio de 
Janeiro: Editora Lumen Juris. 2008. 
33
 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 22 ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
28 
Os efeitos do princípio da publicidade tornam público todo o ato administrativo, 
exterioriza a vontade da administração pública, torna exigível o conteúdo do ato pela 
sociedade e permite que haja o controle de legalidade nos atos praticados. 
Hely Lopes Meirelles
34
 define o Princípio da Publicidade como “a divulgação oficial 
do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos. Daí por que as leis, atos e 
contratos administrativos que produzem consequências jurídicas fora dos órgãos que os 
emitem exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é, perante as partes e 
terceiros. A publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e moralidade. 
Em princípio, todo ato administrativo deve ser publicado, porque pública é a Administração 
que o realiza, só se admitindo o sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais 
ou interesse superior da Administração (...);” 
Publicidade, de acordo com o Dicionário da Cultura Jurídica
35
 “é um ato que torna 
pública e notória a informação(...) É o ato que tende à divulgação autêntica de um texto(...) 
Publicidade, que nada mais é que a situação que, sem dúvida, pode resultar de um ato de 
publicação(...) O direito atribui, em segundo lugar, uma função material à publicação. É nesse 
sentido que se pode dizer que ela atende à divulgação autêntica de um texto. 
Em face de tal definição, compreende-se que todo e qualquer texto publicado é um ato 
que, uma vez exposto, é considerado conhecido, pois a publicidade através de tal princípio 
leva a informação ao conhecimento coletivo. Desse modo, instituiu então, que ao fazer o uso 
do Princípio da Publicidade, a Administração Pública, tem o dever de expor à população os 
atos que realiza e que, estejam de acordo com os princípios elencados na Constituição 
Federal, pois a ausência de um dos princípios expressos anula todo o ato. 
 Utilizar a publicidade é, portanto, imprescindível ao gestor público, visto que, tal 
princípio estabelece que a Administração Pública tenha o dever de levar à sociedade todos os 
atos realizados e que sejam de interesse público, pois se trata de uma condição dos atos 
administrativos e decisões que são essenciais para a transparência, eficácia, legalidade e 
moralidade perante a coletividade. 
Na atualidade, o Princípio da Publicidade ganhou um forte aliado chamado Internet. 
No que tange ao acesso à informação, a internet assume papel essencial no relacionamento 
entre a Administração Pública e a população. Tal meio, explorado de forma coerente, eleva o 
princípio da eficiência das políticas públicas. 
 
34
 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 39. ed. São Paulo: Malheiros, 2013. 
35
 ALLAND, Denis e RIALS, Stéphane. Dicionário de Cultura Jurídica – São Paulo: WMF Martins Fontes, 
2012. 
29 
A exigência em publicar um ato em um órgão oficial é um requisito de eficácia dos 
atos administrativos, que consequentemente devem produzir seus efeitos externos perante a 
coletividade a partir de sua publicação, haja vista que, eficácia é a capacidade das normas 
supremas do Estado produzirem seus efeitos
36
. De acordo com Marcelo Alexandrino, “não se 
pode dizer que o ato já esteja inteiramente formado (perfeito) enquanto não ocorrer sua 
publicação (...) vale dizer, o que seja obrigatoriamente publicado é um ato imperfeito (não 
concluído) enquanto sua publicação não ocorra.”
37
 
Destarte, o Princípio da Publicidade obriga a Administração Pública a levar à 
sociedade todos os atos que produz e que sejam de interesse público, inclusive seus 
fundamentos e sua motivação. Publicar os atos, portanto, concerne de componente 
indispensável à gestão pública democrática, sendo, igualmente, “condição essencial dos atos e 
decisões administrativas”, conforme leciona Demócrito Ramos.
38
 
O Princípio da Publicidade apresenta uma dupla acepção
39
 para que o acesso às 
informações se efetive, quais sejam: a exigência de publicação e de transparência da atuação 
administrativa. 
A exigência de publicação se trata da exigência em fazer pública a informação em 
órgão oficial como se efetive o princípio da eficácia para que surtam seus efeitos externos. 
Nesta perspectiva, a publicidade dos atos não está ligada a nulidade do ato, mas sim em sua 
eficácia, ou seja, enquanto não houver sua publicação, o ato não está apto a produzir seus 
efeitos objetivos e subjetivos. Deste modo, pode-se dizer que um ato não publicado é um ato 
imperfeito. 
Em um Estado Democrático de Direito, é inadmissível que os atos realizados pelo 
agente público sejam sigilosos quando devem ser publicados para produzirem seus efeitos. 
Neste contexto, a Lei nº 9.784/1999
40
, evidencia a obrigatoriedade no âmbito dos 
processos administrativos federais de positivar os atos administrativos: 
 
Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de 
outros previstos em ato normativo: 
 
36
 BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional- 9. Ed. rev. e atual. de acordo com a Emenda 
Constitucional n.83/2004 e os últimos julgados do Supremo Tribunal Federal – São Paulo: Saraiva, 2015. 
37
ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito Administrativo descomplicado. Ed 20. Rio de 
Janeiro. 
38
REINALDO, Demócrito Ramos. “A publicidade dos atos e decisões administrativas”, in Revista Forense, v. 
344, out-dez/1998 
39
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo descomplicado 20 ed.rev. e atual. Rio 
de Janeiro: Forense; São Paulo, METODO, 2012. 
40
LEI Nº 9.784 DE 29 DE JANEIRO DE 1999. Disponível em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm> Acesso em: 25 de Agosto de 2021. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm
30 
I - expor os fatos conforme a verdade; 
IV -prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o 
esclarecimento dos fatos. 
 
 Por vez, a exigência de transparência dos atos administrativos, deriva do princípio da 
indisponibilidade do interesse público, onde a administração pública, da forma mais ampla 
possível, efetive o dever de controle da Administração por parte da coletividade. 
 Como já mencionado, o dispositivo que elucida tal acepção é o inciso XXXIII do 
artigo 5ª da nossa Constituição Federal
41
: 
 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo 
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
 
Em decorrência da transparência dos atos da Administração Pública, fica caracterizado 
que a transparência é uma regra geral onde os atos administrativos devem ser motivados, o 
que possibilita o efetivo controle da legitimidade pela coletividade e órgãos competentes. 
 
1.5.9.1- Da Motivação para a publicação do ato. 
 
Todo ato realizado pela administração pública deve ter um motivo pelo qual se deu, ou 
seja, deve estar congruente com a lei. Para realizar qualquer ato administrativo, é obrigatório 
que se relate os fatos e fundamentos jurídicos conforme a Teoria dos Motivos Determinantes. 
Tal teoria evidencia que a Administração Pública está sujeita ao controle 
administrativo e judicial, ou seja, que se tenha legitimidade ou legalidade em seus atos, 
relativo à existência e à pertinência da prática de um ato. A mesma teoria defende que o ato 
administrativo deve ser compatível com a situação de fato que gerou a manifestação da 
vontade do agente, desta forma, tais motivos são responsáveis pela determinação e 
justificação do ato e, por isso, deverá haver perfeita correspondência entre os atos e os fatos. 
De tal modo, esta teoria é responsável por vincular o administrador ao motivo que ele 
declarou necessário realizar tal ato, condicionando que sua existência seja válida e legal. O 
 
41
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 18 de Junho de 
2020. 
31 
aspecto da motivação do princípio da publicidade está inclusive positivado na Lei Nº 
9.784/1999 em seu artigo 50,§ 1º
42
: 
 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e 
dos fundamentos jurídicos, quando: 
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em 
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, 
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. 
 
 De forma genérica, a coletividade necessita da exigência de motivação, haja vista que 
esta se faz essencial para assegurar o efetivo controle administrativo, inclusive, o controle 
popular. 
 
1.5.9.2 - Da Informação à coletividade. 
 
Conforme disposto na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, mais 
precisamente, inciso XXXIII: 
 
“todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado;”
43
. 
 
Tal menção mostra que não basta apenas a motivação à Administração Pública, pois, o 
Princípio da Publicidade faz com que a administração garanta que qualquer pessoa tenha 
acesso às informações referentes aos atos administrativos praticados, preferencialmente de 
maneira clara e amplamente publicada. 
O inciso XXXIII do artigo 5º da Constituição Federal estabelece o direito à 
coletividade de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse, seja particular, 
coletivo ou geral, que deverão ser prestadas no prazo estabelecido em lei. 
 
 
 
42
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm>. Acesso em: 08 de Julho de 2020. 
 
43
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 08 de Julho de 
2020. 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.784-1999?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm
32 
1.5.9.3 - Da participação do cidadão nos atos administrativos. 
 
O Princípio da Publicidade garante ao cidadão que ele participe de forma ativa dos 
atos realizados pelo agente público de forma que tenha acesso às informações devidamente 
motivadas referentes à atuação estatal. 
É através da participação da coletividade nos atos da administração pública que o 
Princípio da Publicidade se torna eficaz, pois garante transparência à atividade administrativa 
e permite o acesso aos motivos pelos quais tais atos foram praticados, sua finalidade, 
proporção e abrangência. 
 
33 
2- DA GESTÃO PÚBLICA E DO DIREITO FUNDAMENTAL À INFORMAÇÃO. 
 
2.1 - Da Democracia e do Direito Fundamental à informação. 
 
O Brasil, desde o século XX, passou a ser um país Democrático, isso quer dizer que 
acarreta um governo fundado em leis e não apenas do interesse do ocupante da função 
pública. Ao falar em democracia, há de se dizer também sobre a imposição da possibilidade 
de participação dos cidadãos em questões de igualdade de condições através do voto que 
demonstra a vontade do povo. Dizer que pertence a uma Democracia, é o mesmo que dizer 
que o poder político é de titularidade do povo conforme disposto no artigo 1º, parágrafo único 
da Constituição Federal: 
 
Art. 1º. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
44
 
 
Isto posto, o Estado Democrático de Direito, exerce o cumprimento do dever de 
alcançar o interesse público mediante o uso de poderes instrumentalmente necessários 
conferidos pela ordem jurídica atuando em face aos princípios da Constituição Federal, que, 
de forma impessoal, eficaz, legal, moral e pública faz com que o cidadão sinta-se como parte 
de um todo e a Democracia por vez, atue para garantir seus direitos enquanto cidadão também 
de deveres e obrigações e que estas também sejam cumpridas. 
Para que a Democracia
45
 surta efeitos perante a sociedade no âmbito municipal, as 
decisões tomadas pela Administração Pública através de seus atos administrativos tendo em 
vista a supremacia do interesse público, precisa guiar-se pelos princípios explícitos adotados 
constitucionalmente. Toda e qualquer decisão que reflete direto no cidadão é essencial na 
regulamentação normativa da efetivação de seu direito à informação, que obriga a 
administração pública a garantir que qualquer pessoa tenha acesso às informações referentes 
aos atos administrativos praticados, preferencialmente de maneira clara e amplamente 
difundida. 
Para este fim, o art. 4ª, inciso I, considera informação: 
 
 
44
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 15 de Julho de 
2020. 
45
 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo.28 Ed. revista e atualizada até e 
Emenda Constitucional 67 de 22.12.2010. São Paulo: Malheiros, 2011. 
 
34 
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e 
transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato; 
 
A Democracia também deve garantir não apenas que o cidadão tenha acesso à 
informação devidamentemotivada referente à atuação estatal, mas também se façam uso de 
mecanismos que possibilitem a sua participação. Tal participação se dá por diversos 
mecanismos procedimentais como consultas públicos de acordo com o interesse do cidadão, 
conforme nos mostra o art. 6º da Lei Nº 12.527/11
46
 e seus respectivos incisos: 
 
Art. 6º - Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e 
procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: 
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua 
divulgação; 
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e 
integridade; e 
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua 
disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso. 
 
A Publicidade Administrativa em relação à informação destinada ao público se faz 
atributo indispensável para que se concretize o regime do Estado Democrático de Direito que 
possibilita a qualquer cidadão o livre acesso para acompanhar as atividades administrativas e 
opinar nos atos realizados pelo agente público. O que ocorre, como já dito, é que nem todo 
cidadão tem conhecimento de que tem autorização e direito para acessar informações 
públicas. Vejamos que a nossa Constituição nos traz de forma expressa em seu artigo 5º, 
inciso XXXIII
47
: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo 
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 
12.527, de 2011). 
 
 
46
LEI Nº 12.527 , DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm>. Acesso em: 30 de Abril de 2021. 
47
Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 22 de Agosto de 
2021. 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.784-1999?OpenDocument
35 
Diante a tal expressividade, é preciso ainda enfatizar que a publicidade administrativa 
ou o acesso à informação constituem um suporte inegável do que se pode chamar de 
Democracia ativamente participativa. 
 A concepção de que o direito à informação na administração pública é indispensável 
para que a própria administração possa funcionar de maneira mais eficiente, legal, moral e 
transparente, muda também a acepção da sociedade, pois, se é transparente, logo, é para que 
seja visto, e se é para ser visto, é de interesse de todos. 
Diante ao exposto, entende-se que a administração pública ao trabalhar para que haja 
uma sociedade aberta, todo caminho está sujeito à informação e mais do que isto, a dar 
publicidade aos atos administrativos, não pelo fato de mostrar atuação diante daqueles que 
confiaram seu voto, mas sim, a luz de uma democracia administrativa participativa. 
O artigo 9º da Lei de acesso à informação, preconiza que, não basta o cidadão saber 
que ele possui o direito em ter acesso à informações da administração pública, mas cabe 
também à própria administração incentivar e orientar o cidadão quanto à esse acesso: 
 
Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado mediante: 
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder 
público, em local com condições apropriadas para: 
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações; 
 
2.1.1 - Da Transparência e Publicidade Administrativa. 
 
Pode parecer cômico, mas “publicidade” e “transparência” não são sinônimos. Há uma 
grande diferença que não é apenas morfológica, mas também política e história. 
Publicidade é a divulgação das atividades realizadas pela administração pública. É o 
modo como ela é disposta para se ter acesso. Publicidade remete ao público, e o que é 
público, é para todos. Dentro da administração pública, a publicidade deve conter 
características no âmbito educativo, informativo ou de orientação social conforme disposto no 
artigo 37, § 1º da Constituição Federal: 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos 
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não 
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal 
de autoridades ou servidores públicos. 
 
36 
Por vez, a transparência trata-se de um termo moderno que requer nitidez aos atos 
administrativos, que garanta o acesso da sociedade à informação e permita seu controle por 
parte de cada cidadão, sendo a transparência legitimada pelo estado de direito, enquanto a 
publicidade tem sua fonte na democracia. Nas palavras de Bobbio
48
: 
 
Para poder viver e reforçar-se, uma democracia necessita da máxima extensão da 
relação de confiança recíproca entre os cidadãos, e, portanto da eliminação, tão 
completa possível, da estratégia da simulação e do engano. 
 
De forma efetiva, podemos dizer que, a finalidade do princípio que garante aos 
cidadãos acesso às informações, é levar ao conhecimento do público os atos praticados no 
exercício da função administrativa do agente público, seja na esfera municipal, estadual ou 
federal. Em uma constituição onde se diz ser um Estado Democrático de Direito, é inegável 
que se limite o acesso à informação pelos cidadãos, já que estes, por mais que não saibam, são 
pessoas de direitos e deveres perante a democracia. 
Não só como um mecanismo de transparência pública, mas o acesso à informação e a 
transparência pública, possibilitam a fiscalização dos órgãos competentes. 
Tal prerrogativa é assegurada através do próprio texto constitucional como já 
mencionado, mas também devemos enaltecer o artigo 5º, em seu inciso LXXII que nos 
confere como remédio constitucional o habeas data, que possibilita solucionar qualquer 
controvérsia quando tal direito seja violado. 
 
2.2 - Do Acesso à Informação. 
 
O acesso à informação permite que o cidadão enquanto ser de direitos e deveres dentro 
de um Estado Democrático de Direito controle as atividades administrativas, o que possibilita 
a fiscalização de possíveis irregularidades, atos ilegais e a corrupção. 
A necessidade de participação do cidadão na tomada de decisões da administração 
pública através do acesso à informação cria o que chamamos de assimetria de dados, sendo 
que de um lado está o órgão administrativo possuidor de todos os dados e informações e, de 
outro lado, o cidadão. O acesso à informação coloca o cidadão em linha reta com a 
administração pública e é onde se concretiza a democratização da transparência e da 
publicidade administrativa. 
 
48
BOBBIO, Norberto. Elogio da Serenidade e outros escritos morais. 2.ed. Tradução de Marco Aurélio 
Nogueira. São Paulo: Unesp, 2011.p.98-99. 
37 
O acesso à informação pública é uma garantia constitucional prevista do artigo 5º, 
inciso XXXIII, da nossa Constituição Federal, que dispõe: 
 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo 
da lei, sob pena de responsabilidade,

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