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Direito e Processo Administrativo

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Prévia do material em texto

DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO 
APRESENTAÇÃO 
 
Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio 
● Mestre em Ciências Jurídicas pela UniCesumar (Universidade Cesumar); 
● Bacharel em Direito (UniCesumar); 
● Pós-graduanda em Docência no Ensino Superior (Uniasselvi); 
● Assessora de Magistrado no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR). 
 
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
Olá aluno (a)! Tudo bem? 
Nesta Unidade do Curso estudaremos juntos sobre o Direito e Processo 
Administrativo Disciplinar e, antes de qualquer conteúdo, que me apresentar a vocês, 
explicando um pouquinho da minha trajetória profissional. 
Sou a prof. Raiza, graduada em Direito, Mestra em Ciências Jurídicas e pós-
graduanda em Docência no Ensino Superior. No ano de 2016, ainda durante a 
graduação, fui contratada como estagiária voluntária junto a Secretaria da 7ª Vara Cível 
de Maringá, local onde atuei com analistas e técnicos por quase um ano, aprendendo 
sobre as funções, andamentos de processos e atendimento ao público. 
No ano seguinte, em 2017, fui aprovada em processo seletivo para vaga de 
estágio remunerado junto ao Gabinete da 4ª Vara Criminal de Maringá, onde permaneci 
até concluir minha graduação, em 2018, aprendendo sobre as atividades do magistrado, 
bem como as atividades de assessoramento. 
Em 2019, após a terminar a graduação, já estava aprovada como Bolsista CAPES 
no programa de Mestrado da UniCesumar, em Ciências Jurídicas, mesmo ano em que 
fui convidada pelo Magistrado Titular do Gabinete da 4ª Vara Criminal, para 
desempenhar a função de sua assessora de gabinete. 
Desde então, ocupo esse cargo e atuo como servidora comissionada no Tribunal 
de Justiça do Paraná, razão pela qual, tenho muito conteúdo e conhecimento a oferecer. 
Espero que nossa jornada aqui seja de muito sucesso. 
E prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, esse 
já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, 
junto com você, construir nosso conhecimento sobre a disciplina do Direito Administrativo 
e Processo Administrativo Disciplinar, abordando conceitos fundamentais sobre as 
temáticas. Além de conhecer seus principais conceitos e definições, vamos explorar os 
vários assuntos que compõem esta área do Direito, bem como seus requisitos, deveres, 
garantias e legislações pertinentes. 
Na unidade I começaremos a nossa jornada a partir de uma breve conceituação 
geral sobre o que é o Direito Administrativo, esta noção é necessária para que possamos 
trabalhar os próximos tópicos e unidades do livro de maneira mais completa. Na 
sequência, partiremos ao estudo atinente aos Bens Públicos, Administração Pública e 
Agentes Públicos, tecendo considerações conceituais e legislativas. 
Já na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre o que é serviço 
público, quais são as Entidades da Administração Pública, o que é o processo 
Administrativo e, por fim, abordaremos alguns aspectos da Lei Federal nº. 9.784/99. 
A III unidade, é destinada ao estudo do Processo Administrativo e sua 
instauração, desde seu início, além de adentrarmos na temática da competência, 
impedimentos e suspeição para o ato. Outrossim, também falaremos sobre os atos 
processuais e as decisões do Processo Administrativo. 
E por fim, na última unidade, trataremos sobre a anulação, revogação e 
convalidação dos atos administrativos, sobre recursos administrativos e revisão, 
finalizando com o estudo do Processo Administrativo Disciplinar, os princípios que o 
regem, bem como as sanções disciplinares aplicáveis a cada caso. 
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta 
jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos 
abordados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e 
profissional. 
 
Muito obrigada e bom estudo! 
 
 
UNIDADE I 
DIREITO ADMINISTRATIVO, BENS PÚBLICOS E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio1 
 
 
Plano de Estudo: 
 
● Conceito do Direito Administrativo; 
● Relacionamento do Direito Administrativo com os demais ramos do Direito; 
● Evolução histórica do Direito Administrativo ao longo das transformações do 
Estado Brasileiro; 
● Fontes do Direito Administrativo; 
● Interpretações das Normas Administrativa; 
● Princípios básicos da Administração Pública; 
● Controle da Administração Pública; 
● Conceito de bens públicos; 
● Espécies, Classificação e Regime Jurídico dos Bens Públicos; 
● Bens afetados e desafetados; 
● Da organização da Administração Pública; 
● Sentido da expressão "Administração Pública”; 
● Administração Direta e Indireta; 
● Órgãos Públicos: Conceito, Natureza Jurídica e Classificação; 
● Agentes Públicos. 
● Do Provimento do Agente Público; 
● Do Regime Jurídico do Agente Público; 
● Direito de greve e associação sindical; 
 
1Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Cesumar – UniCesumar, pós-graduanda em Docência 
no Ensino Superior, pela Uniasselvi, Assessora Jurídica no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – 
TJPR. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6265742338541943. E-mail: raizaeloa@hotmail.com. 
 
● Estabilidade e Vacância; 
● Poderes e Deveres. 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
 
Prezado (a) aluno (a), esta primeira unidade acerca do estudo do Direito 
Administrativo será dividida nos 04 tópicos, sendo eles: 
● Do Direito Administrativo; 
● Dos Bens Públicos; 
● Da Administração Pública; 
● Dos Agentes Públicos. 
 
E em cada um desses tópicos aprenderemos questões básicas e gerais atinentes 
a cada um, fazendo uma breve conceituação e explicação sobre os termos e assuntos a 
serem abordados. 
Desta forma, por meio da compreensão desta disciplina, serão expostos 
relevantes conceitos sobre o tema e, por consequência, a importância do Direito 
Administrativo para a sociedade num todo, na medida em confere maior transparência e 
segurança aos cidadãos. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro (a) aluno (a), com esse material, espero contribuir para seu aprendizado, 
conceituando e contextualizando o tema, proporcionando a compreensão do que seria o 
ramo do Direito Administrativos, o que é Administração Pública e Bens Públicos. E desta 
forma, por meio do ensino, estabelecer a importância desta área para o sistema 
judiciário, legislativo e executivo brasileiro, assim como contribuir para seu crescimento 
pessoal e profissional. 
Então vamos lá! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
Fonte: shutterstock 
 
 
Conceito de Direito Administrativo: 
 
O Direito é reconhecido como uma Ciência (Ciência Jurídica e Social) e trata sobre 
questões da sociedade, do homem e do convívio social. E como forma de facilitar sua 
compreensão, essa ciência foi dividida em dois ramos principais, que se subdividem em 
tantos outros. Assim, falamos na existência de um Direito Público e um Direito Privado. 
Por Direito Privado pode-se compreender a tutela de interesses individuais, ou 
seja, relações indivíduo x indivíduo ou indivíduo x Estado. Diz respeito a interesses 
particulares. Já o Direito Público, como bem exposto por seu nome, destina-se a reger 
as relações entre Estados soberanos e as atividades individuais, regulando interesses 
estatais e sociais (MAZZA, 2018, p. 23). 
Desta forma, o Direito Administrativo é visto como um ramo do Direito Público que 
disciplina a função administrativa e os órgãos que a exercem. Todavia, seu conceito é 
objeto de divergências na doutrina, em razão de diferentes critérios adotados para 
caracterizar a área de atuação deste ramo e qual o seu objeto. Inúmeros foram os 
critérios utilizados, prevalecendo aquele que entende que o Direito Administrativo é o 
conjunto de princípios que regem a Administração Pública. 
 
Conforme o Professor Hely Lopes Meirelles (2003, p. 38),"é o conjunto harmônico 
de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas 
tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. 
Para a Professora Maria Sylvia Zanella di Pietro (1998, p. 46), o Direito 
Administrativo é “o ramo do Direito Público que tem por objeto os órgãos, agentes e 
pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade 
jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de 
seus fins, de natureza pública.” 
 
SAIBA MAIS 
 
O que se entende por conjunto harmônico de princípios jurídicos? Nada mais é 
que a síntese das normas doutrinárias do Direito e que dão norte científico para referida 
matéria. 
 
REGRAS + PRINCÍPIOS = regime jurídico-administrativo 
 
Fonte: Fernanda Marinela, online. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
Relacionamento do Direito Administrativo com os demais ramos do Direito: 
 
Da mesma maneira que nenhuma pessoa vive completamente isolada, o Direito 
também não. Os diferentes ramos do direito não existem de forma isolada, eles se 
conectam, conversam entre si. E desta forma, não seria diferente com o Direito 
Administrativo que possui ampla relação com várias outras áreas do Direito. 
Vamos citar alguns exemplos de relacionamento do Direito Administrativo com 
outros ramos jurídicos: 
Direito Constitucional: ambos tratam sobre o Estado e desta forma possuem 
muita coisa em comum. Bastos (2001, p. 60-61) salienta que o Direito Constitucional é a 
primeira fonte do Direito Administrativo, pois este regula algumas funções do Estado e 
 
regulamenta os poderes que o compõem. O Direito Administrativo nasce da própria 
Constituição e encontra nela respaldo para várias matérias de sua competência. 
Direito Tributário: cabe dizer que por meio da tributação promovida a partir de 
relações jurídicas, o Estado logra arrecadar recursos para dar andamento ao 
funcionamento da máquina e estrutura pública, nos termos da Constituição e das Leis. 
Desta forma, o Direito Tributário fornece todo o recurso e fomento necessário para a 
estrutura administrativa. 
Direito Penal: em casos de crimes contra a Administração Pública, existe a 
aplicação da lei penal, subordinada à definição do delito e à conceituação de atos e fatos 
administrativos. Outrossim, a Administração Pública também guarda certas prerrogativas 
de Direito Penal, como por exemplo, em casos de caracterização de infrações que 
dependem das normas penais em branco. 
Direito Civil: também é área que guarda ampla proximidade com o Direito 
Administrativo, na medida em que pode demandar a aplicabilidade em conjunto em 
contratos e obrigações do Poder Público com os particulares. Outrossim, os bens 
públicos, pessoas públicas e responsabilidade civil do Estado, são tratados tanto pelo 
Direito Administrativo quanto pelo Código Civil. 
São muitas as áreas que se comunicam com o Direito administrativo (ex: direito 
do trabalho, direito processual, direito eleitoral, direito internacional, ciências sociais, etc.) 
e dão suporte às questões demandadas, sendo certo afirmar que nenhum ramo do direito 
trabalha de forma isolada, sem se comunicar com outras áreas e conhecimentos. O 
direito é um fenômeno versátil e dinâmico, em constante mudança e evolução. 
 
Evolução histórica do Direito Administrativo ao longo das transformações do 
Estado Brasileiro 
De acordo com Mazza (2018, p. 27) o francês Jean Rivero analisou o Direito 
Administrativo francês e apontou 3 principais características fundamentais do citado 
ramo, sendo elas: 
a) o Direito Administrativo é um ramo recente que se desenvolveu a partir do 
século XIX; 
 
Acredita-se que referido ramo tenha se iniciado como um ramo autônomo, entre 
o fim do século XVIII e o início do século XIX. 
b) o Direito Administrativo não foi codificado, ou seja, tanto na França quanto no 
Brasil, não há um código unificado de Direito Administrativo e sim, está 
disciplinado em leis esparsas. 
Porém, no Brasil existem algumas leis que podem ser consideradas como 
codificações parciais, exemplo: Código Aeronáutico (Lei n. 7.565/86), Código de Águas 
(Decreto n. 24.643/34) e da Lei do Processo Administrativo (Lei n. 9.784/99). 
c) o Direito Administrativo Francês é jurisprudencial, porém, no Brasil, todas as 
causas são decididas pelo Poder Judiciário (modelo inglês da jurisdição una), 
sendo que o Direito Administrativo encontra bases diretamente na lei. 
Estudos apontam que em 1851 foi criada a primeira cadeira de Direito 
Administrativo no Brasil, eis que com a implantação da República, houve um 
acentuamento da influência do Direito Público Norte-Americano (MAZZA, 2018, p. 27). 
Segundo referido autor, o Direito Administrativo no Brasil têm 04 características 
fundamentais, sendo elas: 
 
a) Também é um ramo recente; 
b) Não está codificado, pois decorre de legislações esparsas e codificações 
parciais (não há um código uno, como por exemplo, o código penal); 
c) Adota o modelo inglês da jurisdição una como forma de controle da 
administração; 
d) É influenciado parcialmente pela jurisprudência. 
Fontes do Direito Administrativo 
 
As fontes jurídicas do Direito Administrativo são classificadas de duas formas: 
a) primárias ou principais; 
b) secundárias ou indiretas. 
 
 
Como bem visto anteriormente, nosso Direito Administrativo não é codificado, ou 
seja, não existe uma lei ou código que o defina por inteiro, desta forma, suas fontes são 
as mais variadas normas. Por exemplo: 
● Lei nº 8.112/90 (regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das 
autarquias e das fundações públicas federais); 
● Lei nº 9.784/99 (regula o processo administrativo no âmbito da Administração 
Pública federal); 
● Lei nº 8.666/93 (normas sobre licitações e contratos administrativos); 
● Lei nº 8.987/95 (concessões e permissões de serviço público). 
 
SAIBA MAIS 
 
Além das leis, são fontes do direito administrativo a jurisprudência, súmulas, 
doutrina e costumes. 
 
Fonte: PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 33. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 O que é Fonte Primária ou Principal? 
 
É a lei em sentido amplo, isto é, englobando a Constituição, as leis em geral e 
atos normativos da administração pública. 
 
A lei é a fonte principal do direito administrativo brasileiro, haja vista a 
importância do princípio da legalidade nesse campo. Quando se fala em 
‘lei’ como fonte de direito administrativo, estão incluídos nesse vocábulo 
a Constituição – sobretudo as regras e princípios administrativos nela 
vazados –, os atos de natureza legislativa que diretamente derivam da 
Constituição (leis, medidas provisórias, decretos legislativos etc.) e os 
atos normativos infralegais, expedidos pela administração pública nos 
termos e limites das leis, os quais são de observância obrigatória pela 
própria administração. (PAULO, V. de; ALEXANDRINO, M. Direito 
Administrativo descomplicado. São Paulo: Método, 2019. p. 6.) 
 
 
É importante chamar atenção para as súmulas vinculantes, em razão de a 
Emenda Constitucional nº 45/2004 ter trazido a possibilidade de o Supremo Tribunal 
Federal (STF) editar súmulas de efeito vinculante para a Administração. 
Desse modo, depois da edição dessas súmulas, o administrador estará vinculado 
aos seus termos, devendo agir conforme o enunciado proposto pelo STF. 
 
CF/1988. Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por 
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após 
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a 
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em 
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública 
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como 
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.O que é Fonte Secundária ou Indireta? 
 
São instrumentos complementares derivados de fontes primárias. A doutrina 
majoritária apresenta como fontes indiretas a jurisprudência, as súmulas, a doutrina e 
costumes. 
 
● Jurisprudência: decisões reiteradas dos tribunais sobre determinado tema. 
Embora desprovidas da força cogente de uma lei, servem de parâmetro para a 
atuação administrativa. 
● Súmulas: são proferidas pelos tribunais. Nada mais são do que o resumo da 
jurisprudência. 
● Doutrina: conjunto de teses, formulações e construções teóricas acerca do Direito 
Administrativo. 
● Costumes: Prática reiterada ao longo de um período razoavelmente longo. 
 
 
 
 
 O que são Common Law e Civil Law? 
 
 
 Common Law: sistema do Direito cujas normas e regras não estão escritas, mas 
são sancionadas pelo costume ou pela jurisprudência. Nesse sistema, em que a 
jurisprudência e os costumes são as principais fontes, o Direito é criado ou aperfeiçoado 
pelos juízes. O Brasil não adotou esse sistema. 
Civil Law: sistema adotado pelo Brasil, tem como principal caraterística a 
utilização, pelo ordenamento jurídico, de normas escritas resultantes de um processo 
legislativo. A norma jurídica constitui-se de um comando abstrato e geral, que procura 
abranger uma diversidade de casos futuros (MEIRELLES, 2003. p. 59). 
 
Interpretações das Normas Administrativas 
 
Já no que diz respeito à interpretação do Direito Administrativo, cabe dizer que os 
métodos utilizados são os seguintes: gramatical, lógica, histórica, sistemática, 
teleológica, pois, de acordo com Maximiliano (2002, p. 4) "não basta conhecer as regras 
aplicáveis para determinar o sentido e o alcance dos textos. Para necessário reuni-las e, 
num todo harmônico, oferecê-las ao estudo, em um encadeamento lógico.” 
Neste sentido, a interpretação do Direito Administrativo deve se pautar em três 
principais pressupostos (DINIZ, 2002, p. 156-157), quais sejam: 
 
● A desigualdade jurídica entre a Administração Pública e administrados; 
● A presunção de legitimidade dos atos da Administração; 
● A necessidade de poderes discricionários para atender ao interesse público. 
 
Regime Jurídico Administrativo 
 
Regime jurídico administrativo é o conceito dado ao conjunto de prerrogativas e 
limitações que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública 
numa posição privilegiada na relação jurídico-administrativa. 
Esse regime deriva, respectivamente, do princípio da supremacia do interesse 
público e do princípio da indisponibilidade do interesse público. Resumidamente, pode-
 
se afirmar que o regime administrativo se resume a duas palavras: prerrogativas e 
sujeições. 
 
Princípios básicos da administração Pública 
 
Para a doutrina administrativista, os princípios SÃO REGRAS GERAIS, são fontes 
basilares do Direito. Representam mais do que uma simples orientação, ou seja, é de 
cumprimento obrigatório. 
São os alicerces do Direito Administrativo. Eles são tão importantes que o 
professor Celso Antônio Bandeira de Mello (2002, p. 808) afirma em uma obra sua que: 
 
Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma. A 
desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico 
mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais 
grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão 
do princípio violado, porque representa insurgência contra todo o sistema, 
subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu 
arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra. 
 
 
Se dividem em princípios explícitos e implícitos, vejamos. 
 
 Princípios explícitos da Administração Pública 
 
Princípio da Legalidade: a Administração Pública, direta ou indireta, só pode 
praticar as condutas autorizadas em lei. O princípio da legalidade obriga a Administração 
a fazer aquilo que consta na lei. 
Princípio da Impessoalidade: estabelece um dever de imparcialidade e 
neutralidade no exercício da função administrativa. Esse princípio impede discriminações 
negativas e privilégios oferecidos a particulares quando no exercício dessa função, tendo 
em vista que a atuação pública deve ser objetiva, e não subjetiva (MEIRELLES, 2003, p. 
97). 
Princípio da Moralidade: exige uma atuação ética, proba, honesta dos agentes 
da administração pública. Tal atuação é conhecida como moralidade administrativa. A 
moralidade administrativa é diferente da moral comum. Não se deve confundir a moral 
comum com a moral administrativa. Enquanto aquela está pautada na noção do certo e 
 
errado para a sociedade, esta se encontra intrinsecamente ligada à boa ou má 
administração. Para o Direito Administrativo, deve-se analisar a moral administrativa. 
Princípio da Publicidade: pode ser definido como o dever de divulgação oficial 
dos atos administrativos. A Administração Pública tem o dever de informar a sociedade 
sobre a prática dos atos administrativos, garantindo, assim, uma atuação transparente 
por parte do Poder Público. Ex: portais da transparência. 
Princípio da Eficiência: foi acrescentado pelo art. 37, caput, da CRFB pela 
Emenda nº 19/98. Seu objetivo principal é alcançar melhores resultados na atuação 
estatal. O princípio de eficiência traz a ideia de presteza, perfeição, rendimento funcional, 
redução de desperdícios, qualidade, rapidez e produtividade. 
 
Fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Direito administrativo. 33. Ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2020, p. 218-252. 
 
 Princípios implícitos da Administração Pública 
 
Princípio da Autotutela: consagra o controle interno que a Administração Pública 
exerce sobre seus próprios atos. Reside no poder-dever de retirada de atos 
administrativos por meio da anulação e da revogação. A anulação envolve problema de 
legalidade; a revogação trata do mérito do ato. Tutelar é proteger, zelar. Esse 
entendimento se encontra estampado nas Súmulas n° 346 e n° 473 do STF. 
Princípio da Motivação: o princípio da motivação impõe à Administração Pública 
o dever de indicar os pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática do 
ato administrativo. Assim, a validade do ato administrativo está condicionada à 
apresentação por escrito dos fundamentos que justifiquem a decisão adotada. 
Princípio da Razoabilidade: exige a obrigação de os agentes públicos realizarem 
suas funções com EQUILÍBRIO, COERÊNCIA e BOM SENSO. O agente público é um 
mero administrador da coisa pública, e, por conta disso, ele NÃO pode agir de forma 
arbitrária e imoderada. Comportamentos imoderados, abusivos, irracionais, 
desequilibrados, inadequados, desmedidos, incoerentes ou desarrazoados não são 
compatíveis com o interesse público, pois geram a possibilidade de invalidação 
administrativa ou judicial do ato deles resultante. 
 
Princípio da Segurança Jurídica: existe para garantir a estabilidade e a 
previsibilidade das ações praticadas pelo Poder Público, proibindo mudanças 
ABRUPTAS (imprevistas) decorrentes de ações governamentais. A segurança jurídica 
tem muita relação com a ideia de respeito à boa-fé nas relações jurídicas, por conta 
disso, sua finalidade é proporcionar segurança e estabilidade no convívio social. Assim, 
ele constitui um elemento conservador posto na ordem normativa com o objetivo de evitar 
que as pessoas sejam surpreendidas por modificações do direito positivo ou na conduta 
do Estado, mesmo quando manifestadas em atos ilegais. 
Princípio da Proteção à Confiança: este princípio corresponde ao ASPECTO 
SUBJETIVO da segurança jurídica. Ele leva em conta a boa-fé, a credibilidade e a 
confiança do cidadão que acredita que os atos praticados pelo Poder Público são lícitos 
e, nessa qualidade, eles serão mantidos e respeitados pela própria Administração e por 
terceiros. É com base nesse princípio que frequentemente os tribunais superiores vêm 
mantendo os efeitos deum ato, ainda que este seja ilegal. Isso ocorre para respeitar a 
boa-fé depositada pelos particulares em relação às atuações estatais. 
 
Fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Direito administrativo. 33. Ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2020, p. 218-252. 
 
Controle da Administração Pública 
 
O controle na administração pública não é um assunto que bebe de uma única 
fonte. Precisamos observar a constituição, a doutrina, e as variadas leis para chegarmos 
a uma conclusão. O objetivo aqui é passar este assunto de forma clara e concisa, 
aproveitando conhecimentos diversos do Direito Administrativo, para que possamos ter 
uma compreensão ampla do tema. 
O titular do patrimônio público é o POVO, e não a administração pública. Então 
pode-se dizer que o controle da administração pública sujeita-se ao princípio da 
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO, dessa maneira a administração 
pública é mera gestora, e deve pautar-se pela TRANSPARÊNCIA. 
 
 
LEMBRE-SE – O Titular do Patrimônio Público é o POVO. 
 
Dessa maneira podemos conceituar o Controle Administrativo como o Conjunto 
de Instrumentos, para que os Poderes e o próprio povo possam orientar, fiscalizar e 
revisar a atuação administrativa. 
Sobre a abrangência do Controle Administrativo, citemos o texto constitucional: 
 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, 
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das 
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso 
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno 
de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física 
ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou 
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União 
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza 
pecuniária (BRASIL, Constituição Federal, 1988). 
 
Dessa forma, TODA a Administração Pública, seja Direta ou Indireta, e ainda 
QUALQUER pessoa FÍSICA ou JURÍDICA que GUARDE, ARRECADE, GERENCIE, 
ADMINISTRE ou UTILIZE dinheiro público estará sujeita ao Controle da Administração 
Pública. 
 
 Funções Típicas e Atípicas 
 
Antes de começarmos o estudo do controle propriamente dito, é importante 
lembrar das funções típicas e atípicas de cada poder, bem como do sistema de freios e 
contrapesos que tornam estes poderes interdependentes e separados, a própria CF traz 
a separação dos poderes como cláusula pétrea. 
Estes poderes são o Executivo, Legislativo e Judiciário, e temos como suas 
funções: 
 
FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DO EXECUTIVO: 
● Função Típica – administrar, executar, decidir administrativamente; 
 
● Funções Atípicas – julgar (um processo administrativo, por exemplo), legislar 
(Medidas Provisórias, por exemplo). 
 
FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DO LEGISLATIVO 
 
● Função Típica – legislar (discutir e editais leis); 
● Função Atípica – administrar (mesa diretora de uma assembleia, por exemplo), 
julgar (crimes de Responsabilidade de Autoridades, por exemplo). 
 
ATENÇÃO – O Poder Legislativo também não pode criar “coisa julgada”. 
 
FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DO JUDICIÁRIO 
 
● Função Típica – julgar (criando “coisa julgada”) 
● Função Atípica – administrar (processos internos de um TJ, por exemplo) e 
legislar (regimentos e Regulamentos Internos). 
 
Anulação, Revogação e Convalidação dos Atos Administrativos 
 
Via de regra, os atos da administração têm validade até a data de sua respectiva 
previsão ou, até que outro ato os anule ou revogue. Desde seu nascimento, o ato já 
produz efeitos, sendo que existem duas formas de serem desfeitos, quais sejam: a 
revogação e a anulação. 
 
Anulação 
 
Se fala em ato nulo quando o mesmo afronta a lei, ou foi produzido com alguma 
ilegalidade, que afronta a própria Administração. Assim, a própria Administração Pública 
pode declarar sua anulação, pelo exercício da autotutela, ou por meio do Poder 
Judiciário. Possui efeito retroativo, ex tunc, ou seja, é como se nunca tivesse existido, 
salvo nos casos de terceiros de boa-fé. (DI PIETRO, 2020, p. 528). 
 
A anulação deve ser feita quando os atos estão com vícios que os tornem ilegais. 
O Direito de anular os atos decai em 5 anos, mas observada má-fé do destinatário, o 
prazo é indeterminado. 
 
Revogação 
 
Já por revogação, conforme Maria Sylvia Di Pietro (2020, p. 549), entende-se o 
ato administrativo discricionário em que a Administração extingue um ato que possui 
validade, por motivos de oportunidade e conveniência. Seus efeitos são ex nunc, ou 
seja, se produzem a partir da própria revogação. 
Ao contrário da anulação, a revogação é privativa da Administração Pública, 
porquanto os motivos de oportunidade e conveniência são vedados à apreciação do 
Poder Judiciário. 
A Revogação é feita por motivos de Conveniência e Oportunidade, 
RESPEITADOS os direitos adquiridos. 
 
Convalidação 
 
Por fim, a convalidação é o ato em que se supre um vício que persistia em um ato 
ilgeal, tendo efeitos retroativos à data em que este foi praticado (DI PIETRO, 2020, p. 
559). 
Atos que tenham defeitos sanáveis, podem ser convalidados, quando a decisão 
não acarretem lesão ao Interesse Público ou em prejuízo a terceiros. 
 
Sistemas de controle: Contencioso e o Jurisdicional 
 
Existem dois sistemas de controle dos atos administrativos, sendo eles: o Sistema 
do Contencioso Administrativo e o Sistema de Jurisdição Una. 
No sistema contencioso o controle dos atos da Administração Pública é promovido 
através de um Tribunal próprio, com Jurisdição Especial, chamado de Tribunal 
Administrativo, pertencente ao Poder Executivo, mas que é dotado de jurisdição. 
 
Já o sistema jurisdicional versa sobre a possibilidade de o Poder Judiciário 
controlar alguns atos da Administração Pública e se constitui como um meio de garantia 
para a sociedade de que a Administração está seguindo de forma transparente, em 
consonância com seus objetivos e fins legais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 DOS BENS PÚBLICOS 
 
 
 
 
Fonte: shutterstock 
 
 
Conceito 
 
De acordo com Fernanda Marinela (online, [s.d.]) em sentido amplo, Bem Público, 
pode ser entendido como o poder de regulamentação ou de dominação tido pelo Estado 
em relação a todos os bens, sejam eles públicos, privados e insuscetíveis de 
apropriação; já em um sentido estrito, a autora defende a utilização do termo apenas 
para bens de uso público (individualmente ou em geral), ou seja, diz respeito aos bens 
que são destinados à sociedade num todo, à coletividade. 
O Código Civil brasileiro, Lei n. 10.406/2002, tem todo o Capítulo III, do Livro II, 
“Dos Bens”, dedicado à disciplina normativa dos bens públicos: 
 
O Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas 
jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for 
a pessoa a que pertencerem. 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, 
inclusive os de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito 
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os 
bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado 
estrutura de direito privado. 
 
Espécies 
 
a) Bens de uso comum do povo – são os bens que todos podem usar, como 
as ruas e praças; 
b) Bens de uso especial – são destinados às instalações e aos serviços 
públicos,como os prédios das repartições ou escolas públicas; 
c) Bens dominicais – são os que pertencem ao acervo do poder público, sem 
destinação especial 
Classificação 
Fonte: Mazza, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 955. 
I) Quanto à Titularidade: 
a) Federais (art. 20 da CF); 
b) Estaduais e distritais (art. 26 da CF); 
c) Municipais - não participaram da partilha constitucional, apesar de existir 
previsão na norma infraconstitucional. 
II) Quanto à sua Destinação: 
a) Bens de uso comum do povo - estão à disposição da coletividade, também 
denominados bens do domínio público; 
b) Bens de uso especial - também chamados bens de patrimônio 
administrativo, utilizados para prestação de serviços públicos; 
c) Bens dominicais (dominiais) - patrimônio disponível, aqueles que não têm 
destinação pública). 
III) Quanto à sua Disponibilidade: 
 
a) Bens indisponíveis por natureza: em razão de sua condição não patrimonial 
são insuscetíveis a alienação ou oneração. É o caso do meio ambiente, 
dos mares e do ar; 
b) Bens patrimoniais indisponíveis: são aqueles dotados de uma natureza 
patrimonial, mas, pertencem à coletividade e permanecem legalmente 
inalienáveis enquanto mantiverem tal condição. São naturalmente 
passíveis de alienação, mas legalmente inalienáveis. Exemplos: ruas, 
praças, estradas e demais logradouros públicos; 
c) Bens patrimoniais disponíveis: são legalmente passíveis de alienação. É o 
caso dos bens dominiais, como as terras devolutas. 
Regime Jurídico 
 Insta ressaltar que os Bens Públicos estão sujeitos à Inalienabilidade, e por 
decorrência desta, a Imprescritibilidade e Impenhorabilidade. Conforme Maria Sylvia Di 
Pietro (2020, p. 1550): 
Em razão de sua destinação ou afetação a fins públicos, os bens de uso comum 
do povo e os de uso especial estão fora do comércio jurídico de direito privado; 
vale dizer que, enquanto mantiverem essa afetação, não podem ser objeto de 
qualquer relação jurídica regida pelo direito privado, como compra e venda, 
doação, permuta, hipoteca, penhor, comodato,locação, posse ad 
usucapionem, etc. 
 
Cabe dizer que quanto à Inalienabilidade, esta é relativa, ou seja, não é absoluta 
(exceto em relação aos mares, rios, praias, etc.). Outrossim, a inalienabilidade também 
não é absoluta pois, nas palavras de Maria Sylvia Di Pietro (2020, p. 1551) “aqueles que 
têm esse caráter, por não terem qualquer destinação pública podem perdê-la pelo 
instituto da afetação.” 
Código Civil – Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso 
especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma 
que a lei determinar. 
 
 
Assim, tendo em vista que a inalienabilidade é relativa, cabe salientar que pode 
ser realizada pelas formas comuns do direito privado, combinadas com as exigências 
dos arts. 17 e seguintes da Lei no 8.666/93. 
a) Venda – art. 481 do CC; 
b) Doação – art. 538 e seguintes do CC; 
c) Permuta – art. 533 do CC; 
d) Dação em pagamento – art. 356 do CC; 
e) Instrumentos específicos: a concessão de domínio; a investidura; a 
incorporação; a retrocessão; e a legitimação da posse. 
 Desta forma, os bens públicos não podem ser alienados, bem como são 
imprescritíveis, o que impossibilita o usucapião e também são impenhoráveis (precatório) 
e não onerosos , o que impossibilita que sejam oferecidos como garantia. 
Bens Afetados e Desafetados 
 
O artigo 99, do Código Civil versa sobre as finalidades do bem público, neste 
sentido, os bens podem ser afetados ou desafetados. Mas o que é isso? 
Por bens afetados entende-se que o bem possui uma destinação pública que o 
transforma em um bem indisponível e inalienável. Ou seja, transforma um bem de 
dominical para uso comum do povo ou uso especial, o que pode ocorrer por destinação 
natural, ato administrativo ou lei. 
Já a desafetação é o ato que retira a finalidade pública do bem e desta forma, 
elimina parte de sua proteção enquanto bem público. O bem passa a estar disponível, 
mas inalienável, conforme a lei (DI PIETRO, 2020, p. 1551). 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
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Da organização da Administração Pública 
 
A base federal da divisão administrativa no Brasil está no Decreto-lei nº 200, de 
25 de fevereiro de 1967, que dispõe sobre a organização da administração pública 
federal e as diretrizes da reforma administrativa em conjunção com a Constituição 
Federal de 1988. 
Este conteúdo é essencial para a compreensão do Direito Administrativo e estuda 
a estrutura interna da Administração Pública. Conforme Maria Silvia di Pietro (2020, p. 
190): 
A Administração Pública abrange as atividades exercidas pelas pessoas 
jurídicas, órgãos e agentes incumbidos de atender concretamente às 
necessidades coletivas; corresponde à função administrativa, atribuída 
preferencialmente aos órgãos do Poder Executivo. 
 
 
E para dar segmento ao estudo, estudaremos as duas técnicas adotadas pela 
própria para cumprir com suas competências previstas na Constituição: a 
desconcentração e a descentralização. 
 
Descentralização Administrativa 
 
 
Genericamente, podemos dizer que a descentralização administrativa ocorre 
quando uma atribuição é deslocada da administração direta para outra pessoa jurídica. 
Pode ocorrer de duas formas, são elas: 
 
● 1ª FORMA ̶ DESCENTRALIZAÇÃO POR OUTORGA: ocorre quando a 
Administração Pública Direta por meio de uma lei ordinária específica cria uma 
pessoa jurídica da administração indireta e transfere a titularidade e a execução 
de determinado serviço público para ela. 
 
● 2ª FORMA ̶ DESCENTRALIZAÇÃO POR DELEGAÇÃO: ocorre quando a 
administração pública direta passa apenas a execução de um serviço para 
particulares por meio de um contrato ou ato unilateral. 
 
Desconcentração Administrativa 
 
Já a desconcentração é uma técnica administrativa de distribuição de 
competências sempre dentro de uma mesma pessoa jurídica. Veja um exemplo: são 
criados vários ministérios, de departamentos ou de secretarias. 
 
SAIBA MAIS 
 
É possível haver desconcentração dentro da descentralização. Exemplo: a UFRJ, 
que é uma autarquia que atua na área de educação, pode criar um departamento de 
matemática, de língua estrangeira ou de língua portuguesa. Há uma desconcentração 
dentro da descentralização. 
 
Fonte: Mazza, Alexandre. Manual de Direito Adminsitrativo. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 186. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
Sentido da expressão “Administração Pública” 
 
 
 A Administração Pública nada mais é que o conjunto de órgãos e agentes do 
Estado, exercendo função administrativa. 
Conforme Alexandre Mazza (2018, p. 36) a expressão "Administração Pública” 
possui dois sentidos, sendo eles: 
 
a) Sentido Subjetivo: trata-se do conjunto de agentes, órgãos e entidades 
públicas que exercem a função administrativa. 
b) Sentido Objetivo: entende-se pela atividade estatal que consiste na defesa 
concreta do interesse público. 
 
Da Administração Direta e Indireta 
 
O Direito brasileito enumera quais os entes que compõem a Administração 
Pública, considerada por seu sentido subjetivo. Referida numeração se encontra prevista 
no art. 4º do Decreto-lei nº 200/67, que dispõe que a: 
 
A administração federal compreende: 
I - a administração direta, que se constitui dos serviços integrados na 
estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios; 
II - a administração indireta, que compreende as seguintes categorias de 
entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: 
a) autarquias; 
b) empresas públicas; 
c) sociedades de economia mista; 
d) fundações públicas”. 
 
 Assim, ao longo da nossa disciplina, pudemos observar que o Estado tem duas 
formas de administrar o país (descentralização e desconcentração). Basicamente, 
quando falamos em administração direta e indireta, podemosdizer que o aspecto que as 
diferencia é a centralização das ações. Na administração direta há a ocorrência de um 
ato de um dos Poderes (Executivo, Legislativo ou Judiciário) através de seus servidores, 
já na administração indireta ocorre uma uma descentralização que permite uma maior 
flexibilidade e autonomia. 
 
 
Dos Órgãos Públicos 
 
Órgãos públicos são unidades de atuação destituídas de personalidade jurídica, 
cuja existência decorre do poder hierárquico que se verifica dentro de uma mesma 
pessoa jurídica. 
 
Lei nº 9.784/99: 
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: 
I – ÓRGÃO – a unidade de atuação integrante da estrutura da 
Administração direta e da estrutura da Administração indireta; 
 
 
 Com a evolução do Direito Administrativo ao longo do tempo, os pensadores do 
direito tentaram classificar como seria a forma que o Estado se relacionava com os seus 
agentes, surgiram, então, quarto teorias, são elas: 
Teoria da Representação: Baseada no Código Civil, defendia que o Estado era 
incapaz. Assim, quando o agente público atuava, ele estava exercendo uma espécie de 
curatela nos interesses do Estado, devido a essa incapacidade. Essa teoria também foi 
superada, pois caso o Estado fosse incapaz, ele não poderia nomear seu representante. 
Teoria do Mandato: O fundamento dessa teoria está em dizer que o agente 
público celebraria um contrato de representação com o Estado, sendo o mandatário das 
vontades do próprio Estado. Essa teoria também caiu por terra, principalmente porque 
não conseguiu apontar qual seria o momento e quem seria o autor do mandato. 
Teoria do Órgão: Esquematizada pelo famoso jurista alemão Otto Friedrich von Gierke 
(1841-1921). A visão desse notável jurista foi comparar o Estado ao corpo humano. O 
Estado seria uma pessoa, possui personalidade, e os órgãos que o integram não seriam 
pessoas, mas partes integrantes dessa pessoa estatal. Tem como base considerar que 
a pessoa jurídica se manifesta através dos seus órgãos, de modo que os atos praticados 
pelos agentes públicos não são deles, mas da pessoa jurídica à qual eles estão 
vinculados. Por exemplo: quando um policial federal atua, não é ele, mas o Estado por 
meio do policial federal; quando o médico opera em um hospital público, não é o médico 
que está operando, mas o Estado que opera por meio do médico; quando o professor 
 
leciona em uma escola pública, não é ele quem está ensinando, mas o Estado por meio 
do professor (DI PIETRO, 2020, p. 1.210). 
 Baseando-se na teoria do órgão, podemos conceituar órgão público de acordo 
com as palavras de Di Pietro (2020, p. 1.220) que entende “ como uma unidade que 
congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que o integram com o objetivo de 
expressar a vontade do Estado.” 
 A natureza jurídica do termo também tem algumas teorias, dentre elas: 
A teoria subjetiva que identifica os órgãos com os agentes públicos. A teoria 
objetiva que enxerga no órgão apenas um conjunto de atribuições. E pela teoria eclética 
(mista) que afirma que o órgão é formado por dois elementos, sendo eles o complexo de 
atribuições e o agente (DI PIETRO, 2020, p. 1.223) . 
De acordo com as normas brasileiras, a teoria que mais se amolda à natureza 
jurídica do termo é a teoria que vê no órgão suas atribuições, sendo inconfundível com 
o agente. 
Outrossim, no que diz respeito à classificação Helly Lopes Meireles (2003, p. 63) 
trabalha com 3 critérios, sendo eles: quanto à posição hierárquica, à estrutura e à 
atuação funcional. 
 
I) Quanto à posição hierárquica: 
a) Órgãos independentes: são órgãos representativos dos poderes do Estado 
e que possuem competências constitucionais, não estando subordinados a 
nenhum outro órgão. Exemplos: Câmara dos Deputados; Presidência da 
República, tribunais, Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério 
Público (MP). 
b) Órgãos autônomos: têm autonomia administrativa e financeira, mas estão 
subordinados à chefia de órgão independente na sua linha de hierarquia. 
Exemplos: ministérios estaduais, secretarias estaduais e municipais. 
c) Órgãos superiores: não têm autonomia administrativa nem financeira, mas 
contam com poder de decisão e comando de órgãos inferiores. Estão 
sujeitos ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Exemplos: 
departamentos, coordenadorias, divisões, gabinetes. 
 
d) Órgãos subalternos: não desfrutam de autonomia nem de poder decisório. 
Existem apenas para o desempenho de atribuições de execução. 
Exemplos: seção de almoxarifado, expediente etc. 
 
II) Quanto à estrutura: 
a) Órgãos simples (unitários): são aqueles que possuem um único centro de 
competência. 
b) Órgãos compostos: aqueles que possuem vários centros de competência. 
 
III) Quanto à atuação funcional: 
a) Órgãos singulares (unipessoais): são aqueles cujo poder de decisão 
compete a único agente. Exemplo: Presidência da República. 
b) Órgãos colegiados (pluripessoais): são aqueles cujo poder de decisão 
compete a uma maioria de agentes. Exemplo: Câmara dos Deputados e 
STF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 AGENTES PÚBLICOS 
 
 
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O conceito de agentes públicos é bem tranquilo de ser definido e encontra-se em 
alguns textos normativos, como a Lei nº 8.429/92 e também o próprio Código Penal (CP). 
Podemos conceituar os agentes públicos como todas as pessoas físicas que exercem a 
função pública, de maneira temporária ou permanente, com ou sem remuneração, seja 
por eleição, nomeação, designação, contratação, seja por qualquer outra forma de 
investidora ou vínculo, por mandato, emprego ou cargo: 
 
Lei nº 8.429/92 - Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no 
artigo anterior. Funcionário público. 
 
Classificação do Agente Público: 
 
Agentes Políticos: são os integrantes dos mais altos escalões do poder público, 
cujo vínculo com a Administração Pública é de natureza política. São aqueles que 
exercem o chamado “múnus público”, ou seja, atividade de governo. Ex: Chefes do Poder 
Executivo (presidente, governadores e prefeitos), auxiliares imediatos do chefe do Poder 
 
Executivo (ministros e secretários estaduais ou municipais), membros das corporações 
legislativas (senadores, deputados e vereadores). 
Agentes Administrativos: são aqueles com vínculo de natureza profissional e 
remunerada, sujeitos à hierarquia funcional. São os ocupantes de cargos públicos, de 
empregos públicos e de funções públicas nas administrações Direta e Indireta. Ex: 
Servidores públicos, cargo público efetivo ou comissão, empregados públicos – emprego 
público (CLT) e temporários (excepcional interesse público – função pública. 
Agentes Honoríficos: cidadãos requisitados ou designados para colaborarem 
temporariamente com o Estado mediante a prestação de serviços específicos, por conta 
da sua honorabilidade. Não têm vínculo profissional com a Administração Pública e em 
geral atuam sem remuneração. Ex: Jurados e mesários eleitorais. 
Agentes Delegados: são particulares que recebem a incumbência de exercer 
determinada atividade, obra ou serviço público e o fazem em nome próprio, por sua conta 
e risco, sob a fiscalização permanente do poder delegante. Ex: Concessionários e 
permissionários de serviços públicos, leiloeiros e tradutores públicos. 
Agentes Credenciados: são aqueles que representam a Administração em 
determinada ação ou praticam uma atividade específica após a celebração de um 
convênio com o Poder Público. Ex: médicos particulares que atendem pelo SUS e são 
pagos pelo Estado. 
Agente de Fato: divide-se em dois grupos. São eles: Agente necessário: são 
aqueles que praticam atos e executam atividadesem situações excepcionais, como as 
de emergência, em colaboração com o Poder Público. Ex: moradores que ajudam em 
um momento de socorro nos casos de catástrofe. Agente putativo: são aqueles que 
desempenham atividade pública na presunção de legitimidade, porém em caso que a 
investidura do agente não se deu dentro do procedimento legalmente exigido. Ex: agente 
que pratica inúmeros atos de administração, sem contudo ter sido previamente aprovado 
em concurso público. 
Usurpador de Função: ocorre quando uma pessoa se faz passar por agente 
público, sem que tenha sido investido em cargo, emprego ou função pública. Nesse caso, 
o infrator se faz passar por agente sem ter essa qualidade. A doutrina considera seus 
 
atos como inexistentes, ou seja, não chega a ser ato administrativo. Ex: multa de trânsito 
lavrada por particular. 
 
Do Provimento do Agente Público 
 
 Inicialmente, cumpre esclarecer que provimento é o ato administrativo que 
concretiza o preenchimento de cargo público e está regulamentado pela Lei nº 8.112, de 
11 de novembro de 1990, que dispõe que o provimento poderá se dar mediante 
nomeação, promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e 
recondução. 
 
Do Regime Jurídico do Agente Público 
 
Regime jurídico administrativo é o conceito dado ao conjunto de prerrogativas e 
limitações que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública 
numa posição privilegiada na relação jurídico-administrativa. 
Esse regime deriva, respectivamente, do princípio da supremacia do interesse 
público e do princípio da indisponibilidade do interesse público. Resumidamente, pode-
se afirmar que o regime administrativo se resume em duas palavras: prerrogativas e 
sujeições (Mazza, 2018, p. 93). 
 
Remuneração e Vencimento 
 
Nada mais é que o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens 
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. Em síntese: 
 
REMUNERAÇÃO = VENCIMENTO + VANTAGENS PERMANENTES 
 
Já o vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com 
valor fixado em lei. 
 
 
Direito de greve e associação sindical 
 
O direito de greve do servidor público está presente na Constituição Federal, de 
1988, em seu art. 37, inciso VII, da seguinte forma “direito de greve será exercido nos 
termos e nos limites definidos em lei específica” 
Entretanto, esta lei específica citada ainda não foi editada, tornando, na prática, 
qualquer greve de servidor público ilegal. Diante disso, e para preservar o direito 
constitucional de greve, para que os servidores públicos não se vissem prejudicados, 
ADMITIU-SE o uso da lei PRIVADA de greve, porém, de maneira subsidiária. 
Os Militares (Exército, Marinha, Aeronáutica, Policiais Militares e Bombeiros), 
Policiais Civis e todo servidor que atue diretamente com Segurança Pública não 
possuem direito de greve. 
 
REFLITA 
 
Durante a greve os vencimentos do servidor são pagos? Segundo Entendimento 
Jurisprudencial temos que: “Ao terminar a movimentação grevista (LÍCITA), o servidor 
ficará sujeito à compensação pelos dias parados, sob pena de ressarcimento ao erário 
dos valores recebidos” Ou seja, o “pagamento” da remuneração devida ao servidor não 
é suspenso durante a greve. Após o fim da greve o servidor deve compensar, de maneira 
adicional à sua própria jornada, os dias parados. 
 
Fonte: CAVALCANTE, Márcio André Lopes, online [s.d.]. 
 
#REFLITA# 
 
Estabilidade e Vacância 
 
Por estabilidade se compreende o Direito de não ser demitido do serviço público, 
salvo se incidir em falta funcional grave, apurada em processo judicial ou processo 
administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. 
 
A estabilidade tem previsão constitucional no artigo seguinte: Art. 41. São estáveis 
após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento 
efetivo em virtude de concurso público. 
Já a Lei nº. 8.112/90 conta com o seguinte artigo a respeito: Art. 21. O servidor 
habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá 
estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. 
Por vacância entende-se quando o cargo fica vago ou desocupado. Possui 
previsão legal no artigo 33 da Lei nº 8.112/90 que faz referência às situações em que 
ocorre a vacância de cargo público: exoneração; demissão;promoção; readaptação; 
aposentadoria; posse em outro cargo inacumulável; falecimento. 
 
Poderes e Deveres 
 
Significa que, por conta de a administração ter as competências que lhe são dadas 
para atender à finalidade pública, ao mesmo tempo ela possui PODER e DEVER DE 
AGIR. 
Dever de probidade: o administrador público, ao desempenhar suas funções, deve 
agir com ÉTICA, HONESTIDADE e BOA-FÉ. 
Dever de prestar contas: é um dever imposto a qualquer órgão ou agente que, de 
algum modo, seja RESPONSÁVEL PELA GESTÃO e CONSERVAÇÃO DOS BENS 
PÚBLICOS, atingindo, inclusive, particulares que, de alguma forma, sejam responsáveis 
por recursos públicos de qualquer espécie. 
Dever de eficiência: traz a ideia de qualidade na prestação do serviço público. Sua 
atuação deve ser pautada pela celeridade, economicidade e perfeição técnica. 
De acordo com Alexandre Mazza, existem 07 poderes-deveres que são conferidos 
à Administração Pública e que se constituem como prerrogativas relacionadas com 
obrigações, na defesa do interesse público. Para o autor, são os seguintes poderes 
(2018, p. 407): 
a) Vinculado: trata-se do poder que tem a Administração Pública para praticar 
certos atos em que é mínima ou inexistente sua liberdade de atuação. 
 
b) Discricionário: a administração pública possui uma razoável liberdade de 
atuação, agindo de acordo com liberdade de escolha de sua conveniência, 
oportunidade e conteúdo. 
c) Disciplinar: está diretamente relacionado com o poder hierárquico, e é a 
faculdade que a Administração Pública possui de punir as infrações 
funcionais de seus servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos 
órgãos e serviços da Administração. 
d) Hierárquico: caracteriza-se pela existência de grau de subordinação entre 
os diversos órgãos e agentes do Executivo. 
e) Regulamentar: é conferido aos Chefes dos Poderes Executivos 
(Presidente, Governadores e Prefeitos) para expedir decretos e 
regulamentos e decorre de competência diretamente constitucional (art. 84 
da CF). 
f) De polícia: é um instrumento que a administração utiliza para proteger e 
promover o interesse público. 
g) Normativo: poder que a Administração possui de editar atos para 
complementar a lei, buscando sua fiel execução. 
Uso e Abuso de Poder 
É uma prerrogativa do agente público o uso de poder. Quando o agente público 
exerce suas atividades de forma adequada e atua conforme o regime jurídico 
administrativo que lhe é imposto, falamos em um uso regular de poder. Ele atua conforme 
seu dever (MAZZA, 2018, p. 407). 
Todavia, quando este agente público age com excessos, pratica atos além de seu 
limite legal, há um uso irregular do seu poder, que se configura em um abuso de poder. 
O abuso de poder é um vício praticado pelo agente público que torna o ato 
administrativo nulo. De acordo com Alexandre Mazza (2018, p. 407) “além de causar a 
invalidade do ato, a prática do abuso de poder constitui ilícito ensejador de 
responsabilização da autoridade.” 
Existem 03 formas de abuso de poder: 
 
1) Excesso 
2) Desvio de finalidade 
3) Omissão 
 
Importante salientar que o agente público só pode fazer aquilo que a lei determina 
e o que a lei não veda, ou seja, não pode atuar contra legem (de forma contrária à Lei), 
ultra legem (além da Lei), mas exclusivamente secundum legem (de acordo com a Lei). 
 
Poder Discricionário 
 
A manifestação do poder discricionário está intrinsecamente ligada à capacidade 
que a máquina pública tem de praticar os atos com margem de conveniência e 
oportunidade,o que também é chamado de mérito. 
A própria Administração Pública é obrigada a respeitar o princípio da Legalidade, 
sendo que, dentro dos atos legais, teremos aqueles que são vinculados (estudados no 
tópico acima), e teremos aqueles em que a própria Administração Pública terá a margem 
de escolha, sempre pautada, evidentemente, na razoabilidade e na proporcionalidade, 
que são os princípios limitadores do poder discricionário. 
Sua atuação está ligada aos elementos MOTIVO ou OBJETO, pois eles são os 
únicos elementos do ato administrativo que podem ter discricionariedade. 
O poder discricionário é o que é utilizado quando a administração pública revoga 
um ato válido, até porque a revogação só pode acontecer em um ATO LEGAL que tenha 
margem de conveniência e oportunidade. Atos vinculados não podem ser revogados. 
 
Poder Hierárquico 
 
Está pautado na existência de escalonamento das posições entre os ÓRGÃOS E 
AGENTES sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Por ele é possível 
observarmos a relação hierárquica, ou seja, as relações entre superior e subordinado 
que são típicas na organização administrativa. 
 
Lembra o que estudamos na descentralização e desconcentração? Na 
descentralização por outorga passamos a titularidade e a execução do serviço público 
para uma pessoa jurídica da Administração Indireta mediante lei específica e quando 
realizamos a técnica de descentralização por delegação ou colaboração, passamos 
apenas a execução do serviço público para um particular já existente mediante contrato 
ou ato unilateral e que a desconcentração é uma divisão interna de competências para 
melhorar o atendimento público sempre dentro de uma mesma pessoa jurídica. 
Muito importante relembrar desse estudo porque o poder hierárquico NÃO 
EXISTE na descentralização, ou seja, só temos o poder hierárquico manifestado dentro 
de uma mesma pessoa jurídica (desconcentração). 
As prerrogativas pelas quais o superior pode dar ordem, fiscalizar, controlar, 
aplicar sanções, delegar e avocar competências decorrem do PODER HIERÁRQUICO. 
Para materializar a visão do poder hierárquico na própria atuação da 
administração pública podemos dar como exemplo a divisão que temos na União em 
relação ao Presidente da República, Ministros, Secretários e órgãos subalternos. Você 
consegue analisar bem que há uma hierarquia entre eles. O presidente pode dar ordem 
para os ministros que, por sua vez, podem dar ordens para os seus subalternos, isso é 
possível porque temos a manifestação do poder hierárquico! 
 
Poder Disciplinar 
 
É o poder que se manifesta quando a Administração Pública aplica sanções a 
duas classes de pessoas: 
1º classe de pessoas: quando a Administração pune INTERNAMENTE os 
seus servidores que cometem infrações funcionais, por exemplo: 
advertência; suspensão; demissão; destituição de função comissionada; 
destituição de cargo comissionado; cassação de aposentadoria e a 
cassação disponibilidade. 
 
2º classe de pessoas: quando a Administração pune os particulares que 
com ela possuem UM VÍNCULO JURÍDICO ESPECÍFICO. Exemplo: 
 
estudantes de escola pública, pacientes de hospital público, presidiários, 
etc. 
 
O poder disciplinar não se confunde com o JUS PUNIENDI do Estado, pois o 
Poder Disciplinar só capacita Administração Pública a aplicar sanções na via 
administrativa. 
Ademais, o poder disciplinar via de regra é discricionário, mas CUIDADO: não há 
discricionariedade quanto ao dever de punir o servidor que tenha praticado uma infração 
disciplinar. Ela se encontra na gradação da penalidade. Exemplo: a suspensão do 
servidor na esfera federal poderá ser de ATÉ 90 dias e ela ainda poderá ser convertida 
em uma multa de 50% por dia de vencimento ou remuneração caso seja conveniente 
para a Administração Pública. 
 
Poder Regulamentar 
 
É aquele que se manifesta por meio do chefe do poder executivo para editar 
decretos que regulamentam as leis, seu objetivo é dar fiel execução a essa. Na esfera 
federal temos o Presidente; na esfera estadual temos o Governador e na esfera 
municipal temos o Prefeito. 
Não possui caráter originário, mas sim derivado, portanto, o referido poder não 
tem a capacidade de inovar no mundo do direito, ou seja: ele não pode criar novos 
direitos e novas obrigações. 
Sua atuação deve se restringir a completar, complementar e explicar aquilo que 
uma lei já trouxe ao mundo jurídico. Os atos administrativos normativos devem possuir 
determinações gerais e abstratas. 
Para doutrina, sua base jurídica se encontra no art. 84 da Constituição Federal de 
1988, que nos diz o seguinte: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da 
República: IV – Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos 
e regulamentos para sua fiel execução. 
 
Poder de Polícia 
 
 
O Art. 78 do Código Tributário Nacional, que diz: 
Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato 
ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, 
à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização 
do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos 
direitos individuais ou coletivos. 
 
Podemos então, resumidamente, conceituar o poder de polícia como o poder do 
qual dispõe o administrador de criar condições e restrições aos particulares no uso e 
gozo de seus bens, direitos e atividades, de modo a proteger o interesse coletivo. Todas 
essas limitações incidentes sobre os indivíduos são realizadas pelo Estado para proteger 
o interesse público, que é o guardião do interesse da coletividade. 
Polícia Administrativa: a polícia administrativa trata da limitação das atividades 
particulares, abrangendo ilícitos de ordem administrativa, conforme acima visto. 
Polícia Judiciária: já a polícia judiciária tem por finalidade a preparação da atuação 
da função jurisdicional no Estado no que se refere a ilícitos penais (crimes e 
contravenções penais), coletando elementos para o exercício do jus puniendi do Estado. 
Assim, a principal diferenciação entre ambas reside na natureza do ilícito, caso 
seja um ilícito administrativo, estaremos diante do poder de polícia administrativa, 
entretanto, diante de ilícitos de natureza penal, estaremos no âmbito da polícia judiciária. 
Outra diferenciação relevante incide no fato de que a polícia administrativa incide 
sobre bens, direitos ou atividades privadas, não alcançando diretamente o próprio 
indivíduo. Já a polícia judiciária incide diretamente sobre pessoas, permitindo, inclusive, 
a privação de sua liberdade. 
Também é importante ressaltar que o poder de polícia administrativa é exercido 
por diversos órgãos e agentes da Administração Pública, enquanto a polícia judiciária é 
exercida por órgãos especializados (como a Polícia Civil e a Polícia Federal). 
O poder de polícia em sentido amplo abrange tanto a atuação do Legislativo 
(criação de leis), como também a atuação administrativa, responsável pela 
regulamentação e execução dessas leis. Já o poder de polícia em sentido estrito alcança 
somente a atuação administrativa, que irá regulamentar e promover a execução das leis 
 
primárias, estando excluída, desta classificação, a atividade legislativa (criação de leis), 
sendo que essa segunda acepção é a usualmente adotada em provas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Nesta Unidade pudemos adentrar no estudo do Direito Administrativo, que é uma 
matéria de Direito Público rica de detalhes e pertinências. Nunca seria cansativo lembrar 
que o direito é uma ciência muito rica e contagiante, que detém em suas linhas amplos 
conhecimentos que ultrapassam barreiras e trazemsentido às relações sociais e à 
regulamentação da sociedade. 
 
Não seria diferente com esta unidade, perceber o Direito Administrativo como uma 
área essencial para a sociedade num todo, na medida em que traz à tona inúmeras 
questões socialmente relevantes. 
Em nossos tópicos desta unidade pudemos adentrar no estudo deste ramo e 
iniciar nossa compreensão sobre o assunto, abordando conceitos, princípios e 
aplicabilidades desta área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
 
Título: Manual de Direito Administrativo. 
Autor: Alexandre Mazza 
Editora: Saraiva 
Sinopse: Extremamente didático, o “Manual de Direito 
Administrativo” apresenta ao estudante uma visão global dos 
institutos, que são abordados em 4 planos distintos: a) doutrina, 
b) legislação, c) jurisprudência, e d) sua incidência no Exame da 
Ordem e em concursos públicos. Ao final de cada capítulo, quadros sinóticos para 
revisão da matéria, seguidos de questões de concurso para verificação da 
aprendizagem. 
 
Título:Direito Administrativo 
Autor: Maria Sylvia Zanella Di Pietro 
Editora: Forense 
Sinopse: este livro desenvolve os vários temas do Direito 
Administrativo de forma clara e didática e com a preocupação de 
manter a disciplina atualizada diante das sucessivas inovações 
legislativas que imprimem nova feição a esse importante ramo da 
ciência jurídica.Além das correções e aperfeiçoamentos na redação, esta 34ª edição 
atualiza a legislação, promulgada no corrente exercício, relativa a licitações, consórcios 
públicos, convênios, gestão e alienação de bens imóveis da União, natureza singular dos 
serviços de advogado e contador, com acréscimo de anotações sobre força maior e caso 
fortuito, direitos dos usuários dos serviços públicos, procedimento de manifestação de 
interesse, além de jurisprudência do STF a respeito de juros de mora na desapropriação, 
juros de mora no período entre a expedição do precatório e o efetivo pagamento, 
recebimento de honorários de sucumbência por advogados públicos, prescrição na 
desapropriação indireta, interpretação dos dispositivos legais que tratam da contratação 
de serviço singular por profissional notoriamente especializado 
 
 
 
FILME/DOCUMENTÁRIO 
 
Documentário: JUSTIÇA 
Direção e Roteiro: Maria A. Ramos 
Data de Lançamento: 2004 
Sinopse: Este documentário (disponível no YouTube) expõe 
o dia a dia do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e todos 
seus personagens (servidores públicos, réus, familiares, etc.) 
e oferece ao público uma reflexão sobre o sistema judicial 
brasileiro e as estruturas de poder vigentes no país. 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Artigo: O Servidor Público no Mundo do Trabalho do Século XXI 
Autores: Carla Vaz dos Santos Ribeiro e Deise Mancebo 
Revista Psicologia: Ciência e Profissão 
Disponível em: 
<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141498932013000100015&script=sci_arttext&tl
ng=pt> 
Resumo: O texto aborda as repercussões do discurso depreciativo da sociedade dirigido 
ao servidor público – em muito intensificado pelas mutações no mundo do trabalho na 
virada do século XX para o XXI – na subjetividade dessa categoria e investiga como 
esses trabalhadores convivem com a utilização corrente de estereótipos negativos que 
desqualificam e desvalorizam a sua atividade laboral. O texto discute ainda como a falta 
de reconhecimento e de valorização interfere no sentido atribuído pelos servidores 
públicos à sua vida profissional. O texto analisa também as transformações ocorridas no 
setor público nas últimas décadas, em especial, as mudanças provocadas a partir da 
implementação da Reforma do Estado, de 1995, no Brasil, constata que a crise do 
Estado-providência influência de maneira decisiva as políticas, as estruturas e a cultura 
das organizações estatais e identifica um novo cenário que gera significativos impactos 
na produção da subjetividade da categoria; por fim, questiona se ainda há espaço para 
o servidor público no mundo do trabalho contemporâneo. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Administrativo, 5º edição, São Paulo: 
Saraiva, 2001. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federal. Brasília, 1988. 
BRASIL. Decreto nº 200, de 25 de fevereiro de 1967. Brasília, 1967. 
BRASIL. Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934. Brasília, Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d24643compilado.htm. Acesso em: 08 maio 
2021. 
BRASIL. Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004. Brasília. 
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Brasília, 2002. 
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Código Tributário Nacional. Brasília, 
1966. 
BRASIL. Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986. Brasília, Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7565compilado.htm. Acesso em: 08 maio 
2021. 
BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Brasília, Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8112cons.htm. Acesso em: 08 maio 2021. 
BRASIL. Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992. Brasília, 1992. 
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Brasília, Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 08 maio 2021. 
BRASIL. Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995. Brasília, Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8987cons.htm. Acesso em: 08 maio 2021. 
BRASIL. Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Brasília, Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm. Acesso em: 08 maio 2021. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Administração Pública deve descontar os dias 
não trabalhados por servidor público em greve. Buscador Dizer o Direito, Manaus. 
Disponível em: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/007d4a1214289aea0
9b9759ae1324e96. Acesso em: 15/06/2021 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 33. Ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2020. 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, 10ª ed. São Paulo: Atlas, 
1998. 
 
DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro Interpretada. São 
Paulo: Saraiva, 9ª edição, 2002. 
MARINELLA, Fernanda. Noções introdutórias e Regime Jurídico Administrativo. 
Disponível em: http://www.marinela.ma/wp-
content/uploads/2018/11/CADERNODEAULADELEGADOAULA01NOES.pdf. Acesso 
em: 10 maio 2021. 
MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação do Direito. Rio de Janeiro: 
Forense, 19ª edição, 2002. 
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 
2018, p. 955. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 28. ed. São Paulo: 
Malheiros Editores, 2003, p. 38. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed., São 
Paulo: Malheiros, 2002 
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo descomplicado. 
São Paulo: Método, 2019. 
STF. Súmula nº 346, de 2012. Brasília. 
STF. Súmula nº 473, de 2012. Brasília. 
 
 
UNIDADE II 
SERVIÇOS PÚBLICOS, PROCESSO ADMINISTRATIVO E A LEI FEDERAL Nº. 
9.784/99 
Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio1 
 
Plano de Estudo: 
 
● Conceito de Serviços Públicos; 
● Classificação , regulamentação, controle e requisitos; 
● Formas e Meios de Prestação do Serviço Público; 
● Entidades da Administração Pública Direta; 
● Entidades da Administração Pública Indireta; 
● Conceitos de Processo Administrativo; 
● Finalidade do Processo Administrativo; 
● Espécies de Processo Administrativo; 
● Classificação do Processo Administrativo; 
● Direito de petição; 
● Disposições Gerais da Lei nº. 9.784/99 
● Princípios; 
● Critérios; 
● Procedimentos Administrativos; 
● Direitos e Deveres dos Administrados. 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
 
Prezado (a) aluno (a), esta primeira unidade acerca do estudo do Direito 
Administrativo será dividida em 04 tópicos, sendo eles: 
● Do Serviço Público 
● Entidadesda Administração Pública 
 
1Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Cesumar – UniCesumar, pós-graduanda em Docência 
no Ensino Superior, pela Uniasselvi, Assessora Jurídica no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – 
TJPR. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6265742338541943. E-mail: raizaeloa@hotmail.com. 
 
● Do Processo Administrativo 
● Da Lei Federal nº. 9.784/99 
 
E em cada um desses tópicos aprenderemos questões básicas e gerais atinentes 
a cada um, fazendo uma breve conceituação e explicação sobre os termos e assuntos a 
serem abordados. 
Desta forma, por meio da compreensão desta disciplina, serão expostos 
relevantes conceitos sobre o tema e, por consequência, a importância do Direito 
Administrativo para a sociedade num todo, na medida em confere maior transparência e 
segurança aos cidadãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro (a) aluno (a), com esse material, após já ter compreensão acerca do que é 
o Direito Administrativo, Administração Pública e Bens Públicos, passamos ao estudo do 
Serviço Público, das Entidades da Administração Pública, Processo Administrativo e 
teceremos considerações sobre a Lei Federal nº. 9.784/99. 
Com esta unidade espero contribuir para seu aprendizado, conceituando e 
contextualizando o tema, proporcionando a compreensão do assunto e seus respectivos 
termos e desta forma, por meio do ensino, estabelecer a importância desta área para o 
sistema judiciário, legislativo e executivo brasileiro, assim como contribuir para seu 
crescimento pessoal e profissional. 
Então vamos lá! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 DO SERVIÇO PÚBLICO 
 
 
Fonte: shutterstock 
 
Conceito de Serviço Público 
 
Por serviço público compreende-se toda e qualquer atividade cujo objetivo é o 
oferecimento de utilidade e/ou de comodidade material, que destina-se à satisfação de 
necessidades da coletividade num todo, mas, que pode ser utilizada individualmente 
pelos administrados (pela população). O Estado desempenha uma função de garantidor 
e no cumprimento de seus deveres, presta serviços à sociedade, por si mesmo ou por 
quem lhe faça às vezes, sob um regime de direito público, que pode ser total ou parcial. 
Maria Sylvia Di Pietro (2020, p. 280) afirma que não é uma tarefa fácil conceituar 
o que é serviço público, pois este termo, com o passar do tempo, foi sofrendo várias 
alterações em seus elementos constitutivos e na sua abrangência. Para a autora, serviço 
público é “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça 
diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente 
às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público.” 
 
Já Hely Lopes Meirelles (2003, p. 380) conceitua serviço público como “todo 
aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles 
estatais, para satisfazer necessidades sociais essenciais ou secundárias da coletividade 
ou simples conveniências do Estado.” 
Em suma, 03 são o requisitos adotados para definir o que seria serviço público, 
sendo eles: 
a) O subjetivo: em que se considera a pessoa jurídica como a 
prestadora da atividade; 
b) O material: em que se considerada qual a atividade exercida; 
c) O formal: em que se considera qual o regime jurídico do serviço 
público. 
 
Classificação 
 
 Os serviços públicos podem ser classificados em: 
a) Serviços públicos propriamente ditos (essenciais e que não 
admitem delegação) e serviços de utilidade pública (os que 
melhoram a comodidade social e admitem delegação); 
b) Serviços gerais (uti universi - prestados à coletividade como um 
todo, não sendo possível medir o quanto cada um utiliza; são 
indivisíveis e devem ser mantidos pela receita geral dos impostos) e 
serviços individuais ou específicos (uti singuli - são prestados à 
coletividade, fruíveis individualmente, divisíveis). Estes últimos 
podem ser compulsórios (são remunerados por taxa e admitem a 
cobrança da taxa mínima pelo simples fato de o serviço estar à sua 
disposição) e facultativos (a remuneração é feita por tarifa, só sendo 
possível a cobrança pelo que efetivamente foi prestado). 
 
 
Regulamentação e Controle 
 
 
Sobre a regulamentação e o controle dos serviços públicos, insta dizer que ambos 
são de competência do próprio Poder Público que em todas as hipóteses, seja em casos 
de prestação indireta feita pela Administração Indireta, delegações, etc. Cabe salientar 
que mesmo a delegação do serviço público não retira do Estado a competência de 
regular e controlar o serviço, que continua sendo de sua titularidade, 
Neste sentido, qualquer intercorrência ou problema que ocorra durante a 
prestação do serviço ou até mesmo em relação a eficiência deste, deverá ser apurado 
pelo Poder Público que tem a função de regularizar a situação e o devido funcionamento 
do serviço, diante do interesse público e coletivo (DI PIETRO, 2020, p. 295). 
 
Requisitos 
 
 De acordo com o conteúdo visto anteriormente, serviço público é toda atividade 
atribuída por lei para o Estado, que tem como objetivo satisfazer as necessidades 
coletivas da população. Desta forma, para que o serviço seja prestado com a devida 
eficiência, alguns requisitos devem ser observados e que são inerentes a sua natureza, 
para que seja realizado da melhor forma possível e que atenda os interesses da 
sociedade. 
 Fala-se então em 07 requisitos a serem observados na prestação do serviço 
público, sendo eles (SILVA, 2021): 
a) Regularidade: o serviço prestado deve observar padrões de 
qualidade e quantidade, a serem determinados pela própria 
administração pública. Este requisito impõe também a observância 
dos números de usuários que usam referido serviço e a exigência 
deste perante seus usuários. 
b) Eficiência: como bem diz o nome, o serviço público deve servir a 
contento, ou seja, deve ser eficaz, prestado de uma maneira direta, 
que atenda as necessidades da população e que não gera 
desperdícios desnecessários. 
c) Segurança: o serviço prestado não deve oferecer qualquer tipo de 
risco aos seus usuários. 
 
d) Generalidade: o serviço deve ser prestado de forma igual para todos 
os usuários, sem distinções ao acesso, salvo exceções em lei. 
e) Atualidade: os serviços públicos devem acompanhar todas as 
evoluções que sejam pertinentes à sua prestação, ou seja, o serviço 
não deve ser antiquado, desatualizado. 
f) Cortesia: todo usuário deve ser bem atendido, a administração 
pública tem o dever de prestar um bom atendimento. 
g) Modicidade: a administração pública pode cobrar valores, taxas, ou 
tarifas (justas) para a prestação do serviço. 
 
 Ademais, a Lei nº. 13.460, publicada em 27 de junho de 2017, instituiu o Código 
de Defesa do Usuário de Serviços Públicos e estabeleceu normas comuns para a 
proteção e defesa dos direitos do usuário de serviços públicos prestados direta ou 
indiretamente pela administração pública, sem prejuízo da incidência do Código de 
Defesa do Consumidor: 
 
Art. 5º O usuário de serviço público tem direito à adequada prestação dos 
serviços, devendo os agentes públicos e prestadores de serviços públicos 
observar as seguintes diretrizes: 
I - urbanidade, respeito, acessibilidade e cortesia no atendimento aos usuários; 
II - presunção de boa-fé do usuário; 
III - atendimento por ordem de chegada, ressalvados casos de urgência e 
aqueles em que houver possibilidade de agendamento, asseguradas as 
prioridades legais às pessoas com deficiência, aos idosos, às gestantes, às 
lactantes e às pessoas acompanhadas por crianças de colo; 
IV - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de exigências, 
obrigações, restrições e sanções não previstas na legislação; 
V - igualdade no tratamento aos usuários, vedado qualquer tipo de 
discriminação; 
VI - cumprimento

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