Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MARIANA MARQUES – T29 INTRODUÇÃO • O sistema circulatório é o que fornece oxigênio aos tecidos. Libera dióxido de carbono nos pulmões e atua na regulação da temperatura e distribuição de hormônios e outras substâncias. • Composto pelo coração, vasos sanguíneos e sangue, o sistema cardiovascular sofre influência do sistema nervoso central. • As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte no mundo e a farmacoterapia do sistema cardiovascular é numerosa. FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA CARDIOVASCULAR • Inibidores da ECA • Antagonistas de receptores AT1 • Bloqueadores Adrenérgicos • Bloqueadores de Canais de cálcio • Diuréticos • Vasodilatadores Diretos • Cardiotônicos • Trombolíticos • Antiagregantes plaquetários • Anticoagulantes • Antilipêmicos Observação: esses fármacos são utilizados para tratar diversas patologias cardiovasculares, principalmente hipertensão arterial sistêmica (HAS), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e cardiopatias isquêmicas. FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES • Etilismo e tabagismo; • Genética, idade, sexo e etnia; • Sobrepeso e obesidade; • Sedentarismo, estresse e apneia do sono; • Ingestão elevada de sódio e potássio; • Uso de medicamentos: inibidores da MAO, AINES, AIES, simpatomiméticos, descongestionantes nasais, ADT, hormônios tireoidianos e anticoncepcionais orais; • Uso de drogas ilícitas: cocaína, cannabis, sativa, anfetaminas e MDMA. FISIOPATOLOGIA DA HAS • A pressão arterial é determinada pelo produto do débito cardíaco (DC) com a resistência vascular periférica (RVP), os quais são regulados por mecanismos neurais, renais, humorais, endoteliais e locais de controle das funções cardiovasculares e renais. Desta forma, a HAS pode-se desenvolver a partir de anormalidades em quaisquer mecanismos homeostáticos de controle do débito cardíaco ou da resistência vascular periférica. ▪ Débito cardíaco: controlado pela frequência cardíaca, pela contração e pela pressão de enchimento. ▪ Resistência vascular periférica: controlada pelo tônus arteriolar. MECANISMOS NEURAIS: • Consiste na resposta mediada pelo Sistema Nervoso Autônomo Simpático, responsável pelo controle da pressão arterial em curto prazo, promovendo a elevação da resistência vascular periférica, da contratilidade e da frequência cardíaca. MECANISMOS RENAIS: • Os rins influenciam na pressão arterial através do controle do equilíbrio hidrossalino, dos ajustes da excreção renal de sódio, da autorregulação renal e da ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA). MECANISMOS HUMORAIS: • O sistema renina-angiotensina-aldosterona é essencial para o controle fisiológico da PA e do equilíbrio hidroeletrolítico, quando sua atividade se encontra aumentada e persistente está relacionada à HAS. • O SRAA recebe esse nome devido a interação desses três hormônios que atuam de forma sequencial para que aconteçam reações que equilibram a pressão sanguínea e a quantidade de sódio e água do organismo. FARMACOLOGIA CARDIOVASCULAR Hipertensão Arterial Sistêmica MARIANA MARQUES – T29 FUNCIONAMENTO DO SRAA: 1. Conversão da pró-renina em renina: quando há queda da PA, também ocorre uma redução da perfusão renal, que é captada pelos receptores presentes nas arteríolas conectadas aos rins, iniciando a conversão da pró- renina em renina. 2. Liberação de angiotensina I: a renina, quando presente no plasma sanguíneo, converte o angiotensinogênio em angiotensina I (possui atividade biológica menor). 3. Conversão da angiotensina I em angiotensina II: essa conversão é realizada por uma enzima localizada nos rins chamada de Conversora de Angiotensina (ECA), a ação dessa enzima de conversão acontece nos pulmões e nos rins, desencadeando uma reação que fará a conversão de angiotensina I em Angiotensina II. 4. Liberação da aldosterona: a angio II vai atuar no córtex das glândulas suprarrenais estimulando a síntese e secreção da aldosterona. 5. Estímulo renal direto: a angio II vai atuar estimulando a troca de sódio e hidrogênio nos rins e estimular o aumento da retenção renal de sódio e de bicarbonato. 6. Aumento da sede e ação antidiurética: a angiotensina II estimula o hipotálamo a aumentar a sensação de sede, para que a pessoa seja incentivada a beber água, e, além disso, estimula a secreção do ADH (hormônio antidiurético) para que o organismo retenha mais água seja ela ingerida ou produzida pelo metabolismo. 7. Vasoconstrição: a angio II atua sobre as pequenas artérias e arteríolas fazendo com que se contraiam. Assim, a retenção de sódio e água atuando juntamente com a vasoconstrição das arteríolas, geram o aumento da pressão arterial sistêmica. FARMACOTERAPIA DA HAS INTRODUÇÃO: • A farmacoterapia da HAS tem como objetivo reduzir a pressão arterial, a morbidade e mortalidade associadas a HAS e evitar complicações cardiovasculares. • Características dos fármacos: ▪ Geralmente são muito eficazes por via oral e de preferência administrados em dose única. ▪ Bem tolerados e poucos efeitos adversos associados. ▪ Podem ser associados com outros fármacos. ▪ Não é recomendado o uso de manipulados devido à falta de controle da farmacocinética. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO: • Redução do peso corporal e da ingesta de sal/ sódio. • Redução do consumo de bebidas alcoólicas. • Prática de exercício físico regular. • Abandono do tabagismo. • Controle das dislipidemias e do diabetes mellitus. • Evitar drogas que aumentam a pressão arterial. FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA INIBIDORES DA ECA (IECA): • São fármacos que atuam realizando a inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona. • Principais fármacos da classe: captopril, enalapril, lisinopril, benazepril, ramipril, fosinopril, cilazapril, perindopril, imidapril, moexipril e quinapril. • Mecanismo de ação: atuam reduzindo o nível de angiotensina II através da inibição da conversão de angio I em angio II, gerando vasodilatação indireta (diminuem a carga cardíaca), aumento na eficácia dos diuréticos (quanto menor o volume, menor o débito cardíaco), ↑ do potássio plasmático (hipocalemia) e menor hipertrofia e hiperplasia miocárdica. • Usos clínicos: é usado como anti-hipertensivo em jovens e meia idade, após IAM (reduz a pós carga e hipertrofia ventricular, em casos de ICC (diminuem o trabalho cardíaco), reduz o risco de AVE e atua reduzindo a progressão da nefropatia diabética e da DPOC. • Efeitos adversos: tosse (acúmulo de bradicinina e substância P nos pulmões – em condições normais, são degradados pela angio II), hipercalemia (quando o paciente possui diabetes, insuficiência renal ou quando é administrado em associação com diuréticos), eritema e alteração no paladar. • Contraindicações: gravidez (2º e 3º trimestres: efeitos no feto como hipotensão, insuficiência renal e má- formação), não associar com AINES, diuréticos poupadores de potássio ou BRA (risco de hipercalemia) e estenose crítica artéria renal (IECA ↓ pressão perfusão). MARIANA MARQUES – T29 BLOQUEADORES DE RECEPTOR DE ANGIO II (BRA): • São fármacos que atuam realizando a inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona. • Principais fármacos: losartana, candesartana, valsartana, irbesartana, olmesartana, telmisartana e eprosartana. • Mecanismo de ação: esse fármacos atuam ligando-se ao receptor AT1 de angiotensina II, causando bloqueio desse receptor e gerando inibição da contração da musculatura lisa (vasodilatação), redução da secreção de vasopressina, redução da sede, redução da liberação de aldosterona e de catecolaminas e a progressão da IR e menor hipertrofia e hiperplasia miocárdica. • Usos clínicos: é usado como anti-hipertensivo em jovens e meia idade (renina mais alta),após IAM (reduz a pós carga e hipertrofia ventricular, em casos de ICC (diminuem o trabalho cardíaco – fármaco de segunda escolha) e atua reduzindo a progressão da diabetes. • Efeitos adversos: cefaléia, tontura, artralgia ou mialgia, fadiga, hipercalemia e efeitos teratogênicos. • Contraindicações: gravidez (2º e 3º trimestres: efeitos no feto como hipotensão, IRA e má-formação), não associar com AINES, diuréticos poupadores de potássio ou BRA (risco de hipercalemia) e estenose crítica da artéria renal (IECA diminui a pressão de perfusão). FARMACO INIBIDOR DA RENINA: • É um fármaco que atua realizando a inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona. • Principal fármaco: alisquireno (único da classe atualmente disponível para uso clínico - dose única diária). • Mecanismo de ação: atuam realizando uma inibição direta da ação da renina com consequente diminuição da formação de angiotensina II. • Usos clínicos: anti-hipertensivo. • Efeitos adversos: diarréia, dor abdominal, dispepsia, refluxo gastroesofágico, cefaléia, tontura, fadiga, tosse, angioedema e reações alérgicas graves (raras), hipotensão, hipercalemia, insuficiência renal aguda (quando combinado com IECA ou BRA), eventos vasculares em diabéticos tipo 2 (quando combinado com IECA ou BRA) e efeitos teratogênicos. • Contraindicação: gravidez. FÁRMACOS QUE ATUAM NO SNA SIMPÁTICO BETA-BLOQUEADORES: • São fármacos que atuam como antagonistas dos receptores beta-1. • Principais fármacos: ▪ β-bloqueadores não seletivos: propranolol, nadolol, pindolol, timolol e labetalol. ▪ β-bloqueadores seletivos: atenolol, bisoprolol, metoprolol, esmolol e nebivolol. • Mecanismo de ação: agem bloqueando os receptores beta-adrenérgicos, inibindo as respostas cronotrópicas, inotrópicas e vasoconstritoras causadas pelas catecolaminas, epinefrina e norepinefrina. • Usos clínicos: anti-hipertensivo (carvedilol, metoprolol e bisoprolol), após IAM (reduz a demanda de oxigênio), em casos de ICC (carvedilol, metoprolol e bisoprolol), angina, emergências hipertensivas, arritmias, enxaqueca, ansiedade e glaucoma e na gravidez, é usado o labetalol. Observação: em casos de hipertensão portal pode ser realizado o uso de beta-bloqueadores não seletivos que ao bloquearem β2 geram vasoconstrição dos leitos vasculares (varizes esofágicas) e o bloqueio de β1, diminuindo o débito cardíaco e o fluxo portal, reduzindo as incidências de hemorragias. • Efeitos adversos: broncoconstrição e broncoespasmos (não seletivos), alterações no SNC (não seletivos), confusão, pesadelo e letargia (não seletivos), bradicardia, fadiga e fraqueza, tonturas e hipotensão, insônia, hipoglicemia (mascara os efeitos), elevação de triglicerídeos e redução de HDL, intolerância a glicose em fármacos sem ação vasodilatadora (reduz aporte de glicose no músculo esquelético) e pode causar disfunção sexual (reduzida com BB vasodilatadores). INTERRUPÇÃO ABRUPTA DE BETA-BLOQUEADORES: ▪ O efeito rebote causado por essa interrupção abrupta pode causar: ➔ Arritmias cardíacas; ➔ Agravar a Insuficiência Coronariana; ➔ Infarto do Miocárdio (ocasionalmente); ➔ Morte súbita (ocasionalmente). MARIANA MARQUES – T29 ▪ Possíveis causas: ➔ Cessação dos efeitos protetores dos BB. ➔ ↑ da sensibilidade dos receptores β-adrenérgicos. ➔ ↑ do número de receptores β-adrenérgicos. ➔ ↑ das catecolaminas circulantes. Observação: para que não ocorra esse efeito rebote, a retirada dos β-bloqueadores deve ser realizada de forma gradual ALFA-BLOQUEADORES: • São fármacos que atuam como Antagonistas dos receptores alfa-1. • Principais fármacos: prazosina, doxazosina, terazosina e tansulosina. • Mecanismo de ação: atuam realizando a limitação da ação dos receptores alfa adrenérgicos (receptores de adrenalina e noradrenalina), assim, inibem a vasoconstrição e causam dilatação arteriolar e venosa (diminui a resistência vascular periférica). • Usos clínicos: são usados em casos de hipertensão grave e de hiperplasia prostática benigna. • Efeitos adversos: letargia, cefaléia e tontura, hipotensão postural e taquicardia reflexa (no início do tratamento), incontinência urinária, náusea e congestão nasal e tolerância. AGONISTAS DE ALFA-2: • São fármacos que atuam como agonistas dos receptores alfa-2 e possuem ação central. • Principais fármacos: clonidina e metildopa. • Mecanismo de ação: atuam na diminuição da concentração de catecolaminas circulantes, como a noradrenalina e na redução da excitação do sistema nervoso central, causando diminuição do tônus simpático nos centros de controle cardiovascular e redução dos efeitos da noradrenalina no debito cardíaco e na resistência vascular periférica (reduz a PA). • Usos clínicos: hipertensão em grávidas (metildopa) e hipertensão grave (clonidina). • Efeitos adversos: sonolência e sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural, disfunção erétil, distúrbio na ejaculação e depressão. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO DIIDROPIRIPINAS: ▪ São fármacos que atuam principalmente na musculatura lisa. ▪ Principais fármacos: nifedipino, anlodipino, nimodipino, felodipino, lacidipino, levanlodipino, lercanidipino e isradipino. ▪ Mecanismo de ação: atua inibindo a entrada de íons de cálcio, bloqueando os canais de cálcio dependentes de voltagem de tipo L no músculo liso vascular causando relaxamento, principalmente nos leitos arteriais, aumentando o suprimento de oxigênio do miocárdio, diminuindo a pós carga e reduzindo a pressão arterial. ▪ Usos clínicos: anti-hipertensivo, doença arterial coronariana e angina. ▪ Efeitos adversos: hipotensão, rubor facial, edema periférico (tornozelo), tontura, vertigem, cefaléia e taquicardia reflexa. NÃO-DIIDROPIRIDINAS: • Fenilalquilaminas: ▪ São fármacos cardiosseletivos, os quais atuam principalmente no coração. ▪ Principal fármaco: verapamil. • Benzotiazepinas: ▪ São fármacos que agem tanto na musculatura lisa quanto na musculatura cardíaca. ▪ Principal fármaco: diltiazem. • Mecanismo de ação - fármacos não-diidropiridinas: são fármacos antiarrítmicos, que atuam inibindo a entrada de íons de cálcio, bloqueando os canais de cálcio dependentes de voltagem de tipo Lno miocárdio e causa diminuição da contratilidade miocárdica, redução da demanda de oxigênio do miocárdio e não altera a frequência cardíaca. • Usos clínicos: são usados em casos de angina, arritmias, taquicardia supraventricular paroxística e na fibrilação atrial. • Efeitos adversos: depressão miocárdica, bloqueio atrio- ventricular (agrava a insuficiência cardíaca), hipotensão, bradicardia sinusal e constipação intestinal (verapamil). MARIANA MARQUES – T29 DIURÉTICOS • São fármacos que inibem os transportadores renais de íons, causando diminuição da absorção de sódio em diferentes partes do néfron, como consequência, gera aumento na eliminação de sódio e água (aumentam a natriurese e a diurese). • O efeito anti-hipertensivo não está diretamente relacionado as doses utilizadas, porém, os efeitos adversos estão. DIURÉTICOS TRIAZÍDICOS: • São fármacos que atuam no túbulo contorcido distal. • Principais fármacos: hidroclorotiazida, clortalidona e indapamida. • Mecanismo de ação: inibem os transportadores renais, reduzindo a reabsorção de sódio no túbulo contorcido distal, deixando mais sódio no túbulo, aumenta natriurese (eliminação de sódio pela urina), tendo como consequência o aumento da diurese e a redução do débito cardíaco. • Usos clínicos: hipertensão, edema (casos de ICC), hepatopatias, doença renal, uso de glicocorticóides, reduzir perda de Ca2+ na osteoporose e reduzir risco de nefrolitíase. • Efeitos adversos: fadiga, hiponatremia, hipocalemia, hipercalcemia, hiperuricemia, cansaço, hipotensão, hiperglicemia, aumento do LDL, colesterole triglicérides e disfunção sexual (mais significativa que outros). • Contraindicação: é contraindicado o uso de triazidicos e AINEs concomitantemente (reduzem sua eficácia). HIPERGLICEMIA INDUZIDA POR TRIAZÍDICOS E HIPOCALEMIA: A secreção de insulina aumenta a concentração de ATP, promovendo o fechamento de canais de K, gerando aumento na concentração de potássio intracelular e despolarização da membrana plasmática, resultando na abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem. Com a abertura dos canais de cálcio há influxo de cálcio causando exocitose de insulina pelas células beta. Ou seja, o potássio é essencial para a exocitose da insulina, se este estiver reduzido, a exocitose da insulina também estará reduzida, favorecendo um quadro de hiperglicemia. DIURÉTICOS DE ALÇA: • São os fármacos mais efetivos, atuam na alça de Henle. • Principais fármacos: furosemida, bumetanida, torsemida e piretanida. • Mecanismo de ação: inibe os transportadores renais, reduzindo a reabsorção de sódio na Alça de Henle, deixando mais sódio no túbulo, aumenta natriurese (excreção de sódio), tendo como consequência o aumento da diurese, o aumento da excreção de cálcio e magnésio e a redução do débito cardíaco. • Usos clínicos: edema (casos de ICC), hepatopatias (ascite) e doença renal, edema pulmonar e cerebral e hipercalcemia. • Efeitos adversos: depleção de volume, hiponatremia, hipocalemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, alcalose metabólica, hipotensão, arritmia cardíaca e ototoxicidade. • Contraindicação: é contraindicado o uso de diuréticos de AINEs concomitantemente (reduzem sua eficácia) DIURÉTICOS POUADORES DE POTÁSSIO: • São fármacos que atuam no ducto coletor. • Contraindicação: contraindicado na insuficiência renal avançada. • Principais fármacos: AMILORIDA E TRIANTERENO. • Mecanismos de ação: inibem os transportadores renais de sódio, reduzindo a reabsorção de sódio no fim do túbulo contorcido distal, deixando mais sódio no túbulo, diminui a excreção de potássio, aumenta natriurese, tendo como consequência o aumento da diurese e a redução do débito cardíaco. • Usos clínicos: hipertensão associado a outros diuréticos e diminui o edema e a ascite na insuficiência cardíaca congestiva. • Efeitos adversos: hipercalemia, tontura, fadiga, cefaléia e distúrbios gástricos (diarréia e náusea) ESPIRONOLACTONA E EPLERENONA: • Mecanismo de ação: bloqueiam o receptor da aldosterona, aumentam a excreção de sódio, diminui a excreção de potássio, aumentando assim, o débito urinário. • Usos clínicos: hipertensão associado a outros diuréticos, hipertensos obesos, aumenta a sobrevida no ICC (retarda o remodelamento cardíaco), causa efeitos antiandrogênicos (hirsutismo, SOP e acne) e hiperaldosteronismo. • Efeitos adversos: bloqueiam o receptor da aldosterona, aumentam a excreção de sódio, diminui a excreção de potássio, aumentando assim, o débito urinário. MARIANA MARQUES – T29 VASODILATADORES DIRETOS NITROVASODILATADORES: NITRATOS ORGÂNICOS: • São fármacos que fazem regulação endotelial do relaxamento do músculo liso vascular mediado por óxido nítrico. • Principais fármacos: Propatilnitrato, Nitroglicerina, mononitrato de isossorbida e dinitrato de isossorbida. • Mecanismo de ação: esse fármacos são convertidos em óxido nítrico, causando relaxamento venoso e arteriolar, reduzindo assim a pré carga e a demanda de oxigênio. • Usos clínicos: angina (prevenção e tratamento), IC aguda e crônica, IAM (o uso de nitratos na fase aguda do IAM está indicado para controle da dor anginosa persistente, hipertensão arterial sistêmica e insuficiência cardíaca). • Efeitos adversos: hipotensão postural, cefaleia, taquicardia reflexa, rubor facial, e tolerância a uso prolongado. • Contraindicação: é contraindicado em uso associado com inibidores de fosfodiesterase 5 (sildenafila, tadalafila e vardenafila), em glaucoma de ângulo fechado e em traumatismo craniano ou hemorragia cerebral (por elevação da pressão intracraniana). DOADORES DE NO: • São fármacos que liberam espontaneamente oxido nítrico. • Principais fármacos: nitroprussiato ou nitroprusseto de sódio • Mecanismo de ação: realiza doação de óxido nítrico, a qual causa vasodilatação, reduzindo a pré e pós carga. • Usos clínicos: emergências hipertensivas, angina e insuficiência cardíaca congestiva grave. • Efeitos adversos: hipotensão, taquicardia reflexa, rash cutâneo, tontura e cefaléia, intoxicações com tiocianeto (uso prolongado ou em insuficiência renal e hepática) e metemoglobinemia. • Contraindicação: não é indicado o uso em casos de circulação cerebral inadequada e de hipertensão compensatória. VASODILATADORES QUE ATIVAM CANAIS DE POTÁSSIO • São fármacos que relaxam a musculatura lisa por indução à abertura de canais potássio sensíveis à ATP. • Principais fármacos: minoxidil, diazóxido e nicorandilo. • Mecanismo de ação: atuam induzindo a abertura dos canais de potássio, gerando uma hiperpolarização que inativa os canais de cálcio dependentes de voltagem e geram dilatação dos vasos. • Usos clínicos: ▪ Nicorandil: angina. ▪ Minoxidil e diazóxido: hipertensão grave refratária. ▪ Minoxidil: para crescimento de pêlos e cabelo. • Efeitos adversos: cefaleia, edema (associar com diuréticos), taquicardia reflexa (associar com betabloqueadores), hirsutismo e Hipertricose. HIDRALAZINA: • É um fármaco que age em IP3 e reduz a liberação de cálcio. • Principal fármaco: hidralazina. • Mecanismo de ação: desconhecido. • Usos clínicos: hipertensão grave, crise hipertensiva, ICC com dinitrato isossorbida, hipertensão em grávidas (curto prazo). • Efeitos adversos: hipotensão, taquicardia reflexa, cefaléia e reação Lupus-like.
Compartilhar