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Profa. Me Sueli Julioti @EquipeMySete @JessicaJulioti ALFABETIZAÇÃO PELO MÉTODO FÔNICO @pedagogiaporvocacao Profa. Me Sueli Julioti @EquipeMySete @JessicaJulioti Abordaremos os diferentes métodos de alfabetização, com ênfase no método fônico dentro do Curso de Alfabetização pelo Método Fônico. Faremos uma reflexão sobre os diversos métodos presentes na educação das crianças. Veremos a importância e as possibilidades de trabalhar com o método fônico, na qual consiste no aprendizado por meio da associação entre fonemas e grafemas, ou seja, sons e letras. @pedagogiaporvocacao MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO O processo de alfabetização e letramento demanda muitos esforços, tanto da criança que está sendo alfabetizada, quanto para os adultos ao seu redor. É necessária uma força tarefa integrada entre escola e família para que o letramento ocorra de forma eficaz. Afinal, esses são os ambientes mais frequentados pelas crianças nesta fase e estes adultos são suas referências. Mas o processo de alfabetização e letramento não é apenas gravar letras e juntar sílabas. Vai muito além e abrange uma série de capacidades e habilidades relacionadas à escrita e leitura. MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO É preciso que a criança saiba interpretar significados e entender variados contextos através de experiências promovidas durante o processo de alfabetização e letramento. Nesta fase é muito comum que os pais e educadores pesquisem bastante sobre métodos e técnicas para introduzir a criança no mundo letrado, além de promover a alfabetização e o letramento. O período em que uma criança é alfabetizada é um marco que gera impactos em toda sua vida. Quando falamos de alfabetização e letramento, estamos falando de um processo que insere as crianças na sociedade em que vivem e as torna parte de um grupo. MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO Ou seja, a habilidade de escrever, ler e interpretar os códigos linguísticos é muito importante e é essencial para que os indivíduos exerçam plena cidadania. Todas as experiências vividas pela criança nesta etapa são decisivas para a eficácia de seu aprendizado. Por isso, a alfabetização e letramento da criança precisa acontecer de forma natural, lúdica e divertida, afinal, as crianças aprendem muito mais dessa forma. Isso porque a ludicidade proporciona momentos de aprendizagens que vão além da sala de aula. Vamos conhecer as formas clássicas de ensinar a língua escrita e o que as pesquisas afirmam sobre elas, ou seja os métodos de alfabetização. Existem 2 conjuntos de métodos de alfabetização e letramento: 1. Os métodos sintéticos 2. Métodos analíticos MÉTODOS SINTÉTICOS E ANÁLITICOS Os métodos sintéticos são aqueles que tem um foco maior em analisar o sistema de linguístico a partir da escrita. Eles partem da letra, passam pela sílaba e, por último, exploram a sonoridade das palavras. Já os métodos analíticos acreditam que a criança percebe primeiro o contexto, para depois buscar entender palavras, sílabas e sons. Ou seja, nestes métodos, a criança deve compreender os significados no contexto em que está inserida. MÉTODOS SINTÉTICOS E ANÁLITICOS MÉTODO ALFABÉTICO OU SOLETRAÇÃO COMO É: É considerado o mais antigo dos métodos. A proposta é que o indivíduo aprenda os nomes das letras, reconheça-as fora da ordem alfabética e, por fim, tente redescobri-las em palavras ou textos, a partir da soletração. COMO FUNCIONA: Ensinam-se estratégias de soletração que ajudam o aluno a associar o nome da letra à sua representação visual e ao som que ela adquire na palavra. A palavra “banana”, por exemplo, pode ser soletrada como be a ba (ba), ene a na (na), ene a na (na). MÉTODOS SINTÉTICOS Vão das partes para o todo, começando com as unidades sonoras ou gráficas Ainda... MÉTODO ALFABÉTICO OU SOLETRAÇÃO VANTAGENS: Reconhecer as letras é etapa fundamental e inescapável do processo de aquisição da escrita, já que as relações entre os sinais gráficos e os sons que eles representam são o princípio básico de qualquer sistema alfabético. RISCOS: A memorização fora de contexto das letras e de algumas sílabas afasta o aluno do significado das palavras. É possível desenvolver o conhecimento sistemático do alfabeto em textos com sentido e com o uso de materiais como letras móveis. MÉTODO SILÁBICO COMO É: Considera a sílaba a unidade linguística fundamental, já que, na prática, só se pode pronunciar a consoante juntamente com a vogal. Começa-se pelas sílabas formadas por uma consoante e uma vogal, até chegar às mais complexas. COMO FUNCIONA: Em geral, o processo se apoia em cartilhas que apresentam as famílias silábicas, que podem ser associadas a desenhos ou palavras-chave, cujas sílabas iniciais são destacadas. Aos poucos, o aluno entra em contato com pequenos textos. MÉTODOS SINTÉTICOS Vão das partes para o todo, começando com as unidades sonoras ou gráficas Ainda... MÉTODO SILÁBICO VANTAGENS: O método enfatiza uma unidade facilmente identificável com o som, já que, na fala, pronunciamos sílabas, e não letras ou sons separados. Assim, não é preciso analisar cada elemento da palavra para decifrá-la. RISCOS: O foco excessivo em uma unidade sonora, assim como em outros métodos sintéticos, pode tirar do aluno o contato com textos reais, dotados de estrutura e função social, dando lugar a frases sem nexo, como “vovô viu a uva”. MÉTODO FÔNICO OU FONÉTICO COMO É: Desenvolvido na França e na Alemanha, parte da relação direta entre o fonema e o grafema. Começa sempre dos sons mais simples para os mais complexos, das vogais para as consoantes. Por fim, formam-se as sílabas e as palavras. COMO FUNCIONA: Há várias maneiras de apresentar os fonemas, partindo de palavras significativas para os alunos ou relacionando uma palavra a uma imagem e a um som. MÉTODOS SINTÉTICOS Vão das partes para o todo, começando com as unidades sonoras ou gráficas Ainda... MÉTODO FÔNICO OU FONÉTICO VANTAGENS: Ao aproximar fonemas e grafemas, o método estabelece relação direta entre a escrita e a fala, outra característica básica de sistemas alfabéticos, abrindo caminho para a codificação e a decodificação dos textos. RISCOS: Na nossa língua, as relações entre letras e sons variam muito. Uma mesma letra pode representar diferentes sons e vice-versa. O sistema de escrita é uma representação complexa, e a abordagem fônica, sozinha, pode não dar conta dela. PALAVRAÇÃO COMO É: A unidade linguística é a palavra que deve ser reconhecida graficamente sem a necessidade de decompô-la em sílabas, letras ou mesmo fonemas e grafemas. A proposta é de que se forme um repertório antes de construir frases e pequenos textos. COMO FUNCIONA: Apresenta-se um grupo de palavras que os alunos tentam reconhecer pelas características gráficas. São propostas atividades de memorização de palavras, às vezes associadas a imagens, exercícios de movimento de escrita etc. MÉTODOS ANALÍTICOS Vão do todo para as partes, originando- se de unidades de significado Ainda... PALAVRAÇÃO VANTAGENS: É um meio-termo entre as práticas sintéticas e as analíticas, pois permite trabalhar em unidades menores, sem dissociá-las do significado. O aluno aprende estratégias de leitura inteligente e associa a leitura com prazer e informação. RISCOS: Focar só no reconhecimento gráfico das palavras pode prejudicar a análise das sílabas, letras e grafemas, afetando o reconhecimento de palavras novas. Isso costuma ser amenizado pelo uso de palavras estáveis, como o nome próprio. SENTENCIAÇÃO COMO É: A proposta é partir de uma unidade de significado mais completa, que é a frase. O estudante deve reconhecer e compreender o sentido de uma sentença para só depois analisar as suas partes menores (palavras e sílabas). COMO FUNCIONA: A pedagoga argentina Cecilia Braslavsky ensina que é possível partir da oralidade das crianças, a partir da qual se extraem orações simples, escritas em faixas expostas na sala de aula. As frases podemdepois ser consultadas permanentemente. MÉTODOS ANALÍTICOS Vão do todo para as partes, originando- se de unidades de significado Ainda... SENTENCIAÇÃO VANTAGENS: A exemplo do método de palavração, a sentenciação permite que os alunos se relacionem com o significado dos textos e aprendam, desde o início da alfabetização, a utilizar estratégias de leitura inteligente. RISCOS: O ensino por sentenciação pode acarretar problemas semelhantes aos encontrados na palavração, como a dificuldade de decodificar textos novos por falta de uma análise mais detida nas unidades que compõem a base do sistema de escrita. MÉTODO GLOBAL COMO É: Parte-se de um texto, trabalhado por certo tempo, no qual o aluno memoriza e entende o sentido geral do que é “lido”. Só depois se analisam as sentenças e se identificam as palavras, comparando as suas composições silábicas. COMO FUNCIONA: No Brasil, o método é associado aos contos, conforme as práticas difundidas pela educadora Lúcia Casasanta nos anos 30. As cinco fases vão da compreensão geral da história à análise comparativa da composição silábica das palavras. MÉTODOS ANALÍTICOS Vão do todo para as partes, originando- se de unidades de significado Ainda... MÉTODO GLOBAL VANTAGENS: Com práticas semelhantes às adotadas pela moderna alfabetização de linha construtivista, o método mantém o foco no sentido dos textos e proporciona, desde o início da aprendizagem, o contato com o texto. RISCOS: O trabalho sistemático com as unidades menores, que são parte da estrutura básica da língua escrita, pode ficar enfraquecido. Além disso, o uso só de textos para fins escolares não é positivo: a criança precisa conviver com textos reais. A partir da década de 1980, essas ideias e metodologias passaram a ser questionadas, em função da crescente demanda de crianças com problemas de fracasso na alfabetização. Surge o construtivismo, baseado nas pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita, desenvolvidas por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, que deslocam as discussões dos métodos de ensino para o processo de aprendizagem da criança. Não se trata mais de se pensar num novo método, mas de uma “revolução conceitual”, relacionada ao desenvolvimento cognitivo da criança, que redimensionou a graduação das dificuldades, “desmetodizou” o processo de alfabetização e questionou o uso de cartilhas. MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO Psicogênese: a aprendizagem da criança Se as pesquisas da psicogênese trouxeram grande avanço para o entendimento de como se dá a aprendizagem da língua escrita pela criança, a aplicação pedagógica de suas conclusões científicas é alvo de críticas. Há que destacar que a busca da uma didática construtivista trouxe também muitos desacertos, pois, ao identificar e considerar o estágio de desenvolvimento cognitivo em que está a criança, o seu nível de evolução de escrita, as operações lógicas nelas envolvidas, muitos se perderam no intuito de propor atividades que realmente desafiassem as crianças, independentemente do seu nível de evolução. Confunde-se o respeito à construção do conhecimento pelo aluno com o não planejamento do processo de ensino-aprendizagem, deixando-o à deriva do desenvolvimento da criança, pois pressupunha-se que esta chegaria sozinha a conclusões sobre a escrita e suas funções a partir do uso que faz dela. Nesse caso, o papel do professor seria apenas o de criar situações para que a criança fosse motivada a usar a escrita. Paralelamente, com a divulgação das ideias de psicólogo russo Lev Vygotsky (1896-1934), surge a corrente sociointeracionista, preconizando que o processo de apropriação da escrita se dá primeiro nas interações sociais, para depois ser internalizado pelo aprendiz. Nessa concepção, toda a aprendizagem é feita, de início, socialmente, e vai aos poucos se tornando uma construção individual. Com essa corrente, vieram também os estudos sobre letramento, diferenciando-o da alfabetização, que, nessa perspectiva, são processos simultâneos, porém distintos, cada um com suas especificidades, mas complementares, inseparáveis e ambos indispensáveis. MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO A interação social na aprendizagem Atualmente, após as contribuições e os questionamentos do construtivismo e do socioconstrutivismo, vivenciamos um momento de busca de equilíbrio, pois o desafio que se coloca hoje para os professores é o de conciliar a alfabetização e o letramento, de modo a assegurar aos alunos a apropriação do sistema alfabético- ortográfico e a plena condição de uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita. Há consenso em grande parte dos estudiosos que uma prática pedagógica centrada apenas no estudo das correspondências fonográficas não garante uma alfabetização de qualidade, pois as práticas de leitura e de escrita são praticamente inexistentes em muitas famílias. Concluímos aqui sobre os Métodos de Alfabetização, no Brasil. Vimos a importância do processo de alfabetização para o desenvolvimento de todos os estudantes. Para o segundo dia de Curso, veremos: O segredo de Alfabetizar está no Método? SERÁ? ARAÚJO, M. C. de C. S. Perspectiva histórica da alfabetização. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1996. BARBOSA, J. J. Leitura e alfabetização. São Paulo: Cortez, 1990. BELLENGER, L. Os métodos de leitura. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979. BRASLAVSKY, B. P. Problemas e métodos no ensino da leitura. São Paulo: Melhoramentos/EDUSP, 1971. CAGLIARI, L. C. Alfabetizando sem o bá-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 1999 CAPOVILLA, Alessandra G. S. Alfabetização: método fônico. 3 ed. São Paulo: Memnon, 2004. GUTIERREZ, Francisco. Linguagem Total – Uma pedagogia nos meios de comunicação. São Paulo: Summus Editorial, 1994. KRAMER, S. Alfabetização, leitura e escrita : formação de professores em curso. Rio de Janeiro:Escola de Professores, 1995. MORAIS, Artur Gomes de. Sistema de escrita alfabética. São Paulo: Editora Melhoramento, 2012. SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São Paulo:Cortez, 1988. SOARES, M.B. Linguagem e escola. São Paulo: Ática, 1988. VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo:Martins Fontes, 1989. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MUITO OBRIGADO!!!! O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Me Sueli Julioti Profa. Me Sueli Julioti @EquipeMySete @JessicaJulioti ALFABETIZAÇÃO PELO MÉTODO FÔNICO @pedagogiaporvocacao Profa. Me Sueli Julioti @EquipeMySete @JessicaJulioti O que você sabe e pensa sobre essa pergunta? Faremos uma reflexão sobre a alfabetização, se seu sucesso está realmente no método utilizado. Veremos a importância, as possibilidades e o quê se exige do trabalho do professor. @pedagogiaporvocacao O SEGREDO PARA ALFABETIZAR ESTÁ NO MÉTODO? O SEGREDO PARA ALFABETIZAR ESTÁ NO MÉTODO? Quando se discute a questão da alfabetização no Brasil, quase sempre aparecem os piores números possíveis. Vamos aos exemplos: as avaliações do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, em inglês) feitas em 2015, mostraram que o país ocupa o 59º lugar em leitura. Num ranking com 70 países, isso significa que estamos mais perto da lanterna do que da liderança. Nas avaliações, 9 das 27 unidades da federação obtiveram, em 2017, um Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) notas abaixo de 5, em uma escala de 0 a 10, para os anos iniciais. São Paulo, o primeiro do ranking, ostenta um modesto 6,5. É preciso considerar que essa nota não inclui apenas os resultados em leitura e escrita, mas também em matemática, além de outras variáveis, como os níveis de aprovação em cada rede. De qualquer modo, são muitas as evidências de que o Brasil ainda tem enormes dificuldades para superar esse problema básico que atormenta a Educação: como ensinar todos os brasileiros a ler e escrever com competência. Além disso, percebe-se que a situação está muito distante daquela estabelecida pela meta 5do Plano Nacional de Educação (PNE), a saber, alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do ensino fundamental. Quando a criança chega ao final do 3º ano do ensino fundamental sem saber ler, ou lendo precariamente, como é o caso de mais da metade dos alunos brasileiros, sua trajetória escolar fica comprometida. Isso se reflete em altas taxas de reprovação, distorção idade-série, abandono e evasão. Segundo o Censo Escolar de 2018, no 3º ano a taxa de reprovação foi de 9,4%, e a de distorção idade-série foi de 12,6%, com aumento significativo nos anos seguintes. No 7º ano, mais de 810 mil alunos matriculados nas redes federal, estadual e municipal estavam com dois anos ou mais de atraso escolar. 1988 A Constituição Federal dispõe que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. 1996 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional determina que no ensino fundamental a formação básica do cidadão ocorra mediante o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, e estabelece a educação de jovens e adultos. 2001 Aprovado o Plano Nacional de Educação, referente ao decênio 2001-2010. 2003 Criado o Programa Brasil Alfabetizado, no intuito de contribuir para a universalização da alfabetização de jovens, adultos e idosos e elevar sua escolaridade. 2003 O relatório Alfabetização Infantil: os novos caminhos, elaborado por um grupo de eminentes cientistas a pedido da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, chega à conclusão de que as políticas e as práticas de alfabetização de crianças no Brasil, bem como os currículos de formação e capacitação de professores alfabetizadores, não acompanharam a evolução científica e metodológica ocorrida em todo o mundo. LINHA DO TEMPO - MARCOS HISTÓRICOS E NORMATIVOS 2011 O documento Aprendizagem Infantil: uma abordagem da neurociência, economia e psicologia cognitiva, publicado pela Academia Brasileira de Ciências, corrobora a tese do relatório Alfabetização Infantil: os novos caminhos e traz novas evidências. 2012 Instituído o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), no intuito de cumprir a meta 5 do PNE então vigente. 2013 Primeira edição da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA). 2014 Aprovado o Plano Nacional de Educação (PNE), referente ao decênio 2014-2024. 2018 Criado o Programa Mais Alfabetização. 2017 Promulgada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). LINHA DO TEMPO - MARCOS HISTÓRICOS E NORMATIVOS O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS As pesquisas em psicologia cognitiva e em neurociências nos permitem compreender os mecanismos cognitivos e neurobiológicos que entram em ação na aprendizagem. Esses conhecimentos são importantes, porque nos permitem distinguir o que é simples crença daquilo que são fatos cientificamente estabelecidos. Assim, hoje é possível afirmar que a leitura deve ser objeto de um ensino explícito em suas diferentes dimensões e que, para alcançar as habilidades de bom leitor, é necessário que a atividade seja repetida de modo regular e frequente, a fim se tornar automática. A automatização só acontecerá para os alunos que tiverem uma prática suficiente de leitura e de escrita. O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS Para que essa prática seja importante, na sala de aula e em casa, é necessário que as atividades propostas suscitem e desenvolvam nos alunos a vontade de ler, a vontade de escrever. Não há portanto nenhum sentido em opor aprendizagem sistemática e prazer de ler. Não se trata de dois métodos opostos entre os quais se deve escolher um, mas de duas condições que o professor deve levar em conta para um ensino bem-sucedido. O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS Precisamos ensinar explicitamente as crianças a converter letras em sons. Essa é uma das principais habilidades que os bons leitores adquirem. Quando ensinamos as crianças a ler textos fáceis com palavras familiares, elas desenvolvem fluência e automatismo, não esquecendo de nos concentrar em ensinar vocabulário e conteúdo, pois é assim que elas desenvolvem o conhecimento que sustenta a compreensão. Também precisamos expor as crianças a histórias instigantes, visto que é assim que elas aprendem sobre narrativas e se sentem mais motivadas a ler. Todas as divergências sobre o ensino de leitura começam com a alegação de que é preciso fazer uma ou outra dessas coisas no começo da alfabetização. Na verdade, temos de fazer tudo isso. Para responder nossa pergunta inicial, precisamos ter em mente e refletir que Alfabetizar está além da disputa de métodos. É necessário deixar de lado a polêmica entre enfoques e discutir o que realmente funciona no ensino da leitura e da escrita, para nossas crianças. Acredito que o sucesso da alfabetização, está em um conjunto de fatores. Há necessidade de partirmos de uma excelente sondagem individual e coletiva para saber de onde partirei e/ou que caminho seguirei com a turma e com cada criança, portanto não é o método que dita o sucesso na alfabetização, mas minha prática em sala de aula. O SEGREDO PARA ALFABETIZAR ESTÁ NO MÉTODO? E é óbvio que preciso estar sempre em formação para ter conhecimento de todos esses métodos e a quem eles se aplicam. Além de ter ciência de que para alfabetizar, preciso ter parcerias: com as família, com a gestão, com a coordenação; e principalmente ter um currículo com objetivos claros de aprendizagem. Concluindo, gostaria que ficasse claro para vocês, que o método é só uma parte do desafio em alfabetizar! Para o terceiro dia de Curso, veremos: A importância do Diagnóstico na Alfabetização, principalmente para o uso do Método Fônico. BELLNTANE, C. Leitura e Alfabetização no Brasil: uma busca para além da polarização. In: Educação e Pesquisa. V. 32 no. 2. São Paulo: mar/ago, 2006. BOZZA, Sandra. Ensinar a ler e a escrever: uma possibilidade de inclusão. Pinhais: Editora Melo, 2008. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é o método Paulo Freire. 16. Edição. São Paulo: Editora Brasiliense, 1998. BRASLAVSKY, B. P. Problemas e métodos no ensino da leitura. São Paulo: Melhoramentos/EDUSP, 1971. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o ba-bé-bi-bo. São Paulo: Scipione, 1998. ______. Alfabetização e lingüística. São Paulo: Scipione, 1993. CAPOVILLA, A A. G. S. CAPOVILLA, F. C. Alfabetização: método fônico. São Paulo: Mennon Edições Científicas, 2002. COOK-GUMPERZ, J. et al. A construção social da alfabetização. 2 ed., Porto Alegre: Artmed, 2008. FERNANDES, Dorgival Gonçalves. Alfabetização de jovens e adultos: pontos críticos e dasafios. Porto Alegre: Mediação, 2002. FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. ______. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez – Autores Associados, 1995. ______. O ingresso na escrita e nas culturas do escrito: seleção de textos de pesquisa. São Paulo: Cortez, 2012. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FRADE, Isabel C. da Silva. Alfabetização hoje: onde estão os métodos? In: Revista Presença Pedagógica. Dimensão, v. 9, n. 50. mar/abr., 2003.BELLENGER, L. Os métodos de leitura. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979. GUTIERREZ, Francisco. Linguagem Total – Uma pedagogia nos meios de comunicação. São Paulo: Summus Editorial, 1994. KRAMER, S. Alfabetização, leitura e escrita : formação de professores em curso. Rio de Janeiro:Escola de Professores, 1995. MORAIS, Artur Gomes de. Sistema de escrita alfabética. São Paulo: Editora Melhoramento, 2012. SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São Paulo:Cortez, 1988. SOARES, M.B. Linguagem e escola. São Paulo: Ática, 1988. VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo:Martins Fontes, 1989. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MUITO OBRIGADO!!!! O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceriacom a Professora Me Sueli Julioti Profa. Me Sueli Julioti @EquipeMySete @JessicaJulioti ALFABETIZAÇÃO PELO MÉTODO FÔNICO @pedagogiaporvocacao Profa. Me Sueli Julioti @EquipeMySete @JessicaJulioti Na educação, quando tratamos do processo de construção da escrita e da leitura, o diagnóstico assume uma vital importância para a mediação e para a intervenção do professor na dinâmica do processo de alfabetização. Assim faremos aqui uma reflexão sobre a importância desse diagnóstico e as possibilidades de avanços das crianças a partir dele. @pedagogiaporvocacao A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO NA ALFABETIZAÇÃO DIAGNÓSTICO NA ALFABETIZAÇÃO O diagnóstico da escrita e da leitura, se apresenta como um indicador de intervenção pedagógica em casos de dificuldades dos estudantes, sendo ou não pontuais de cada um deles. Trata-se, pois, de um dispositivo com finalidade orientadora do ensino, com vistas a potencializar a aprendizagem. O instrumento viabilizador do diagnóstico da escrita individual chamamos de sondagem; já o diagnóstico coletivo, por excelência, é a avaliação: nesse caso, denominada avaliação diagnóstica. Esse dispositivo não prioriza o viés classificatório dos estudantes. Ao contrário: identifica os conhecimentos adquiridos pela criança, bem como o uso que faz desse conhecimento, e possui caráter orientador e corretivo da própria prática pedagógica docente com a finalidade de desenvolver potencialidades e reconfigurar sua prática. O diagnóstico na alfabetização para conhecer a turma, é muito importante, pois mesmo antes de saber ler e escrever convencionalmente, a criança elabora hipóteses sobre o sistema de escrita. Descobrir em qual nível cada uma está é um importante passo para os professores alfabetizadores levarem todas a aprender. Quando realizar a sondagem individual, torna-se necessário propor ao resto da turma uma atividade que dispense ajuda. O diagnóstico da turma, ou seja a sondagem inicial, permite identificar quais hipóteses sobre a língua escrita e a leitura as crianças têm e com isso adequar o planejamento das aulas de acordo com as necessidades de aprendizagem. Ela permite uma avaliação e um acompanhamento dos avanços na aquisição da base alfabética e a definição das parcerias de trabalho entre os estudantes. Além disso, representa um momento no qual as crianças têm a oportunidade de refletir, com a ajuda do professor, sobre aquilo que escrevem. Identificar o que os alunos já sabem antes de começar o trabalho de mais um ano letivo é essencial para iniciar o planejamento docente. Para garantir que nada seja deixado de lado, organize um cronograma de ações pedagógicas e elabore um plano semestral, em que analisa-se os dados da turma e elabore as avaliações diagnósticas. A avaliação diagnóstica ajuda a identificar as causas de dificuldades específicas dos estudantes na assimilação do conhecimento, tanto relacionadas ao desenvolvimento pessoal deles quanto à identificação de quais conteúdos do currículo apresentam necessidades de aprendizagem de um tempo maior. Ela possui três objetivos principais: identificar a realidade de cada turma; observar se as crianças apresentam ou não habilidades e pré-requisitos para os processos de ensino e aprendizagem; e refletir sobre as causas das dificuldades recorrentes, definindo assim as ações para sanar os problemas. Ela pode ser feita em qualquer momento, porém no início do ano letivo permite conhecer melhor a realidade dos estudantes. O professor precisa verificar o conhecimento prévio de cada um, constatando as condições necessárias para garantir a aprendizagem. Além disso, ela também funciona como uma análise do ensino na escola, já que os resultados das salas de aula de uma mesma série/ano podem promover reflexões importantes para o replanejamento das propostas e atividades que devem ser oferecidas a todos. O processo de alfabetização é algo permanente o qual se estende pela vida de uma pessoa, porém é valido ressaltar que temos dois processos indissociáveis, o de aquisição da língua oral (leitura) e da escrita. O processo de alfabetizar consiste na apropriação da leitura e da escrita e em contrapartida temos o letramento que refere- se da forma de como esta aquisição de linguagem será utilizada como instrumento para se estabelecer uma relação na sociedade, sendo o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais da leitura e escrita. DIAGNÓSTICO X DISTÚRBIOS DA ALFABETIZAÇÃO Seria, portanto, o processo de apropriação social da escrita, utilizando-se do conhecimento de um código para compreender as práticas sociais, deste modo não se trata de um método que ensina ler e escrever, mas sim utilizar a leitura e escrita como instrumentos de uma abordagem social. Neste sentido, os termos letramento e alfabetização, também são indissociáveis, pois é por meio destes que a criança adentra no mundo letrado, utilizando as práticas sociais da leitura e da escrita que somente se desenvolvem por meio da alfabetização. DIAGNÓSTICO X DISTÚRBIOS DA ALFABETIZAÇÃO Esse é o grande desafio enfrentado no processo de alfabetização e letramento das crianças com distúrbios da aprendizagem, como os disléxicos por exemplo, uma vez que as alterações neurofuncionais da linguagem e consciência fonológica ligadas a esse distúrbio interferem diretamente na alfabetização dessas crianças, apesar de ter um desenvolvimento intelectual adequado para esse Processo. Assim, por meio dos diagnóstico da turma, poderemos chegar as esses distúrbios de aprendizagem. Como, então, desenvolver um processo efetivo para a alfabetização e letramento dessas crianças e torná-las participativa na sociedade? Existe algum método mais eficiente para essa prática, que atenda às necessidades dessas crianças? DIAGNÓSTICO X DISTÚRBIOS DA ALFABETIZAÇÃO Com o advento de a escola acolher e ensinar na e para a diversidade, muitos autores afirmam a importância de se utilizar em diferentes etapas da alfabetização os métodos fônico e multissensorial com essas crianças, surtem resultados positivos no processo de alfabetização. Assim, é imprescindível que as práticas pedagógicas sejam aplicadas sempre pensando no indivíduo como ser único com necessidade de estímulo e apoio para que sua inteligência seja desenvolvida adequadamente e assim possua seu psicomotor preparado para as fases posteriores de sua vida. DIAGNÓSTICO X DISTÚRBIOS DA ALFABETIZAÇÃO Há evidências da eficácia do método fônico para o processo de aprendizagem dessas crianças, que apresentem distúrbios, pois este facilita o desenvolvimento de atividades metafonológicas e ensina as correspondências grafofonêmicas, no processo fonológico a emissão das palavras é realizada pela decodificação e conversão de grafemas (representação gráfica das letras) em fonemas (referente ao som emitido na leitura), deste modo temos desenvolvimento da leitura e escrita. Essas crianças têm dificuldades para desenvolver a percepção de que as palavras faladas e escritas são compostas por esses fonemas ou blocos sonoros. DIAGNÓSTICO X DISTÚRBIOS DA ALFABETIZAÇÃO Assim, o modelo fonológico nos diz quais as medidas exatas devemos adotar para que uma criança passe de um estágio em que vê as letras como uma confusão de formas rabiscadas a um estágio em que reconheça e identifique essas mesmas formas como palavras. O método fônico tem por objetivo ensinar as correspondências grafofonêmicas e desenvolver as habilidades metafonológicas, com base na correspondência dos sons e as letras, recomenda-se para sua aplicação que inicie o processo de ensino pelos sons das vogais e consoantes que podem ser pronunciados isoladamente. DIAGNÓSTICO X DISTÚRBIOS DA ALFABETIZAÇÃO Após esta etapa é assimilado a combinação das consoantes com cada vogal. Observa-se portanto a assimilação destes fonemas que se transformaram em sílabas e o aluno seja capaz de pronuncia-los automaticamente e por consequência temos a formaçãodas palavras. Assim, só se é possível trabalhar a individualidade do estudante quando o conhece. Deste modo, não apenas conhecer os métodos de alfabetização e letramento, mas principalmente conhecer seu aluno e, nesse caso, compreender a importância do diagnóstico individual da escrita e da leitura. DIAGNÓSTICO X DISTÚRBIOS DA ALFABETIZAÇÃO Chegamos a conclusão que o professor precisa estar atento ao diagnóstico de seus estudantes, para saber e decidir qual o método e/ou caminho seguir. Assim, além do método, há também o diagnóstico como um desafio em alfabetizar! Para o quarto dia de Curso, veremos: Método Fônico – O que é? BOZZA, Sandra. Ensinar a ler e a escrever: uma possibilidade de inclusão. Pinhais: Editora Melo, 2008. BRASLAVSKY, B. P. Problemas e métodos no ensino da leitura. São Paulo: Melhoramentos/EDUSP, 1971. CAPOVILLA, A A. G. S. CAPOVILLA, F. C. Alfabetização: método fônico. São Paulo: Mennon Edições Científicas, 2002. COOK-GUMPERZ, J. et al. A construção social da alfabetização. 2 ed., Porto Alegre: Artmed, 2008. DOMINGUES, Cristiane Lumertz Klein. Somos todos diferentes: Dificuldade na leitura. Cadernos da FUCAMP, v. 14, n. 20, p. 74- 84. 2015. Disponível em: http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/cadernos/article/view/384 acessado 30/04/2019. FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. ______. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez – Autores Associados, 1995. ______. O ingresso na escrita e nas culturas do escrito: seleção de textos de pesquisa. São Paulo: Cortez, 2012. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FRADE, Isabel C. da Silva. Alfabetização hoje: onde estão os métodos? In: Revista Presença Pedagógica. Dimensão, v. 9, n. 50. mar/abr., 2003.BELLENGER, L. Os métodos de leitura. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979. GUTIERREZ, Francisco. Linguagem Total – Uma pedagogia nos meios de comunicação. São Paulo: Summus Editorial, 1994. JARDINI, Renata Savastano Ribeiro; RUIZ, Lydia Savastano Ribeiro. Avaliação dos cursos de capacitação: "Método das Boquinhas". Rev. psicopedag., São Paulo, v. 28, n. 86, 2011. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v28n86/04.pdf, acessado em 29/04/2019. KRAMER, S. Alfabetização, leitura e escrita : formação de professores em curso. Rio de Janeiro:Escola de Professores, 1995. MORAIS, Artur Gomes de. Sistema de escrita alfabética. São Paulo: Editora Melhoramento, 2012. SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São Paulo:Cortez, 1988. SOARES, M.B. Linguagem e escola. São Paulo: Ática, 1988. VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo:Martins Fontes, 1989. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MUITO OBRIGADO!!!! O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Me Sueli Julioti Profa. Me Sueli Julioti @EquipeMySete @JessicaJulioti ALFABETIZAÇÃO PELO MÉTODO FÔNICO @pedagogiaporvocacao Profa. Me Sueli Julioti @EquipeMySete @JessicaJulioti O método fônico, também chamado de método fonético, é um método de alfabetização que prioriza o ensino dos sons dos grafemas do alfabeto, começando com as letras mais simples (vogais) e caminhando até as mais complexas (consoantes) para, depois, utilizá-las para formar sílabas e palavras. @pedagogiaporvocacao MÉTODO FÔNICO O QUE É? MÉTODO FÔNICO O QUE É? O método fônico ou fonético integra o conjunto dos métodos sintéticos que privilegiam as correspondências grafofônicas. Seu princípio organizativo é a ênfase na relação direta entre fonema (som da letra) e grafema (nome da letra), ou seja, entre o som da fala e a escrita. Aqui no Brasil, a metodologia fônica surgiu em meio às críticas ao método da soletração, depois da década de 1980, já não apresentava sucesso como forma de alfabetização de crianças. Seu uso é mencionado na França, por Vallange, em 1719; na Alemanha, por Enrique Stefhani, em 1803; e é trabalhado por Montessori, na Itália, em 1907. MÉTODO FÔNICO O QUE É? Neste método o ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas consoantes. Cada letra (grafema) é aprendida como um som (fonema) que, junto a outros fonemas, pode formar sílabas e palavras. Para o ensino dos sons, há uma sequência que deve ser respeitada – dos mais simples para os mais complexos. Para atenuar a falta de sentido e aproximar os alunos de algum significado, foram criadas variações do método fônico, com diversas formas de apresentação dos sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra vinculada à imagem e ao som, de um personagem associado a um fonema, de uma onomatopeia ou de uma história. MÉTODO FÔNICO O QUE É? É preciso esclarecer que existe mais de um método fônico. Os métodos fônicos variam especialmente com a escolha da ordem de ensino das correspondências grafema-fonema e com a ênfase maior ou menor em técnicas de análise e síntese de fonemas. Muitos autores afirmam que os métodos fônicos são mais eficazes porque são consistentes com a forma como o cérebro processa os estímulos associados à leitura e escrita. O método fônico se dá por meio de estímulos multissensoriais. Isso significa que, nesse método de alfabetização, as crianças são incentivadas de várias formas. As atividades lúdicas desenvolvem um ambiente envolvedor em sala de aula, fazendo com que as crianças se divirtam e sejam encorajadas enquanto aprendem. Nesse método, há um ciclo de alfabetização muito bem definido. Num primeiro contato, a criança é apresentada às vogais do alfabeto. Ela, portanto, passa a compreender os traços que configuram tais letras, assim como seu som. Após isso, as outras 21 letras ganham espaço e são igualmente trabalhadas, sempre priorizando atividades de escuta, leitura e escrita. COMO FUNCIONA O MÉTODO FÔNICO DE ALFABETIZAÇÃO? Depois que a criança passa a entender quais são a letras e seus sons, o professor passa a combiná-los. É neste momento que as sílabas são apresentadas e os exercícios ficam focados nessa ligação entre as letras e som produzido por meio dessa junção. Após esse envolvimento, o trabalho com as palavras é iniciado. Uma vez que os estudantes reconhecem as letras e entendem sua formação gráfica e sonora, as frases e textos são introduzidos. Assim, a criança alfabetizada por meio do método fônico possui maiores recursos para a leitura e escrita de textos mais profundos e complexos. Logo, o desenvolvimento das competências e habilidades dos futuros anos de ensino são mais facilmente assimilados e apreendidos. COMO FUNCIONA O MÉTODO FÔNICO DE ALFABETIZAÇÃO? A alfabetização vai além do saber ler e escrever. Ligado aos estudos contemporâneos da neurociência, a criança alfabetizada pelo método fônico: Sabe utilizar a língua de forma apropriada; Consegue compreender a língua (escrita e falada) de forma ampla; É apta a analisar os textos de forma mais complexa; É capaz de questionar a linguagem que o cerca. A partir do desenvolvimento dessas competências que vão além da proficiência em escrita e leitura, o aluno, apesar de recém-alfabetizado, já atribui maior significado aos seus aprendizados. Além disso, seu contato com o mundo é diferenciado por envolver maior aptidão quanto às interpretações feitas em meio ao contato linguístico. COMO FUNCIONA O MÉTODO FÔNICO DE ALFABETIZAÇÃO? Logo, a criança alfabetizada por meio do método fônico de alfabetização é caracterizada por sua consciência da realidade. O método fônico envolve vários sentidos, ou seja, é multissensorial. A partir de atividades lúdicas de estimulação auditiva e visual, o alfabetizado desenvolve a leitura e a escrita em diversos ambientes e situações. De forma geral, o método fônico de alfabetização permite: O favorecimento da aprendizagem da articulação adequada dos fonemas; O estímulo à produção oral da criança, produzindo mais conexões cerebrais; A formação de uma leitura avançada e uma maior identificação das palavras; A relaçãocom a neurociência cognitiva, o que proporciona um aprendizado profundo. COMO FUNCIONA O MÉTODO FÔNICO DE ALFABETIZAÇÃO? Sabemos que o Ministério da Educação (MEC) recomenda às escolas brasileiras o uso do método fônico de alfabetização. A Política Nacional de Alfabetização (PNA) privilegia cinco pilares voltados à estratégia de ensino da leitura e da escrita, valorizando sempre a decodificação de letras e segmentos de sons nas palavras. São elas: “consciência fonêmica, instrução fônica sistemática, fluência em leitura oral, vocabulário e compreensão de texto”. Há também orientação para que crianças da Educação Infantil (0 a 5 anos) tenham “ensino de habilidades fundamentais para a alfabetização, como consciência fonológica, consciência fonêmica, conhecimento alfabético”. COMO FUNCIONA O MÉTODO FÔNICO DE ALFABETIZAÇÃO? O primeiro passo para iniciar de fato a alfabetização em sala de aula é fazer com que os alunos conheçam as 26 letras do alfabeto. É recomendado começar pelas vogais, uma vez que essas 5 letras são de fácil compreensão e assimilação. Há várias possibilidades de o professor apresentar os fonemas das letras. Tem professor que defini a letra a ser trabalhada no dia e escolhe uma palavra significativa (que comece com a letra) para o dia. A partir disso, ele pode utilizar a palavra em vários contextos, escritos e falados, fazendo com que os alunos compreendam que aquela palavra significativa está relacionada à letra destacada. CONHECENDO OS SONS DAS LETRAS Uma outra opção é vincular uma palavra à imagem e som. Essa forma de apresentar as letras é bastante comum nas escolas de Ensino Infantil. A ideia consiste em definir a letra que será estudada no dia e, a partir disso, mostrar ao aluno uma imagem de fácil assimilação que comece com a letra escolhida. Isso pode ser feito por meio de cartas, jogos ou até mesmo vídeos. Essa forma permite, ainda, brincadeiras ligadas à formação de sílabas. Há outros professores que preferem apresentar as letras por meio da contação de histórias, dando sentido aos fonemas. Isso permite que os alunos que estão em processo de alfabetização relacionem histórias que já conhecem ao mundo das letras e palavras, ampliando o significado de seu universo de conhecimentos e saberes. CONHECENDO OS SONS DAS LETRAS É possível unir e combinar as várias formas de apresentar as letras e seus sons. Nessa apresentação, não pode faltar paciência e criatividade. Por meio do acordo ortográfico de 1990, que entrou em vigor a partir de 2009, a utilização das letras K, W e Y foram oficializadas como parte do alfabeto do português. Antes dessa convenção ortográfica, o alfabeto oficial baseava-se no alfabeto romano e apresentava 23 letras. O professor do método fônico, para ensinar essas letras que antigamente eram associadas ao estrangeirismo, pode liga-las às letras que possuem o mesmo som (C, V e I) e trabalhá-las por meio de nomes próprios. CONHECENDO OS SONS DAS LETRAS Depois que as crianças em período de alfabetização já são capazes de associar as letras do alfabeto ao seu respectivo som, é realizável a combinação de letras para a formação de sílabas e palavras. Sobre o ensino das sílabas, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê que, no 2º ano do Ensino Fundamental, os alunos já tenham desenvolvido a habilidade de: ler e escrever corretamente palavras com sílabas CV, V, CVC, CCV, identificando que existem vogais em todas as sílabas. A COMBINAÇÃO DOS SONS Uma vez que as sílabas tenham sido ensinadas, o processo de leitura e escrita de palavras se torna mais tranquilo. O professor pode começar com palavras de duas sílabas de estrutura simples (CVCV, como casa e bote) e depois passar para palavras de estrutura menos definida, como as palavras com sílabas que apresentam duas consoantes ou vogal entre consoantes, por exemplo. Uma atividade muito simples e valiosa para ser aplicada em sala de aula nessa etapa da alfabetização é a de trocar letras para formar as palavras. A COMBINAÇÃO DOS SONS Para realizá-la, basta o professor escrever uma palavra no quadro e pedir para que os alunos troquem uma vogal da palavra por uma vogal diferente e confiram se a palavra formada existe no português. O ideal é começar com palavras simples, como trocar as vogais de gato, e aumentar a dificuldade conforme a criança for desenvolvendo sua capacidade de escrita e leitura, propondo, por exemplo, palavras extensas e troca de sílabas. Nessa etapa, o professor precisa ter muito cuidado para não apresentar sílabas ou palavras de complexidade além daquelas que os alunos conseguem codificar e decodificar. Caso essa capacidade não seja respeitada, o aluno pode não ser alfabetizado de forma efetiva, o que gera reflexos negativos em todo o processo de ensino- aprendizagem pós-alfabetização. A COMBINAÇÃO DOS SONS Com um léxico ampliado, as crianças podem elaborar frases juntando seus conhecimentos acerca dos fonemas, grafemas e a combinação de ambos. Uma ideia de atividade instrutória a essa etapa é o professor falar e escrever no quadro uma palavra e solicitar que os alunos formem frases com aquela palavra. Mais adiante, o professor pode propor atividades que envolvam a elaboração de textos para a prática cotidiana. Dar ideia de temas para que os alunos escrevam listas (como lista de atividades favoritas, melhores amigos e datas comemorativas, por exemplo) e criar situações do dia a dia para que os estudantes escrevam bilhetes são atividades de fácil aplicação que envolvem gêneros textuais importantíssimos para a formação dos alfabetizados. APRENDENDO A MONTAR FRASES Depois de um período com foco nas atividades voltadas para o campo de experiência da vida cotidiana, é hora de iniciar a leitura e escrita de textos de gêneros literários, fazendo com que os alunos alfabetizados pelo método fônico tenham contato com a produção artística. A utilização de poemas e músicas infantis representa um ótimo primeiro passo para esse contato com as artes na escola. Um outro gênero interessante para os alunos é o teatral, que envolve a iniciação à leitura dramática e produção de textos próximos da língua falada. Além de textos artísticos, faz-se essencial o desenvolvimento da escrita escolar, uma vez que ela é básica para os anos que vão à frente do período de alfabetização. APRENDENDO A MONTAR FRASES Logo, propor redações com temáticas simples, como escrever como foi o dia, e temas voltados à pesquisa, como escrever sobre a família ou sobre um tipo de animal, por exemplo, também está envolvido com o processo de alfabetização. A alfabetização diz muito sobre a cultura do aluno, da escola e do local em que está localizada a instituição. Por ser uma das etapas primárias (e essenciais) no processo de formação das crianças, cabe à escola definir, com base numa pesquisa de contexto e realidade local, qual das metodologias de alfabetização é a mais aplicável e adequada as características dos seus alunos. O método fônico, também chamado de método fonético, é uma forma de alfabetização de estruturação complexa, mas de simples aplicação nos contextos escolares brasileiros. APRENDENDO A MONTAR FRASES A metodologia pode ser vista como uma estratégia para a rápida alfabetização, ensinando, primeiramente os sons de cada letra do alfabeto. Por meio do método fônico, os alunos aprendem a ler e escrever corretamente, ampliando suas capacidades no futuro. O grande destaque é que os resultados, além de aparecem de forma veloz, são efetivados mediante a realizações de tarefas lúdicas e adequadas às crianças. Com ele, o professor possui diversas formas de ensinar, o que aumenta o respeito quanto as necessidades especificas e dificuldade de cada estudante. Vamos ver alguns exemplos de atividades: APRENDENDO A MONTAR FRASES USANDO CARTÕES PARA APRESENTAR AS LETRAS E OS SONS Faça, compre ou imprima um conjunto de cartões com as letras do alfabeto. Você vai precisar de 26 cartões, um paracada letra, em caixa alta ou baixa, ou ambas. Use-os para praticar o reconhecimento das letras e dos sons. Basta fazer uma busca rápida na internet para encontrar vários conjuntos de cartões educativos disponíveis para impressão. Você também pode fazer os cartões em casa. Use canetinhas e papel coloridos para deixar os cartões mais chamativos e escreva a letra de um lado e o som correspondente do outro, exemplo: letra B; som /B/. Lembre-se de que ambos devem ficar legíveis. USANDO CARTÕES PARA APRESENTAR AS LETRAS E OS SONS Embaralhe os cartões. Mostre um cartão por vez para a criança e peça para ela dizer o nome da letra. Em seguida, peça para ela imitar o som correspondente à letra. Dê um empurrãozinho no caso de letras que produzem mais de um som, como, por exemplo: “Isso mesmo, o ‘c’ tem esse som na palavra 'casa'. Mas qual é o som que ele faz em 'certo'?”. Passe para os cartões com combinações de letras. Depois que seu aluno e/ou filho aprender as letras, ele já poderá começar a aprender pares que representam um só som. Use um novo conjunto de cartões com combinações comuns, como os dígrafos /lh/, /ch/ e /nh/ e sequências como /que/ e /gui/, que possuem duas vogais representando um fonema. ASSOCIANDO SONS E FIGURAS Identifique combinações de letras e sons. Para ajudar a criança a associar uma letra com um determinado som, peça para ela organizar figurinhas de acordo com o som inicial de cada palavra. Compre ou faça um conjunto de cartões com pelo menos uma imagem para cada letra do alfabeto. Faça ou compre mais de um cartão para letras mais comuns em inícios de palavras. Lembre-se de que as imagens devem ser fáceis para a criança reconhecer. Uma tartaruga, por exemplo, é muito melhor do que um trombone ou um trampolim. Escolha um conjunto de figuras para a atividade. Comece com três consoantes com sons bem distintos entre si, como /b/, /s/ e /t/. Repasse os cartões com o seu aluno e/ou filho antes de pedir para ele organizá-los de acordo com o som inicial. Os cartões podem, por exemplo, conter as seguintes figurinhas: uma banana, um triângulo, um sapo, um sapato, um sofá, um semáforo, um saci, um trem e uma tartaruga. ASSOCIANDO SONS E FIGURAS Peça para a criança organizar as figurinhas de acordo com o som com que as palavras terminam. Depois de praticar o reconhecimento dos sons iniciais, passe para os sons finais para deixar o exercício um pouco mais difícil. Faça cartões com imagens de uma casa, um bebê, um macaco, uma banana, uma torre e um carro, por exemplo. Faça perguntas parecidas com as dos sons iniciais: “Qual é o último som que você escuta na palavra 'casa'?”. Passe para as combinações para aumentar a dificuldade do exercício. Um pouco mais para a frente, peça para a criança organizar os cartões de acordo com combinações entre vogais que formem um só som, como queijo e parque (/e/), e caqui e quintal (/i/). Em seguida, peça para a criança identificar os dígrafos. Use palavras como chupeta, colcha, mulher, coelho, unha e joaninha. Mais uma vez, ajude a criança com perguntas como: “Que som você escuta no fim da palavra 'parque'?” Alguns exemplo das pronuncias dos sons das letras e um áudio com as pronuncias. Chegamos a conclusão nesta aula de que o professor precisa estar sempre em busca de sua formação e atento às mudanças das políticas educacionais. E principalmente refletir para decidir qual melhor caminho a seguir, para o sucesso de suas crianças. Para o quinto dia de Curso, veremos: Somos todos iguais no aprender ou somos iguais na diferença em aprender? CAPOVILLA, Alessandra. G. S.; CAPOVILLA, Fernando. Alfabetização: método fônico. (3a. ed.). São Paulo: Memnon, 2007. COSENZA M Ramon; GUERRA B. Leonor. Neurociência e Educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011. DEHAENE, Stanislas. Os neurônios da leituras. Porto Alegre:Penso, 2012. DEUSCHLE, Panda Fernanda; CECHELLA, Cláudio. O déficit em consciência fonológica e sua relação com a dislexia: diagnóstico e intervenção. Rev CEFAC, v.11, Supl2, 194-200, 2009. GUTIERREZ, Francisco. Linguagem Total – Uma pedagogia nos meios de comunicação. São Paulo: Summus Editorial, 1994. SANTOS, Vânia M. S. S.; MORETTI, Lucia H. T. Alfabetização: há um melhor caminho para a aprendizagem? Psicologia.pt. ISSN 1646-6977, 2015. Disponível em: http://wWw.psicologia.pt/artigos/textos/A0909.pdf SCLIAR-CABRAL, L. Evidências a favor da reciclagem neuronal para a alfabetização. Letras de Hoje, v. 45, n. 3,p. 43-47, 2010. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/fale/ojs/index.php/fale/article/view MORAIS, Artur Gomes de. Sistema de escrita alfabética. São Paulo: Editora Melhoramento, 2012. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NSW Department of Education and Training Learning and Development https://my.vanderbilt.edu/specialeducationinduction/ files/2011/09/1-Literacy-teaching-guide-phonics.pdf SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São Paulo: Cortez, 1988. SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação, 2004, n 25. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/n25a01.pdf TENÓRIO, Sabrina Mª. P. C. P.; ÁVILLA, Clara R. B. Processamento fonológico e desempenho escolar nas séries iniciais do ensino fundamental. Revista CEFAC, São Paulo; vol. 14, núm. 1, p. 30-38, jan-fev, 2012. VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MUITO OBRIGADO!!!! O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Me Sueli Julioti Profa. Me Sueli Julioti @EquipeMySete @JessicaJulioti ALFABETIZAÇÃO PELO MÉTODO FÔNICO @pedagogiaporvocacao Profa. Me Sueli Julioti @EquipeMySete @JessicaJulioti Eu gostaria de começar essa aula com uma pergunta: A maior parte dos alunos está alfabetizada até os oito anos como se espera, ou seja até o 3º ano do ensino fundamental? O que mais vemos são muitos alunos não totalmente alfabetizados batendo nas portas do 4º ano e o que escutamos é uma fala generalizada de que a culpa é: ou do professor, ou do aluno, ou da família, ou até da progressão continuada que não permitia reprovar no 1º ano. @pedagogiaporvocacao SOMOS TODOS IGUAIS NO APRENDER OU SOMOS IGUAIS NA DIFERENÇA EM APRENDER? Foi abordado neste Curso a questão da alfabetização no Brasil, com o intuito de mostrar quando se iniciou este processo e as mudanças nas concepções de alfabetização ao longo da história, e que este sempre foi um processo polêmico, cercado de disputas entre métodos, hoje a disputa maior é entre o Construtivismo e o Método Fônico. É notório que o desenvolvimento da linguagem implica na aquisição plena do sistema linguístico que nos possibilita a inserção no meio social, a possibilidade de assumir a nossa identidade. Assim o simples atraso na aquisição da linguagem dificulta o amadurecimento e a experimentação da linguagem necessária para a aquisição formal da leitura/escrita. O aluno com imaturidade terá dificuldade na interpretação de textos e também na elaboração de histórias escritas, uma vez que pode levar a criança, por exemplo, a trocar, omitir ou transpor fonemas ou grafemas. Assim a criança demoraria a adquirir a autonomia dos processos de leitura e escrita ou podem culminar com problemas maiores. O método Fônico parte da correspondência entre sons e letras. Neste processo, quando se utiliza de histórias, os sons das letras são apresentados como “barulhinhos” e cada letra, ou som, é apresentado como um barulhinho que os personagens fazem no decorrer da história. E a letra é apresentada como o “retratinho” do som. O método se vale dos recursos fônicos (barulhinhos das letras) e visuais (cartazes, fantoches). Assim cada letra se equivale a um personagem ou elemento da história, cujo nome se inicia com a letra determinada. Nos cartazes que são afixados no Mural cada letra vem integradaao desenho de seu personagem; isto facilita a memorização do código, bem como o acesso dos alunos para consultas, em caso de dúvidas. Ele é baseado no ensino dinâmico do código alfabético, ou seja, das relações entre grafemas e fonemas em meio a atividades lúdicas planejadas para levar as crianças a aprenderem a codificar a fala em escrita, e, de volta, a decodificar a escrita no fluxo a fala e do pensamento. Ele é inteligente, lúdico e nada mecânico. A alfabetização se dá por meio da associação entre símbolo e som, assim o estudante se torna capaz de decifrar milhares de palavras. Quando paramos e pensamos nesse processo de alfabetização, conseguimos responder a pergunta temática dessa aula: SOMOS TODOS IGUAIS NO APRENDER OU SOMOS IGUAIS NA DIFERENÇA EM APRENDER? Somos todos iguais perante a lei, somos todos iguais perante alguns princípios religiosos e etc. Não quero aqui entrar na inclusão ou diversidade cultural. O quê eu quero que vocês reflitam e sobre sua prática pedagógica, nas suas escolhas para caminhar e/ou trilhar o processo de alfabetizar. Os erros mais comuns em nossa prática em alfabetizar é não usar as informações da sondagem no planejamento. Os dados do diagnóstico devem orientar as atividades, os agrupamentos e as intervenções. Outro é não planejar atividades diferentes para alunos alfabéticos e não alfabéticos. Os que já dominam o sistema de escrita precisam continuar aprendendo novos conteúdos, como ortografia e pontuação. Deixar o aluno escrever sem intervir nem fornecer informações, é outro erro; a criança só avança ao receber ajudas desse tipo do professor. Outro é não desafiar os alunos a lerem, procurar nomes em listas, por exemplo, é essencial para entender a lógica do sistema de escrita. E não param os erros, outro muito comum é ler para a turma sem destacar as características da linguagem, depois de uma primeira leitura completa, é fundamental mostrar as expressões que ajudam a construir a forma e o significado dos textos. Também quando se explora apenas as características de cada gênero sem produzi-lo, pois conhecer a estrutura não garante as condições para a produção. Aprende-se a ler lendo e a escrever escrevendo. Outro erro, quando trabalhamos com os projetos, focamos o trabalho excessivamente no produto final; os alunos aprendem muito mais com todo o processo do que com a chamada culminância. Outro erro, não propor atividades com foco no sistema de escrita, é fundamental incluir atividades permanentes que levem a pensar sobre as relações grafofônicas. Erramos em insistir na leitura de um único gênero textual, as crianças precisam ter contato e familiaridade com uma variedade grande de textos para que consigam se comunicar por escrito em diferentes situações. Também erramos quando não aproveitamos os projetos para refletir sobre o sistema alfabético, pois os alunos devem realizar registros e ter atividades de leitura em diversas etapas, articulando o sistema de escrita com as práticas de linguagem. Erramos muito quando aplicamos atividades sem ligação ou continuidade, uma atividade deve preparar para a outra. Pode-se, por exemplo, começar lendo uma versão tradicional de Chapeuzinho Vermelho e terminar com uma carta do Lobo a Chapeuzinho. Também erramos quando não temos clareza dos objetivos da sequência didática, é fundamental ter em mente o que se quer ensinar e o que deve ser avaliado. Todas essa dicas que apontei como nossos erros, são para que vocês estabeleçam metas claras em suas tomadas de decisões, estudem e se fortaleçam, reflitam sobre as mudanças mais recentes trazidas pela BNCC e pela Política Nacional de Alfabetização (PNA). Respondendo a pergunta tema: SOMOS TODOS IGUAIS NO APRENDER OU SOMOS IGUAIS NA DIFERENÇA EM APRENDER? Nós somos iguais na diferença em aprender. Pois somos únicos, estamos em constantes evolução. Somos seres inconclusos. Nunca estamos completamente prontos e preparados. Para nada! Sim, estamos sempre inacabados, incompletos, inconclusos. Nunca chegamos ao ponto onde terminamos tudo o que gostaríamos de ter feito. Nunca alcançamos o nível de excelência que julgamos precisar. “Na verdade, o inacabamento do ser humano ou a sua inconclusão é próprio da experiência vital. Onde há vida, há inacabamento.” (Paulo Freire). A vantagem disso é que sempre há espaço para melhorar. Sempre há campo para evoluir! Sempre há oportunidades para explorar. Quando trazemos essas concepções ao meio escolar, nos debatemos com uma difícil realidade, pois há muito medo de se abrir para o novo, para a mudança. Muitas vezes nos sentimos seguros naquilo que fazemos e não enxergamos nossos erros, ou até vemos mas não damos a chance das escamas caírem de nossos olhos. Então hoje, eu te desafio a olhar para sua prática, analise se você está cometendo aqueles pequenos erros que citei e mude. Chegamos ao final, afirmo para vocês que o método fônico de todos aqueles que já passamos, ele parece ser o mais indicado pois abrange nossos estudantes com distúrbios e ele é o único que se aproxima do que a neurociências afirma, que o processo de ensino e aprendizagem da leitura envolve questões neuropsicológicas, numa dimensão cognitiva bastante complexa. Deste modo, para compreendermos o funcionamento neuropsicológico diante da aprendizagem da leitura é importante que tenhamos um conhecimento básico de como a informação circula pelo cérebro. Chegamos a conclusão desse Curso, assim reafirmo para vocês que além do método, do diagnóstico e de todas as dicas que trouxe como erros que cometemos em sala de aula, que vejam como desafios em alfabetizar! E que vençam encarando as mudanças necessárias. Repito para vocês, somos iguais na diferença em aprender, portanto nossas crianças também são. Olhem para elas com amor e busquem parcerias com as famílias, com a coordenação pedagógica e com a gestão escolar. CAPOVILLA, Alessandra G. S.; CAPOVILLA, Fernando C. Alfabetização: método fônico. 4. Ed. São Paulo: Memnon, 2007. ______. Alfabetização Fônica: construindo competencias de leitura e escrita. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. DEWEY, J. Como Pensamos. Trad. e notas de Haydée de Camargo Campos. 3ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959. _____. Democracia e Educação. Trad. Godofredo Rangel e Anísio Teixeira. 2ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional. 1952. _____. Experiência e Educação. 3ª ed. Tradução de Anísio Teixeira, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979. FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva (et al.). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. (Coleção Didática e prática de ensino). In: http://www.fae.ufmg.br/endipe/livros/Livro_1.pdf. (Acesso dia 16/01/2013). ______. Métodos e Didáticas de Alfabetização: história, características e modos de fazer de professores. Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. ______. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. ______. Política e Educação. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2001. FREITAS. Patricia Gomes de. Um olhar sobre o Método Fônico. Londrina: UEL, 2011. (Graduação em Pedagogia). TEIXEIRA, A. Pequena introdução à filosofia da educação. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1978. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MUITO OBRIGADO!!!! O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Me Sueli Julioti
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