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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 
Professor: José Wesley 
 
1 
 
CRONOGRAMA STJ (Analista Judiciário) 
 
1 Orçamento público. 1.1 Conceito. 
 1.3 Princípios orçamentários. 
1.2 Técnicas orçamentárias. 
Aulas 1 e 2 
2.9 Créditos ordinários e adicionais. Aula 3 
2 O orçamento público no Brasil. 2.1 S
istema de planejamento e de orçament
o federal. 2.2 Plano plurianual. 2.3 Dir
etrizes orçamentárias. 2.4 Orçamento a
nual. 2.4.1 Lei de Diretrizes Orçament
árias. 2.4.2 Lei Orçamentária Anual. 
2.5 Outros planos e programas. 2.6 
 
Sistema e processo de orçamentação
. 3 Programação e execução orçame
ntária e financeira. 
Aulas 4 e 5 
1.4 Ciclo orçamentário. 1.5 Process
o orçamentário. 3.2 Acompanhament
o da execução. 
3.1 Descentralização orçamentária e 
 financeira. 
Aulas 6 e 7 
5 Despesa pública. 5.1 Conceito e clas
sificações. 5.2 Estágios. 2.7 Classific
ações orçamentárias. 2.8 Estrutura pro
gramática. 
Aulas 8 e 9 
4 Receita pública. 4.1 Conceito e class
ificações. 4.2 Estágios. 4.3 Fontes. 4.4
 Dívida ativa. 2.7 Classificações orçam
entárias. 2.8 Estrutura programática. 
Aulas 10 e 11 
5.3 Restos a pagar. 5.4 Despesas d
e exercícios anteriores. 5.5 Dívida f
lutuante e fundada. 5.6 28 Suprime
nto de fundos. 
Aula 12 
6 Lei de Responsabilidade Fiscal. 6.1
 Conceitos e objetivos. 6.2 Planejame
nto. 6.3 Receita Pública. 6.4 Despesa 
Pública. 6.5 Dívida e endividamento. 6
.6 Transparência, controle e fiscalizaçã
o. 
Aula 13 
2.1 Conhecimentos básicos sobre o S
IOP e SIAFI. 
7 Novo Regime Fiscal (Emenda Const
itucional nº 95/2016). 
Aula 14 
 
 
 
CRONOGRAMA STJ (Técnico Judiciário) 
 
1 Orçamento público. 1.1 Conceito
. 1.3 Princípios orçamentários. 
1.2 Técnicas orçamentárias. 
Aulas 1 e 2 
2.9 Créditos ordinários e adicionais. Aula 3 
2 O orçamento público no Brasil. 2.1 
Sistema de planejamento e de orçame
nto federal. 2.2 Plano plurianual. 2.3 
Diretrizes orçamentárias. 2.4 Orçame
nto anual. 2.4.1 Lei de Diretrizes Orç
amentárias. 2.4.2 Lei Orçamentária 
Anual. 2.5 Outros planos e progra
mas. 2.6 Sistema e processo de or
çamentação. 3 Programação e exec
ução orçamentária e financeira. 
Aulas 4 e 5 
1.4 Ciclo orçamentário. 1.5 Proces
so orçamentário. 3.2 Acompanham
ento da execução. 
3.1 Descentralização orçamentária 
e financeira. 
Aulas 6 e 7 
5 Despesa pública. 5.1 Conceito e cla
ssificações. 5.2 Estágios. 2.7 Classif
icações orçamentárias. 2.8 Estrutura 
programática. 
Aulas 8 e 9 
4 Receita pública. 4.1 Conceito e clas
sificações. 
Aulas 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 
Professor: José Wesley 
 
2 
 
AFO 
Administração Financeira e Orçamentária 
 
Professor José Wesley 
 
 
Introdução ao Orçamento Público 
 
O orçamento público é um instrumento de planejamento e 
execução das finanças do Estado. Ou seja, é um conceito que está 
intimamente ligado à estimativa das Receitas e fixação das 
Despesas públicas. 
 
O orçamento propriamente dito – Consignado pela CF/88 como 
Lei Orçamentária Anual - materializa- se numa norma legal na 
qual representa uma prévia autorização do Legislativo para que o 
poder público arrecade as receitas e execute as despesas num 
exercício financeiro, que é obrigatoriamente igual ao ano civil. 
Fica claro que no Brasil o orçamento é meramente autorizativo, 
propiciando que o Executivo possa alterá-lo durante sua execução. 
 
Ao contrário da iniciativa privada, o orçamento e planejamento 
públicos são obrigatórios e estão previstos na Constituição Federal 
– CF e regulamentados em diversas normas, entre elas, a Lei nº 
4.320/64, Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF e demais 
Portarias do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão – 
MPOG e da Secretaria do Tesouro Nacional – STN. 
 
Técnicas Orçamentárias ou Tipos de Orçamento Público 
Dentre os diversos tipos de orçamentos que o Estado pode realizar, 
podemos citar: 
◊ Orçamento de base zero; 
◊ Orçamento tradicional; 
◊ Orçamento de desempenho; 
◊ Orçamento-programa; 
◊ Orçamento participativo; 
◊ Orçamento incremental. 
De acordo com o regime político adotado em cada país o 
orçamento também poderá ser classificado em: 
 Legislativo 
 Executivo e 
 Misto 
 
No Brasil o orçamento tem caráter MISTO. Orçamento misto é o 
orçamento cuja competência para elaboração das propostas e envio 
ao Legislativo é privativa do Poder Executivo, competindo ao 
Poder Legislativo a sua discussão e aprovação. 
Atenção: A CF/88 propõe que a iniciativa dos projetos de lei 
relativos a orçamento é privativa do poder executivo, porém na 
mesma carta Magna se afirma que é indelegável tal competência, 
logo o termo correto seria: INICIATIVA EXCLUSIVA do 
Executivo. 
 
É o tipo de orçamento democrático, onde os representantes do 
povo (Deputados) e dos Entes Federados (Senadores) autorizam o 
Executivo a realizar os gastos públicos conforme aprovado em lei 
– princípio da legalidade. 
 
Orçamento Programa 
 
É a técnica orçamentária que vigora no BRASIL, logo considera-
se muito importante para as provas de concursos públicos. 
 
O orçamento programa é um plano de trabalho expresso por um 
conjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos 
necessários à sua execução. O orçamento-programa representa o 
plano de trabalho do governo no qual são especificadas as ações 
concretas que se pretende realizar durante um exercício financeiro. 
 
Importante! O orçamento programa é a única técnica 
orçamentária que promove uma integração entre 
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO, logo está intimamente 
ligado aos objetivos que o governo pretende alcançar. A ênfase é 
nos resultados, ou seja, nos objetivos a serem realizados. 
 
Características 
 
O orçamento-programa pode ser considerado uma concepção 
gerencial de orçamento público. Esse tipo de orçamento representa 
uma ligação entre o planejamento (PPA) e as ações executivas da 
administração pública, isso com uma ênfase maior no 
cumprimento de metas e objetivos. As despesas são realizadas por 
meio de programas de governo, logo considera-se também os 
custos dos programas. 
 
A realização de despesas, ou seja, dos programas, será realizada do 
ponto de vista funcional programático, o que significa dizer que 
sempre se almeja atender certa demanda da sociedade. 
 
IMPLEMENTAÇÃO E APLICAÇÃO DO ORÇAMENTO-
PROGRAMA 
 
O orçamento programa foi implementado no Brasil mediante sua 
inclusão na Lei nº 4.320/64. 
 
Porém, foi efetivamente IMPLANTADO três anos após a 
aprovação da Lei n o 4.320/64 por meio do Decreto-Lei n o 
200/67, o qual reforçou a idéia de orçamento programa ao 
estabelecer, em seu art. 16, que: 
 
―em cada ano será elaborado um orçamento programa que 
pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizado no 
exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada 
do programa anual.‖ A efetiva implementação ocorreu após a 
edição do Decreto Federal nº. 2.829/98 e demais normas que 
disciplinaram a elaboração do PPA (2000-2003). 
 
O orçamento programa possibilita: 
 
A integração do planejamento (PPA) com o orçamento (LOA); 
 
A quantificação de objetivos e a fixação de metas; 
 
Informações relativas a cada atividade ou projeto, quanto e para 
que vai gastar; 
 
Identificação dos programas de trabalho, objetivos e metas 
compatibilizados com o PPA, LDO e LRF; 
 
O acompanhamento físico-financeiro; 
 
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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 
Professor: José Wesley 
 
3 
 
A avaliação de resultados e a gerência por objetivos 
 
A interdependência e conexão entre os diferentes programas do 
trabalho; 
 
Atribuir responsabilidade aos gestores públicos; 
Melhor controle; 
 
Identificação das funções, da situação, das soluções, objetivos, 
recursos, etc; 
 
Ênfase no que se realiza e não no que se gasta. 
 
Princípios Orçamentários 
 
Os princípios orçamentários são as bases que irão nortear todo o 
processo orçamentário. Apesar de serem importantes, eles não são 
absolutos, pois não se aplicam em todos os casos, ou seja, alguns 
tem exceções. 
 
Na Lei nº 4.320/64 tem-se três princípios explícitos: 
 
1. Princípio da unidade (Totalidade) 
2. Princípio da universalidade (Globalização) e 
3. Princípio da anualidade (Periodicidade). 
 
No artigo Art. 2° temos a seguinte redação: 
 
―A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa 
de forma a evidenciar a política econômica financeira e o 
programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de 
unidade, universalidade e anualidade.‖ 
 
Princípio da Unidade (TOTALIDADE): deve existir um único 
orçamento, uma única peça orçamentária (orçamento uno). O 
orçamento é uma peça uma. 
 
Portanto, cada ente da Federação (União, estados, Distrito Federal 
e municípios) deverá elaborar um único orçamento, uma única Lei 
Orçamentária Anual –LOA. 
 
ATENÇÃO!!! 
 
Apesar da LOA ser dividida em três partes, tal divisão não 
descaracteriza a Princípio Orçamentário da Unidade. 
 
Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: 
 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus 
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, 
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, 
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com 
direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as 
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou 
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos 
pelo Poder Público. 
 
Só existe um orçamento, uma Lei Orçamentária Anual, o qual 
é apenas dividido em três partes. 
 
Conforme determina o princípio orçamentário da Unidade (art. 2º, 
Lei 4.320/64), cada ente da Federação deve elaborar apenas uma 
proposta de orçamento público. 
 
Princípio da Universalidade (Globalização): Todas as receitas e 
despesas devem estar contidas no orçamento. 
 
Relação entre Princípio da Unidade e Princípio da Universalidade 
 
Existe um único orçamento (Princípio da Unidade), o qual deverá 
englobar todas as receitas e despesas (Princípio da 
Universalidade). 
 
Importante!!! 
 
Este princípio está incorporado à Legislação Orçamentária 
Brasileira. Possibilita ao legislador conhecer todas as receitas e 
despesas do governo, dar uma autorização prévia para a 
arrecadação e impedir o executivo de realizar qualquer operação 
de receita de despesa sem prévia autorização parlamentar. 
 
Princípio da Anualidade (Periodicidade): o orçamento é 
elaborado para o período de um ano, que obrigatoriamente deverá 
coincidir com o ano civil (1º de janeiro a 31 de dezembro). 
 
Fique atento!!! 
 
A reabertura de créditos adicionais (especiais e extraordinários) no 
exercício financeiro seguinte é considerada exceção ao Princípio 
da Anualidade. 
 
Princípio da Exclusividade (PUREZA): a lei orçamentária anual 
não poderá conter matéria estranha à previsão da receita e à 
fixação da despesa. 
 
Não se incluindo na proibição a autorização para abertura de 
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, 
ainda que por antecipação de receita, pois ambos os casos trata-se 
de um dispositivo que consta no §8º, art. 165, CF. 
 
Portanto, a lei orçamentária deverá tratar apenas de previsão 
de receita e fixação da despesa. 
 
Mas existem exceções!!!!!! 
 
Podem estar contidas na LOA as autorizações para: 
 
 Abertura de créditos suplementares; 
 Contratação de operações de crédito 
 Contratação de operações de crédito por antecipação de 
receita orçamentária (A.R.O) 
 
 
Fique atento!!! 
 
A exceção é para os créditos SUPLEMENTARES, e não para os 
especiais ou extraordinários. 
 
Princípio da Legalidade: É também um princípio da 
Administração Pública. Neste contexto dispõe que o orçamento 
deverá ser também uma norma legal, em respeito a este princípio 
temos: (Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias - 
LDO e Lei Orçamentária Anual - LOA), as são denominadas de 
leis do ciclo orçamentário. 
 
 
 
 
 
 
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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 
Professor: José Wesley 
 
4 
 
Somente através de normas legais poderão ser criadas obrigações e 
direitos à população, mas cabe ao poder Legislativo a missão 
constitucional da aprovação dos projetos de lei relativos à 
orçamento e suas emendas. 
 
Princípio da Publicidade: Também é um princípio explícito da 
administração pública. Dispõe que o orçamento deverá ser público 
para toda a sociedade. Aliás, está é uma condição para que o 
orçamento tenha validade. 
 
Muita atenção!!! 
 
As leis de orçamento deverão ser divulgadas através dos meios 
oficiais de comunicação, garantindo assim, inclusive a sua 
validade. 
 
Art. 165 da CF/88: 
 
O poder executivo deverá PUBLICAR até 30 dias após o 
encerramento de cada bimestre o Relatório Resumido da Execução 
do Orçamento. 
 
O projeto de lei orçamentário deverá vir acompanhado de 
demonstrativo regionalizado de efeito, sobre as receitas e 
despesas, decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e 
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. 
 
Princípio do Equilíbrio: O total das despesas previstas no 
orçamento não poderá superar o valor total das receitas estimadas 
para o exercício financeiro respectivo. Trata-se de uma regra de 
responsabilidade fiscal. 
 
Nunca o total das despesas poderá ser superior ao total das 
receitas, todavia, a LOA poderá ser aprovada com o total das 
receitas superior ao das despesas. 
 
Segundo o §8º do art. 166 da CF, a LOA pode ser aprovada com 
receitas MAIORES que as despesas fixadas, as quais serão 
utilizadas durante a execução orçamentária através da abertura de 
créditos adicionais. 
 
Princípio da Não-Afetação ou Não-Vinculação: Pautado na 
Constituição de 1988, este princípio dispõe que não poderá haver 
vinculação da receita de IMPOSTO a nenhum tipo de despesa, 
fundo ou órgão. 
 
Resumindo melhor as exceções: 
 
 
 Fundo de Participação dos Municípios (FPM) 
 Fundo de Participação dos Estados (FPE) 
 Ações e Serviços Públicos de Saúde 
 Manutenção e Desenvolvimento do ensino 
 Atividades da Administração Tributária 
 Prestação de Garantias a ARO 
 Prestação de contra garantia à União e para pagamento 
de débitos para com ela 
 Fundo de Financiamento do Setor Produtivodas regiões 
NORTE, NORDESTE e CENTRO-OESTE 
 Impostos de Municípios repartidos pela União e Estados 
 
Observação Importante: EMENDAS CONSTITUCIONAIS 
poderão acrescentar exceções. 
 
 
 
Princípio do Orçamento Bruto: Todas as receitas e despesas 
deverão estar demonstradas no orçamento pelos seus totais, vedada 
quaisquer deduções. 
 
Exemplo: recursos a serem repartidos e transferidos para outros 
entes. Deve-se lançar o valor que, de fato, recebeu, sem realizar 
deduções. 
 
Princípio da Especificação / Especialização / Discriminação: 
 
Dispõe que as receitas e despesas deverão constar no orçamento 
devidamente discriminadas, de forma que seja possível saber qual 
foi, de fato, o objeto do gasto ou a fonte de recursos. 
 
Portanto, haverá as eventuais dotações globais que constam na 
LOA, como, as Reservas de Contingência, são exceções ao 
Princípio da Especificação. 
 
Lembre-se a reserva de contingência existe a fim de suprir riscos 
fiscais, passivos contingenciais. Logo não é possível discriminar 
exatamente qual será a destinação deste recurso, logo será exceção 
ao princípio da Especificação. 
 
Dotação orçamentária, ou simplesmente dotação, é o limite de 
crédito consignado na lei de orçamento ou crédito adicional, para 
atender determinada despesa. 
 
Cada despesa constante na LOA é uma dotação orçamentária, um 
valor previamente autorizado pelo Legislativo para ser utilizado 
em determinado projeto. 
 
Para que o Legislativo autorize a despesa, ela deve constar 
detalhadamente no orçamento, com, além da classificação da 
natureza da despesa (até o 3º nível), todas as demais codificações 
utilizadas: é o chamado Princípio Orçamentário da Especificação 
ou Especialização. 
 
Assim, poderá ser precisamente identificado em que o recurso 
público está sendo utilizado. 
 
Dotação global é uma dotação orçamentária que não consta de 
forma precisa e detalhada onde o recurso público será aplicado. 
 
Reserva de contingência: é uma dotação global não 
especificamente destinada a determinado órgão, unidade 
orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos recursos 
serão utilizados futuramente, quando necessário, para abertura de 
créditos adicionais. Portanto, já que objetiva sanar as 
contingências futuras, não há como estarem especificadas no 
orçamento. 
 
Exceções: Como já foi afirmado acima, a reserva de contingência 
é uma exceção, mas também se encaixa como exceção os 
investimentos em regime de execução especial. 
 
Princípio da Clareza: o orçamento deve ser expresso de forma 
clara, ordenada, completa e acessível à sociedade, observados os 
parâmetros técnicos exigidos pela norma legal. 
 
Lembre-se, não adiantaria publicar o orçamento, mas sem 
ninguém entendê-lo. 
 
Princípio da Uniformidade: o orçamento deve manter uma 
padronização na forma de sua elaboração e configuração de seus 
ana.schwelm
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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 
Professor: José Wesley 
 
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dados ao longo do tempo, possibilitando assim comparações entre 
diferentes anos. Podendo haver mudanças para futuras melhorias. 
 
Princípio da Programação ou Planejamento: Propõe que todos 
os projetos de gastos devem estar devidamente contemplados nos 
instrumentos de planejamento, em especial no orçamento 
propriamente dito, a LOA. 
 
Esse princípio consiste basicamente em programar a execução de 
despesas conforme a entrada de receitas no caixa do tesouro 
nacional. 
 
Isso será efetivado através do SIAFI e sob supervisão do STN e 
órgãos setoriais de programação financeira e ministérios. 
 
A LRF fortalece esse princípio ao estabelecer que a 
responsabilidade na gestão fiscal pressupõe ação PLANEJADA e 
TRANSPARENTE e ainda prevê que até 30 após a publicação dos 
orçamentos, nos termos em que dispuser a LDO, o poder 
EXECUTIVO estabelecerá a programação financeira e o 
cronograma de execução mensal de desembolso. 
 
Créditos Adicionais 
 
Primeiro vamos conceituar o que é dotação: 
 
É o limite de crédito concedido na Lei Orçamentária Anual ou 
crédito adicional para uma determinada despesa. 
 
As dotações inicialmente aprovadas na LOA podem ser 
insuficientes para realizar os programas de trabalho, ou pode 
ocorrer a necessidade de realização de despesa inicialmente não 
autorizada. 
 
Como prova de que o orçamento no Brasil é flexível, a LOA 
poderá ser alterada no decorrer de sua execução por meio de 
créditos adicionais. 
 
Os créditos adicionais são alterações realizadas no orçamento. 
 
Segundo o art. 40 da Lei 4.320/1964, são créditos adicionais as 
autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente 
dotadas na Lei de Orçamento. 
 
Observação!!!! 
 
Segundo o art. 166 da CF/1988, ―os projetos de lei relativos ao 
plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e 
aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do 
Congresso Nacional, na forma do regimento comum‖. 
 
Segundo o art. 46 da Lei 4.320/1964: 
 
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, 
a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for 
possível. 
 
Tipos de Créditos Adicionais: 
 
• Suplementares: são os créditos destinados a reforço de dotação 
orçamentária; Ou seja, despesas previstas no orçamento, mas cujo 
recurso foi insuficiente. 
 
• Especiais: são os créditos destinados a despesas para as quais 
não haja dotação orçamentária específica; 
 
• Extraordinários: são os créditos destinados a despesas urgentes 
e imprevisíveis, como em caso de guerra, calamidade pública ou 
comoção interna (comoção intestina). 
 
CRÉDITOS SUPLEMENTARES: 
 
São os destinados a reforço de dotação orçamentária. Ou seja, 
destinados a despesas cuja dotação disponível se revelou 
insuficiente. Necessitando de recursos suplementar. 
 
Os créditos suplementares terão vigência limitada ao exercício em 
que forem autorizados. 
 
A LOA poderá conter autorização ao Poder Executivo para 
abertura de créditos suplementares até determinada importância ou 
percentual, sem a necessidade de submissão do crédito ao Poder 
Legislativo. 
 
ATENÇÃO!!! 
 
O único crédito adicional que poderá ser autorizado por meio 
da L.O.A é o adicional suplementar. Por isso, constitui uma 
exceção ao princípio da exclusividade. 
 
São autorizados por Lei (podendo ser a própria LOA ou outra 
Lei especial), porém são abertos por decreto do Poder Executivo. 
 
CASO seja autorizado por meio de Lei Especial, segundo as 
LDO‘s a abertura se dá com a sanção e publicação da respectiva 
lei, logo não se faz necessário o decreto do executivo. 
 
Resumindo: 
 
LOA pode autorizar a abertura de créditos suplementares durante 
o exercício financeiro de execução do respectivo orçamento até 
determinada importância ou percentual, sem a necessidade de 
submissão do crédito ao Poder Legislativo. A outra forma é uma 
autorização por meio de lei especial. 
 
CRÉDITOS ESPECIAIS: 
 
São os destinados a despesas para as quais não haja dotação 
orçamentária específica, devendo ser autorizados por lei, mas 
jamais será autorizado por meio da LOA, pois não constitui 
exceção ao princípio da exclusividade. 
 
Note que sua abertura depende da existência de recursos 
disponíveis e de exposição que a justifique. 
 
Os créditos especiais não poderão ter vigência além do exercício 
em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for 
promulgado nos últimos quatromeses daquele exercício, casos 
em que, reabertos nos limites dos seus saldos, poderão viger até o 
término do exercício financeiro subseqüente. 
 
São autorizados por lei especial (não pode ser na LOA), porém 
são abertos por decreto do Poder Executivo. Na União, são 
considerados autorizados e abertos com a sanção e publicação 
da respectiva lei. 
 
Segundo o art. 168 da nossa Constituição, os créditos 
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes 
Legislativos e Judiciários, do 
Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues, 
em duodécimos, até o dia 20 de cada mês. 
 
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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 
Professor: José Wesley 
 
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Muita atenção!! 
 
Na União, são considerados autorizados e abertos com a sanção 
e publicação da respectiva lei. (SEGUNDO DISPÕEM AS LDOs 
de Cada ano) 
 
CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS: 
 
São os destinados a despesas urgentes e imprevisíveis, tais como 
em caso de guerra ou calamidade pública, conforme o art. 167 da 
CF/1988. 
 
Serão abertos por Medida Provisória, no caso federal e de 
entes que possuem tal instrumento, e por decreto do Poder 
Executivo para os demais entes, dando imediato conhecimento 
deles ao Poder Legislativo. 
 
Os créditos extraordinários não poderão ter vigência além do 
exercício em que forem autorizados. 
 
EXCEÇÃO!!!! 
 
Se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses 
daquele exercício, casos em que, reabertos nos limites dos seus 
saldos, poderão viger até o término do exercício financeiro 
subseqüente. 
 
Ou seja, o saldo não aplicado no ano de sua promulgação poderá 
ser reaberto e incorporado ao orçamento do exercício seguinte. 
 
Resumindo: 
 
Assim, de acordo com o art. 167 da CF/88, a abertura de crédito 
extraordinário somente será admitida para despesas 
imprevisíveis, ou seja, aquelas que realmente não poderiam ter 
sido previstas. Será exemplo os casos em que houver uma 
calamidade pública. 
 
Fontes de Recursos 
 
Os créditos suplementares e especiais exigem a indicação da 
fonte de recursos. 
 
Já quanto aos créditos extraordinários, a indicação de fonte é 
permitida, porém não é obrigatória. 
 
FONTES PARA A ABERTURA DE CRÉDITOS 
ADICIONAIS: para a abertura dos créditos suplementares e 
especiais, é necessária a existência de recursos disponíveis para 
ocorrer a despesa. Ela deve, ainda, ser precedida de exposição 
justificada. 
 
Segundo o art. 43 da Lei 4.320/1964, consideram-se recursos para 
esse fim, desde que não comprometidos: 
 
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do 
exercício anterior; 
 
II – os provenientes de excesso de arrecadação; 
 
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações 
orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; 
 
IV – o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que 
juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. 
 
 Superávit financeiro é um conceito estudado na 
Contabilidade Pública, que corresponde a situação em 
que o ativo financeiro (bens e direitos) supera o passivo 
financeiro (obrigações). 
 Já excesso de arrecadação é o saldo positivo das 
diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação 
prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a 
tendência do exercício. 
 
IMPORTANTE!!! 
 
Destaca-se ainda, que para o fim de apurar os recursos utilizáveis, 
provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a 
importância dos créditos extraordinários abertos no exercício. 
 
 
Temos mais uma fonte de recursos para a abertura de créditos 
adicionais, segundo o § 8.o do art. 166 da CF: 
 
§ 8.º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou 
rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem 
despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o 
caso, mediante créditos especiais ou suplementares,com prévia e 
específica autorização legislativa. 
 
ATENÇÃO!! 
 
Neste texto do artigo 166 da CF/88, TEM-SE COM PRECISÃO A 
IDÉIA DE QUE É POSSÍVEL A REJEIÇÃO DA L.O.A 
 
Reserva de Contingência e Reserva do Regime Próprio de 
Previdência do Servidor – RPPS 
 
A Portaria Interministerial SOF/STN 163/2001, alterada pelo 
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – 2.ª edição 
(Portaria Conjunta STN/SOF 2, de 6 de agosto de 2009), define 
ainda como fonte de recursos para créditos adicionais a reserva de 
contingência, que são os destinados ao atendimento de passivos 
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos: 
 
Art. 8.º A dotação global denominada Reserva de Contingência, 
permitida para a União no art. 91 do Decreto-Lei n. 200, de 25 de 
fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a 
ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos 
adicionais e para o atendimento ao disposto no art. 5º, inciso III, 
da Lei Complementar n. 101, de 2000, sob coordenação do órgão 
responsável pela sua destinação, bem como a Reserva do Regime 
Próprio de Previdência do Servidor – RPPS, quando houver, 
serão identificadas nos orçamentos de todas as esferas de 
Governo pelo código“99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às 
classificações por função e subfunção e estrutura programática, 
onde o “x” representa a codificação da sações correspondentes e 
dos respectivos detalhamentos. 
 
Parágrafo único. As Reservas referidas no caput serão 
identificadas, quanto à natureza da despesa, pelos códigos 
“9.9.99.99.99” e “7.7.99.99.99”,respectivamente. 
 
O referido manual destaca que a reserva do RPPS também poderá 
ser utilizada durante o exercício, caso necessário, para a abertura 
de créditos adicionais com o objetivo de atender a 
compromissos desse Regime. 
 
Assim, é uma fonte específica para atender ao RPPS, que não pode 
ser utilizada em outras situações. 
 
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Relembro que a LOA conterá reserva de contingência, cuja 
forma de utilização e montante, definido com base na receita 
corrente líquida, serão estabelecidos na LDO. 
 
Atenção: 
 
A reserva de contingência consta na LOA, MAS a forma de 
utilização e o montante necessário constará na LDO. 
 
 
 
Orçamento Público na Constituição Federal de 1988 
 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do 
Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos 
art. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da 
União, especialmente sobre: 
 
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento 
anual, operações de crédito, dívida pública e emissão de curso 
forçado; 
 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
 
VII – dispor sobre limites globais e condições para as 
operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e 
demais entidades controladas pelo Poder Público Federal. 
 
VIII – disporsobre limites e condições para a concessão de 
garantia da União em operações de crédito externo e interno; 
 
 
Art. 57. O congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital 
Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de 
dezembro 
 
§2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação 
do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. 
 
Art. 61 
 
§1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as 
leis que: 
 
II – disponham sobre: 
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e 
orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos 
Territórios; 
 
 
 
Art. 62 
 
§1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
 
I – relativa a: 
 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e 
créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 
167, s3º. 
 
OBS: A ressalva se faz à abertura de crédito extraordinário que 
vise atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as 
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. 
 
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da 
República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso 
Nacional. 
§1º Não serão objeto de delegação os atos de competência 
exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da 
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada 
à lei complementar, nem a legislação sobre: 
 
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e 
orçamentos. 
 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial da União e das entidades da 
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, 
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, 
e pelo sistema de controle interno de cada Poder. 
 
Art. 84 Compete Privativamente ao Presidente da República: 
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o 
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de 
orçamento previstas nesta Constituição; 
 
OBS: As propostas são encaminhadas ao Congresso por meio 
de Mensagem presidencial em formado de projeto de Lei do 
Congresso Nacional – PLN. 
 
XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de 
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas 
referentes ao exercício anterior; 
 
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente 
da República que atentem contra a Constituição Federal e, 
especialmente, contra: 
 
VI – a lei orçamentária; 
 
Segundo o art. 165 da CF/1988: 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I – o plano plurianual; 
II – as diretrizes orçamentárias; 
III – os orçamentos anuais. 
A organização das ações do Governo está sob a forma de 
programas! 
 
O programa é o instrumento de organização da atuação 
governamental que articula um conjunto de ações orçamentárias 
ou não-orçamentárias, que concorrem para: 
 
 a concretização de um objetivo comum preestabelecido, 
mensurado por indicadores, visando à solução de um 
problema ou 
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Professor: José Wesley 
 
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 o atendimento de determinada necessidade ou demanda 
da sociedade. 
 
Os programas podem abranger atividades desenvolvidas por 
diferentes Ministérios. 
 
Plano Plurianual (PPA) 
 
O PPA é o instrumento de planejamento de médio prazo do 
Governo Federal que estabelece, de forma regionalizada, as 
Diretrizes, os Objetivos e as Metas da Administração Pública 
Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e 
para as relativas aos programas de duração continuada. 
 
Ou seja, o PPA retrata em visão macro as intenções do gestor 
público para um período de quatro anos, podendo ser revisado a 
cada ano. 
 
Observação!!! 
 Despesa de Capital: Encargo que resulta em acréscimo 
do patrimônio do órgão/ entidade que a realiza, aumenta 
sua riqueza patrimonial. 
Ex. Investimentos, Inversões Financeiras, Transferências de 
Capital 
 
 Despesas Correntes: Encargos que não produz 
acréscimo patrimonial, respondendo pela manutenção 
das atividades de cada órgão ou entidade. 
Ex. Despesas de Custeio 
 
Atenção: 
 
Os QUATRO ANOS DO PPA não se confundem com o mandato 
do chefe do Executivo. 
 
O PPA é elaborado no primeiro ano de governo e entrará em vigor 
no segundo ano. A partir daí, terá sua vigência até o final do 
primeiro ano do mandato seguinte. Isso ocorre a fim de manter a 
continuidade dos Programas. Um chefe do executivo (presidente, 
por exemplo) até pode governar durante todo o seu PPA, desde 
que seja reeleito. Porém, como vimos, será o mesmo governante 
em mandatos diferentes. 
 
A LDO surgiu almejando ser o elo entre o planejamento 
estratégico (PPA) e o planejamento operacional (LOA). 
 
A LOA é um instrumento que expressa a alocação de recursos 
públicos, sendo operacionalizada por meio de diversos programas. 
 
A Constituição Federal de 1988 recuperou a figura do 
planejamento na administração pública brasileira. O papel do 
Plano Plurianual nesse contexto é o de implementar o necessário 
elo entre o planejamento de longo prazo e os orçamentos anuais. O 
planejamento de longo prazo encontra, assim, nos sucessivos 
planos plurianuais, as condições para sua materialização. 
 
O PPA representa a mais abrangente peça de planejamento 
governamental, com o estabelecimento de prioridades e no 
direcionamento das ações do governo. 
 
No entanto, entre os instrumentos de planejamento previsto na 
CF/88, o PPA é o que possui critérios de ação e decisão mais 
abstratos para a formulação geral dos objetivos e dos planos de 
trabalho. 
 
DIRETRIZES, OBJETIVOS E METAS 
 
Diretrizes: As diretrizes são normas gerais, amplas, que mostram 
o caminho a ser seguido na gestão dos recursos pelos próximos 
quatros anos. 
 
Ex. a redução das desigualdades econômicas, sociais e regionais 
com sustentabilidade (que deve condicionar todas as demais); a 
integração nacional e sul-americana; o fortalecimento das 
capacidades regionais de produção e inovação e a inserção 
competitiva externa; a conservação/preservação do meio ambiente; 
o fortalecimento da inter-relação dos meios urbano e o rural; e a 
construção de uma rede equilibrada de cidades. 
 
Objetivos: Os objetivos correspondem ao que será perseguido 
com maior ênfase pelo Governo Federal no período do Plano para 
que, a longo prazo, a visão estabelecida se concretize. Devem ser 
passíveis de mensuração, sendo assim acompanhados de 
indicadores e metas que permitam o monitoramento e a avaliação 
dos resultados alcançados por meio das políticas e programas a 
eles associados. 
 
Metas: As metas correspondem à quantificação física dos 
objetivos. 
 
 
IMPORTANTE!!! 
 
Quanto aos investimentos, determina o art. 167 da CF/1988: 
§ 1.º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício 
financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano 
plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime 
de responsabilidade. 
 
 
Na linguagem orçamentária, portanto em todo o nosso 
conteúdo, é diferente! 
 
Investimentos são despesas com: 
 
 Softwares; 
 Com o planejamento e a execução de obras; 
 Com aquisição de imóveis considerados necessários à 
realização das obras e 
 Com a aquisição de instalações, equipamentos e material 
permanente. 
 
Exemplo: construção de um prédio público. 
 
LDO - A Lei de Diretrizes Orçamentárias (Lei Orientadora) 
 
A LDO também surgiu por meio da Constituição Federal de 1988, 
almejandoser o elo entre o planejamento estratégico (Plano 
Plurianual) e o planejamento operacional (Lei Orçamentária 
Anual). Sua relevância reside no fato de ter conseguido diminuir a 
distância entre o plano estratégico e as LOAs, as quais dificilmente 
conseguiam incorporar as diretrizes dos planejamentos 
estratégicos existentes antes da CF/1988. 
 
Segundo o § 2.o do art. 165 da CF/1988: 
 
§ 2.º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e 
prioridades da administração pública federal, incluindo as 
despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, 
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre 
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as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de 
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
 
Logo, a LDO dispõe acerca das normas relativas ao controle de 
custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com 
recursos dos orçamentos. 
 
CF/88: 
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às 
diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos 
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso 
Nacional, na forma do regimento comum. 
(...) 
§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou 
rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem 
despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, 
mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e 
específica autorização legislativa. 
 
NÃO AFETAÇÃO DE RECEITAS (NÃO VINCULAÇÃO DE 
RECEITAS) 
 
CF/88 
Art. 167. São vedados: 
(...) 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou 
despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos 
impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de 
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para 
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de 
atividades da administração tributária, como determinado, 
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a 
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de 
receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º 
deste artigo; 
 
Referente à LDO 
 
Segundo o § 1.o, I e II, do art. 169 da CF/88 
 
§ 1.º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de 
remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou 
alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou 
contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades 
da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas 
e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: 
 
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender 
às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela 
decorrentes; 
 
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes 
orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista. 
 
Assim, é necessária autorização específica na LDO para a 
concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a 
criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de 
carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a 
qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta 
ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder 
público. 
 
No entanto, exceção se dá para as empresas públicas e para as 
sociedades de economia mista, como o Banco do Brasil S.A. 
 
 
Anexo de Metas Fiscais 
 
Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias o Anexo de 
Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em 
valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, 
resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o 
exercício a que se referirem e para os dois seguintes. 
Prosseguindo, temos que o Anexo de Metas Fiscais conterá: 
 
I – avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano 
anterior; 
 
II – demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e 
metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, 
comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e 
evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos 
da política econômica nacional; 
 
III – evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três 
exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos 
obtidos com a alienação de ativos; 
 
IV – avaliação da situação financeira e atuarial: 
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos 
servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; 
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza 
atuarial; 
 
V – demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de 
receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de 
caráter continuado. 
 
Segundo o art. 17 da LRF, considera-se obrigatória de caráter 
continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória 
ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação 
legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. 
 
Logo, a avaliação da evolução do patrimônio líquido por unidade 
administrativa é parte integrante do anexo de metas fiscais da 
LDO, destacando-se a origem e a aplicação dos recursos obtidos 
com a alienação de ativos. 
 
LOA – Lei Orçamentária Anual (Orçamento Propriamente 
dito) 
A Lei Orçamentária Anual é o instrumento pelo qual o poder 
público prevê a arrecadação de receitas e fixa a realização de 
despesas para o período de um ano. A LOA é o orçamento por 
excelência ou o orçamento propriamente dito. 
 
A finalidade da LOA é a concretização dos objetivos e metas 
estabelecidas no PPA. Expressa as políticas desenvolvidas pela 
entidade pública por meio do cumprimento ano a ano das etapas 
do PPA, em consonância com o que foi estabelecido na LDO. 
 
Portanto, orientada pelas diretrizes, objetivos e metas do PPA, 
compreende as ações a serem executadas, seguindo as metas e 
prioridades estabelecidas na LDO. Como os recursos são 
escassos e as necessidades ilimitadas, são necessárias escolhas 
onde naturalmente alguns setores serão mais beneficiados. 
 
 
 
 
 
 
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Segundo o § 5.o, I, II e III, do art. 165 da CF/1988: 
§ 5.º A lei orçamentária anual compreenderá: 
 
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus 
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, 
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, 
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com 
direito a voto; 
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as 
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou 
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos 
pelo Poder Público. 
Logo, os orçamentos que compõem a LOA são conhecidos como 
orçamento fiscal, orçamento de investimentos (ou de 
investimentos das estatais) e orçamento da seguridade social. 
 
Para não errar: os orçamentos que compõem a LOA são 
conhecidoscomo orçamento fiscal, orçamento de investimentos 
(ou de investimentos das estatais) e orçamento da seguridade 
social. 
 
Segundo o § 7.º do art. 165 da CF/1988, os orçamentos fiscais e 
de investimentos das estatais, compatibilizados com o plano 
plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades 
inter-regionais, segundo critério populacional. 
 
Os orçamentos fiscais e de investimentos das estatais, 
compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções 
a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério 
populacional. 
 
Atenção: note que o Orçamento da Seguridade Social não tem a 
função de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério 
populacional. 
 
Logo, o orçamento de investimentos das empresas estatais terá 
entre suas funções a de reduzir as desigualdades inter-regionais, 
segundo critério populacional. 
 
Sobre a Seguridade Social 
 
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a 
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social. 
 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de 
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
 
Quanto à previdência social, fundada na idéia de solidariedade 
social, deve ser organizada sob a forma de um regime geral, sendo 
este de caráter contributivo e filiação obrigatória. 
 
Já a assistência social apresenta característica de universalidade, 
visto que será prestada a quem dela necessitar, independentemente 
de contribuição à seguridade social. 
 
Logo, o orçamento da seguridade social abrange a chamada área 
social e, destacadamente, previdência, saúde e assistência social. 
A Educação integra o Orçamento Fiscal. 
 
Segundo o art. 195 da CF/1988, a proposta de orçamento da 
seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos 
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, 
tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de 
diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus 
recursos. 
 
No entanto, as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios destinadas à seguridade social constarão dos 
respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 
 
Atenção: o orçamento da seguridade social é aplicado a todos os 
órgãos que possuem receitas e despesas públicas relacionadas à 
seguridade social (previdência, assistência e saúde) e não apenas 
àqueles diretamente relacionados à seguridade social, como os 
hospitais que atendem ao Sistema Único de Saúde (SUS). Por 
exemplo, o Ministério do Planejamento possui despesas de 
assistência médica relativa aos seus servidores e essa despesa faz 
parte do orçamento da seguridade social. 
 
Ao contrário do que pode parecer, não há duas leis, uma com os 
orçamentos fiscal e da seguridade social e outra com o orçamento 
de investimento. Na verdade, há uma clara divisão dentro da 
própria lei. Por exemplo, na lei orçamentária anual (LOA) de 2010 
temos o Capítulo II ―DOS ORÇAMENTOS FISCAIS E DA 
SEGURIDADE SOCIAL‖ e o Capítulo III ―DO ORÇAMENTO 
DE INVESTIMENTO‖. Nos volumes que compõem a LOA o 
orçamento de investimento também está separado. 
 
Obs. 
 
Segundo a LRF, uma empresa controlada é uma sociedade cuja 
maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou 
indiretamente, a ente da Federação: União, cada Estado, Distrito 
Federal ou cada Município. 
 
Uma empresa controlada é uma sociedade cuja maioria do 
capital social com direito a voto pertence, direta ou indiretamente, 
a ente da Federação: União, cada Estado, Distrito Federal ou cada 
Município. 
 
Ainda de acordo com a LRF, empresa estatal dependente é uma 
empresa controlada, mas que recebe do ente controlador recursos 
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de 
custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, 
aqueles provenientes de aumento de participação acionária. 
 
Este conceito é importantíssimo, porque, sendo uma empresa 
estatal considerada dependente, ela participará do Orçamento 
Fiscal e da Seguridade Social. Integram o Orçamento de 
Investimentos apenas as chamadas empresas estatais não 
dependentes. 
 
Desta forma, a empresa estatal não dependente é auto-sustentável 
e não faz parte do campo de aplicação da LRF, porém seus 
investimentos integram a LOA por lidar com o dinheiro público. 
Isso ocorre para que a empresa tenha liberdade de atuação e ao 
mesmo tempo o Poder Público tenha controle sobre os 
investimentos dela. 
 
Por exemplo, a Petrobrás é uma Sociedade de Economia Mista e 
estatal não dependente. Não sofre as restrições da LRF porque tem 
que ser dinâmica para concorrer com a iniciativa privada. 
 
Por outro lado, o Estado deve deter o poder para influenciar onde 
ela aplicará seus investimentos e a população deve ter 
conhecimento, por isso ela compõe o Orçamento de Investimentos. 
 
ana.schwelm
Realce
ana.schwelm
Realce
ana.schwelm
Realce
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 
Professor: José Wesley 
 
11 
 
Já as empresas dependentes recebem recursos do Estado para se 
manter, portanto não se sustentam sozinhas. Existem para suprir 
alguma falha de mercado em que a iniciativa privada não quis ou 
não conseguiu êxito e é relevante para a sociedade. Exemplos: 
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Empraba). 
 
Assim, possuem controle total do Estado, seguem a LRF e fazem 
parte do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. 
 
 A separação é tão nítida que a Secretaria de Orçamento 
Federal (SOF) é responsável pelo Orçamento Fiscal e da 
Seguridade Social. 
 
 Já o Orçamento de Investimentos fica a cargo do 
Departamento de Coordenação e Governança das 
Empresas Estatais (DEST). São duas estruturas 
totalmente diferentes integrantes do Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). 
 
 
QUADRO: EMPRESA ESTATAL DEPENDENTE 
É uma empresa controlada, ou seja, e um sociedade cuja 
maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou 
indiretamente, a ente da Federação. 
Porém, que receba do ente controlador recursos financeiros para 
pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou 
de capital. 
Sendo que, no caso das despesas de capital, caso receba apenas 
recursos provenientes de aumento de participação acionária, não 
será considerada estatal dependente. 
Sendo estatal dependente, integrará o Orçamento Fiscal e da 
Seguridade Social. 
Se for não dependente, integrará o Orçamento de 
Investimentos. 
 
Retomando a questão, a lei orçamentária anual (LOA) contém, 
destacadamente, as despesas de investimentos das empresas 
estatais não dependentes. A LOA não contém as despesas de 
custeio das estatais não dependentes 
 
Importante !!! 
 
VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS 
 
A CF/1988 estabelece diversas vedações em matéria orçamentária. 
Algumas dessas vedações nós já vimos nas primeiras aulas. Outras 
estudaremos nas próximas. No entanto, vamos consolidá-las. 
Vejamos as seis primeiras vedações. 
 
São vedados: 
• O início de programas ou projetos não incluídos na lei 
orçamentária anual. 
 
• A realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas 
que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. 
 
• A realização de operações de créditos que excedam o montante 
das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante 
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, 
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. É a regra 
de ouro. 
• A vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, 
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a 
que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as 
ações e serviçospúblicos de saúde, para manutenção e 
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da 
administração tributária, como determinado, respectivamente, 
pelos arts. 198, § 2.º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às 
operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 
165, § 8.º, bem como o disposto no § 4.º deste artigo. É o 
princípio da não vinculação de receitas. 
 
• A abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia 
autorização legislativa e sem indicação dos recursos 
correspondentes. 
 
• A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos 
de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para 
outro, sem prévia autorização legislativa. É o princípio da 
proibição do estorno. 
 
• A concessão ou utilização de créditos ilimitados. É o princípio 
da quantificação dos créditos orçamentários. 
 
• A utilização, sem autorização legislativa específica, de 
recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para 
suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e 
fundos, inclusive daqueles que compõem os próprios orçamentos 
fiscal, de investimentos das estatais e da seguridade social. 
 
• A instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia 
autorização legislativa. 
 
• A transferência voluntária de recursos e a concessão de 
empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos 
Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento 
de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
• A realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do 
regime geral de previdência social com recursos provenientes das 
contribuições sociais a seguir: do empregador, da empresa e da 
entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha 
de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, 
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo 
sem vínculo empregatício; e do trabalhador e dos demais 
segurados da previdência social. 
 
CICLO ORÇAMENTÁRIO 
 
Conceito: O ciclo orçamentário corresponde ao período de tempo 
em que ocorrem todas as atividades típicas do orçamento público, 
desde sua elaboração até a apreciação final. 
 
No Brasil o ciclo orçamentário é um processo contínuo, dinâmico 
e flexível, por meio do qual se planeja, aprova, executa, 
controla/avalia a programação de gastos e arrecadação da 
administração pública. 
 
Muita atenção!! 
 
O ciclo orçamentário não é a mesma coisa que exercício 
financeiro, pois o exercício financeiro coincide com o ano civil, ou 
seja, inicia-se em 1.º de janeiro e se encerra em 31 de dezembro de 
cada ano, conforme dispõe o art. 34 da Lei 4.320/1964. Isso é só a 
fase da execução do ciclo orçamentário. 
 
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Na esfera federal os prazos para o ciclo orçamentário estão no 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) e 
estarão em vigor enquanto não for editada a Lei Complementar 
prevista na CF/1988 para: 
 
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a 
elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de 
diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; 
 
Etapas do ciclo orçamentário: 
 
1. Elaboração/planejamento da proposta orçamentária; 
2. Discussão/estudo/aprovação da Lei de Orçamento; 
3. Execução orçamentária e financeira; e 
4. Avaliação/controle. 
 
 
ELABORAÇÃO DAS PROPOSTAS/PLANEJAMENTO: 
 
 Fixação da meta fiscal, 
 Projeção das receitas, 
 Projeção das despesas obrigatórias e 
 Apuração das despesas discricionárias. 
 
 
Fixação da meta fiscal: 
 
É a primeira etapa da elaboração e representa o ato em que as 
metas de resultado fiscal para o período são definidas. 
 
Dada a orientação da política fiscal, de estimular o crescimento da 
economia sem que isso represente riscos à sua estabilidade, as 
metas fiscais são definidas tendo em vista a produção de 
resultados primários positivos compatíveis com a redução da 
relação dívida pública sobre o Produto Interno Bruto – PIB. 
 
Projeção das receitas não financeiras: 
 
De maneira geral, as receitas não financeiras são as receitas 
administradas (impostos e contribuições em geral), a arrecadação 
líquida do INSS e as receitas não administradas (dividendos, 
receitas próprias, etc.). 
 
Para estimativa da receita líquida disponível para alocação, 
desconta-se da receita total o montante das transferências para 
Estados e Municípios, previstas na Constituição. 
 
Projeção de recursos destinados às despesas obrigatórias: 
 
Constituem obrigações constitucionais ou legais da União. 
 
As principais despesas obrigatórias estão associadas ao pagamento 
de pessoal e encargos, de benefícios da previdência e assistenciais 
vinculados ao salário-mínimo e subsídios e subvenções, entre 
outros. 
 
A alocação das despesas obrigatórias é realizada posteriormente de 
forma diferenciada, dado que, por força de determinação legal, não 
existe discricionariedade por parte do gestor público quanto ao 
montante de recursos a ser associado a essas despesas. 
 
 
 
 
 
Apuração das despesas discricionárias 
 
Definição do montante de recursos que os órgãos setoriais poderão 
manejar para alocação no seu conjunto de programas para o 
período do plano. 
 
O montante de recursos previstos para a realização das despesas 
discricionárias será distribuído pelo Ministério do Planejamento 
entre os órgãos setoriais, tendo como base para essa repartição o 
perfil de gasto de cada órgão e as prioridades de governo. 
 
Definido o limite de gasto discricionário para o período, cada 
Ministério procederá à alocação desses recursos em seus 
respectivos programas, devendo ter como parâmetro para essa 
repartição a orientação estratégica de governo e as orientações 
estratégicas dos ministérios. 
 
O estabelecimento de limites a serem observados pelos órgãos e 
entidades da administração na elaboração de suas propostas 
orçamentárias setoriais é necessário para o atendimento das 
despesas obrigatórias (3° passo) e demais despesas destinadas à 
manutenção de seus níveis atuais de funcionamento 
(discricionárias - 4° passo), além da conveniência de dar 
continuidade aos projetos já iniciados. 
 
Manual Técnico de Orçamento – MTO 
 
O Manual Técnico de Orçamento – MTO determina o papel dos 
agentes no processo de elaboração do Orçamento, 
individualizando as atribuições da Secretaria de Orçamento 
Federal (SOF), dos órgãos setoriais e das unidades 
orçamentárias. 
 
SOF 
 
A SOF tem entre suas atribuições principais a coordenação, a 
consolidação e a elaboração da proposta orçamentária da União, 
compreendendo os orçamentos fiscal e da seguridade social. O 
orçamento de investimentos cabe ao Departamento de 
Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST), órgão 
de assistência direta e imediata ao Ministro de Estado do 
Planejamento, sendo ligado diretamente à Secretaria-Executiva. 
 
Assim, o DEST é responsável pela elaboração do Programa de 
Dispêndios Globais – PDG – e da proposta do Orçamento de 
Investimentos das empresas estatais não dependentes. 
 
Secretaria de Orçamento Federal: o trabalho desenvolvido pela 
SOF, no cumprimento de sua missão institucional, como órgão 
específico e singular de orçamento do Órgão Central do Sistema 
de Planejamento e de Orçamento Federal, o Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão, compreende: 
 
• definição de diretrizes gerais para o processo orçamentário 
federal; 
• coordenação do processo de elaboração dos Projetos de Lei de 
Diretrizes Orçamentárias Anuais – PLDO e do orçamento anual da 
União; 
• análise e definição das ações orçamentárias que comporão a 
estrutura programática dos órgãos e unidades orçamentárias no 
exercício; 
• fixação de normas gerais de elaboraçãodos orçamentos federais; 
• orientação, coordenação e supervisão técnica dos órgãos setoriais 
de orçamento; 
• fixação de parâmetros e referenciais monetários para a 
apresentação das propostas orçamentárias setoriais; 
• análise e validação das propostas setoriais; 
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• consolidação e formalização da proposta orçamentária da União; 
e 
• coordenação das atividades relacionadas à tecnologia de 
informações orçamentárias necessárias ao trabalho desenvolvido 
pelos agentes do sistema orçamentário federal. 
 
Vamos começar com este desenho apenas para encadear as idéias 
no que se refere aos agentes no processo de elaboração do 
Orçamento: 
 
O processo de elaboração do PLOA se desenvolve no âmbito do 
Ministério do Planejamento e envolve um conjunto articulado de 
tarefas complexas. Por ser responsável pela consolidação e 
formalização da proposta orçamentária da União, a SOF conta 
com a participação dos Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário, o que pressupõe a constante necessidade de tomada de 
decisões nos seus vários níveis. 
 
 
 
Vimos que a elaboração da proposta de lei orçamentária, por meio 
de cronograma gerencial e operacional, com etapas claramente 
especificadas e produtos definidos e configurados, é desejável 
porque envolve a necessidade de articulação de tarefas complexas. 
 
Por esse desenho, vemos que há a participação de diferentes 
órgãos — MPOG (Órgão Central) por meio da Secretaria de 
Orçamento Federal (SOF), setoriais e unidades orçamentárias. 
 
Órgão Setorial: o órgão setorial desempenha o papel de 
articulador no seu âmbito, atuando verticalmente no processo 
decisório e integrando os produtos gerados no nível subsetorial, 
coordenado pelas unidades orçamentárias. Sua atuação no 
processo de elaboração envolve: 
 
• estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração da 
proposta orçamentária; 
• avaliação da adequação da estrutura programática e mapeamento 
das alterações necessárias; 
• formalização ao Ministério do Planejamento da proposta de 
alteração da estrutura programática; 
• coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento da 
qualidade das informações constantes do cadastro de programas e 
ações; 
• fixação, de acordo com as prioridades setoriais, dos referenciais 
monetários para apresentação das propostas orçamentárias das 
unidades orçamentárias; 
• definição de instruções, normas e procedimentos a serem 
observados no âmbito do órgão durante o processo de elaboração 
da proposta orçamentária; 
• coordenação do processo de elaboração da proposta orçamentária 
no âmbito do órgão setorial; 
• análise e validação das propostas orçamentárias provenientes das 
unidades orçamentárias; e 
• consolidação e formalização da proposta orçamentária do órgão. 
Exemplos: Setorial do Ministério da Educação, do Ministério da 
Saúde, etc. 
 
 
 
 
 
 
Unidade Orçamentária: a unidade orçamentária desempenha o 
papel de coordenadora do processo de elaboração da proposta 
orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e articulando o 
trabalho das unidades administrativas componentes. Trata-se de 
momento importante do qual dependerá a consistência da proposta 
do órgão, no que se refere a metas, valores e justificativas que 
fundamentam a programação. 
 
De acordo com o art. 14 da Lei 4.320/1964, constitui unidade 
orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo 
órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias. Em 
casos excepcionais, serão consignadas dotações a unidades 
administrativas subordinadas ao mesmo órgão. 
 
As unidades orçamentárias são responsáveis pela apresentação da 
programação orçamentária detalhada da despesa por programa, 
ação orçamentária e subtítulo. Seu campo de atuação no processo 
de elaboração compreende: 
• estabelecimento de diretrizes no âmbito da unidade orçamentária 
para elaboração da proposta orçamentária; 
• estudos de adequação da estrutura programática do exercício; 
• formalização ao órgão setorial da proposta de alteração da 
estrutura programática sob a responsabilidade de suas unidades 
administrativas; 
• coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das 
informações constantes do cadastro de ações orçamentárias; 
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• fixação, de acordo com as prioridades, dos referenciais 
monetários para apresentação das propostas orçamentárias das 
unidades administrativas; 
• análise e validação das propostas orçamentárias das unidades 
administrativas; e 
• consolidação e formalização da proposta orçamentária da 
unidade orçamentária. 
 
Exemplos: cada uma das Universidades Federais, cada um dos 
Institutos Federais de Educação, etc. 
 
Logo, cabe às Unidades Orçamentárias a análise e validação das 
propostas orçamentárias das unidades administrativas. 
 
Resumindo!!! 
 
SOF: coordenação, diretrizes e consolidações gerais. Todos os 
órgãos setoriais seguem a SOF e sugerem alterações a ela. A SOF 
analisa e valida o que vem de todos os órgãos setoriais. 
 
Órgão Setorial: meio-de-campo entre a SOF (geral) e a UO 
(específica). Coordenação, diretrizes e consolidações 
intermediárias, ou seja, apenas no seu âmbito. Segue as regras 
gerais da SOF. O Setorial analisa e valida o que vem de todas as 
suas UOs. 
 
Unidade Orçamentária (UO): é quem efetivamente recebe a 
dotação diretamente na LOA. É onde você vê o crédito 
consignado. Coordenação, diretrizes e consolidações específicas, 
ou seja, apenas no seu âmbito restrito. 
 
Segue as regras gerais da SOF e as regras intermediárias do órgão 
setorial a que está ligado. A UO analisa e valida o que vem das 
suas UAs. 
 
Unidade Administrativa (UA): não tem dotação consignada 
diretamente na 
LOA. Depende da UO, que descentraliza o crédito para a UA. 
Segue as regras gerais da SOF, as intermediárias do Órgão Setorial 
e as específicas da UO a que está ligada. 
 
Obs. Importante: 
 
Os órgãos setoriais (“de cima”) analisam, validam e ajustam as 
propostas das unidades orçamentárias (“de baixo”). 
 
O QUE É UMA UNIDADE GESTORA? 
 
O conceito de Unidade Gestora (UG) não aparece na elaboração 
do orçamento, apenas na execução. A UG é uma unidade 
orçamentária ou administrativa investida do poder de gerir 
recursos orçamentários e financeiros, próprios ou sob 
descentralização. 
 
Demais Poderes e do Ministério Público 
 
Consoante a LRF, o Poder Executivo de cada ente colocará à 
disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no 
mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de 
suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das 
receitas para o exercício subsequente, inclusive da corrente 
líquida, e as respectivas memórias de cálculo. 
 
Isso ocorre porque todos os Poderes (Legislativo, Judiciário e mais 
o Ministério Público) elaboram suas propostas orçamentárias 
parciais e encaminham para o Poder Executivo, o qual é o 
responsável constitucionalmente pelo envio da proposta 
consolidada ao Legislativo. 
 
Consoante o art. 99 da CF/1988, ao Poder Judiciário é 
assegurada autonomia administrativa e financeira. O § 1.º ressalta 
que os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro 
dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes 
na Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
 
Logo, o Poder Judiciário é obrigado a elaborar sua proposta 
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes 
orçamentárias. 
 
Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e 
financeira. No entanto, os tribunais elaborarão suas propostas 
orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente 
com os demais Poderes na Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
 
O Poder Judiciário é obrigado a elaborar sua proposta 
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizesorçamentárias. 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
De acordo com o art. 127 da CF/1988, ao Ministério Público é 
assegurada autonomia funcional e administrativa. O § 3.º ressalta 
que o Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária 
dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias. 
Logo, o Ministério Público também é obrigado a elaborar sua 
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de 
diretrizes orçamentárias. 
 
Todos os Poderes, de acordo com os critérios e limites 
estabelecidos pela LDO, elaboram suas propostas 
orçamentárias parciais e encaminham para o Poder Executivo, 
o qual é o responsável constitucionalmente pelo envio da proposta 
consolidada ao Legislativo. 
 
O Ministério Público não integra a proposta do Executivo. De 
acordo com o art. 127 da CF/1988, ao Ministério Público é 
assegurada autonomia funcional e administrativa. No entanto, da 
mesma forma que os Poderes, o Ministério Público elaborará sua 
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de 
Diretrizes Orçamentárias. 
 
Ainda, as agências reguladoras não encaminham suas propostas 
diretamente ao Congresso Nacional. Seguem as mesmas regras 
gerais de todas as unidades orçamentárias. 
 
Até mesmo o Legislativo envia a sua proposta ao Executivo, para 
que depois ela volte consolida na forma de Projeto de Lei 
Orçamentária ao Congresso Nacional. 
 
De acordo com esse artigo, as leis do PPA, LDO e LOA são de 
iniciativa do 
Poder Executivo: Presidente, Governadores e Prefeitos. 
 
Na esfera federal, a Constituição Federal, em seu art. 84, XXIII, 
determina que 
a iniciativa das leis orçamentárias é de competência privativa do 
Presidente da 
República: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
(...) 
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15 
 
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o 
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de 
orçamento previstos nesta Constituição. 
 
No entanto, importantes doutrinadores consideram tal competência 
exclusiva. 
A diferença que se faz é que a competência exclusiva é 
indelegável e a competência privativa é delegável. O problema é 
que a CF/88 não é rigorosamente técnica nesse assunto. No caso 
das leis orçamentárias, seriam matérias de competência exclusiva 
do presidente da república, porque são atribuições indelegáveis. 
 
Segundo o art. 85 da CF/1988, constituem crime de 
responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem 
contra a lei orçamentária. 
 
Na esfera federal os prazos para o ciclo orçamentário estão no § 
2.o, I a III, do art. 35 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias (ADCT): 
 
§ 2.º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o 
art. 165, § 
9.º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: 
I – o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do 
primeiro exercício financeiro do mandato presidencial 
subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do 
encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para 
sanção até o encerramento da sessão legislativa; 
II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado 
até oito meses e meio antes do encerramento do exercício 
financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do 
primeiro período da sessão legislativa; 
III – o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado 
até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e 
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. 
 
Nos estados e municípios os prazos do ciclo orçamentário devem 
estar, respectivamente, nas Constituições Estaduais e nas Leis 
Orgânicas. 
Logo, o Poder Executivo Federal tem o dever de, até 31 de agosto 
do primeiro ano do mandato presidencial, enviar ao Congresso 
Nacional a proposta do 
Plano Plurianual. 
 
Lei complementar citada na Constituição (AINDA NÃO 
EXISTE) 
 
Veja os incisos I e II do § 9.o do art. 165 da CF/1988: 
 
§ 9.º Cabe à lei complementar: 
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a 
elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de 
diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; 
 
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da 
administração direta e indireta bem como condições para a 
instituição e funcionamento de fundos. 
 
Enquanto não sai tal lei complementar, os prazos estão 
discriminados no Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias (ADCT). 
 
 
Cuidado: a Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000, 
conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), 
estabelece normas de finanças públicas voltadas para a 
responsabilidade na gestão fiscal, porém sua função não foi de 
preencher as lacunas da Lei 4.320/1964. Ela também não é a Lei 
prevista no § 9.º do art. 165, apesar de tratar de alguns temas 
comuns. Outra lei complementar deve ser editada. Atualmente, na 
ausência dessa lei, naquilo que a Lei 4.320/1964 não dispõe, é a 
LDO que preenche esse vácuo legislativo. 
 
PRAZOS 
 
PPA: 
Encaminhamento ao CN: até 4 meses antes do encerramento do 
1º exercício financeiro (31.08). 
Devolução para sanção: até o encerramento da sessão legislativa 
(22.12) 
 
 
LDO: 
Encaminhamento ao CN: até 8 meses e 1/2 antes do 
encerramento do exercício financeiro (15.04). 
Devolução para sanção: até o encerramento do primeiro período 
da sessão legislativa (17.07). 
 
 
LOA: 
Encaminhamento ao CN: até 4 meses antes do encerramento do 
exercício financeiro (31.08). 
Devolução para sanção: até o encerramento da sessão legislativa 
(22.12). 
 
 
Incongruência (PPA E LDO) 
 
Repare que no 1.° ano do mandato do Executivo é aprovada a 
LDO para o anoseguinte antes do envio do PPA! E mais, o PPA é 
enviado e aprovado nos mesmos prazos da LOA! Veja que 
incongruência, pois neste primeiro ano não há integração. A LDO 
deveria sempre seguir o planejamento do PPA. 
 
A CF fala em ―até‖. No entanto, na prática, as três leis 
orçamentárias sãosempre encaminhadas no limite do prazo. 
Logo, no primeiro ano do mandato presidencial, não há condições 
objetivas de compatibilizar a LDO com o PPA, pois a LDO para o 
ano seguinte é aprovada antes do envio do PPA. 
 
E se o Executivo não enviar no prazo a sua proposta para 
apreciação do Legislativo? 
 
A Lei 4.320/1964 dispõe sobre o caso do Executivo não enviar no 
prazo a sua proposta para apreciação do Legislativo: 
 
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado 
nas 
Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder 
Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento 
vigente. 
 
Assim, caberá ao Poder Legislativo apreciar novamente o 
orçamento vigente como se fosse uma nova proposta! Ignora que 
diversos programas se exaurem 
ao longo do exercício, mas essa é a única previsão legal, já que a 
CF/1988 não traz nenhuma diretriz. 
Atenção: tal previsão está na Lei 4.320/1964 e não na 
Constituição Federal. 
 
E se o Poder Executivo enviar a proposta e o Congresso 
Nacional não votá-la,como afirma a questão? 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 
Professor: José Wesley 
 
16 
 
 
O caso do Legislativo não devolver o PLOA para a sanção é 
tratado apenas nas LDOs, que estabelecem regras para a realização 
de despesas essenciais até que ele seja devolvido ao Executivo. 
 
Porém não há nenhuma previsão constitucional. 
 
E o que as LDOs dizem? 
 
A cada ano, as LDOs determinam que se o Projeto de Lei 
Orçamentária – PLOA não for sancionado pelo Presidente da 
República até 31 de dezembro do ano corrente, a programação 
dele constante poderá ser executada até o limite de 1/12 (um doze 
avos) do total de cada ação prevista no referido Projeto de Lei, 
multiplicado pelo número de meses decorridos até a sanção da 
respectiva lei. Por exemplo, se o PLOA não for aprovado até

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