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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CIV347 – SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DE REDES COLETORAS DE ESGOTOS 2 Itens a serem abordados: • Diâmetro da tubulação • Declividade mínima • Tensão trativa • Cálculo da lamina • Velocidade máxima • Declividade máxima • Velocidade crítica • NBR 9649 - Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO 3 Dimensionamento Hidráulico - Resumo 4 Projeto de Redes Coletoras de Esgoto - Dimensionamento Hidráulico 1. Para todos os trechos da rede devem ser estimadas as vazões de início e fim de plano (Qi e Qf ). ➢ Recomenda-se como o menor valor de vazão, 1,5 L/s em qualquer trecho. 2. Os diâmetros a empregar devem ser previstos nas normas e especificações brasileiras relativas aos diversos materiais, o menor não sendo inferior a DN 100 mm (ou 150 mm – Observar as normas do prestador de serviços). 3. A declividade de cada trecho da rede coletora não deve ser inferior à mínima admissível calculada de acordo com 4 e nem superior à máxima calculada segundo o critério de 5. 5 5 4. Cada trecho deve ser verificado pelo critério de tensão trativa média de valor mínimo t = 1,0 Pa, calculada para a vazão inicial (Qi), para coeficiente de Manning n=0,013. A declividade mínima que satisfaz essa condição pode ser determinada pela expressão aproximada: (Imin em m/m e Qi em L/s) ➢ Para coeficiente de Manning diferente de 0,013, os valores de tensão trativa média e declividade mínima a adotar devem ser justificados. Imin = 0,0055 Qi −0,47 Projeto de Redes Coletoras de Esgoto - Dimensionamento Hidráulico 6 5. A máxima declividade admissível é aquela para a qual se tenha Vf = 5 m/s (evitar desgastes e erosão de materiais). 6. Quando a velocidade final Vf é superior à velocidade crítica Vc, a maior lâmina admissível deve ser 50% do diâmetro do coletor, assegurando-se ventilação do trecho; ➢ A velocidade crítica é definida por: Projeto de Redes Coletoras de Esgoto - Dimensionamento Hidráulico No qual: g é a aceleração da gravidade 7 Velocidade crítica e escoamento aerado O Fenômeno (escoamento aerado) ➢Estudos realizados por VOLKART (Alemanha) 1980 ➢Depende do Adimensional: número de BOUSSINESQ: ➢Mistura água-ar (Esc. Aerado) inicia quando B = 6,0 portanto... Norma da ABNT NBR 9649/1986 ➢ Quando a velocidade final Vf for superior à velocidade crítica Vc, a maior lâmina admissível deve ser 50% do diâmetro do coletor, assegurando-se ventilação do trecho; no qual g é a aceleração da gravidade e RH, o raio hidráulico 8 7. As lâminas d’água devem ser sempre calculadas admitindo o escoamento em regime uniforme e permanente, sendo o valor máximo, para a vazão final (Qf), igual ou inferior a 75% do diâmetro do coletor (ou 50% quando Vf >Vc). 8. Condição de controle de remanso: Sempre que a cota do nível de água de saída de qualquer PV ou TIL está acima de qualquer das cotas dos níveis d’água de entrada, deve ser verificada a influência do remanso no trecho de montante. Projeto de Redes Coletoras de Esgoto - Dimensionamento Hidráulico y/D ≤ 0,75 ou y/D ≤ 0,50 se Vf >Vc 9 CONTROLE DE REMANSO Quando existe aumento do diâmetro no trecho a jusante (e sempre que o recobrimento corresponde ao mínimo), pode- se controlar o remanso alinhando as tubulações pela geratriz superior: a profundidade do TIL ou PV é acrescida da diferença entre os diâmetros PV 10 CONTROLE DE REMANSO 10 Quando o recobrimento é superior ao mínimo e existe aumento do diâmetro no trecho a jusante, outra alternativa é controlar o remanso alinhando as tubulações pelo nível d’água no final de plano: a profundidade do TIL ou PV é acrescida da diferença entre as lâminas (y=D*y/D) PV 11 NUMERAÇÃO DOS TRECHOS... 12 Como calcular a declividade... Quando o coletor a montante está com a profundidade ou recobrimento mínimo e a declividade do terreno é maior ou igual a declividade mínima: a declividade no trecho fica igual a declividade do terreno e a profundidade tanto a montante, como a jusante, fica igual ao recobrimento mínimo mais o diâmetro da tubulação L zi − zf I = zi zf L rmin rmin 13 Quando a declividade do terreno é menor que a declividade mínima (plano ou até negativa): a declividade no trecho fica igual à declividade mínima e a profundidade (ou o recobrimento) a jusante pode ser calculada L I I = Imin (zi − ri )− (zf − rf ) = zf zi L ri rf > rmin Como calcular a declividade... 14 Se o coletor a montante está acima da profundidade ou recobrimento mínimo e a declividade do terreno > Imin.: procura retornar para a profundidade ou recobrimento mínimo se o I resultar inferior à mínima, utilizar a Imin.... zi zf L ri > rmin rf = rmin Como calcular a declividade... 15 procura-se manter ou retornar o recobrimento a jusante para o mínimo, se não for possível vale a declividade mínima Existe uma regra geral que cobre todos os casos anteriores: zi zf L ri rf Como calcular a declividade... 16 p = r + D → (fundo da vala) cada diâmetro vai resultar um valor diferente de I, pode fazer por tentativa e erro com diferentes diâmetros... zi zf L pi rf Complica um pouco quando a profundidade é fixa: Como calcular a declividade... 17 Quando a declividade do terreno for muito acentuada: Utilizar declividade máxima nos trechos com rmin à jusante Utilizar degraus ou PVs com tubos de queda Pode ser necessário reduzir a distância entre os PVs ou TILs (L < 100 m) Como calcular a declividade... 18 No qual: = tensão trativa média (Pa) F = peso do líquido de um trecho L (N) T = componente tangencial de F (N) α = ângulo de inclinação da tubulação (°) A tensão trativa é definida como uma tensão tangencial exercida sobre a parede do conduto pelo líquido escoado. = T = A L sen P L P L = RH sen = RH I 1,0Pa = peso específico do líquido, 104 N/m3 para o esgoto RH = raio hidráulico (m) I = declividade da tubulação (m/m) P = perímetro molhado da seção (m) A = área molhada da seção (m2) I ≈ senσ σ TENSÃO TRATIVA OU TENSÃO DE ARRASTE F = A L T = F sen = A L sen 19 I = 0,0055Q-0,47 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10010 Vazão (l/s) D e c li v id a d e (m /m ) Ajuste para min = 1 Pa e n=0,013, para diâmetros variando de 100 mm a 400 mm e Y/D ≤ 0,75 DECLIVIDADE MÍNIMA 20 DIÂMETRO, VELOCIDADE MÁXIMA E DECLIVIDADE MÁXIMA Critério de Projeto: Lâmina máxima (y/D) = 0,75 ou 75%, e para manter esta lâmina, o diâmetro mínimo necessário pode ser calculado diretamente por (para n=0,013): Para manter a velocidade máxima em 5 m/s, pode ser utilizada a expressão aproximada da declividade máxima (válida para n=0,013): I = 4,65 Q −0,67 max f Q 0,375 D = 0,046 f I 21 Profundidade nas singularidades... É imposta pela profundidade da tubulação de saída, que depende da maior profundidade dos trechos que chegam (a montante do TIL ou PV) Pode ser necessário aprofundar um pouco mais em relação ao tubo mais baixo de chegada, para controle de remanso (se o diâmetro a jusante for maior que de um ou mais trechos a montante) Lembrete: o controle do remanso pode ser feito alinhando as tubulações pela geratriz superior ou pelo nível da lâmina líquida no final de plano 22 RECURSOS COMPUTACIONAIS PARA DIMENSIONAMENTO: Exemplo com planilha eletrônica 23 campos com fundo verde: preenchidos pelo usuário campos com fundo branco: calculados automaticamente RECURSOS COMPUTACIONAIS PARA DIMENSIONAMENTO: Exemplo com planilha eletrônica 24 26 Apresentação dos Resultados: 25 Exemplo com softwares: AutoCAD 3D SewerCAD Suwin ETEx SANCAD InfraCAD Sistema UFC RECURSOS COMPUTACIONAIS PARA DIMENSIONAMENTO: 26 PROJETO DE REDES DE ESGOTOS - Detalhamento e Informações 27 PROJETO EXECUTIVO DE REDES DE ESGOTOS Plantas Detalhadas PerfisDetalhados Elementos gráficos: 28 Perfil do coletor (tronco ou interceptor) 29 POSIÇÕES PARA LOCAÇÃO DOS COLETORES 30 Largura de faixa de servidão para implantação de coletores 31 PROFUNDIDADES MÍNIMAS DAS REDES 31 Sabesp