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OBESIDADE A obesidade é um agravo multifatorial originado, na maioria dos casos, pelo desbalanço energético, quando o indivíduo consome mais energia do que gasta. Esse desbalanço energético positivo resulta em ganho de peso. Há diversos métodos para avaliar se o peso de uma pessoa é excessivo, mas o mais utilizado é o IMC.(peso/altura2). O padrão alimentar inadequado associado ao sedentarismo, em geral, não é favorável à saúde da população. A obesidade é uma doença e um fator de risco para outras doenças, como hipertensão e diabetes. A prevalência da obesidade é de 50% na população brasileira, que duplica a partir dos 25 anos e é maior entre os que têm menor escolaridade. De modo geral, o IMC pode classificar um indivíduo em: ○ Desnutrido (baixo peso); ○ Eutrófico (peso adequado); ○ Sobrepeso (peso acima do adequado); ○ Obeso (pode estar desnutrido a nível de qualidade alimentar). Essa classificação tem diferentes pontos de corte que variam de acordo com a idade e sexo (menores de 19 anos de idade); de acordo com a semana gestacional (em mulheres grávidas) e entre idosos. Para adultos, esses pontos são: Procedimentos iniciais para avaliação do perfil alimentar e nutricional . ⇨ Anamnese completa ○ Hábitos alimentares, disponibilidade de alimentos, benefícios assistenciais recebidos (cesta básica, bolsa família etc.). ○ Nível de atividade física (todas as atividades ○ Uso de fármacos. ⇨ Exame completo ○ Peso, altura, circunferência abdominal, cálculo do IMC. ○ Sinais sugestivos de endocrinopatias e/ou deficiência de micronutrientes. ⇨ Exames complementares ○ Avaliar exames bioquímicos. . Fármacos associados a ganho de peso . A classificação de risco aumentado para doenças cardiovasculares de acordo com a circunferência de cintura é diferente para homens e mulheres: ○ Mulheres: maior ou igual a 80 cm. ○ Homens: maior ou igual a 94 cm. As recomendações dos teores de lipídios ou gorduras no sangue: Doenças endócrinas associadas ao excesso de peso . Papel da atenção básica nos transtornos alimentares . A atenção básica tem um papel importante que compreende a identificação e rastreamento dos casos de transtorno alimentar. A atuação do NASF nesse contexto pode ainda remeter ao uso do recurso Projeto Terapêutico Singular (PTS), para traçar estratégias com o portador de transtorno alimentar segundo recursos da equipe, da família, do território e do próprio sujeito. As principais estratégias para prevenção e controle da obesidade em âmbito micro, são: ○ Indivíduos e famílias: buscar a melhoria de sua própria qualidade de vida, por meio de adoção de hábitos de vida saudáveis, que incluam alimentação equilibrada, atividade física, lazer e convívio social. ○ Indivíduo e comunidade: formar grupos de apoio para fortalecer o combate à obesidade, tornando-se também agentes promotores de saúde. As ações podem incluir grupos de práticas corporais, trocas de receitas, oficinas culinárias, hortas comunitárias, roda de experiências, entre outras. ○ ESF/UBS e sua relação com indivíduos e famílias: promover o conhecimento a respeito dos fatores determinantes de adoecimento, assim como dos recursos necessários para melhoria da qualidade de vida e a prevenção de doenças e agravos. ○ ESF/UBS e sua relação com a comunidade: estimular o fortalecimento de lideranças comunitárias e a participação dos moradores no conselho local de saúde, incentivando-os a participar dos processos de decisão dos setores públicos e privados que exerçam influência na saúde da comunidade. ⇨ Cabe à ESF/UBS: ○ Realizar rastreamento do estado nutricional (peso,altura/comprimento e circunferência abdominal) de seus usuários para identificação precoce de excesso de peso e de obesidade em crianças, adolescentes e adultos. O rastreamento deve ser realizado nas consultas e atividades programáticas e espontâneas de rotina. Em adição, a equipe de Saúde da Família deve organizar a busca ativa dos indivíduos por meio de mutirões ou em situações oportunas, como campanhas de vacinação, Dia Mundial de Combate à Obesidade e Semana da Alimentação Saudável. ○ Realizar grupos de educação nutricional e de qualidade de vida que estimulem o senso crítico e a capacidade de escolha, valorizarem o conhecimento e envolvimento da comunidade, e nos quais sejam trabalhados temas relacionados à alimentação saudável, como: estratégias para redução de sódio e de gordura na preparação de alimentos; análise crítica de rótulos e propagandas; estímulo ao consumo de frutas e vegetais da estação; estímulo ao consumo de leguminosas; estímulo à produção caseira de alimentos em contraposição à compra de alimentos industrializados; técnicas colunarias; higiene e conservação de alimentos e preparações; criação de hortas domiciliares; reflexão sobre práticas alimentares e sociedade. ○ Promover grupos de caminhada, dança, alongamentos,ioga, relaxamento e outras práticas corporais para o público adulto e infantil. ○ Exercitar a intersetorialidade, com escolas, igrejas, associação de moradores e outros equipamentos públicos ou privados da comunidade. Os espaços intersetoriais podem auxiliar na promoção de saúde com recursos humanos ou materiais em atividades de práticas corporais, oficinas culinárias, educação alimentar e nutricional, na criação de hortas comunitárias, entre outros. ○ Estimular, individual e coletivamente, o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e o aleitamento materno complementado por dois anos ou mais. ○ Realizar atividades coletivas de prevenção secundária, como grupos de hipertensos e de diabéticos. ○ Buscar o auxílio do NASF para planejar as ações individuais e coletivas de prevenção e controle da obesidade, de acordo com as dificuldades e potencialidades locais, considerando os recursos físicos e pessoais existentes. ○ Articular-se com as Redes de Atenção à Saúde (RAS), em níveis secundário e terciário, assumindo a corresponsabilidade nos casos de obesidade que necessitem de atenção especializada. ⇨ Cabe à comunidade: ○ Buscar a segurança das vias públicas, ser agente de promoção de saúde, exigir alimentação de qualidade nas escolas do bairro, propor melhorias aos serviços de saúde da comunidade e aos outros equipamentos públicos e privados locais. ○ Organizar-se e ter voz ativa em associações de condomínios, associação de moradores, associação de pais e mestres nas escolas e participar do conselho local de saúde para lutar pelos direitos da comunidade, assim como fazer com que os indivíduos cumpram seus deveres de cidadãos. Cada classificação de IMC leva a atividades diferentes na atenção à saúde na atenção básica para indivíduos adultos: Indivíduo com IMC normal: ○ Garantir a oferta de ações de promoção da alimentação adequada e saudável e atividade física, seja na UBS ou em outros espaços no território, como as academias de saúde, os clubes, praças etc. ○ Diet refere-se ao produto que apresenta restrição de algum tipo de nutriente, principalmente de açúcar, mas também pode ser isento de gorduras, proteínas, sódio e outros. Inicialmente, esses produtos foram desenvolvidos “sem açúcar” para os diabéticos, mas, com o tempo, os alimentos foram se diversificando e passaram a atender a uma série de outras necessidades de saúde e de estética. ○ Light se refere a alimentos que apresentam redução calórica ou de outros componentes de, pelo menos, 25% em relação ao produto original. Para que isso seja feito, há uma redução na quantidade de algum nutriente, como carboidratos, gorduras, proteínas ou sódio. ○ Atenção: tanto os produtos diet quando os light podem apresentar um valor calórico significativo. Em alguns casos, um produto diet pode ser até mais calórico do que o não diet. Um bom exemplo é o chocolate diet, em cujo processo de produção é retirado o açúcar e aumentada a quantidade de gordura. Indivíduo com sobrepeso e sem comorbidades: ○ As equipes de AB devem organizar, com estes indivíduos, planos de cuidado para retornar à faixa de IMC normal, preferencialmente com a formação de grupos operativos de formaa otimizar a oferta do cuidado. Indivíduo com sobrepeso e comorbidades (HAS e DM): ○ Incluir os indivíduos nas atividades em grupo; ○ Avaliar a necessidade de prescrição dietética individual pelo nutricionista; ○ Esta decisão deve ser discutida entre a equipe de referência da AB e a equipe de apoio matricial, que pode ser a equipe do NASF. Indivíduo obeso, com ou sem comorbidades: ○ As equipes de referência da AB com as equipes de apoio matricial devem avaliar a necessidade e organizar a oferta para estes indivíduos; ○ Ofertar, quando for o caso, terapia comportamental e farmacoterapia no âmbito da AB; ○ Ofertar ações em grupo para promoção da alimentação adequada e saudável e atividade física. Os casos mais complexos ou com IMC > 40 deverão ser assistidos em serviços de atenção especializada (ambulatorial ou hospitalar). O CEDEBA acompanha também os casos de obesidade grau II com comorbidades. Estratégias de abordagem . ○ Nutricional ( junto ao apoio matricial); ○ Cognitivo comportamental (psiquiatra); ○ Atividade física; ○ Promoção e educação em saúde. Tratamento . ○ Dietoterápico; ○ Medicamentoso; ○ Cirúrgico.
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