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PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA Sandra Muttoni Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Revisão técnica: Juliana S. Closs Correia Nutricionista (Centro Universitário São Camilo) Mestre em Biologia Odontológica (UNITAU) Especialista em Metodologia do Ensino Superior (UniSL) Coordenadora do Curso de Nutrição do UniSL Secretária da Associação Brasileira de Educação em Nutrição (ABENUT) M992p Muttoni, Sandra. Patologia da nutrição e dietoterapia / Sandra Muttoni ; revisão técnica: Juliana S. Closs Correia. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 373 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-100-6 1. Nutrição - Doença. 2. Dietoterapia. 3. Nutrição – Alimentação I. Título. CDU 616.39 Iniciais_Patologia da nutrição e dietoterapia.indd 2 27/06/2017 17:40:07 Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino: obesidade e cirurgia da obesidade Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: n Reconhecer a � siopatologia da obesidade e as suas principais causas. n Listar os cuidados nutricionais no tratamento clínico da obesidade. n Identi� car a conduta nutricional na abordagem cirúrgica da obesidade. Introdução Atualmente, a obesidade representa um dos maiores problemas de saúde pública. Além de ser uma das doenças crônicas não transmissíveis com maior crescimento epidemiológico mundial, também é causa de outras enfermidades, tais como as cardiovasculares, o diabetes, o câncer e a síndrome metabólica. Muitos são os fatores envolvidos na gênese da obesidade, sendo que a mudança comportamental direcionada ao padrão alimentar e à atividade física representam a base para o tratamento desta complexa enfermidade. Neste capítulo, você vai estudar a fisiopatologia da obesidade e os as- pectos nutricionais envolvidos em sua gênese, assim como a abordagem nutricional específica para os tratamentos clínico e cirúrgico. Fisiopatologia e etiologia da obesidade A obesidade é um grande problema de saúde pública, sendo considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a epidemia silenciosa do século XXI. Trata-se de uma doença crônica, com enorme prevalência nos países desen- volvidos. Afeta homens e mulheres de todas as raças e idades e está associada a taxas elevadas de morbimortalidade, tanto pelas repercussões metabólicas e cardiovasculares quanto pela importância e prevalência como causa de outras enfermidades, destacando-se o diabetes e a hipertensão arterial. A obesidade é definida, de forma conceitual, como uma doença multifa- torial na qual ocorre acúmulo anormal de gordura corporal – capaz de afetar a saúde –, resultante de um desequilíbrio permanente e prolongado entre a ingestão calórica e o gasto energético, sendo que o acúmulo de calorias se armazena como tecido adiposo. Essa equação simples depende, no entanto, de uma complexidade de mecanismos reguladores, que, em cada indivíduo e em cada momento, asseguram a homeostasia energética. Esses mecanismos envolvem vários núcleos no sistema nervoso central (especificamente, o hipotálamo), mas também o tubo digestivo e o tecido adiposo, ambos com capacidade de receber e fornecer informação reguladora, sob a forma de hormônios, neurotransmissores ou outras substâncias de ação autócrina ou parácrina. A complexidade e a redundância desses mecanismos reguladores, ainda não completamente esclarecidos, constituem uma barreira ao estabe- lecimento de terapias eficazes para a obesidade, fato que está ligado à grave progressão da doença. O índice de massa corporal (IMC) é uma média que classifica a obesidade em três tipos: n tipo I – IMC entre 30 e 34,9 kg/m2; n tipo II – IMC entre 35 e 39,9 kg/m2) ; n tipo III (obesidade considerada extrema ou mórbida) – IMC maior ou igual a 40 kg/m2. O IMC é considerado normal se estiver entre 18,5 e 24,9; caso esteja entre 25 e 29,9, já se pode considerar a pessoa com sobrepeso. Indivíduos com IMC menor que 18,5 estão abaixo do peso. O IMC superior a 30 – considerado obesidade – indica maior suscetibilidade da pessoa em desenvolver comor- bidades, e os tratamentos indicados podem ser cirúrgico, farmacoterápico ou Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino...2 por orientação clínica. Tais tratamentos podem variar de acordo com o IMC, o lugar e/ou o médico com quem o paciente está sendo tratado. Outro método para diagnosticar a obesidade é pela medição da gordura corpórea – homens com mais de 25% e mulheres com mais de 30% de gordura são considerados obesos. Aspectos fisiopatológicos da obesidade A fi siologia da obesidade deve ser estudada, pois, além de ser considerada um problema estético, pode causar várias doenças, devendo ser tratada com seriedade pela saúde pública. A gordura corporal é uma massa composta por ácidos graxos e glicerol, formando tecidos gordurosos, que têm por função o armazenamento de energia e o isolamento térmico. Existem dois tipos de tecidos gordurosos no corpo humano: a gordura branca e a marrom. A gor- dura branca se concentra principalmente no tecido intramuscular, no tecido subcutâneo e na cavidade abdominal. A gordura marrom é bem menor e se encontra na região interescapular e cervical posterior. Existem três tipos de obesidade segundo as células de gordura: n a hipertrófica, que ocorre pelo aumento do tamanho das células e não pela quantidade; n a hiperplásica, que ocorre pelo aumento da quantidade de células; n a mista, que é a forma associada das duas anteriores. Durante o primeiro ano de vida, ocorre um aumento no tamanho e na quantidade das células de gordura (adipócitos). Mais tarde, esse aumento continua, principalmente entre os 9 e os 13 anos, sendo que as mulheres têm um número maior de células adiposas que os homens. Estudos recentes mostram que novas células podem se originar dos pré-adipócitos em qualquer estágio da vida, portanto, a obesidade desenvolvida na vida adulta apresenta, além do aumento de tamanho, elevação no número de células armazenadoras de gorduras do tecido subcutâneo. A obesidade é uma doença que resulta da interação entre vários fatores, como o genótipo e as exposições do indivíduo ao ambiente onde vive. O mecanismo de controle genético, que influencia em 40% na prevalência da obesidade, é expresso na transcrição, tradução e expressão de hormônios envolvidos na regulação do apetite, nas variações do metabolismo basal, no efeito termogênico dos alimentos e na utilização metabólica dos nutrientes 3Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino... energéticos. Existem hormônios que indicam sinais de curto prazo, como a colecistocinina (CCK), o peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1) e a grelina, todos produzidos pelo trato gastrintestinal (TGI). Os dois primeiros atuam promovendo a sensação de saciedade após uma refeição, e o último aumenta o apetite logo antes de se alimentar. Há também aqueles de sinais em longo prazo, que estão relacionados com a manutenção da quantidade normal de estoque energético no corpo, como a insulina (secretada pelo pâncreas) e a leptina, produzida pelos adipócitos. A leptina é secretada de acordo com a quantidade de gordura presente dentro do adipócito. Assim, se a pessoa ingere muitas calorias, ocorre o armazenamento de lipídeos e a liberação de leptina, indicando ao hipotálamo que a pessoa não precisa se alimentar mais. Caso ocorra ausência de leptina, a pessoa tende a se tornar obesa por comer muito, já que a redução do apetite não ocorre com o aumento dos adipócitos, conforme deveria. A insulina interfere no metabolismo dos nutrientes que o corpo recebe. É ela quem promove a entrada de glicose nos músculos e adipócitos. Ao se ligar aos receptores tirosinacinase, a insulina desencadeia uma série de reações, como a mobilização das vesículas intracelulares que contêm o transportador de glicose GLUT4, fazendo-o se ligar à membrana plasmáticae permitindo que a glicose seja captada pela célula. Atua também na regulação do metabo- lismo ao promover a ativação de enzimas envolvidas na glicólise, na síntese de glicogênio e de triacilglicerol. A herança da obesidade também pode ser devida a alterações cromossômicas, como a trissomia 21 – conhecida como síndrome de Down – e a monossomia do X, que é a síndrome de Turner, as quais predispõem maior acúmulo de gordura. A obesidade é causada pela interação desses genes com o meio ambiente e com os hábitos de vida do indivíduo. Assim, mesmo que a pessoa tenha genética favorável a um corpo magro, sua rotina e seus hábitos alimentares podem levá-la à obesidade, da mesma forma que alguém com tendências genéticas ao sobrepeso pode evitar ou atenuar o acúmulo de gorduras com alimentação adequada e atividade física. A obesidade e suas principais causas A fi siopatologia da obesidade passa por diferentes sistemas, sendo complexa e multifatorial, resultante do controle inapropriado do balanço energético. Assim, quando se fala de causa, não se pode esquecer os diferentes fatores envolvidos: Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino...4 Fator ambiental: responsável por hábitos familiares e populacionais como parte do aprendizado alimentar de novas gerações. Os fatores ambientais ini- ciam já na gravidez – a desnutrição no último trimestre de gestação diminui a probabilidade de obesidade adulta, e a exposição do feto ao ambiente diabético aumenta as chances de a criança ser obesa e desenvolver diabetes. A obesidade infantil é talvez o fator que mais contribui para a continuidade da obesidade na vida adulta. A criança ainda não se alimenta sozinha e segue os hábitos familiares; caso estes hábitos sejam ruins, a criança pode se acostumar com eles, e uma mudança posterior é muito difícil. Além disso, nos primeiros anos de vida, a multiplicação dos adipócitos é particularmente intensa. Fator sociocultural: a alimentação faz parte de costumes e rituais milenares, infl uenciando diretamente o apetite, a recompensa e o prazer ligados ao ato de comer. Maus hábitos alimentares, como a ingestão de alimentos calóricos, pode resultar no recebimento de maior energia, pois uma grande parcela de indivíduos só para de comer quando está saciada (que é referente ao volume de alimento consumido). Fator hormonal: fator determinante na homeostase do complexo sistema fi siológico energético, controlando a fome e a saciedade. A leptina é um hor- mônio peptídico secretado pelas células adiposas; ela promove a diminuição da produção hipotalâmica de estimuladores do apetite, aumenta a atividade simpática que aumenta a taxa metabólica e o gasto energético, promove o aumento da produção de hormônio liberador da corticotropina que diminui a ingestão alimentar e diminui a produção de insulina pelo pâncreas (o que contribui para a diminuição do armazenamento de lipídeos). Fator genético: demonstrado por fatores inatos e não ambientais. Muitos indivíduos permanecem magros e resistentes à pressão do ambiente promotor da obesidade, mas muitos são mais suscetíveis ao ganho excessivo de peso, o que ocorre com grande variabilidade. Os fatores genéticos provocam cerca de 20 a 25% dos casos de obesidade e ocorrem em doenças específi cas, como a síndrome de Prader-Willi, a síndrome de Laurence-Moon-Biedl ou as mutações no gene produtor e/ou receptor de leptina. Portanto, a diminuição de efeito deste hormônio provoca uma forma rara de obesidade monogênica. Outras formas de obesidade causadas por hereditariedade estão relacionadas a modifi cações de neuropeptídeos relacionados com o apetite. 5Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino... A obesidade é uma doença crônica, isto é, quem uma vez foi obeso, mesmo que emagreça, é sempre potencialmente obeso e, mais cedo ou mais tarde, pode engordar novamente. Assim, existe grande probabilidade de verificar aumento de peso após alguns tratamentos de emagrecimento executados com sucesso. Tratamento clínico da obesidade: abordagem nutricional A maioria dos indivíduos com obesidade acredita que é possível controlar o peso corporal e moldar o corpo, desconsiderando sua fi siologia ou genética. Apesar de ser difícil motivar os pacientes obesos a abandonar o foco de re- dução ponderal por motivos estéticos, os profi ssionais devem dar ênfase na melhora da condição de saúde através da perda de peso, que seja factível e possível de ser sustentada. Neste contexto, o tratamento da obesidade objetiva a interrupção do ganho de peso, a obtenção e a estabilização do peso que seja capaz de trazer benefícios à saúde de maneira geral, além do controle e da prevenção das comorbidades. Para isso, é necessário fazer modifi cações no estilo de vida que sejam toleráveis, agradáveis e permanentes. Pelo caráter multifatorial da etiologia da obesidade, o tratamento também deve englobar diferentes áreas de atuação. Os exercícios físicos não con- tribuem de maneira significativa para a redução de peso na fase inicial da abordagem, mas, quando associados à alimentação hipocalórica, tornam-se essenciais para manter a perda de peso em longo prazo. Da mesma forma, o acompanhamento psicológico dos pacientes é fundamental, a fim de permitir o sucesso terapêutico. Conforme a International Obesity Task Force (IOTF), a seleção das estratégias para a abordagem no tratamento da obesidade deve considerar os pontos de corte do IMC e a presença ou não de fatores de risco associados, conforme mostra a Tabela 1. Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino...6 Fonte: Adaptada de Cunha (2007). Pontos de corte do IMC (kg/m²) 25 a 29,9 30 a 34,9 35 a 39,9 > 40 Sem fator de risco Manter o peso, alimen- tação saudá- vel, exercício físico. Redução de 5-10% do peso corporal. Redução > 10% do peso corporal. Em geral, é necessário o uso de me- dicamentos. Redução de 20-30% do peso corporal. Com fator de risco Enfoque na alimentação, exercício físico e mudança de compor- tamento. Após 3 meses sem sucesso, déficit ener- gético leve, objetivando redução ponderal de 5-10 kg em 6 meses. Enfoque na alimentação, exercício físico e mudança de compor- tamento. Após 12 semanas sem sucesso, considerar a necessidade de trata- mento medi- camentoso. Redução de 20-30% do peso corporal. Caso não seja bem-suce- dido, enca- minhar ao especialista ou considerar a possibi- lidade de tratamento cirúrgico. Caso não seja bem-suce- dido, enca- minhar ao especialista ou considerar a possibi- lidade do tratamento cirúrgico. Tabela 1. Critérios para seleção das estratégias de tratamento da obesidade conforme o IMC e a presença ou não de fatores de risco associados. O tratamento da obesidade envolve reeducação alimentar, aumento da atividade física e, talvez, uso de medicamentos auxiliares. Dependendo da situação de cada paciente, pode-se indicar tratamento comportamental en- volvendo psiquiatra. Nos casos de obesidade secundária a outras doenças, o tratamento deve ser dirigido para a causa do distúrbio. Abordagem nutricional no manejo clínico da obesidade Uma alimentação saudável inicia com o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida e deve ser incentivada já na infância, evitando-se que crianças 7Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino... apresentem peso acima do normal. A dieta deve estar incluída em princípios gerais de vida saudável, na qual se incluem: n atividade física; n lazer; n relacionamentos afetivos adequados; n estrutura familiar organizada. Assim, a abordagem nutricional no tratamento da obesidade deve incluir alterações gerais na postura familiar em relação a hábitos alimentares, estilo de vida, prática de atividade física e correções do comportamento alimentar em longo prazo. Quaisquer que sejam as estratégias utilizadas, é fundamental adotar umaalimentação nutricionalmente saudável, que tenha valor energético inferior ao gasto energético total, mas superior ao gasto energético basal. O uso de dietas com conteúdo energético muito baixo facilita a recuperação do peso eliminado, ocasionando o famoso “efeito sanfona”. Assim, o principal objetivo da intervenção nutricional é reduzir a gordura corporal para um nível que seja acompanhado de melhora no estado de saúde ou consistente com a redução de riscos e complicações. Espera-se, como resultado, que os indivíduos alcancem o peso adequado, com IMC dentro dos limites da normalidade. Também é fundamental conhecer o perfil de consumo alimentar dos indivíduos para valorizar os pontos positivos da sua dieta e estabelecer mudanças e metas. Após a investigação do consumo alimentar, é possível propor, de acordo com o diagnóstico e a pactuação de metas com o paciente, o estabelecimento de ações que oportunizem a redução do peso no curto, médio e longo prazos. As modificações propostas no padrão alimentar devem ser gradativas e individualizadas, sendo recomendado o fracionamento da alimentação em cinco a sete refeições ao dia, a ingestão adequada de todos os grupos de alimentos e a maior ênfase na redução da quantidade de gorduras, açúcares e produtos ultraprocessados, com maior consumo de fontes de fibras alimenta- res. Os alimentos ricos em fibras podem influenciar a velocidade da redução ponderal pelo fato de terem menor densidade calórica, além de apresentarem necessidade de mastigação, permanência na cavidade oral por um tempo maior e maior distensão volumétrica do estômago, fatores que determinam sinais aferentes de saciedade e diminuem a ingestão excessiva de alimentos. O maior consumo de fibras também apresenta a propriedade de aumentar o Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino...8 volume fecal e o peristaltismo, prevenindo o surgimento de constipação, que é comum na obesidade. Conforme as Diretrizes Brasileiras de Obesidade, de 2016, em termos de valor energético, uma dieta planejada individualmente para criar um déficit de 500 a 1.000 kcal deve ser parte integrante de programas de perda de peso objetivando uma diminuição de 0,5 a 1 kg por semana, com metas realistas. Dietas com baixas calorias, com 1.000 a 1.200 kcal por dia, reduzem em média 8% do peso corporal, em três a seis meses, com diminuição de gordura abdominal, com perda média de 4% em três a cinco anos. Por outro lado, dietas de muito baixas calorias (very-low calorie diets, VLCD), com 400 a 800 kcal por dia, produzem perda de peso maior em curto prazo, em comparação às dietas de baixas calorias, mas, em longo prazo, no período de um ano, a perda de peso é similar. Essas dietas devem ser feitas apenas em ambiente médico adequado e sob rígida supervisão. Reduzir a quantidade de gordura da dieta, em uma dieta hipocalórica, é uma maneira prática de diminuir a ingestão calórica e induzir a perda de peso. Dietas com 1.200 a 1.500 kcal/dia para mulheres e 1.500 a 1.800 kcal/dia para homens, independentemente da composição de macronutrientes, costumam gerar perda de peso. Segundo o Ministério da Saúde, a reeducação alimentar para indivíduos com obesidade pode ser estruturada nas recomendações de alimentação sau- dável para a população brasileira, constante no Guia Alimentar, explicitado conforme os Dez Passos para a Alimentação Saudável: n Passo 1 – Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia. Não pule as refeições. n Passo 2 – Inclua diariamente seis porções do grupo de cereais (arroz, milho, trigo pães e massas), tubérculos (como batatas) e raízes (man- dioca/macaxeira/aipim) nas refeições. Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural. n Passo 3 – Coma diariamente pelo menos três porções de legumes e verduras como parte das refeições e três porções ou mais de frutas nas sobremesas e nos lanches. n Passo 4 – Coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco vezes por semana. Esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas e é muito bom para a saúde. n Passo 5 – Consuma diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação torna esses alimentos mais saudáveis. 9Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino... n Passo 6 – Consuma, no máximo, uma porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina. Fique atento aos rótulos dos alimentos e escolha aqueles com menores quantidades de gorduras trans. n Passo 7 – Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como regra da alimentação. n Passo 8 – Diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da mesa. Evite consumir alimentos industrializados com muito sal (sódio), como hambúrguer, charque, salsicha, linguiça, presunto, salgadinhos, conservas de vegetais, sopas, molhos e temperos prontos. n Passo 9 – Beba pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por dia. Dê preferência ao consumo de água nos intervalos das refeições. n Passo 10 – Torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e o fumo. Mantenha o peso dentro de limites saudáveis. Existem dietas de emagrecimento nutricionalmente corretas e consistentes, que preconizam bons hábi- tos alimentares. Outras se apresentam como dietas milagrosas, que encorajam práticas irracionais – e até perigosas – e passam a ser feitas pela população, de- vido à promoção da mídia ou porque são praticadas por celebridades – as chamadas “dietas da moda”. Entretanto, não há evidências científicas de longo prazo sobre a efetividade dessas dietas, sem que se estabeleça um balanço energético negativo. Acesse as Diretrizes Brasileiras de Obesidade (p. 77 a 90) para ler sobre o assunto. https://goo.gl/gc4PfR Conduta nutricional na cirurgia bariátrica A obesidade está associada a maior morbidade secundária ao aumento da resistência à insulina, diabetes, hipertensão e dislipidemias, condições que Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino...10 https://goo.gl/gc4PfR representam cerca de 8% do total de gastos em saúde pública no Brasil. Existem, ainda, custos indiretos relacionados ao afastamento do trabalho, absenteísmo e aposentadorias mais precoces dos indivíduos com obesidade. Pessoas com IMC igual ou superior a 45 kg/m² apresentam diminuição da expectativa de vida e aumento da mortalidade por causa cardiovascular, que pode chegar a 190%. Nesse contexto, a cirurgia bariátrica é um recurso consistente nos casos de obesidade grave com falha documentada de tratamento clínico, pro- porcionando aos pacientes uma redução nos índices de mortalidade e melhora de comorbidades clínicas. Entende-se por cirurgia bariátrica o procedimento cirúrgico do estômago e/ou intestino, com o objetivo de redução ponderal. É uma opção que existe há mais de 50 anos, mas as técnicas cirúrgicas sofreram modificações importantes nas últimas décadas. Hoje, as cirurgias aceitas pelo Conselho Federal de Me- dicina (CFM), consideradas não experimentais (além do balão intragástrico, como procedimento endoscópico), foram divididas em não derivativas (banda gástrica laparoscópica ajustável e gastrectomia vertical) e derivativas (derivação gástrica com reconstituição do trânsito intestinal em Y de Roux – ou bypass gástrico, sendo essa a técnica cirúrgica mais realizada atualmente – e derivações biliopancreáticas à Scopinaro e à duodenal switch). A derivação jejunoileal exclusiva (terminolateral ou laterolateral ou parcial) está vetada em vista da alta incidência de complicações metabólicas e nutricionais em longo prazo. As indicações formais para operações bariátricas são: n idadede 18 a 65 anos; n IMC maior que 40 kg/m2 ou 35 kg/m2 com uma ou mais comorbidades graves relacionadas com a obesidade (nas quais a perda de peso induzida cirurgicamente é capaz de melhorar a condição); n documentação de que os pacientes não conseguiram perder peso ou manter a perda de peso, apesar de cuidados médicos apropriados reali- zados regularmente há pelo menos dois anos (dietoterapia, psicoterapia, tratamento farmacológico e atividade física). Deve-se considerar como precauções para a indicação a ausência de uso de drogas ilícitas ou alcoolismo, ausência de quadros psicóticos ou demenciais graves ou moderados e compreensão, por parte do paciente e dos familiares, dos riscos e das mudanças de hábitos inerentes a uma cirurgia de grande porte sobre o tubo digestivo e da necessidade de acompanhamento pós-operatório com a equipe multidisciplinar em longo prazo. Em menores de 16 anos, a cirurgia bariátrica é considerada experimental e somente pode ser realizada 11Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino... sob as normas do Comitê de Ética em Pesquisa/Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CEP/CONEP). Atenção dietética na cirurgia bariátrica No período pré-operatório, é fundamental que o paciente seja orientado sobre o programa a que será submetido. Durante o preparo, quando será assistido por equipe multiprofi ssional, devem ser avaliados aspectos clínicos, psicológicos e nutricionais relacionados à condição de obesidade e que atendem aos critérios da cirurgia (já mencionados). Nessa fase, é comum a oferta de plano de restrição calórica moderada visando ao emagrecimento, cuja adesão pode ser apoiada pelo uso de terapia medicamentosa. É importante que o candidato à cirurgia demonstre interesse pela sua alimentação, aprimorando suas atitudes em relação à disciplina alimentar e à seleção de alimentos – práticas que precisam ser mantidas após a cirurgia. Assim, representam os objetivos deste período: n orientar o candidato à cirurgia; n reduzir o risco cirúrgico, induzindo a perda ponderal; n estimular uma atitude adequada do indivíduo com a sua alimentação. No período pós-operatório, os pacientes devem ser regularmente seguidos por meio de consultas ambulatoriais, orientações nutricionais e exames labo- ratoriais para detectar precocemente alterações metabólicas e nutricionais. A frequência do acompanhamento deve ser individualizada e baseada no tipo de cirurgia e nas comorbidades apresentadas, se for o caso. Quanto à alimentação, a evolução dietética irá variar conforme o tipo de intervenção cirúrgica realizada. As modificações com relação à consistência dos alimentos englobam não apenas a apresentação da dieta (alimentos ou preparações líquidas, pastosas e sólidas), mas também fatores nutricionais que interferem no trabalho digestivo associado ao tipo de dieta, como teor de fibra, resíduos, gordura e tempo de cocção. A evolução dietética do indi- víduo no período pós-cirurgia, fase a fase, relaciona-se à sua evolução para adaptação das anastomoses. Além disso, precisa ser individualizada segundo procedimentos do próprio serviço de saúde. Normalmente, inicia-se a dieta oral líquida 24 horas após o procedimento cirúrgico, mas pode ser necessária a introdução de nutrição parenteral em pacientes de alto risco. O protocolo de progressão da dieta alimentar depende do tipo de cirurgia realizada, mas, como regra geral, o paciente deve realizar pequenas refeições balanceadas, diversas vezes ao dia, sem a ingestão simul- Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino...12 tânea de líquidos. A presença de fibras é obrigatória, e o consumo de proteínas deve ser em torno de 60 a 120 g por dia. A perda ponderal estabiliza-se, em média, 18 meses após a cirurgia, época em que costuma ocorrer perda máxima do peso (podendo chegar a mais de 80% do excesso). Considera-se o tratamento cirúrgico da obesidade bem-sucedido se houver perda de, no mínimo, 50% do excesso de peso e o paciente deixar de apresentar obesidade mórbida, sendo necessária a manutenção dessas condições pelo período de cinco anos. Só se pode efetuar avaliação de sucesso, no mínimo, após 24 meses do pós-operatório, pois pode haver reganho ponderal entre dois e cinco anos após a cirurgia. O padrão dietético no pós-operatório tem sido adotado por diversos serviços de saúde e profissionais (Tabela 2). Tipo de dieta Duração Quantidade Características Dieta líquida restrita ou líquida clara 1 dia (em ge- ral, oferecida nas primeiras 24 h de pós- -operatório, ou até o 3º dia de pós-operatório) De 20-50 mL por refeição (o equivalente a um copinho de café), ofere- cidos em inter- valos de 1/1 h Alimentos líquidos em temperatura ambiente. Refrescos e chás (sem açúcar) e caldos de vegetais. Excluídos leites e derivados e sucos de fruta espessos. Servida em pequenas quanti- dades e em intervalos frequentes para suprir a necessidade hídrica. Dieta líquida completa Cerca de 1 mês De 100-200 mL por refei- ção (3 colheres de sopa) Alimentos líquidos em temperatura ambiente, incluindo mingaus, vitaminas, iogurtes e preparações mais elaboradas, como sopas liquidificadas. Tabela 2. Evolução dietética no pós-operatório da cirurgia bariátrica. (Continua) 13Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino... Fonte: Adaptada de Brasil (2014, p. 158-159). Tipo de dieta Duração Quantidade Características Dieta semilíquida ou líquida pastosa Variável. Dieta de transição De 100-200 mL por refei- ção (3 colheres de sopa) Inclui todos os alimentos da líquida completa, além de sopas não liquidificadas e prepara- ções mais consistentes (purês, arroz papa e carnes moídas ou des- fiadas e liquidificadas). Dieta pastosa Cerca de 1 mês De 150-200 g por refeição (4 colheres de sopa) Purês, papas ou cremes (suflês, arroz papa, feijão liquidificado, macarrão, carne moída, almôndega, frango desfiado, atum ralado, fígado moído, ovo cozido, frutas cozidas, amassadas ou raspadas, biscoitos amolecidos). Dieta branda Indetermi- nada, de- pende do nível de tolerância do paciente Cerca de 200 g por refeição (4 a 5 colheres de sopa) Alimentos de consis- tência normal, com restrição de fibras (com exclusão dos vegetais crus), aumentando- -se o tempo de cozi- mento. Sem frituras. Dieta normal De 200-250 g por refeição (5 a 6 colheres de sopa) Dieta completa, sem res- trições – para pacientes que não dependem de modificações dietéticas, mantendo apenas o con- trole do volume e a ade- quação dos nutrientes. Tabela 2. Evolução dietética no pós-operatório da cirurgia bariátrica. (Continuação) Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino...14 A suplementação nutricional é fundamental para todos os pacientes e deve incluir suplementos polivitamínicos diários que contenham, pelo menos, ferro, cálcio, vita- mina D, zinco e complexo B. A mínima suplementação deve conter um complexo multivitamínico para adultos com suplementação mineral (contendo ácido fólico, ferro e tiamina), pelo menos 1.200 mg de cálcio elementar, pelo menos 3.000 UI por dia de vitamina D (ou 20.000 UI por semana) e vitamina B12 (por via intramuscular, ou por via oral, se estiver sendo suficientemente absorvida) conforme o necessário para conservar o nível de vitamina B12 no intervalo da normalidade. 1. Qual é o hormônio que está diretamente envolvido na fisiopatologia da obesidade, sendo que a sua ausência provoca aumento considerável do apetite, induzindo ao ganho de peso? a) Grelina. b) Insulina. c) Leptina. d) Colecitocinina. e) Glucagon. 2. Marque a alternativa que cita o principal objetivo da intervenção nutricional no tratamento clínico da obesidade. a) Promover rápida perda ponderal. b) Aumentar a autoestima do paciente. c) Oportunizar melhora na estética corporal. d) Reduzir a gordura corporal para um nívelque seja acompanhado de melhora no estado de saúde ou consistente com a redução de riscos e complicações. e) Estimular a reeducação alimentar e nutricional. 3. Aponte a opção que representa valores calóricos de dietas (para mulheres) que costumam induzir perda de peso, independentemente de sua composição em macronutrientes. a) 1.200 a 1.500 kcal/dia. b) 800 a 1.000 kcal/dia. c) 1.500 a 1.800 kcal/dia. d) 1.800 a 2.000 kcal/dia. e) 600 a 800 kcal/dia. 4. Aponte a alternativa que cita uma das indicações formais para a cirurgia bariátrica em indivíduos com 18 a 65 anos. a) IMC > 35 kg/m2. b) Aprovação e realização da cirurgia conforme as normas do Comitê de Ética em Pesquisa/ Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CEP/CONEP). c) IMC > 30 kg/m2, desde que comprovada uma ou mais comorbidades graves relacionadas à obesidade. d) IMC > 40 kg/m2, desde que haja comprovação e 15Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino... BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: obesidade. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. (Cadernos de Atenção Básica, n. 38). CUNHA, S. F. C. Problemas nutricionais em adultos. Estudos Avançados., v. 21, n. 60, p. 155-160, maio/jul. 2007. Disponível: em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v21n60/ a13v2160.pdf>. Acesso em: 1 ago. 2017. Leituras recomendadas ALVAREZ-LEITE, J. I. ; DINIZ, M. 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Porém, como regra geral, o que deve ser observado? a) Que a alimentação seja reiniciada entre o quinto e o sétimo dia de pós-operatório. b) Que o paciente realize pequenas refeições balanceadas, diversas vezes ao dia, sem a ingestão simultânea de líquidos. c) Que a oferta de fibras seja mínima ou nula. d) Que a oferta de proteínas seja diminuída para cerca de 10 a 20 g ao dia. e) Que a consistência pastosa permaneça por até três meses de pós-operatório. Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do sistema endócrino...16 http://www.scielo.br/pdf/ea/v21n60/ http://4.ed/ 6, p. 714-723, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ramb/v58n6/v58n6a18. pdf>. Acesso em: 31 jul. 2017. BRASIL. Senado Federal. Guia traz dez novas regras para uma alimentação saudável. 06 abr. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rDQv4IJMhT0>. Acesso em: 31 jul. 2017. COPPINI, L. Z. Nutrição e metabolismo em cirurgia metabólica e bariátrica. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. CUPPARI, L. 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