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Vade Mecum - SEASCE (SocioEducador) - 2021.Deixa seu gostei, e salva para me ajudar.

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VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
 
 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
DIREITOS HUMANOS 
 
Os Direitos Humanos, segundo a Organização 
das Nações Unidas, foram definidos como 
sendo uma garantida fundamental e universal 
que visa proteger os indivíduos e grupos 
sociais contra as diversas ações ou omissões 
daqueles que atentem contra a dignidade da 
pessoa humana. 
 
CONCEITO 
Os Direitos Humanos são direitos conquistados 
ao longo de toda história e hoje estão interligados com 
o objetivo de garantir a todos os direitos fundamentais a 
pessoa humana, independente da nacionalidade, sexo, 
religião, cor, ou qualquer outro aspecto que possa 
provocar diferenciação entre os seres humanos. 
Em extraordinária obra acerca do tema 
abordado, o renomado jurista Ricardo Castilho, 
contextualizou os Direitos Humanos e os Direitos 
Fundamentais, da seguinte forma: 
Assim como a expressão “pessoa humana”, a expressão 
“direitos humanos” também tem sido tema de grande 
debate, ao longo do tempo. Há autores que entendem 
que direitos humanos e direitos fundamentais são 
nomenclaturas sinônimas, mas a maioria concorda que 
existam diferenças conceituais. Falar em direitos 
fundamentais, simplesmente, elimina da expressão a 
importância das lutas que ocorreram para situar os 
direitos humanos em sua perspectiva histórica, social, 
política e econômica, no processo de transformação da 
civilização. Além disso, direitos humanos traz, no seu 
bojo, a ideia de reconhecimento e de proteção, que 
direitos fundamentais não contêm, uma vez que são 
apenas as inscrições legais dos direitos inerentes à 
pessoa humana. Os direitos humanos não foram dados, 
ou revelados, mas conquistados, e muitas vezes à custa 
de sacrifícios de vidas. 
A Constituição Federal da República 
normatizou em seu artigo 1º, inciso III, que aborda os 
fundamentos do Estado Democrático de Direito, a 
dignidade da pessoa humana, em vista da importante 
obrigação do Estado de garantir a todos, o mínimo para 
a sobrevivência de uma maneira digna. 
Em contígua, a expressão “direitos humanos” é 
utilizada para denominar aqueles direitos já positivados 
na esfera internacional. Reiterando o conhecimento do 
jurista citado “a expressão seria imprecisa, uma vez que 
não há direito que não seja humano, pois somente o 
homem pode ser titular de direitos. Mas, forçoso 
reconhecer que “humanos”, na expressão, não se refere 
à titularidade do direito, mas, sim, ao bem protegido” 
Já no que se refere aos Direitos Fundamentais, 
a terminologia serve para conceituar os direitos 
reconhecidos e aplicados pela Constituição de cada país, 
que, no ordenamento jurídico brasileiro se faz presente 
no Artigo 5º da Constituição Federal de 1988, garantindo 
a todos os residentes no país, sejam eles brasileiros ou 
estrangeiros, alguns direitos inerentes a sobrevivência 
humana, dentre eles, a vida, a segurança, a propriedade 
e a igualdade. 
Nesta senda, se faz de suma importância a 
visão globalizada dos Direitos Humanos, pois eles são 
os responsáveis por garantir a liberdade humana, a 
liberdade de expressão, o trabalho digno, dentre 
outros aspectos essenciais para a evolução global e 
para a proteção integral de todos os seres humanos. 
Os Direitos Humanos, ao longo dos anos, 
tornaram-se cada vez mais consolidado, superando, a 
cada dia, o preconceito e o ódio emanado pela 
sociedade, que movida pelas mídias sociais e pelos 
noticiários, em tempos onde a verdade individual cega e 
impede a ampliação de estudos e a compreensão da 
história, acredita que os Direitos Humanos são criados e 
postulados de forma a proteger àqueles que cometem 
delitos. 
A Organização das Nações Unidas, fundada em 24 de 
outubro de 1945, conhecida pela sigla ONU, é formada 
por países que, voluntariamente, se uniram para 
trabalhar em prol do desenvolvimento mundial e da paz, 
sendo considerada uma organização internacional e 
intergovernamental. Quando elucida o tema de Direitos 
Humanos, assim dispõe: 
Os direitos humanos são comumente compreendidos 
como aqueles direitos inerentes ao ser humano. O 
conceito de Direitos Humanos reconhece que cada ser 
humano pode desfrutar de seus direitos humanos sem 
distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião 
política ou de outro tipo, origem social ou nacional ou 
condição de nascimento ou riqueza. Os direitos humanos 
são garantidos legalmente pela lei de direitos humanos, 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
protegendo indivíduos e grupos contra ações que 
interferem nas liberdades fundamentais e na dignidade 
humana. Estão expressos em tratados, no direito 
internacional consuetudinário, conjuntos de princípios e 
outras modalidades do Direito. A legislação de direitos 
humanos obriga os Estados a agir de uma determinada 
maneira e proíbe os Estados de se envolverem em 
atividades específicas. No entanto, a legislação não 
estabelece os direitos humanos. Os direitos humanos são 
direitos inerentes a cada pessoa simplesmente por ela 
ser um humano. Tratados e outras modalidades do 
Direito costumam servir para proteger formalmente os 
direitos de indivíduos ou grupos contra ações ou 
abandono dos governos, que interferem no desfrute de 
seus direitos humanos. Algumas das características mais 
importantes dos direitos humanos são: Os direitos 
humanos são fundados sobre o respeito pela dignidade e 
o valor de cada pessoa; Os direitos humanos são 
universais, o que quer dizer que são aplicados de forma 
igual e sem discriminação a todas as pessoas; Os direitos 
humanos são inalienáveis, e ninguém pode ser privado 
de seus direitos humanos; eles podem ser limitados em 
situações específicas. Por exemplo, o direito à liberdade 
pode ser restringido se uma pessoa é considerada 
culpada de um crime diante de um tribunal e com o 
devido processo legal; Os direitos humanos são 
indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, já 
que é insuficiente respeitar alguns direitos humanos e 
outros não. Na prática, a violação de um direito vai 
afetar o respeito por muitos outros; Todos os direitos 
humanos devem, portanto, ser vistos como de igual 
importância, sendo igualmente essencial respeitar a 
dignidade e o valor de cada pessoa. 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
Ao se falar em direitos do homem, trata-se de 
direitos não positivados, quer no plano do direito 
interno, quer no plano do direito internacional. 
Atualmente, por conta da existência de inúmeros 
tratados e constituições, é muito difícil haver um direito 
do homem. Isso porque, a maior parte já se encontra 
positivada. Trata-se de expressão proveniente do 
direito natural. - A expressão “direitos fundamentais” é 
reservada única e exclusivamente para o plano 
doméstico. Não existe direito fundamental no plano 
internacional. Além disso, todo direito fundamental 
encontra-se positivado na ordem interna, já a 
expressão “direitos humanos” diz respeito ao plano 
internacional. Nesse sentido, fala-se em tratados de 
direitos humanos. 
CARACTERÍSTICAS 
• Historicidade 
Os direitos humanos ganharam importância e 
relevância no século XX já estando incorporados ao 
pensamento jurídico do século XXI. Os doutrinadores 
sustentam que o fundamento e a justificativa dos 
direitos humanos estariam ligados ao positivismo ou 
ao jusnaturalismo. 
O positivismo estaria representado na 
estruturação jurídica previsão legal dos direitos 
humanos. Nesse sentido é o pensamento de Norberto 
Bobbio e Hans Kelsen. Uma vez previstos no 
ordenamento jurídico interno (Constituição e normas 
infraconstitucionais), podem ser exigidos. Também 
podem ser previstos em tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos. 
Já o jusnaturalismo entende que a pessoa 
humana é o fundamento absoluto dos direitos 
humanos, independentemente do lugar em que 
esteja, devendo ser tratada de modo justo e solidário. 
Nesse sentido posicionam-se os juristas brasileiros 
Dalmo de Abreu Dallari e Fábio Konder Comparato. 
Dessemodo, os direitos humanos são 
preexistentes ao direito, que apenas os declara. O 
direito só existe em função do homem, e é nele que se 
fundamenta todo e qualquer direito. 
https://jus.com.br/tudo/positivismo
https://jus.com.br/tudo/jusnaturalismo
https://jus.com.br/tudo/hans-kelsen
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
Destaque-se que sobre o tema direitos 
humanos, existem três marcos históricos 
fundamentais: o iluminismo, a Revolução Francesa e o 
término da II Guerra Mundial. 
 
• Universalidade 
Basta a condição de ser pessoa para que se 
possam usufruir os direitos humanos. O direito ao 
voto é fundamental e individual, mas não é universal, 
logo não se trata de um direito humano, se assim fosse 
todos poderiam votar. Trata-se de característica criada, 
em especial, diante das atrocidades da 2a Guerra. 
 
• Essencialidade 
Os direitos humanos são essenciais por 
natureza, sob duplo aspecto: formal, pois, na ordem 
topográfica da constituição, os direitos humanos 
encontram-se previstos antes mesmo de se tratar da 
estrutura de governo, poderes e 
administração; material, pois eles congregam valores 
que pertencem ao núcleo material das constituições. 
Trata-se de valores que pertencem à matéria 
constitucional por excelência (Canotilho). Nesse 
sentido, os direitos humanos pertencem ao “bloco de 
constitucionalidade”. 
• Irrenunciabilidade 
A autorização do seu titular NÃO convalida a 
sua violação ou revogação. 
• Inalienabilidade 
Os direitos humanos são inalienáveis, isto é, 
eles não podem ser trocados ou cedidos, onerosa ou 
gratuitamente. Os direitos humanos são inegociáveis. 
• Inexauribilidade 
- Os direitos são inesgotáveis. Trata-se do art. 
5o, §2o (cláusula de não exclusão) da CF/88. 
Art. 5o (...) 
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do 
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República Federativa 
do Brasil seja parte. 
• Imprescritibilidade 
No plano do direito internacional, não haverá 
prescrição, a qualquer momento pode ser vindicado, 
mas desde que ainda esteja no plano internacional, à 
imprescritibilidade é em relação ao fato. 
• Vedação do Retrocesso / Proibição 
de Regresso / “Efeito cliquet” 
Os Estados, em geral, ao assumirem 
compromissos em convenções humanas, devem zelar 
para que os direitos humanos não regridam na sua 
proteção. Nesse sentido, veda-se a regressão. Esse 
princípio acaba por impedir a aplicação da ideia 
tradicional de que lei posterior derroga lei anterior 
 
 
 
 
 
 
 
https://jus.com.br/tudo/direito-ao-voto
https://jus.com.br/tudo/direito-ao-voto
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
GERAÇÕES DE 
DIREITOS HUMANOS 
 
Os direitos de 1°geração são os direitos e 
garantias individuais e políticos clássicos que tem no 
indivíduo o centro de proteção (liberdades públicas 
como o direito à vida, à liberdade, à expressão e à 
locomoção). Representam um limite na atuação do 
Estado, ou seja, não mate, não prenda, entre outras 
atividades constritivas. Tem origem nas revoluções 
liberais, tais como a Magna Carta de 1215, Habeas 
Corpus Act (1679), Declaração de Direitos do Homem e 
do Cidadão, entre outros. 
Os direitos de 2.a geração são os direitos 
sociais, econômicos e culturais que valorizam grupos de 
indivíduos, tais como os trabalhadores e aposentados 
direito ao trabalho, ao seguro social, à subsistência, 
amparo à doença, à velhice, entre outros. Espera-se 
uma ação positiva por parte do Estado viabilizando tais 
direitos. Surgem em virtude dos excessos da revolução 
industrial, que consistiu em um conjunto de mudanças 
tecnológicas com profundo impacto 
no processo produtivo em nível econômico e social. 
Iniciada na Inglaterra, em meados do século XVIII, 
expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX. Além 
disso, houve a omissão do Estado liberal, ou seja, o 
Estado interfere de modo mínimo na sociedade. 
Destacam-se a Constituição Mexicana de 1917, a 
Declaração Russa dos Direitos do Povo Trabalhador e 
Explorado de 1918, a Constituição Alemã de 1919 
(Weimar), a criação da Organização Internacional do 
Trabalho (1919), entre outros. 
Os direitos da 3.a geração são conhecidos por 
direitos de fraternidade ou solidariedade e abrange a 
paz universal, um meio ambiente equilibrado, entre 
outros direitos difusos. Desse modo, busca-se proteger 
um número indeterminado e indeterminável de 
pessoas. São enfatizados após a Segunda Guerra 
Mundial, principalmente com a criação da Organização 
das Nações Unidas (1945) e a internacionalização dos 
direitos humanos. 
Os direitos de 4.a geração são conhecidos por 
direitos dos povos e são fruto da última fase da 
estruturação do Estado Social. Abrangem o direito à 
informação, ao pluralismo, à democracia entre outros. 
Há quem sustente ser o direito vinculado ao 
desenvolvimento científico, também chamado de 
desenvolvimento biotecnológico (DNA, genética, 
nanotecnologia, clonagem,biotecnologia, entre outros). 
Na atualidade, tem forte influência no campo jurídico, 
especialmente no que se refere aos estudos de células 
tronco, aborto, estabelecimento de paternidade, 
sucessão hereditária, dentre outros Percebe-se que se 
trata de um desdobramento da 3.a geração. 
"Enquanto os direitos de primeira geração 
(direitos civis e políticos) que compreendem as 
liberdades clássicas, negativas ou formais - realçam o 
princípio da liberdade e os direitos de segunda geração 
(direitos econômicos, sociais e culturais) - que se 
identificam com as liberdades positivas, reais ou 
concretas acentuando princípio da igualdade, os 
direitos de terceira geração, que materializam poderes 
de titularidade coletiva atribuídos genericamente a 
todas as formações sociais, consagram o princípio da 
solidariedade e constituem um momento importante no 
processo de desenvolvimento, expansão e 
reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados, 
enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota 
de uma essencial inexauribilidade" 
 
 
 
https://jus.com.br/tudo/habeas-corpus
https://jus.com.br/tudo/habeas-corpus
https://jus.com.br/tudo/seguro
https://jus.com.br/tudo/processo
https://jus.com.br/tudo/aborto
https://jus.com.br/tudo/paternidade
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
DIREITOS HUMANOS E 
FUNDAMENTAIS NO 
ORDENAMENTO 
JURÍDICO BRASILEIRO 
 No que diz respeito aos direitos humanos, a 
Constituição Federal do Brasil de 1988 estabelece 
diversos artigos protetivos, dos quais devem ser 
destacados: 
a) o inciso III do art. 1.° que determina 
expressamente que a dignidade da pessoa humana é 
um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito 
brasileiro; 
b) o art. 3.°, que prevê, entre os objetivos 
fundamentais do País, construir uma sociedade livre, 
justa e solidária (inciso I), erradicar a pobreza e a 
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais (inciso III) e promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação (inciso IV); 
c) o art. 4.° que estabelece os princípios que 
devem ser adotados nas relações internacionais: 
prevalência dos direitos humanos (inciso II), 
autodeterminação dos povos (inciso III), não 
intervenção (inciso IV), igualdade entre os Estados 
(inciso V), defesa da paz (inciso VI), solução pacífica dos 
conflitos (inciso VII), repúdio ao terrorismo e 
ao racismo (inciso VIII), cooperação entre os povos para 
o progresso da humanidade (inciso IX), concessão de 
asilo político (inciso X); 
d) o art. 5.°, caput, que diz que "todos são 
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e 
à propriedade", sendo elencadas dezenas de incisos 
e) o § 1,° do art. 5.°, que determina que as 
normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata 
f) o § 2.° do art. 5.°,que afirma que os direitos 
e garantias nela expressos "não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte" Incluiu, pois, 
entre os direitos protegidos pela Constituição Federal, 
os direitos determinados nos tratados internacionais 
dos quais o Brasil seja signatário. 
Antes da Emenda Constitucional 45/2004, 
alguns doutrinadores já entendiam que a Constituição 
atribuía aos direitos internacionais uma hierarquia 
especial e diferenciada, qual seja a de norma 
constitucional. Esse tratamento jurídico se justificava na 
medida em que os tratados internacionais de direitos 
humanos apresentavam um caráter especial, 
distinguindo-se dos tratados internacionais comuns, 
levando em consideração os §§ 1.° e 2.° do art. 5.°. 
Após a Emenda Constitucional 45/2004, 
houve a inclusão do § 3.° ao art. 5.° da CF/88, onde se 
lê: "Os tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa 
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes 
às emendas constitucionais" 
.Trata-se da "constitucionalização de tratados 
e convenções internacionais sobre direitos humanos" 
ou seja, se quiser equipará-los às normas 
constitucionais deve-se obter essa aprovação do 
Congresso Nacional (3/5 em dois turnos nas duas casas 
do Congresso Nacional). Cumpre observar que é a 
mesma votação para a aprovação de uma emenda 
constitucional (art. 60, § 2.°, da CF/88) e não importa se 
o tratado ou a convenção é anterior ou posterior à EC 
45/2004. 
Sobre o tema direitos humanos e 
fundamentais também é muito importante à leitura dos 
demais artigos do Título 11 da Constituição Federal 
vigente (Dos direitos e garantias fundamentais: Dos 
direitos e deveres individuais e coletivos, Dos direitos 
sociais, Da nacionalidade, Dos direitos políticos e Dos 
partidos políticos), bem como do Título VIII (Da ordem 
social: Da seguridade social, Da educação, da cultura e 
do desporto, Da ciência e tecnologia, Da comunicação 
social, Do meio ambiente, Da família, da criança, do 
adolescente e do idoso e Dos índios). 
No plano interno brasileiro, ainda existem as 
normas infraconstitucionais federais, estaduais, 
distritais e municipais que protegem em suas diversas 
áreas os seres humanos, tal como a proteção do meio 
ambiente, da criança, do idoso, entre outros, bem 
como as normas supralegais, que são aquelas acima das 
https://jus.com.br/tudo/terrorismo
https://jus.com.br/tudo/racismo
https://jus.com.br/tudo/propriedade
https://jus.com.br/tudo/ordem-social
https://jus.com.br/tudo/ordem-social
https://jus.com.br/tudo/seguridade-social
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
leis comuns, mas abaixo da Constituição (tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos em 
que o Brasil seja parte). 
 
 
DECLARAÇÃO 
UNIVERSAL DOS 
DIREITOS HUMANOS 
(DUDH) 
 
Proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, 
em Paris, a DUDH, no dia 10 de dezembro de 1948, o 
documento estabelece, pela primeira vez, a proteção 
universal dos direitos humanos, independentemente de 
raça, sexo, nacionalidade, etnia, religião ou qualquer 
outra condição. Desde sua adoção, a DUDH foi 
traduzida em mais de 500 idiomas e inspirou as 
constituições de muitos Estados. 
 
Preâmbulo 
Considerando que o reconhecimento da dignidade 
inerente a todos os membros da família humana e de 
seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da 
liberdade, da justiça e da paz no mundo, 
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos 
direitos humanos resultaram em atos bárbaros que 
ultrajaram a consciência da humanidade e que o 
advento de um mundo em que mulheres e homens 
gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade 
de viverem a salvo do temor e da necessidade foi 
proclamado como a mais alta aspiração do ser humano 
comum, 
Considerando ser essencial que os direitos humanos 
sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser 
humano não seja compelido, como último recurso, à 
rebelião contra a tirania e a opressão, 
Considerando ser essencial promover o 
desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, 
Considerando que os povos das Nações Unidas 
reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fundamentais 
do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa 
humana e na igualdade de direitos do homem e 
da mulher e que decidiram promover o progresso social 
e melhores condições de vida em uma liberdade mais 
ampla, 
Considerando que os Países-Membros se 
comprometeram a promover, em cooperação com as 
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e 
liberdades fundamentais do ser humano e a observância 
desses direitos e liberdades, 
Considerando que uma compreensão comum desses 
direitos e liberdades é da mais alta importância para o 
pleno cumprimento desse compromisso, 
Agora portanto a Assembléia Geral proclama a presente 
Declaração Universal dos Direitos Humanos como o 
ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas 
as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada 
órgão da sociedade tendo sempre em mente esta 
Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da 
educação, por promover o respeito a esses direitos e 
liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de 
caráter nacional e internacional, por assegurar o seu 
reconhecimento e a sua observância universais e 
efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-
Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua 
jurisdição. 
Artigo 1 
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em 
dignidade e direitos. São dotados de razão e 
https://institutolegado.org/blog/sempre-mulher-capacitacao-profissional-feminina/
https://institutolegado.org/blog/instituto-aurora-lanca-financiamento-coletivo-para-pintar-painel-em-homenagem-a-defensoras-dos-direitos-humanos/
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
consciência e devem agir em relação uns aos outros 
com espírito de fraternidade. 
Artigo 2 
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os 
direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, 
sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, 
sexo, língua, religião, opinião política ou de outra 
natureza, origem nacional ou social, riqueza, 
nascimento, ou qualquer outra condição. 
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada 
na condição política, jurídica ou internacional do país 
ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate 
de um território independente, sob tutela, sem governo 
próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de 
soberania. 
Artigo 3 
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à 
segurança pessoal. 
Artigo 4 
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a 
escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em 
todas as suas formas. 
Artigo 5 
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento 
ou castigo cruel, desumano ou degradante. 
Artigo 6 
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os 
lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. 
Artigo 7 
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem 
qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm 
direito a igual proteção contra qualquer discriminação 
que viole a presente Declaração e contra qualquer 
incitamento a tal discriminação. 
Artigo 8 
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais 
nacionais competentes remédio efetivo para os atos 
que violem os direitos fundamentais que lhe sejam 
reconhecidos pela constituição ou pela lei. 
Artigo 9 
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou 
exilado. 
Artigo 10 
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a 
uma justa e pública audiência por parte de um tribunal 
independente e imparcial, para decidir seus direitos e 
deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal 
contra ele. 
Artigo 11 
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o 
direito de ser presumido inocente até que a sua 
culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei,em julgamento público no qual lhe tenham sido 
asseguradas todas as garantias necessárias à sua 
defesa. 
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou 
omissão que, no momento, não constituíam delito 
perante o direito nacional ou internacional. Também 
não será imposta pena mais forte de que aquela que, 
no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. 
Artigo 12 
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida 
privada, na sua família, no seu lar ou na sua 
correspondência, nem a ataque à sua honra e 
reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da 
lei contra tais interferências ou ataques. 
Artigo 13 
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de 
locomoção e residência dentro das fronteiras de cada 
Estado. 
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer 
país, inclusive o próprio e a esse regressar. 
Artigo 14 
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o 
direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de 
perseguição legitimamente motivada por crimes de 
direito comum ou por atos contrários aos objetivos e 
princípios das Nações Unidas. 
Artigo 15 
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua 
nacionalidade, nem do direito de mudar de 
nacionalidade. 
Artigo 16 
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer 
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o 
direito de contrair matrimônio e fundar uma família. 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua 
duração e sua dissolução. 
2. O casamento não será válido senão com o livre e 
pleno consentimento dos nubentes. 
3. A família é o núcleo natural e fundamental da 
sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do 
Estado. 
Artigo 17 
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou 
em sociedade com outros. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua 
propriedade. 
Artigo 18 
Todo ser humano tem direito à liberdade de 
pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a 
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade 
de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela 
prática, pelo culto em público ou em particular. 
Artigo 19 
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e 
expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem 
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e 
transmitir informações e ideias por quaisquer meios e 
independentemente de fronteiras. 
Artigo 20 
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião 
e associação pacífica. 
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma 
associação. 
Artigo 21 
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no 
governo de seu país diretamente ou por intermédio de 
representantes livremente escolhidos. 
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao 
serviço público do seu país. 
3. A vontade do povo será a base da autoridade do 
governo; essa vontade será expressa em eleições 
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto 
secreto ou processo equivalente que assegure a 
liberdade de voto. 
Artigo 22 
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem 
direito à segurança social, à realização pelo esforço 
nacional, pela cooperação internacional e de acordo 
com a organização e recursos de cada Estado, dos 
direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à 
sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua 
personalidade. 
Artigo 23 
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre 
escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de 
trabalho e à proteção contra o desemprego. 
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem 
direito a igual remuneração por igual trabalho. 
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma 
remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, 
assim como à sua família, uma existência compatível 
com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se 
necessário, outros meios de proteção social. 
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e 
a neles ingressar para proteção de seus interesses. 
Artigo 24 
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, 
inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a 
férias remuneradas periódicas. 
Artigo 25 
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida 
capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-
estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, 
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e 
direito à segurança em caso de desemprego, doença 
invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos 
meios de subsistência em circunstâncias fora de seu 
controle. 
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e 
assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro 
ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção 
social. 
Artigo 26 
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução 
será gratuita, pelo menos nos graus elementares e 
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. 
A instrução técnico-profissional será acessível a todos, 
bem como a instrução superior, esta baseada no 
mérito. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno 
desenvolvimento da personalidade humana e do 
fortalecimento do respeito pelos direitos do ser 
humano e pelas liberdades fundamentais. A instrução 
promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade 
entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e 
coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da 
manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do 
gênero de instrução que será ministrada a seus filhos. 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
Artigo 27 
1. Todo ser humano tem o direito de participar 
livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as 
artes e de participar do progresso científico e de seus 
benefícios. 
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos 
interesses morais e materiais decorrentes de qualquer 
produção científica literária ou artística da qual seja 
autor. 
Artigo 28 
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e 
internacional em que os direitos e liberdades 
estabelecidos na presente Declaração possam ser 
plenamente realizados. 
Artigo 29 
1. Todo ser humano tem deveres para com a 
comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento 
de sua personalidade é possível. 
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser 
humano estará sujeito apenas às limitações 
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de 
assegurar o devido reconhecimento e respeito dos 
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas 
exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar 
de uma sociedade democrática. 
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese 
alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e 
princípios das Nações Unidas. 
Artigo 30 
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser 
interpretada como o reconhecimento a qualquer 
Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer 
qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à 
destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui 
estabelecidos. 
 
 
 
CORTE INTERAMERICANA 
DE DIREITOS HUMANOS 
 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Artigo 1. Natureza e regime jurídico 
 
 A Corte Interamericana de Direitos humanos é 
uma instituição judiciária autônoma cujo objetivo é a 
aplicação e a interpretação da Convenção Americana 
sobre Direitos Humanos. A Corte exerce suas funções 
em conformidade com as disposições da citada 
Convenção e deste Estatuto. 
 
Artigo 2. Competência e funções 
 
A Corte exerce função jurisdicional e consultiva. 
 1. Sua função jurisdicional se rege pelas 
disposições dos artigos 61, 62 e 63 da Convenção. 
https://institutolegado.org/blog/negocio-de-fotografia-focado-em-direitos-humanos-sera-lancado-no-espaco-legado/
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
 2. Sua função consultiva se rege pelas 
disposições do artigo 64 da Convenção. 
 
Artigo 3. Sede 
 
 1.A Corte terá sua sede em San José, Costa 
Rica; poderá, entretanto, realizar reuniões em qualquer 
Estado membro da Organização dos Estados Americanos 
(OEA), quando a maioria dos seus membros considerar 
conveniente, e mediante aquiescência prévia do Estado 
respectivo. 
 2. A sede da corte pode ser mudada pelo voto 
de dois terços dos Estados Partes da Convenção na 
Assembléia Geral da OEA. 
 
CAPÍTULO II 
COMPOSIÇÃO DA CORTE 
 
 
Artigo 4. Composição 
 1. A Corte é composta de sete juízes, nacionais 
dos Estados membros da OEA, eleitos a título pessoal 
dentre juristas da mais alta autoridade moral, de 
reconhecida competência em matéria de direitos 
humanos, que reúnam as condições requeridas para o 
exercício das mais elevadas funções judiciais, de acordo 
com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou do 
Estado que os propuser como candidatos. 
 
 2. Não deve haver mais de um juiz da mesma 
nacionalidade. 
 
Artigo 5. Mandato dos juízes[1] 
 1. Os juízes da Corte serão eleitos para um 
mandato de seis anos e só poderão ser reeleitos uma 
vez. O juiz eleito para substituir outro cujo mandato não 
haja expirado, completará o mandato deste. 
 2. Os mandatos dos juízes serão contados a 
partir de 1º de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição 
e estender-se-ão até 31 de dezembro do ano de sua 
conclusão. 
 3. Os juízes permanecerão em exercício até a 
conclusão de seu mandato. Não obstante, continuarão 
conhecendo dos casos a que se tiverem dedicado e que 
se encontrarem em fase de sentença, para cujo efeito 
não serão substituídos pelos novos juízes eleitos. 
 
Artigo 6. Data de eleição dos juízes 
 
 1. A eleição dos juízes far-se-á, se possível, no 
decorrer do período de sessões da Assembléia Geral da 
OEA, imediatamente anterior à expiração do mandato 
dos juízes cessantes. 
 
 2. As vagas da Corte decorrentes de morte, 
incapacidade permanente, renúncia ou remoção dos 
juízes serão preenchidas, se possível, no próximo período 
de sessões da Assembléia Geral da OEA. Entretanto, a 
eleição não será necessária quando a vaga ocorrer nos 
últimos seis meses do mandato do juiz que lhe der 
origem. 
 3. Se for necessário, para preservar 
o quorum da Corte, os Estados Partes da Convenção, em 
sessão do Conselho Permanente da OEA, por solicitação 
do Presidente da Corte, nomearão um ou mais juízes 
interinos, que servirão até que sejam substituídos pelos 
juízes eleitos. 
 
Artigo 7. Candidatos 
 
 1. Os juízes são eleitos pelos Estados Partes 
da Convenção, na Assembléia Geral da OEA, de uma 
lista de candidatos propostos pelos mesmos Estados. 
 2. Cada Estado Parte pode propor até três 
candidatos, nacionais do Estado que os propõe ou de 
qualquer outro Estado membro da OEA. 
 3. Quando for proposta uma lista tríplice, pelo 
menos um dos candidatos deve ser nacional de um 
Estado diferente do proponente. 
 
https://www.cidh.oas.org/basicos/portugues/v.estatuto.corte.htm#_ftn1
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
Artigo 8. Eleição: Procedimento prévio[2] 
 
 1. Seis meses antes da realização do período 
ordinário de sessões da Assembléia Geral da OEA, antes 
da expiração do mandato para o qual houverem sido 
eleitos os juízes da Corte, o Secretário-Geral da OEA 
solicitará, por escrito, a cada Estado Parte da Convenção, 
que apresente seus candidatos dentro do prazo de 
noventa dias. 
 2. O Secretário-Geral da OEA preparará uma 
lista em ordem alfabética dos candidatos apresentados e 
a levará ao conhecimento dos Estados Partes, se for 
possível, pelo menos trinta dias antes do próximo período 
de sessões da Assembléia Geral da OEA. 
 3. Quando se tratar de vagas da Corte, bem 
como nos casos de morte ou de incapacidade 
permanente de um candidato, os prazos anteriores serão 
reduzidos de maneira razoável a juízo do Secretário-Geral 
da OEA. 
 
Artigo 9. Votação 
 
 1. A eleição dos juízes é feita por votação 
secreta e pela maioria absoluta dos Estados Partes da 
Convenção, dentre os candidatos a que se refere o artigo 
7 deste Estatuto. 
 2. Entre os candidatos que obtiverem a citada 
maioria absoluta, serão considerados eleitos os que 
receberem o maior número de votos. Se forem 
necessárias várias votações, serão eliminados 
sucessivamente os candidatos que receberem menor 
número de votos, segundo o determinem os Estados 
Partes. 
 
Artigo 10. Juízes ad hoc 
 
 1. O juiz que for nacional de um dos Estados 
Partes num caso submetido à Corte, conservará seu 
direito de conhecer do caso. 
 2. Se um dos juízes chamados a conhecer de 
um caso for da nacionalidade de um dos Estados Partes 
no caso, outro Estado Parte no mesmo caso poderá 
designar uma pessoa para fazer parte da Corte na 
qualidade de juiz ad hoc. 
 3. Se dentre os juízes chamados a conhecer do 
caso, nenhum for da nacionalidade dos Estados Partes no 
mesmo, cada um destes poderá designar um juiz ad 
hoc. Se vários Estados tiverem o mesmo interesse no 
caso, serão considerados como uma única parte para os 
fins das disposições precedentes. 
 Em caso de dúvida, a Corte decidirá. 
 4. Se o Estado com direito a designar um 
juiz ad hoc não o fizer dentro dos trinta dias seguintes ao 
convite escrito do Presidente da Corte, considerar-se-á 
que tal Estado renuncia ao exercício desse direito. 
 5. As disposições dos artigos 4, 11, 15, 16, 18, 
19 e 20 deste Estatuto serão aplicáveis aos juízes ad hoc. 
 
Artigo 11. Juramento 
 
 1. Ao tomar posse de seus cargos, os juízes 
prestarão o seguinte juramento ou declaração 
solene: “Juro” — ou - “declaro solenemente que 
exercerei minhas funções de juiz com honradez, 
independência e imparcialidade, e que guardarei 
segredo de todas as deliberações”. 
 
 2. O juramento será feito perante o Presidente 
da Corte, se possível na presença de outros juízes. 
 
 
 
CAPÍTULO III 
ESTRUTURA DA CORTE 
 
Artigo 12. Presidência 
 1. A Corte elege, dentre seus membros, o 
Presidente e Vice-Presidente, por dois anos, os quais 
poderão ser reeleitos. 
https://www.cidh.oas.org/basicos/portugues/v.estatuto.corte.htm#_ftn2
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
 2. O Presidente dirige o trabalho da Corte, a 
representa, ordena a tramitação dos assuntos que forem 
submetidos à Corte e preside suas sessões. 
 3. O Vice-Presidente substitui o Presidente em 
suas ausências temporárias e ocupa seu lugar em caso de 
vaga. Nesse último caso, a Corte elegerá um Vice-
Presidente para substituir o anterior pelo resto do seu 
mandato. 
 4. No caso de ausência do Presidente e do 
Vice-Presidente, suas funções serão desempenhadas por 
outros juízes, na ordem de precedência estabelecida no 
artigo 13 deste Estatuto. 
 
Artigo 13. Precedência 
 
 1. Os juízes titulares terão precedência, 
depois do Presidente e do Vice-Presidente, de acordo 
com sua antigüidade no cargo. 
 2. Quando houver dois ou mais juízes com a 
mesma antigüidade, a precedência será determinada 
pela maior idade. 
 3. Os juízes ad hoc e interinos terão 
precedência depois dos titulares, por ordem de 
idade. Entretanto, se um juiz ad hoc ou interino houver 
servido previamente como juiz titular, terá precedência 
sobre os outros juízes ad hoc ou interinos. 
 
Artigo 14. Secretaria 
 
 1. A Secretaria da Corte funcionarásob a 
imediata autoridade do Secretário, de acordo com as 
normas administrativas da Secretaria-Geral da OEA no 
que não for incompatível com a independência da Corte. 
 2. O Secretário será nomeado pela 
Corte. Será funcionário de confiança da Corte, com 
dedicação exclusiva, terá seu escritório na sede e deverá 
assistir às reuniões que a Corte realizar fora dela. 
 
 3. Haverá um Secretário Adjunto que auxiliará 
o Secretário em seus trabalhos e o substituirá em suas 
ausências temporárias. 
 4. O pessoal da Secretaria será nomeado pelo 
Secretário-Geral da OEA em consulta com o Secretário da 
Corte. 
 
CAPÍTULO IV 
DIREITOS, DEVERES E RESPONSABILIDADES 
Artigo 15. Imunidades e privilégios 
 1. Os juízes gozam, desde o momento de sua 
eleição e enquanto durarem os seus mandatos, das 
imunidades reconhecidas aos agentes diplomáticos 
pelo direito internacional. No exercício de suas funções 
gozam também dos privilégios diplomáticos necessários 
ao desempenho de seus cargos. 
 
 2. Não se poderá exigir aos juízes 
responsabilidades em tempo algum por votos e opiniões 
emitidos ou por atos desempenhados no exercício de 
suas funções. 
 3. A Corte em si e seu pessoal gozam das 
imunidades e privilégios previstos no Acordo sobre 
Privilégios e Imunidades da Organização dos Estados 
Americanos, de 15 de maio de 1949, com as 
equivalências respectivas, tendo em conta a importância 
e independência da Corte. 
 4. As disposições dos parágrafos 1, 2 e 3 deste 
artigo serão aplicadas aos Estados Partes da 
Convenção. Serão também aplicadas aos outros Estados 
membros da OEA que as aceitarem expressamente, em 
geral ou para cada caso. 
 5. O regime de imunidades e privilégios dos 
juízes da Corte e do seu pessoal poderá ser 
regulamentado ou complementado mediante convênios 
multilaterais ou bilaterais entre a Corte, a OEA e seus 
Estados membros. 
Artigo 16. Disponibilidade 
 
 1. Os juízes estarão à disposição da Corte e 
deverão trasladar-se à sede desta ou ao lugar em que 
realizar suas sessões, quantas vezes e pelo tempo que for 
necessário, conforme o Regulamento. 
 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
 2. O Presidente deverá prestar permanentemente 
seus serviços. 
 
Artigo 17. Honorários 
 
 1. Os honorários do Presidente e dos juízes da 
Corte serão fixados de acordo com as obrigações e 
incompatibilidades que lhes impõem os artigos 16 e 18, 
respectivamente, e levando em conta a importância e 
independência de suas funções. 
 2. Os juízes ad hoc perceberão os honorários 
que forem estabelecidos regulamentarmente, de acordo 
com as disponibilidades orçamentárias da Corte. 
 3. Os juízes perceberão, além disso, diárias e 
despesas de viagem, quando for cabível. 
 
Artigo 18. Incompatibilidades 
 
 1. O exercício do cargo de Juiz da Corte 
Interamericana de Direitos Humanos é incompatível com 
o exercício dos seguintes cargos e atividades: 
a. membros ou altos funcionários do Poder 
Executivo, com exceção dos cargos que não 
impliquem subordinação hierárquica ordinária, bem 
como agentes diplomáticos que não sejam Chefes 
de Missão junto à OEA ou junto a qualquer dos seus 
Estados membros; 
b. funcionários de organismos internacionais; 
c. quaisquer outros cargos ou atividades que 
impeçam os juízes de cumprir suas obrigações ou 
que afetem sua independência ou imparcialidade, 
ou a dignidade ou o prestígio do seu cargo. 
 
 2. A Corte decidirá os casos de dúvida sobre 
incompatibilidade. Se a incompatibilidade não for 
eliminada serão aplicáveis as disposições do artigo 73 da 
Convenção e 20.2 deste Estatuto. 
 
 3. As incompatibilidades unicamente causarão a 
cessação do cargo e das responsabilidades 
correspondentes, mas não invalidarão os atos e as 
resoluções em que o juiz em questão houver interferido. 
 
Artigo 19. Impedimentos, escusas e inabilitação 
 
 1. Os juízes estarão impedidos de participar 
em assuntos nos quais eles ou seus parentes tiverem 
interesse direto ou em que houverem intervido 
anteriormente como agentes, conselheiros ou 
advogados, ou como membros de um tribunal nacional 
ou internacional ou de uma comissão investigadora, ou 
em qualquer outra qualidade, a juízo da Corte. 
 2. Se algum dos juízes estiver impedido de 
conhecer, ou por qualquer outro motivo justificado, 
considerar que não deve participar em determinado 
assunto, apresentará sua escusa ao Presidente. Se este 
não a acolher, a Corte decidirá. 
 3. Se o Presidente considerar que qualquer dos 
juízes tem motivo de impedimento ou por algum outro 
motivo justificado não deva participar em determinado 
assunto, assim o fará saber. Se o juiz em questão estiver 
em desacordo, a Corte decidirá. 
 4. Quando um ou mais juízes estiverem 
inabilitados, em conformidade com este artigo, o 
Presidente poderá solicitar aos Estados Partes da 
Convenção que em sessão do Conselho Permanente da 
OEA designem juízes interinos para substituí-los. 
 
Artigo 20. Responsabilidades e competência 
disciplinar 
 
 1. Os juízes e o pessoal da Corte deverão 
manter, no exercício de suas funções e fora delas, uma 
conduta acorde com a investidura dos que participam da 
função jurisdicional internacional da Corte. Responderão 
perante a Corte por essa conduta, bem como por 
qualquer falta de cumprimento, negligência ou omissão 
no exercício de suas funções. 
 2. A competência disciplinar com respeito aos 
juízes caberá à Assembléia Geral da OEA, somente por 
solicitação justificada da Corte, constituída para esse 
efeito pelos demais juízes. 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
 3. A competência disciplinar com respeito ao 
Secretário cabe à Corte, e com respeito ao resto do 
pessoal, ao Secretário, com a aprovação do Presidente. 
 4. O regime disciplinar será regulamentado 
pela Corte, sem prejuízo das normas administrativas da 
Secretaria-Geral da OEA, na medida em que forem 
aplicáveis à Corte em conformidade com o artigo 59 da 
Convenção. 
 
Artigo 21. Renúncia e incapacidade 
 
 1. A renúncia de um juiz deverá ser 
apresentada por escrito ao Presidente da Corte. A 
renúncia não se tornará efetiva senão após sua aceitação 
pela Corte. 
 2. A incapacidade de um juiz de exercer suas 
funções será determinada pela Corte. 
 3. O Presidente da Corte notificará a aceitação 
da renúncia ou a declaração de incapacidade ao 
Secretário-Geral da OEA, para os devidos efeitos. 
 
CAPÍTULO V 
FUNCIONAMENTO DA CORTE 
Artigo 22. Sessões 
 
 1. A Corte realizará sessões ordinárias e 
extraordinárias. 
 2. Os períodos ordinários de sessões serão 
determinados regulamentarmente pela Corte. 
 3. Os períodos extraordinários de sessões 
serão convocados pelo Presidente ou por solicitação da 
maioria dos juízes. 
 
Artigo 23. Quorum 
 
 1. O quorum para as deliberações da Corte é 
constituído por cinco juízes. 
 2. As decisões da Corte serão tomadas pela 
maioria dos juízes presentes. 
 3. Em caso de empate, o Presidente terá o 
voto de qualidade. 
 
Artigo 24. Audiências, deliberações e decisões 
 
 1. As audiências serão públicas, a menos que a 
Corte, em casos excepcionais, decidir de outra forma. 
 2. A Corte deliberará em privado. Suas 
deliberações permanecerãosecretas, a menos que a 
Corte decida de outra forma. 
 3. As decisões, juízos e opiniões da Corte serão 
comunicados em sessões públicas e serão notificados por 
escrito às partes. Além disso, serão publicados, 
juntamente com os votos e opiniões separados dos juízes 
e com quaisquer outros dados ou antecedentes que a 
Corte considerar conveniente. 
 
Artigo 25. Regulamentos e normas de procedimento 
 
 1. A Corte elaborará suas normas de 
procedimento. 
 2. As normas de procedimento poderão 
delegar ao Presidente ou a comissões da própria Corte 
determinadas partes da tramitação processual, com 
exceção das sentenças definitivas e dos pareceres 
consultivos. Os despachos ou resoluções que não forem 
de simples tramitação, exarados pelo Presidente ou por 
comissões da Corte, poderão sempre ser apelados ao 
plenário da Corte. 
 3. A Corte elaborará também seu 
Regulamento. 
 
Artigo 26. Orçamento e regime financeiro 
 
 1. A Corte elaborará seu próprio projeto de 
orçamento e submetê-lo-á à aprovação da Assembléia 
Geral da OEA, por intermédio da Secretaria-Geral. Esta 
última não lhe poderá introduzir modificações. 
 
 2. A Corte administrará seu orçamento. 
 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
CAPÍTULO VI 
RELAÇÕES COM ESTADOS E ORGANISMOS 
 
Artigo 27. Relações com o país sede, Estados e 
Organismos 
 
 1. As relações da Corte com o país sede serão 
regulamentadas mediante um convênio de sede. A sede 
da Corte terá caráter internacional. 
 
 2. As relações da Corte com os Estados, com 
a OEA e seus organismos, e com outros organismos 
internacionais de caráter governamental relacionados 
com a promoção e defesa dos direitos humanos serão 
regulamentadas mediante convênios especiais. 
 
Artigo 28. Relações com a Comissão Interamericana 
de Direitos Humanos 
 
 A Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
comparecerá e será tida como parte perante a Corte, em 
todos os casos relativos à função jurisdicional desta, em 
conformidade com o artigo 2, parágrafo 1 deste Estatuto. 
 
Artigo 29. Convênios de cooperação 
 
 1. A Corte poderá celebrar convênios de 
cooperação com instituições que não tenham fins 
lucrativos, tais como faculdades de direito, associações e 
corporações de advogados, tribunais, academias e 
instituições educacionais ou de pesquisa em disciplinas 
conexas, a fim de obter sua colaboração e de fortalecer e 
promover os princípios jurídicos e institucionais da 
Convenção em geral, e da Corte em especial. 
 
 2. A Corte incluirá em seu relatório anual à 
Assembléia Geral da OEA uma relação dos referidos 
convênios, bem como de seus resultados. 
 
Artigo 30. Relatório à Assembléia Geral da OEA 
 
 A Corte submeterá à Assembléia Geral da OEA, em 
cada período ordinário de sessões, um relatório sobre 
suas atividades no ano anterior. Indicará os casos em que 
um Estado não houver dado cumprimento a suas 
sentenças. Poderá submeter à Assembléia Geral da OEA 
proposições ou recomendações para o melhoramento do 
sistema interamericano de direitos humanos, no que diz 
respeito ao trabalho da Corte 
CAPÍTULO VII 
DISPOSIÇÕES FINAIS 
 
Artigo 31. Reforma do Estatuto 
 
 Este Estatuto poderá ser modificado pela 
Assembléia Geral da OEA por iniciativa de qualquer 
Estado membro ou da própria Corte. 
 
Artigo 32. Vigência 
 
 Este Estatuto entrará em vigor em 1º de janeiro de 
1980. 
 
 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
REGRAS MÍNIMAS DAS 
NAÇÕES UNIDAS PARA A 
PROTEÇÃO DOS JOVENS 
PRIVADOS DE LIBERDADE 
 
Tendo presentes a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (Resolução 217 A (III) da Assembléia Geral, de 
10 de dezembro de 1948); o Pacto Internacional de 
Direitos Civis e Políticos (Resolução 2200 A (XXI) da 
Assembléia Geral, anexo, de 16 de dezembro de 1966); 
a Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou 
Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes (Resolução 
39/46 da Assembléia Geral, de 10 de dezembro de 
1984); a Convenção sobre os Direitos da Criança 
(Resolução 44/25 da Assembléia Geral, de 20 de 
novembro de 1989); como também outros 
instrumentos internacionais relativos à proteção dos 
direitos e ao bem-estar dos jovens,.Tendo, também, 
presentes as Regras mínimas para o tratamento dos 
reclusos aprovadas pelo Primeiro Congresso das Nações 
Unidas sobre Prevenção do Delito e Tratamento do 
Delinquente, 
 
Tendo presente, também, o Conjunto de princípios para 
a proteção de todas as pessoas submetidas a qualquer 
forma de detenção ou prisão, aprovado pela 
Assembléia Geral na sua Resolução 43/173, de 9 de 
dezembro de 1988, Recordando a Resolução 40/33 da 
Assembléia Geral, de 29 de novembro de 1985 e as 
Regras Mínimas das Nações Unidas para a 
Administração da Justiça da Infância e da Juventude, 
Recordando, também, a Resolução 21 do Sétimo 
Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do 
Delito e Tratamento do Delinquente, na qual se pediu a 
preparação de regras mínimas das Unidas para a 
proteção dos jovens privados de liberdade, 
Recordando, além disso, a seção 11 da Re. 1986/ 10 do 
Conselho Econômico e Social, maio de 1986, na qual, 
entre outras coisas, foi pedido ao Secretário Geral que 
apresentasse Comitê de Prevenção do Delito e Luta 
contra a Delinquência, no seu décimo período de 
sessões, um relatório sobre os progressos realizados a 
das Regras, e também foi pedido ao Oitavo Congresso 
das Nações Unidas sobre Prevenção do Delito e 
Tratamento do Delinquente que as Regras propostas, 
com vistas a sua aprovação, Alarmada pelas condições 
e circunstâncias pelas quais os jovens estão privados de 
sua liberdade em todo o mundo, Conscientes de que os 
jovens, quando se encontram privados de liberdade, 
são extremamente vulneráveis aos maus-tratos, à 
vitimização e à violência de seus direitos, Preocupada 
pelo fato de que muitos sistemas não estabelecem 
diferença entre adultos e jovens nas distintas fases da 
administração da justiça e consequência disso, muitos 
jovens estão detidos em prisões e centros penais junto 
com os adultos, 
 
1. Afirma que a reclusão de um jovem em um 
estabelecimento deve ser feita apenas em último caso 
e pelo menor espaço de tempo necessário; 
 
2. Reconhece que, devido a sua grande vulnerabilidade, 
os jovens privados de liberdade requerem e proteção 
especiais e que deverão ser garantidos seus direitos e 
bem-estar durante o período em que estejam privados 
de sua liberdade e também após este; 
 
3. Observa, com satisfação, o valioso trabalho da 
Secretaria e a colaboração estabelecida na preparação 
das Regras entre a Secretaria e os especialistas, os 
profissionais, as organizações intergovernamentais, os 
meios não oficiais, sobretudo a Anistia Internacional, a 
Defesa das Crianças Internacional- Movimento 
Internacional e Rãdda Barnen (Save the Children da 
Suécia), e as instituições científicas que se ocupam dos 
direitos das crianças e da Justiça da Infância e da 
Juventude; 
 
4. Aprova o projeto de Regras mínimas das ações 
Unidas para os jovens privados de liberdade, que figura 
como anexo à presente resolução; 
 
5. Exorta o Comitê de Prevenção do Delito e a 
Delinquência a formular medidas para aplicação eficaz 
das Regras, com a assistência dos institutos das Nações 
Unidas para a prevenção e o tratamento do 
delinquente; 
 
6. Convida os Estados Membros a adaptarem, que 
necessário, sua legislação,suas políticas e suas práticas 
nacionais, particularmente a capacitação de todas as 
categorias do pessoal da justiça da infância e da 
juventude, ao espírito das Regras e a chamar para elas 
a atenção das autoridades competentes e do público 
em geral; 
 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
7. Convida, também, os Estados Membrosa 
informarem ao Secretário Geral os seus esforços para 
aplicar as Regras na legislação, na política e na prática, 
e a apresentarem relatórios periódicos ao Comitê de 
Prevenção de Delito e Luta contra a Delinquência das 
Nações Unidas, sobre os resultados alcançados na sua 
aplicação; 
 
8. Pede ao Secretário geral que procure dar a maior 
difusão possível ao texto das Regras em todos os 
idiomas oficiais das Nações Unidas e convida os Estados 
Membros a realizarem o mesmo esforço; 
 
9. Pede ao Secretário Geral e solicita aos Estados 
Membros a consignação dos recursos necessários para 
garantir o bom êxito na aplicação e na execução das 
Regras, em particular no que se refere à contratação, à 
capacitação e ao intercâmbio de pessoal da justiça da 
infância e da juventude de todas as categorias; 
 
10. Insta todos os órgãos competentes do sistema das 
Nações Unidas, em particular o Fundo das Nações 
Unidas para a Infância, as comissões regionais e os 
organismos especializadas, os institutos das Nações 
Unidas, para a prevenção do delito e o tratamento do 
delinquente, e todas as organizações 
intergovernamentais e não governamentais 
interessadas, a colaborarem com a Secretaria e 
adotarem as medidas necessárias para garantir um 
esforço concentrado, dentro de suas respectivas 
esferas de competência técnica no fomento da 
aplicação das Regras; 
 
11. Convida a Subcomissão de Prevenção de 
Discriminações e Proteção às Minorias, da Comissão de 
Direitos Humanos, a examinar o novo instrumento 
internacional, com vistas a fomentar a aplicação de 
suas disposições. 
 
REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES 
UNIDAS PARA A 
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA, 
DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE 
(REGRAS DE BEIJING) 
PRIMEIRA PARTE - PRINCÍPIOS GERAIS 
1. Orientações fundamentais 
1.1 Os Estados Membros procurarão, em consonância 
com seus respectivos interesses gerais, promover o 
bem-estar da criança e do adolescente e de sua família. 
1.2 Os Estados Membros se esforçarão para criar 
condições que garantam à criança e ao adolescente 
uma vida significativa na comunidade, fomentando, 
durante o período de idade em que ele é mais 
vulnerável a um comportamento desviado, um 
processo de desenvolvimento pessoal e de educação o 
mais isento possível do crime e da delinqüência. 
1.3 Conceder-se-á a devida atenção à adoção de 
medidas concretas que permitam a mobilização de 
todos os recursos disponíveis, com a inclusão da 
família, de voluntários e outros grupos da comunidade, 
bem como da escola e de demais instituições 
comunitárias, com o fim de promover o bem-estar da 
criança e do adolescente, reduzir a necessidade da 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
intervenção legal e tratar de modo efetivo, eqüitativo e 
humano a situação de conflito com a lei. 
1.4 A Justiça da Infância e da Juventude será concebida 
como parte integrante do processo de desenvolvimento 
nacional de cada país e deverá ser administrada no 
marco geral de justiça social para todos os jovens, de 
maneira que contribua ao mesmo tempo para a sua 
proteção e para a manutenção da paz e da ordem na 
sociedade. 
1.5 As presentes regras se aplicarão segundo o 
contexto das condições econômicas, sociais e culturais 
que predominem em cada um dos Estados Membros. 
1.6 Os serviços da Justiça da Infância e da Juventude se 
aperfeiçoarão e se coordenarão sistematicamente com 
vistas a elevar e manter a competência de seus 
funcionários, os métodos, enfoques e atitudes 
adotadas. 
2. Alcance das regras e definições utilizadas 
2.1 As regras mínimas uniformes que se enunciam a 
seguir se aplicarão aos jovens infratores com 
imparcialidade, sem distinção alguma, por exemplo, de 
raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de 
qualquer outra natureza, origem nacional ou social, 
posição econômica, nascimento ou qualquer outra 
condição. 
2.2 Para os fins das presentes regras, os Estados 
Membros aplicarão as definições seguintes, de forma 
compatível com seus respectivos sistemas e conceitos 
jurídicos: 
a) jovem é toda a criança ou adolescente que, de 
acordo com o sistema jurídico respectivo, pode 
responder por uma infração de forma diferente do 
adulto; 
b) infração é todo comportamento (ação ou omissão) 
penalizado com a lei, de acordo com o respectivo 
sistema jurídico; 
c) jovem infrator é aquele a quem se tenha imputado o 
cometimento de uma infração ou que seja considerado 
culpado do cometimento de uma infração. 
2.3 Em cada jurisdição nacional procurar-se-á 
promulgar um conjunto de leis, normas e disposições 
aplicáveis especificamente aos jovens infratores, assim 
como aos órgãos e instituições encarregados das 
funções de administração da Justiça da Infância e da 
Juventude, com a finalidade de: 
a) satisfazer as diversas necessidades dos jovens 
infratores, e ao mesmo tempo proteger seus direitos 
básicos; 
b) satisfazer as necessidades da sociedade; 
c) aplicar cabalmente e com justiça as regras que se 
enunciam a seguir. 
3. Ampliação do âmbito de aplicação das regras 
3.1 As disposições pertinentes das regras não só se 
aplicarão aos jovens infratores, mas também àqueles 
que possam ser processados por realizar qualquer ato 
concreto que não seria punível se fosse praticado por 
adultos. 
3.2 Procurar-se-á estender o alcance dos princípios 
contidos nas regras a todos os jovens compreendidos 
nos procedimentos relativos à atenção à criança e ao 
adolescente e a seu bem-estar. 
3.3 Procurar-se-á também estender o alcance dos 
princípios contidos nas regras aos infratores adultos 
jovens. 
4. Responsabilidade penal 
4.1 Nos sistemas jurídicos que reconheçam o conceito 
de responsabilidade penal para jovens, seu começo não 
deverá fixar-se numa idade demasiado precoce, 
levando-se em conta as circunstâncias que 
acompanham a maturidade emocional, mental e 
intelectual. 
5. Objetivos da Justiça da Infância e da Juventude 
5.1 O sistema de Justiça da Infância e da Juventude 
enfatizará o bem-estar do jovem e garantirá que 
qualquer decisão em relação aos jovens infratores será 
sempre proporcional às circunstâncias do infrator e da 
infração. 
6. Alcance das faculdades discricionárias 
6.1 Tendo-se em conta as diversas necessidades 
especiais dos jovens, assim como a diversidade de 
medidas disponíveis, facultar-se-á uma margem 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
suficiente para o exercício de faculdades discricionárias 
nas diferentes etapas dos processos e nos distintos 
níveis da administração da Justiça da Infância e da 
Juventude, incluídos os de investigação, 
processamento, sentença e das medidas 
complementares das decisões. 
6.2 Procurar-se-á, não obstante, garantir a devida 
competência em todas as fases e níveis no exercício de 
quaisquer dessas faculdades discricionárias. 
6.3 Quem exercer tais faculdades deverá estar 
especialmente preparado ou capacitado para fazê-lo 
judiciosamente e em consonância com suas respectivas 
funções e mandatos. 
7. Direitos dos jovens 
7.1 Respeitar-se-ão as garantias processuais básicas em 
todas as etapas do processo, como a presunção de 
inocência, o direito de ser informado das acusações, o 
direito de não responder, o direito à assistência 
judiciária, o direito à presença dos pais ou tutores, o 
direito à confrontação com testemunhas e a interrogá-
las e o direito de apelação ante uma autoridade 
superior. 
8. Proteção da intimidade 
8.1 Para evitar que a publicidade indevida ou o 
processo de difamação prejudiquem os jovens, 
respeitar-se-á, em todas as etapas, seu direito à 
intimidade. 
8.2 Em princípio, não se publicará nenhuma informação 
que possa dar lugar à identificação de um jovem 
infrator. 
9. Cláusula de salvaguarda 
9.1 Nenhuma disposição das presentes regras poderá 
ser interpretada no sentido de excluir os jovens do 
âmbito da aplicação das Regras Mínimas Uniformes 
para o Tratamento dos Prisioneiros, aprovadas pelas 
Nações Unidas, e de outros instrumentos e normas 
relativos ao cuidado e à proteção dos jovens 
reconhecidospela comunidade internacional. 
SEGUNDA PARTE - INVESTIGAÇÃO E PROCESSAMENTO 
10. Primeiro contato 
1O.1 Sempre que um jovem for apreendido, a 
apreensão será notificada imediatamente a seus pais 
ou tutor e, quando não for possível tal notificação 
imediata, será notificada aos pais ou tutor no mais 
breve prazo possível. 
1O.2 O juiz, funcionário ou organismo competentes 
examinarão sem demora a possibilidade de pôr o 
jovem em liberdade. 
1O.3 Os contatos entre os órgãos encarregados de fazer 
cumprir a lei e o jovem infrator serão estabelecidos de 
modo a que seja respeitada a sua condição jurídica, 
promova-se o seu bem-estar e evite-se que sofra dano, 
resguardando-se devidamente as circunstâncias do 
caso. 
11. Remissão dos casos 
11.1 Examinar-se-á a possibilidade, quando apropriada, 
de atender os jovens infratores sem recorrer às 
autoridades competentes, mencionadas na regra 14.1 
adiante, para que os julguem oficialmente. 
11. 2 A polícia, o ministério público e outros organismos 
Que se ocupem de jovens infratores terão a faculdade 
de arrolar tais casos sob sua jurisdição, sem 
necessidade de procedimentos formais, de acordo com 
critérios estabelecidos com esse propósito nos 
respectivos sistemas jurídicos e também em harmonia 
com os princípios contidos nas presentes regras. 
11.3 Toda remissão que signifique encaminhar o jovem 
a instituições da comunidade ou de outro tipo 
dependerá do consentimento dele, de seus pais ou 
tutores; entretanto, a decisão relativa à remissão do 
caso será submetida ao exame de uma autoridade 
competente, se assim for solicitado. 
11.4 Para facilitar a tramitação jurisdicional dos casos 
de jovens, procurar-se-á proporcionar à comunidade 
programas tais como orientação e supervisão 
temporária, restituição e compensação das vítimas. 
12. Especialização policial 
12.1 Para melhor desempenho de suas funções, os 
policiais que tratem freqüentemente ou de maneira 
exclusiva com jovens ou que se dediquem 
fundamentalmente à prevenção da delinqüência de 
jovens receberão instrução e capacitação especial. Nas 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
grandes cidades, haverá contingentes especiais de 
polícia com essa finalidade. 
13. Prisão preventiva 
13.1 Só se aplicará a prisão preventiva como último 
recurso e pelo menor prazo possível. 
13.2 Sempre que possível, a prisão preventiva será 
substituída por medidas alternativas, como a estrita 
supervisão, custódia intensiva ou colocação junto a 
uma família ou em lar ou instituição educacional. 
13.3 Os jovens que se encontrem em prisão preventiva 
gozarão de todos os direitos e garantias previstos nas 
Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros, 
aprovadas pelas Nações Unidas. 
13.4 Os jovens que se encontrem em prisão preventiva 
estarão separados dos adultos e recolhidos a 
estabelecimentos distintos ou em recintos separados 
nos estabelecimentos onde haja detentos adultos. 
13.5 Enquanto se encontrem sob custódia, os jovens 
receberão cuidados, proteção e toda assistência - 
social, educacional, profissional, psicológica, médica e 
física que requeiram, tendo em conta sua idade, sexo e 
características individuais. 
TERCEIRA PARTE - DECISÃO JUDICIAL E MEDIDAS 
14. Autoridade competente para decidir 
14.1 Todo jovem infrator, cujo caso não tenha sido 
objeto de remissão (de acordo com a regra será 
apresentado à autoridade competente Juizado, 
tribunal, junta, conselho etc.), que decidirá de acordo 
com os princípios de um processo imparcial e justo. 
14.2 Os procedimentos favorecerão os interesses do 
jovem e serão conduzidos numa atmosfera de 
compreensão, que lhe permita participar e se expressar 
livremente. 
15. Assistência judiciária e direitos dos pois o tutores 
15.1 O jovem terá direito a se fazer representar por um 
advogado durante todo o processo ou a solicitar 
assistência judiciária gratuita, quando prevista nas leis 
do país. 
15.2 Os pais ou tutores terão direito de participar dos 
procedimentos e a autoridade competente poderá 
requerer a sua presença no interesse do jovem. Não 
obstante, a autoridade competente poderá negar a 
participação se existirem motivos para presumir que a 
exclusão é necessária aos interesses do jovem. 
16. Relatórios de investigação social 
16.1 Para facilitar a adoção de uma decisão justa por 
parte da autoridade competente, a menos que se 
tratem de infrações leves, antes da decisão definitiva 
será efetuada uma investigação completa sobre o meio 
social e as circunstâncias de vida do jovem e as 
condições em que se deu a prática da infração. 
17. Princípios norteadores da decisão judicial o das 
medidas 
17.1 A decisão da autoridade competente pautar-se-á 
pelos seguintes princípios: 
a) a resposta à infração será sempre proporcional não 
só às circunstâncias e à gravidade da infração, mas 
também às circunstâncias e às necessidades do jovem, 
assim como às necessidades da sociedade; 
b) as restrições à liberdade pessoal do jovem serão 
impostas somente após estudo cuidadoso e se 
reduzirão ao mínimo possível; 
c) não será imposta a privação de liberdade pessoal a 
não ser que o jovem tenha praticado ato grave, 
envolvendo violência contra outra pessoa ou por 
reincidência no cometimento de outras infrações sérias, 
e a menos que não haja outra medida apropriada; 
d) o bem-estar do jovem será o fator preponderante no 
exame dos casos. 
17.2 A pena capital não será imposta por qualquer 
crime cometido por jovens. 
17.3 Os jovens não serão submetidos a penas 
corporais. 
17.4 A autoridade competente poderá suspender o 
processo em qualquer tempo. 
18. Pluralidade das medidas aplicáveis 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
18.1 Uma ampla variedade de medidas deve estar à 
disposição da autoridade competente, permitindo a 
flexibilidade e evitando ao máximo a 
institucionalização. 
Tais medidas, que podem algumas vezes ser aplicadas 
simultaneamente, incluem: 
a) determinações de assistência, orientação e 
supervisão; 
b) liberdade assistida; 
c) prestação de serviços à comunidade; 
d) multas, indenizações e restituições; 
e) determinação de tratamento institucional ou outras 
formas de tratamento; 
f)determinação de participar em sessões de grupo e 
atividades similares; 
g) determinação de colocação em lar substituto, centro 
de convivência ou outros estabelecimentos educativos; 
h) outras determinações pertinentes. 
18.2 Nenhum jovem será excluído, total ou 
parcialmente, da supervisão paterna, a não ser que as 
circunstâncias do caso o tornem necessário. 
19. Caráter excepcional da institucionalização 
19.1 A internação de um jovem em uma instituição será 
sempre uma medida de último recurso e pelo mais 
breve período possível. 
20. Prevenção de demoras desnecessárias 
20.1 Todos os casos tramitarão, desde o começo, de 
maneira expedita e sem demoras desnecessárias. 
21. Registros 
21.1 Os registros de jovens infratores serão de caráter 
estritamente confidencial e não poderão ser 
consultados por terceiros. Só terão acesso aos arquivos 
as pessoas que participam diretamente da tramitação 
do caso ou outras pessoas devidamente autorizadas. 
21.2 Os registros dos jovens infratores não serão 
utilizados em processos de adultos em casos 
subseqüentes que envolvam o mesmo infrator. 
22. Necessidade de profissionalismo e capacitação 
22.1 Serão utilizados a educação profissional, o 
treinamento em serviço, a reciclagem e outros meios 
apropriados de instrução para estabelecer e manter a 
necessária competência profissional de todo o pessoal 
que se ocupa dos casos de jovens. 
22.2 O quadro de servidores da Justiça da Infância e da 
Juventude deverá refletir as diversas características dos 
jovens que entram em contato com o sistema. 
Procurar-se-á garantir uma representação eqüitativa de 
mulheres e minorias nos órgãos da Justiça da Infância e 
da Juventude. 
QUARTA PARTE - TRATAMENTO EM MEIO ABERTO 
23. Execução efetivadas medidas 
23.1 Serão adotadas disposições adequadas para ocumprimento das determinações ditadas pela 
autoridade competente, mencionadas na regra 14.1, 
por essa mesma autoridade ou por outra diferente, se 
as circunstâncias assim o exigirem. 
23.2 Tais dispositivos incluirão a faculdade da 
autoridade competente para modificar periodicamente 
as determinações segundo considere adequado, desde 
que a modificação se paute pelos princípios enunciados 
nestas regras. 
24. Prestação da assistência necessária 
24.1 Procurar-se-á proporcionar aos jovens, em todas 
as etapas dos procedimentos, assistência em termos de 
alojamento, ensino e capacitação profissional, emprego 
ou qualquer outra forma de assistência útil e prática 
para facilitar o processo de reabilitação. 
25. Mobilização de voluntários e outros serviços 
comunitários 
25.1 Os voluntários, as organizações voluntárias, as 
instituições locais e outros recursos da comunidade 
serão chamados a contribuir eficazmente para a 
reabilitação do jovem num ambiente comunitário e, 
tanto quanto possível, na unidade familiar. 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
QUINTA PARTE - TRATAMENTO INSTITUCIONAL 
26. Objetivos do tratamento institucional 
26.1 A capacitação e o tratamento dos jovens 
colocados em instituições têm por objetivo assegurar 
seu cuidado, proteção, educação e formação 
profissional para permitir-lhes que desempenhem um 
papel construtivo e produtivo na sociedade. 
26.2 Os jovens institucionalizados receberão os 
cuidados, a proteção e toda a assistência necessária 
social, educacional, profissional, psicológica, médica e 
física que requeiram devido à sua idade, sexo e 
personalidade e no interesse do desenvolvimento 
sadio. 
26.3 Os jovens institucionalizados serão mantidos 
separados dos adultos e serão detidos em 
estabelecimentos separados ou em partes separadas de 
um estabelecimento em que estejam detidos adultos. 
26.4 A jovem infratora institucionalizada merece 
especial atenção no que diz respeito às suas 
necessidades e problemas pessoais. Em nenhum caso 
receberá menos cuidado, proteção, assistência, 
tratamento e capacitação que o jovem do sexo 
masculino. Será garantido seu tratamento eqüitativo. 
26.5 No interesse e para o bem-estar do jovem 
institucionalizado, os pais e tutores terão direito de 
acesso às instituições. 
26.6 Será estimulada a cooperação interministerial e 
interdepartamental para proporcionar adequada 
formação educacional ou, se for o caso, profissional ao 
jovem institucionalizado, para garantir que, ao sair, não 
esteja em desvantagem no plano da educação. 
27. Aplicação das Regras Mínimas para o Tratamento 
dos Prisioneiros, aprovadas pelas Nações Unidas 
27.1 Em princípio, as Regras Mínimas para o 
Tratamento dos Prisioneiros e as recomendações 
conexas serão aplicáveis, sempre que for pertinente, ao 
tratamento dos jovens infratores institucionalizados, 
inclusive os que estiverem em prisão preventiva. 
27.2 Deverão ser feitos esforços para implementar os 
princípios relevantes das mencionadas Regras Mínimas 
na maior medida possível, para satisfazer as 
necessidades específicas do jovem quanto à sua idade, 
sexo e personalidade. 
28. Uso freqüente e imediato da liberdade condicional 
28.1 A liberdade condicional da instituição será 
utilizada pela autoridade pertinente na maior medida 
possível e será concedida o mais cedo possível. 
28.2 O jovem liberado condicionalmente de uma 
instituição será assistido e supervisionado por 
funcionário designado e receberá total apoio da 
comunidade. 
29. Sistemas semi-institucionais 
29.1 Procurar-se-á estabelecer sistemas semi-
institucionais, como casas de semiliberdade, lares 
educativos, centros de capacitação diurnos e outros 
sistemas apropriados que possam facilitar a adequada 
reintegração dos jovens na sociedade. 
SEXTA PARTE - PESQUISA, PLANEJAMENTO E 
FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS E AVALIAÇÃO 
30. A Pesquisa mo base do planejamento e da 
formulação e a avaliação de políticas 
30.1 Procurar-se-á organizar e fomentar as pesquisas 
necessárias como base do efetivo planejamento e 
formulação de políticas. 
30.2 Procurar-se-á revisar e avaliar periodicamente as 
tendências, os problemas e as causas da delinqüência e 
da criminalidade de jovens, assim como as diversas 
necessidades particulares do jovem sob custódia. 
30.3 Procurar-se-á estabelecer regularmente um 
mecanismo de avaliação e pesquisa no sistema de 
administração da Justiça da Infância e da Juventude, e 
coletar e analisar os dados e a informação pertinentes 
com vistas à devida avaliação e ao aperfeiçoamento do 
sistema. 
30.4 A prestação de serviços na administração da 
Justiça da Infância e da Juventude será 
sistematicamente planejada e executada como parte 
integrante dos esforços de desenvolvimento nacional. 
Tradução em português de Maria Josefina Becker. Estas 
Regras foram publicadas pela primeira vez, em 
português, pela FUNABEM em 1988. 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
 
 
CONVENÇÃO SOBRE OS 
DIREITOS DA CRIANÇA 
Instrumento de direitos humanos mais aceito na história 
universal. Foi ratificado por 196 países. 
Artigo 1 
Para efeito da presente Convenção, considera-se como 
criança todo ser humano com menos de 18 anos de 
idade, salvo quando, em conformidade com a lei 
aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes. 
Artigo 2 
1. Os Estados Partes devem respeitar os direitos 
enunciados na presente Convenção e 
assegurarão sua aplicação a cada criança em 
sua jurisdição, sem nenhum tipo de 
discriminação, independentemente de raça, 
cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou 
de outra natureza, origem nacional, étnica ou 
social, posição econômica, deficiência física, 
nascimento ou qualquer outra condição da 
criança, de seus pais ou de seus representantes 
legais. 
2. Os Estados Partes devem adotar todas as 
medidas apropriadas para assegurar que a 
criança seja protegida contra todas as formas 
de discriminação ou punição em função da 
condição, das atividades, das opiniões 
manifestadas ou das crenças de seus pais, 
representantes legais ou familiares. 
Artigo 3 
1. Todas as ações relativas à criança, sejam elas 
levadas a efeito por instituições públicas ou 
privadas de assistência social, tribunais, 
autoridades administrativas ou órgãos 
legislativos, devem considerar primordialmente 
o melhor interesse da criança. 
2. Os Estados Partes comprometem-se a 
assegurar à criança a proteção e o cuidado que 
sejam necessários ao seu bem-estar, levando 
em consideração os direitos e deveres de seus 
pais, tutores legais ou outras pessoas 
legalmente responsáveis por ela e, com essa 
finalidade, tomarão todas as medidas 
legislativas e administrativas adequadas. 
3. Os Estados Partes devem garantir que as 
instituições, as instalações e os serviços 
destinados aos cuidados ou à proteção da 
criança estejam em conformidade com os 
padrões estabelecidos pelas autoridades 
competentes, especialmente no que diz 
respeito à segurança e à saúde da criança, ao 
número e à adequação das equipes e à 
existência de supervisão adequada. 
Artigo 4 
Os Estados Partes devem adotar todas as medidas 
administrativas, legislativas e de outra natureza 
necessárias para a implementação dos direitos 
reconhecidos na presente Convenção. Com relação a 
direitos econômicos, sociais e culturais, os Estados 
Partes devem adotar tais medidas utilizando ao máximo 
os recursos disponíveis e, quando necessário, dentro de 
um quadro de cooperação internacional. 
Artigo 5 
Os Estados Partes devem respeitar as 
responsabilidades, os direitos e os deveres dos pais ou, 
quando aplicável, dos membros da família ampliada ou 
da comunidade, conforme determinem os costumes 
locais, dos tutores legais ou de outras pessoas 
legalmente responsáveis pela criança, para 
proporcionar-lhe instrução e orientação adequadas, de 
acordo com sua capacidade em evolução, no exercício 
dos direitos que lhe cabem pela presente Convenção. 
 
VADE MECUM – SEAS/CE (SOCIOEDUCADOR) 
Artigo 6 
1. Os Estados Partes

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