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A pele é uma estrutura altamente especializada e multifuncional e o maior do corpo humano, que constitui 15% do peso total do corpo. Na literatura alguns autores referem que a pele é composta de três camadas: epiderme, derme e hipoderme. Principais funções da pele: 1. Proteção > contra agentes químicos, físicos, biológicos e radiação; 2. Percepção sensorial > tato, calor, frio, pressão e dor; 3. Termorregulação > regula a temperatura corporal; 4. Metabólica > síntese de vitamina D; 5. Excretora > glândulas sebáceas, sebo; e sudoríparas, suor. Ferida é qualquer lesão que interrompa a continuidade da pele. Pode atingir a epiderme a derme, tecido subcutâneo, fáscia muscular, chegando a expor estruturas profundas. Cicatrização Os tecidos que compõem o organismo humano têm uma incrível capacidade de autorregeneração. Ou seja, quando sofrem algum tipo de dano, eles conseguem restabelecer totalmente ou parte de sua estrutura local e isso pode ocorrer de duas maneiras: 1. Através do mecanismo de regeneração tecidual; e 2. Através do processo de cicatrização. A cicatrização de uma ferida consiste no mecanismo de reparo tecidual ou de regeneração dos tecidos após algum dano, evoluindo em fases distintas. Envolve 3 fases: 1. Fase inflamatória: • Também chamada de exsudativa, reativa ou defensiva, esta fase se inicia a partir do momento em que o tecido é lesionado; • Pode durar de três a seis dias e é uma forma que o organismo encontra para tenta limitar o dano, por meio da hemostasia e inflamação. 2. Fase proliferativa: • Nesse estágio, ocorrem a regeneração dos tecidos, a formação de novos vasos (neoangiogênese) e a multiplicação dos fibroblastos com deposição de colágeno (fibroplasia), isto é, a formação do tecido de granulação e a migração das células epiteliais das margens da lesão para o centro (epitelização); e • Dura aproximadamente de 3 a 24 dias. 3. Fase de maturação: • Geralmente começa após a terceira semana do surgimento da lesão e pode durar de meses a anos; • Nessa fase ocorre a reorganização do colágeno e o surgimento de maior força tensora na lesão; • Os fibroblastos e leucócitos presentes no local secretam colagenases que organizam a matriz. Feridas e Curativos Tipos de cicatrização 1. Cicatrização por primeira intenção • É o tipo de cicatrização ideal que ocorre quando as bordas são aproximadas e quando há perda mínima de tecido, ausência de infecção e mínimo de edema; • A formação de tecido de granulação é visível e a lesão tem baixo potencial de infecção; • Costuma deixa cicatriz mínima e discreta; • Exemplo: Cirurgia com sutura. 2. Cicatrização por segunda intenção: • Ocorre quando há perda excessiva de tecido e a aproximação primária das bordas não é possível; • As bordas das feridas são bem afastadas uma da outra, e ocorre a formação de um grande coágulo; • Pode se associar ou não a infecção; • Requer maior tempo para contração e estilização; • Produz cicatriz protuberante; • Cicatrização mais lenta do que a primária. 3. Cicatrização de terceira intenção • Ocorre quando há presença de infecção na ferida, a qual, deve ser tratada primeiramente para então ser suturada posteriormente; • A ferida então é deixada aberta para evoluir com cicatrização de segunda intenção e há o processo de limpeza e desbridamento do tecido; • Posteriormente, é realizada sutura para que a ferida evolua com cicatrização de primeira intenção. • Exemplo: Ferida extensa ou que esteja contaminada ou com deiscência, ou seja, cicatriz que foi rompida. Fatores que interferem na cicatrização: Estresse, ansiedade, depressão, tabagismo, etilismo, perfusão e oxigenação diminuída, edema, infecção, morbidades (como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e obesidade), aporte nutricional ou hidratação deficiente, mobilidade diminuída ou ausente, localização, extensão e presença de corpo estranho na ferida, certos medicamentos, estado imunológico e distúrbios sistêmicos. Leito da ferida e os tipos de tecido Reconhecer os tecidos encontrados no leito da ferida é essencial para nortear o tipo de desbridamento a ser realizado, bem como a técnica que será empregada. Os tipos de tecidos podem ser classificados em viáveis e inviáveis, ou seja, tecidos saudáveis, propícios para a evolução do processo de cicatrização, e tecidos desvitalizados, prejudiciais para a evolução da ferida. Características como cor, textura, consistência e grau de umidade auxiliam o avaliador identificar o tipo de tecido presente no leito da ferida. Tipos de tecidos: 1. Necrose: • Resultante da morte celular e tecidual com consequente perda da função; • É irreversível, por isso deve ser removido; • Apresenta coloração preta/marrom/acastanhada, que pode esta aderida ao leito ou as bordas e pode ser endurecida ou amolecida; • Ela pode ser: a) Coagulativa: Resultado da hipóxia/ isquemia, apresenta-se sólida, opaca, turva, seca e varia de amarela-pálida ao preto. b) Gangrenosa: Ocorre por origem isquêmica, seguida de agressão bacteriana, pode ser úmida (associado a proliferação bacteriana) ou seca (quando ocorre perda de líquido, insuficiência de nutrientes ou sofrem ação de substâncias químicas, tendendo à mumificação. Frequentemente apresenta formação de bolhas gasosas, caracterizando a gangrenosa gasosa causa por ampla invasão bacteriana do tecido muscular lesado. 2. Esfacelo (Necrose liquefativa): • Tecido fibrinoso ou mucinoso, de consistência amolecida/semifluido; • Geralmente essa lesão está associada à infecção bacteriana, sendo composto por bactérias, leucócitos, fragmentos celulares, exsudato, fibrina, elastina e colágeno; • O tecido caracteriza-se por coloração branco-amarelada, aderido ou não a ferida. 3. Tecido de granulação: • É o indicativo de processo de cicatrização efetivo; • É caracterizado pela cor avermelhada e umidade; • Formado pela proliferação de células endoteliais vasculares e fibroblastos, resultantes da angiogênese; • Durante a realização do curativo é importante não lesionar esse tecido, favorecendo a formação da cicatriz epitelial em menor tempo. 4. Tecido de epitelização: • Indica o encerramento do processo de cicatrização; • Caracterizado pela cor rosada e geralmente surge a partir das margens favorecendo o fechamento da ferida; • Inicialmente, a camada epitelial é delgada, mas espesso e sedimentado. Lesão por Pressão No ano de 2016, o termo “úlcera por pressão” foi atualizado para “lesões por pressão” pela National Pressute Ulcer Advisory Panel (NPUAP). A lesão por pressão (LPP) é definida como um dano localizado na pele ou em tecidos moles subjacentes, ocasionado pela pressão, fricção e cisalhamento exercida em regiões ou áreas, principalmente nas que apresentam protuberâncias ósseas ou relacionadas ao uso de algum dispositivo médicos ou a outro artefato. Locais de maior pressão e acometimento de acordo com a posição do paciente: IMPORTANTE A mudança se deu em decorrência do termo “úlcera” estar relacionada a uma lesão aberta, e a LPP estágio 1 não é aberta, portanto não pode ser chamada de úlcera. Prevenção: As LPP atuam muitas vezes como fator complicante de internações hospitalares e domiciliares, podendo levar o paciente a óbito. Logo, é importante dar atenção especial aos grupos de risco, para desenvolvimento desse tipo de lesão, que são: 1. Pessoas com mobilidade física prejudicada; 2. Pessoas com a percepção dolorosa comprometida; 3. Pessoas submetidas a procedimentoscirúrgicos; e 4. Pessoas com dispositivos médicos e outros artefatos. Escala de orientação à mudança de decúbito Escala de Braden: 1. É utilizada para identificar o risco do paciente em desenvolver úlcera por pressão. Para tanto, segue a descrição de algumas etapas; 2. A escala de Braden analisa seis fatores principais no paciente: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição e a fricção e cisalhamento. 3. Cada características é testada e pontuada de 1 a 4, e quanto menor for a pontuação (escore), maior será o risco de desenvolvimento de úlcera por pressão. 4. A soma total de todos os fatores analisados resulta em um número entre 6 e 23 que indica o estado da lesão e quais práticas devem se utilizarem esta escala. • Risco baixo (15 a 18 pontos); • Risco moderado (13 a 14 pontos); • Risco alto (10 a 12 pontos); • Risco muito alto (≤ 9 pontos). Escala de Norton: 1. A escala de Norton avalia cinco parâmetros para grau de risco sendo estes a condição física, nível de consciência, atividade, mobilidade e incontinência; 2. Cada parâmetro é pontuado com valores de 1 a 4; 3. A soma dos cinco níveis resulta em um escore que variou de 5 a 20 pontos, interpretados da seguinte forma: <14(risco) e < 12 (alto risco). 4. Quanto menor for o somatório final, maior será o risco para o desenvolvimento de LPP. Estadiamento das LPP: 1. Estágio 1: Pele Integra com eritema que não embranquece. 2. Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial e exposição da derme. O leito da ferida tem coloração rosa ou vermelho, é úmido e pode também apresentar-se como uma bolha intacta (com exsudato seroso) ou rompida. 3. Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total com exposição do tecido adiposo e sem ultrapassar a fáscia muscular adjacente, podendo apresentar necrose com susceptibilidade a infecções e exsudato que pode variar de características e odor fétido. 4. Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular com exposição de músculos, tendões, ligamentos, cartilagens ou ossos. 5. Não classificável: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular, na qual a extensão do dano não pode ser confirmada porque está encoberta por tecido desvitalizado. Após a retirada desses tecidos inviáveis, é possível classificar a lesão no estágio correto. Limpeza da ferida A técnica empregada para limpar lesão consiste em remover restos celulares, materiais estranhos, tecido necrótico ou desvitalizado e resíduos de agentes tópicos presentes na superfície da ferida, para propiciar a promoção e a preservação do tecido de granulação. A limpeza tem caractere rigoroso e cuidadosa em toda sendo realizada em toda extensão e profundidade da ferida. A limpeza estéril deve ser feita utilizando material estéril com solução fisiológica 0,9% > A ferida deve ser irrigada com jatos de SF 0,9% (a temperatura corporal), que são capazes de remover exsudato, corpos estranhos, tecidos que estão aderidos frouxamente e ainda assim consegue preservar o tecido de granulação. Desbridamento Envolve a remoção de tecido não viável, de bactérias e corpos estranhos, para permitir a regeneração do tecido saudável subjacente. São usadas técnicas mecânicas e químicas durante esse processo que proporcionam meios favoráveis para a cicatrização. As feridas precisam ser analisadas, segundo o seu aspecto, para que haja a indicação de desbridamento. Tipos de Desbridamento 1. Desbridamento cirúrgico: Corresponde a remoção completa do tecido necrótico, associado a necrose de coagulação e liquefativa, no entanto esta técnica é realizada em centro cirúrgico pelo cirurgião, sendo indicada quando o paciente necessita de uma intervenção mais urgente. 2. Desbridamento instrumental: Ocorre a remoção do tecido desvitalizado forma gradativa e seletiva em diversas sessões, pode ser realizado a beira leito ou em sala de curativo com a utilização de material cortante como bisturi, tesoura, pinças e coberturas hemostáticas, podendo ser combinado com outras técnicas como enzimático e autolítico. Essa técnica poderá ser realizada por enfermeiro devidamente capacitado com conhecimento e formação específica que lhe proporcione, habilidades e atitude, conforme parecer do Coren nº 013/2009. 3. Desbridamento enzimático: Consiste na aplicação tópica de substâncias enzimáticas e proteolíticas que atuam como desbridantes diretamente em tecidos necróticos, a escolha da enzima deve ser feita após avaliação do tipo de tecido que se quer desbridar. Recomenda-se proteger a pele perilesional para evitar a maceração do tecido. Tipos de cobertura Ácidos graxos essenciais (AGE): Registrado pela ANVISA como cosmético está indicado para uso em pele íntegra visando a prevenção de lesões favorecendo a nutrição celular e hidratação da pele formando uma película protetora. Alginato de Cálcio e Sódio: Possui alta efetividade microbiana previne contaminação externa, é indicada em lesões cavitarias, úlceras venosas, lesões por pressão, queimaduras de 2º grau, áreas doadoras de enxerto e lesões com pouco sangramento. No entanto é contraindicada em necroses secas. Deve ser trocada sempre que estiver saturado, e sua permanência máxima é de até 7 dias. Bota de unna: Promove a compressão no membro aumentando o retorno venoso e melhora drenagem linfática. Mantém meio úmido para cicatrização sendo indicado em úlceras venosas e edema linfático de membros inferiores, recomendada a pacientes que deambulam. A troca da bota de unna pode ser feita a cada 7 dias e prevê capacitação do profissional para colocação do material. Carvão ativado com prata: Tem ação bactericida absorve exsudato neutralizador de odor e está indicado em feridas de moderado a muito exsudato, superficiais ou profundas, infectadas ou não, com o sem tecido necrótico. Deve ser trocada sempre que estiver saturado, e sua permanência máxima é de até 7 dias. Importante ressaltar que esta placa não pode ser cortada, caso a ferida seja menor que o tamanho da placa, as bordas devem ser protegidas. Colagenase: Promove desbridamento enzimático suave e não invasivo está indicado para feridas com tecido desvitalizado. Deve ser trocada sempre que estiver saturado ou a cada 24h. Hidrogel: Proporciona ambiente úmido evita ressecamento e desbrida áreas de necrose indicado feridas limpas não infectadas com áreas necróticas ou esfacelo. Deve ser trocado em no máximo 24 horas em casos de ferida infectada, e em casos de apresentação de tecidos necrótico desse ser trocado no máximo em 72 horas. Malha de acetato de celulose: Evita a aderência do curativo ao leito da ferida. Está indicada feridas como queimaduras (primeiro ou segundo grau), abrasões, enxertos, úlceras venosas, entre outros. Deve ser trocado em média a cada 24 horas. Microfibra: Curativo superabsorvente, gel macio e coesivo que se adapta ao leito da ferida mantém ambiente úmido ideal para a cicatrização e controle do excesso de exsudato. Promove o desbridamento autolítico com a remição natural do tecido desvitalizado mantendo o meio úmido. O curativo vai se desprendendo de acordo com a reepitelização, pode permanecer até 14 dias de acordo com o fabricante. Papaína: Possui ação bactericida e desbridamento químico, ação anti- inflamatória diminui edema local. Deve ser usado com critério conforme apresentação, 2% em tecido de granulação, 4% em granulação e secreção purulenta, 6% – Necrose de liquefação, 8% em necrose de liquefação mais necrose de coagulação, e10% em necrose decoagulação. Deve ser trocado duas vezes ao dia ou conforme saturação do curativo. Placa de hidro coloide: Impermeável à água e bactérias e vírus, isola o leito da ferida do meio externo evitando o seu ressecamento e a perda de calor. Mantém ambiente úmido, está indicado em abrasões, lacerações, cortes superficiais, queimaduras, rachaduras de pele, lesão por pressão e úlceras diabéticas, feridas cirúrgicas. É indicada também para prevenção de lesões de pele. Deve ser trocado a cada 7 dias ou quando houver presença de fluido na ferida. Sulfadiazina de prata: Exerce ação bactericida imediata e ação bacteriostática residual pela liberação de pequenas quantidades de prata iônica está indicada em caso de queimaduras; lesões infectadas ou com tecido necrótico. Deve ser trocado no máximo a cada 12 horas ou quando a cobertura secundária estiver saturada, a cada troca toda a pomada deve ser removida. Procedimento 1. Lavar as mãos; 2. Reunir o material; 3. Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente; 4. Promover a privacidade do paciente colocando o biombo e/ou fechando a porta do quarto; 5. Posicionar o paciente de acordo com o local da ferida; 6. Higienizar as mãos; 7. Abrir todos os materiais necessários e colocar em campo estéril; colocar os cabos das pinças voltados para fora do campo; 8. Calçar as luvas de procedimento; 9. Retirar o curativo anterior delicadamente com uma pinça ou a luva de procedimento, inclusive o curativo do dreno, se houver, observando o aspecto do curativo anterior; 10. Descartar o curativo anterior em saco plástico. Descartar a luva de procedimento utilizada na remoção do curativo anterior; se utilizou pinça, cuba rim, substituir por material limpo. 11. Calçar a luva estéril ou a luva de procedimento (se utilizar a pinça); 12. Limpar a pele ao redor da ferida com gaze embebida em solução fisiológica sempre da área menos contaminada para a mais contaminada, e posteriormente limpar a ferida operatória. (Certificar-se em não tocar na face da gaze que limpará a ferida e alternar as faces da gaze enquanto se faz a limpeza. Após o uso de cada face da gaze, deve-se descartá-la e utilizar uma nova); 13. Deve-se remover as crostas e os detritos, se houver, com delicadeza, utilizando soro fisiológico em jato; 14. Secar a pele ao redor da ferida operatória, e secar levemente a ferida, observando seu aspecto; 15. Se prescrito pelo médico o uso de pomadas, aplicar sobre a espátula e está sobre a ferida. 16. Colocar as gazes sobre a ferida; 17. Fixar o curativo com esparadrapo ou micropore; em certos locais o esparadrapo ou micropore não deve ser utilizado, devido à mobilidade (articulações), presença de pelos ou secreções. Nesses locais deve-se utilizar ataduras, estas devem ser colocadas de maneira que não afrouxem nem comprimam em demasia. O enfaixamento dos membros inicia-se da porção distal para a proximal e não deve ocasionar nenhum tipo de desconforto ao paciente; 18. Iniciar a limpeza na região da inserção do dreno de Kehr e também na extensão desse, no sentido de dentro para fora com clorexidina alcóolica; 19. Atentar para a presença de vazamento de bile e irritação da pele peridreno; 20. Colocar coletor adesivo fixado em local de inserção do dreno; 21. Para mensuração: • Mensurar a cada 12h; ou a critério médico, caso o débito esteja alto; • Utilize um recipiente graduado ou seringa de 20ml; • Esvazie todo conteúdo do saco coletor adesivo e faça a mensuração com a seringa de 20 ml; • Coloque um novo saco coletor adesivo; • Organize o ambiente; • Despreze o conteúdo drenado; • Anote quantidade e o aspecto da drenagem; 22. Deixar o paciente confortável. 23. Recolher o material do quarto, mantendo a unidade organizada 24. Encaminhar o material para o expurgo:
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