Buscar

1 Lei de Introducao as normas de direito civil, ok, aula

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1.
Introdução ao Direito Civil
Quadro Evolutivo:
Do Direito Romano: Se aponta em Roma o surgimento do Direito Civil. Ele dividia em dois blocos: Tudo o que não era Penal, era Civil. Então, o administrativo era civil também. Assim, ficava tudo na mão do Rei.
Revolução Francesa (Code de France, 1804): Divisão do Direito em Público e Privado. Onde não havia interesse do Estado, prevalecia o Privado. Código de 1804 era patrimonialista e individualista.
Com a CF de 1988 surgiu a constitucionalização do Direito Civil, que é a interpretação deste em consonância com a CF. 
Houve o surgimento da Tábua Axiológica, que é a dignidade da pessoa humana, a liberdade, igualdade e solidariedade social.
A constitucionalização do direito civil não se confunde com a publicização do direito civil. Aquela é o movimento de interpretação dos institutos do Direito Civil em conformidade com a Constituição. Já este, a publicização do direito civil, ou dirigismo contratual, é a presença do Poder Público dentro de uma relação privada, para garantir a igualdade entre as partes e o equilíbrio de forças. Exemplo das agências reguladoras.
As novas três diretrizes do CC de 2002 são a eticidade (a ética que se espera das partes), operabilidade (é a fácil aplicação dos institutos do direito civil) e socialidade (é a função social, exemplo da imagem, da cláusula penal, da propriedade). 
Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais: É a incidência direta dos direitos fundamentais nas relações privadas.
Essa horizontalização dos direitos fundamentais nada mais é do que o reconhecimento da existência e aplicação dos direitos que protegem a pessoa nas relações entre particulares. Nesse sentido, pode-se dizer que as normas constitucionais que protegem tais direitos têm aplicação imediata (eficácia horizontal imediata). Essa aplicação imediata está justificada pelo teor do art. 5.0, § 1.º, da Constituição Federal de 1988, pelo qual: "As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata"
Tese da aplicação direta dos direitos sociais nas relações privadas: Dois exemplos: Súmula 302 STJ – é abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado. 
STJ 364. O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
Direito Civil Constitucional 
A utilização da expressão Direito Civil Constitucional encontra raízes na doutrina italiana de Pietro Perlingier.
A proteção da dignidade humana, a partir do modelo de Kant, constitui o principal fundamento da personalização do Direito Civil, da valorização da pessoa humana em detrimento do patrimônio. A proteção da dignidade humana significa, portanto, o direito ao reconhecimento como pessoa do Direito.
O diálogo das fontes 
A essência da teoria é que as normas jurídicas não se excluem - supostamente porque pertencentes a ramos jurídicos distintos -, mas se complementam.
A interpretação do Direito Civil com as demais normas:
Aplica a especialidade, a norma especial afasta a geral. O Código Civil é norma geral, mas como contêm normas mais protetivas que as especiais, surgiu o diálogo das fontes, de conexão ou de complementaridade, afastando de forma episódica o critério da norma geral, quando esta for mais protetiva. Exemplo caso de vício redibitório do CC e do Consumidor, como o do CC é mais favorável, aplica-se o do Código Civil. 
- Colisão entre regra e princípio: Aplica-se a regra. Mas se a regra não respeita o princípio é caso de controle de constitucionalidade ou de legalidade.
- Colisão entre princípios: técnica de ponderação de interesses.
- Colisão entre regra e regra: lei especial, lei posterior e lei superior. São os métodos clássicos de hermenêuticas. 
A tese da derrotabilidade (superabilidade): É o afastamento no caso concreto de uma norma válida, pois, no caso específico, a força dos fatos supera a força do direito.
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro:
Foi concebido na França, com o Código Francês, quando mudou a divisão em apenas civil e penal, passando a ser público e privado, por isso precisava haver uma lei para se harmonizar ao novo sistema.
Anote-se que a Lei de Introdução não faz parte do Código Civil de 2002, como também não era componente do Código Civil de 1916. Como se extrai, entre os clássicos, da obra de Serpa Lopes, ela é uma espécie de lei anexa, publicada originalmente em conjunto com o Código Civil para facilitar a sua aplicação
Isso no Brasil ocorreu em 1916, com o novo código civil, editou-se a lei de introdução, depois foi substituída pelo decreto lei 4657. Depois uma nova lei alterando para lei de introdução ao às normas de direito brasileiro, pois é um código sobre a elaboração das normas, versando sobre a elaboração das normas e sua aplicação, tendo aplicação universal.
Estrutura da Lei de Introdução:
Vigência da norma legal. (art. 1ª e 2ª)
Obrigatoriedade da norma (art. 3º)
Integração das normas (art. 4)
Interpretação das normas (art. 5)
Aplicação da norma no tempo (art. 6)
Aplicação da norma no espaço (art. 7 a 18)
Vigência da norma:
Uma lei passa a existir com sua promulgação. Mas para poder ter aplicabilidade não basta sua mera existência, é necessário que o conteúdo da lei seja publicada e, após o período de vacatio legis, é que ela passará a ser aplicável.
A vigência de uma lei e, portanto, sua obrigatoriedade só é alcançada depois do período de vacatio legis. A contagem desse período é feita em número de dias.
Lei Complementar 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral.
Como aponta a doutrina, não interessa se a data final seja um feriado ou final de semana, entrando em vigor a norma mesmo assim, ou seja, a data não é prorrogada para o dia seguinte.
Esclarecendo, a lei passa por três fases fundamentais para que tenha validade e eficácia as de elaboração, promulgação e publicação. Depois vem o prazo de vacância, geralmente previsto na própria norma.
Os prazos geral são: Mês/ano: data a data . Dia: dia a dia, excluindo o 1ª e incluindo o último. Meado do mês é sempre o dia 15. A lei de introdução é diferente (incluí a data de publicação e do último dia), mas na prática fica a mesma coisa, pois entrará em vigor na data subsequente.
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’. .
Se o legislador esquecer de colocar o prazo este será de 45 dias em território nacional e 3 meses em território internacional.
LINDB, Art. 1o: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. 
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
 Lei após do período de vacatio legis já existe e, portanto, para modificá-la precisa de uma nova norma. 
Se for no período de vacatio precisa apenas de republicação: § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação; se posterior é considerada lei nova.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quandoregule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Assim, não se admite o instituto da repristinação, apenas os seus efeitos quando previstos em lei.
Excepcionalmente: há repristinação no controle de constitucionalidade, quando houver a declaração de inconstitucionalidade da lei revogadora, no controle concentrado.
A revogação de lei pode ser total ou parcial
Total- Ab-rogação;
Parcial. Derrogação
No que concerne ao modo, as duas modalidades de revogação analisadas podem ser assim classificadas
a) Revogação expressa (ou por via direta) - situação em que a lei nova taxativamente declara revogada a lei anterior ou aponta os dispositivos que pretende retirar. 
b) Revogação tácita (ou por via oblíqua) - situação em que a lei posterior é incompatível com a anterior, não havendo previsão expressa no texto a respeito da sua revogação.
CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA E SUA APLICAÇÃO. ANÁLISE DO ART. 3.0 DA LEI DE INTRODUÇÃO.
A lei, como fonte primária do Direito Brasileiro, tem as seguintes características básicas: 
a) Generalidade - a norma jurídica dirige-se a todos os cidadãos, sem qualquer distinção, tendo eficácia erga omnes. 
b) Imperatividade - a norma jurídica é um imperativo, impondo deveres e condutas para os membros da coletividade.
c) Permanência - a lei perdura até que seja revogada por outra ou perca a eficácia
d) Competência - a norma, para valer contra todos, deve emanar de autoridade competente, com o respeito ao processo de elaboração. 
e) Autorizante - o conceito contemporâneo de norma jurídica traz a ideia de um autorizamento (a norma autoriza ou não autoriza determinada conduta), estando superada a tese de que não há norma sem sanção (Hans Kelsen)
Obrigatoriedade da lei
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
Admissibilidade excepcional do erro de direito (CC 139, III, CC 1.561, Lei de Contravenções Penais, art. 8o e CP 65, II). (casamento putativo)
Art. 3o: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. CC, art. 139: “O erro é substancial quando: (...) III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.” (anulação de negócio jurídico).
Leis dispositivas. Podem ser alteras pelas partes, ex. Art. 419, despesas nos contratos de compre e venda, as partes podem mudar quem irá pagar o quê.
Integração da norma jurídica.
É o preenchimento das lacunas da lei.
A vedação ao non liquet imposta ao juiz. A inexistência de lacunas no sistema jurídico. 
Métodos de colmatação (integração), na ordem: analogia, costumes (praeter legem) e princípios gerais de direito. São mecanismos de integração! ACP
Anote-se que a integração não se confunde com a subsunção, sendo a última a aplicação direta da norma jurídica a um determinado tipo ou fa ttispecie. O art. 4.0 da Lei de Introdução enuncia que quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
Todavia, até pode-se afirmar que essa continua sendo a regra, mas nem sempre o respeito a essa ordem deverá ocorrer, diante da força normativa e coercitiva dos princípios, notadamente daqueles de índole constitucional. Como é notório, a Constituição Federal de 1988 prevê no seu art. 5.0, § 1.0, que as normas que definem direitos fundamentais - muitas geradoras de princípios estruturantes do sistema jurídico -, têm aplicação imediata. Trata-se da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, mecanismo festejado por muitos constitucionalistas, caso de Daniel Sarmento que leciona: 
A exemplificar, em casos que envolvem a proteção da dignidade humana (art. 1.0, III, da CF/1988), não se pode dizer que esse princípio será aplicado somente após o emprego da analogia e dos costumes e, ainda, se não houver norma prevista para o caso concreto. Em suma, os princípios constitucionais não podem mais ser vistos somente como último recurso de integração da norma jurídica, corno acreditavam os juristas clássicos. Essa ideia parece ter sido adotada pelo art. 8.º do Novo Código de Processo Civil, norma de caráter revolucionário inegável, ao estabelecer que, ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
Em síntese, compreendemos que aqueles que seguem a escola do Direito Civil Constitucional, procurando analisar o Direito Civil a partir dos parâmetros constitucionais, realidade atual do Direito Privado brasileiro, não podem ser favoráveis à aplicação obrigatória da ordem constante do art. 4.0 da Lei de Introdução de forma rígida e incontestável.
Analogia: é a aplicação de uma norma próxima ou de um conjunto de normas próximas, não havendo uma norma prevista para um determinado caso concreto. Dessa forma, sendo omissa uma norma jurídica para um dado caso concreto, deve o aplicador do direito procurar alento no próprio ordenamento jurídico, permitida a aplicação de uma norma além do seu campo inicial de atuação Analogia legis, é uma comparação com uma lei específica, analogia iures, compara com um sistema como um tudo.
Não se pode confundir a aplicação da analogia com a interpretação extensiva. No primeiro caso, rompe-se com os limites do que está previsto na norma, havendo integração da norma jurídica. Na interpretação extensiva, apenas amplia-se o seu sentido, havendo subsunção. 
Vejamos um exemplo prático envolvendo o Código Civil em vigor. O art. 157 do CC consagra como vício ou defeito do negócio jurídico a lesão, presente quando a pessoa, por premente necessidade ou inexperiência, submete-se a uma situação desproporcional por meio de um negócio jurídico. O art. 171, II, da atual codificação material, prevê que tal negócio é anulável, desde que proposta a ação anulatória no prazo decadencial de quatro anos contados da sua celebração (art. 178, II). Entretanto, conforme o§ 2.0 do art. 157, pode-se percorrer o caminho da revisão do negócio, se a parte beneficiada com a desproporção oferecer suplemento suficiente para equilibrar o negócio. Recomenda-se sempre a revisão do contrato em casos tais, prestigiando-se a conservação do negócio jurídico e a função social dos contratos. Pois bem, vejamos duas hipóteses: 
- Hipótese 1. Aplicação do art. 157, § 2.0, do CC, para a lesão usurária, prevista no Decreto-lei 22.626/1933 (Lei de Usura). Nessa hipótese haverá interpretação extensiva, pois o dispositivo somente será aplicado a outro caso de lesão. Amplia-se o sentido da norma, não rompendo os seus limites (subsunção). -
Hipótese 2. Aplicação do art. 157, § 2.0, do CC, para o estado de perigo (art. 156 do CC). Nesse caso, haverá aplicação da analogia, pois o comando legal em questão está sendo aplicado a outro instituto jurídico. Nesse sentido, prevê o Enunciado n. 148 do CJF/STJ, da III Jornada de Direito Civil, que: "Ao 'estado de perigo' (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no § 2.º do art. 157". 
Assim, interpretação extensiva (no caso em tela) verifica-se sempre que existindo uma norma o intérprete visualiza que o legislador falou menos do que devia ou que, a dinâmica jurídica, não mais comporta aquela interpretação literal. Concluímos então, que só se estende o significado de algo quando o mesmo existe. Analogia, contrário senso, não tem o condão de aumentar o alcance de uma norma para abarcar casos não previstos mas de aplicar uma norma em casos semelhantes quando inexistir previsão que o abarque. Concluímos que a analogia integra uma lacuna, entra em locais que não existe nada (previsão legal)
Regra importante que deve ser captada é que as normas de exceção ou normas excepcionais não admitem analogia ou interpretação extensiva. Entreessas podem ser citadas as normas que restringem a autonomia privada que, do mesmo modo não admitem socorro a tais artifícios, salvo para proteger vulnerável ou um valor fundamental. A ilustrar, imagine-se que um pai quer hipotecar um imóvel em favor de um de seus filhos. Para tanto, haverá necessidade de autorização dos demais filhos? A resposta é negativa, pela ausência de tal requisito previsto em lei. Na verdade, há regra que exige tal autorização para a venda entre pais e filhos (ascendentes e descendentes), sob pena de anulabilidade (art. 496 do CC). A norma não pode ser aplicada por analogia para a hipoteca, salvo para proteger um filho incapaz, por exemplo
Costumes: são os usos prolongados de um determinado lugar. Podem ser Secundum Legem, a própria lei manda aplicar os costumes, há uma simples aplicação da lei (exemplo vício por animal, quando não houver prazo deve aplicar os costumes). Na aplicação dos costumes secundum legem, não há integração, mas subsunção, eis que a própria norma jurídica é que é aplicada; Contra Legem, desafiam o comando da lei, é um ato ilícito por abuso de direito; Praeter Legem (costumes na falta da lei) aqui é que serve para integração da norma, quando a lei não mandou e nem proibiu, foi aplicado para integrar a lacuna. Aplicados quando a lei for omissa, sendo denominado costume integrativo, eis que ocorre a utilização propriamente dita dessa ferramenta de correção do sistema. Exemplo de aplicação do costume praeter legem é o reconhecimento da validade do cheque pós-datado ou pré-datado. Como não há lei proibindo a emissão de cheque com data para depósito e tendo em vista as práticas comerciais, reconheceu-se a possibilidade de quebrar com a regra pela qual esse título de crédito é ordem de pagamento à vista. Tanto isso é verdade que a jurisprudência reconhece o dever de indenizar quando o cheque é depositado antes do prazo assinalado. Nesse sentido, a Súmula 370 do STJ prescreve: "Caracteriza dano moral a apresentação antecipada do cheque pré-datado.
Princípios gerais do direito: Não lesar a ninguém, dar a cada um o que é seu e viver honestamente. 
O Código Civil de 2002 consagra três princípios fundamentais, conforme se extrai da sua exposição de motivos, elaborada por Miguel Reale, a saber:
a) Principio da Eticidade - Trata-se da valorização da ética e da boa-fé, principalmente daquela que existe no plano da conduta de lealdade das partes (boa-fé objetiva);
b) Principio da Socialidade - Segundo apontava o próprio Miguel Reale, um dos escopos da nova codificação foi o de superar o caráter individualista e egoísta da codificação anterior. Assim, a palavra "eu" é substituída por "nós". Todas as categorias civis têm função social: o contrato, a empresa, a propriedade, a posse, a família, a responsabilidade civil, em virtude da linguagem que emprega, permitindo a constante incorporação e solução de novos problemas, seja pela jurisprudência, seja por uma atividade de complementação legislativa
c) Princípio da Operabilidade - Esse princípio tem dois sentidos. Primeiro o de simplicidade ou facilitação. Segundo, há o sentido de efetividade ou concretude, o que foi buscado pelo sistema aberto de cláusulas gerais adotado pela atual codificação material.
As cláusulas gerais podem ser conceituadas como janelas abertas deixadas pelo legislador para preenchimento pelo aplicador do Direito, caso a caso. Miguel Reale: As cláusulas gerais são abertas e devem ser analisadas caso a caso. Frase-símbolo: direito é fato, valor e norma. - Função social do contrato - art. 421 do CC. - Função social da propriedade - art. 1.228, § 1. do CC. - Boa-fé - arts. 113, 187 e 422 do CC. - Bons costumes - arts. 13 e 187 do CC. - Atividade de risco - art. 927, parágrafo único, do CC.
E quanto à equidade: é o bom, o justo, o virtuoso. Por conta deste elevado grau de subjetivismo, ela só pode ser aplicada nos casos previstos em lei. Ex. Redução do valor da indenização por equidade levando em conta o grau da culpa e do dano.
Ato contínuo de estudo, a equidade, de acordo com a doutrina, pode ser classificada da seguinte forma: 
a) Equidade legal - aquela cuja aplicação está prevista no próprio texto legal. Exemplo pode ser retirado do art. 413 do CC/2002, que estabelece a redução equitativa da multa ou cláusula penal como um dever do magistrado ("A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio"). 
b) Equidade judicial - presente quando a lei determina que o magistrado deve decidir por equidade o caso concreto. Isso pode ser notado pelo art. 127 do CPC/1973, pelo qual "o juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei". Como visto, a norma foi repetida pelo art. 140, parágrafo único, do CPC/2015.
Por fim, interessa apontar que em outros ramos jurídicos a equidade é considerada nominalmente como verdadeira fonte do Direito, como acontece no Direito do Trabalho, pela previsão expressa do art. 8.º da CLT, nos seguintes termos: "As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito de trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público" (texto destacado).
O mesmo ocorre com o Direito do Consumidor, pela menção expressa à equidade como última palavra do art. 7.º, caput, da Lei 8.078/1990, in verbis: "Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e equidade"
Juiz não precisa saber leis estrangeiras, salvo dos países integrantes do MERCOSUL. 
Interpretação da norma jurídica 
Art. .5o. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Assim, toda interpretação deve ser teleológica, sociológica.
O resultado da norma pode ser ampliativo, quando aumenta o sentido da norma; restrição, nos casos de aval, fiança, direito penal; declarativa, ex. no campo do direito administrativo.
Lei Complementar 95/98, Art. 9º: “A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogadas.” 
APLICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA NO TEMPO. O ART. 6.0 DA LEI DE INTRODUÇÃO 
LINDB, Art. 6º: “A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
a) Direito adquirido: é o direito material ou imaterial incorporado no patrimônio de uma pessoa natural, jurídica ou ente despersonalizado. Pela previsão do § 2.0 do art. 6.º da Lei de Introdução, "consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ela, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha tempo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem". Como exemplo pode ser citado um beneficio previdenciário desfrutado por alguém.
b) Ato jurídico perfeito: é a manifestação de vontade lícita, emanada por quem esteja em livre disposição, e aperfeiçoada. De acordo com o que consta do texto legal (art. 6.0, § l.º, Lei de Introdução), o ato jurídico perfeito é aquele consumado de acordo com lei vigente ao tempo em que se efetuou. Exemplo: um contrato anterior já celebrado e que esteja gerando efeitos. Os efeitos já se consumaram
c) Coisa julgada: é a decisão judicial prolatada, da qual não cabe mais recurso (art. 6.0, § 3.0, Lei de Introdução). 
Relativação desses princípios: Decisão do STF, investigação de paternidade em momento posterior ao trânsito em julgado por não haver, na época, exame de DNA.
A proteçãodo direito adquirido, um dos baluartes da segurança jurídica, quando levada ao extremo engessa o sistema jurídico, não possibilitando a evolução da ciência e da sociedade. Por isso é que deve ser feita a correta ponderação de valores, especialmente quando entram em cena valores de ordem pública com amparo constitucional. O Direito seguro cede espaço para o Direito justo.
Aplicação da norma no espaço. 
A territorialidade mitigada. A excepcional possibilidade de aplicação da lei brasileira pelas autoridades consulares, mesmo no exterior (a nova Lei n.12.874/13). Art. 18, §§1º e 2º, LINDB: as autoridades consulares podem celebrar separação e divórcio de brasileiros no estrangeiro, sem interesse de incapazes e dês que assistidas por advogado e de modo consensual.
LINDB, Art. 7o “A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
§1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. 
§4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.“ 
Flávio Tartuce: Anote-se que, para este autor, a separação judicial e os prazos mínimos para o divórcio foram banidos do sistema jurídico nacional desde a entrada em vigor da Emenda do Divórcio, em julho de 201 O (EC 66/201 O), devendo o dispositivo ser lido com ressalvas. 
- Determina o § 8.0, do art. 7.0, da Lei de Introdução, que o domicílio da pessoa que não tiver residência fixa será o local em que a mesma for encontrada (moradia habitual), norma que vale também para as questões de Direito Internacional.
Qualificação de bens: LINDB, Art. 8o “Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. 
Tratando-se de bens móveis transportados, aplica-se a norma do domicílio do seu proprietário : § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
Quanto ao penhor, direito real de garantia que recai sobre bens móveis, por regra, deve ser aplicada a norma do domicílio que tiver a pessoa em cuja posse se encontre a coisa empenhada, outra aplicação do princípio lex domicilii (§ 2.0). § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada”. 
Ao tratar das obrigações, na Lei de Introdução há consagração da regra locus regit actum, aplicando-se as leis do local em que foram constituídas. LINDB, Art. 9o: “Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. 
§1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. 
Obrigação resultante de contrato: § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente”. 
O dispositivo está em conflito parcial com o art. 435 do CC/2002, pelo qual se reputa celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. Ora, o local da proposta não necessariamente é o da residência daquele que a formulou. Para resolver a suposta antinomia, aplicando-se a especialidade, deve-se entender que a regra do art. 435 do CC serve para os contratos nacionais; enquanto o dispositivo da Lei de Introdução é aplicado aos contratos internacionais. 
Assim, contrato nacional o local é onde foi proposto. Internacional é do local do propoente.
LINDB, Art. 10: “A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
Em julgado recente, publicado no seu Informativo n. 563, o Superior Tribunal de Justiça mitigou o conteúdo do art. 10 da LINDB. Conforme parte da publicação, "ainda que o domicílio do autor da herança seja o Brasil, aplica-se a lei estrangeira da situação da coisa - e não a lei brasileira - na sucessão de bem imóvel situado no exterior.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.” 
Sociedades e fundações: Quanto às sociedades e fundações deve ser aplicada a norma do local de sua constituição (art. 11 da Lei de Introdução). 
Os três parágrafos desse artigo trazem regras específicas que devem ser atentadas quanto à pessoa jurídica, pela ordem. Primeiro, para atuarem no Brasil, as sociedades e fundações necessitam de autorização pelo governo federal, ficando sujeitas às leis brasileiras (arts. 11, § 1.º, da Lei de Introdução, e 1.134 do CC). Segundo, os governos estrangeiros e entidades constituídas para atenderem aos anseios de Estados estrangeiros não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou suscetíveis de desapropriação (art. 11, § 2.0, da Lei de Introdução). Terceiro, os governos estrangeiros e afins podem adquirir a propriedade de prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos e agentes consulares, única autorização específica que deve ser respeitada (art. 11, § 3.º, da Lei de Introdução).
Em relação à competência da autoridade judiciária brasileira, determina o art. 12 da Lei de Introdução que há necessidade de atuação quando o réu for domiciliado em nosso País ou aqui tiver que ser cumprida a obrigação, como no caso de um contrato.
Quanto às provas: de acordo com o art. 13 da Lei de Introdução, quanto aos fatos ocorridos no exterior e ao ônus probatório, devem ser aplicadas as normas do direito alienígena relacionadas com as ocorrências, não sendo admitidas no Brasil provas que a lei nacional não conheça. 
Com grande aplicação prática em relação ao Direito Privado, estabelece o art. 1 7 da Lei de Introdução que "As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes". Exemplificando a aplicação desse comando, é de se apontar questão envolvendo a anterior Convenção de Varsóvia e a atual Convenção de Montreal, tratados internacionais dos quais nosso país é signatário e que consagram limitações de indenização em casos de atraso de voo, perda de voo e extravio de bagagem, no caso de viagens internacionais. As normas internacionais entram em claro conflito com o Código de Defesa do Consumidor que, em seu art. 6.0, VI e VIII, consagra o princípio da reparação integral de danos, peloqual tem direito o consumidor ao ressarcimento integral pelos prejuízos materiais e morais causados pelo fornecimento de produtos, prestação de serviços ou má informação a eles relacionados, devendo ser facilitada a tutela dos seus direitos. Tal princípio veda qualquer tipo de tarifação, sendo a Lei 8.07811990 norma de ordem pública e interesse social, conforme consta do seu art. 1.0. Por isso, o referido tratado não pode prevalecer, conforme conclusão do Superior Tribunal de Justiça (ver: STJ, Agravo Regimental no Agravo 1.343.941/RJ, 3 .ª Turma, Rel. Des. Conv. Vasco Della Giustina, j. 18.11.201 O, DJe 25.11.2010; e STJ, Agravo Regimental 252.632/SP, 4.ª Turma, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, j. 07.08.2001, DJ 04.02.2002, p. 373). Ressalte-se, todavia, que a questão ainda pende de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, havendo votos pela prevalência das citadas convenções, o que pode alterar a conclusão sobre o tema no futuro (Recurso Extraordinário 636.331 e Recurso Extraordinário no Agravo 766.618). 
Lei cogente: não pode ser afastada, exemplo: não existe renúncia de herança de pessoa viva;
Lei dispositiva: podem renunciar, regra da comunhão parcial de bem.
Ultra-atividade: aplicação de uma norma revogada, mesmo depois de sua revogação. É admitido no direito brasileiro. Exemplo: para o inventário, aplica-se a lei da abertura da sucessão, que é a morte. Assim, o filho adotivo quando a morte do pai adotivo ocorreu antes de 1988 não tem direito à sucessão.
Relações jurídicas de tratos sucessivos: Existência e validade estarão submetidas ao tempo da celebração, já a eficácia aplica-se a norma atualmente em vigor. Assim, pode haver a modificação de regime mesmo se casaram antes de 2012, pois o regime está no plano da eficácia.
Atenção: No direito civil não se aplica a lei mais favorável, isso é no direito penal. No civil, se aplica-se a relação continuativa..
Atenção! 
 
O que é principio do Prélévement? É a regra pela qual pode ser feita distinção entre o brasileiro e o estrangeiro com o objetivo de ser aplicada a lei mais benéfica ao brasileiro (Ex: Art. 10 §1 LINDB e Art. 5º XXXI, da CF/88).
ESTUDO DAS ANTINOMIAS JURÍDICAS
De acordo com essas classificações, devem ser analisados os casos práticos em que estão presentes os conflitos: 
- No caso de conflito entre norma posterior e norma anterior, valerá a primeira, pelo critério cronológico, caso de antinomia de primeiro grau aparente
 - Norma especial deverá prevalecer sobre norma geral, emergencial, que é o critério da especialidade, outra situação de antinomia de primeiro grau aparente.
- Havendo conflito entre norma superior e norma inferior, prevalecerá a primeira, pelo critério hierárquico, também situação de antinomia de primeiro grau aparente.
Esses são os casos de antinomia de primeiro grau, todos de antinomia aparente, eis que presente a solução de acordo com os metacritérios antes analisados. Passa-se então ao estudo das antinomias de segundo grau:
- Em um primeiro caso de antinomia de segundo grau aparente, quando se tem um conflito de uma norma especial anterior e outra geral posterior, prevalecerá o critério da especialidade, prevalecendo a primeira norma.
- Havendo conflito entre norma superior anterior e outra inferior posterior, prevalece também a primeira (critério hierárquico), outro caso de antinomia de segundo grau aparente.
- Finalizando, quando se tem conflito entre uma norma geral superior e outra norma, especial e inferior, qual deve prevalecer.
"No conflito entre o critério hierárquico e o de especialidade, havendo uma norma superior-geral e outra norma inferior especial, não será possível estabelecer uma metarregra geral, preferindo o critério hierárquico ao da especialidade ou vice-versa, sem contrariar a adaptabilidade do direito. Poder-se-á, então, preferir qualquer um dos critérios, não existindo, portanto, qualquer prevalência. Todavia, segundo Bobbio, dever-se-á optar, teoricamente, pelo hierárquico; uma lei constitucional geral deverá prevalecer sobre uma lei ordinária especial, pois se se admitisse o princípio de que uma lei ordinária especial pudesse derrogar normas constitucionais, os princípios fundamentais do ordenamento jurídico estariam destinados a esvaziar-se, rapidamente, de seu conteúdo. Mas, na prática, a exigência de se adotarem as normas gerais de uma Constituição a situações novas levaria, às vezes, à aplicação de uma lei especial, ainda que ordinária, sobre a Constituição. A supremacia do critério da especialidade só se justificaria, nessa hipótese, a partir do mais alto princípio da justiça: suum cuique tribuere, baseado na interpretação de que 'o que é igual deve ser tratado como igual e o que é diferente, de maneira diferente'. Esse princípio serviria numa certa medida para solucionar antinomia, tratando igualmente o que é igual e desigualmente o que é desigual, fazendo as diferenciações exigidas fática e valorativamente.
Flávio Tartucci: em havendo choque entre os critérios hierárquico e da especialidade, dois caminhos de solução podem ser dados no caso de antinomia real, um pelo Poder Legislativo e outro pelo Poder Judiciário. Vejamos: 
- Solução do Poder Legislativo - cabe a edição de uma terceira norma, dizendo qual das duas normas em conflito deve ser aplicada. - Solução do Poder Judiciário - o caminho é a adoção do princípio máximo de justiça, podendo o magistrado, o juiz da causa, de acordo com a sua convicção e aplicando os arts. 4.0 e 5.0 da Lei de Introdução, adotar uma das duas normas, para solucionar o problema. Atualizando a obra, também pode ser utilizado o art. 8.º do Novo CPC, segundo o qual, "ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência".

Continue navegando