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Direito Processual Penal - Investigação Preliminar - Consideração sobre o Inquérito Policial

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR
CONCEITO DE INQUÉRITO POLICIAL
CONCEITO: é o procedimento administrativo inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade policial, com o objetivo de identificar fontes de prova e colher elementos de informação quanto à autoria e a materialidade da infração penal, a fim de permitir que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 
Natureza do inquérito: o inquérito policial não é um processo, pois ao falar em processo trabalhamos com a possibilidade de imposição de sanção (ex.: cidadão que pratica crime e se submete a processo que pode acarretar a imposição de uma pena restritiva de liberdade). O inquérito policial, portanto, não é processo, pois dele não resulta diretamente a imposição de alguma sanção. 
Procedimento inquisitivo: o inquérito é procedimento inquisitivo, não estando sujeito ao contraditório e a ampla defesa, mesmo com o advento da Lei 13.245/16 e a despeito de vozes contrárias a esse entendimento na doutrina. Somente na segunda fase da persecução penal há contraditório e ampla defesa. 
Procedimento preparatório: o inquérito é procedimento preparatório, pois visa coletar elementos mínimos para que o promotor dê início ao processo penal. 
Condução do inquérito: à luz da Lei 13.830, é o delegado de polícia quem preside o Inquérito Policial, por mais que saibamos que o MP pode investigar por meio do Procedimento de Investigação Criminal (PIC), cujo presidente é o promotor de Justiça. 
Inquérito como fonte de prova: o inquérito é fonte de prova. Fonte de prova são todas as pessoas ou coisas que tem algum conhecimento sobre o fato delituoso. Tais fontes são exteriores e existem independentemente do processo. 
• Dupla função: 
a) preparatória: fornece elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo, além de acautelar meios de prova que poderiam desaparecer com o decurso do tempo; 
b) preservadora: a existência prévia de um inquérito inibe a instauração de um processo penal infundado, temerário, resguardando a liberdade do inocente e evitando custos desnecessários para o Estado; 
NATUREZA JURÍDICA DO INQUÉRITO POLICIAL 
O inquérito policial é mero procedimento administrativo.
A relevância de se ter presente que a natureza jurídica do Inquérito é de procedimento administrativo está no fato de que eventuais vícios nele existentes não contaminam o processo penal subsequente com qualquer tipo de nulidade, salvo em se tratando de provas ilícitas. 
As provas ilícitas produzidas na fase investigatória contaminarão o processo judicial. Não só elas, mas também todas as que dela forem derivadas(Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada). 
STF: “(...) Os vícios existentes no inquérito policial não repercutem na ação penal, que tem instrução probatória própria. Decisão fundada em outras provas constantes dos autos, e não somente na prova que se alega obtida por meio ilícito”. (STF, 2ª Turma, HC 85.286, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 29/11/2005, DJ 24/03/2006) 
STJ: “(...) No caso em exame, é inquestionável o prejuízo acarretado pelas investigações realizadas em desconformidade com as normas legais, e não convalescem, sob qualquer ângulo que seja analisada a questão, porquanto é manifesta a nulidade das diligências perpetradas pelos agentes da ABIN e um ex-agente do SNI, ao arrepio da lei. Insta assinalar, por oportuno, que o juiz deve estrita fidelidade à lei penal, dela não podendo se afastar a não ser que imprudentemente se arrisque a percorrer, de forma isolada, o caminho tortuoso da subjetividade que, não poucas vezes, desemboca na odiosa perda da imparcialidade. Ele não deve, jamais, perder de vista a importância da democracia e do Estado Democrático de Direito. Portanto, inexistem dúvidas de que tais provas estão irremediavelmente maculadas, devendo ser consideradas ilícitas e inadmissíveis, circunstâncias que as tornam destituídas de qualquer eficácia jurídica, consoante entendimento já cristalizado pela doutrina pacífica e lastreado na torrencial jurisprudência dos nossos tribunais”. (STJ, 5ª Turma, HC 149.250/SP, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu, j. 07/06/2011, DJe 05/09/2011) 
FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL 
As finalidades básicas de todo e qualquer inquérito são as seguintes: 
(I) Identificar fontes de prova;
(II) Colheita de elementos informativos acerca da materialidade e autoria da infração penal;
(III) Inibir a instauração de um processo penal temerário;

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