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CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
 
Esse material indicará o eixo e o conteúdo abaixo de cada eixo. Serão vários conteúdos 
abordando os tópicos elencados no edital: 
Tópicos relevantes e atuais das áreas de política, economia, sociedade, educação, tecnologia, Energia, 
desenvolvimento sustentável, responsabilidade social e ambiental, segurança pública, Combate à 
corrupção, ecologia e suas vinculações históricas. Atualidades referentes ao Estado do Maranhão. 
EIXO - ECONOMIA 
MAPITOBA, a última fronteira agrícola no Brasil 
“A travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, 
o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas”, escreveu 
Euclides da Cunha no clássico livro Os Sertões, publicado em 1902. Mais de um século depois, a árida 
paisagem descrita pelo escritor no oeste da Bahia está cada vez mais parecida com a imagem de vastos 
campos de grãos. 
Isso porque uma região geográfica que há 
duas décadas era considerada esquecida no interior 
do Norte e Nordeste está sendo apontada como o 
próximo grande celeiro do agronegócio no Brasil. 
Batizada de “Mapitoba” ou “Matopiba” pelo 
Ministério da Agricultura, hoje a região é a que 
mais cresce em área plantada no país. 
 
O nome curioso é um acrônimo referente às duas primeiras letras dos estados em que faz 
divisa: Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. A dimensão do território é calculada em 414 mil quilômetros 
quadrados, quase o tamanho da Alemanha, e com uma população de 1.800.000 habitantes espalhada 
por 337 municípios. 
Até a primeira metade do século 20, essa grande área era coberta por pastagens em terras 
planas e vegetação de cerrado e caatinga. A agricultura era considerada improdutiva. Desde 2005, 
houve um fenômeno de expansão da atividade agrícola com o surgimento de fazendas de monocultura 
que utilizam tecnologias mecanizadas para a produção em larga escala, destinada à exportação de grãos 
como soja, milho e algodão. 
Apesar da sua deficiência em infraestrutura, a predominância do relevo propício à mecanização, 
as características do solo, o regime favorável de chuvas e o uso de técnicas mais modernas de 
produtividade constituem os principais fatores para o crescimento da produção de grãos. 
Segundo o Ministério da Agricultura, em 2012, os produtores rurais do Mapitoba produziram 15 
milhões de toneladas de grãos. Projeções indicam que em 2022 a produção vai pular para mais de 18 
milhões de toneladas. Enquanto a média de crescimento da produção de grãos do país é de 5%, no 
Mapitoba esse número atinge 20% ao ano. 
O cultivo de soja é a atividade de maior rentabilidade e de maior expansão. Dados da Associação 
dos Produtores de Soja (Aprasoja) apontam que a região já é responsável por 10,6% da soja no país e 
que o preço das terras naquela região é bem mais vantajoso do que no Mato Grosso, outro grande 
produtor do grão. 
A ocupação desse território remonta à época da colonização portuguesa no Brasil, com o 
surgimento de arraiais movidos pela mineração, a criação de gado e a agricultura de subsistência. As 
populações tradicionais incluem indígenas e quilombolas, raizeiros e quebradeiras de coco. 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/sertoes-os-livro-de-euclides-da-cunha-reune-historia-literatura-e-jornalismo.htm
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
O Mapitoba começou a ser explorado para o agronegócio a partir da década de 1980. 
Agricultores da região Sul chegaram primeiro, atraídos pelas terras baratas. Logo, as pastagens 
extensivas em cerrados foram substituídas por uma agricultura mecanizada e áreas de irrigação. 
Atualmente, o agronegócio é responsável pelo maior volume de exportações do Brasil e o setor é 
fundamental para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em 2015, o governo formalizou a região como 
um novo território de desenvolvimento e quer criar políticas para estimular o crescimento da nova 
fronteira econômica, vista como a última fronteira em expansão do país. 
Crescimento das “cidades do agronegócio” 
A riqueza nesse polo de desenvolvimento transformou as áreas urbanas vizinhas com a chegada 
de indústrias e serviços integrados à cadeia da produção agropecuária. Houve um aumento do fluxo 
migratório e o crescimento de uma nova estrutura urbana e econômica. 
Um exemplo é a cidade de Luís Eduardo Magalhães (BA), que tem o maior polo de produção 
agrícola do Estado e que converge boa parte da produção de soja destinada à exportação. Hoje, o 
município é o que mais cresce em população no Brasil. Desde sua emancipação, em 2000, sua população 
saltou de 18 mil habitantes para 80 mil. 
As cidades de Balsas (MA), Araguaína (TO) e Uruçuí (PI) também estão crescendo e se tornando 
novos vetores do agronegócio. Entre 2000 e 2015, Balsas viu sua população crescer de 50 mil habitantes 
para cerca de 90 mil. 
A produção de grãos do Mapitoba é escoada principalmente por meio da ferrovia Carajás e do 
porto de Itaqui, no Maranhão. No Oeste, os destaques são os portos baianos de Salvador e Cotegipe. 
A pressão sobre o meio-ambiente 
A questão da expansão da produção agrícola e a preservação da vegetação nativa é um conflito 
comum no espaço rural brasileiro. 
Estudos da USP indicam que a região do Mapitoba é a maior em conversão de vegetação natural 
em uso agrícola na atualidade. Ambientalistas avaliam que a expansão agrícola poderá acabar com áreas 
remanescentes do bioma cerrado. Uma realidade já vista nos últimos 40 anos, quando 
aproximadamente metade do cerrado brasileiro foi convertida em terras agrícolas e pastagens. 
O Mapitoba abriga as últimas áreas de cerrado nativas e o bioma está presente em 90% do 
território. Nos últimos anos, grandes extensões de terras foram desmatadas. Segundo a organização 
WWF Brasil, pequenos e médios produtores têm promovido desmatamentos ilegais no território e 
plantio sem manejo adequado. 
Para o Ministério da Agricultura, a tendência é de que a expansão no território ocorra 
principalmente sobre terras de pastagens naturais, convertendo áreas antes destinadas à pecuária em 
lavouras. 
Para que o equilíbrio de processos ecológicos na zona rural seja mantido é necessária a 
destinação de áreas de proteção com cobertura natural, de forma a cumprirem sua função de 
conservação e proteção da fauna e da flora originais. 
As fronteiras agrícolas na história do Brasil 
Uma fronteira agrícola corresponde ao avanço e expansão das atividades agropecuárias sobre um 
determinado meio natural. A expansão geralmente é movida pela necessidade crescente de produção 
ou, em alguns casos, de garantir a soberania nacional nos chamados “vazios territoriais”. 
As primeiras fronteiras agrícolas brasileiras surgiram após o descobrimento, em 1500, quando os 
colonizadores portugueses exploraram a zona litorânea composta pela Mata Atlântica em busca da 
madeira do Pau-Brasil e posteriormente o plantio de cana-de-açúcar em grandes engenhos da Zona da 
Mata que replicavam o modelo plantation colonial. 
No século 17, houve a expansão para o interior do Brasil estimulada por mineradores em busca 
de ouro. Já no século 19 aconteceu o crescimento da economia do Sudeste oriunda da riqueza do café. 
Mais recentemente, na década de 1970, o estímulo à produção agrícola da região do Mato Grosso (que 
atraiu migrantes do Sul) e a exploração da Amazônia Legal. 
Até os anos de 1960, acreditava-se que as últimas fronteiras agrícolas a serem exploradas no 
Brasil eram a região Norte e Centro-Oeste. Isso até nos anos 2000, quando o Mapitoba surgiu com o 
status de “a última fronteira agrícola”. 
 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/plantation-modelo-foi-implantado-no-periodo-colonial.htm
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
EIXO – SAÚDE 
A nova epidemia de dengue no BrasilA dengue sempre foi um problema de saúde no Brasil. Mas, segundo o Ministério da Saúde, em 
2015 o país teve um aumento expressivo na quantidade de casos da doença e já registra mais de 220 
casos de dengue por hora. Entre os dias 1º de janeiro e 18 de abril, o país registrou 745,9 mil casos de 
dengue, um aumento de 234,5% em relação ao mesmo período do ano passado. 
Surtos de dengue podem acontecer quando mudam fatores como clima e migração do inseto. No 
Brasil, as condições climáticas favorecem a circulação do mosquito em praticamente todos os Estados. 
Com calor e umidade alta, o Aedes aegypti se reproduz mais e, por isso, sua presença é comum em 
países tropicais. 
Por ocorrer em diferentes localidades do país, a dengue é considerada uma epidemia. Segundo a 
OMS (Organização Mundial da Saúde), uma situação é considerada epidemia a partir de 300 casos para 
cada 100 mil habitantes. No Brasil, a incidência de dengue em 2015 é de 367,8 casos para cada 100 mil. 
Apesar disso, se comparado a 2013, o índice é 48,6% menor. 
De acordo com o Ministério da Saúde, a região Sudeste apresenta a maior incidência de dengue 
no País, seguida das regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte. 
O Estado de São Paulo concentra 55% dos casos e lidera o ranking por cidade. Nele, o número de 
casos chega a 257.809, 633% superior ao registrado em 2014 durante o período. Segundo a Secretaria 
da Saúde de São Paulo, cerca de dois terços de todos os casos de dengue neste ano estão concentrados 
em apenas 30 municípios paulistas, entre eles, a capital. Além de São Paulo, as capitais Florianópolis 
(SC), Goiânia (GO), Palmas (TO), Rio Branco (AC), Recife (PE) e Natal (RN) também estão no grupo 
epidêmico. 
A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti infectado. A picada do pernilongo acontece 
pelas fêmeas, que precisam de sangue para produzir ovos. O mosquito deposita os ovos em locais de 
água limpa parada, principalmente em zonas urbanas. Os sintomas mais comuns da doença são febre 
alta com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas. 
As áreas mais afetadas com a dengue no mundo hoje são as Américas do Sul, Central e do Norte, 
além de África, Austrália, Caribe, China, Ilhas do Pacífico, Índia, Sudeste Asiático e Taiwan. Na América 
do Sul, Brasil, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela e Equador. 
Atualmente, o único método de prevenção é o controle da proliferação do transmissor através de 
cuidados básicos para evitar potenciais criadouros do mosquito, como pulverizar áreas com pesticidas e 
evitar água parada em locais como caixas d’água, pneus, carcaças, toneis e vasos de plantas. 
 
Influência da crise hídrica 
 
Normalmente o pico de multiplicação da doença ocorre entre os meses de março e abril, período 
de chuvas e aumento da temperatura no Brasil. Apesar disso, segundo o ministério da Saúde, a crise 
hídrica pode estar relacionada ao crescimento dos casos de dengue em 2015, principalmente no 
Sudeste. Isso porque em alguns locais as pessoas armazenam água sem proteção. 
No Estado de São Paulo, que sofre com a falta d'água, a população começou a armazenar água da 
chuva em recipientes que passaram a existir como focos ou criadouros do Aedes aegypti. Na cidade de 
São Paulo, por exemplo, a dengue vem se manifestando sobretudo nos extremos da zona norte, que é 
área mais penalizada pela falta de água e corresponde a 45% dos casos da doença. 
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo fez um levantamento das fiscalizações em 
residências e detectou que houve um aumento de 212% no número de baldes e regadores que 
armazenavam água de maneira inadequada. Em relação a caixas d'água, o número de reservatórios 
destampados aumentou 135%. 
 
Febre chikungunya 
 
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
Outra preocupação das autoridades é que a proliferação do Aedes aegypti possa aumentar 
também os casos de febre chikungunya. Conhecida como prima da dengue, a febre chikungunya é 
transmitida pelo mesmo mosquito. 
O nome “chikungunya” deriva de uma palavra em Makonde, língua falada por um grupo que vive 
no sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique, na África. Significa “aqueles que se dobram”, 
descrevendo a aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia, dor nas articulações, 
característica. 
A doença tem os mesmos sintomas que a dengue: febre, dores nas articulações e mal-estar. Além 
disso, só tem um sorotipo, ou seja, cada pessoa só pega uma vez e seu corpo desenvolve 
autoimunidade. Embora tenha caráter epidêmico, ela não causa hemorragias e raramente leva à morte. 
Nas Américas, em outubro de 2013, teve início uma grande epidemia de chikungunya em 
diversas ilhas do Caribe. Em comunidades afetadas recentemente, a característica marcante são 
epidemias com elevadas taxas de ataque, que variam de 38% a 63%. 
Embora controlada atualmente, a chikungunya é relativamente nova no país e os primeiros 
registros do caso aconteceram em 2014, diagnosticados em pessoas que viajaram recentemente para 
países onde ocorre a transmissão. Até março de 2015, o Brasil registrou o total de 2.103 casos da 
doença. 
 
Esperanças na vacina 
 
Desde 2011, o Instituto Butantan pesquisa uma vacina inédita contra a dengue. A vacina foi 
criada para os quatro tipos de vírus existentes. Ela ainda está em fase de testes e precisa da aprovação 
da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), responsável por autorizar o procedimento. Segundo 
o Instituto, a vacina se mostrou 90% eficaz nos testes com voluntários. A previsão é que a vacina esteja 
disponível para a população até o início de 2017. 
 
EIXO – SAÚDE E MEIO AMBIENTE 
Brasil foi o maior consumidor de agrotóxicos em 2014 
Os agrotóxicos são produtos químicos sintéticos usados para matar insetos, pragas ou plantas no 
ambiente rural e urbano. Plantas absorvem parte dessas substâncias e esses resíduos acabam parando 
na maioria da mesa dos brasileiros, em alimentos que comemos todos os dias. 
Essas substâncias não estão presentes apenas em alimentos in natura como frutas, legumes e 
verduras, mas também em produtos alimentícios industrializados, que têm como ingredientes o trigo, o 
milho e a soja, por exemplo. Elas ainda podem estar presentes nas carnes e leites de animais que se 
alimentam de ração com traços de agrotóxicos e até no leite materno. 
Em abril de 2015, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou um relatório sobre o uso de 
agrotóxicos nas lavouras do país e seus impactos sob o meio ambiente e à saúde. Segundo o instituto, o 
Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. O país é um dos maiores produtores agrícolas do 
mundo e utiliza agrotóxicos em larga escala. Para o agricultor, os agrotóxicos são recursos para 
combater as pragas, controlar o aparecimento de doenças e aumentar a produção. 
Em dez anos, a venda de pesticidas no mercado agrícola brasileiro aumentou de R$ 6 bilhões 
para R$ 26 bilhões. Atualmente, o país ultrapassou a marca de 1 milhão de toneladas, o que equivale a 
um consumo médio de 5,2 kg de agrotóxico ao ano por pessoa. 
Além de danos ambientais, a equipe do Inca alerta sobre os riscos de doenças como o câncer. 
Segundo o relatório, o que faz um alimento saudável é sua composição. Os agrotóxicos na alimentação 
podem alterar o funcionamento normal das células do corpo humano, causando mutações e maior 
probabilidade do desenvolvimento de doenças no futuro. 
No Brasil, cerca de 450 substâncias são autorizadas para uso na agricultura. O Inca alerta ainda 
sobre o uso de muitos princípios ativos que já foram banidos em outros países. Dos 50 produtos mais 
utilizados na agricultura brasileira, 22 são proibidos na União Europeia. 
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=artralgia
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
Em 2014, a Agência Nacionalde Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um levantamento com amostras 
de alimentos em todo o país. No estudo, 25% apresentavam resíduos de agrotóxicos acima do 
permitido. O uso indiscriminado e abusivo desses produtos e a falta de fiscalização em relação a níveis 
seguros de substâncias aumenta o risco para a saúde dos brasileiros. 
Para o Inca, antes de liberar a venda de defensivos agrícolas, o Brasil precisa de pesquisas sobre 
os potenciais efeitos e riscos à saúde humana decorrentes da exposição aos químicos, particularmente 
sua relação com determinados tipos de câncer. 
A relação entre o consumo de agrotóxicos e o desenvolvimento de câncer e outras doenças já é 
reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma pesquisa publicada na revista científica 
“The Lancet”, em março deste ano, pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), 
classifica cinco agrotóxicos como prováveis agentes cancerígenos: tetraclorvinfós, parationa, malationa, 
diazinona e o glifosato. Esses agentes são liberados no Brasil, mas apenas o glifosato possui registro de 
produto. Em abril de 2015, a Anvisa anunciou que vai revisar a liberação do uso do produto no país. 
Em 2012, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrascp) divulgou um relatório com estudos 
que comprovam que agrotóxicos fazem mal à saúde e provocam efeitos nocivos com impactos sobre a 
saúde pública e a segurança alimentar e nutricional da população. 
Segundo o relatório, as intoxicações agudas por agrotóxicos afetam principalmente os 
trabalhadores rurais que entram em contato com doses altas desses químicos via pele ou pelos 
pulmões. Eles podem apresentar problemas como irritação da pele e olhos, coceira, cólicas, vômitos, 
diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, convulsões, desregulação endócrina e até a morte. 
Já as intoxicações crônicas podem afetar toda a população que consome os alimentos com 
resíduos de agrotóxicos. Os efeitos adversos decorrentes da exposição crônica aos agrotóxicos podem 
levar vários anos para aparecer, dificultando a correlação com o agente. 
Dentre os efeitos associados à exposição crônica a ingredientes ativos de agrotóxicos podem ser 
citados infertilidade, impotência, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, 
efeitos sobre o sistema imunológico e câncer. 
 
Meio ambiente, transgênicos e agrotóxicos 
 
Um fator que colaborou para colocar o Brasil no topo do ranking de consumo foi a liberação do 
uso de sementes transgênicas (geneticamente modificadas) no país. O cultivo dessas sementes exige o 
uso de grande quantidade de agrotóxicos. 
Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de transgênicos, atrás apenas dos 
Estados Unidos. São mais de 42 milhões de hectares de áreas plantadas no país com esse tipo de 
semente, principalmente na produção de soja e milho. 
Os agrotóxicos também contaminam o meio ambiente. A pulverização dos químicos acontece em 
sua maior parte por avião, contaminando o ar da região e áreas próximas, como cidades vizinhas que 
podem receber o químico levado pelo vento. Isso afeta animais como abelhas e insetos, que são 
importantes para o equilíbrio do ecossistema. No solo, os químicos podem influenciar na falta de 
compostos orgânicos e microorganismos e podem contaminar a água de córregos, rios, lençóis freáticos 
ou aquíferos. 
Alimentos orgânicos são aqueles que não usam fertilizantes sintéticos, agrotóxicos ou pesticidas 
em seu método de cultivo. Os solos são enriquecidos com adubos naturais tornando esse tipo de 
alimento mais saudável e nutritivo. Apesar dos benefícios, o alimento orgânico é mais caro no Brasil, 
pois a produção é de baixa escala e a maior parte é proveniente da agricultura familiar, o que impacta 
no custo de distribuição e comercialização. 
O uso de agrotóxicos se intensificou no Brasil na década de 1970, quando o governo buscou 
fomentar a produção de agrotóxicos para estimular o crescimento do agronegócio e garantir alta 
eficiência produtiva. Nesta época, o financiamento bancário para compra de sementes era atrelada ao 
adubo e o agrotóxico. Atualmente, a indústria química de defensivos agrícolas é isenta de impostos. 
Uma das soluções para reduzir o uso dessas substâncias seria investir em projetos de larga escala 
de agroecologia, um meio ecologicamente correto e viável de se manejar e cultivar as plantas. Neste 
tipo de plantio, podem ser usadas técnicas conhecidas por engenheiros agrônomos e que não utilizam 
 químicos, como sistemas de irrigação eficiente, biofertilizantes que agem como inseticidas biológicos, 
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
alternância de plantações e rotação de espécies, adubação com restos orgânicos, compostagem, entre 
outros. 
Países como a França, o maior produtor agrícola da Europa, já estão desenhando planos para a 
promoção de um modelo agroecológico, que concilie os níveis de produtividade e o impacto ambiental. 
 
EIXO – MEIO AMBIENTE 
O desmatamento na Amazônia e a escassez de chuvas no Brasil 
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. Não apenas a sua rica biodiversidade, mas sua 
relação com o clima também tem grande importância para o planeta. 
Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a Amazônia influencia na geração de 
chuvas e na manutenção do clima ameno e sem grandes eventos extremos da América do Sul. É o que 
aponta o relatório "O futuro climático da Amazônia", divulgado em 2014, no qual os cientistas mostram 
a relação entre a Amazônia e a regulação do clima no planeta. 
 
Direto ao ponto 
 
A atmosfera é carregada de gotículas de água em estado gasoso, mais leves que o ar. Esses são 
provenientes da evaporação da água dos oceanos e quando se juntam formam as nuvens. Quando as 
nuvens ficam “carregadas”, as gotículas caem em forma de chuva. 
Os cientistas brasileiros do INPE citam a chamada “teoria da bomba biótica de umidade”, para 
nos ajudar a entender a função climática que a Amazônia teria. 
A teoria proposta pelos físicos russos Anastassia Makarieva e Victor Gorshkov diz que o 
fenômeno de chuvas longe da costa é possível graças à existência de florestas. A transpiração das 
plantas seria responsável por criar um fluxo de vapor de água que é lançado à atmosfera, capaz de 
reduzir pressão e arrastar o ar úmido, no que seria uma espécie de “bomba de elevar vapor”. 
Makarieva e Gorshkov afirmam que o desmatamento de uma floresta pode reduzir a incidência 
de chuvas em até 95%, transformando o local num deserto. 
O que os pesquisadores do INPE concluíram é que a Amazônia tem uma grande capacidade de 
puxar a umidade do oceano para o continente. Em lugares sem cobertura florestal, o ar que entra no 
continente acaba secando e resulta em desertos em terrenos distantes do litoral. 
A floresta amazônica atuaria então como uma bomba d'água que “puxa” a umidade dos oceanos. 
Na Amazônia, as árvores extraem grande volume de água do solo e do oceano e o lança na atmosfera 
através da transpiração. 
Segundo o relatório, cada árvore amazônica de grande porte pode evaporar mais de mil litros de 
água por dia. A estimativa é que floresta amazônica transpire 20 bilhões de toneladas de água por dia 
(20 trilhões de litros). 
A grande umidade evaporada pelas árvores gera “rios voadores” na atmosfera, que carregam 
vapor e geram correntes aéreas (ventos) que irrigam regiões distantes. O fluxo de água é conduzido por 
territórios a leste dos Andes e para áreas continente adentro, no sentido oeste e sudeste. 
A Amazônia também seria responsável por evitar eventos climáticos extremos em regiões de 
florestas e arredores. Isso porque a copa das árvores provoca um efeito de “frenagem’ dos ventos que 
vem do oceano, o que equilibra a distribuição e o efeito dissipador da energia dos ventos. Assim, sua 
cobertura vegetal seria uma proteção contra furacões e tornados. 
Por esse motivo, o desmatamentoda Amazônia ameaça não apenas quem vive na região hoje 
coberta pela floresta, mas também quem vive além dela. 
O desmatamento altera os padrões de pressão e pode causar o declínio dos ventos carregados de 
umidade que vem do oceano para o continente. Sem árvores, a chuva na região pode cessar por 
completo. 
 
A Amazônia não é apenas a maior floresta tropical do mundo. Ela influencia na geração de chuvas 
e na manutenção do clima ameno e sem grandes eventos extremos da América do Sul. 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/amazonia-brasileira-biodiversidade-e-clima-da-floresta-amazonica.htm
http://www.ccst.inpe.br/wp-content/uploads/2014/10/Futuro-Climatico-da-Amazonia.pdf
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/desmatamento-da-amazonia-o-que-ele-tem-a-ver-com-escassez-de-chuvas-no-brasil.htm#Direto ao ponto
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Concurso para o Magistério do Maranhão 
 
Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mostra que existe uma 
a relação direta entre a Amazônia e a regulação do clima no planeta e, consequentemente, com a 
frequência das chuvas em outras regiões. 
 
O que os pesquisadores do INPE concluíram é que a Amazônia tem uma grande capacidade de 
puxar a umidade do oceano para o continente. Em lugares sem cobertura florestal, o ar que entra no 
continente acaba secando e resulta em desertos em terrenos distantes do litoral. A floresta amazônica 
atuaria então como uma bomba d’água que “puxa” a umidade dos oceanos. 
 
Com o avanço do desmatamento, a floresta tem os padrões de pressão alterados, o que pode 
causar o declínio dos ventos carregados de umidade que vem do oceano para o continente. Sem 
árvores, a chuva na região pode cessar por completo. 
 
EIXO – CIÊNCIA E MEIO AMBIENTE 
Marco da Biodiversidade: Novas regras para pesquisa científica e exploração do patrimônio genético 
brasileiro 
 
O ecossistema é imprescindível para o homem. A presença de recursos naturais permite que 
possamos usufruir de uma melhor qualidade de vida e, por isso, esses recursos precisam ser explorados 
de forma consciente para que não se tornem escassos. 
No Brasil a preservação é crucial, afinal, somo o país de maior diversidade biológica do mundo. 
Estima-se que detemos entre 15 a 20% de toda a biodiversidade do planeta. Só a Amazônia possui 26% 
das florestas tropicais remanescentes no mundo; sem contar as 60.000 espécies de plantas, o que 
corresponde a 20% de toda a flora mundial conhecida. 
Frutas, sementes e plantas encontradas na flora brasileira são utilizadas para diferentes 
finalidades e como matéria-prima na fabricação de diversos produtos. Esse imenso patrimônio genético, 
já escasso nos países desenvolvidos, tem um valor econômico-estratégico alto principalmente no 
desenvolvimento de novos medicamentos, onde reside sua maior potencialidade. 
Parte do que sabemos sobre as plantas medicinais e suas propriedades vem da cultura indígena, 
quilombola ou comunidades tradicionais, nas quais raízeras e raízeiros cuidam da saúde comunitária 
usando recursos naturais, conhecimento que é passado de geração para geração. 
Para evitar o desmatamento e a biopirataria, a exploração do patrimônio genético de plantas e 
animais e dos conhecimentos tradicionais para gerar produtos a partir desses elementos por parte de 
indústrias farmacêuticas e institutos de pesquisa deve seguir determinadas regras. Segundo a 
Constituição, o Poder Público tem a obrigação de preservar a integridade e a diversidade do patrimônio 
genético brasileiro, assim como de fiscalizar as instituições de pesquisa que eventualmente trabalhem 
com componentes desse patrimônio. 
O Brasil possui uma legislação tímida sobre o assunto e que acaba de ganhar um capítulo 
polêmico: a aprovação do projeto de lei 7735/14 na Câmara dos Deputados, que estabelece novas 
regras para a pesquisa e exploração desses recursos em substituição à medida provisória de 2001, criada 
após episódios de biopirataria no país envolvendo laboratórios farmacêuticos. 
O termo biopirataria foi lançado em 1993 para alertar sobre o fato que recursos biológicos e 
conhecimentos indígenas estavam sendo roubados e patenteados por empresas multinacionais 
estrangeiras, sem que as comunidades nativas que geraram os conhecimentos participassem dos lucros. 
Existem casos de estrangeiros que entraram em território brasileiro para “coletar plantas” como 
ecoturistas, missionários religiosos e membros de organizações não governamentais. 
O novo projeto, aprovado na Câmara dos Deputados em fevereiro e que será agora apreciado 
pelo Senado, pretende facilitar o acesso de pesquisadores e indústrias aos recursos genéticos e 
conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade e agrobiodiversidade (sementes agrícolas). 
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
Entende-se por patrimônio genético a “informação de origem genética de espécies vegetais, 
animais, microbianas, ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo 
destes seres vivos”. 
Chamado de Marco da Biodiversidade, a proposta divide opiniões. Para as empresas, as novas 
regras vão facilitar a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos e cosméticos. Para ambientalistas 
e comunidades indígenas, a mudança atende aos interesses de ruralistas e empresas privadas e ameaça 
os direitos garantidos internacionalmente na Convenção da Biodiversidade e na Convenção 169 da 
Organização Internacional do Trabalho. 
 
Mudanças com a nova lei 
 
Hoje, para o pesquisador estrangeiro realizar uma pesquisa no Brasil que envolva coleta de 
dados, materiais e espécimes nativas, ele precisa de autorização do MCTI (Ministério da Ciência, 
Tecnologia e Inovação). Somente são autorizadas as atividades em que haja a coparticipação de alguma 
instituição de pesquisa brasileira. 
A nova proposta agora permite que entidades estrangeiras, não associadas a instituições 
nacionais, realizem pesquisa com a biodiversidade do país mediante apenas uma autorização do CGen 
(Conselho de Gestão do Patrimônio Genético). 
Críticos apontam que a falta de vínculo com um órgão de pesquisa nacional pode prejudicar os 
interesses nacionais e a soberania sob o patrimônio genético. Pesa ainda o fato de que quando uma 
empresa estrangeira faz uma pesquisa em laboratório no Brasil, essa ação pode ajudar no avanço da 
ciência brasileira. A facilidade de acesso também dificultaria a fiscalização de casos irregulares. 
O projeto prevê ainda que quando o produto for criado a partir do conhecimento de 
comunidades tradicionais ou povos indígenas, as negociações sejam feitas diretamente entre os 
envolvidos, sem a intervenção do órgão indigenista oficial (FUNAI). Fica ainda vedado o acesso por 
terceiros a esses conhecimentos sem o consentimento dos indígenas ou da comunidade de agricultores. 
No entanto, na elaboração deste projeto de lei, esses grupos alegam que não foram consultados sobre 
as mudanças, direito que é garantido nas convenções internacionais citadas anteriormente. 
Para os movimentos sociais, a nova medida desconsidera os direitos dos povos indígenas e o 
“afrouxamento” das regras favorece o setor farmacêutico, de cosméticos e agronegócio. Isso porque o 
documento traz diversas restrições à repartição dos benefícios oriundos da exploração econômica 
desses conhecimentos. 
Segundo o texto aprovado, essas comunidades só terão direito a alguma compensação se o 
conhecimento tradicional for “elemento principal de agregação de valor” do produto desenvolvido a 
partir dele e se este produto for incluído numa lista de classificação que será elaborada por alguns 
ministérios. 
No que tange à repartição de benefícios, estão ainda isentas de pagamento microempresas, 
empresas de pequeno porte e micro empreendedores individuais. A medida também exclui de 
repartição de benefícios a exploração econômica do patrimôniogenético e do conhecimento tradicional 
relacionado à alimentação e agricultura. 
A medida não considera o Protocolo de Nagoya, assinado por 91 países – entre eles o Brasil – que 
indica que a repartição de benefícios envolve o compromisso de compensar financeiramente países e 
comunidades pelo uso de seus recursos genéticos e conhecimentos tradicionais. 
Outro ponto criticado é que, hoje, produtores rurais devem realizar o pagamento de royalties 
pelo uso de espécies exóticas cultivadas em grande escala, como soja ou milho. A PL 7.735 isenta de 
repartição de benefícios a exploração de “espécie introduzida no País pela ação humana até a data de 
entrada em vigor” da lei. Isso isentaria de pagamento diversas sementes nativas. 
Para o Governo, a nova proposta reduz a burocracia atual que dificulta a pesquisa e o 
aproveitamento do patrimônio genético e define a repartição dos benefícios de produtos originados 
deles, uma espécie de royalty. 
Esse royalty será de 1% da receita líquida obtida com a exploração de produto acabado ou 
material reprodutivo (sementes ou sêmen, por exemplo) oriundos de acesso ao patrimônio genético. 
Mas, se houver dificuldades de competitividade no setor de atuação, o governo poderá negociar uma 
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
redução para até 0,1%. O baixo valor é criticado por ambientalistas que consideram que o governo está 
entregando quase de graça seus recursos naturais. 
Até 2014, foram emitidas 1.712 autorizações de acesso e 138 instrumentos de repartição de 
benefícios pelo CGen em percentual de lucros, valores pré-fixados ou projetos. A tendência é que após a 
aprovação da lei, esse número aumente. 
O incentivo à pesquisa científica é passo fundamental no desenvolvimento de um país. Em se 
tratando do Brasil e de sua imensa biodiversidade, é preciso criar condições para que a diversidade de 
recursos seja um aliado ao nosso crescimento. 
Assistimos aos ciclos do Pau-Brasil, da cana-de-açúcar, do ouro, da borracha explorar recursos 
até o limite dos mesmos. Garantir a máxima proteção às pesquisas e a divisão justa de royalties é uma 
forma de evitar que as plantas medicinais e outros recursos naturais utilizados na fabricação de 
remédios tenham o mesmo destino. 
 
QUAL É A QUESTÃO? 
 
Texto aprovado na Câmara dos Deputados facilita o acesso ao patrimônio genético e 
conhecimentos associados, mas ignora os direitos das comunidades indígenas e tradicionais. 
 
Entende-se por patrimônio genético a “informação de origem genética de espécies vegetais, 
animais, microbianas, ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo 
destes seres vivos”. 
 
No Brasil a preservação desses recursos é crucial, afinal, somo o país de maior diversidade 
biológica do mundo. Frutas, sementes e plantas encontradas na flora brasileira são utilizadas para 
diferentes finalidades e como matéria-prima na fabricação de diversos produtos. 
 
Esse imenso patrimônio genético, já escasso nos países desenvolvidos, tem um valor econômico-
estratégico alto principalmente no desenvolvimento de novos medicamentos, onde reside sua maior 
potencialidade. 
 
Chamado de Marco da Biodiversidade, a nova proposta reduz a burocracia atual que dificulta a 
pesquisa e o aproveitamento do patrimônio genético e define a repartição dos benefícios de produtos 
originados deles, uma espécie de royalty pago pela exploração de produto acabado ou material 
reprodutivo, oriundos de acesso ao patrimônio genético. 
 
EIXO – ECONOMIA 
Aumento da dívida pública e baixo crescimento em 2015 
Hoje um dos grandes problemas do Brasil é o equilíbrio das contas públicas, ou seja, a diferença 
entre as receitas e as despesas do governo federal. São essas contas nacionais que oferecem 
indicadores da “saúde” da economia de modo geral. 
E como esse equilíbrio é alcançado? O Estado arrecada dinheiro por meio da cobrança de 
impostos que incidem sobre a renda, a propriedade, serviços e produtos. Existe ainda a receita de 
dividendos oriundos de empresas públicas ou de alugueis do patrimônio público. Já as despesas incluem 
gastos com obras, previdência, educação, saúde, funcionários, pagamento da dívida pública, entre 
outros. 
Quando o governo arrecada mais do que gasta, significa que houve superávit primário.Quando 
as despesas superam as receitas, ou seja, o governo gasta mais do que arrecada, temos um déficit 
primário. 
Números recentes das contas públicas do Brasil mostram um país à beira de uma crise fiscal. 
Segundo dados do Tesouro Nacional, o ritmo de crescimento dos gastos do Estado é seis vezes maior 
que o das receitas. 
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Concurso para o Magistério do Maranhão 
Entre janeiro e novembro de 2014, o governo federal gastou R$ 933,1 bilhões. No mesmo 
período do ano anterior, o valor foi de R$ 827,7 bilhões. Ou seja, as despesas cresceram 12,72%, 
enquanto as receitas avançaram apenas 2,8% no mesmo período, passando de R$ 890,3 bilhões (2013) 
para R$ 914,7 bilhões. 
A diferença entre as contas (receitas menos despesas, excluindo o pagamento da dívida pública) 
foi de R$ 18,3 bilhões, o pior resultado de janeiro a novembro desde 2001 (início da série histórica desse 
indicador). 
Para especialistas esse resultado se deve ao aumento dos gastos do governo nas eleições, às 
concessões com desonerações de tributos e ao baixo crescimento da economia que derrubou a 
arrecadação. 
Se por um lado os gastos do governo “injetam” mais dinheiro na economia, por outro, também 
influenciam na inflação. Um dos mecanismos usados para “frear” os gastos excessivos de prefeituras, 
governos estaduais e da União é a Lei de Responsabilidade Fiscal, sancionada em 2000. 
A Lei estipula o limite máximo de 49% da receita corrente líquida (RCL) nos gastos com o 
funcionalismo público. Na prática, ela também ajuda a cumprir as metas de superávit, pois obriga o 
governo a economizar para pagar juros. 
Quem estoura o limite máximo fica proibido de contrair financiamentos, de conseguir garantias 
de outras unidades da Federação para linhas de crédito e de obter transferências voluntárias. 
Devido ao aumento dos gastos públicos, em dezembro de 2014, o Congresso aprovou um projeto 
de lei que poupa a gestão de ser responsabilizada por descumprimento da Lei de Responsabilidade 
Fiscal em 2015. 
 
Contas externas 
 
A situação das contas externas ou da balança comercial é pautada pela diferença entre 
importação e exportação (matérias-primas, produtos e transações de comércio, serviços e renda). O 
déficit ocorre quando existe diferença no balanço de pagamentos em transações correntes. 
Em relação às contas externas, o Brasil está importando mais do que exportando. De acordo com 
o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2014 a importação superou a 
exportação em US$ 3,93 bilhões, sendo o primeiro saldo negativo anual desde 2000. 
Segundo especialistas, o saldo negativo é devido à desvalorização do preço de commodities (as 
matérias-primas que o país exporta, como minério de ferro e soja), cenário internacional desfavorável 
(como a crise da Argentina) e ao baixo preço do petróleo. 
 
Dívida pública 
 
Quando falta dinheiro em caixa, o governo pode se endividar e pegar recursos emprestados de 
investidores para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o dinheiro com alguma 
correção monetária. Para isso, ele costuma emitir títulos públicos que são vendidos no mercado 
financeiro. 
A dívida bruta do Brasil saltou para 62% do PIB (produto interno bruto, ou seja, a soma de toda 
riqueza produzida pela sociedade). Em dez meses, o endividamento total aumentou 8,4 pontos 
percentuais, já que, em dezembro de 2013, a dívida representava 53,6% de todas as riquezas produzidas 
pelo país. 
O dinheiro que “sobra” nas contas do governo depois de pagar as despesas (exceto juros da 
dívida pública) é chamadode superávit primário. É esse dinheiro que o governo usa como poupança 
para pagar os juros da dívida pública. 
Manter as contas públicas em dia é crucial para o mercado financeiro internacional. Quanto 
menor a dívida em relação ao PIB, mais o país mostra que é um “bom pagador”. Quanto maior a 
capacidade de pagamento do Brasil, menor é o risco de crédito e as chances de conseguir taxas de juros 
mais baixas em empréstimos. 
A dívida ainda pode aumentar se a cotação do dólar subir. Quanto mais os encargos da dívida 
crescerem, pior ficará a situação fiscal. 
 
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/senado-aprova-alteracoes-na-lei-de-responsabilidade-fiscal/
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/senado-aprova-alteracoes-na-lei-de-responsabilidade-fiscal/
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/senado-aprova-alteracoes-na-lei-de-responsabilidade-fiscal/
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Concurso para o Magistério do Maranhão 
Juros e inflação 
 
O gasto público também pressiona a alta dos preços em geral. Com a inflação mais alta, o 
governo também sobe a taxa básica de juros (Selic). A alta dos juros pelo Banco Central é uma forma de 
conter o consumo das famílias e frear a oferta de crédito pelos bancos. 
Apesar disso, os juros altos deixam famílias endividadas em alerta e “travam” financiamentos do 
setor produtivo, o que freia os investimentos que o país precisa para voltar a crescer. 
 
Austeridade 
 
Numa situação de crise ou recessão, austeridade é o caminho escolhido por muitos governantes. 
Durante a crise econômica de 2008, a palavra foi muito ouvida nos discursos dos novos ministros 
europeus que realizaram reformas em meio a déficits, desemprego, calotes em dívidas, entre outras 
situações. A austeridade nada mais é do que controlar rigidamente os gastos públicos. 
E para reequilibrar as finanças públicas, a saída que os governos encontram é cortar gastos ou 
aumentar receitas (ou as duas coisas ao mesmo tempo). Para ter mais dinheiro, ele pode aumentar 
impostos ou contar com o crescimento da economia do país. 
A carga tributária brasileira já é considerada alta. Hoje, quase 36% do PIB são destinados ao 
pagamento de impostos, que também podem vir embutidos no preço de bens, produtos e serviços 
(como luz, água, carro, gasolina, transporte, imóveis etc). 
Quando a economia cresce pouco, o resultado é uma arrecadação de impostos menor do que o 
esperado. Quando a economia cresce muito, as receitas avançam no mesmo ritmo, impulsionadas pela 
exportação ou consumo interno. 
O problema é que em 2014, a economia do Brasil cresceu cerca de 1%. Além do crescimento do 
PIB abaixo do previsto no último ano, o emprego deu sinais de desgaste, a inflação (em torno de 6,5%) e 
juros registraram altas significativas e os brasileiros nunca estiveram tão endividados. 
Levantamento feito pelo Banco Central mostra que 45,88% da renda anual acumulada pelas 
famílias brasileiras é para o pagamento de dívidas, quase o dobro do registrado em 2005 (21,47%). 
O novo ministro da Fazenda do Brasil, Joaquim Levy, disse que fará um ajuste fiscal e pretende 
cumprir a meta de superávit primário de 1,2% do PIB para 2015. Como sem crescimento será difícil 
cumprir essa meta, a tendência é que haja um maior rigor fiscal nas contas públicas. 
 
2015, ano perdido também em outros países? 
 
Na Rússia, a palavra presente em todas as previsões é “recessão”. O motivo são as sanções 
econômicas impostas pelos países ocidentais e a queda no preço do petróleo, que também deve abalar 
economias como a do Equador e Venezuela. Estados Unidos e Reino Unido devem manter um 
crescimento estável, já que estão mais recuperados da crise de 2008. 
Com o Japão em recessão e prevendo um crescimento de 1% em 2015, a China estabeleceu-se 
como a segunda maior economia do mundo. Ao mesmo tempo, o país asiático mudou seu modelo de 
crescimento, antes voltado exclusivamente para as exportações. Hoje, ele já apresenta um melhor 
equilíbrio das vendas externas e o consumo interno. Mas a previsão é de que a China tenha um 
crescimento sustentável neste ano. 
Na Europa, os países da União Europeia (UE) tentam manter o bloco unido. Se em 2014 a zona do 
euro conseguiu evitar a recessão, para 2015 a expectativa é crescer apenas 1,1% e evitar a deflação 
(quando a população para de consumir à espera de preços mais baixos, levando à quebra de empresas e 
ao desemprego). 
No entanto, para esses países, a instabilidade política também influencia a economia. Em janeiro, 
as eleições antecipadas na Grécia vão definir se o país seguirá ou não no bloco. 
Mas é importante lembrar que a difícil situação econômica que muitos países vão enfrentar em 
2015 não significa que viveremos um novo momento de crise econômica em grande escala. 
A última grande crise mundial aconteceu em 2008, com o colapso do sistema financeiro norte-
americano. Foi considerada a pior crise do capitalismo desde a Grande Depressão, em 1929. Antes, nas 
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décadas de 1970 e 1980, o preço elevado do petróleo produziu crises globais. A última vez que o Brasil 
entrou em recessão foi em 2009, quando o país tentava driblar os efeitos da crise financeira mundial. 
 
EIXO – MEIO AMBIENTE 
Poluição e a questão do clima 
Nunca poluímos tanto quanto agora. Segundo dados divulgados em setembro de 2014, a 
quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera bateu recorde em 2013. A causa seria o aumento no 
nível de dióxido de carbono (CO2) e gases emitidos por atividades humanas como a queimada e 
desmatamento de florestas, o uso de combustíveis fósseis (carros movidos à gasolina ou diesel), a 
produção de energia térmica, a produção de lixo e resíduos industriais. 
Esses dados pioram as previsões sobre o aumento na temperatura da Terra. O Painel 
Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU divulgou um relatório mostrando que o nível 
dos oceanos está subindo mais rapidamente, que a temperatura pode aumentar em até 5°C nos 
próximos 100 anos e que o homem tem 95% de responsabilidade sobre as mudanças climáticas. 
As consequências podem ser desastrosas, como o derretimento de geleiras, aumento na 
elevação dos mares, escassez de água, morte de corais, extinção de espécies e fenômenos climáticos 
abruptos. E o que vamos fazer sobre isso? Em quanto tempo? 
Essas devem ser questões chaves para a COP-21, a conferência global sobre o clima que acontece 
em Paris (França), em dezembro de 2015. Na ocasião, será apresentado um novo acordo de redução de 
emissões de carbono que substituirá o Protocolo de Kyoto e vai apontar novas diretrizes de combate ao 
aquecimento global a partir de 2020 (quando o prazo do protocolo termina). 
E por que estamos discutindo isso agora? O futuro acordo climático internacional é visto como 
decisivo para mudar as perspectivas do clima no planeta e deve adicionar mecanismos para fazer com 
que os governos levem a sério suas decisões e seus cronogramas, o que não foi visto no Protocolo de 
Kyoto. Além disso, um movimento inédito de EUA e China sobre o tema aponta uma possível nova 
postura dos países mais poluidores sobre a necessidade de contermos a emissão dos gases. 
Formalizado em 1997, o Protocolo de Kyoto entrou oficialmente em vigor em 2005 e foi um 
marco na diplomacia dos países por ter sido o primeiro conjunto de metas de redução de gases 
responsáveis pelo efeito estufa adotado mundialmente, com a ratificação de mais de 170 países. No 
entanto, o mundo não cumpriu as metas de redução e está ainda mais quente. 
O objetivo era obrigar países desenvolvidos a reduzir a emissão de gases poluentes que agravam 
o efeito estufa e tentar diminuir a temperatura global entre 1,5 e 5,8°C. As nações industrializadas se 
comprometeriam em diminuir em 5% as emissões de gases, em relação aos níveis de 1990, no período 
entre 2008 e 2012, depois ampliado para 2020. 
As metas variamde um signatário para outro. Os países da União Europeia têm que cortar as 
emissões em 8%, enquanto o Japão se comprometeu com 5%. Países em desenvolvimento não tiveram 
metas específicas. Mas, como signatários, precisam manter a ONU informada sobre seu nível de 
emissões. O Brasil é um desses. O compromisso brasileiro, acertado em 2009, é de cortar entre 36% a 
39% das emissões de gases-estufa em 2020, em relação aos níveis de 1990. 
Antecipando as conversas sobre o acordo de Paris, em dezembro de 2014 ocorreu em Lima, no 
Peru, a COP-20. Essa reunião preparatória foi fundamental para que na conferência de 2015 os países 
tenham pronto o texto de um novo regime internacional que sucederá o Protocolo de Kyoto, além de 
aprovar o rascunho de um acordo de redução de emissões de gases de efeito estufa. Nos próximos 
meses, os países desenharão os compromissos para reduzir emissões globais entre 40% a 70%, e que 
devem ser assinados na COP-21. 
Uma das questões chaves definidas em Lima é que todos os países (e não apenas os ricos) devem 
colaborar para reduzir a poluição. Outro objetivo que deve ser tratado é a criação de fundos de 
financiamento para planos nacionais de adaptação aos impactos dos efeitos climáticos, como medidas 
criadas para lidar com o efeito de enchentes ou secas. 
 
Ainda há tempo para desarmar a bomba-relógio? 
 
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Concurso para o Magistério do Maranhão 
Segundo pesquisas, o limite “seguro” para o aumento da temperatura da Terra seria de até 2°C. 
Para não superar essa temperatura, poderíamos emitir no máximo 3.670 GtCO2 (gigatoneladas de 
dióxido de carbono) até o ano 2100, de acordo com cálculos realizados pelos cientistas do Painel 
Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), em 2013. 
Até 2011, no entanto, esse número já era de 2.670 GtCO2 lançados na atmosfera. Ou seja, em 89 
anos (de 2011 a 2100), o mundo poderia emitir, ainda, apenas 1.000 GtCO2 para evitar mais 
complicações climáticas. 
No ritmo anual, caminhamos facilmente para um aquecimento de 4°C, o que seria o pior cenário 
projetado pelo IPCC. Um maior aquecimento provocaria grandes desastres ambientais e impactos 
negativos nas formas de vida no planeta. 
Entre as soluções emergenciais apontadas para evitar este cenário estariam a mudança para uma 
matriz energética mais limpa (como o uso de usinas eólicas e painéis solares), a adoção de instrumentos 
como o imposto sobre o carbono (precificação de forma penalizadora às emissões), a definição de metas 
de emissões per capita e o aumento do mercado de carbono, um mecanismo de compra e venda de CO2 
(quem faz atividades que emitem dióxido de carbono pode compensar ou neutralizar a emissão ao 
comprar de quem os absorve em ações como o plantio de florestas). 
 
EUA e China: acordo inédito entre os maiores poluidores 
 
EUA e China não ratificaram o Protocolo de Kyoto. Responsáveis por 45% da emissão de gases 
poluentes, os dois países selaram, em novembro de 2014, um acordo inédito sobre o tema. O acordo 
inclui mudanças em cinco áreas: redução das emissões dos veículos, redes elétricas mais avançadas, 
captura e armazenamento de emissões de carbono, coleta de dados sobre os gases causadores do efeito 
estufa e melhoria da eficiência energética de construções. 
A China, por exemplo, prometeu aumentar de 12% para 20% a participação da energia limpa em 
sua matriz energética, enquanto os norte-americanos se comprometeram a dobrar o ritmo de redução 
de emissões, mas apenas a partir de 2020. 
Para especialistas, o acordo tem dois lados: um positivo, por mostrar que os países se 
anteciparam ao tema e que os EUA, que se retirou do Protocolo de Kyoto quando o então presidente 
George W. Bush julgou que aderir ao acordo seria ruim para a economia do país, estão revendo sua 
posição; e outro negativo, por trazer metas de longo prazo. 
O que essa parceria aponta para a COP-21 é que somente haverá avanço se os novos acordos 
oferecerem planos de redução mais ambiciosos e os países realmente os colocarem em prática. Vale 
lembrar que qualquer definição acarreta um impacto na economia. As nações precisam decidir como 
suas economias podem crescer sem causar um maior impacto. 
Hoje, para incentivar a participação dos governos em acordos deste tipo, os negociadores 
optaram por uma abordagem mais livre, em que os governantes passaram a formular as suas próprias 
metas, apresentando-as como promessa. Será essa forma a mais assertiva para o momento para 
comprometer os países com as metas? 
O tempo é outro ponto importante: hoje, os efeitos do aquecimento global são sentidos em 
menor tempo, ou seja, quanto maior a demora em colocar as metas em prática, maiores são os riscos 
para o meio ambiente e a humanidade. 
 
EIXO – ENERGIA 
 
A questão do Petróleo 
 
Gerar energia é uma das necessidades fundamentais do mundo industrializado. Nos séculos 18 e 
19, o carvão foi importante fonte de energia para a Primeira Revolução Industrial. No século 20, a 
utilização do petróleo e seus derivados substituiu o carvão como base da matriz energética mundial, um 
recurso natural não renovável. 
Os combustíveis fósseis envolvem questões econômicas, ambientais e também políticas – a 
manutenção da segurança energética e a disputa pelo controle do petróleo são frequentemente 
associadas a fatores de conflitos em diversos países. 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/petroleo-a-principal-fonte-de-combustivel-do-mundo-contemporaneo.htm
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Concurso para o Magistério do Maranhão 
A região do Oriente Médio, por exemplo, é detentora das maiores reservas de petróleo em terra 
do mundo. A abundante matéria-prima sustenta o PIB (Produto Interno Bruto) de países como Arábia 
Saudita, Iraque, Irã, Kuwait, Qatar e Emirados Árabes. 
Anos atrás, essa riqueza foi um dos grandes motivos de conflitos que aconteceram na região, 
principalmente no Golfo Pérsico, como a Guerra do Iom Kipur (1973) entre árabes e israelenses, 
a Guerra Irã-Iraque (1980-1988) e a Guerra do Golfo(1991), quando o Iraque invadiu o Kuwait e sofreu 
intervenção dos EUA. 
Na Ásia, a Rússia é a grande produtora de petróleo e gás e exerce influência sobre as rotas de 
exportação dos recursos energéticos produzidos na região do Cáucaso. Além de ser um dos maiores 
fornecedores de hidrocarbonetos para a União Europeia, parte de seu território funciona como corredor 
de gasodutos que também passam por ex-repúblicas soviéticas, como a Ucrânia. 
A Europa importa 67% do gás que consome e praticamente a metade vem da Rússia. O 
atual conflito entre Ucrânia e Rússia, que anexou o território ucraniano da Crimeia, impacta 
diretamente o mercado de energia. O gigante soviético ameaçou fechar as torneiras de gasodutos caso 
sofra sanções econômicas da União Europeia, que considera que a Rússia está incentivando o 
separatismo na Ucrânia. 
Na África, o Sudão do Sul, país criado em 2011 após a separação do Sudão, vive há cinco meses 
em uma guerra civil que já deixou milhares de mortos e uma legião de refugiados. O motivo é a disputa 
de poder entre tropas do governo e rebeldes, que acirra a tensão entre grupos étnicos no país. A ONU e 
organizações humanitárias alertam sobre o risco de uma epidemia de fome capaz de deixar o país ainda 
mais vulnerável. 
Um dos panos de fundo do conflito é o controle dos dividendos do petróleo, base da economia 
do país, um dos mais empobrecidos do mundo. Em abril deste ano, as forças rebeldes tomaram o 
controle de poços petrolíferos. A matéria-prima representa 98% das receitas de exportação do Sudão do 
Sul e seria o principal potencial de desenvolvimento econômico do país. 
Em 2012, o clima já era tenso na região. A maior parte das reservas se situa na fronteira com o 
vizinho Sudão, que com a perda de divisas, viu a economia piorar após a independência. O país do sul se 
recusou a pagar taxas pelo uso dos gasodutos no norte e, como retaliação, o Sudão impediua passagem 
de navios petroleiros e o sul fechou poços de perfuração. 
Na América Latina, a Venezuela é o único país sul-americano a integrar a OPEP (Organização dos 
Países Exportadores de Petróleo), e suas reservas petrolíferas são a maior fonte de renda do país. Os 
EUA são o principal comprador do petróleo venezuelano. Em abril deste ano, o presidente Nicolás 
Maduro declarou a um jornal britânico que os recentes protestos da oposição no país estão sendo 
apoiados pelos norte-americanos, que teriam interesse em derrubar o governo para ter mais liberdade 
no mercado de hidrocarbonetos. 
Em maio, o Congresso americano elevou a pressão pela imposição de sanções à Venezuela, com 
o argumento de que o país estaria violando direitos humanos na repressão a opositores e protestos 
contra o governo. Entre as sanções propostas, estaria o bloqueio à importação de petróleo. 
História do petróleo no Brasil 
No Brasil, o petróleo nunca chegou a gerar um conflito armado, mas sua exploração sempre foi 
estratégica para o Estado. Desde o final do século 20, o Brasil aumentou progressivamente a produção 
de petróleo encontrado nos oceanos. 
Por anos o país buscou a meta da autossuficiência em petróleo. O objetivo foi alcançado pela 
primeira vez em 2006. Outro marco foi a descoberta dos campos de pré-sal, que prometem triplicar a 
produção brasileira. Hoje, o país se destaca pelo domínio da tecnologia de exploração do petróleo em 
águas profundas. 
Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil iniciou um projeto de desenvolvimento industrial que 
buscava reduzir a dependência das importações e a conquista da soberania econômica brasileira. Já 
havia poços de petróleo na Bahia, mas a produção era em pequena escala. 
Durante o segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954), o presidente exerceu uma política 
econômica nacionalista e de investimentos em setores estratégicos, criando estatais nas áreas de 
mineração, aço e energia. “O petróleo é nosso!" foi o lema da campanha no início dos anos 1950. Em 
1953, Vargas promulgou a Lei 2.004 que criava a Petrobras, empresa estatal responsável pela 
exploração do petróleo no território brasileiro e encarregada do monopólio da atividade no setor. 
 
No governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), sob o slogan de “50 anos de desenvolvimento em 
5”, o governo continuou a apostar na expansão do mercado interno e na industrialização com incentivos 
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/guerra-de-iom-kipur-apos-30-anos-conflito-arabe-israelense-ainda-nao-terminou.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/guerra-ira-iraque-contra-o-ira-eua-se-aliaram-a-saddam-hussein.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/guerra-do-golfo-saddam-hussein-comeca-a-incomodar-os-eua.htm
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/crise-na-ucrania-um-pais-dividido-entre-a-russia-e-a-uniao-europeia.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/onu-organizacao-das-nacoes-unidas-criacao-e-papel-da-instituicao.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/independencia-da-venezuela-primeiro-pais-a-libertar-se-do-dominio-espanhol.htm
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2014/05/14/governo-da-venezuela-mantem-20-pessoas-detidas-apos-protestos.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/segunda-guerra-mundial-1-conflito-matou-milhoes-de-pessoas.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/getulio-dornelles-vargas.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/juscelino-kubitschek-de-oliveira.jhtm
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
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a diversos setores e abertura a investimentos estrangeiros, como a implantação da indústria 
automobilística, que teve um forte crescimento no período. 
Durante o Regime Militar (1964-1985), o governo continuou a expansão da produção de petróleo 
e investiu em pesquisas geológicas. Em 1968, ocorreu a primeira descoberta de petróleo no mar, dado 
origem ao campo de Guaricema, em Sergipe. 
Em 1973, OPEP triplicou os preços do produto. A crise se estendeu até 1980 e fez o preço do 
barril disparar em todo o mundo, e os gastos com importação acabaram influenciando a balança 
comercial e a recessão econômica do Brasil. Na Europa, a crise e a corrida armamentista da Guerra 
Fria (1945-1989) impulsionaram o investimento em usinas de energia nuclear, enquanto o Brasil 
buscava uma fonte alternativa para os combustíveis. 
Nesse período, em 1975, o Governo Federal instituiu o Proálcool (Programa Nacional do Álcool), 
incentivo à produção de biocombustível, que substituiu a gasolina pelo etanol derivado da cana-de-
açúcar e que teria papel estratégico na economia na década seguinte. 
O monopólio estatal em relação ao petróleo chegaria ao fim em 1997, quando o governo 
Fernando Henrique Cardoso promulgou a Lei 9.478, que passou a permitir a produção, o refino, o 
transporte e a importação de petróleo por empresas diferentes da Petrobras. 
No mesmo ano, o Brasil começou a incrementar o peso do gás natural na sua matriz energética 
com a construção do gasoduto Brasil-Bolívia. Em 2006, quando Evo Morales foi eleito presidente da 
Bolívia, ele nacionalizou empresas estrangeiras de exploração de hidrocarbonetos, como a brasileira 
Petrobras, que passou a pagar royalties mais caros pelo produto. 
Na época, o exército boliviano ocupou todos os campos de petróleo e gás natural do país e o fato 
provocou um atrito diplomático com o Brasil. Depois, o presidente Lula reconheceu que o país tinha 
direito a soberania. Hoje, somos o principal comprador do gás boliviano. 
Em 2007, o anúncio da descoberta do pré-sal em áreas oceânicas mudou o panorama do setor de 
petróleo no Brasil. Com a descoberta e a exploração das reservas do pré-sal, os royalties advindos 
dessa fonte tornaram-se alvo de disputas entre governos estaduais e municipais. A disputa se acirrou no 
final de 2012, em função de novas regras para o setor votadas no Congresso Nacional. 
 
EIXO- POLÍTICA 
A corrupção no Brasil 
Engana-se quem acha que a prática ganha essa nomenclatura apenas quando falamos de grandes 
corporações ou órgãos públicos. A corrupção privada está presente em atitudes do nosso dia a dia, 
como desviar dinheiro do condomínio, burlar um imposto, pagar um valor extra para ter um serviço 
feito antes do tempo legal, subornar um guarda de trânsito para evitar uma multa ou pagar por um 
lugar melhor na fila do restaurante. 
No último ranking da corrupção, organizado pela Transparência Internacional e divulgado em 
dezembro de 2014, o Brasil aparece na 69ª posição entre 175 países. O ranking mede o índice de 
percepção da corrupção. Para calcular a nota que define a posição, e vai de 100 (menos corrupto) a zero 
(mais corrupto), a ONG pergunta a entidades da sociedade civil, agências de risco, empresários e 
investidores qual é a percepção sobre a transparência do poder público. 
O Brasil aparece atrás de países como Uruguai e Chile (ambos no 21º lugar), Botsuana (31º) e 
Cabo Verde (42º). A Dinamarca manteve o primeiro lugar no ranking com nota 92, seguida da Nova 
Zelândia (91); Finlândia (89), Suécia (87) e Noruega (86). Na outra ponta da tabela, Somália e Coreia do 
Norte aparecem em último, com oito pontos. 
O que faz da Dinamarca um país menos corrupto? No documento, o país é citado como uma 
nação que tem um forte Estado de Direito, apoio à sociedade civil e regras claras de conduta para as 
pessoas que ocupam cargos públicos. O relatório menciona o exemplo dado pelo país de criar um 
registro público com informações sobre os proprietários de todas as companhias dinamarquesas, 
iniciativa criada pela ONG norte-americana Global Financial Integrity para o combate à lavagem de 
dinheiro, à sonegação de impostos e à corrupção. Até agora, apenas Reino Unido e Dinamarca aderiram 
à campanha. 
O ambiente social do país também colabora. O professor dinamarquês Gert Tingaard Svendsen, 
especialista em corrupção, publicou este ano o livro Trust, onde mostra como na Dinamarcaa confiança 
http://educacao.uol.com.br/infograficos/2014/03/12/entenda-como-foram-os-anos-da-ditadura-militar-em-40-datas-historicas.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/guerra-fria-2-o-que-estava-em-jogo-no-conflito-entre-eua-e-urss.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/guerra-fria-2-o-que-estava-em-jogo-no-conflito-entre-eua-e-urss.htm
http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/04/04/mpf-debate-aplicacao-dos-royalties-do-petroleo-na-inclusao-educacional.htm
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
social é alta. Segundo ele, quando as pessoas confiam umas nas outras e nas instituições, há maior 
cooperação, a burocracia é menor e os investimentos em segurança são reduzidos. 
O professor fez uma pesquisa em 2005, em 86 países, perguntando às pessoas se elas confiavam 
nas outras. Na Dinamarca, 78% (três em cada quatro pessoas) disseram que sim. O Brasil aparece no 
final da lista: apenas 10% dos entrevistados (uma em cada 20 pessoas) disseram que confiam nas outras. 
Além dos baixos índices de corrupção, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia têm outra coisa em 
comum: investem alto em educação. Um levantamento feito pela Folha, no final de 2013, apontou que 
existe sim uma relação entre corrupção e educação. 
O estudo cruzou dados do Índice de Percepção da Corrupção e do Pisa, exame internacional que 
avalia estudantes de 15 e 16 anos em matemática, leitura e ciências. Os dados mostraram que os países 
menos corruptos estão no topo da lista. O Brasil ficou em 58º na avaliação do Pisa e, em 2013, ocupava 
o 72º lugar no ranking de corrupção. 
 
Brasil e a corrupção na política 
 
No Brasil, boa parte da percepção de que somos um país corrupto se deve aos sucessivos 
escândalos políticos de desvios de dinheiro público e à impunidade dos envolvidos na maioria dos casos. 
Daí surge outra “máxima” do senso comum: a de que “o poder corrompe”. 
A frequência de denúncias e a falta de punições criou uma imagem de que a política aqui é, 
necessariamente, corrupta. Para estudiosos, essa noção é equivocada e contribui para que a corrupção 
seja aceita de forma quase natural, ou seja, se você foi eleito para um cargo público, já se espera que 
você não seja honesto. 
Entre as práticas de corrupção mais comuns na política estão o nepotismo (quando o governante 
elege algum parente para ocupar um cargo público), clientelismo (compra de votos), peculato (desvio 
de dinheiro ou bens públicos para uso próprio),caixa dois (acúmulo de recursos financeiros não 
contabilizados), tráfico de influência, uso de "laranjas" (empresas ou pessoas que servem de fachada 
para negócios e atividades ilegais), fraudes em obras e licitações, venda de sentenças,improbidade 
administrativa e enriquecimento ilícito. 
Para muitos, a corrupção é um fator moral e cultural. Como descreveu o antropólogo Sérgio 
Buarque Holanda no livro Raízes do Brasil (1936), o brasileiro (segundo ele, um indivíduo cordial, que 
pensa com a emoção) teria desenvolvido uma histórica propensão à informalidade, o que se refletiria 
nas suas relações com outros indivíduos, instituições, leis e a política. 
Esse comportamento explicaria a origem, mais tarde, do “jeitinho brasileiro”. Nessa 
predisposição à informalidade, entre o que pode e o que não pode por meios legais, a malandragem, o 
"jeitinho" e frases como "você sabe com quem está falando?", como cita Roberto DaMatta, surgem 
como formas de se obter vantagens e burlar regras seja no âmbito do poder os nas nossas relações do 
dia a dia. 
Mudar esse comportamento só seria possível com mecanismos de controle e de fiscalização que 
coíbam ou reduzam as condições para práticas corruptas. Como pontua Claudio Abramo, diretor 
executivo da Transparência Brasil, no textoCorrupção, ética e moral, hoje a corrupção não é apenas uma 
questão moral, mas entender o cenário que permite que ela seja tão frequente é fundamental. 
“Não é o homem que molda o ambiente, mas o ambiente que molda o homem. São as condições 
materiais que regulam as interações entre as pessoas que determinam a maior ou menor propensão de 
elas se meterem em tramóias desonestas. Conforme essa perspectiva interessa pouquíssimo se um 
indivíduo é honesto ou desonesto. O que importa é que, se o sujeito for desonesto, as condições em 
que ele age deixem-lhe pouca margem para que aja desonestamente”, pontua Abramo. 
 
Controle e fiscalização 
 
No Brasil, os órgãos fiscalizadores começaram a surgir principalmente depois da Constituição de 
1988. Hoje, o Estado possui diversas instituições de controle e fiscalização da atividade governamental, 
como o TCU (Tribunal de Contas da União), os Tribunais de Contas dos Estados e de vários Municípios, e 
a CGU (Controladoria Geral da União), criada em 2003. 
 O TCU, por exemplo, tem a função de controlar os gastos públicos. Os governantes têm de 
prestar contas ao órgão sobre suas decisões de gastos. O Ministério Público também recebe denúncias e 
ajuíza ações penais e civis por improbidade administrativa por meio dos procuradores da República. 
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2013/12/1391533-paises-com-melhor-educacao-tendem-a-ser-menos-corruptos.shtml
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
Outra ferramenta é a Lei 12.846/2013, conhecida como lei anticorrupção. De caráter não penal, 
institui e regula a responsabilidade objetiva e civil de empresas pela prática de atos de corrupção contra 
a administração pública nacional ou estrangeira. Já a Lei da Ficha Limpa, que entrou em vigor em 2010, 
impede a candidatura em eleições de políticos com condenações por órgãos colegiados, um passo 
importante para a ética na política. 
A Lei de Acesso à Informação Pública (Lei 12.527/2011), que determina que qualquer cidadão 
tem o direito de examinar documentos produzidos ou custodiados pelo Estado, desde que não estejam 
protegidos por sigilo ou se referirem a informações de caráter pessoal, também serve para acompanhar 
os gastos dos governos. 
Mas, além da lei, ainda temos que desenvolver o hábito de investigar e acompanhar as atividades 
dos ocupantes de cargos públicos com ajuda desses mecanismos. Na Suécia, por exemplo, a lei de 
acesso à informação existe há 200 anos, já sendo parte da rotina dos cidadãos, quem veem na lei uma 
aliada no combate à corrupção. 
E mesmo com esses diversos mecanismos, são muitos os casos em que as brechas na Justiça e 
legislação permitem que políticos e empresas envolvidos em escândalos não sejam punidos ou 
cumpram curto período na prisão, recebam benefícios em troca de informações e não sejam banidos da 
vida pública. Daí surge outra famosa expressão: “o Brasil é o país da impunidade”. 
Embora muito se fale que hoje a corrupção no Brasil é mais denunciada do que antigamente, sem 
a correta punição dos envolvidos é como se de nada adiantasse tomar conhecimento das ilegalidades. 
Se hoje denunciamos mais, talvez seja hora de avançar para tempos onde também se puna mais. 
 
EIXO – CULTURA E DIREITOS HUMANOS 
 
Preconceito e racismo 
 
Em setembro deste ano, o Grupo de Trabalho das Organizações das Nações Unidas sobre 
Afrodescendentes publicou um relatório apontando que no Brasil o racismo é “estrutural e 
institucional”. Para a organização, nosso país viveria em uma “falsa democracia racial”, que nega a 
existência do racismo devido à miscigenação entre diferentes povos e raças. 
No documento, a ONU sugere medidas como garantir a permanência de estudantes negros 
cotistas nas universidades, prevenir a violência contra mulheres e jovens negros, elaborar um plano 
nacional de controle e treinamento das Polícias Militares (PMs), abolir o auto de resistência, aprimorar o 
ensino de história e cultura afrobrasileira nas escolas, agilizar e desburocratizar a titulação de terras 
quilombolas e prover recursos financeiros e humanos para os órgãos municipais e estaduais de combate 
ao racismo. 
Algumas das medidas sugeridas pela ONU já foram implantadasno país, como a instituição das 
cotas para negros na educação e no serviço público, a Política Nacional de Saúde Integral da População 
Negra, o Plano Juventude Viva, a lei de 2003 que tornou obrigatório o ensino dahistória e cultura 
afrobrasileira e africana nas escolas, entre outros. 
No entanto, dados do IBGE reforçam a dimensão do problema mostrando a grande desigualdade 
social entre raças no país. O desemprego entre negros é 50% maior do que entre a população branca -- 
que têm expectativa de vida seis anos maior do que os afrodescendentes. A população negra tem 1,6 
ano de estudo a menos que a branca; representa 65,1% das vítimas de homicídios; e sustenta taxa de 
mortalidade infantil 60% maior que a da população branca. 
Leia mais: Apartheid : 20 anos após seu fim na África do Sul, ele "sobrevive" em outros países 
São recorrentes os episódios de racismo nas atividades desportivas do Brasil, principalmente em 
partidas de futebol. O último deles envolveu o goleiro Mário Lúcio Duarte Costa, o Aranha, do Santos, 
vítima de agressões racistas em disputa pela Copa do Brasil contra o Grêmio, em Porto Alegre (RS), em 
agosto deste ano. A torcida do time adversário comparou o jogador a um macaco, entre outros insultos 
racistas. 
Três torcedores gaúchos foram indiciados por injúria racial, crime caracterizado por agressões 
verbais direcionadas a uma pessoa com a intenção de abalar o psicológico dessa vítima, utilizando 
elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de 
deficiência (art. 140, § 3.º, CP). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/racismo-crime-inafiancavel-e-ideologia-sem-fundamento-cientifico.htm
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/educacao-a-polemica-do-sistema-de-cotas.htm
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/educacao-a-polemica-do-sistema-de-cotas.htm
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/educacao-a-polemica-do-sistema-de-cotas.htm
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/apartheid--20-anos-apos-seu-fim-na-africa-do-sul-ele-sobrevive-em-outros-paises.htm
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
Foi em 1988, com a promulgação da Constituição que está em vigor, que a prática do racismo 
passou a ser considerado um crime inafiançável e imprescritível. Ao contrário da injúria racial, os crimes 
de racismo, expressos na Lei n. 7.716/89, são inafiançáveis. O crime de racismo consiste em praticar, 
induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A 
pena prevista é de reclusão de 1 a 3 anos, além de multa. 
A lei considera diversas condutas como crimes de racismo. São exemplos o ato de impedir ou 
dificultar o acesso de pessoas a serviços, empregos ou lugares, impedir a matrícula em escola, o acesso 
às forças armadas e, inclusive, obstar por qualquer meio o casamento ou a convivência familiar por 
razões de preconceito. 
Há, ainda, a previsão de crime de fabricação, distribuição ou veiculação de símbolos, emblemas, 
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação 
do nazismo. 
Em 2003, o governo federal brasileiro criou a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade 
Racial (Seppir). De acordo com a Seppir, o número de denúncias de racismo dobrou nos últimos anos. 
Em 2011, a ouvidoria do órgão recebeu 219 denúncias. Em 2012, esse número pulou para 413 e, no ano 
passado, chegou a 425, praticamente o dobro dos registros de 2011. Existem diversas interpretações 
para esse aumento, mas especialistas apontam que quanto mais conscientes as pessoas estão sobre 
seus direitos, mais elas denunciam. 
A violência racista não é apenas verbal. Delegacias também registram a violência física a 
afrodescendentes, como no caso de agressões por skinheads. Existe ainda a perseguição religiosa e 
cultural. Alguns templos de matriz africana, como da umbanda e camdomblé, são alvos de depredação e 
perseguição. 
A representatividade na política também é uma das bandeiras do movimento negro, visto que 
hoje, o Congresso Nacional é composto por 8,3% de negros. Para lideranças do movimento, aumentar a 
participação política dos representantes negros é passo fundamental para a criação de políticas e ações 
que visem encerrar e combater o preconceito e permitir a igualdade de direitos. 
 
Da Abolição à República Velha 
 
Depois da queda da monarquia, o fim da escravidão no Brasil, em 1888, e a mudança do regime 
político-administrativo, as antigas ordens sociais vigentes no Império ainda permaneceram por alguns 
anos, como a separação entre brancos e negros. 
Durante a República Velha (1889-1930), a doutrina do racismo científico vinda da Europa 
considerava o negro e índio como raças inferiores e o povo mestiço como “improdutivo e amoral”, que 
não se adaptaria ao progresso que o Brasil precisava. O negro era visto como uma causa do fracasso da 
nação e por isso era preciso “branquear” a população. 
A época foi marcada pela chegada da mão de obra imigrante para a expansão da lavoura cafeeira 
e pela exclusão de muitos negros das oportunidades de emprego e educação. O ex-escravo ficou 
desassistido. Já no campo cultural, havia uma legislação que proibia as manifestações culturais negras 
tais como o batuque, o candomblé e a capoeira. 
A ideia de inferioridade determinada pela cor da pele só foi questionada abertamente em 1932, 
com a publicação de Casa Grande & Senzala, do sociólogo Gilberto Freyre. Apesar disso, o acadêmico foi 
alvo de duras críticas pela sua visão “açucarada” da mestiçagem brasileira, que não considera a violência 
e a dominação cruel contra o povo negro. No Brasil, foi nessa época que o movimento negro começou a 
ganhar corpo, buscando a integração à sociedade, preservação da história e cultura negra e a igualdade 
de direitos. 
 
EIXO – SOCIEDADE 
Um relatório da ONU divulgado em julho deste ano relata que o Brasil passou da 80ª para a 79ª 
posição no ranking anual de desenvolvimento, medido pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). 
Em 2012, o IDH do Brasil era de 0,742. Em 2013, o índice subiu para 0,744 - passando da 80ª para 
a 79ª posição, em uma lista de 187 países analisados pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento). 
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/constituicao-1988.jhtm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/escravidao-no-brasil-escravos-eram-base-da-economia-colonial-e-imperial.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/republica-velha-1889-1930-1-deodoro-da-fonseca-e-governos-civis.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/gilberto-freyre.jhtm
http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/07/24/idh-do-brasil-sobe-supera-media-latinoamericana-mas-ainda-e-2-entre-brics.htm
http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/07/24/idh-do-brasil-sobe-supera-media-latinoamericana-mas-ainda-e-2-entre-brics.htm
http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/07/24/idh-do-brasil-sobe-supera-media-latinoamericana-mas-ainda-e-2-entre-brics.htm
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES 
Concurso para o Magistério do Maranhão 
Com escala de 0 a 1, o IDH é uma medida que avalia o progresso de um país em três dimensões 
básicas do desenvolvimento humano: renda (renda média per capita), saúde (expectativa de vida ao 
nascer) e educação (taxas de alfabetização de adultos e matrícula em todos os níveis de ensino). Quanto 
mais próxima de 1, melhor a situação do país. 
A primeira colocada no ranking foi a Noruega, com IDH de 0,944. Em seguida aparecem Austrália, 
Suíça, Holanda, Estados Unidos, Alemanha, Nova Zelândia, Canadá, Cingapura e Dinamarca,

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