Buscar

Ecopedagogia: Globalização e Meio Ambiente

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ecopedagogia 
Ivanil Nunes 
 
 
Introdução 
 
Unidade I. O fenômeno da Globalização e sua interferência no meio ambiente 
1.1 Globalização e meio ambiente 
1.2 Como a economia global atinge o meio ambiente? 
1.2.1 Dez lugares do mundo que podem ser engolidos pelo mar 
1.2.2 Problemas Ambientais Globais e a Industrialização 
1.3 Globalização, mudanças sociais, culturais e meio ambiente 
 
Unidade II. Caracterizando o meio ambiente 
2.1. Os principais desequilíbrios ambientais globais 
2.2. Os atuais mecanismos oficiais de defesa do Planeta 
 
Unidade III. Educação ambiental na contemporaneidade 
3.1 Superar a fragmentação do saber 
3.2 Objetivos gerais para o ensino fundamental 
3.3. O conteúdo de meio ambiente para terceiro e quarto ciclos 
3.4. Critérios de seleção e organização dos conteúdos 
 
Unidade IV - Mudanças econômicas estruturais e questão ambiental 
 
 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
2 
 
Introdução 
Segundo Galvão (2007:62) há mais de quatro décadas se registra 
profundas transformações no modo como vem ocorrendo as articulações 
internacionais em relação ao “ritmo do crescimento do comércio de bens e 
serviços, na aceleração no movimento dos fluxos dos ativos financeiros, na 
rapidez com que novas tecnologias são criadas e transferidas 
internacionalmente, no desenvolvimento de novos e mais velozes sistemas de 
comunicações (transportes, telecomunicações, Internet etc.), na transferência 
e absorção do conhecimento e da informação”. Essas mudanças profundas 
levaram os países a um cenário internacional marcado por um tipo de 
economia cada vez mais interdependente. 
Dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) apontam para 
crescimento do comércio internacional, após a Segunda Guerra Mundial a 
“uma taxa média de mais de 6%, em termos reais, multiplicando o volume das 
transações internacionais em aproximadamente 15 vezes e fazendo com que a 
fração da produção mundial exportada de mercadorias passasse de 7%, em 
1950, para algo em torno de 25%, na década de 2000” – ainda que a quase 
totalidade deste comércio tenha se realizado na modalidade intrafirmas (tipo 
de comércio realizado entre empresas pertencentes ao mesmo grupo - 
realizado entre matrizes e filiais ou subsidiárias, ou entre filiais e subsidiárias). 
Os objetivos nesta disciplina é entender o processo de globalização em 
seus múltiplos aspectos, econômicos, políticos, sociais e culturais e a 
interferência deste no meio ambiente; analisar os conceitos fundamentais 
relacionados ao meio ambiente; identificar os principais desequilíbrios 
ambientais que tem afetado os ecossistemas do mundo; discutir quais são os 
conceitos básicos da educação ambiental, na contemporaneidade; e, por fim, 
Discutir algumas das mudanças econômicas em curso que podem impactar 
(para o bem e para o mal) a questão ambiental. 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
3 
 
Assim, na Unidade I Analisa-se a maneira pela qual o processo de 
globalização interfere no meio ambiente. Como a economia global atinge o 
meio ambiente? De que maneira as políticas globais (como, por exemplo, 
aquelas ligadas à abertura econômica), mudanças sociais, culturais, 
provocadas pelo processo de globalização, impactam o meio ambiente? 
Na unidade II, busca-se caracterizar o meio ambiente. Quais são os 
principais desequilíbrios ambientais globais que tem afetado os ecossistemas do 
mundo? Como cada um destes desequilíbrios ambientais está sendo 
enfrentado pelas autoridades mundiais (ONU)? Na Unidade III, busca-se 
entender os conceitos básicos da educação ambiental, na 
contemporaneidade. E, por fim, na Unidade IV busca-se discutir algumas das 
mudanças econômicas estruturais em curso que podem impactar (para o bem 
e para o mal) na questão ambiental. 
Foram acrescentadas, ainda, ao longo do texto, chamadas 
denominadas “Leia Mais” e “Veja mais”, composto por textos, artigos, etc., ou 
vídeos (respectivamente), disponíveis nas redes sociais, com o propósito de 
sugerir à leitora e ao leitor outras perspectivas sobre o tema tratado neste 
material. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
4 
 
Unidade I. O fenômeno da Globalização e sua interferência no meio 
ambiente 
Tem sido lugar corrente definir a globalização como um fenômeno 
associado à universalização do progresso técnico e do acesso a novos 
mercados. Segundo essa percepção comumente divulgada pela imprensa as 
inovações no campo das comunicações permitiram o encurtamento das 
distâncias facilitando os negócios que passaram a ser concretizados em tempo 
real em qualquer parte do mundo. Esse aumento da comunicação teria 
estimulado também a se ampliar o conhecimento, que cada vez mais 
disseminado, teria retirado os países em desenvolvimento do isolamento. No 
mundo dos negócios, as fronteiras dos países teriam se tornado apenas 
referências geográficas e políticas, frente às ações das empresas transnacionais 
e multiculturais. Para completar, segundo os apologistas da globalização, o 
avanço no campo das comunicações teria facilitado as atuações das grandes 
empresas em qualquer parte do mundo onde fosse possível produzir e 
disseminar o progresso técnico de modo a beneficiar a todos indistintamente. 
Assim, a grande empresa transnacional faria parte do mundo e não de um 
território específico, conforme os ensinamentos dos gurus do marketing de 
negócios. 
No entanto, segundo Batista Jr (2000), o processo de internacionalização 
das últimas décadas não é nem tão novo nem abrangente como sugerem os 
“arautos” da globalização. Mas, o termo como ideologia cumpre bem ao 
seguinte propósito: 
Um dos efeitos práticos da mitologia da “globalização”, em especial da 
ideia de que estamos submetidos à ação de forças econômicas globais 
incontroláveis, é paralisar as iniciativas nacionais que passam a ser 
rotuladas como ineficazes, sem maior discussão. A mensagem central é 
que as políticas nacionais têm de se curvar aos imperativos da “nova 
economia global”. Qualquer desvio em relação aos supostos consensos 
da ‘globalização’ é imediatamente tachado de inviável em face do 
julgamento e das sanções dos mercados internacionais, vistos como 
todo-poderosos (p. 38). 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
5 
 
Dentre as falsas novidades da globalização, Batista Jr destaca: 
 O grau de internacionalização econômica observado nas últimas décadas tem 
precedente histórico; no período anterior à I Guerra mundial (a participação do 
comércio exterior na produção mundial só se igualou ao nível de 1913 nos anos 1970). 
No caso dos países desenvolvidos a relação entre exportações de mercadorias e o PIB 
era de 12,9% entre 1912-14; entre 1991-93, a participação das exportações de bens no 
PIB era de 14,3%, apenas um pouco maior do que a de 1912-14. 
 Nas décadas anteriores à Primeira Guerra Mundial ocorreu uma revolução 
tecnológica em transportes e telecomunicações, que favoreceu a expansão dos fluxos 
internacionais (de mercadorias e mão de obra); entre 1870 e 1914 cerca de 36 milhões 
de pessoas deixaram a Europa. Estima-se que a emigração da China e Índia foi ainda 
maior. 
 Diversos estudos sugerem que a tão comentada mobilidade internacional do 
capital desde os anos 1970 é menor, em muitos aspectos, do que a que se observa 
antes de 1914. No final do século XIX e início do século XX, os fluxos internacionais 
líquidos de capitais correspondiam a uma parcela consideravelmente maior da 
poupança mundial do que nos anos recentes. Por volta de 1913 a exportação líquida 
de capitais da Grã-Bretanha chegou ao ápice de 9% da renda nacional. Em contraste, 
nas décadas finais de século XX, poucos países registraram exportação ou importação 
líquida de capitais superior a 3% do PIB porperíodos longos – Japão e Alemanha, os 
dois maiores exportadores de capitais nos anos 80, chegaram a um máximo de 4 a 5% 
do PIB (BATISTA JR, 2000: 38-51). 
 
A crítica de Batista Jr, dirigida aos defensores da integração subordinada 
à economia internacional, se dá pelo fato de que este considera o conceito 
como uma ideologia, que “constitui um reforço considerável e falsamente 
moderno para a arraigada subserviência de muitos setores das camadas 
dirigentes do país (inclusive uma burocracia apátrida) sempre prontos a atuar 
como prepostos dos interesses internacionais dominantes” (p.5). A 
“globalização” funcionaria, portanto, como pretexto para o reforço de 
algumas posições tradicionais das elites locais. 
Ao contrário do que sugere o fatalismo associado à ideologia da 
globalização, o desempenho das economias e o raio de manobras dos 
governos continuam a depender crucialmente de escolhas nacionais 
(BATISTA JR, 2000: 52). 
Outro autor, José Luiz Fiori, corrobora com as afirmações de Batista Jr 
quanto ao aspecto ideológico e define como “novo pensamento vulgar” que 
define a globalização como resultante exclusiva das forças de mercado. Se por 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
6 
 
um lado tem ocorrido transformações no plano da concorrência intercapitalista 
e do progresso tecnológico, por outro, há que se levar em conta, 
simultaneamente, a oligopolização e financeirização do mercado, as 
mudanças nas relações sociais de poder e a intensificação da competição 
interestatal – processos que se aceleraram e mudam conjuntamente de 
direção a partir dos anos 1970, tais como: 
 
 Internacionalização (“globalização”) das finanças viabilizada pelas políticas liberais 
de desregulamentação de mercados, iniciada nos EUA e Inglaterra, e alavancada por 
taxas cambiais flutuantes. 
 A “globalização” só é global do ponto de vista das finanças que passaram a operar 
num ‘espaço mundial’ hierarquizado a partir do sistema financeiro norte-americano... 
que é seguido pelos demais países industrializados... 
 A “pré-história” destas finanças privadas e globalizadas ocorreu nos anos 1960 e foi 
obra inicial do governo britânico ao autorizar um mercado paralelo e autônomo com 
relação aos sistemas financeiros nacionais (o euromercado de dólares). Para lá foram 
canalizados os capitais norte-americanos que começavam a “fugir” das baixas taxas 
de lucros e das regulações internas do seu país de origem. Foi deste casamento que 
nasceu o embrião do (novo) espaço financeiro mundial – que se afirmará a partir da 
decisão política de suspensão do padrão dólar e introdução do sistema de taxas 
flexíveis de câmbio. 
 
Logo o processo de “globalização”, tal qual ficou conhecido nos anos 
finais da década de 1980, não pode ser considerado como um processo 
‘natural’ do capitalismo; pois, foi estimulado pelos governos dos países centrais. 
Que adotaram políticas econômicas que consolidaram esse processo de 
abertura econômica global. 
Segundo Celso Furtado (1983:106-7) a transnacionalização irradiou-se 
inicialmente dos EUA, primeiramente na direção dos demais países capitalistas 
de industrialização avançada (Alemanha Ocidental e Japão); (Em 1967, 69% 
dos IDEs, no exterior estavam aplicados nesta “tríade” de países; em 1975, 78% 
destes investimentos eram realizados nos países centrais). Das 
aproximadamente 7.000 filiais de empresas norte-americanas instaladas no 
exterior, quase 70% delas o foram em países capitalistas industrializados. 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
7 
 
Nos anos 1979-1980 os EUA decidem pela: 
 Revalorização da moeda. 
 Fim do controle do movimento de capitais (com a liberação da taxa de juros). 
 
Neste momento em que os governos passam a financiar os seus déficits 
colocando títulos da dívida pública nos mercados financeiros globais e 
transformando-se em reféns da “ditadura dos credores”. Na mesma década a 
liberação dos mercados de ações decidida pelo governo inglês, em 1986 e 
seguida pelos demais países industrializados. 
Numa quarta etapa, nos anos 1990, o antigo mundo socialista e a 
América Latina, e outros “mercados emergentes”, são incorporados ao mundo 
das finanças desreguladas e globalizadas. É a hora em que se universaliza a 
revolução neoliberal (FIORI, 1998:89-92). 
Maria da Conceição Tavares é taxativa ao se referir a este processo 
global: segundo ela “é um qualificativo vago”. 
A partir daí muitos aderem felizes ‘à modernidade’ e passam a discutir 
com afinco uma melhor ‘inserção internacional’ para o país. (...) de 
acordo com a doutrina neoliberal, continuaria a depender da 
estabilidade e da liberdade de mercados, sobretudo o de capitais que 
nos permitiriam a atrai ‘poupança’ suficiente para complementar o 
investimento doméstico e aumentar a eficiência de nossa economia. 
Internamente haver-se-ia de agregar apenas políticas sociais 
focalizadas, já que o crescimento se seguiria como uma decorrência da 
abertura e da estabilização, desde que cumpríssemos, bem 
comportados, às regras do jogo (TAVARES & BELLUZZO, 2002:149). 
 
Segundo Maria da Conceição Tavares e José Luís Fiori (“O poder do 
dinheiro: uma economia política da globalização”) a política do dólar forte está 
contida dentro de um contexto histórico específico: de retomada da 
hegemonia norte-americana durante a década de 1970. 
E este fenômeno não se limita à valorização do dólar, em si (entre 1979-1989), 
mas: 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
8 
 
a) Na sua capacidade de reenquadramento econômico, financeiro e 
político-ideológico de seus parceiros e adversários. 
b) Consolidação de uma nova divisão internacional do trabalho em que os 
EUA passaram a condição de potência verdadeiramente cêntrica capaz 
de reordenar a economia mundial, com base num novo tipo de 
transnacionalização da sua própria economia nacional (1997:29). 
 
Vale observar que essa nova divisão internacional do trabalho mais 
evidente a partir do denominado Consenso de Washington, em que - por meio 
de uma série de reuniões [ocorridas em 1989] entre dirigentes do FMI, Banco 
Interamericano de Desenvolvimento, Tesouro dos EUA, além de políticos e 
economistas latino-americanos - se reafirmaram os princípios neoliberais, tais 
como os preconizados pelo governo norte-americano [Reagan]. 
Em suas linhas gerais o “Consenso” passa a ser estruturado nas seguintes bases: 
1) Disciplina fiscal – [defesa do superávit primário] a partir do diagnóstico 
monetarista, que aponta o excessivo déficit público como causa fundamental 
do desequilíbrio macroeconômico. 
2) Racionalização dos gastos públicos – Pelo fato de o governo “gastar mal”, 
deve-se limitar os investimentos às áreas sociais e infraestrutura. 
3) Reforma tributária – Ampliar a base de contribuintes, visando aumentar a 
arrecadação. 
4) Liberalização financeira – Alterar a legislação de forma a atrair a poupança 
estrangeira; neste ponto incluem-se as privatizações e a supressão dos controles 
sobre a movimentação do capital. 
5) Reforma cambial – Câmbio [flutuante] adequado às necessidades do 
comércio internacional. 
6) Abertura comercial – Supressão das barreiras não tarifárias aos países 
estrangeiros e redução das alíquotas de importação de modo a estimular a 
concorrência e elevar a produtividade geral da economia local. 
7) Abertura ao investimento direto estrangeiro (IDE) – supressão de qualquer tipo 
de restrição ao IDE. Igualdade de status entre empresas nacionais e 
estrangeiras além da eliminação de monopólios públicos e de outras reservas 
de mercado. 
8) Privatização – Transferência das empresas públicas para o setor privado (que 
possui melhor capacidade gerencial); o saldo das vendas das estatais deve ser 
empregado no abatimento da dívida pública. 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA:ECOPEDAGOGIA 
9 
 
9) Desregulamentação – Remoção de qualquer tipo de “cartório” que privilegie 
setores específicos. 
10) Respeito à propriedade intelectual – Adoção de uma Lei de Patente que 
assegure o direito dos inovadores. 
 
Vale lembrar que, na América Latina, tais políticas liberalizantes não foram 
implantadas apenas no Brasil. Algo similar ocorreu na Argentina, com Menen; 
no México, com Carlos Salinas de Gortari; no Peru, com Alberto Fugimori; na 
Bolívia, com Gonçalo Sanches de Lozada; na Venezuela, com Carlos Andrés 
Perez. Collor foi, assim, apenas mais um governante a fazer parte desta “onda” 
liberalizante. 
1.1 Globalização e meio ambiente 
Diversas são as mudanças pelas quais passa o planeta. Desde a perda de 
biodiversidade, extinção de espécies, desaparecimento de manguezais e 
redução dos níveis da camada de ozônio, entre tantas outras, que compõem 
as mudanças ambientais globais. De acordo com Almeida (2010) tais 
alterações no ambiente físico e biogeoquímico, que incluem o solo, os oceanos 
e a atmosfera, são causadas tanto por fenômenos naturais como também 
induzidas por atividades humanas como o desmatamento, o consumo de 
combustíveis fósseis, urbanização, uso da terra, atividade agrícola intensiva, 
extração de água doce, sobre-exploração da pesca e produção de resíduos. 
Somam-se àquelas causas: as alterações climáticas, mudanças em sistemas 
hidrológicos e degradação do solo, cujos efeitos são sentidos em muitas 
atividades como, por exemplo, a produção de alimentos. Ao mesmo tempo, 
mudanças radicais nos padrões de produção e consumo, interdependência 
financeira e comercial, privatização de recursos naturais e avanço contínuo 
das telecomunicações são algumas das muitas características do processo de 
globalização. A globalização, portanto, tem impactos sobre praticamente 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
10 
 
todos os domínios da vida, com efeitos sobre as dimensões culturais, 
econômicas, políticas e ambientais do planeta. 
De acordo com Barcellos (et al, 2009), as mudanças climáticas vem 
sendo apontadas por especialistas desde o final do século XIX; em particular, 
pelo pesquisador sueco Svante Arrherius, que levantara a probabilidade de 
aumento de temperatura devido às emissões de dióxido de carbono. A partir 
da década de 1950 a relação entre aquecimento global estimulado pela ação 
humana, passou a ganhar peso. 
No entanto, somente por volta década de 1980 é que se verifica o 
aumento da preocupação dos pesquisadores ligados a questões ambientais 
com o impacto dessas mudanças sobre ecossistemas. Na década seguinte, 
surgem os primeiros modelos que permitiram explicar a variação climática 
ocorrida ao longo do século, avaliar a contribuição de componentes naturais 
(vulcanismo, alterações da órbita da Terra, explosões solares, etc.) e as causas 
antropogênicas, segundo as quais se constatam que os humanos são 
responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa, desmatamento e 
queimadas, destruição de ecossistemas, etc. O primeiro relatório global sobre as 
mudanças climáticas e a saúde foi publicado pela OMS em 1990. Durante a 
ECO-92, foi instalada a convenção sobre mudanças climáticas, junto com as 
convenções sobre diversidade biológica e a desertificação. 
Observa-se, portanto, especialmente a partir da década de 1950 ao 
aumento do impacto ambiental em nível global; considerando-se como 
impacto ambiental qualquer modificação causada ao meio ambiente que 
resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma 
organização (Norma ISO 14001). 
Vale observar que, este conceito refere-se apenas aos efeitos da ação 
humana sobre o meio ambiente. A Chuva ácida pode ser considerada como 
um fenômeno típico de impacto ambiental: Devido à queima de carvão e de 
combustíveis fósseis são lançados toneladas de poluentes industriais [enxofre 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
11 
 
(SO2) e de nitrogênio (NO2)] na atmosfera. Ao caírem nas superfícies, alteram a 
composição química do solo e das águas, atingem as cadeias alimentares, 
destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas, monumentos e 
edificações. 
Como a economia global está estruturada por uma grande rede 
composta por fluxos e pontos diferentes, integrando os mercados em escala 
mundial, demandará crescente aumento da produção. Este aumento da 
produção, estimulado pelo aumento dos fluxos de comércio, acaba por 
estimular a superexploração dos recursos do planeta, aumentando os impactos 
ambientais. 
 
 
 
 
1.2 Como a economia global atinge o meio ambiente? 
Atualmente, mais de 50% da população mundial vive em cidades. Isso 
quer dizer que aproximadamente 3,4 bilhões de pessoas se concentram em 
áreas urbanas e esse percentual pode chegar a 60% em 2030. A maior parte 
desse crescimento ocorrerá em países em desenvolvimento. No Brasil, mais de 
80% dos brasileiros vivem em áreas urbanas e o acelerado crescimento urbano 
tem criado espaços fragmentados com ampla segregação espacial, 
agravando a desigualdade social e a degradação ambiental. A pressão 
causada pelo impacto da economia global pode ser sentido quando se 
observa os diversos problemas ambientais sofridos pelas “cidades globais”; 
aquelas onde estão localizadas as sedes de empresas multinacionais, bolsas de 
valores, etc. E, são nessas cidades globais em que estão concentradas as 
maiores riquezas do planeta; bem como os problemas relativos aos impactos 
ambientais. 
Veja mais: Vídeo: “Problemas Ambientais Globais e a Industrialização”. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=8eh3opZcFfE>. 
 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
12 
 
O impacto ambiental, no entanto, não ocorre de modo uniforme, pois 
guarda relação com o tamanho das economias nacionais e a maneira como 
elas produzem mercadorias. Dentre as principais economias globais, a brasileira 
é responsável por cerca de 3% do PIB nominal global, liderado por Estados 
Unidos (23,%) e China (14%). Enquanto no Brasil e EUA são dominados pelo setor 
de serviços, a China ainda tem uma participação muito central da indústria. 
 
 
Fonte: HowMuch.net (site de informações de custos). Apud. 
Revista Exame.com 
 
Segundo o Grupo de Pesquisa em Mudanças Climáticas do Centro de 
Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do INPE e a Universidade de São Paulo 
(USP), as megacidades de cada um dos países centrais que atraem milhões de 
pessoas que, ao consumirem em grande escala, potencializam o impacto 
ambiental. Acrescente-se ainda que as variações do clima causadas pela 
forma de apropriação dos recursos naturais e pela degradação ambiental 
provocam impactos cada vez mais acentuados. 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
13 
 
Em geral, significativas transformações no clima local são geradas pelo 
modo como essas áreas urbanas se desenvolvem, através de intervenções 
desconexas com intensa verticalização, compactação e impermeabilização 
do solo, supressão de vegetação e cursos d’água. Considerando o acelerado 
processo de expansão urbana e o atraso na implantação de infraestrutura 
adequada ao ritmo de crescimento das cidades, estas não se encontram 
preparadas para os efeitos das mudanças climáticas. Esse é o caso da Região 
Metropolitana de São Paulo, onde as fontes de energias fósseis (petróleo, 
basicamente) são fartamente utilizadas, o que parecem contribuir ainda mais 
com as mudanças no clima. 
Na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), são realizadas mais de 
30,5 milhões viagens por dia, constituídas por 12 milhões de transportes coletivos 
e 8,1 milhões de transportes individuais. Nas ruas, praças e avenidas da capital, 
circulam em torno de três milhões de veículos por dia. As indústrias e os veículos 
são responsáveis pelo lançamento diário de6.575 toneladas de poluentes 
atmosféricos. Isso equivale a 2.400.000 t/ano. Atualmente, os veículos 
automotores são responsáveis por 40% das emissões de particulados e 31% do 
dióxido de enxofre (SO2), enquanto as indústrias são responsáveis pelos outros 
10% de material particulado e 67% das emissões de dióxido de enxofre (SO2). A 
densa urbanização constitui importante fonte de calor. As partes mais densas 
da Região Metropolitana costumam se apresentar como as regiões mais 
quentes; a temperatura diminui à medida que a densidade urbana decresce. 
Os poluentes também afetam o balanço radiativo, em especial porque o 
particulado é composto por carbono e há presença significativa de ozônio 
(O3), dióxido de carbono (CO2) etc. 
Ainda de acordo com citado Grupo de Pesquisa em Mudanças 
Climáticas, se houver prosseguimento do padrão histórico de expansão da 
Região Metropolitana de São Paulo ocorrerá aumentando dos riscos de 
enchentes, inundações e deslizamentos na região, atingindo cada vez mais a 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
14 
 
população como um todo e, sobretudo, os mais pobres. Isso acontece porque 
essa expansão deverá se dar principalmente na periferia, em loteamentos e 
construções irregulares, e em áreas frágeis, como várzeas e terrenos instáveis, 
com grande pressão sobre os recursos naturais. 
Estes estudos sugerem que, entre 2070 e 2100, haverá uma elevação 
média na temperatura da região de 2º C a 3º C que poderá dobrar o número 
de dias com chuvas intensas (acima de 10 milímetros) na capital paulista (INPE, 
USP, UNICAMP, UNESP, 2010). 
E logicamente, tais impactos ambientais não se limitam apenas às regiões 
metropolitanas. Diversos estudos, dentre estes os da agência de Oceanos e 
Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) vem mostrando que as temperaturas dos 
mares vêm subindo. Segundo Edmo José Dias Campos, professor titular de 
oceanografia física do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, 
em palestra realizada durante a 62º reunião da Sociedade Brasileira para o 
Progresso da Ciência (SBPC), existe evidências de que as águas do Atlântico Sul 
estão mais quentes, o que aumenta a possibilidade de furacões no Brasil. 
Campos, que é um dos autores do capítulo sobre oceanos do próximo relatório 
do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climática (IPCC - WG1 – AR5), 
explica em entrevista como será possível prever e adaptar-se ao aumento do 
nível dos mares. 
 
1.2.1 Dez lugares do mundo que podem ser engolidos pelo mar 
Segundo a revista NATIONAL GEOGRAPHIC (e revista Exame, Disponível em 
“http://exame.abril.com.br/mundo/10-lugares-do-mundo-que-podem-ser-
engolidos-pelo-mar/”) existem no mundo pelo menos 10 lugares do que podem 
ser engolidos pelo mar. Um levantamento da ONG Co+Life, baseado no Painel 
Intergovernamental de Mudanças Climáticas, mostra quais são os lugares mais 
vulneráveis à elevação do nível do mar, em consequência do aquecimento 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
15 
 
global e que deve subir de 0,8 até 2 metros ainda neste século. Muitos destes 
lugares podem ser varridos do mapa com uma elevação brusca, alguns deles 
têm mais de 80% de seu território abaixo do mar, a saber: 
1. Ilhas Maldivas 
As pequenas e numerosas ilhas das Maldivas são tão belas quanto frágeis. 
Pelo menos 80% do arquipélago localizado no oceano Índico está apenas um 
metro acima do nível do mar. De acordo com o levantamento da Co+Life, uma 
elevação brusca das águas poderia varrer do mapa esse paraíso de praias de 
areia branquinha, palmeiras e atóis de corais. No último século, o nível do mar 
já subiu 20 centímetros em algumas partes do país. Temendo o pior, o governo 
local estuda comprar um novo território para o seu povo. 
2. Delta do Rio Mississipi, EUA 
O delta do Mississippi, nos Estados Unidos, cobre uma área de 75 mil km², 
onde vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas. É na cidade de Nova Orleans, 
castigada pelo furacão Katrina em 2005, que se concentra a maior parte da 
população. Localizada a meio metro abaixo do nível do mar, a região que tem 
na pesca uma de suas principais atividades econômicas, está sujeita a 
constantes enchentes. 
3. Veneza, Itália 
Com cerca de 270 mil habitantes, e mais de 60 mil turistas por dia, Veneza 
carrega a fama de cidade submersa há tempos - e é daí que vem boa parte 
de sua fama. De acordo com pesquisadores da Scripps Institution of 
Oceanography da Universidade da Califórnia, San Diego, a cidade afunda a 
uma taxa de 2 milímetros por ano. Pode não parecer muito, mas considere que 
ao longo de cinco anos, a cidade desaparece mais um centímetro, e o cenário 
certamente se torna preocupante para gerações futuras. 
4. Tuvalu 
Assim como as Maldivas, o pequeno conjunto de nove ilhas localizado no 
oceano pacífico, entre a Austrália e o Havaí, sofre as consequências do 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
16 
 
aquecimento global. Com área de 26 km², o minúsculo Estado corre o risco de 
submergir diante do aumento do nível do mar. Nos últimos anos, as inundações 
constantes já vêm atrapalhando a produção de cultivos locais e a obtenção 
de água potável. 
5. Roterdã, Holanda 
A localização ao lado do Mar do Norte gera uma série de possibilidades 
para negócios no porto de Rotterdam, um dos maiores do mundo. Por outro 
lado, representa uma luta constante contra a água, uma vez que 
aproximadamente um terço do país fica abaixo do nível do mar, sendo que o 
ponto mais baixo está quase 7 metros abaixo do nível da água. Sem uma 
extensa rede de barragens, diques e dunas, a Holanda seria especialmente 
propensa a inundações. Mas segundo cientistas, nem mesmo a sofisticação do 
sistema de gerenciamento de água holandês poderá dar conta de uma 
elevação brusca do nível do mar até o final do século. 
6. Delta do Rio Nilo 
Na Antiguidade, o Delta do Nilo, uma planície com 160 km de 
comprimento e 250 km de largura, era onde se localizava o chamado Baixo 
Egito, a região que mais sofreu a influência do período helênico. É aí que o rio 
Nilo se divide em vários braços para desaguar no mar Mediterrâneo, ao norte. 
Hoje, a região é uma das mais ameaçadas do mundo pelo aumento do nível 
do mar, que, segundo previsões, pode afetar até quatro milhões de pessoas, e, 
destruir boa parte da produção agrícola local. 
7. Rio Tâmisa, Londres 
A capital britânica também não está a salvo da variação do nível do mar, 
que vem subindo cerca de um milímetro por ano. Preocupados com a questão, 
a firma de arquitetura britânica Baca desenvolveu uma casa anfíbio capaz de 
resistir às enchentes. Primeiro projeto deste tipo a receber autorização do 
governo inglês, a casa de 225 metros quadrados de área está sendo construída 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
17 
 
a apenas 10m da margem do rio Tâmisa, em Male, no condado de 
Buckinghamshire. 
8. Bangkok, Tailândia 
Localizada sobre o delta do rio Chao Phraya, Bangok está, aos poucos, 
afundando, de 1,5 a 5 centímetros por ano. Partes da capital da Tailândia 
podem ficar totalmente submersas já nas próximas duas décadas. A cidade 
vem sofrendo com um crescimento populacional e urbano desorganizado, que 
se torna alvo fácil das enchentes constantes e cada vez mais intensas que 
assolam o país. 
9. Delta do Mekong 
Densamente povoado, a região do Delta do Mekong, uma das mais férteis 
do Vietnã, pode tornar-se vítima das mudanças climáticas. Um aumento do 
nível do mar inundaria rapidamente as fazendas de camarões, os vilarejos e os 
cultivos agrícolas, que garantem trabalho e sustento para os moradores locais. 
Segundo as previsões mais pessimistas, até 2100, o mar engolirá 5% do território, 
7% das terras agrícolas e 11% de sua população. 
10. Delta do Ganges, Bangladesh 
Só em Bangladesh, 120 milhões de pessoas que vivemno delta do Ganges 
estão ameaçadas pela elevação do nível do mar. O Bangladesh é um país 
com poucas elevações acima do nível do mar, com grandes rios em todo seu 
território situado ao sul da Ásia. Os desastres naturais como inundações, ciclones 
tropicais, tornados e marés em rios são normais no Bangladesh todos os anos. 
Outras cidades importantes como Nova Iorque, Xangai, e Sidney estão 
entre as metrópoles em risco de ficar submersas. Estudo do instituto Climate 
Central indica que com um aumento de apenas 2.º na temperatura média 
global, várias grandes metrópoles como Xangai, Bombaim, Londres e Nova 
Iorque correm o risco de desaparecer. O estudo indica que o nível da água do 
mar continuará a subir para cobrir territórios onde vivem atualmente 280 milhões 
de pessoas. Com mais 4ºC, o fenómeno afetará mais de 600 milhões de 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
18 
 
habitantes e nem as grandes metrópoles como Nova Iorque, Sidney e Rio de 
Janeiro vão resistir. O relatório do Climate Central, que se baseia nas projeções 
de subida do nível médio das águas do mar publicadas por esse instituto na 
revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences no mês 
passado, foi acompanhado por imagens alteradas, criadas pelo artista gráfico 
Nickolay Lamm. Para criar as projeções de subida das águas foram utilizados 
mapas topográficos de algumas das maiores metrópoles mundiais. Durban, na 
África do Sul, é o exemplo perfeito de como uma inteira cidade pode 
desaparecer sob as águas com o aquecimento global. A imagem abaixo 
mostra o que podemos esperar da cidade quando o planeta for 2º ou 4º mais 
quente. Londres, a cosmopolita capital do Reino Unido terá graves problemas 
com qualquer tipo de subida de temperatura. Tanto com mais 2º C como com 
mais 4ºC, a cidade tornar-se-á uma nova versão de Veneza, com grandes 
canais de água a correr por entre os prédios e os barcos quase como única 
forma de circulação. Nova Iorque, por outro lado, ainda será habitável com 
uma subida de 2ºC, mas se a temperatura aumentar para o dobro, a cidade 
vai tornar-se inóspita para a circulação e talvez sobrevivência. No Rio de 
Janeiro, cidade com mais de 6 milhões de habitantes, o nível da água chegará 
à altura dos carros se o planeta aumentar 4ºC. Com mais 2ºC, não haverá 
grandes alterações a registar. Em termos de população, a China, país mais 
populoso do mundo, será a mais afetada: com 4ºC, a subida das águas afetará 
um território onde vivem atualmente 145 milhões de pessoas, de acordo com 
este estudo que não avalia a evolução demográfica, nem a construção de 
infraestruturas, como diques. Em Xangai, a cidade mais populosa do país, com 
um aumento global de 2ºC ainda existirão áreas verdes e estradas, mas os 
acessos e a circulação dentro da cidade serão gravemente afetados. Com 
mais, 4ºC apenas os grandes arranha-céus estarão acima do nível da água. 
Bombaim, cidade mais populosa da Índia, será parcialmente submersa pelo 
Oceano Índico caso a temperatura suba 2 ou 4ºC. Mais uma vez apenas os 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
19 
 
pontos altos da cidade resistirão. Na Austrália, na cidade de Sidney, a água 
ocupará lugares reservados às pessoas quando o aquecimento for irreversível. 
Com mais 2ºC a cidade ainda conseguirá manter as principais condições de 
sobrevivência. 
Ben Strauss, um dos autores do estudo, destacou o perigo que as grandes 
cidades correm mesmo com as previsões mais otimistas. Mas as medidas 
tomadas para reduzir rápida e drasticamente as emissões de gases com efeito 
de estufa, que alteram o clima e persistem na atmosfera durante centenas de 
anos, podem fazer a diferença: "Ainda temos perante nós um vasto leque de 
escolhas", acrescentou o investigador. Ao mesmo tempo, o estudo da Climate 
Central admite que essa diferença poderá não ser o suficiente para evitar o 
aquecimento do globo, mas apenas para retardá-lo. Com apenas mais 2ºC, o 
mar ganha 4,7 metros. Com uma subida da temperatura máxima de 1,5ºC, 
objetivo exigido pelas nações mais vulneráveis como os pequenos Estados 
insulares, as águas ficarão pelos 2,9 metros e a população afetada rondará os 
137 milhões de pessoas. Já a este ponto, a alteração permanente de paisagens 
de cidades costeiras será inevitável. 
Se as emissões de gases com efeito de estufa continuarem a sua 
progressão como têm feito até agora, levando a um aquecimento de 4ºC, o 
nível das águas subirá, em média, 8,9 metros, avança o estudo. Algumas 
cidades não vão resistir de todo à mudança. Outros países serão 
particularmente afetados: Bangladesh, Vietname, Indonésia, Japão, Filipinas, 
Egito, Tailândia, Birmânia e Holanda. Entre as principais cidades contam-se 
Hong Kong, Calcutá, Dacca, Jacarta, Hanói, Buenos Aires ou Tóquio. Steven 
Nerem, da universidade do Colorado (EUA), considerou após uma análise à 
metodologia do estudo existirem "alguns erros em locais", mas considerou ser "o 
melhor que se pode fazer com os dados públicos disponíveis". Jean-Pascal van 
Ypersele, do grupo internacional de peritos sobre o clima (GIEC), afirmou tratar-
se de "um estudo sólido". A temperatura planetária subiu, desde a Revolução 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
20 
 
Industrial, 0,8ºC, um ritmo inédito gerado pelos gases emitidos pelos 
combustíveis fósseis. A comunidade internacional fixou o objetivo de manter a 
temperatura abaixo dos 2ºC, porém, somente um acordo mundial poderá 
possibilitar um alcance desse valor. 
 
 
1.2.2 Problemas Ambientais Globais e a 
Industrialização 
Vale observar que o movimento ambiental 
começou já há alguns séculos, na forma de 
resposta à industrialização. No século XIX, os 
poetas românticos britânicos exaltaram as 
belezas da natureza, enquanto o escritor 
americano Henry David Thoreau pregava o 
retorno da vida simples, regrada pelos valores 
implícitos na natureza. A industrialização surge 
como um dilema humano. Afinal, seria boa ou 
ruim para a humanidade? Seria mais benéfica 
ou mais prejudicial? E esse dilema continuou 
durante todo o século XX, século no qual a 
ação da Organização das Nações Unidas (ONU) 
passou a ser crescente, especialmente no 
período pós-Segunda Guerra Mundial, em que ocorre a expansão da 
industrialização no mundo. Foi neste contexto de risco de uma guerra nuclear 
que surgiram os receios de um novo tipo de poluição: a radiação. 
Durante este período da chamada “Guerra Fria” que o movimento 
ambientalista ganhou impulso, particularmente a partir de 1962 com a 
publicação do livro, “A Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, que fez um 
alerta sobre o uso agrícola de pesticidas químicos sintéticos. A cientista 
A Guerra Fria é a designação atribuída 
ao período histórico de disputas 
estratégicas e conflitos indiretos entre os 
Estados Unidos e a União Soviética, 
disputando a hegemonia política, 
econômica e militar no mundo - teve seu 
início logo após a Segunda Guerra Mundial 
(1945) e durou até a extinção da União 
Soviética (1991). Com o fim da Segunda 
Guerra Mundial o contraste entre o 
capitalismo e socialismo era predominante 
entre a política, ideologia e sistemas 
militares. Apesar da rivalidade e tentativa 
de influenciar outros países, os Estados 
Unidos não conflitou a União Soviética (e 
vice-versa) com armamentos, pois os dois 
países tinham em posse grande quantidade 
de armamento nuclear, e um conflito 
armado direto significaria o fim dos dois 
países e, possivelmente, da vida em nosso 
planeta. Porém ambos acabaram 
alimentando conflitos em outros países 
como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã. 
Fonte: Só História. Disponível em: 
<http://www.sohistoria.com.br/ef2/guerrafria/>. 
Acessado em 30/06/2017. 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
21 
 
defendia a necessidade de se respeitaro ecossistema em que vivemos para 
proteger a saúde humana e o meio ambiente; humanos e meio ambiente, 
segundo esta autora deveriam ser pensados dentro de uma mesma estratégia. 
Anos depois, em 1969, a primeira foto da Terra vista do espaço estimulou 
ainda mais a preocupação mundial com a saúde do Planeta. Ver pela primeira 
vez este “grande mar azul” em uma imensa galáxia chamou a atenção para o 
fato de que vivemos em uma única Terra – um ecossistema frágil e 
interdependente, o que estimulava a percepção de responsabilidade de se 
proteger a saúde e o bem-estar desse ecossistema e por consequência uma 
maior consciência coletiva do mundo. 
Com o fim da tumultuada década de 1960, seus mais altos ideais e visões 
começaram a ser colocados em prática. Entre estes estava a visão ambiental – 
agora, literalmente, um fenômeno global. Enquanto a preocupação universal 
sobre o uso saudável e sustentável do planeta e de seus recursos continuou a 
crescer, em 1972 a ONU convocou a Conferência das Nações Unidas sobre o 
Ambiente Humano, em Estocolmo (Suécia). 
A industrialização passou a ser considerada como um dos fatores que 
contribuem para a poluição do planeta. Um consenso passou a se formar em 
torno da ideia de que industrialização e urbanização possuem relação direta e 
indireta com os processos urbanização, uma vez que há uma relação mútua de 
fortalecimento de uma sobre a outra. 
Foi com os avanços e transformações proporcionados, por exemplo, pelas 
Revoluções Industriais na Europa que esse continente concebeu o crescimento 
exponencial de suas principais cidades, aquelas mais industrializadas. Ao 
mesmo tempo, o processo de urbanização intensifica o consumo nas cidades, 
o que acarreta a produção de mais mercadorias e o aumento do ritmo da 
atividade industrial. 
A industrialização é um dos principais fatores de transformação do espaço 
geográfico, pois interfere nos fluxos populacionais, reorganiza as atividades nos 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
22 
 
contextos da sociedade e promove a instrumentalização das diferentes 
técnicas e meios técnicos, que são essenciais para as atividades humanas. A 
atividade industrial, por definição, corresponde ao arranjo de práticas 
econômicas em que o trabalho e o capital transformam matérias-primas ou 
produtos de base em bens de produção e consumo. 
Com o avanço nos sistemas de comunicação e transporte – fatores que 
impulsionaram a globalização –, praticamente todos os povos do mundo 
passaram a consumir produtos industrializados, independentemente da 
distância entre o seu local de produção e o local de consumo. Estabelece-se, 
com isso, uma rede de influências que atua em escalas que vão do local ao 
global. 
Graças ao processo de industrialização e sua ampla difusão pelo mundo, 
incluindo boa parte dos países subdesenvolvidos e emergentes, a urbanização 
também cresceu, a ponto de, segundo dados da ONU, o mundo ter se tornado, 
pela primeira vez, majoritariamente urbano, isto é, com a maior parte da 
população residindo em cidades, feito ocorrido no ano de 2010 em diante. 
Mas como a industrialização interfere na urbanização? 
É errôneo pensar que a industrialização é o único fator que condiciona o 
processo de urbanização. Afinal, tal fenômeno está relacionado também a 
outros eventos, que envolvem dinâmicas macroeconômicas, sociais e culturais, 
além de fatores específicos do local. No entanto, a atividade industrial exerce 
uma influência quase que preponderante, pois ela atua tanto no espaço das 
cidades, que apresentam crescimento, quanto no espaço rural, que vê uma 
gradativa diminuição de seu contingente populacional em termos 
proporcionais. 
No meio rural, o processo de industrialização interfere com a produção e 
inserção de modernos maquinários no sistema produtivo, como tratores, 
colheitadeiras, semeadeiras e outros. Dessa forma, boa parte da mão de obra 
anteriormente empregada é substituída por máquinas e técnicos qualificados 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
23 
 
em operá-las. Como consequência, boa parte dessa população passa a residir 
em cidades, por isso, elas tornam-se cada vez maiores e mais povoadas. Vale 
lembrar que a mecanização não é o único fator responsável pelo processo de 
migração em massa do campo para a cidade, o que chamamos de êxodo 
rural, mas é um dos elementos mais importantes nesse sentido. 
Além disso, a industrialização das cidades faz com que elas se tornem mais 
atrativas em termos de migrações internas, o que provoca o aumento de seus 
espaços graças à maior oferta de empregos, tanto na produção fabril em si 
quanto no espaço da cidade, que demandará mais trabalho no setor 
comercial e também na prestação de serviços. 
Não por acaso, os primeiros países a industrializem-se foram também os 
primeiros a conhecer a urbanização em sua versão moderna, tornando-se 
territórios verdadeiramente urbano-industriais. Atualmente, esse processo vem 
ocorrendo em países emergentes e subdesenvolvidos, tal qual o Brasil, que 
passou por isso ao longo de todo o século XX. Segundo a ONU, até 2030, todas 
as regiões do mundo terão mais pessoas vivendo nas cidades do que no meio 
rural. 
O grande gargalo desse modelo é o crescimento acelerado das cidades, 
que contribui para fomentar a macrocefalia urbana, quando há o inchaço 
urbano, com problemas ambientais e sociais, além da ausência de 
infraestruturas, crescimento da periferização e do trabalho informal, excesso de 
poluição, entre outros problemas. Estima-se, por exemplo, que até 2020 quase 
900 milhões de pessoas estarão vivendo em favelas, em condições precárias de 
moradia e habitação. 
Após a industrialização o problema da poluição que antes era restringida a 
alguns locais, passou a se tornar global. Essa poluição global não é só em 
decorrência dos gases poluentes eliminados pelas indústrias, mas também 
porque após a revolução industrial o capitalismo passa a ser o modelo 
econômico adotado pela maior parte do mundo. Com esse modelo 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
24 
 
econômico o consumo passou a aumentar e como consequência a produção 
de lixo aumentou, as indústrias foram tomando o lugar da natureza, córregos 
foram canalizados para a passagem de asfalto, o homem passou a interferir na 
natureza para que o seu desenvolvimento acontecesse. A natureza passou por 
muitas alterações para que a indústria pudesse se desenvolver. 
A industrialização é um processo que serviu para o desenvolvimento 
urbano da população mundial, mas por ter acontecido muito rapidamente 
tornou-se desorganizada e trouxe alguns sérios problemas ambientais. 
Animais que antes moravam nas matas ficaram sem lugar para viver, 
pequenos vilarejos foram removidos e deram lugar a indústrias. No Brasil existe 
uma lei que obriga os poluidores a indenizarem os danos ambientais causados 
por ele ao meio ambiente, independentemente se ele tem culpa ou não. É a 
Lei 6.938, chamada de Política Nacional de Meio Ambiente e foi criada em 17 
de janeiro de 1981. Considerando essa Lei, quem quiser construir ou aumentar a 
capacidade de uma indústria, deve primeiramente consultar um Órgão 
Ambiental para que o mesmo defina se há ou não a necessidade de uma 
licença ambiental para as reformas. 
A produção de automóveis aparece como a forma mais explícita da 
relação indústria-poluição. Os automóveis são os meios de locomoção mais 
comuns principalmente em cidades grandes com problemas comuns a grandes 
metrópoles, como por exemplo, o meio de transporte público inadequado. O 
grande número desses veículos circulando nas vias impacta diretamente no 
meio ambiente causando transtornos e um leque de problemas, que citaremos 
mais adiante. É comum a quase todas as famílias e a indústria relacionada à 
venda e manutenção do automóvel está em ascensão.A aquisição de um 
carro remete a escolha dentre vários modelos, cores, preços, potência do 
motor, e marca. Existem cerca de 14 montadoras instaladas no território 
nacional e 42 marcas de veículos. 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
25 
 
Com a abertura de mercado para importação na década de 90, houve 
uma modernização na fabricação de veículos no país e trouxe junto grandes 
investimentos de montadoras de toda região do planeta. Atualmente, no Brasil, 
existem 14 montadoras de marcas diferentes, e a facilidade para se financiar 
um automóvel acabou realizando o sonho de carro próprio. Mas apenas com a 
preocupação de comercializar esses automóveis, pouco se fez em relação a 
infraestrutura que já não comporta tantos automóveis em suas cidades. 
No caso de São Paulo, nos últimos anos, teve um aumento de 64% em 
relação ao último ano medido. Nesse mesmo período o investimento em 
relação ao transporte público, que seria uma solução para o transito caótico 
da cidade não acompanhou esse crescimento de vendas de veículos, 
causando ainda mais na população a necessidade de se ter um meio de 
transporte independente. 
O aumento nos grandes centros urbanos gera alguns desconfortos no 
ambiente e consequentemente afeta a saúde de quem mora nesses locais. 
Tendo a poluição atmosférica como o principal causador das doenças 
respiratórias, tem se investido pouco em transporte público de maior qualidade 
e que possa dispersar menos agentes poluidores como trólebus, trens e metro. 
As políticas para este tipo de investimento é pouco perto do que as 
cidades crescem a cada dia, não acompanha o ritmo de seu desenvolvimento 
e acabando viabilizando mais ainda o transporte individual, como os carros e 
motos. 
Para agravar mais ainda, o desmatamento e a retirada de parques para 
fazer as vias estão em constante crescimento, hoje o que se vê na cidade é um 
mar de asfalto e prédios altíssimos, dificultando a dispersão dos poluentes na 
atmosfera e colaborando para o aumento da temperatura e o acúmulo de 
partículas poluidoras, principal causadora de doenças respiratórias e para 
agravar ainda mais, o estado tem se mostrado omisso em relação à saúde 
pública e o tratamento adequado a pessoas que possuem problemas 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
26 
 
respiratórios causados pela poluição. O investimento no setor da saúde ainda é 
pouco perto do que se faz para que se tenha local impermeabilizado para a 
passagem dos automóveis. 
É verdade que os automóveis trazem conforto, independência e 
comodidade. Atualmente é quase um item básico. O automóvel faz parte do 
dia a dia das pessoas e é indispensável para a maioria da população. Esse 
meio de transporte, além de levar para qualquer lugar se tornou um item 
obrigatório para atividades diárias como fazer uma compra no supermercado 
ou levar as crianças na escola. Funciona independentemente do horário, 
diferentemente dos meios de transporte publico de massa que são limitados a 
itinerários e horários para funcionamento. 
O automóvel é também um objeto de status social. Existe no mundo 
automóvel com preço comparável a de uma luxuosa mansão. Em alguns locais 
do mundo são feitos por mão de obra quase 100% artesanal. Conforto, status, 
luxo. Realmente são bons motivos para o número alto de veículos transitando. 
Na cidade de São Paulo, segundo o Departamento Estadual de Transito – 
Detran, são 5.242.103 veículos, cerca de um automóvel para cada 2 habitantes. 
“O carro é um luxo cujo verdadeiro preço tem sido subestimado” (TEUFEL, 
1994). Infelizmente, um item tão necessário ora cobiçado e hoje acessível a 
muitos se tornou vilão nas grandes cidades com impactos “inesperados” como 
poluição, congestionamentos, acidentes, contribuição para aumento do efeito 
estufa pela excessiva emissão de dióxido de carbono (CO2), problemas de 
saúde, alta cobrança de impostos, transtornos em reformas e construção de 
vias, impermeabilização do solo, impacto visual, geração de resíduos, 
contribuição para práticas criminais, mortes em acidentes, uso indevido do solo, 
poluição sonora em alguns casos e utilização de recursos não renováveis como 
o petróleo. 
Nas grandes cidades como São Paulo o problema da poluição do ar tem-
se constituído numa das mais graves ameaças à qualidade de vida de seus 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
27 
 
habitantes. Os veículos automotores são os principais causadores dessa 
poluição em todo mundo. As emissões causadas por veículos carregam 
diversas substâncias tóxicas que, em contato com o sistema respiratório, podem 
produzir vários efeitos negativos sobre a saúde (CETESB). 
O tráfego intenso mudou drasticamente a rotina da população. 
Programas e compromissos sofreram severas restrições e limitações, já que em 
determinados dias e horários é impossível transitar e alguns locais da cidade. Em 
horários de pico as principais avenidas da cidade param. Ninguém entra 
ninguém sai. Este é um forte motivo para o paulistano levar fama de apressado 
e estressado. A população acostumada com essa realidade se adaptou na 
medida do possível evitando trajetos morosos. A saúde é afetada diretamente 
por problemas que vão de respiratórios, devida às emissões de CO produzidas 
pelos veículos, ao stress. Em épocas de estiagem os índices de umidade se 
mostram abaixo do “aceitável”. 
A quase total impermeabilização do solo nas cidades também se dá 
devido ao intenso número de veículos nas ruas e tendenciosamente se 
espalhou por toda a cidade. A impermeabilização também é um dos principais 
causadores de alagamentos e enchentes. Há quem diga que a construção de 
novas vias para o trânsito de veículos não é a solução já que impulsionaria os 
motoristas utilizarem mais seu carro. Os inúmeros impostos, multas, e pedágios 
arrecadados são mal distribuídos em uma cidade mal planejada que teve seu 
crescimento desenfreado, que é o caso da cidade de São Paulo. 
Com relação aos resíduos gerados, o Instituto de Meio Ambiente e 
Projeções de Heidelberg, na Alemanha, fez um balanço ecológico médio de 
um automóvel, desde sua gestação ao desmonte. 
No caso dos veículos, espanta ver que um único carro consome em toda 
sua vida energia suficiente para suprir durante seis anos, as necessidades de um 
alemão que não tem automóvel, incluindo-se aí eletricidade, transporte e 
calefação para enfrentar o rigoroso inverno europeu. Um indiano precisaria de 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
28 
 
nada menos que 76 anos para consumir a mesma energia. Produzir um veículo 
significa, antes de mais nada, um enorme dispêndio de energia, que se traduz, 
por sua vez, na inevitável contaminação do meio ambiente. Mas não é só: tudo 
o que envolve a fabricação, uso e desgaste do novo carro gera resíduos de 
todo tipo, o que amplia a carga pesada que se deposita constantemente 
sobre os ombros da natureza. Não há dúvida que esse processo sai caro, em 
termos econômicos. 
 
1.3 Globalização, mudanças sociais, culturais e meio ambiente. 
Conforme vem sendo amplamente divulgado pelas diversas mídias, ao 
longo das últimas décadas vem ocorrendo um conjunto de mudanças no meio 
ambiente, em âmbito global. Segundo um estudo canadense (liderado por 
Katarzyna Tokarska, da Universidade de Victoria, no Canadá), publicado no site 
do periódico Nature Climate Change, a Terra poderá esquentar, na média, 
nove graus Celsius e meio nos próximos 250 a 300 anos caso a humanidade 
resolva se utilizar de todas as reservas de combustíveis fósseis existentes. O 
Ártico, por ser uma região mais sensível, esquentaria até 19,5 graus centígrados. 
E o centro-sul do Brasil, por exemplo, que já aqueceu mais do que o resto do 
mundo, poderia chegar quase lá (OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 2016). 
Tais mudanças, por sua vez, vêm gerando profundoprocesso de 
mudanças sociais com implicações diretas sobre o atual funcionamento da 
economia, do desenvolvimento (e por consequência, da geração de 
empregos) no mundo. Segundo o citado estudo: 
Um mundo de 9,5oC não teria gelo em lugar nenhum. A Antártida e a 
Groenlândia inteiras derreteriam, elevando o nível global dos mares em 
pelo menos 60 metros. Temperaturas extremas e mudanças nos oceanos 
causariam extinções em massa. Já com 4oC de média alguns estudos 
têm sugerido que vários milhões de pessoas poderiam morrer em regiões 
como o centro-sul do Brasil, que neste século pode ficar 8oC mais quente 
(idem). 
 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
29 
 
Portanto, este fenômeno climático global que acaba por gerar a 
degradação dos solos, da água e do ar e seus impactos sobre as sociedades 
contemporâneas acabara por entrar na agenda política global tornando-se 
objeto de atenção de governos, das organizações não governamentais e da 
sociedade de modo geral; o que acabou por pressionar à própria ONU para 
uma tomada de posição incisiva a respeito do assunto, nas últimas décadas. 
Conforme ocorrido na 21ª Conferência do Clima (COP 21) realizada em 
dezembro de 2015, em Paris, as autoridades dos diversos países membros da 
Organização das Nações Unidas (ONU) vêm buscando assinar (e fazer valer) 
um novo acordo para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, com o 
propósito de se diminuir o aquecimento global com o objetivo de se limitar o 
aumento da temperatura global em 2ºC até 2100. Vale lembrar que esta 
Conferência não se trata de uma iniciativa isolada, pois é parte de um enorme 
esforço que vem sendo realizado no âmbito da ONU desde a Convenção Rio-
92, realizada no Brasil. Assim, 
Felizmente, por um lado, a economia política global parece estar nos 
desviando dessa trajetória. O consumo de carvão mineral parece ter 
chegado ao pico em países como EUA e China ao mesmo tempo em 
que fontes renováveis estão cada vez mais baratas e são adotadas em 
escala cada vez maior. As promessas feitas pelos países no Acordo de 
Paris propõem algum grau de redução de emissões: mesmo que 
insuficiente para garantir a estabilização da temperatura em menos de 
2oC, elas permitem afastar cenários de 4oC ou mais (OBSERVATÓRIO DO 
CLIMA, 2016). 
 
Não por acaso se assiste a profundas mudanças estruturais que vem 
ocorrendo na economia mundial – que começam a modificar aquela 
(economia) estruturada ao longo do século XX, baseada no consumo de 
energias fósseis. Em linhas gerais, estas mudanças, que visam substituir o 
consumo de combustíveis fósseis por energias renováveis, poderiam ser 
apontadas como parte de um amplo conjunto de ações que vem construindo, 
em âmbito global, a uma nova prática econômica, denominada 
genericamente por Economia Verde – na qual prevalecem processos 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
30 
 
produtivos (industriais, comerciais, agrícolas e de serviços) que se aplicados em 
um determinado país, cidade, empresa, comunidade, contribuirá para se gerar 
desenvolvimento sustentável nos aspectos ambiental e social. Prevaleceria 
como princípios da Economia Verde: 
 A redução do uso de combustíveis fósseis (gasolina, carvão, diesel, 
etc.) e aumento do uso de fontes limpas e renováveis de energia; 
 Eficiência na utilização de recursos naturais; 
 Práticas e processos que visam à inclusão social e erradicação da 
pobreza; 
 Investimento e valorização da agricultura verde; 
 Tratamento adequado do lixo com sistemas eficientes de reciclagem; 
 Qualidade e eficiência nos sistemas de mobilidade urbana. 
 
Segundo Rovere (2012: 102-105), a economia brasileira, por exemplo, 
participa deste processo de substituição de fonte energética fósseis por não 
fósseis, por meio de diversas ações, dentre elas: a produção de energia por 
meio de biomassa (florestas plantadas com espécies de crescimento rápido 
(eucalipto e pinus) para a produção de carvão vegetal); produção e o uso 
automotivo do bioetanol de cana-de-açúcar, uma realidade comercial no país 
desde 1975; criação do Programa Nacional de Biodiesel que permite a adição 
de 5% de biodiesel a todo o óleo diesel consumido no país, graças ao 
expressivo aumento da produção de biodiesel (fabricado principalmente a 
partir de óleo de soja); aproveitamento mais eficiente do bagaço de cana, 
subproduto das usinas de açúcar e álcool com a crescente utilização na 
cogeração de energia elétrica injetada na rede, com um potencial de 10 mil 
MW em 2012; o Brasil se situa, ainda, em segundo lugar, em nível mundial, 
quanto à energia solar. Em média, sobre uma superfície horizontal do território 
nacional, incidem entre 1.500 e 2.000 kWh/m2 por ano, variando conforme o 
local do país. Isso significa que, tomando-se uma eficiência média de 
conversão de 6% da energia solar em eletricidade por meio de células 
fotovoltaicas. Quanto a energia eólica, o país tem um potencial estimado de 
 
143,5 mil MW, para ventos médios anuais iguais ou superiores a 7,0 m/s, 
possibilitando uma geração anual estimada de 272,2 bilhões de kWh/ano; 
Quanto à energia nuclear, o Brasil dispõe de dois reatores PWR em 
operação, localizados em Angra dos Reis, no litoral do Estado do Rio de Janeiro: 
Angra I (626 MW), importado turn-key (fabricado pela Westinghouse), e Angra 2 
(1.245 MW), o primeiro reator construído no país, no âmbito de um acordo 
Consumo, Consumismo e seus impactos no Meio Ambiente 
Por Tais Queiroz 
Disponível em: < http://www.recicloteca.org.br/consumo/consumo-e-meio-ambiente/>. 
Acesso em 20/06/2016. 
 
O ato de consumo em si não é um problema. O consumo é necessário à vida e à 
sobrevivência de toda e qualquer espécie. Para respirar precisamos consumir o ar; para nos 
mantermos hidratados, temos que consumir água; para crescermos e nos mantermos 
saudáveis, necessitamos de alimentos. O mesmo acontece com outras espécies que 
compartilham este planeta conosco. São atos naturais que sempre existiram e (nos mantém 
vivos) que precisamos para nos mantermos vivos. O problema é quando o consumo de 
bens e serviços acontece de forma exagerada, levando à exploração excessiva dos 
recursos naturais e interferindo no equilíbrio estabelecido do planeta. 
Relatórios de respeitadas organizações ambientais defendem que nós, seres humanos, já 
estamos consumindo mais do que a capacidade do planeta de se regenerar, alterando o 
equilíbrio da Terra. Segundo o relatório Planeta Vivo (WWF, 2008), a população mundial já 
consome 30% a mais do que o planeta consegue repor. Outro relatório, o Estado do Mundo 
2010, do World Watch Institute(WWI) coloca que hoje extraímos anualmente 60 bilhões de 
toneladas de recursos naturais. Isto representa 50% a mais do que extraíamos 30 anos atrás. 
É verdade que a população mundial cresceu muito desde sua existência. No século XVIII 
(durante a revolução industrial) éramos cerca de 750 milhões de habitantes. Hoje, somos 6,8 
bilhões de seres humanos na Terra. E segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a 
população mundial deve chegar a 8,9 bilhões de habitantes até 2050. 
Isso naturalmente proporciona um aumento no consumo dos recursos do planeta. No 
entanto, esse consumo é extremamente desigual. Enquanto uns consomem muito mais do 
que suas necessidades básicas, outros sofrem com a falta de recursos. De acordo com o 
mesmo relatório do WWI (2010), um estudo do ecologista Stephen Pacala, da Universidade 
de Princeton, sobre a emissão de gás carbônico na atmosfera, revela que as 500 milhões de 
pessoas mais ricas do planeta (7% da população mundial) são responsáveis pela emissão 
de 50% do gás carbônico, enquanto três bilhões de pessoas mais pobres são responsáveis 
por apenas 6% das emissões deste gás. 
Neste caso, o gás carbônico pode ser usado como referência para expressar a produção e 
o consumo de bens e serviços.Assim, os números mostram que, embora a população 
mundial tenha crescido muito, a desigualdade social e o consumo excessivo de uma 
pequena parcela da população são os principais agravantes. 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
32 
 
 
Brasil-Alemanha. Embora, a energia nuclear fornece apenas 1,5% da energia 
elétrica consumida no país. Outras fontes e tecnologias energéticas alternativas 
se destacam, no Brasil. Entre as mais promissoras, já com projetos de 
 
Leia Mais: Doenças da Globalização 
Fonte: REVISTA RADIS, 01/02/2015. Disponível em: <http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/revista-
radis/149/reportagens/doencas-da-globalizacao Acesso em 20/06/2016. 
O mundo é uma bola. Se reparar bem, parece miúdo como uma bola de gude. Pelo 
menos é esta a sensação em tempos de globalização, quando o deslocamento de 
pessoas, capital e mercadoria por diversos pontos do planeta ocorre com extrema 
facilidade. Esse fator, típico da sociedade contemporânea, também faz com que 
alguns vírus viajem com velocidade acelerada contribuindo para a disseminação de 
doenças e para o reaparecimento de outras inúmeras enfermidades – algumas 
ressurgem sob formas mais letais; outras se renovam tornando-se imunes aos 
medicamentos. Em 2003, uma síndrome respiratória aguda grave, mais conhecida 
como Sars, cujo primeiro caso foi registrado na China, provocou pânico mundial 
espalhando-se por outros países da Ásia e chegando ao Canadá em um período de 
sete meses. Em 2006, na Indonésia, foi a vez da gripe aviária fazer soar o sinal amarelo 
da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a possibilidade de uma pandemia da 
doença, depois que uma mulher infectada por contato com aves repassou o vírus a seis 
parentes. Três anos depois, no México, foi registrada a ocorrência de um novo tipo de 
gripe, causada pelo vírus Influenza tipo A/H1N1, inicialmente conhecida como gripe 
suína, que rapidamente se alastrou por Estados Unidos, Canadá e Espanha, levando a 
OMS a declarar essas incidências como uma Emergência de Saúde Pública de 
Importância Internacional (ESPII). Recentemente, a epidemia de ebola, na África, tem 
levado susto, precaução e também preconceito a diversas regiões do planeta, inclusive 
ao Brasil. 
 A cada novo alerta de risco de uma pandemia provocada pelas chamadas 
“doenças globalizadas”, são impostas barreiras ao trânsito de pessoas. Medidas em 
portos e aeroportos são comuns e, até certo ponto, necessárias. Mas, de acordo com a 
Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), órgão do Ministério da Saúde responsável, em 
âmbito nacional, por todas as ações de vigilância, prevenção e controle de doenças 
transmissíveis, essas medidas por si só não garantem que o país esteja protegido. Isso 
porque, durante o período de incubação da doença, é possível viajar o mundo inteiro, 
mais de uma vez, como explica o médico epidemiologista e sanitarista Jarbas 
Vasconcelos, titular da SVS. “E no período de incubação, você não tem mecanismos 
absolutamente eficazes pra detectar a presença ou não de determinado vírus”, diz 
Jarbas.(...) 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
33 
 
demonstração, podem ser destacadas as células de combustível, viabilizando o 
uso do hidrogênio como vetor energético (por exemplo, em motores de ônibus 
urbanos), e o aproveitamento da energia das ondas. Ainda em estágio de 
pesquisa e desenvolvimento, pode-se mencionar o aperfeiçoamento das 
tecnologias atuais de combustão, gaseificação e liquefação de carvão e 
outras biomassas, o projeto de reatores nucleares intrinsecamente seguros, a 
concepção da fusão nuclear e o progresso das tecnologias de aproveitamento 
das diversas outras formas de energia dos oceanos: marés, correntes, 
gradientes de salinidade e térmico entre a superfície e o fundo do mar. De 
onde se conclui que em um prazo não muito distante, num contexto de 
expansão da economia verde, diversas serão as aplicações dessas tecnologias 
e fontes de energia que acabarão por modificar profundamente a maneira de 
organização da produção com enormes impactos sociais sobre a organização 
do espaço socioeconômico global. 
Uma das consequências desse processo é que são crescentes as desigualdades 
entre os países. Tem se ampliado a disparidade econômica, tecnológica e 
social entre os países do planeta. Assim, apesar do crescimento mundial na 
produção, o mesmo não acontece com o consumo, uma vez que esse cresce 
muito mais nos países desenvolvidos ou em populações elitizadas de países 
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, ou seja, em uma restrita parcela dos 
habitantes do planeta. O grupo de países mais ricos do mundo detém, juntos, 
cerca de 25% da população mundial, porém são responsáveis por cerca de 
80% dos recursos extraídos da natureza. E esse formato de consumo desigual 
tem implicado em enormes desequilíbrios ambientais, conforme se pode ler em 
matéria (Consumo, Consumismo e seus impactos no Meio Ambiente) 
destacada, acima. 
Vale repetir, que essa quantidade monumental de lixo, originária deste 
consumo global crescente, provoca um grande impacto socioambiental, 
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS | CURSO DE PEDAGOGIA | DISCIPLINA: ECOPEDAGOGIA 
34 
 
especialmente se considerarmos que a maioria das cidades (não apenas 
brasileiras, mas, em diversas outras partes do mundo) não possui destinação 
adequada par a montanha de lixo que se produz diariamente no Planeta. 
Assim, em todo o globo se assiste a uma situação de agravamento dos 
impactos ambientais causados pelo lixo (logo, pelas ações humanas), dentre 
estes: problemas a saúde pública; poluição da água; comprometimento de 
recursos hídricos; poluição do ar; poluição do lençol freático (solo)- 
ocasionando na poluição de poços artesianos, resultando em endemias e 
também no desenvolvimento de surtos epidêmicos, proliferação de vetores de 
doenças (ratos, moscas, baratas, mosquitos entre outros). 
Essa conjuntura, somada aos fluxos migratórios e às mudanças ambientais 
tem sido alguns dos fatores que aumentam a disseminação de doenças pelo 
globo; diversos são as revistas especializadas que alertam para o fato de que 
medidas pontuais são insuficientes para evitar pandemias - Doenças típicas da 
Globalização (Leia Mais: Doenças da Globalização, acima), que tanto tem 
modificado hábitos e costumes culturais dos cidadãos dos mais variados países 
do mundo, que acabam por impor barreiras ao trânsito de pessoas. Medidas de 
restrições ou controle de entrada de pessoas em portos e aeroportos têm se 
tornado cada vez mais comuns, e, até certo ponto necessárias. No entanto, 
contrariamente ao suposto objetivo de 'fim das fronteiras' - e a livre circulação 
de pessoas e mercadorias apregoadas pelos entusiastas da globalização 
econômica - tais barreiras acabam por barrar normalmente as pessoas; em 
especial aquelas provenientes de regiões pobres e desassistidas de condições 
sanitárias básicas.

Outros materiais