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Análise palpatória da Cintura pélvica e membros inferiores 4

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DESCRIÇÃO
A aplicação da anatomia no desenvolvimento da habilidade de reconhecimento e investigação
de acidentes e estruturas anatômicas da cintura pélvica e membros inferiores para a área da
saúde.
PROPÓSITO
Reconhecer os pontos anatômicos e sua localização na cintura pélvica e membros inferiores
por meio das técnicas palpatórias, aplicadas no exame clínico do paciente e na realização de
diversas técnicas terapêuticas, relevantes para uma adequada formação acadêmica na área da
saúde.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar as formas de palpação das estruturas anatômicas da pelve e coxa
MÓDULO 2
Descrever as técnicas de palpação das estruturas anatômicas do joelho
MÓDULO 3
Reconhecer as técnicas de palpação das estruturas anatômicas da perna, tornozelo e pé
INTRODUÇÃO
Abordaremos neste conteúdo a anatomia de superfície e palpatória da cintura pélvica, do
quadril e dos membros inferiores. Inicialmente, é necessária a identificação das estruturas
anatômicas, sempre relacionando às estruturas circunvizinhas, a fim de facilitar a busca das
estruturas pelo examinador.
As estruturas anatômicas pertencentes à cintura pélvica e ao quadril são envolvidas por uma
couraça muscular e boa parte das estruturas ósseas localiza-se mais profundamente, ou seja,
não são tão expostas. No mesmo sentido, os ligamentos da região situam-se em um plano
profundo, que indica uma palpação indireta na maioria das vezes. Entretanto, os músculos da
região glútea e coxa são facilmente identificados por meio da anatomia de superfície.
Os músculos aqui serão apresentados em regiões:
NA COXA
Regiões anterior, lateral e posterior
REGIÃO GLÚTEA
NA PERNA
Região anterior, lateral e posterior
Também abordaremos as estruturas do tornozelo e do pé em suas peculiaridades
osteomusculoligamentares.
Então, vamos começar a nossa jornada por essas estruturas? 
Vamos lá!
MÓDULO 1
 Identificar as formas de palpação das estruturas anatômicas da pelve e coxa
CINTURA PÉLVICA
O ilíaco, também conhecido como osso do quadril, tem a incumbência de conectar o esqueleto
axial ao esqueleto apendicular inferior. Por isso, os ilíacos constituem a cintura pélvica, e,
associado ao sacro, formam a pelve óssea.
Podemos destacar, como pontos-chave da palpação da região pélvica e coxa, as seguintes
estruturas:
1
Crista Ilíaca
Espinha ilíaca anterossuperior e inferior
2
3
Trocânter maior do fêmur
Tubérculo púbico
4
5
Espinha ilíaca posterossuperior e inferior
Tuberosidade isquiática
6
 
Imagem: Shutterstock.com
 Estruturas da pelve e do fêmur. Vista anterior.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Estruturas da pelve. Vista posterior.
PALPAÇÃO DAS ESTRUTURAS QUE
COMPÕEM A CINTURA PÉLVICA
CRISTA ILÍACA
Essa estrutura localiza-se superiormente no ilíaco (osso do quadril) e pertence à porção do ílio.
Assim, é facilmente palpável na pelve. O examinador, com a mão espalmada, deve deslizar os
seus dedos na face lateral do abdome, tomando como referência as linhas axilares anteriores.
Em seguida, o avaliador volta as palmas inferiormente. Ao se deparar com a superfície mais
rígida, encontra com a crista ilíaca, palpa no sentido anteroposterior para delimitá-la, como
mostra a figura.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 6.
 Examinador apontando para a crista ilíaca.
ESPINHA ILÍACA ANTEROSSUPERIOR (EIAS)
Seguindo pela crista ilíaca anteriormente, na face anterior e proximal da coxa, o examinador
poderá perceber uma elevação, que configura a EIAS.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 7.
 Examinador apontando para a espinha ilíaca anterossuperior.
ESPINHA ILÍACA ANTEROINFERIOR (EIAI)
Fica localizada cerca de quatro dedos ínfero-medialmente à EIAS.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 7.
 Examinador apontando para a espinha ilíaca anteroinferior.
ESPINHA ILÍACA POSTEROSSUPERIOR (EIPS)
O examinador deve localizar a crista ilíaca e dirigir-se posteriormente. Ao traçar uma linha
imaginária do ponto mais alto das cristas ilíacas até a coluna lombar, o ponto refere-se ao
processo espinhoso de L4. Na sequência, deve deslizar o dedo inferiormente para encontrar o
processo espinhoso de L5. A partir de L5, dois dedos lateralmente, o examinador palpará a
EIPS.
O avaliador deve seguir a crista ilíaca posteriormente para encontrar a saliência óssea
referente à espinha:
 
Imagem: Anatomia palpatória e funcional. CAEL, 2013, p. 315 à esquerda e Foto: Anatomia
palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 202 à direita.
 Examinador apontando para a espinha ilíaca posterossuperior.
ESPINHA ILÍACA POSTEROINFERIOR (EIPI)
A partir da EIPS, dois dedos ínfero-medialmente, está a EIPI.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 10.
 Examinador palpando a espinha Ilíaca posteroinferior. O avaliador deve colocar dois dedos
abaixo e inferiormente à EIPS.
TUBEROSIDADE ISQUIÁTICA
Esse acidente ósseo do ilíaco fica localizado inferiormente e é bastante robusto. Para
palpação, divida a região em quatro quadrantes. No quadrante ínfero-medial, palpe cerca de
três dedos acima da prega glútea.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 204, adaptada por
Julio Guilherme Silva.
 Examinador palpando a tuberosidade isquiática no quadrante ínfero-medial, próximo à
prega glútea (PG).
FÊMUR
O fêmur é o maior osso em comprimento do corpo humano e é classificado como osso longo.
Na sua porção proximal, é encoberto por músculos densos, o que expõe poucas estruturas
proximalmente. Nesse sentido, o trocânter maior do fêmur é bastante superficializado e um
ponto de referência para encontrarmos músculos que ali se inserem, como piriforme, glúteo
médio e mínimo.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 212.
 Fêmur: trocânter maior – palpação direta.
TROCÂNTER MAIOR DO FÊMUR
Essa estrutura fica bem exposta na face lateral, no terço proximal da coxa. O examinador deve
buscar o ponto mais alto da crista ilíaca. A partir desse ponto, cinco dedos abaixo, encontra-se
uma grande saliência, que é o tubérculo maior. Para confirmar, ao colocar a mão na referida
estrutura, o examinador realiza uma discreta rotação lateral e medial do quadril. Com a mão no
trocânter, percebe a rotação do segmento, isto é, o trocânter maior fica mais móvel durante a
rotação.
MÚSCULOS DA REGIÃO GLÚTEA
A região glútea compreende a região anterior delimitada pelo músculo tensor da fáscia lata,
posteriormente ao sulco interglúteo, e a face posterior do ílio seguindo as cristas ilíacas.
 ATENÇÃO
Em função do volume muscular da região glútea, a área é preferencial, por exemplo, nas
injeções intramusculares.
Os músculos da região glútea movem a articulação do quadril. Com o membro inferior fixo,
podem mover ainda a pelve em relação ao fêmur, promovendo movimentos denominados de
básculas. No caso da região glútea, os grupamentos que ali estão promovem as básculas
lateral e posterior.
Na sua maioria, são grupamentos musculares robustos, com exceção do grupamento rotator
lateral da coxa: m. gêmeos superior e inferior, quadrado da coxa, obturatórios externo e interno.
O m. piriforme que pertence a esse grupamento, por ser o ventre mais volumoso, é palpável
indiretamente na região glútea.
Podemos dividir a região em:
SUPERFICIAL
A camada superficial compreende: o glúteo máximo, glúteo médio e tensor da fáscia lata.
PROFUNDA
Na camada profunda, temos glúteo mínimo, piriforme, gêmeo superior e inferior, obturatório
externo, obturatório interno, quadrado da coxa.
Vejamos tais regiões:
M. glúteo máximo –> É o músculo que possui o maior ventre da região, classificado como
largo. Assim, cobre toda a região e tem relação com o Ilíaco, face dorsal do sacro e a região
proximal e posterior do fêmur. O músculo realiza extensão e rotação lateral e é fundamental
em tarefas cotidianas como subir escadas. Para palpá-lo,o examinador posiciona o
indivíduo/paciente em decúbito ventral com o joelho fletido:
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 233, adaptada por
Julio Guilherme Silva.
 Examinador palpando o m. glúteo máximo.
Observe na imagem que o examinador realiza uma pequena resistência ao movimento de
extensão da coxa. Note que a mão esquerda palpa o ventre do glúteo máximo. A linha preta
demarca a margem glútea superior; a linha branca, a margem inferior.
M. glúteo médio –> O músculo é recoberto em boa parte pelo músculo glúteo máximo.
Apenas a sua porção mais anterior é bem superficializada, envolvida por uma fáscia,
denominada aponeurose glútea. Portanto, o m. glúteo médio fica profundamente ao glúteo
máximo, posterior ao m. tensor da fáscia lata. Posteriormente, tem relação com o m. piriforme.
 SAIBA MAIS
O m. glúteo médio realiza abdução e rotação medial da coxa e, com o membro inferior fixo, faz
báscula lateral, fundamental para o desenvolvimento da marcha.
javascript:void(0)
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 239, adaptada por
Julio Guilherme Silva.
 Examinador palpando o m. glúteo médio.
Para palpá-lo, o examinador posiciona o indivíduo/paciente em decúbito lateral, e solicita leve
abdução da coxa. Assim, com uma das mãos, identifica a EIAS e traça uma linha imaginária
posteriormente. Com a outra mão, o examinador palpa a borda posterior do m. glúteo médio. O
ventre do músculo em questão ficará compreendido entre a linha imaginária e a borda
posterior.
M. glúteo mínimo –> O músculo mais profundo, sua palpação é indireta já que os músculos
que o recobrem (m. glúteo máximo e médio) impedem a sua individualização. O glúteo mínimo
possui as mesmas ações do que os músculos glúteo médio e tensor da fáscia lata — abdução
e rotação medial da coxa e báscula lateral.
javascript:void(0)
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 242.
 Palpação indireta do m. glúteo mínimo.
Com o indivíduo/paciente em decúbito lateral, o examinador deve posicionar sua mão acima da
borda superior do trocânter maior do fêmur e, a partir desse ponto, palpar indiretamente o m.
glúteo mínimo.
M. tensor da fáscia lata –> O músculo tensor da fáscia lata localiza-se lateralmente à EIAS e
está bem superficalizado. Como descrito anteriormente, o músculo em questão realiza abdução
e rotação medial da coxa e báscula lateral da pelve. Sua inserção é contínua na fáscia lata na
região lateral da coxa, o que justifica o seu nome.
 ATENÇÃO
Na região lateral, essa fáscia lata torna-se mais espessa e forma a banda ou o trato iliotibial.
Essa faixa fibrosa serve também de inserção do músculo glúteo máximo.
javascript:void(0)
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 263, adaptada por
Julio Guilherme Silva.
 Palpação do m. tensor da fáscia lata.
Para palpar o tensor da fáscia lata, o examinador posiciona o indivíduo/paciente em decúbito
lateral com os joelhos fletidos. Em seguida, solicita-se ao indivíduo uma abdução. O
examinador deve posicionar os dedos lateralmente à EIAS com o polegar e o indicador e assim
delimitar suas bordas, pois durante a manobra o tensor da fáscia lata está totalmente exposto,
como vemos na foto. Na face lateral da coxa, o tensor se insere no trato iliotibial (TIT). Para
explorá-la, o examinador deve deslizar os dedos na face lateral da coxa.
M. piriforme –> Encontra-se na camada profunda da região glútea. A partir dele, no sentido
craniocaudal, inicia-se o grupamento rotator lateral da coxa, também denominado de
pelvitroncantérico. O m. piriforme faz abdução da coxa e é um sinergista no movimento de
abdução do quadril. Sua origem é na face ventral do sacro e insere-se na margem superior do
trocânter maior do fêmur. Devido à profundidade em que se encontra, sua palpação é indireta.
javascript:void(0)
 
Imagem: Anatomia palpatória e funcional. CAEL, 2013, p. 354.
 Localização do m. piriforme.
O examinador posiciona o paciente/indivíduo em decúbito ventral, a partir da porção média da
margem lateral do sacro, palpa em direção à margem superior do trocânter maior do fêmur.
 
Foto: Anatomia Palpatória e Funcional. CHRISTY CAEL, 2013, p. 354.
 Manobra para palpação indireta do m. piriforme.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Para facilitar a palpação indireta, o examinador pode solicitar uma rotação lateral para
aumentar a tensão do m. pirifome.
Os demais músculos da camada profunda da região glútea (obturatório externo, obturatório
interno, gêmeo superior, gêmeo inferior e quadro da coxa) –> Fecham o grupamento rotator
lateral da coxa.
 RECOMENDAÇÃO
Como são pequenos, na anatomia palpatória, fica difícil o acesso para palpação direta e
indireta. Para uma análise do grupamento supracitado, sugere-se uma palpação abaixo do m.
piriforme e na região da face posterior do fêmur.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 33.
 Local de palpação indireta dos m. pelvicotrocantéricos, com exceção do m. piriforme.
Paciente/indivíduo em decúbito lateral, joelho fletido e coxa levemente abduzida. O examinador
coloca os dedos abaixo da borda inferior do m. piriforme.
javascript:void(0)
MÚSCULOS DA COXA
A coxa possui um formato cilíndrico e os músculos recobrem o fêmur. Os grupamentos
musculares são fortes e com ventres grandes que facilitam o exame físico. Os músculos da
coxa são divididos em três compartimentos ou lojas a saber:
ANTERIOR
POSTERIOR
MEDIAL
MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO
ANTERIOR DA COXA E SUA PALPAÇÃO
Os músculos que pertencem ao grupamento anterior são: o iliopspas, o sartório e o quadríceps
da coxa ou femoral (reto da coxa, vasto lateral, vasto medial e intermédio).
M. iliopsoas –> Esse músculo é formado pela união dos ventres do m. psoas maior na parede
posterior do abdome com o m. ilíaco que se localiza na fossa ilíaca do osso do quadril. As suas
fibras se unem após cruzarem inferiormente o ligamento inguinal para se transformarem no m.
iliopsoas.
 Palpação do m. iliopsoas.
Para palpá-lo, o examinador deve posicionar o paciente em decúbito dorsal com os membros
inferiores estendidos. A partir da EIAS, o examinador deve colocar o dedo médio na EIAS e
posicionar o indicador sobre o ligamento inguinal. Para confirmar, solicita-se ao indivíduo uma
flexão da coxa, neste caso o examinador perceberá um aumento do volume na região devido à
sua contração.
Sartório –> O sartório é um músculo biarticular, pois cruza a articulação do quadril e do joelho.
Por isso, realiza no quadril flexão, abdução e rotação externa. Já no joelho, o músculo em
questão faz flexão e rotação medial.
 Palpação do músculo sartório, observe o isolamento do m. sartório tanto na sua parte
proximal como distal.
Para localizá-lo, o examinador posiciona o paciente em decúbito dorsal com a coxa abduzida e
joelho levemente fletido. Em seguida, o examinador solicita ao examinado uma flexão do
joelho. Nesse momento, o sartório ressalta na face anterior na coxa. O examinador com as
duas mãos deve delimitar o referido músculo na face proximal e distal. Conforme demonstrado
na foto, o posicionamento é realizado da seguinte forma: coloca-se a coxa em flexão, abdução
e rotação lateral.
Quadríceps da coxa ou femoral –> Formado pelo reto femoral, vasto lateral, vasto medial e
vasto intermédio; o único que não há como ser palpado é o vasto intermédio. O referido
grupamento é responsável pela extensão do joelho, por isso também é chamado no âmbito
clínico de aparelho extensor do joelho.
 VOCÊ SABIA?
Dos seus componentes, o único que é um músculo biarticular é o reto femoral, pois, além da
extensão do joelho, realiza flexão da coxa.
O reto femoral pode ser identificado com o dedo na espinha ilíaca anteroinferior:
 Palpação do quadríceps da coxa e suas porções.
Com o joelho estendido, solicita-se ao examinado uma contração, e o reto femoral será
palpado a partirda espinha ilíaca anteroinferior. Os vastos lateral e medial estão bem expostos
nas suas respectivas faces na coxa.
A mão esquerda do examinador posiciona-se na EIPI, marcando a origem do reto femoral.
Com uma pequena resistência, o quadríceps fica contraído, o que facilita a visualização. Os
vastos lateral (VL) e medial (VM) ficam bem nítidos.
MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO MEDIAL
DA COXA E SUA PALPAÇÃO
O compartimento medial da coxa também é conhecido como grupamento adutor da coxa. Os
músculos contidos nessa porção anatômica do fêmur são potentes e com um braço de
alavanca favorável para geração de um grande torque adutor. Os músculos da loja medial são:
PECTÍNEO
ADUTOR LONGO
ADUTOR CURTO
ADUTOR MAGNO
ADUTOR GRÁCIL
Leia a seguir sobre cada um deles:
MÚSCULO PECTÍNEO
O músculo representa a região limítrofe entre o compartimento anterior e medial. Por essa
razão, realiza tanto a flexão do quadril como sua adução. Pertence ao assoalho trígono femoral
e está próximo ao músculo adutor longo.
O examinador deve colocar o indivíduo/paciente em decúbito dorsal e posicionar a coxa em
abdução. O examinador solicita uma leve adução da coxa. Nessa manobra, o tendão do adutor
longo ficará bem saliente. A partir dessa identificação, lateralmente a ele, estará o músculo
pectíneo conforme vemos na foto.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 280.
 Palpação do m. pectíneo.
A mão direita do examinador está sobre o pectíneo. Com uma pequena resistência, possibilita
a delimitação palpatória do quadríceps.
ADUTOR LONGO
Esse músculo encontra-se bem superficializado e de fácil acesso. Ele forma um dos limites do
trígono femoral. Bastante superficial na face medial da coxa, a partir de uma leve abdução, o
tendão do adutor longo será estirado e exposto e, assim, torna-se facilmente palpável.
O indivíduo/paciente fica em decúbito dorsal, com a coxa abduzida. O examinador solicita uma
leve adução contra uma pequena resistência imposta por uma das mãos. Em seguida, palpa as
duas bordas do m. adutor longo.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 56.
 Palpação do m. adutor longo.
A mão direita do examinador promove uma resistência na face medial do joelho. Com os dedos
em pinça, delimitam-se as suas bordas anterior e posterior.
ADUTOR CURTO
Esse músculo localiza-se profundamente ao m. adutor longo. Por esse motivo, a sua palpação
é indireta. O paciente/indivíduo deve ser posicionado em decúbito dorsal, com o quadril fletido
e abduzido e joelho flexionado. O examinador utiliza a referência da borda posterior do m.
adutor longo e introduz o dedo indicador, médio e anelar logo abaixo da borda, como vemos na
foto.
Logo em seguida, o examinador solicita uma adução da coxa colocando uma das mãos na face
medial para fazer uma leve resistência. Nesse momento, o músculo adutor curto entrará em
tensão e sentiremos o seu ventre.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 286.
 Palpação do m. adutor curto.
Repare que a mão esquerda do examinador promove uma resistência na face medial do joelho.
Com a mão direita, o segundo, terceiro e quarto dedos penetram profundamente a borda
posterior do adutor longo.
ADUTOR MAGNO
Esse músculo dá o contorno arredondado da coxa medialmente, no seu terço médio. Por isso o
seu ventre é bem exposto. O adutor magno é dividido em duas porções: a adutora (feixe mais
medial) e a extensora (feixe mais posterior).
O paciente/indivíduo deve estar em decúbito dorsal, com o quadril fletido e abduzido e joelho
flexionado. O examinador deve impor uma pequena resistência para adução e colocar os
dedos indicador e médio no terço proximal e médio da coxa. A mesma manobra pode ser
executada em decúbito ventral.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 288.
 Palpação do m. adutor longo.
A mão esquerda do examinador promove uma resistência na face medial do joelho. Com a
mão direita, o indicador e médio palpam o ventre do adutor magno no seu terço proximal e
médio da coxa.
GRÁCIL
O referido músculo é o mais delgado e longo do grupamento medial da coxa. Além disso,
encontra-se mais superficial na região e dirige-se posteriormente ao joelho, e se insere na face
externa do côndilo medial da tíbia. Por isso, é um músculo biarticular, pois realiza adução do
quadril e flexão do joelho (ou perna).
Para palpá-lo, o examinador posiciona o paciente/indivíduo em decúbito dorsal, com o quadril
fletido. Simultaneamente, o examinador solicitará uma flexão da perna e adução da coxa.
Nesse momento, pela ação do grácil, o seu ventre ficará mais tensionado e facilitará a sua
palpação no terço médio para distal da coxa.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 284.
 Palpação do m. grácil.
A mão direita do examinador promove uma resistência na face medial da perna para os
movimentos de flexão do joelho e adução do quadril. Com a mão esquerda no terço médio para
distal da coxa, o examinador palpa o ventre do grácil.
MÚSCULOS DA REGIÃO POSTERIOR DA
COXA E SUA PALPAÇÃO
Os músculos do compartimento posterior são:
Bíceps da coxa ou femoral (porção longa e curta)
Semitendíneo ou semitendinoso
Semimembranáceo ou semimembranoso
O referido grupamento, com exceção da porção curta do bíceps, também é denominado de
músculos isquiossurais ou isquiotibiais, devido à sua origem comum na tuberosidade isquiática
e inserção na perna (na face medial e proximal da tíbia e na cabeça da fíbula). Esse
grupamento é responsável pela extensão da coxa e flexão da perna, por isso são biarticulares,
exceto a porção curta do bíceps femoral.
Bíceps da coxa porção longa –> É o músculo mais lateral dos isquiossurais. Para realizar a
sua palpação, o examinador posiciona o indivíduo/paciente em decúbito ventral, com o joelho
estendido. Com a mão mais em sentido cranial, palpa a tuberosidade isquiática, origem comum
dos isquiossurais. Com a mão distal, o examinador colocará a palma na fossa poplítea e
lateralmente perceberá a tensão do bíceps, após solicitar uma leve flexão de joelho. A mão
esquerda palpa a tuberosidade isquiática e a mão direita toca na face lateral da região poplítea.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 258.
 Palpação da porção longa do bíceps da coxa.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 261.
 Palpação da porção curta do bíceps da coxa.
Bíceps da coxa porção curta –> Paciente/indivíduo em decúbito ventral, com joelho fletido e
em rotação lateral. Nesse momento, o examinador faz uma pequena resistência na perna e a
outra mão no terço distal da coxa lateralmente. Durante a manobra, o examinador perceberá o
aumento da tensão na face lateral da coxa.
A mão esquerda palpa o ventre na face lateral e distal da coxa. A mão direita faz uma pequena
resistência durante a manobra de flexão e rotação lateral da perna.
Semitendíneo –> Localiza-se em uma posição intermediária entre o bíceps da coxa (porção
longa lateralmente) e o semimembranoso medialmente. O músculo em questão realiza a
extensão da coxa, a flexão do joelho e a rotação medial do joelho. O examinador, com a mão
posicionada mais distalmente, imprime uma resistência na flexão do joelho. Com a mão oposta,
palpa o ventre do semitendinoso, além do seu tendão, após solicitar uma leve flexão de joelho.
Cabe ressaltar outra característica: o tendão do músculo em questão é o mais cilíndrico da face
posterior da coxa. A mão direita palpa o ventre na face posterior e distal da coxa. A mão
esquerda faz uma pequena resistência durante a manobra de flexão da perna. Note a
visualização do tendão do m. semitendinoso (seta azul), após a contração muscular.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 259, adaptada por
Julio Guilherme Silva.
 Palpação do m. semitendinoso.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos.JUNQUEIRA, 2010, p. 260.
 Palpação do Semimembranoso.
Semimembranoso –> É o músculo mais medial dos posteriores da coxa. Possui um tendão
mais largo e situa-se profundamente em relação ao semitendíneo. Assim como o
semitendinoso, o músculo em questão, além da extensão da coxa e flexão do joelho, promove
rotação medial do joelho. O examinador, com a mão posicionada mais distalmente, imprime
uma resistência na flexão do joelho. Com a mão oposta, palpa o ventre do semitendinoso na
sua porção distal; com os dedos indicador e médio, desce até a fossa poplítea.
ESTRUTURAS VASCULONERVOSAS E SUA
PALPAÇÃO
TRÍGONO FEMORAL
É região formada pelos músculos sartório e adutor longo, além do ligamento inguinal.
Conforme observamos na foto a seguir, a porção central do trígono torna-se mais funda e é
coberta pela fáscia da coxa. No seu interior passa, em uma ordem de lateral para medial,
nervo, artéria e veia femorais.
Linha amarela borda o m. sartório; 
Linha verde, o ligamento inguinal; 
Linha branca, adutor longo;
M. reto femoral;
M. vasto medial;
M. vasto lateral;
M. tensor da fáscia lata;
M. iliopsoas;
M. pectíneo;
M. adutor longo;
M. grácil;
Tendão do m. adutor magno.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 43, adaptada por Julio
Guilherme Silva.
 Trígono femoral.
 ATENÇÃO
A referência para a passagem do conteúdo do trígono femoral é o ponto médio do
ligamento inguinal.
Os limites do trígono facilitam o examinador em certos procedimentos como aferição do
pulso femoral.
TÉCNICAS DE PALPAÇÃO DAS
ESTRUTURAS DA COXA
O especialista Julio Guilherme Silva fala brevemente sobre a anatomia palpatória das
estruturas da coxa.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
DAS ESTRUTURAS DA COXA LISTADAS ABAIXO, QUAL PODE SER
PALPADA A PARTIR DA ESPINHA ILÍACA ANTEROSSUPERIOR?
A) Músculo adutor longo.
B) Músculo pectíneo.
C) Músculo sartório.
D) Músculo grácil.
E) Músculo vasto lateral.
NA FACE LATERAL DA CRISTA ILÍACA, O SEU PONTO MAIS ALTO É UM
LOCAL DE ACESSO DE PALPAÇÃO DE QUAL MÚSCULO?
A) Músculo glúteo médio.
B) Músculo pectíneo.
C) Músculo sartório.
D) Músculo piriforme.
E) Trato iliotibial.
GABARITO
Das estruturas da coxa listadas abaixo, qual pode ser palpada a partir da espinha ilíaca
anterossuperior?
A alternativa "C " está correta.
A espinha ilíaca anterossuperior serve de referência para as seguintes estruturas do
compartimento anterior da coxa: m. sartório; m. Iliopsoas; m. tensor da fáscia lata; ligamento
inguinal. As demais estruturas estão localizadas anteromedialmente (pectíneo), medialmente
(adutor longo) e lateralmente na coxa (vasto lateral).
Na face lateral da crista ilíaca, o seu ponto mais alto é um local de acesso de palpação
de qual músculo?
A alternativa "A " está correta.
A crista ilíaca na sua face lateral fica voltada para a glútea. Assim, no seu ponto mais alto, a
fáscia do glúteo médio e seu ventre estão mais expostos, por isso fica mais fácil a palpação do
m. glúteo médio.
MÓDULO 2
 Descrever as técnicas de palpação das estruturas anatômicas do joelho
JOELHO
Na porção distal do fêmur, ao contrário do trecho proximal, a extremidade do osso em questão
está mais exposta, com mais acidentes ósseos palpáveis. Dentre as estruturas anatômicas,
destacam-se:
1
A patela
Os epicôndilos femorais lateral e medial e suas respectivas cristas
2
3
A porção proximal da tíbia
Os ligamentos colaterais
4
5
Os tendões que cruzam a articulação
 
Imagem: Shutterstock.com
PATELA
A patela é um osso classificado como sesamoide e protege anteriormente a articulação do
joelho. Sua presença aumenta a vantagem mecânica da extensão do quadríceps femoral. Toda
sua face anterior é bem exposta e palpável.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 73, adaptada por Julio
Guilherme Silva
 Joelho direito, vista anterior. Dedos indicadores delimitando as bordas lateral e medial da
patela.
Para explorar o referido osso e facilitar a visualização, o examinador deve posicionar o joelho
em flexão. Sua base, mais larga, fica voltada superiormente, já o ápice fica voltado
inferiormente. Com os dedos indicadores, determina-se a extensão de toda margem da base
patelar e segue inferiormente, delimitando as bordas patelares lateral e medial até o ápice,
como vemos na foto.
A face anterior do joelho ainda é preenchida por um corpo de tecido gorduroso, denominado de
gordura infrapatelar ou gordura de Hoffa:
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 72, adaptada por Julio
Guilherme Silva.
 Joelho direito, vista anterior. Dedo indicador na bursa suprapatelar.
Ao analisar as bordas da patela, deslize os dedos medial e lateralmente até perceber uma área
macia e elevada, como vemos na foto, além das estruturas circunvizinhas, como a gordura
infrapatelar, o ligamento patelar e a bursa suprapatelar. Entretanto, os ligamentos cruzados,
que são importantes estabilizadores da articulação, não podem ser tocados. Apenas nas
manobras de exame físicos podemos testar a sua integridade, bem como as possíveis dores
decorrente de sua lesão.
PORÇÃO DISTAL DO FÊMUR
Os epicôndilos femorais são acidentes da porção distal do fêmur e servem de ponto de fixação
dos ligamentos colaterais do joelho (fibular e tibial). Seguindo o eixo ósseo do fêmur,
anteriormente à interlinha articular do joelho (face posterior).
O examinador encontrará uma região óssea, alargada parapatelar, explorando a região com os
dedos indicador e médio. Tanto com o joelho em flexão como em extensão, os epicôndilos
femorais ficam bem expostos, como observamos na imagem.
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Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 77.
 Joelho direito, vista anterior. Dedo indicador no epicôndilo medial.
CÔNDILOS FEMORAIS
O examinador deve posicionar o joelho em flexão e seguir pelos tendões dos músculos
gastrocnêmios lateral e medial até a fossa poplítea. Ao colocar os dedos nessa região, ele
palpa profundamente de cada lado da fossa poplítea, acima da interlinha articular do joelho.
Nesse momento, o examinador encontrará duas saliências, mais rígidas, que confirmam a
palpação dos côndilos femorais.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 81.
 Joelho direito, vista anterior. Dedo indicador no epicôndilo lateral.
TÍBIA
Parte proximal:
Côndilos tibiais são palpáveis na sua face externa, abaixo da interlinha articular do joelho e dos
epicôndilos femorais. Com os dois polegares, o examinador deve delimitar a região,
ligeiramente côncava em ambos os lados. O paciente/indivíduo deve ser posicionado em
decúbito dorsal com o joelho fletido.
 ATENÇÃO
A região lateral, no côndilo lateral da tíbia, apresenta uma saliência bem superficial
denominada de tubérculo lateral da tíbia ou tubérculo de Gerdy. Essa é uma região de
importância, pois ali se insere o trato ou banda iliotibial. Geralmente, dor nessa região
configura-se como um processo irritativo no trato supracitado.
 Vista anterior do joelho direito. Dedo indicador aponta para a face articular do platô tibial.
A tuberosidade da tíbia, como vemos na foto, está bem exposta na face anterior do joelho,
inferiormente à patela na linha mediana da perna. Estrutura superficial, o examinador deve
palpar com o indicador e médio na linha mediana, proximalmente.
FÍBULA
A cabeça da fíbula localiza-se lateralmente na porção proximal da perna. Para identificá-la, o
examinador deve posicionar o paciente/indivíduo com o joelho fletido. Ao palpar a interlinha
articular do joelho, deve deslizar lateralmente os dedos indicador e médio. Logo, perceberá
uma saliência óssea, bem arredondada, que corresponde à cabeça da fíbula.
Com o joelho em flexão, em uma ordem de lateral para medial, temos:
A CABEÇA DA FÍBULA
O TUBÉRCULO DE GERDY
TUBEROSIDADE DA TÍBIA
CÔNDILO MEDIAL DA TÍBIA
Observe que a tuberosidade da tíbia fica centralizada, conforme a foto a seguir:Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 76, adaptada por Julio
Guilherme Silva.
 Vista anterior do joelho direito.
LIGAMENTOS DO JOELHO
Com base nas referências ósseas do joelho, as grandes estruturas articulares são:
Os ligamentos colaterais tibial e fibular
O ligamento patelar
A gordura infrapatelar ou gordura de Hoffa
A bursa suprapatelar
 SAIBA MAIS
Os ligamentos cruzados anterior e posterior, por serem intra-articulares, não são palpáveis na
superfície.
1
 
Imagem: Shutterstock.com
O ligamento patelar, espesso, cilíndrico, é a continuação do tendão patelar. Para examiná-lo,
palpa-se, logo acima, a tuberosidade da tíbia. Assim, o referido ligamento encontra-se
compreendido entre a tuberosidade da tíbia ao ápice da patela.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 88.
 Palpação do ligamento colateral fibular (mão direita) a partir da posição em decúbito dorsal,
abdução da coxa e flexão do joelho.
O ligamento colateral fibular estende-se do epicôndilo lateral do fêmur e desce até o ápice da
cabeça da fíbula, anteriormente. Para palpá-lo, com o indivíduo/paciente em decúbito dorsal e
joelho flexionado, o examinador deve tomar com referência o ápice da cabeça da fíbula,
identificando a estrutura cilíndrica com o dedo indicador e médio.
Para facilitar a identificação do ligamento em questão, o examinador pode posicionar a perna
do joelho a ser examinado com a coxa em abdução, o joelho flexionado e o calcanhar apoiado
no joelho contralateral. A posição facilita a “abertura” do compartimento lateral e provoca um
tensionamento das fibras do ligamento colateral fibular, facilitando sua identificação pela
anatomia palpatória.
2
3
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 91.
 Palpação do ligamento colateral medial, faixa discriminada pela seta (1).
O ligamento colateral medial estende-se do epicôndilo medial do fêmur e desce até a face
externa do côndilo medial da tíbia. Para palpá-lo, com o indivíduo/paciente em decúbito dorsal
e joelho flexionado, o examinador deve tomar como referência o centro do epicôndilo medial do
fêmur.
Essa estrutura ligamentar é larga e, para facilitar a identificação do ligamento em questão, o
examinador pode realizar um leve estresse em valgo, com uma das mãos na face lateral do
joelho empurrando medialmente. Essa posição facilita a “abertura” do compartimento medial e
provoca um tensionamento das fibras do ligamento colateral tibial (indicado nas setas na foto).
O examinador deve explorar a região em questão.
MÚSCULOS QUE CRUZAM O JOELHO
Os músculos da coxa biarticulares cruzam a articulação do joelho conforme descrito nos
grupamentos da coxa. Os fortes tendões cruzam em quatro faces: anterior, posterior, lateral e
medial.
Isso é determinante para o torque e as ações musculares.
Anteriormente, o tendão do quadríceps femoral insere-se na base da patela. Assim, suas fibras
envolvem o osso anterior do joelho e, a partir do ápice até a tuberosidade da tíbia, transforma-
se em ligamento patelar, como vemos na imagem.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Tendões do joelho.
Na face medial do joelho, quatro tendões cruzam essa região. Dos quatro músculos, três deles
juntos (semitendinoso, grácil, sartório) se fixam na tíbia. Essas estruturas tendinosas têm uma
forma de pé de pato. Por isso, a inserção é denominada pata anserina ou pata de ganso, como
observamos na imagem:
 
Imagem: A síndrome anserina. HELFENSTEIN JUNIOR; KUROMOTO, 2010, p. 314.
 Tendões da pata de ganso.
Finalizando o grupo de quatro tendões que se fixam medialmente no joelho, temos o m.
semimembranoso.
As fibras tendinosas do m. semimembranoso passam inferior e profundamente à pata de
ganso. Entre a pata de ganso e o tendão do m. semimembranoso, existe a bursa anserina, que
tem a função de minimizar o atrito entre os tendões.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 79, adaptada por Julio
Guilherme Silva.
 Palpação do ligamento patelar (LP) e a pata anserina ou de ganso (seta azul).
Na face lateral do joelho, temos duas estruturas importantes que são estabilizadoras dinâmicas
do joelho:
O TRATO ILIOTIBIAL
&
O TENDÃO DO BÍCEPS DA COXA
Conforme visto na palpação do m. tensor da fáscia lata, o trato iliotibial é uma expansão fibrosa
da fáscia lata que se origina na crista ilíaca e insere-se no tubérculo lateral da tíbia ou tubérculo
de Gerdy.
Veja a manobra de flexão e abdução contrarresistência para facilitar sua individualização:
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 52, adaptada por Julio
Guilherme Silva.
 Palpação do trato iliotibial.
A seta azul na foto indica a sua inserção no tubérculo de Gerdy.
Na face posterior, além dos músculos posteriores que possuem um trajeto colateral em relação
ao joelho (face medial e lateral), na porção distal do joelho como origem em cada côndilo
femoral, temos os músculos gastrocnêmios lateral e medial. Os referidos músculos dão o
contorno arredondado à região posterior da perna chamada de panturrilha.
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 Palpação dos gastrocnêmios na face posterior do joelho.
Com o joelho fletido, os tendões ficam mais individualizados nos dedos do examinador.
FOSSA POPLÍTEA
A fossa poplítea está localizada na face posterior do joelho. Essa região possui um formato de
losango e seu interior é coberto pelo tecido adiposo, bastante evidente na interlinha articular. A
região é delimitada por tendões que cruzam posteriormente o joelho. Assim, os tendões dos
músculos semitendíneo, semimembranoso, bíceps da coxa, plantar e gastrocnêmios ajudam na
formação das paredes da fossa poplítea, conforme a foto a seguir.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 326, adaptada por Julio
Guilherme Silva.
 Limites da fossa poplítea.
Limite superomedial – tendões dos músculos semitendíneo e semimembranáceo (preto).
Limite superolateral – tendão do m. bíceps da coxa (branco).
Limite inferomedial – gastrocnêmio medial (amarelo).
Limite inferolateral – tendões dos músculos gastrocnêmio lateral e plantar (verde).
(VAN): veia poplítea (V), artéria poplítea (A), nervo tibial (N).
 ATENÇÃO
A região contém nervo tibial, artéria poplítea e veia poplítea. Cabe ressaltar que o nervo fibular
comum passa junto ao tendão do bíceps da coxa e não faz parte do conteúdo da fossa
poplítea. Esse nervo é facilmente palpável no colo da cabeça da fíbula.
PALPAÇÃO DAS ESTRUTURAS DO JOELHO
O especialista Julio Guilherme Silva demonstra a palpação das estruturas do joelho.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
LEIA COM ATENÇÃO AS SEGUINTES AFIRMATIVAS:
O TENDÃO DO M. SEMITENDINOSO FICA PROFUNDAMENTE AO
TENDÃO DO M. SEMIMEMBRANOSO.
OS TENDÕES QUE FORMAM A PATA DE GANSO SE INSEREM NO
TUBÉRCULO DE GERDY.
O LIGAMENTO PATELAR É A CONTINUAÇÃO DO TENDÃO PATELAR
E ENCONTRA-SE COMPREENDIDO ENTRE A TUBEROSIDADE DA
TÍBIA AO ÁPICE DA PATELA.
O LIGAMENTO COLATERAL FIBULAR INSERE-SE NA CABEÇA DA
FÍBULA.
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) As alternativas I e II estão corretas.
B) As alternativas II e III estão corretas.
C) As alternativas I, II e IV estão corretas.
D) Apenas a alternativa III está correta.
E) As alternativas III e IV estão corretas.
REFERENTE À BURSA SUPRAPATELAR, É CORRETO AFIRMAR QUE
A) pode ser palpada na região da gordura infrapatelar.
B) pode ser palpada a partir da base da patela, superiormente.
C) pode ser palpada a partir da tuberosidade da tíbia.
D) pode ser palpada na face anterior da patela.
E) pode ser palpada paralelamente ao ligamento patelar.
GABARITO
Leia com atenção as seguintes afirmativas:
O tendão do m. semitendinoso fica profundamente ao tendão do m.
semimembranoso.
Os tendões que formam a pata de ganso se inserem no tubérculo de Gerdy.
O ligamento patelar é a continuação do tendão patelar e encontra-se compreendido
entre a tuberosidade da tíbia ao ápice da patela.O ligamento colateral fibular insere-se na cabeça da fíbula.
Assinale a alternativa correta:
A alternativa "E " está correta.
Estão incorretas as sentenças I e II. Na primeira, a relação é contrária ao que está descrito. O
tendão do m. semimembranoso fica profundamente ao tendão do semitendinoso. Na sentença
II, no tubérculo de Gerdy insere-se o trato iliotibial. As demais alternativas estão corretas.
Referente à bursa suprapatelar, é correto afirmar que
A alternativa "B " está correta.
Como o próprio nome indica, a bursa suprapatelar localiza-se superiormente à patela e a
referência para sua palpação é a base da patela.
MÓDULO 3
 Reconhecer as técnicas de palpação das estruturas anatômicas da perna, tornozelo e
pé
PERNA
Os ossos que compõem o esqueleto da perna são a tíbia e a fíbula. Ambas foram abordadas
no módulo referente ao joelho e tiveram descritas suas estruturas da porção proximal.
TÍBIA
FÍBULA
TÍBIA
Mais espessa, tem o papel de transferir a maior parte das forças que incidem do joelho para o
tornozelo. Sua diáfise fica exposta na região medial da perna com uma margem anterior bem
saliente.
FÍBULA
Na sua porção proximal, tem uma relação palpatória com as estruturas do joelho. Inferiormente
à cabeça e ao colo, sua diáfise delgada é encoberta pela musculatura do compartimento lateral
da perna. No seu terço distal, a fíbula volta novamente a ser mais superficial e, na sua
extremidade distal, tem uma proeminência na articulação do tornozelo, que é o maléolo lateral.
ETAPA03
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Para palpar a tíbia, o examinador pode pegar a tuberosidade da tíbia como referência e iniciar
a palpação no terço médio da perna até a face anterior do tornozelo. Na sua porção distal,
além da borda anterior, a projeção medial e arredondada é o maléolo tibial, como vemos na
imagem a seguir.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Estruturas ósseas de tíbia e fíbula no seu terço médio e distal.
OSSOS DO PÉ
Os ossos do pé são divididos em três regiões:
TARSO
METATARSO
FALANGES
Os ossos do tarso são: tálus, calcâneo, navicular, cuboide e os cuneiformes — medial,
intermédio e lateral. Metatarsos I a V a contar do hálux e falanges proximais, médias e distais,
sendo que o hálux possui apenas a falange proximal e distal. Além disso, na cabeça do I
metatarso na sua face plantar, temos dois ossos sesamoides medial e lateral, como mostra a
imagem.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Ossos do pé.
Vejamos sobre cada um desses ossos:
Tálus – Osso logo abaixo da pinça maleolar que juntamente com tíbia e fíbula formam a
articulação do tornozelo. O examinador deve realizar uma pinça com o polegar e o indicador,
explorar a superfície articular do tálus (tróclea) e o colo do tálus, anteriormente.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 171.
 Palpação do tálus. Vista anterior do pé.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 156.
 Palpação do tálus. Vista lateral do pé.
Na face lateral, o tálus também é palpável e a cabeça do tálus situa-se anteriormente ao
maléolo fibular, conforme visível na foto.
Calcâneo – Osso irregular e localizado no retropé, articula-se superiormente com o tálus e
anteriormente com o cuboide e o navicular. Suas bordas medial e lateral ficam bem expostas, o
que facilita a palpação. Na face plantar, o calcâneo é revestido de um coxim adiposo que
auxilia no processo de amortecimento de impactos sobre o calcâneo.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 271.
 Palpação do calcâneo. Vista posterior.
Na foto, o examinador está indicando a palpação da área lisa e superior do calcâneo, ponto de
inserção do tendão do calcâneo (ou de Aquiles).
Navicular – Osso em forma de barco, localiza-se anteriormente ao tálus e articula-se
posteriormente com a cabeça do tálus e anteriormente com os cuneiformes lateral, intermédio
e medial. Na sua face medial, há uma saliência — tubérculo do osso navicular. O examinador
tem como referência o arco longitudinal medial do pé.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 163.
 Palpação do tubérculo do navicular. Vista medial do pé.
Na foto, o examinador está indicando a palpação do tubérculo do navicular na borda medial do
pé. (1) Tendão do m. tibial posterior e sua relação com o navicular.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 172.
 Palpação do navicular. Vista dorsal do pé.
Na sua face dorsal, ao examinar o navicular, deve-se colocar o indicador levemente fletido
anteriormente à cabeça do tálus, a partir da referência do tubérculo do navicular, na borda
medial do pé, conforme mostra a foto. O examinador realiza um “gancho” com o dedo indicador
a partir do tubérculo do navicular.
Cuneiformes – No tarso, temos três ossos cuneiformes: lateral, intermédio e medial. Os
referidos ossos estão posicionados entre as bases dos I e III metatarsos e navicular. O
examinador deve colocar o indicador no dorso, após a delimitação do tálus. Em seguida, o
avaliador deve direcionar o seu dedo indicador e guiar-se pelas bases metatarsais.
 ATENÇÃO
O cuneiforme medial está alinhado com o I, o cuneiforme intermédio com o II e o cuneiforme
lateral com III metatarso.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 172.
 Palpação dos cuneiformes. Vista dorsal do pé.
O examinador realiza um “gancho” com o dedo indicador a partir do tubérculo do navicular,
marcado através do dedo médio.
Cuboide – Osso localizado na face lateral do retropé e articulado com os IV e V metatarsos.
Esse osso é uma estrutura que compõe o arco longitudinal lateral do pé.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 152, adaptada por Julio
Guilherme Silva.
 Palpação do osso cuboide. Vista dorsolateral do pé.
Para palpá-lo, o examinador deve posicionar o dedo no V metatarso e deslizar o dedo indicador
no sentido posterior. Na base do V metatarso, há uma protuberância óssea, o tubérculo do V
metatarso. Logo em seguida, o examinador deve continuar a deslizar o dedo posteriormente e
perceberá uma depressão na borda lateral do pé. Ao encontrá-la, estará na face lateral do osso
cuboide, conforme mostra a foto. O examinador palpa a depressão na borda lateral do pé, após
o tubérculo do V metatarso (seta).
Metatarsos – Os cinco metatarsos são estruturas do médio pé e são fundamentais à
transferência de forças do retropé para o antepé. As cabeças metatarsais ficam mais expostas
no dorso e na região plantar.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 169.
 Palpação das cabeças metatarsais. Vista dorsal do pé.
Elas estão profundamente ao coxim adiposo e recobrem as cabeças metatarsais. Portanto, o
examinador deve solicitar ao indivíduo/paciente uma flexão dos dedos e, a partir desse
movimento, as cabeças metatarsais ficam mais evidentes, conforme vemos na foto. Após a
identificação das cabeças, com a palpação bidigital, o examinador deve deslizar os dedos da
cabeça para a base metatarsal.
LIGAMENTOS DO TORNOZELO
De acordo com as referências ósseas do pé descritas nesta seção, os principais pontos-chave
para análise dos ligamentos do compartimento lateral e medial do tornozelo são os maléolos.
Os ligamentos laterais e mediais do tornozelo se fixam nas bordas inferiores dos respectivos
maléolos. Assim, como os maléolos são bastante superficializados, o examinador pode
explorar o território com certa facilidade.
LIGAMENTOS LATERAIS
Na região lateral do tornozelo, os ligamentos são: talofibular anterior, talofibular posterior e o
calcaneofibular. Esses três ligamentos são responsáveis por limitar o movimento de inversão
do pé.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 196.
 Palpação do ligamento talofibular anterior.
Ligamento talofibular anterior – O examinador deve identificar a margem anterior da porção
inferior do maléolo fibular (ou lateral).Na margem anterior, por meio do seu ponto médio, o
examinador palpa com o dedo indicador na frente da margem anterior. As fibras do ligamento
são mais horizontalizadas, têm um trajeto anterior e fixam-se na cabeça anterior do tálus.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 196.
 Palpação do ligamento calcaneofibular.
Ligamento calcaneofibular – Suas fibras são oblíquas no sentido anteroposterior e seu ponto
de fixação proximal é na porção mais baixa da margem inferior do maléolo fibular. O ligamento
calcaneofibular na sua porção distal se fixa na face lateral do calcâneo. O examinador deve
identificar a margem inferior e, em seguida, palpar logo abaixo da margem inferior do maléolo
inferior.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 196.
 Palpação do ligamento talofibular posterior.
Ligamento talofibular posterior – Suas fibras são mais transversais e têm uma fixação na
face mais interna do maléolo lateral, posteriormente. O examinador palpa, com o indicador, a
margem posterior do maléolo fibular.
LIGAMENTOS MEDIAIS
Na face medial da articulação do tornozelo, há um complexo ligamentar denominado ligamento
deltoide. Os ligamentos que o compõem são: tibionavicular; tibiotalar anterior; talofibular
anterior; talofibular posterior. Esses ligamentos são responsáveis por limitar o movimento de
eversão do pé, são bem resistentes e promovem grande estabilidade do compartimento medial
do tornozelo.
Para palpá-los, o examinador tem como ponto-chave a borda ou margem inferior do maléolo
medial. Na sua porção anterior, temos os ligamentos tibiotalar anterior e tibionavicular.
O tibiotalar anterior se insere na porção anterior e medial da cabeça do tálus.

Já o ligamento tibionavicular fixa-se no tubérculo navicular.
 SAIBA MAIS
O ligamento tibiocalcanear tem a sua inserção no sustentáculo do tálus e, por fim, o ligamento
tibiotalar posterior tem uma fixação no tubérculo posterior do tálus.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 395.
 Palpação do ligamento deltoide.
O examinador coloca os dedos indicador, médio e anelar logo abaixo do maléolo para delimitar
os feixes do deltoide. O indicador palpa o feixe anterior (tibionavicular e tibiotalar anterior); o
dedo médio toca o feixe médio (tibiocalcanear); e o dedo anelar palpa o feixe posterior
(tibiotalar posterior), conforme a foto.
MÚSCULOS DA PERNA
Os grupamentos musculares da perna são divididos em três compartimentos ou lojas: anterior,
lateral e posterior. A face medial da perna é ocupada pela tíbia e, assim, não existem músculos
na referida face. Os músculos que ali estão são responsáveis pelos movimentos do tornozelo e
dedos do pé.
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 ATENÇÃO
Cabe ressaltar que os únicos músculos localizados na perna que, além do tornozelo, movem o
joelho são os gastrocnêmios lateral e medial, vistos na seção de músculos posterior do joelho e
fossa poplítea.
MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO OU
LOJA ANTERIOR DA PERNA
Nessa região da perna, temos quatro músculos: tibial anterior, extensor longo do hálux,
extensor longo dos dedos e fibular terceiro. Esse grupamento realiza a dorsiflexão do pé,
sendo o músculo tibial anterior o principal desse movimento. Além disso, os músculos que se
inserem nos dedos fazem sua extensão.
Vejamos cada um desses músculos:
Tibial anterior – O seu ventre localiza-se lateralmente à borda anterior da tíbia. Esse músculo
tem um trajeto anteromedial e insere-se na borda medial do pé, anterior ao tubérculo do
navicular.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 361.
 Palpação do ventre do m. tibial anterior.
Para examiná-lo, o examinador solicita ao paciente/indivíduo uma dorsiflexão para acompanhar
todo o seu trajeto do ventre até o tendão no cuneiforme medial. O examinador, com o indicador
e o polegar, identifica o músculo em questão na sua porção proximal.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 361.
 Palpação do tendão do m. tibial anterior.
O examinador aponta com o indicador para o tendão cruzando anteriormente na face anterior
do tornozelo.
Extensor longo do hálux – Esse músculo do compartimento anterior possui origem na
margem medial da fíbula e membrana interóssea. Seu tendão também cruza anteriormente o
tornozelo. Assim, é facilmente identificado pelo examinador que solicita ao paciente/indivíduo
uma extensão do hálux, com resistência na falange distal, conforme a foto a seguir.
 
Foto: Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. JUNQUEIRA, 2010, p. 363.
 Palpação do tendão do extensor do hálux.
Extensor longo dos dedos e fibular terceiro – O tendão do m. extensor longo dos dedos fica
lateralmente ao tendão do extensor do hálux. Este emite tendões para o segundo ao terceiro
dedo e o seu ventre localiza-se lateralmente à borda anterior da tíbia.
 Palpação do tendão do extensor longo dos dedos.
Para palpá-lo, solicita-se ao paciente/indivíduo uma extensão dos dedos contra resistência.
Como é um músculo policaudado, todos os tendões são visíveis no dorso. Na foto, o
examinador aponta, com os dedos indicador e médio, sua estrutura a partir de uma extensão
do hálux.
Já o músculo fibular terceiro tem seu ventre unido ao extensor longo dos dedos, entretanto, o
seu tendão se destaca e se insere na base do V metatarso. Portanto, para visualizar o fibular
terceiro, o examinador coloca o pé do indivíduo/paciente apoiado e solicita ao examinado uma
eversão do pé. Nesse momento, o tendão do fibular terceiro ficará mais evidente na sua
inserção.
Na foto, o paciente/indivíduo realiza uma eversão do pé contra resistência. O examinador, com
o dedo indicador, palpa o tendão na sua porção distal.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 126.
 Palpação do músculo fibular terceiro.
MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO OU
LOJA LATERAL DA PERNA
Os músculos do compartimento lateral da perna são os fibulares longo e curto. Esses músculos
passam posteriormente no maléolo lateral. Esse espaço entre a borda posterior do final da
diáfise da fíbula e do maléolo lateral é chamado de goteira retromaleolar lateral.
FIBULAR LONGO E CURTO
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Os ventres ficam bem aderidos à fíbula e passam posteriormente ao maléolo lateral na goteira
retromaleolar. O fibular curto insere-se na face proximal do V metatarso na base. Quanto ao
tendão do fibular longo, tem um trajeto para a margem medial do pé e se insere na face plantar
do cuneiforme medial e no I metatarso.
Assim, para visualizar os músculos fibulares, o examinador solicita ao indivíduo/paciente uma
eversão do pé, contrarresistência, conforme a foto a seguir.
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 129.
 Palpação dos músculos fibular longo e curto.
O examinador solicita uma eversão e, nesse momento, observa o ventre do m. fibular longo (1)
e o seu tendão na goteira retromaleolar lateral (2). Além disso, durante a manobra, o ventre do
m. fibular curto (3) fica evidenciado. Na foto, o examinador mostra, com o dedo indicador, o
tendão do fibular curto dirigindo-se para a base do V metatarso.
MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO OU
LOJA POSTERIOR DA PERNA
O compartimento ou a loja posterior contempla os músculos com os ventres mais volumosos
da perna. Esse compartimento é dividido em parte superficial e profunda:
REGIÃO SUPERFICIAL
COMPARTIMENTO PROFUNDO
REGIÃO SUPERFICIAL
Temos o tríceps sural ou tríceps da perna, formado pelos músculos gastrocnêmios lateral e
medial e o sóleo. Além disso, há o músculo plantar em uma situação mais profunda ao
gastrocnêmio lateral e não há como palpá-lo.
COMPARTIMENTO PROFUNDO
Existem três músculos que cruzam posteriormente o maléolo medial: tibial posterior, flexor
longo do hálux e flexor longo dos dedos. A região por onde passam os músculos supracitados
é denominada goteira retromaleolar medial, isto é, o espaço anatômicoentre o tendão do
tríceps sural e o maléolo medial posteriormente.
Com relação aos músculos superficiais, os gastrocnêmios já foram apresentados nos módulos
de joelho. O sóleo situa-se profundamente aos gastrocnêmios.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 136.
 Palpação do músculo sóleo.
Em função do posicionamento do sóleo, para palpá-lo, o examinador deve posicionar o
paciente/indivíduo em decúbito ventral, pé em flexão plantar concomitantemente à flexão do
joelho. Nessa manobra, o m. sóleo se interpõe entre os músculos fibulares longo e curto. O
examinador mostra a área para abordagem palpatória do músculo sóleo (1), situado entre o m.
fibular curto (2) e o m. fibular longo (3) na face lateral da perna.
CAMADA PROFUNDA
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 139.
 Palpação do músculo tibial posterior.
Tibial posterior – O músculo tibial posterior é o mais importante inversor do pé. Sua inserção
é na face plantar dos ossos navicular e cuneiforme medial. Seu tendão possui uma posição
singular e tem uma relação direta com maléolo medial. O tendão fica alojado no sulco para o
tendão do m. tibial posterior. Tal fato torna a palpação mais simples. O examinador impõe uma
leve resistência à inversão e logo perceberá o tendão em destaque no sulco. Na foto, o
examinador resiste à inversão com a mão direita e aponta com o indicador o ressalto
promovido pela manobra, identificando o tendão do tibial posterior passando no sulco da tíbia
na goteira retromaleolar medial.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 143.
 Palpação do músculo flexor longo hálux.
Flexor longo do hálux – Esse músculo é o mais profundo da região. Seu ventre é bastante
volumoso entre a borda medial do m. tríceps sural e borda medial da tíbia. Na palpação, o
examinador deve solicitar ao paciente/indivíduo uma flexão do hálux além da flexão plantar.
Assim, o ventre do hálux acentua o seu volume próximo ao tendão do calcâneo.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 141.
 Palpação do músculo flexor longo dos dedos.
Flexor longo dos dedos – Possui o ventre mais delgado dentre os músculos da camada
profunda. O seu tendão fica mais exposto no terço distal na perna, posteriormente ao tendão
do m. tibial posterior. Na palpação, o examinador deve solicitar ao paciente/indivíduo uma
flexão dos dedos com o pé em flexão plantar. Assim, o tendão do flexor dos dedos surge logo
posterior ao tendão do m. tibial posterior. Na foto, o examinador, com o dedo indicador, palpa o
tendão do m. flexor longo dos dedos, após a sua contração.
ESTRUTURAS VASCULONERVOSAS DA
PERNA E DO PÉ
NERVO FIBULAR COMUM
O nervo fibular comum, como foi visto no módulo de joelho, é bastante superficializado e
origina-se a partir da porção fibular do nervo isquiático:
Ao se aproximar da fossa poplítea, a porção fibular do nervo isquiático se lateraliza e segue
próxima ao tendão do bíceps da coxa.
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Nesse momento, transforma-se em nervo fibular comum no colo da fíbula, no qual penetra
anteriormente através de suas fibras e divide-se em nervo fibular superficial e profundo.
ESTRUTURAS VASCULONERVOSAS DA
GOTEIRA MEDIAL
Na palpação da goteira retromaleolar medial, além dos tendões supracitados na camada
profunda, temos: o nervo tibial, a artéria tibial posterior e suas duas veias satélites.
 SAIBA MAIS
Nessa região, é possível verificar o pulso tibial, importante para analisar o comportamento de
fluxo arterial no membro inferior.
No momento em que a artéria tibial posterior passa sob o retináculo flexor, ramifica-se e emite
os nervos plantares lateral e medial, conforme vemos indicado pela seta na imagem a seguir.
 
Imagem: Manual fotográfico dos testes ortopédicos e neurológicos. CIPRIANO, 2012, p. 460,
adaptada por Julio Guilherme Silva.
 Estrutras vasculonervosas que passam pela goteira retromaleolar medial.
Na região, trafegam o nervo tibial, a artéria tibial posterior e suas veias satélites. O nervo tibial
posterior, quando cruza o retináculo flexor, bifurca-se e origina os nervos plantar lateral e
medial.
ARTÉRIA DORSAL DO PÉ
A artéria dorsal do pé, na verdade, é a continuação da artéria tibial anterior quando cruza o
retináculo extensor. Após passar essa estrutura anatômica, a artéria tibial anterior passa a se
chamar artéria dorsal do pé. Ela se prolonga até o primeiro espaço intermetatarsal, onde
termina e saem seus ramos terminais: a artéria arqueada e profunda plantar.
 
Imagem: Atlas de anatomia humana. TANK; GEST, 2009, p. 147.
 Artéria dorsal do pé e o seu trajeto.
 
Foto: Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. TIXA, 2009, p. 187, adaptada por Julio
Guilherme Silva.
 Local de palpação da artéria dorsal do pé, na porção proximal dos tendões do extensor
longo dos dedos e do hálux (seta).
Para palpar a artéria dorsal do pé e identificar o pulso pedioso, o examinador deve palpar e
identificar os tendões do extensor longo dos dedos e do hálux. Sua importância está em ser o
ponto de verificação do pulso pedioso e de análise do fluxo arterial no membro inferior.
PALPAÇÃO DAS ESTRUTURAS MÚSCULO
LIGAMENTARES
O especialista Julio Guilherme Silva demonstra a palpação das estruturas da perna, tornozelo e
pé.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
O TUBÉRCULO DO V METATARSO É REFERÊNCIA PARA
ENCONTRARMOS
A) o tendão do extensor longo do hálux.
B) o tendão do flexor longo do hálux.
C) o tendão do fibular terceiro.
D) o tendão calcanear.
E) o tendão do tibial posterior.
QUANDO EXAMINADOR PALPA COM O DEDO INDICADOR A PORÇÃO
MAIS POSTERIOR DA BORDA INFERIOR DO MALÉOLO MEDIAL,
REFERE-SE
A) ao ligamento tibiocalcanear.
B) ao ligamento tibiotalar anterior.
C) ao ligamento tibiotalar posterior.
D) ao ligamento tibiofibular anterior.
E) ao ligamento tibionavicular.
GABARITO
O tubérculo do V metatarso é referência para encontrarmos
A alternativa "C " está correta.
O tubérculo do V metatarso é uma estrutura bastante proeminente na borda lateral do pé e é o
local de inserção dos músculos fibulares curto e terceiro. Dentre as opções da questão, a
correta é a alternativa C; os demais músculos têm inserções completamente distantes da
estrutura óssea supracitada.
Quando examinador palpa com o dedo indicador a porção mais posterior da borda
inferior do maléolo medial, refere-se
A alternativa "C " está correta.
O ligamento deltoide tem sua fixação no maléolo medial a partir de sua borda inferior. Portanto,
na sua face mais posterior da borda do maléolo tibial, encontram-se as fibras do ligamento
tibiotalar posterior. As alternativas A, B e E, apesar de pertencerem ao ligamento deltoide, têm
sua fixação distinta da descrita no enunciado. Já a opção D está fora do escopo, pois
relaciona-se com a fíbula.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, evidenciamos as principais estruturas anatômicas palpáveis da pelve e
membros inferiores. Por meio da anatomia palpatória, identificamos no indivíduo pontos de
relevância para o exame físico, possibilitando a tomada de decisões de acordo com os
resultados que forem observados.
Tal conhecimento prévio também é relevante para o desenvolvimento de habilidades na área
da saúde, pois possibilita a avaliação da integridade de uma estrutura e até permite o
tratamento fisioterápico de uma tendinite, por exemplo. Vivemos uma época em que cada vez
mais os diagnósticos se baseiam na realização de exames de imagem, abandonando, por
vezes, o exame físico do indivíduo para a tomada de decisões.
Os exames de imagem são complementares ao diagnóstico, uma investigação pela palpação
ainda é o método mais acurado para o desenvolvimento de uma hipótese diagnóstica plausível.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CAEL, C. Anatomia palpatória e funcional. São Paulo: Manole, 2013.
CIPRIANO, J. J. Manual fotográfico dos testes ortopédicos e neurológicos. 5. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2012. 
HELFENSTEIN JUNIOR,M.; KUROMOTO, J. A síndrome anserina. Revista Brasileira de
Reumatologia, Campinas, v. 50, n. 3, p. 313-27, 2010.
JUNQUEIRA, L. Anatomia palpatória e seus aspectos clínicos. Rio de Janeiro: Guanabara-
Koogan, 2010.
TANK, P. W.; GEST, T. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2009.
TIXA, S. Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. 3. ed. São Paulo: Manole, 2009.
v. 2.
EXPLORE+
Quer saber mais sobre o que os anatomistas denominam de “pata de ganso”? Busque no
portal SciELO o artigo A síndrome anserina, de Milton Helfenstein Jr. e Jorge Kuromoto, que
trata de alterações nesse complexo dos tendões de vários músculos.
CONTEUDISTA
Julio Guilherme Silva
 CURRÍCULO LATTES
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