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1 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck Objetivo 1- Estudar a anatomia dos ossos, músculos e articulações do membro inferior. Membros inferiores ↠ Os membros inferiores sustentam todo o peso do corpo na posição ereta e são submetidos a forças excepcionais quando saltamos ou corremos. Portanto, não é surpreendente que os ossos dos membros inferiores sejam mais grossos e mais fortes do que os dos membros superiores. Os três segmentos de cada membro inferior são a coxa, a perna e o pé (MARIEB, 3ª ed.). Ossos ↠ Cada membro inferior apresenta 30 ossos em quatro locais diferentes: (TORTORA, 14ª ed.). ➢ o fêmur na coxa; ➢ a patela; ➢ a tíbia e fíbula na perna; ➢ os 7 ossos tarsais no tornozelo, os 5 ossos metatarsais no metatarso e as 14 falanges (ossos dos dedos) no pé. ESQUELETO DA COXA FÊMUR ↠ O fêmur é o único osso da coxa (MARIEB, 7ª ed.). ↠ É o maior, mais longo e mais forte osso do corpo. Sua estabilidade é consequência do fato de que ele pode suportar tensões que podem alcançar 280 kg por cm2, ou 2 toneladas por polegada quadrada (MARIEB, 7ª ed.). ↠O fêmur é envolvido por músculos volumosos que nos impedem de palpá-lo ao longo da coxa. Seu comprimento representa aproximadamente um quarto da altura da pessoa (MARIEB, 3ª ed.). ↠ O fêmur posiciona-se cada vez mais medialmente, à medida que inclina-se em direção ao joelho. Esse posicionamento coloca as articulações do joelho mais próximas ao centro de gravidade do corpo na linha mediana, proporcionando assim um melhor equilíbrio (MARIEB, 7ª ed.). Segundo TORTORA, esse ângulo é denominado ângulo da diáfise femoral (ângulo de convergência). Esse trajeto do fêmur, de lateral para medial, é mais pronunciado nas mulheres por causa de sua pelve mais larga. Assim, há um ângulo grande na articulação entre o fêmur e a tíbia (um dos ossos da perna), que é vertical. Isso pode contribuir para a maior incidência de problemas no joelho em atletas do sexo feminino. (MARIEB, 7ª ed.). ↠ Sua extremidade proximal se articula com o acetábulo do osso do quadril. Sua extremidade distal se articula com a tíbia e a patela (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A extremidade proximal do fêmur consiste em uma cabeça arredondada que se articula com o acetábulo do osso do quadril, formando a articulação do quadril. A cabeça contém uma pequena depressão central chamada fóvea da cabeça do fêmur (TORTORA, 14ª ed.). O ligamento da cabeça do fêmur liga a fóvea da cabeça do fêmur ao acetábulo do osso do quadril (TORTORA, 14ª ed.). A região proximal do fêmur é “curva” (em forma de L) de modo que o eixo longitudinal da cabeça e do colo projeta-se em sentido superomedial e forma um ângulo com o corpo oblíquo. Esse ângulo de inclinação obtuso é maior (quase formando uma linha reta) ao APG 13 – “O PASSO EM FALSO DO FENÔMENO” 2 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck nascimento e diminui gradualmente (torna-se mais agudo) até ser alcançado o ângulo do adulto (115 a 140°, média de 126°) (MOORE, 8ª ed.) O ângulo de inclinação é menor nas mulheres em razão da maior largura entre os acetábulos (consequência da pelve menor mais larga) e da maior obliquidade do corpo do fêmur. O ângulo de inclinação permite maior mobilidade do fêmur na articulação do quadril porque coloca a cabeça e o colo mais perpendiculares ao acetábulo na posição neutra (MOORE, 8ª ed.) ↠ O colo do fêmur é uma região estreitada distal à cabeça. A fratura de quadril refere-se mais frequentemente à fratura do colo do fêmur do que à fratura dos ossos do quadril (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O trocanter maior e o trocanter menor são projeções da junção do colo com a diáfise que servem de pontos de inserção para os tendões de alguns músculos da coxa e das nádegas (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O trocanter maior é a proeminência palpável e visível anteriormente à concavidade lateral do quadril. É um referencial comumente usado para localizar a área de injeções intramusculares na face lateral da coxa. O trocanter menor é inferior e medial ao trocanter maior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Entre as faces anteriores dos trocanteres, encontramos uma linha intertrocantérica estreita. Uma crista chamada crista intertrocantérica aparece entre as faces posteriores dos trocanteres (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Inferiormente à crista intertrocantérica, na face posterior do corpo do fêmur, existe uma elevação vertical chamada tuberosidade glútea, que se funde com outra elevação vertical chamada linha áspera. Ambas as elevações atuam como pontos de inserção para os tendões de vários músculos da coxa (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A extremidade distal expandida do fêmur engloba o côndilo medial e o côndilo lateral (formato de roda, que se articulam com a tíbia) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Uma área deprimida entre os côndilos na face posterior é chamada fossa intercondilar (profunda, em forma de U, e superior a esta fossa situa-se a face poplítea, uma área lisa na diáfise do fêmur). A face patelar lisa se encontra localizada entre os côndilos na face anterior, articula-se com a patela (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os epicôndilos medial e lateral (locais de fixação muscular) limitam os côndilos superiormente. Na parte superior do epicôndilo medial encontra-se uma saliência, o tubérculo do adutor. (MARIEB, 3ª ed.). Uma projeção rugosa que é local de inserção do músculo adutor magno (TORTORA, 14ª ed.). PATELA ↠ A patela ("panela pequena") é um osso sesamóide triangular que fixa os músculos anteriores da coxa na tíbia e é envolvido pelo tendão do quadríceps (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Localizada anteriormente na articulação do joelho (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A larga extremidade proximal desse osso sesamoide incrustado no tendão do músculo quadríceps femoral é chamada de base; a extremidade pontiaguda distal é chamada de ápice (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A face articular posterior contém duas faces, uma para o côndilo medial e a outra para o côndilo lateral do fêmur. O ligamento da patela fixa a patela à tuberosidade da tíbia (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A junção patelofemoral, entre a face posterior da patela e a face patelar do fêmur, é o componente intermediário da articulação do joelho (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A patela aumenta o efeito de alavanca do tendão do músculo quadríceps femoral, mantém a posição do tendão quando o joelho flexiona e protege a articulação do joelho (TORTORA, 14ª ed.). 3 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ESQUELETO DA PERNA ↠ Dois ossos paralelos, a tíbia e a fíbula, formam o esqueleto da perna, a região do membro inferior entre o joelho e o tornozelo. Esses dois ossos são conectados pela membrana interóssea e articulam-se entre si nas epífises proximais e distais (MARIEB, 3ª ed.) TÍBIA ↠ A tíbia ("canela") recebe o peso do corpo a partir do fêmur e o transmite para os pés. É o segundo maior osso em comprimento e força (MARIEB, 3ª ed.) ↠ Localizada medialmente (MARIEB, 7ª ed.) O termo tíbia quer dizer flauta, pois os ossos tibiais de pássaros eram usados antigamente para fazer instrumentos musicais (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A tíbia se articula em sua extremidade proximal com o fêmur e a fíbula e em sua extremidade distal com a fíbula e o tálus do tornozelo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A extremidade proximal da tíbia é expandida em um côndilo lateral e um côndilo medial. Esses côndilos se articulam com os côndilos do fêmur para formar a articulação do joelho, lateral e medialmente (TORTORA, 14ª ed.). Na região inferior do côndilo lateral da tibia existe uma faceta para a articulação tibiofibular proximal (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Os côndilos ligeiramente côncavos são separados por uma projeção superior chamada eminência intercondilar. A tuberosidade da tíbia na face anterior é o ponto de inserção do ligamento da patela (TORTORA, 14ª ed.).↠ Inferiormente, em continuidade com a tuberosidade da tíbia, há uma crista aguda que pode ser palpada abaixo da pele, conhecida como margem anterior (crista) ou, popularmente, canela (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A face medial da extremidade distal da tíbia forma o maléolo medial. Essa estrutura se articula com o tálus do tornozelo e forma a proeminência que pode ser palpada na face medial do tornozelo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A incisura fibular se articula com a extremidade distal da fíbula para formar a sindesmose tibiofibular (TORTORA, 14ª ed.). De todos os ossos longos do corpo, a tíbia é a mais frequentemente fraturada e, também, o local mais constante de fratura aberta (composta ou exposta) (TORTORA, 14ª ed.). FÍBULA ↠ A fíbula é paralela e lateral à tíbia, porém é consideravelmente menor. Diferentemente da tíbia, a fíbula não se articula com o fêmur, porém ajuda a estabilizar a articulação do tornozelo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A cabeça da fíbula, a extremidade proximal, se articula com a face inferior do côndilo lateral da tíbia abaixo do nível da articulação do joelho para formar a articulação tibiofibular (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A extremidade distal tem forma mais triangular e apresenta uma projeção chamada maléolo lateral que se articula com o tálus do tornozelo e forma a proeminência na face lateral do tornozelo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Conforme observado antes, a fíbula também se articula com a tíbia na incisura fibular para formar a sindesmose tibiofibular (TORTORA, 14ª ed.). A diáfise da fíbula é bastante sulcada - a fíbula não suporta peso, mas vários músculos se originam a partir dela (MARIEB, 7ª ed.). Segundo Marieb 3ª ed., a fíbula parece ter sido torcida um quarto de volta. MNEMÔNICO para localizar a fíbula e a tíbia: A FÍBULA É LATERAL. ESQUELETO DO PÉ ↠ O esqueleto do pé compreende os ossos tarsais, os ossos metatarsais e as falanges, ou ossos do dedo do pé (TORTORA, 14ª ed.). 4 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ↠ O pé tem duas funções importantes: ele suporta o peso do corpo e atua como uma alavanca para impulsionar o corpo para a frente durante uma caminhada ou corrida. Um único osso poderia servir a ambos os propósitos, mas teria um desempenho pobre em um terreno irregular. Sua estrutura multicomponente torna o pé flexível, evitando esse problema (MARIEB, 7ª ed.). TARSO ↠ O tarso (tornozelo) é a região proximal do pé que consiste em 7 ossos tarsais, incluindo o tálus e o calcâneo, localizados na parte posterior do pé (TORTORA, 14ª ed.). O peso do corpo é suportado principalmente pelos dois maiores ossos tarsais, mais posteriores: o tálus (“tornozelo”), que se articula com a tíbia e a fíbula superiormente, e o robusto calcâneo (“osso do calcanhar”), que forma o calcanhar do pé (MARIEB, 7ª ed.). ↠ O calcâneo é o maior e mais forte osso tarsal. Os ossos tarsais anteriores são o navicular, os 3 cuneiformes, chamados cuneiformes lateral, intermédio e medial, e o cuboide (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O espesso tendão calcâneo, ou de Aquiles, dos músculos da panturrilha fixa-se à superfície posterior do calcâneo (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A parte do calcâneo que toca o solo é a tuberosidade do calcâneo, e sua projeção em forma de prateleira que suporta parte do tálus é o sustentáculo do tálus ("suporte para o tálus") (MARIEB, 3ª ed.). As articulações entre os ossos tarsais são chamadas articulações intertarsais (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O tálus, o osso tarsal mais superior, é o único osso do pé que se articula com a tíbia e com a fíbula. Ele se articula de um lado com o maléolo medial da tíbia e do outro lado com o maléolo lateral da fíbula (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A tíbia articula-se com o tálus na tróclea do tálus (MARIEB, 3ª ed.). Essas articulações formam a articulação talocrural (tornozelo) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Durante uma caminhada, o tálus transmite cerca da metade do peso do corpo para o calcâneo. O restante é transmitido para os outros ossos tarsais (TORTORA, 14ª ed.). METATARSO ↠ O metatarso, região intermediária do pé, consiste em cinco ossos metatarsais numerados de I a V, de medial para lateral. Assim como os metacarpais da palma da mão, cada metatarsal consiste em uma base proximal, uma diáfise intermediária e uma cabeça distal (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os ossos metatarsais se articulam proximalmente com o primeiro, o segundo e o terceiro cuneiformes e com o cuboide para formar as articulações tarsometatarsais. Distalmente, eles se articulam com a fileira proximal de falanges para formar as articulações metatarsofalângicas (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O primeiro metatarsal é mais espesso que os outros porque sustenta mais peso (TORTORA, 14ª ed.). 5 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ↠ Os metatarsais são mais aproximadamente paralelos uns aos outros do que os metacarpais na palma da mão (MARIEB, 7ª ed.). ↠ Distalmente, onde os metatarsais articulam -se com as falanges proximais dos dedos dos pés, a cabeça alargada do primeiro metatarsal constitui a chamada “bola” do pé (tuberosidade do primeiro metatarsal) (MARIEB, 7ª ed.). ARCOS DO PÉ Uma estrutura composta de múltiplos componentes só pode suportar peso se for arqueada. O pé tem três arcos: arco longitudinal medial, arco longitudinal lateral e arco transverso. Esses arcos são mantidos pelo formato de intertravamento dos ossos do pé, por ligamentos fortes e pela tração de alguns tendões durante a atividade muscular (os ligamentos e tendões também proporcionam resiliência). Como resultado, os arcos “cedem” quando é aplicado peso sobre o pé, depois retornam a sua posição original quando o peso é removido (MARIEB, 7ª ed.). Se você examinar suas pegadas em areia molhada, vai ver que a margem medial do pé, do calcanhar à ponta distal do primeiro metatarso, não deixa impressão. Isso acontece porque o arco longitudinal medial faz a curva bem acima do chão. O tálus, perto da articulação talonavicular, é a “pedra-chave” desse arco, que se origina no calcâneo, sobe até o tálus e depois desce aos três metatarsais mais mediais (MARIEB, 7ª ed.). O arco longitudinal lateral é muito baixo, pois eleva a margem lateral do pé apenas o suficiente para redistribuir parte do peso do corpo para o calcâneo e parte para a cabeça do quinto metatarsal (isto é, para as duas extremidades do arco). O osso cuboide é a pedra-chave desse arco lateral (MARIEB, 7ª ed.). Os dois arcos longitudinais servem como pilares para o arco transverso, que corre obliquamente de um lado ao outro do pé, seguindo a linha das articulações tarsometatarsais (MARIEB, 7ª ed.). Juntos, os três arcos formam uma meia cúpula, que distribui para os ossos do calcanhar aproximadamente metade do peso de uma pessoa, em pé e caminhando, e a outra metade para as cabeças dos metatarsais (MARIEB, 7ª ed.). Como mencionado anteriormente, vários tendões correm abaixo dos ossos do pé e ajudam a apoiar os arcos do pé. Os músculos associados a esses tendões são menos ativos quando a pessoa está em pé do que caminhando. Portanto, pessoas que ficam o dia todo em pé em seu trabalho podem desenvolver arcos caídos, ou “pés chatos”. Correr em superfícies duras também pode causar esse efeito de arcos caídos, a menos que a pessoa use sapatos que deem sustentação adequada aos arcos (MARIEB, 7ª ed.). Articulações ARTICULAÇÃO DO JOELHO ↠ A articulação do joelho (articulação tibiofemoral), a maior e mais complexa articulação do corpo, atua principalmente como uma diartrose cilíndrica. No entanto, também permite alguma rotação medial e lateral, quando em posição de flexão e durante o ato de extensão da perna (MARIEB, 7ª ed.). ↠ Trata-se de uma articulação do tipo gínglimo modificada (porque seu movimento principal é um movimento de dobradiça uniaxial) que consiste em 3 articulações dentro de uma únicacavidade articular: (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Lateralmente se encontra a articulação tibiofemoral, entre o côndilo lateral do fêmur, o menisco lateral e o côndilo lateral da tíbia, que consiste no osso de sustentação de peso da perna. ➢ Medialmente se encontra a outra articulação tibiofemoral, entre o côndilo medial do fêmur, o menisco medial e o côndilo medial da tíbia. ➢ A articulação femoropatelar é aquela intermediária entre a patela e a face patelar do fêmur - articulação plana que permite que a patela deslize pela extremidade distal do fêmur, quando o joelho é fletido. Entre os côndilos do fêmur e os meniscos em forma de C, ou cartilagens semilunares, localizados sobre os côndilos da tíbia. Além de aprofundar as rasas superfícies articulares da tíbia (os côndilos), os meniscos ajudam a prevenir a oscilação do fêmur sobre a tíbia e a absorver os choques transmitidos à articulação do joelho. No entanto, os meniscos são fixados apenas às margens externas da tíbia e com frequência são envolvidos em lesões (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A articulação do joelho é única, pois sua cavidade articular é apenas parcialmente recoberta pela cápsula. A 6 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck cápsula articular relativamente fina está presente apenas nas regiões lateral e posterior do joelho, onde ela cobre a maior parte dos côndilos do fêmur e da tíbia. Anteriormente, onde a cápsula está ausente, três amplos ligamentos seguem da patela até a tíbia (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Eles são o ligamento patelar, que é flanqueado pelos retináculos ("retentores") lateral e medial da patela, que se fundem imperceptivelmente com a cápsula articular de cada lado. O ligamento patelar e os retináculos são realmente continuações do tendão da volumosa musculatura do quadríceps da região anterior da coxa. Os médicos percutem o ligamento patelar para testar o reflexo de estiramento do joelho (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A cavidade sinovial da articulação do joelho tem uma forma complicada, com várias extensões que formam internamente pregas sinoviais, levando a um "beco sem saída". Pelo menos uma dúzia de bolsas sinoviais está associada a esta articulação (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Três tipos de ligamentos estabilizam e reforçam a cápsula da articulação do joelho. Dois tipos de ligamentos, capsulares e extracapsulares, atuam para prevenir a hiperextensão do joelho e são estirados quando o joelho é estendido. Dentre eles estão incluídos os seguintes: (MARIEB, 3ª ed.). ➢ Os ligamentos extracapsulares colaterais fibular e tibial também são críticos na prevenção da rotação lateral ou medial quando o joelho é estendido. O ligamento colateral tibial é largo e plano, situa-se entre o epicôndilo medial do fêmur e a diáfise da boia, abaixo de seu côndilo medial, e se funde ao menisco medial. ➢ O ligamento poplíteo oblíquo é realmente parte do tendão do músculo semimembranáceo que se funde com a cápsula e estabiliza a região posterior da articulação do joelho. ➢ O ligamento poplíteo arqueado forma um arco superiormente à cabeça da fíbula, por cima do músculo poplíteo, e reforça a cápsula articular posteriormente. ↠ Os ligamentos intracapsulares do joelho são chamados de ligamentos cruzados, pois se cruzam, formando um X no espaço entre os côndilos do fêmur. Eles ajudam a prevenir deslocamentos ântero-posteriores das superfícies articulares e estabilizam os ossos da articulação do joelho quando estamos em pé. Embora esses ligamentos encontrem-se dentro da cápsula articular, estão fora da cavidade sinovial, e a membrana sinovial quase cobre suas superfícies (MARIEB, 3ª ed.). 7 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ↠ Observe que os dois ligamentos cruzados projetam- se até o fêmur, sendo denominados de acordo com o seu local de fixação na tíbia. O ligamento cruzado anterior liga-se à área intercondilar anterior da tíbia. A partir daí, se dirige posteriormente, lateralmente e para cima para fixar-se ao fêmur no lado medial do côndilo lateral. Esse ligamento previne o deslizamento para a frente da tíbia em relação ao fêmur e impede a hiperextensão do joelho. Encontra-se um pouco relaxado quando o joelho está flexionado, e estirado quando o joelho é estendido (MARIEB, 3ª ed.). ↠ O ligamento cruzado posterior é mais forte e está ligado à área intercondilar posterior da tíbia, passando anteriormente, medialmente e para cima para ligar-se no lado lateral do côndilo medial do fêmur. Esse ligamento impede o deslocamento posterior da tíbia sob o fêmur ou o deslizamento anterior do fêmur (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A cápsula do joelho é fortemente reforçada por tendões musculares. Os mais importantes são os fortes tendões do quadríceps, na região anterior da coxa, e o tendão do músculo semimembranáceo, posteriormente. Quanto maior a força e o tônus desses músculos, menor a chance de lesões no joelho (MARIEB, 3ª ed.). O joelho é formado por uma estrutura que fornece um suporte estável para o corpo na posição ereta. Quando começamos a levantar, os côndilos do fêmur se deslocam como rolamentos sobre os rasos côndilos da tíbia e a perna flexionada começa a estender-se no joelho. Devido ao côndilo lateral do fêmur parar de rolar antes do côndilo medial, o fêmur gira (roda) medialmente sobre a tíbia, até que todos os principais ligamentos do joelho sejam torcidos e estirados e os meniscos sejam comprimidos. A tensão nos ligamentos efetivamente trava a articulação tomando-a uma estrutura rígida que não pode ser flexionada novamente até que seja destravada. Esse destravamento é realizado pelo músculo poplíteo, que gira o fêmur lateralmente sobre a tíbia, relaxando e distorcendo os ligamentos (MARIEB, 3ª ed.). ARTIGO: DIFERENÇA NA DEGENERAÇÃO ARTICULAR DE ACORDO COM O TIPO DE ESPORTE (JORGE ET. AL., 2018). Frequência de trabalho e sobrecarga articular são fatores importantes na destruição articular, que é caracterizada por danos ao tecido cartilaginoso. De fato, a exposição excessiva à sobrecarga leva ao desgaste articular precoce que é então perpetuado por uma cascata inflamatória que afeta todo o tecido articular. Portanto, atletas de alto desempenho submetidos a cargas de treinamento excessivas durante um curto período de tempo correm maior risco de desenvolver dano articular; os joelhos, em particular, tendem a ser superexpostos na maioria dos esportes. População do estudo consistia apenas de mulheres entre 18 e 25 anos, integrantes de equipes esportivas competitivas, incluindo futebol, voleibol, natação. Todas as participantes tinham que ter de 5 a 8 anos de treinamento no esporte. Quando os componentes articulares se degradam, são expelidos do tecido de origem e medidos com maior precisão no fluido articular. No entanto, ao estudar a osteoartrite, a medição de biomarcadores no sangue e na urina é feita por métodos menos agressivos e que ainda são eficazes e precisos. O telopeptídeo carboxiterminal de colágeno do tipo II (CTX-II) é um biomarcador de degradação articular. Como a primeira clivagem do colágeno tipo II articular catalisada pelas colagenases libera o epítopo CTX-II e este pode ser medido no sangue, na urina e no líquido sinovial, temos uma ferramenta poderosa para o diagnóstico precoce do desgaste articular. 8 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck O colágeno tipo II está presente em todas as articulações sinoviais; no entanto, a concentração de CTX-II é maior em pacientes com artrose do joelho e do quadril em comparação com a população geral O CTX-II é um biomarcador para a destruição da cartilagem, e um nível aumentado é um preditivo positivo para a redução do espaço articular. A degradação do colágeno tipo II foi maior entre as jogadoras de futsal, e foi significativamente diferente do grupo de controle. Essa discrepância era provávelporque esse esporte é praticado em um piso rígido, usa sapatos que não absorvem o choque, e tem frequentes mudanças na sobrecarga de direção nas articulações, especialmente nos joelhos (movimentos de pivô repetidos). Outro resultado notável é que a equipe de natação apresentou valores de CTX-II significativamente menores em comparação ao grupo de controle. Em outras palavras, a natação foi um fator de proteção para o colágeno articular na população investigada. Este resultado é provavelmente devido a uma combinação de fatores conhecidos por proteger as articulações, incluindo exercícios aeróbicos, atividade debaixo impacto e fortalecimento dos músculos periarticulares. MOVIMENTOS ↠ Na articulação do joelho ocorrem flexão, extensão, ligeira rotação medial e lateral da perna na posição flexionada (TORTORA, 14ª ed.). ARTICULAÇÕES TIBIOFIBULARES ↠ A tíbia e a fíbula estão unidas por duas articulações: a articulação tibiofibular superior e a sindesmose tibiofibular (tibiofibular inferior). Além disso, uma membrana interóssea une os corpos dos dois ossos. As fibras da membrana interóssea e todos os ligamentos das duas articulações tibiofibulares seguem em sentido inferior da tíbia até a fíbula. Assim, a membrana e os ligamentos resistem fortemente à tração inferior da fíbula por oito dos nove músculos fixados a ela (MOORE, 8ª ed.). ARTICULAÇÃO TIBIOFIBULAR ↠ A articulação tibiofibular é uma articulação sinovial plana entre a face articular plana na cabeça da fíbula e uma face articular semelhante em posição posterolateral no côndilo lateral da tíbia (MOORE, 8ª ed.). ↠ Uma cápsula articular tensa circunda a articulação e fixa-se nas margens das faces articulares da fíbula e tíbia (MOORE, 8ª ed.). MOVIMENTO ↠ Há pequeno movimento da articulação durante a dorsiflexão do pé em virtude do encunhamento da tróclea do tálus entre os maléolos (MOORE, 8ª ed.). SINDESMOSE TIBIOFIBULAR ↠ A sindesmose tibiofibular é uma articulação fibrosa composta. É a união fibrosa da tíbia e fíbula por meio da 9 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck membrana interóssea (que une os corpos) e os ligamentos tibiofibulares anterior, interósseo e posterior (estes últimos formam a parte inferior da articulação, que une as extremidades distais dos ossos). A integridade da sindesmose tibiofibular é essencial para a estabilidade da articulação talocrural porque mantém o maléolo lateral firmemente contra a face lateral do tálus (MOORE, 8ª ed.). MOVIMENTO ↠ Há pequeno movimento da articulação para acomodar o encunhamento da porção larga da tróclea do tálus entre os maléolos durante a dorsiflexão do pé (MOORE, 8ª ed.). ARTICULAÇÃO TALOCRURAL (TORNOZELO) ↠ A articulação do tornozelo é uma diartrose cilíndrica, entre (1) as extremidades inferiores da tíbia e fíbula unidas e (2) o tálus do pé (MARIEB, 7ª ed.). ↠ A articulação do tornozelo tem uma cápsula que é fina anterior e posteriormente, mas espessada com ligamentos, medial e lateralmente (MARIEB, 7ª ed.). ↠ O robusto ligamento colateral medial (deltóideo) estende-se do maléolo medial da tíbia para uma longa linha de inserção nos ossos navicular e tálus e no sustentáculo do tálus do calcâneo. No outro lado do tornozelo, o ligamento colateral lateral consiste de três faixas que vão desde o maléolo lateral da fíbula aos ossos do pé: os ligamentos talofibulares anterior e posterior e o ligamento calcaneofibular, que se estende inferoposteriormente para atingir o calcâneo. Funcionalmente, os ligamentos colateral evitam o deslizamento anterior e posterior do tálus e do pé (MARIEB, 7ª ed.). ↠ Formando a profunda articulação do tornozelo com encaixe em forma de U, as extremidades inferiores da tíbia e da fíbula são unidas por ligamentos próprios: os ligamentos tibiofibulares anterior e posterior e a parte inferior da membrana interóssea. Esses ligamentos, constituintes sindesmose tibiofibular, estabilizam o encaixe de forma que forças provenientes do pé possam ser transmitidas até ele (MARIEB, 7ª ed.). MOVIMENTOS ↠ Essa articulação permite apenas a dorsiflexão e a flexão plantar (MARIEB, 7ª ed.). ARTICULAÇÃO INTERTARSAL ↠ As articulações intertarsais importantes são a articulação talocalcânea e a articulação transversa do tarso (articulações calcaneocubóidea e talocalcaneonavicular) (MOORE, 8ª ed.). ↠ A articulação talocalcânea entre o tálus e o calcâneo do tarso; a articulação talocalcaneonavicular entre o tálus, 10 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck o calcâneo e o navicular do tarso; articulação calcaneocubóidea entre o calcâneo e o cuboide do tarso (TORTORA, 14ª ed.). MOVIMENTOS ↠ A inversão e eversão ocorrem nas articulações intertarsais (MARIEB, 7ª ed.). ARTICULAÇÃO TARSOMETATARSAL ↠ Entre os três cuneiformes do tarso e a base dos 5 ossos metatarsais (TORTORA, 14ª ed.). ↠Estrutura: sinovial (plana); Funcional: diartrose (TORTORA, 14ª ed.). MOVIMENTO ↠ Ligeiro deslizamento (TORTORA, 14ª ed.). ARTICULAÇÃO METATARSOFALÂNGICA ↠ No pé, a flexão e a extensão ocorrem no antepé, nas articulações metatarsofalângica e interfalângica (MOORE, 8ª ed.). ↠ A inversão é potencializada por flexão dos dedos (sobretudo o hálux e o 2º dedo), e a eversão por sua extensão (sobretudo dos dedos laterais) (MOORE, 8ª ed.). ↠ Todos os ossos do pé proximais às articulações metatarsofalângicas são unidos pelos ligamentos dorsais e plantares. Os ossos das articulações metatarsofalângicas e interfalângicas são unidos pelos ligamentos colaterais lateral e medial (MOORE, 8ª ed.). Músculos MÚSCULOS DA REGIÃO GLÚTEA QUE MOVIMENTAM O FÊMUR Os músculos do membro inferior são maiores e mais potentes que os do membro superior devido às diferenças de funções. Enquanto os músculos do membro superior são caracterizados pela versatilidade dos movimentos, os músculos dos membros inferiores atuam na estabilidade, na locomoção e na manutenção da postura (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A maioria dos músculos que movimenta o fêmur se origina no cíngulo do membro inferior e se insere no fêmur (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos psoas maior e ilíaco compartilham uma inserção comum (trocanter menor do fêmur) e são coletivamente conhecidos como músculo iliopsoas (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Há três músculos glúteos: glúteo máximo, glúteo médio e glúteo mínimo. O músculo glúteo máximo é o maior e mais pesado dos três, além de ser um dos maiores do corpo e o principal extensor do fêmur. Na sua ação muscular reversa (AMR), é um potente extensor do tronco na articulação do quadril (TORTORA, 14ª ed.). 11 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ↠ Em geral, o músculo glúteo médio é mais profundo ao M. glúteo máximo e um poderoso abdutor do fêmur na articulação do quadril; é um local comum de injeção intramuscular (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O músculo glúteo mínimo é o menor dos glúteos, localizado profundamente ao músculo glúteo médio (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O músculo tensor da fáscia lata está localizado na face lateral da coxa. A fáscia lata é uma camada de fáscia profunda, composta de tecido conjuntivo denso que envolve toda a coxa. É bem desenvolvida lateralmente onde, junto com os tendões dos músculos tensor da fáscia lata e glúteo máximo, forma uma estrutura chamada de trato iliotibial. O trato iliotibial se insere no côndilo lateral da tíbia (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos piriforme, obturador interno, obturador externo, gêmeo superior, gêmeo inferior e quadrado femoral são profundos ao músculo glúteo máximo e funcionam como rotadores laterais na articulação do quadril (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos adutor longo, adutor curto e adutor magno são encontrados na face medial da coxa; originam- se no púbis e se inserem no fêmur. Esses três músculos aduzema coxa e são únicos na capacidade de rotação tanto medial quanto lateral da coxa. Quando o pé está no chão, esses músculos realizam a rotação medial da coxa, mas quando o pé está fora do chão, atuam como rotadores laterais da coxa. Essa ação é resultante da sua orientação oblíqua, de uma origem anterior até uma inserção posterior. Além disso, o adutor longo flexiona a coxa e o adutor magno estende a coxa (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O músculo pectíneo também aduz e flexiona o fêmur na articulação do quadril (TORTORA, 14ª ed.). Tecnicamente, os músculos adutores e pectíneo são componentes do compartimento medial da coxa. No entanto, foram incluídos aqui porque atuam no fêmur (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Na junção entre o tronco e o membro inferior há um espaço chamado trígono femoral, cuja base é formada superiormente pelo ligamento inguinal, medialmente pela margem lateral do músculo adutor longo e lateralmente pela margem medial do músculo sartório. O ápice é formado pelo cruzamento do adutor longo e músculo sartório. O conteúdo do trígono femoral, de lateral para medial, consiste no nervo femoral e seus ramos, na artéria femoral e vários de seus ramos, na veia femoral e suas tributárias proximais e nos linfonodos profundos (TORTORA, 14ª ed.). A artéria femoral é acessível com facilidade no trígono, sendo o local de inserção de cateteres que podem ser introduzidos até a aorta e, por fim, até as artérias coronárias no coração. Tais cateteres são utilizados durante o cateterismo cardíaco, a angiocoronariografia e outros procedimentos que envolvem o coração. Não raro, hérnias inguinais aparecem nessa área (TORTORA, 14ª ed.). 12 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck MÚSCULOS DA COXA QUE MOVIMENTAM O FÊMUR, A TÍBIA E A FÍBULA ↠ Uma fáscia profunda (septo intermuscular) separa os músculos da coxa que atuam no fêmur, na tíbia e na fíbula em compartimentos medial, anterior e posterior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A maioria dos músculos do compartimento medial (adutor) da coxa apresenta orientação similar e aduz o fêmur na articulação do quadril. (Ver músculos adutor magno, adutor longo, adutor curto e pectíneo, os quais são componentes do compartimento medial) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O músculo grácil, que também faz parte do compartimento medial, é longo e se estende pela face medial da coxa e do joelho. Esse músculo não apenas aduz a coxa como também faz rotação medial da coxa e flexão das pernas na articulação do joelho (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos do compartimento anterior (extensor) da coxa estendem a perna (e flexionam a coxa). Esse compartimento contém os músculos quadríceps femoral e sartório (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O músculo quadríceps femoral é o maior do corpo, cobrindo a maior parte das faces anterior e laterais da coxa. O músculo é, na verdade, um músculo composto, em geral descrito como 4 músculos separados: (1) reto femoral, na face anterior da coxa; (2) vasto lateral, na face lateral da coxa; (3) vasto medial, na face medial da coxa; e (4) vasto intermédio, localizado profundamente ao músculo reto femoral entre o músculo vasto lateral e o músculo vasto medial. O tendão comum para os 4 músculos, conhecido como tendão do músculo quadríceps, se insere na patela. O tendão continua abaixo da patela como ligamento da patela, o qual se prende à tuberosidade tibial. O músculo quadríceps femoral é o grande extensor da perna (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O músculo sartório é longo e estreito, formando uma faixa que cruza a coxa desde o ílio do osso do quadril até o lado medial da tíbia. Os vários movimentos que ele produz (flexão da perna na articulação do joelho e flexão, abdução e rotação lateral na articulação do quadril) ajudam a realizar a posição sentada de pernas cruzadas na qual o calcanhar de um membro é colocado sobre o joelho do membro oposto. Seu nome quer dizer músculo do alfaiate, porque os alfaiates muitas vezes adotam essa posição sentada de pernas cruzadas (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos do compartimento posterior (flexor) da coxa flexionam a perna (e estendem a coxa). Esse compartimento é composto por 3 músculos: bíceps femoral, semitendíneo e semimembranáceo. Visto que os músculos do compartimento posterior da coxa passam por duas articulações (quadril e joelho), são tanto extensores da coxa quanto flexores da perna (TORTORA, 14ª ed.). A fossa poplítea é um espaço em forma de diamante na face posterior do joelho, margeado lateralmente pelos tendões do músculo bíceps femoral e medialmente pelos tendões dos músculos semimembranáceo e semitendíneo (TORTORA, 14ª ed.). 13 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck MÚSCULOS DA PERNA QUE MOVIMENTAM O PÉ E OS DEDOS ↠ Os músculos que movimentam o pé e os dedos estão localizados na perna. Os músculos da perna, assim como aqueles da coxa, são divididos pela fáscia profunda em 3 compartimentos: anterior, lateral e posterior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O compartimento anterior da perna consiste em músculos que fazem dorsiflexão do pé. Em situação análoga ao punho, os tendões dos músculos do compartimento anterior são fixados firmemente ao tornozelo por espessamentos da fáscia profunda chamados de retináculos dos músculos extensores superior inferior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ No compartimento anterior, o músculo tibial anterior é longo e espesso, sendo encontrado na face lateral da tíbia, onde é facilmente palpável (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O músculo extensor longo do hálux é delgado e se encontra entre e parcialmente profundo aos músculos tibial anterior e extensor longo dos dedos. Esse músculo penado é lateral ao músculo tibial anterior, onde também pode ser palpado com facilidade (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O músculo fibular terceiro faz parte do músculo extensor longo dos dedos com o qual divide uma origem comum (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O compartimento lateral (fibular) da perna contém dois músculos que fazem flexão plantar e eversão do pé: o fibular longo e o fibular curto (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O compartimento posterior da perna compreende músculos separados em grupos superficial e profundo. Os músculos superficiais dividem um tendão comum de inserção, o tendão do calcâneo (Aquiles), o mais forte do corpo. Ele se insere no calcâneo do tornozelo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os superficiais e a maioria dos músculos profundos plantares flexionam o pé na articulação do tornozelo. Os músculos superficiais do compartimento posterior são o gastrocnêmio, o sóleo e o plantar – os chamados músculos surais. O tamanho grande desses músculos tem relação direta com a marcha ereta característica dos homens (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O músculo gastrocnêmio é o mais superficial e forma a proeminência da sura. O músculo sóleo, que se situa profundamente ao músculo gastrocnêmio, é largo e plano. Seu nome deriva da semelhança com o peixe solha. O músculo plantar é pequeno e pode não existir; às vezes, por outro lado, há dois deles em cada perna. Esse músculo percorre um trajeto oblíquo entre os músculos gastrocnêmio e sóleo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos profundos do compartimento posterior são o poplíteo, o tibial posterior, o flexor longo dos dedos e o flexor longo do hálux (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O músculo poplíteo é um músculo triangular e forma o assoalho da fossa poplítea. O músculo tibial posterior é o mais profundo do compartimento posterior, localizado entre os músculos flexor longo dos dedos e flexor longo do hálux. O músculo flexor longo dos dedos é menor que o músculo flexor longo do hálux, mesmo flexionando 4 dedos enquanto o outro flexiona apenas 1 na articulação interfalângica (TORTORA, 14ª ed.). MÚSCULOS INTRÍNSECOS DO PÉ QUE MOVIMENTAM OS DEDOS Músculos intrínsecos porque se originam e inserem no pé (TORTORA, 14ª ed.). Os músculos do pé sãolimitados à sustentação e à locomoção (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A fáscia profunda do pé forma a aponeurose (fáscia) plantar que se estende do calcâneo às falanges dos dedos. A aponeurose sustenta o arco longitudinal do pé e encerra os tendões flexores do pé (TORTORA, 14ª ed.). 14 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ↠ Os músculos intrínsecos do pé são divididos em dois grupos: músculos dorsais do pé e músculos plantares do pé (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Há dois músculos dorsais, o extensor curto do hálux e o extensor curto dos dedos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os músculos plantares estão dispostos em quatro camadas. A camada mais superficial (primeira camada) consiste em três músculos. O músculo abdutor do hálux, o músculo flexor curto dos dedos, o músculo abdutor do dedo mínimo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A 2ª camada consiste no músculo quadrado plantar, com duas cabeças e que flexiona os dedos II a V nas articulações metatarsofalângicas, e nos músculos lumbricais, quatro pequenos músculos semelhantes aos músculos lumbricais das mãos. Eles flexionam as falanges proximais e estendem as falanges distais dos segundo a quinto dedos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Três músculos compõem a 3ª camada. O músculo flexor curto do hálux, o músculo adutor do hálux, o músculo flexor curto do dedo mínimo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A 4ª camada é a mais profunda e consiste em dois grupos musculares. Os quatro músculos interósseos dorsais abduzem os dedos II a IV, flexionam as falanges proximais e estendem as falanges distais. Os três músculos interósseos plantares abduzem os dedos III a V, flexionam as falanges proximais e estendem as falanges distais (TORTORA, 14ª ed.). Referências MARIEB, E.; WILHELM, P.; MALLATT, J. Anatomia humana, 7ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed., Porto Alegra: Artmed, 2008 TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. MOORE et. al. Moore Anatomia Orientada para a Clínica, 8ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. JORGE et. al. Diferença na degeneração articular de acordo com o tipo de esporte. Revista Brasileira de Ortopedia, 2018.
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