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Preservação digital no contexto de uma biblioteca digital-uma breve introdução

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
ESCOLA DE BIBLIOTECONOMIA 
 
ANDRÉIA NASCIMENTO DA CONCEIÇÃO 
CLAUDETE FREIRE ARROXELAS 
JULIANA SANTOS DE SOUZA CAVALCANTE 
TAMAR DE CARVALHO RODRIGUES LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRESERVAÇÃO DIGITAL NO CONTEXTO DAS BIBLIOTECAS DIG ITAIS: 
UMA BREVE INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2012 
 
 
ANDRÉIA NASCIMENTO DA CONCEIÇÃO 
CLAUDETE FREIRE ARROXELAS 
JULIANA SANTOS DE SOUZA CAVALCANTE 
TAMAR DE CARVALHO RODRIGUES LOPES 
 
 
 
 
 
PRESERVAÇÃO DIGITAL NO CONTEXTO DAS BIBLIOTECAS DIG ITAIS: 
UMA BREVE INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
Trabalho utilizado como parte da 
avaliação da disciplina Tecnologias de 
Reprodução e Armazenamento de 
Documentos, oferecida ao curso de 
Biblioteconomia da Universidade 
Federal do Estado do Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
 
Profa. DSc. Simone Alencar 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preservação digital “é a capacidade de 
manter a integridade e a acessibilidade 
da informação digital em longo prazo”. 
(HOLLANDA, 2011). 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 A ERA DO ESQUECIMENTO ............................................................ 4 
2 BIBLIOTECAS DIGITAIS E A PRESERVAÇÃO DIGITAL ................ 6 
3 PRESERVAÇÃO DIGITAL: COMPLEXIDADE E PARADOXO ......... 7 
3.1 TÉCNICAS DE PRESERVAÇÃO....................................................... 7 
3.2 LONGEVIDADE DA PRESERVAÇÃO DIGITAL: ESCOLHA DA 
ESTRATÉGIA..................................................................................... 7 
3.3 VARIÁVEIS A CONSIDERAR............................................................. 7 
3.4 ELEMENTOS QUE DEVEM SER PRESERVADOS.......................... 8 
3.5 DOCUMENTOS DE IMPORTÂNCIA FUNDAMENTAL NA 
FORMALIZAÇÃO E CONCEITUALIZAÇÃO DO PROBLEMA DA 
PRESERVAÇÃO DE OBJETOS DIGITAIS........................................ 8 
3.6 COMPREENSÃO DO DOCUMENTO................................................ 8 
3.7 PERMANÊNCIA DO DOCUMENTO.................................................. 8 
3.8 REFERÊNCIA DE UM DOCUMENTO............................................... 9 
3.9 PROVENIÊNCIA DE UM DOCUMENTO........................................... 9 
4 AS ESTRATÉGIAS DE PRESERVAÇÃO DIGITAL .......................... 10 
4.1 PADRÕES.......................................................................................... 10 
4.1.1 Classes de padrões de interesse....................................................... 10 
4.2 AS ABORDAGENS DE PRESERVAÇÃO DIGITAL........................... 11 
4.3 MIGRAÇÃO........................................................................................ 11 
4.4 PRESERVAÇÃO DA TECNOLOGIA.................................................. 12 
4.5 EMULAÇÃO....................................................................................... 12 
4.6 ENCAPSULAMENTO......................................................................... 12 
5 À GUISA DA CONCLUSÃO .............................................................. 14 
REFERÊNCIAS............................................................................................. 16 
 
4 
 
1 A ERA DO ESQUECIMENTO 
 
O capítulo em questão, debate um problema de natureza complexa, a preservação 
digital. Iniciaremos abordando a degradação ambiental, por ser um dos efeitos 
negativos das tecnologias modernas etambém um dos assuntos mais dramáticos e 
discutidos em prol da vida do nosso planeta, logo a manutenção da vida humana na 
face da Terra. O avanço vertiginoso da tecnologia provoca vários perigos quando 
esta é usada inconsequentemente, o maior risco está relacionado com a perda 
irreversível dos estoques da informação digital (SAYÃO, 2006), que está 
comprometida porque as informações digitais “são cada vez mais os principais 
registros das atividades da sociedade moderna” (SAYÃO, 2006, p. 113). A atual 
sociedade tem uma urgência extraordinária em transformar toda a produção humana 
em formatos digitais, a esse tudo, por exemplo, incluem os textos, as imagens, os 
vídeos, as músicas etc., atitude justificada pela grande economia de espaço físico 
para armazenamento destes diversos itens com seus respectivos formatos, que são 
variados. Neste contexto é também abordado a otimização dos fluxos de trabalho, 
gerando ganhos de produtividade e eficiência. A facilidade de acesso aos estoques 
informacionais, de produção, edição, publicação, integração e distribuição de 
informações em formatos digitais são fenômenos novos (SAYÃO, 2006). A era do 
esquecimento ou amnésia digital está intrinsecamente relacionada com a memória 
digital, pois através da preservação da memória digital as informações digitais 
estarão disponíveis para as futuras gerações acessá-las e recuperá-las na íntegra 
(SAYÃO, 2006). Vale ressaltar que nos dias atuais, “grande parte da informação 
produzida hoje já nasce digital” (SAYÃO, 2006, p. 114), e Sayão (2006) ressalta 
também que as informações que estão contidas em suportes convencionais também 
já estão sendo convertidas para o formato digital. A garantia de acesso 
indeterminado à informação digital completa é uma questão que ainda não está 
consolidada, ou seja, não existe a garantia de acessar informações digitais em longo 
prazo. De acordo com a UNESCO, muitas informações consideradas tesouros 
digitais foram irremediavelmente perdidas, como por exemplo, a primeira mensagem 
eletrônica enviada em 1964 por cientistas do MIT (Massachusetts Institute 
Technology) (SAYÃO, 2006). É necessário um equilíbrio e até mesmo uma 
“mudança cultural do profissional bibliotecário para tirar o foco da duração do 
5 
 
suporte e focar a permanência no acesso à informação digital”, afirmação feita por 
Tammaro e Salarrelli (2008, p. 195). É preciso garantir a herança cultural, histórica, 
científica e econômica, digitalmente falando, de caráter íntegro, para que os 
recursos tecnológicos disponíveis no futuro, cubram a autenticidade e a 
confiabilidade dos documentos digitais (SAYÃO, 2006). Formatos, hardwares, 
softwares e equipamentos obsoletos, ocasionam fragilidade e instabilidade da 
preservação digital, comprometendo a longevidade da informação digital, e é neste 
contexto que o capitalismo não contribui, pois os grandes empresários sobrevivem 
da obsolescência tecnológica (SAYÃO, 2006). De acordo Sayão (2006), quando 
informações digitais importantes são perdidas existe um custo elevado para 
recuperá-las e que na maioria das vezes não consegue reaver em sua totalidade, 
em seu texto ele relata vários exemplos de perdas e tentativas de recuperação com 
seus respectivos fracassos. 
6 
 
2 BIBLIOTECAS DIGITAIS E A PRESERVAÇÃO DIGITAL 
 
Sayão (2006), relata que o início da preservação eletrônica se deu com a 
comunidade arquivística, na década de 1970. Como legado a arquivologia alcançou 
considerável avanço na área de preservação. A fraqueza extrema existente entre 
preservação e acesso, está relacionada com a “infra-estrutura dos sistemas de 
informação que os incapacitam de garantir preservação continuada e acessibilidade 
plena às informações geradas num contexto de rápido avanço tecnológico” (SAYÃO, 
2006, p. 115). A Biblioteconomia começou tardiamente a participar dos processos de 
preservação, foi com o surgimento das bibliotecas digitais, que assumiu a grande 
responsabilidade de “estocar”, preservar e disseminar as informações digitais. 
(SAYÃO, 2006). Existem os antigos problemas e também os novos, que permeiam 
as bibliotecas digitais desde o surgimento até hoje em dia, a diversificação destes 
problemas impedem a dinamicidade das bibliotecas digitais. 
7 
 
3 PRESERVAÇÃO DIGITAL: COMPLEXIDADE E PARADOXO 
 
A preservação digital é preservar o conteúdo intelectual de um objeto digital e a 
preservação ao acesso contínuodos documentos digitais. 
 
3.1 TÉCNICAS DE PRESERVAÇÃO 
 
Compreender e recriar a forma original ou função do objeto. Observar custo 
benefício, restrições legais, requisitos de acesso para o usuário final.Preservar 
tradicionalmente significa manter o documento imutável e intacto, mas no ambiente 
digital significa, na maioria dos casos, mudar, recriar, renovar, mudar formatos, 
renovar mídias e atualizar hardwares e softwares. 
 
3.2 LONGEVIDADE DA PRESERVAÇÃO DIGITAL: ESCOLHA DA ESTRATÉGIA 
 
a) criação de museus tecnológicos, onde equipamentos e programas são 
depositados e mantidos; 
b) processar softwares obsoletos em qualquer computador no futuro; 
c) migração de objetos digitais que podem acompanhar a tecnologia por meio de 
atualização de mídias e formatos; 
d) passar o digital para meios mais estáveis e analógicos como papel e microfilme. 
Apesar da perda dos atributos digitais tais como hipertextualidade, som, movimento 
e distribuição em rede, por exemplo, imprimir uma fotografia digital para preservá-la. 
 
3.3 VARIÁVEIS A CONSIDERAR 
 
a) armazenamento de massa; 
b) tecnologia Web; 
c) protocolos; 
d) normas; 
e) aspectos gerenciais, sociais, legais e jurídicos (gestão, planejamento, direitos 
autorais, autenticidades, legislação, dentre outros), aspectos econômicos (modelos 
de custos, de negócios); 
f) aspectos pertinentes aarquivologia e a ciência da informação. 
8 
 
3.4 ELEMENTOS QUE DEVEM SER PRESERVADOS 
 
a) funcionalidades; 
b) autenticidade; 
c) localização; 
d) referência de objeto no tempo; 
e) proveniência; 
f) contexto (relacionamentos e dependências de hardwares e softwares). 
 
3.5 DOCUMENTOS DE IMPORTÂNCIA FUNDAMENTAL NA FORMALIZAÇÃO E 
CONCEITUALIZAÇÃO DO PROBLEMA DA PRESERVAÇÃO DE OBJETOS 
DIGITAIS 
 
a) Relatório Preserving Digital Information, produzido por Task Force in Archiving of 
Digital Information, 1996; 
b) Norma: Open Archival Information System (OAIS). 
Esses elementos estabelecem padrões para dar apoio de preservação de longo 
prazo de informações digitais decorrentes de observações espaciais, mas que se 
dirigem também a outras instâncias. 
 
3.6 COMPREENSÃO DO DOCUMENTO 
 
a) precisa-se conhecer o significado do seu conteúdo na linguagem em que foi 
construída, no caso do documento digital, e essa linguagem é um programa de 
computador; 
b) extração do conteúdo através de um software que não o original, com perdas em 
vários níveis. Por exemplo, editores de textos para converter documentos em 
formatos comuns. 
 
3.7 PERMANÊNCIA DO DOCUMENTO 
 
Permanência é assegurar que o conteúdo informacional armazenado em um 
repositório é autêntico e íntegro: técnicas de autenticação e criptografia tais como: 
marca d’água, assinatura digital, algoritmos verificados, certificado digital. 
9 
 
3.8 REFERÊNCIA DE UM DOCUMENTO 
 
Manter a integridade e as características que o identificam como objeto único e 
singular. É necessário localizá-lo de forma definitiva e confiável. O método mais 
usado é o URL (UniformResearchLocator), lugar onde o objeto reside, isto é, em que 
computado servidor ele está armazenado e disponível para acesso. 
 
3.9 PROVENIÊNCIA DE UM DOCUMENTO 
 
a) ponto de criação de um objeto para identificar sua autenticidade, isto é, verificar 
se seu conteúdo não foi manipulado, alterado ou falsificado; 
b) estabelecer a proveniência através da cadeia de custódia que significa 
documentar o uso específico do objeto pelos seus custodiantes ao longo do tempo, 
isto é, criar um registro de uso para o objeto. 
10 
 
4 AS ESTRATÉGIAS DE PRESERVAÇÃO DIGITAL 
 
Não há uma estratégia única capaz de dar conta de toda a problemática relacionada 
à preservação digital. O que se apresenta são soluções específicas para casos 
específicos. As estratégias mais usadas para se conservar o conteúdo intelectual de 
documentos digitais é fixá-los em suportes analógicos, mesmo tendo-se em conta as 
perdas óbvias dos seus atributos digitais, tais como apresentação, funcionalidade, 
distribuição em rede, hipertextualidade e hipermídia. Ainda hoje, a forma mais 
elementar de se preservar, é imprimir os documentos digitais em papel ou fixá-los 
em microfilme, já que são mais estáveis que a maioria das mídias digitais e não 
necessitam de software e hardware especiais para recuperar os seus conteúdos. 
 
4.1 PADRÕES 
 
São eles que formam as bases de funcionamento das bibliotecas digitais, e que 
tornam possíveis muitas de suas funcionalidades essenciais, como por exemplo, a 
interoperabilidade entre sistemas e intercâmbio automático de informações. A 
aplicação de padrões na preservação digital torna os processos de preservação 
mais fáceis, menos frequentes e mais baratos, à medida que reduzem a grande 
variedade de processos de preservação customizados, que são decorrentes da 
multiplicidade de formatos em que se traduzem os objetos digitais não padronizados, 
ou seja, permitem que os documentos digitais sejam representados em formatos 
mais duradouros e estáveis, reduzindo a velocidade do ciclo de obsolescência dos 
objetos digitais. 
 
4.1.1 Classes de padrões de interesse: 
 
a) padrões que servem como modelos de referência (arquitetura) descrevendo 
funcionalidades, procedimentos, fluxos de informação, conceitos concernentes a 
bibliotecas e arquivos digitais. São exemplos dessa categoria a ISSO/DIS 15489, 
DoD 501.2-STD e o OAIS; 
b) padrões voltados para preservar o formato do objeto digital, apresentação e 
funcionalidades e para facilitar o intercâmbio de documentos. Por exemplo: XML E 
PDF; 
11 
 
c) metadados padronizados para preservar o acesso ao documento e descrever o 
conteúdo, o contexto tecnológico, a proveniência e o significado, permitindo a 
recuperação e a interpretação futura dos documentos digitais. O conjunto de 
metadados preconizados pelo OAIS para preservação, Dublin Core, MARC 21 e 
ISAD(G) são alguns exemplos. 
 
4.2 AS ABORDAGENS DE PRESERVAÇÃO DIGITAL 
 
Classifica as metodologias de preservação digital existentes em duas grandes 
abordagens: 
a) conservadora, procura adotar como estratégia a restauração plena do ambiente 
tecnológico original para decodificar os objetos digitais no futuro, ou seja, esta 
abordagem está baseada na criação de museus tecnológicos, ainda que eles sejam 
virtuais e os seus acervos sejam criados por programas; 
b) procura superar a obsolescência dos formatos dos arquivos por meio de duas 
estratégias: a primeira delas se baseia na conversão de formatos e na renovação e 
transferência de mídias, e é conhecida como estratégia de migração; a outra 
estratégia é chamada de encapsulamento, onde tudo que é necessário para o 
acesso ao objeto digital é agrupado fisicamente ou logicamente, sendo então 
preservado, incluindo informações que são expressas por metadados. 
 
4.3 MIGRAÇÃO 
 
A estratégia de migração envolve basicamente um conjunto de atividades (que 
devem ser repetidas periodicamente) que consiste em copiar, converter ou transferir 
a informação digital do patamar tecnológico que a sustenta (mídias, software, 
formatos e hardware) para outro mais atualizado e de uso corrente. O objetivo 
primordial da migração é preservar a integridade de objetos digitais enquanto 
mantém (prioritariamente) a capacidade do usuário de recuperá-los, exibi-los e 
utilizá-los em face da constante mudança tecnológica. É a estratégia de preservação 
digital mais utilizada e é também a que possui um conjunto de procedimentos mais 
bem organizados e consolidados dentre as estratégias correntemente praticadas. A 
norma OAIS identifica quatro tipos de migração, que tem ainda como princípio de 
divisão o grau de interferência da migração sobre a integridade da cadeia de bits: 
12 
 
rejuvenescimento, replicação, reempacotamento e transformação. No 
rejuvenescimento, a mídia em vias de deterioração é simplesmente substituída por 
outra, assegurando-se uma cópiaperfeita da cadeia de bits originais; na replicação a 
cadeia de bits é mantida, mas ocorrem mudanças nos mecanismos de mapeamento 
das informações; enquanto no reempacotamento a interferência ocorre ao nível das 
metainformações de empacotamento do objeto, conforme definida pelo modelo 
OAIS; finalmente na transformação há uma real interferência na cadeia de bits do 
objeto digital. 
 
4.4 PRESERVAÇÃO DA TECNOLOGIA 
 
Esta estratégia pressupõe que um museu de equipamentos e programas 
(plataformas de hardwares e periféricos, sistemas operacionais, driver e o programa 
de aplicação original) podem ser preservados com a finalidade de replicar no futuro 
a configuração necessária para recuperar um objeto digital no seu ambiente original. 
A vantagem imediata desse método é que o objeto digital mantém todas as suas 
propriedades, aparência e comportamento originais, visto que será processado no 
seu ambiente nativo. 
 
4.5 EMULAÇÃO 
 
Esta estratégia está bem próxima à filosofia da preservação tecnológica, tendo em 
vista que envolve preservar programas e objetos digitais originais e todas as suas 
funcionalidades. A emulação parte do pressuposto que é tecnicamente viável 
substituir as plataformas de hardware obsoletas necessárias para rodar no futuro os 
aplicativos originais por máquinas virtuais, por meio de programas emuladores. 
 
4.6 ENCAPSULAMENTO 
 
A estratégia de encapsulamento envolve criar “containers” ou “embrulhos” 
(estruturas físicas ou lógicas) onde todos os elementos necessários para a 
interpretação do objeto digital estão reunidos, incluindo o próprio objeto e os 
metadados correspondentes. Os metadados estabelecidos pelo Modelo de 
Referência OAIS também são usados para fornecer as informações de suporte que 
13 
 
devem estar presentes em um encapsulamento: informação de representação, 
usadas para interpretar corretamente a sequência de bits, contexto, proveniência, 
referência e permanência. 
 
 
14 
 
5 À GUISA DA CONCLUSÃO 
 
Sabemos que, nas áreas como a Biblioteconomia e a Arquivologia, existem os 
chamados objetos digitais, que englobam outra área, a da preservação digital. São 
eles: os padrões, a gestão documental, a tecnologia, a segurança digital, os 
metadados, a agenda de pesquisa, a legislação, os Arquivos e Bibliotecas 
Nacionais, o governo, os recursos humanos, as alianças e cooperações e, por fim, o 
acesso. Para entender melhor a preservação digital, bem como os próprios objetos 
digitais, é preciso falar um pouco de cada um deles. Para tornar mais fácil e menos 
dispendiosa a aplicação de estratégias de preservação, utilizam-se os padrões. É 
através da gestão documental que definimos os critérios para a seleção do 
patrimônio digital, uma vez que sabemos que nem tudo poderá ser salvo. Serve 
também para ajudar na organização da informação digital, entre outras funções. 
Quanto à tecnologia, é importante saber que ela não resolve tudo, e possui 
possibilidades de falhar, ou seja, não se pode contar com ela sempre, pois há 
especificidades para resolver o problema, e, mesmo assim, nem sempre será o 
caminho certo. A segurança digital é o objeto digital que cuida da “integridade, 
confiabilidade, autenticidade dos documentos digitais, e que os protege de acidentes 
e intervenções não autorizadas, tais como, certificação digital e criptografia” 
(SAYÃO, 2008, p. 27-28). Os metadados são, em outras palavras, a preservação 
digital orientada para a acessibilidade dos documentos digitais e para a 
interoperabilidade dos sistemas. Na agenda de pesquisa é onde deve possuir 
iniciativas internacionais, incluindo aspectos legais, sociais e éticos. A legislação é 
um dos mais importantes objetos digitais, são leis que protegem e reconhecem o 
patrimônio digital. São também o depósito legal, o copyright, e a propriedade 
intelectual. Vale lembrar que uma biblioteca física pode ter o direito de acesso e uso 
da informação digital, mas não o de preservar informação digital. Os Arquivos e as 
Bibliotecas Nacionais lutam, por sua vez, por mais equipamentos, mais recursos 
financeiros e humanos, para que haja melhoria, e possam liderar na área de 
preservação digital. O governo, por sua vez, visa iniciar políticas voltadas para 
salvaguardar o patrimônio do país. Os recursos humanos têm como objetivo incluir 
disciplinas voltadas para a preservação digital no currículo dos cursos superiores 
dos profissionais da área de Biblioteconomia, Arquivologia, entre outras áreas afins, 
bem como promover mais cursos de extensão e especialização, para que possa 
15 
 
fazer com que tanto discentes quanto docentes tenham a oportunidade de se 
aprofundar no assunto. Fazer alianças e cooperações é importante para garantir 
melhorias no acesso à informação digital. O acesso, por sua vez, deve ser garantido 
para cada comunidade-alvo, de maneira que todas possam entender a informação 
passada. Devemos, então, pensar cada um desses objetos digitais como conceitos, 
políticas, visando o acesso às comunidades-alvo, pois, no fim, o que realmente 
importa é conseguir alcançar este acesso, passar uma mensagem válida, mantendo 
os documentos digitais vivos, bem preservados e seguros. É importante 
compreender também que, preservação digital é um assunto amplo e complexo que 
abrange uma larga escala de conhecimento e, portanto, deve ser estudado de 
maneira interdisciplinar. 
 
16 
 
REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR: 6023: informação e 
documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 
 
______. NBR: 6024: informação e documentação: numeração progressiva das 
seções de um documento: apresentação. Rio de Janeiro, 2012. 
 
______. NBR: 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de 
Janeiro, 2003. 
 
______. NBR: 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: 
apresentação. Rio de Janeiro, 2011. 
 
______. NBR: 15437: informação e documentação: pôsteres técnicos e científicos: 
apresentação. Rio de Janeiro, 2006. 
 
Cooklin, Paul. Imagem do crânio com interrogações . Disponível em: 
<http://escoladeredes.net/forum/topics/arquivo-das-novidades?xg_browser=iphone>. 
Acesso em: 10 abr. 2012. 
 
FERREIRA, Miguel. Introdução à preservação digital : conceitos, estratégias e 
actuais consensos. Guimarães, Portugal: Escola de Engenharia da Universidade do 
Minho, 2006. 
 
HOLLANDA, Alex Pereira. Reprodução digital e a preservação. In: MUSEU DE 
ASTRONOMIA E CIÊNCIAS AFINS. Apostila do curso de preservação de 
acervos científicos e culturais . [S. n.]: Rio de Janeiro, 2011.p. 41 a 53. 
 
Imagem da estante de madeira vazia . Disponível em: 
<http://3.bp.blogspot.com/-
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Acesso em: 10 abr. 2012. 
 
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<http://1.bp.blogspot.com/_JReyIa8viuE/TAF1luRnEeI/AAAAAAAAAu0/41Vl1CVVB
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17 
 
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<http://1.bp.blogspot.com/-
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15765xsmall.jpg>. Acesso em: 10 abr. 2012. 
 
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2012. 
 
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18 
 
SAYÃO, Luís Fernando. Bibliotecas digitais e suas utopias. Ponto de Acess o, 
Salvador, v. 2, n. 2, p. 2-35, ago./set. 2008. Disponível em: 
<http://eprints.rclis.org/bitstream/10760/12823/1/bibliotecas-digitais-utopias-final-1-
06-08.pdf>. Acesso em: 30 abr. 2012. 
 
______. Preservação digital no contexto das bibliotecas digitais: uma breve 
introdução. In: MARCONDES, C. H. et al. (Org.). Bibliotecas digitais : saberes e 
práticas. 2. ed. Salvador : Brasília: EDUFBA : IBICT, 2006. p. 113-143. 
 
SILVA, Sérgio Conde de Albite. Decifra-me ou te devoro: desafios no uso de 
tecnologias para preservação e acesso em arquivos. 
Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Bibliotecono mia e Ciência 
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TAMMARO, Anna Maria; SALARELLI, Alberto. A biblioteca digital . Brasília, DF: 
Briquet de Lemos, 2008.

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