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Arquitetura em saúde e a RDC 50

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Arquitetura em saúde e a RDC 50
APRESENTAÇÃO
Um dos aspectos importantes para a hotelaria hospitalar e humanização é a adequação dos 
ambientes, visando o conforto, a adequação, a economia de movimentos e a beleza estética. A 
arquitetura em saúde tem como proposta criar novos espaços para o exercício do cuidado em 
saúde, de convivência e de trabalho, atendendo não só a legislação e normas técnicas, mas 
ampliando as formas de habitar um espaço. É possível que o ambiente seja capaz de influenciar 
não apenas o processo de trabalho em saúde, mas tornar a permanência, para pacientes, uma 
experiência acolhedora e confortável sob a ótica da ambiência. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o que é a arquitetura hospitalar, qual a sua 
abrangência em uma instituição em saúde, a normatização vigente e relação com a 
humanização.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os principais conceitos relacionados à arquitetura hospitalar. •
Reconhecer a legislação vigente a respeito de arquitetura para serviços de saúde, 
destacando a RDC 50.
•
Identificar a relação da arquitetura hospitalar e da hospitalidade com a humanização do 
atendimento à saúde.
•
INFOGRÁFICO
Os projetos de arquitetura em saúde com base na RDC 50 abrangem vários aspectos de um 
projeto arquitetônico, regulamentando todos os detalhes do projeto. Um dos aspectos 
importantes é o abastecimento de água, pois os Estabelecimentos de Assistência em Saúde - 
EAS necessitam da água em todos os processos desenvolvidos e na assistência.
Neste Infográfico, você vai ver um recorte da RDC 50 sobre a normatização do consumo de 
água nos EAS.
CONTEÚDO DO LIVRO
A atuação da arquitetura hospitalar é ampla e abrange todos os aspectos de uma instituição de 
saúde. É na estrutura hospitalar que os processos de cura ocorrem e necessitam de ambiente 
adequado e propício para tal. Nesse sentido, a legislação direciona as normas necessárias para 
que, ao padronizar os processos e garantir a segurança, se realizem projetos de arquitetura 
hospitalar humanizada e a adequação de recursos.
No capítulo Arquitetura em saúde e a RDC 50, da obra Hotelaria, hospitalidade e humanização, 
base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os principais detalhes sobre a 
normatização de planejamento e execução de projetos de arquitetura hospitalar e a relação da 
arquitetura hospitalar com a humanização e atendimento à saúde.
Boa leitura.
HOTELARIA, 
HOSPITALIDADE 
E HUMANIZAÇÃO
Karen Cardoso
Arquitetura em 
saúde e a RDC 50
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir os principais conceitos relacionados à arquitetura hospitalar.
  Reconhecer a legislação vigente a respeito de arquitetura para serviços 
de saúde, destacando a RDC 50.
  Identificar a relação da arquitetura hospitalar e da hospitalidade com 
a humanização do atendimento à saúde.
Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer aspectos importantes sobre a arquite-
tura hospitalar e seus principais conceitos. Os aspectos conceituais vão 
ajudar você a compreender quais são as bases teóricas da arquitetura 
hospitalar e sua aplicação nos estabelecimentos de saúde.
A arquitetura hospitalar segue uma regulamentação estrita, que define 
como deve ser a operacionalização de ambiência humanizada nos espaços. 
Além disso, é preciso estabelecer também a conexão entre os conceitos, 
a prática e a regulamentação, pois o equilíbrio desses fatores mostra a 
necessidade de refletir sobre a influência dos espaços com foco nas pessoas.
1 Conceitos relacionados à arquitetura 
hospitalar 
O hospital é uma estrutura complexa, que demanda o esforço de planejamento 
em um projeto arquitetônico. Para Góes (2011, p. 47), o hospital é um edi-
fício que contém múltiplas funções onde ocorrem inter-relações entre a alta 
tecnologia e processos especializados e complexos de cuidado e de atuação 
profi ssional. Dessa forma, o hospital possui características industriais devido 
aos serviços e produtos complementares que compõem o complexo hospitalar, 
como lavanderia, nutrição, transportes, entre outros. 
Nesse cenário multifacetado, é importante refletir sobre as mudanças que 
foram ocorrendo nos conceitos e na forma de conceber projetos de arquitetura 
hospitalar, além do processo de humanização, que era inexistente, mas hoje é 
prioritário em projetos centralizados nas pessoas, como é o caso do hospital. 
Assim, o conceito de hospital evoluiu, direcionando todo o seu processo de 
assistência e a sua estrutura para o paciente e para as pessoas que trabalham 
nessas estruturas.
A arquitetura é definida pela RDC 50, em seu anexo, observando uma 
série de aspectos:
Consiste na definição gráfica do partido arquitetônico, através de plantas, 
cortes e fachadas (opcional) em escala livre e que contenham graficamente:
– a implantação da edificação ou conjunto de edificações e seu relacionamento 
com o local escolhido;
– acessos, estacionamentos e outros - e expansões possíveis;
– a explicitação do sistema construtivo que serão empregados;
– os esquemas de zoneamento do conjunto de atividades, as circulações e 
organização volumétrica.
– o número de edificações, suas destinações e locações aproximadas;
– o número de pavimentos;
– os esquemas de infraestrutura de serviços;
– o atendimento às normas e índices de ocupação do solo (AGÊNCIA NACIO-
NAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002, documento on-line).
Quando aplicada ao contexto hospitalar, a arquitetura é um dos instrumentos 
para o planejamento, elaboração e execução de projetos de humanização das 
estruturas, visando proporcionar o espaço de cura, reflexão, cultura, diálogo 
e construção coletiva da saúde.
Nesse sentido, a mudança de paradigma envolve a construção de ambientes 
seguros, que atendam a uma série de requisitos para serem considerados saudá-
veis. Afinal, ambientes onde se desenvolvem atividades em prol da saúde devem 
promover a saúde e não o contrário, ou seja, não se deve focar na doença e sim 
na saúde. Dessa forma, Martins (2019) afirma que a mudança de paradigma de 
focar na saúde e não na doença das pessoas abre a visão de planejamento dos 
serviços e de seus edifícios para uma maneira muito mais holística agregando 
a complexidade do ser humano e suas diversas necessidades.
Arquitetura em saúde e a RDC 502
A RDC 50 traz vários conceitos importantes para compreender e designar 
corretamente o processo da elaboração de projetos em arquitetura hospitalar 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002). Para de-
terminação das relações entre as diversas atribuições dos estabelecimentos 
assistenciais de saúde (EAS), é necessário reconhecer as categorias de pessoas 
circulantes, que definirão os fluxos e acessos. A classificação do público pode 
ser categorizada conforme os tópicos a seguir.
  Paciente — pessoa que está sob cuidados médicos:
 ■ paciente externo — paciente que, após ser registrado em um esta-
belecimento de saúde, recebe assistência ambulatorial ou de emer-
gência (unidades funcionais diretamente vinculadas, ambulatório e 
atendimento imediato); 
 ■ paciente interno — paciente que, admitido no estabelecimento de 
saúde, passa a ocupar um leito por período acima de 24 horas (unidade 
funcional diretamente ligada, internação);
 ■ doador — pessoa que, voluntariamente, doa insumos humanos com 
fins terapêuticos;
 ■ funcionário — pessoa que tem ocupação profissional no estabeleci-
mento, como, por exemplo, profissionais de nível técnico ou superior 
administrativo ou assistencial;
 ■ aluno — pessoa que recebe instrução ou educação no estabelecimento;
 ■ público — pessoa que circula no estabelecimento sem nenhuma das 
características citadas acima e pode ser classificada como acompa-
nhante de paciente, visitante, fornecedores e prestadores de serviço, etc.
  Quanto a elementos estruturais do hospital:
 ■ barreira (contra contaminação)— bloqueio físico que deve existir nos 
locais de acesso à área onde seja exigida assepsia e somente se permita 
a entrada de pessoas com indumentária apropriada (paramentação);
 ■ EAS — denominação dada a qualquer edificação destinada à pres-
tação de assistência à saúde da população e que demande o acesso 
de pacientes, em regime de internação ou não, qualquer que seja o 
seu nível de complexidade;
3Arquitetura em saúde e a RDC 50
 ■ estabelecimento autônomo especializado — EAS que realiza ativi-
dades especializadas relativas a uma ou mais unidades funcionais, 
físicas, isoladas ou extra-hospitalar, dispondo de recursos materiais 
e humanos compatíveis à prestação de assistência;
 ■ hospital — estabelecimento de saúde dotado de internação, meios 
diagnósticos e terapêuticos, com o objetivo de prestar assistência 
médica curativa e de reabilitação, podendo dispor de atividades 
de prevenção, assistência ambulatorial, atendimento de urgência e 
emergência e de ensino e pesquisa;
 ■ hospital-dia (regime de) — modalidade de assistência à saúde, cuja 
finalidade é a prestação de cuidados durante a realização de proce-
dimentos diagnósticos ou terapêuticos, que requeiram a permanência 
do paciente na unidade por um período de até 24 horas;
 ■ resíduos de serviços de saúde — resíduos resultantes das atividades 
exercidas por estabelecimento gerador, classificados de acordo com 
regulamento técnico da Anvisa sobre gerenciamento de resíduos de 
serviços de saúde;
 ■ unidade — conjunto de ambientes fisicamente agrupados, onde são 
executadas atividades afins.
Há mais conceitos que envolvem a arquitetura hospitalar e que também 
devem ser considerados, como o conforto ambiental, isto é, as condições 
ambientais, que incluem as condições agradáveis em relação à temperatura, 
ruído, vibração, segurança, iluminação, ventilação e privacidade.
No caso dos edifícios de assistência à saúde, onde é frequente a ocorrência de 
situações críticas e estressantes, envolvendo relações interpessoais e indivíduos 
com algum grau de sofrimento físico e/ou psíquico, os fatores ambientais que 
definem as condições de conforto, assumem responsabilidade significativa 
durante o desenvolvimento do projeto arquitetônico (BITENCOURT, 2002, 
documento on-line).
Ou seja, o conforto ambiental humanizado e intimamente conectado com 
aspectos de arquitetura hospitalar deve estar presente no ambiente que irá 
acolher as pessoas, conforme a Figura 1.
Arquitetura em saúde e a RDC 504
Figura 1. Conforto ambiental e ambiente humanizado.
Fonte: Rede Sarah ([201–?, documento on-line).
A percepção do ambiente é subjetiva para cada indivíduo, provocando 
sensações diferentes em cada pessoa. Dessa forma, os sistemas de controle 
ambiental dependem das dimensões endógenas e exógenas.
A dimensão endógena é fundamentada nas normas técnicas e de segurança 
do trabalho, devendo considerar as condições de salubridade necessárias e distan-
ciando, assim, variáveis ambientais externas. (BITENCOURT, 2002). Já a dimen-
são exógena é fundamentada no impacto que a construção causa no meio ambiente 
e suas interferências em aspectos como clima, terreno, esgoto e o cumprimento 
das normas e regras para construções como o hospital (BITENCOURT, 2002).
Portanto, os fatores ambientais que devem ser considerados na elaboração 
de projetos arquitetônicos são os seguintes (BITENCOURT, 2002).
  Acessibilidade: abrangência de contemplar todas as possibilidades de 
circulação horizontal (corredores e portas) e vertical (escadas, rampas, 
elevadores e planos inclinados), além de estar em conformidade com 
a NBR 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
  Acústica: condições de controle de ruídos nos ambientes. Esse controle 
do ruído nos ambientes é normatizado com regulamentação federal, es-
tadual e municipal, visando manter o conforto acústico nas instituições.
5Arquitetura em saúde e a RDC 50
  Biossegurança: elementos, práticas, adequações e uso de materiais e 
equipamentos que devem ser instalados com o propósito de preservar 
o ambiente, proporcionar a qualidade dos procedimentos e, principal-
mente, preservar a segurança e saúde das pessoas que desenvolvem as 
atividades inerentes ao espaço referido.
  Clima: relacionado com o controle de temperatura, ventilação, umidade 
e qualidade do ar em condições saudáveis para pacientes e equipes.
  Comunicação visual: elementos gráficos e pictóricos de comunicação 
visual que devem apresentar as condições de clareza de leitura, precisão, 
objetividade, dimensões razoáveis e compatibilidade ao ambiente onde es-
tejam inseridos, permitindo a percepção a uma distância proporcional sem, 
no entanto, interferir na harmonia do espaço arquitetônico circundante.
  Cores: diz respeito ao uso de diferentes cores no ambiente, com objetivo 
de provocar o conforto visual e acolhimento do usuário.
  Ergonomia do mobiliário: observação dos aspectos antropométricos, 
biomecânicos e fisiológicos da coletividade que usa o estabelecimento 
assistencial de saúde, como clientes, profissionais de saúde e visitantes, 
que deverão ser considerados na elaboração do projeto e na aquisição 
dos seus equipamentos e mobiliários.
  Iluminação natural e artificial: contempla o impacto dos efeitos bacte-
ricidas, biológicos e psicológicos da luz sobre o usuário.
  Substâncias químicas: refere-se às contribuições patogênicas decorrentes 
da presença de substâncias químicas presentes nos locais que necessitam 
de condições de ar climatizado.
  Vibrações: considera o desconforto decorrente dos reflexos das vibra-
ções provenientes de equipamentos instalados sem a devida acomodação 
e amortecimento de impacto (torres de arrefecimento de água, casas 
de máquinas de elevadores, etc.), além das vibrações provocadas pela 
ação dos ventos e dos movimentos das forças tectônicas, que devem 
merecer atenção especial no desenvolvimento do projeto e na execução 
da construção do ambiente de saúde. 
Por outro lado, temos os seguintes conceitos da arquitetura hospitalar que 
estão conectados ao planejamento dos projetos (GÓES, 2011).
  Conformidade: conceito que caracteriza um projeto para que ele atenda 
às condições essenciais para que os espaços projetados cumpram as 
funções para as quais foram planejados.
Arquitetura em saúde e a RDC 506
  Contiguidade: organização da anatomia hospitalar, de forma a estabele-
cer os trajetos, o fluxo, distância entre setores, unidades e departamentos.
  Expansibilidade: previsão de crescimento ou ampliações a partir do 
projeto desenvolvido.
  Flexibilidade: capacidade de absorver o dinamismo do ambiente hospi-
talar, bem como as constantes necessidades de ampliação, modificação 
e reformas, sem comprometer o funcionamento quanto à prioridade, 
urgência e necessidade.
  Estudo preliminar: estudo preliminar para verificar a viabilidade 
do projeto e o impacto ambiental de um determinado projeto ou 
empreendimento.
  Projeto básico: conjunto de informações técnicas básicas que caracterizam 
de forma suficiente o que necessita ser feito, as obras, os serviços, des-
crevendo com detalhes suficientes para definir quais são os materiais e a 
quantidade necessária, bem como os equipamentos e serviços necessários.
  Projeto legal: conjunto de informações técnicas que definem a sua 
aprovação pelos órgãos competentes.
  Projeto executivo: conjunto de informações técnicas necessárias para reali-
zação do projeto, contendo todas as indicações detalhadas para que ocorra 
a perfeita instalação, montagem e execução das obras e dos serviços.
  Parecer técnico: descrição, análise e avaliação do projeto básico de 
arquitetura, com foco na adequação do projeto para os EAS e verificação 
da pertinência do projeto físico em adequação à proposta assistencial 
pretendida, baseada em unidade funcional e no conjunto dos EAS, com 
o objetivo de adequação da proposta do plano.
  Funcionalidade do edifício: avaliação dos fluxos de trabalho que foram 
propostos no projetofísico, com objetivo de verificar os problemas de 
funcionamento e controle de infecção.
  Dimensionamento do ambiente: verificação das áreas e dimensões 
lineares do projeto proposto em comparação com a dimensão mínima 
exigida pela portaria, verificando a flexibilidade necessária para os 
ajustes sem a interferência no resultado.
  Instalações especiais e ordinárias: verificação de adequação de pontos 
de instalação que dão suporte ao funcionamento geral das unidades, 
como, por exemplo: verificação de sistemas de ar condicionado nas 
áreas críticas, fornecimento de energia geral e de emergência, sistemas 
de gases medicinais, sistema de tratamento de esgoto e equipamentos 
necessários para a infraestrutura.
7Arquitetura em saúde e a RDC 50
Os conceitos a seguir estão vinculados às instalações propriamente ditas 
(GÓES, 2011).
  Check-list: relacionado aos itens importantes que devem estar presentes 
nos projetos de arquitetura hospitalar, por exemplo: hidráulica, elétrica, 
normal, de urgência, diferenciada, fluido-mecânicas, climatização, cen-
trais energéticas, energias ativas e passivas, agrupamento de unidades 
com necessidades semelhantes, acesso aos sistemas, instalações aparentes, 
assepsias, manutenção, legislação, economia e consumo de energia.
  Condições ambientais: iluminação, conforto térmico e acústico, ergo-
nomia e sinalização de cores.
  Espaços lúdicos: espaços dentro de um hospital que não estão especifica-
mente ligados à assistência e à cura, como lojas, galerias de arte, lanchonete, 
locais para apresentações musicais, bancos, cabeleireiros, livrarias e capela.
Prédios e estruturas podem ser “doentes”, isto é, insalubres e com capacidade de 
adoecer pessoas (OLIVEIRA; MAZZURANA; OLIVEIRA, 2019).
2 Legislação sobre a arquitetura para serviços 
de saúde — RDC 50
No que se refere à legislação vigente aplicada à arquitetura para serviços 
de saúde, a RDC 50 é a legislação principal, entretanto, há outras normas 
complementares. A RDC 50, de 21 de fevereiro de 2002, dispõe sobre o 
regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação 
de projetos físicos de EAS.
Normas complementares
Na elaboração de projetos físicos, cabe a normatização complementar da 
ABNT se os casos descritos não forem atendidos pela RDC 50 (AGÊNCIA 
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002):
Arquitetura em saúde e a RDC 508
  NBR 6492 — representação de projetos de arquitetura;
  NBR 13532 — elaboração de projetos de edificações — arquitetura; 
  NBR 5261 — símbolos gráficos de eletricidade — princípios gerais 
para desenho de símbolos gráficos;
  NBR 7191 — execução de desenhos para obras de concreto simples 
ou armado;
  NBR 7808 — símbolos gráficos para projetos de estruturas;
  NBR 14611 — desenho técnico — representação simplificada em es-
truturas metálicas; 
  NBR 14100 — proteção contra incêndio — símbolos gráficos para projetos. 
Especificidades da regulamentação das instalações nos estudos 
preliminares
É necessário gerar programas básicos das instalações específi cas e atender às 
diretrizes básicas quando forem aplicáveis.
Elétrica e eletrônica
Os projetos para os EAS devem conter um programa básico que atenda à 
necessidade das instituições e do projeto arquitetônico, bem como à regula-
mentação vigente, de modo a contemplar vários aspectos da normatização 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002).
Nesse sentido, o projeto deve conter todo o detalhamento da instalação 
elétrica, por exemplo:
  o fornecimento da rede pública; 
  o tipo de tensão;
  o sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramento de 
áreas específicas;
  a localização e características da instalação elétrica de cada unidade 
do EAS;
  especificação e descrição do sistema elétrico que alimentará a telefonia; 
  outros sistemas de comunicação, bem como do sistema de informação. 
9Arquitetura em saúde e a RDC 50
Além dessas descrições básicas e preliminares, o sistema de gerador, para 
caso de queda de energia, deve descrever e determinar quais áreas irá cobrir em 
caso de falta de energia. A confirmação dos seguintes aspectos vai determinar 
a viabilidade da execução do projeto elétrico (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002):
  pontos de força para equipamentos e tomadas de uso geral; 
  pontos de luz e seus respectivos interruptores; 
  pontos de detecção e alarme de incêndio; 
  pontos de telefones e interfones; 
  pontos para o sistema de sinalização de enfermagem, com seus res-
pectivos acionamentos; 
  proposição dos pontos para locação dos captores e para o sistema de 
proteção contra descargas atmosféricas; 
  proposição dos pontos de alimentação do sistema de ar condicionado, ele-
vadores, sistema de som, intercomunicação e sistemas de computadores; 
  proposição dos pontos de alimentação de todos os sistemas de supri-
mento, processamento e tratamento de efluentes, líquidos ou sólidos, 
quando for o caso.
Ao final, a legislação determina que se elabore um memorial descritivo, 
definitivo e explicativo do projeto, com soluções adotadas e compatibilizadas 
com o projeto básico e as soluções adotadas nos projetos das áreas complemen-
tares, contendo os seguintes documentos gráficos (AGÊNCIA NACIONAL 
DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002).
  implantação geral — escala 1:500;
  plantas baixas — escala 1:100;
  planta de cobertura — escala 1:100.
Hidráulica e fluido-mecânica
Fazem parte das diretrizes dos estudos preliminares muitos detalhes que devem 
constar no projeto, por exemplo: tipo de fornecedor (público ou rede própria 
artesiana); previsão de consumo, formas de estoque de água e bombeamento; 
descrição do sistema de aquecimento, descrição do sistema de proteção e com-
bate de incêndios; localização da rede pública de esgoto e, quando necessário, 
a indicação de sistema de tratamento (fossa séptica, câmaras de decantação 
para esgoto radioativo, outros); localização de galeria para drenagem de águas 
Arquitetura em saúde e a RDC 5010
pluviais ou, quando necessário, a indicação de despejo livre e águas pluviais. 
Além disso, a previsão de fornecimento e consumo de vapor e gases medicinais 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002).
Climatização
As seguintes diretrizes básicas devem ser adotadas no desenvolvimento do 
projeto em relação à climatização (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2002, documento on-line):
– Proposição das áreas a serem climatizadas (refrigeração, calefação, umidi-
ficação, pressurização, ventilação e câmaras frigoríficas);
– Descrição básica do sistema de climatização, mencionando: filtros, água 
gelada, "self" a ar, Tc;
– Previsão do consumo de água;
– Previsão de consumo de energia elétrica; 
– Elaboração do perfil da carga térmica; 
– Elaboração do estudo comparativo técnico e econômico das alternativas 
técnicas para o sistema;
– Localização da central de casa de máquinas em função dos sistemas pro-
postos; 
– Pré-localização do sistema de distribuição, prumadas dos dutos e redes de 
água em unifilares da alternativa proposta.
Após a determinação das diretrizes do plano básico, deve ser elaborado 
o projeto básico de instalações de ar condicionado e ventilação mecânica, 
quando aplicáveis, e o memorial descritivo, explicativo e definitivo do projeto.
Programação físico-funcional dos estabelecimentos 
assistenciais de saúde
Esse programa é baseado no Plano de Atenção à Saúde já elaborado, onde 
são especifi cadas as ações e determinadas as metas a serem alcançadas. Ele 
também determina a listagem de atribuições dos estabelecimentos de saúde. 
Nesse sentido, a RDC 50 define as atribuições tanto no setor público 
quanto no privado como: 
Os conjuntos de atividades e sub-atividades específicas, que correspondem a 
uma descrição sinóptica da organização técnica do trabalho na assistência à 
saúde. Os conjuntos de atribuições admitem diversas composições (teóricas) 
11Arquitetura em saúde e a RDC 50
que são as tipologias (modelos funcionais) deestabelecimentos assistenciais 
de saúde. Portanto, cada composição de atribuições proposta definirá a tipo-
logia própria a ser implantada (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2002, documento on-line).
Assim, a RDC 50 não limita a normatização a programas e projetos pré-
-elaborados, que, muitas vezes, não atendem a realidades e contextos locais ou 
regionais. Desse modo, evita o compromisso de soluções padronizadas e possibilita 
a complementação das atribuições conforme o perfil institucional. Portanto, de 
acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2002, documento on-line):
[…] a listagem contém as atribuições e atividades, com a qual se pode mon-
tar o estabelecimento desejado, ou seja, reunindo-se determinado grupo de 
atribuições-fim, associadas às atribuições de apoio necessárias ao pleno 
desenvolvimento das primeiras, define-se um estabelecimento específico.
Atribuições e atividades desenvolvidas nos diversos tipos de 
estabelecimentos assistenciais de saúde
São oito as atribuições que se desdobram em atividades e subatividades dos 
EAS (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002):
  prestação de atendimento eletivo de promoção e assistência à saúde 
em regime ambulatorial e de hospital-dia — atenção à saúde incluindo 
atividades de promoção, prevenção, vigilância à saúde da comunidade 
e atendimento a pacientes externos de forma programada e continuada; 
  prestação de atendimento imediato de assistência à saúde — atendimento 
a pacientes externos em situações de sofrimento, sem risco de vida 
(urgência) ou com risco de vida (emergência); 
  prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de inter-
nação — atendimento a pacientes que necessitam de assistência direta 
programada por período superior a 24 horas (pacientes internos); 
  prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia — aten-
dimento a pacientes internos e externos em ações de apoio direto ao 
reconhecimento e recuperação do estado da saúde (contato direto); 
  prestação de serviços de apoio técnico — atendimento direto a assis-
tência à saúde em funções de apoio (contato indireto); 
  formação e desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa — 
atendimento direta ou indiretamente relacionado à atenção e assistência 
à saúde em funções de ensino e pesquisa; 
Arquitetura em saúde e a RDC 5012
  prestação de serviços de apoio à gestão e execução administrativa — 
atendimento ao estabelecimento em funções administrativas;
  prestação de serviços de apoio logístico — atendimento ao estabeleci-
mento em funções de suporte operacional.
A RDC 50 determina as características de dimensionamento e atividades 
das unidades funcionais, bem como os ambientes que devem ser atendidos no 
planejamento e execução de projetos de arquitetura hospitalar.
Critérios para projetos de estabelecimentos 
assistenciais de saúde
Os projetos podem ser regulados e orientados por determinadas variáveis que 
são importantes em diversas etapas.
  Circulações externas e internas: reguladas pela NBR 9050 da ABNT 
sobre acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, 
espaço, mobiliário e equipamentos urbanos.
  Condições ambientais de conforto: conforme o código de obras local 
em relação a condições térmicas e qualidade do ar. Quanto a condições 
acústicas, a NBR 10152 sobre níveis de ruído para conforto acústico e 
a NBR 12179 sobre tratamento acústico em recintos fechados devem 
ser seguidas. Quanto ao conforto luminoso, as condições são regula-
mentadas pela NBR 5413 sobre iluminância de interiores.
  Condições ambientais de controle de infecção hospitalar: seguem norma-
tização específica, conforme a RDC 307, de 14 de novembro de 2002, a 
NBR 13700 sobre áreas limpas e classificação e controle de contaminação, 
além da RDC 171, de 04 de setembro de 2006, que regulamenta todos os 
aspectos ambientais que promovem a proteção contra a infecção.
Além disso, a RDC 50 reconhece os níveis de biossegurança necessários 
para o estabelecimento de barreiras arquitetônicas para evitar a infecção.
  Instalações prediais ordinárias e especiais: normatizações referentes 
a questões hidráulicas, de gases medicinais, sinalização, instalações 
elétricas, esgoto sanitário, dentre outras.
  Condições de segurança contra incêndio: regulamentada por uma série 
de normas:
 ■ NBR 9441 — alarmes contra incêndio;
13Arquitetura em saúde e a RDC 50
 ■ NBR 8674 — execução de sistemas fixos automáticos de proteção 
contra incêndio com água nebulizada para transformadores e reatores 
de potência;
 ■ NBR 9441 — execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio;
 ■ NBR 14432 — exigências de resistência ao fogo de elementos cons-
trutivos de edificações;
 ■ NBR 5628 — componentes construtivos estruturais e determinação 
da resistência ao fogo;
 ■ NBR 6125 — chuveiros automáticos para extinção de incêndio;
 ■ NBR 9077 — saídas de emergência em edifícios;
 ■ NBR 11785 — barra antipânico especificação;
 ■ NBR 11742 — porta corta fogo para saídas de emergência;
 ■ NBR 11711 — portas e vedadores corta-fogo com núcleo de madeira 
para isolamento de riscos em ambientes comerciais e industriais;
 ■ NBR 13714 — sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate 
a incêndios;
 ■ NBR 98 — armazenamento e manuseio de líquidos inflamáveis e 
combustíveis;
 ■ NBR 10897 — proteção contra incêndio por chuveiro automático;
 ■ NBR 12693 — sistemas de proteção por extintores de incêndio;
 ■ NBR 13434 — sinalização de segurança contra incêndio e pânico e 
formas, dimensões e cores;
 ■ NBR 13435 — sinalização de segurança contra incêndio e pânico;
 ■ NBR 13437 — símbolos gráficos para sinalização contra incêndio 
e pânico; 
 ■ NBR 11836 — detectores automáticos de fumaça para proteção 
contra incêndio.
Dessa forma, é possível perceber que a RDC 50 tem um papel determi-
nante no desenvolvimento e execução de projetos de arquitetura hospitalar. O 
planejamento de estruturas adequadas para funcionamento de EAS depende 
da observação dos critérios por ela regulamentados, além de outras normas 
complementares.
Arquitetura em saúde e a RDC 5014
Para entender melhor os novos caminhos da arquitetura hospitalar, leia o artigo Os 
novos caminhos da arquitetura hospitalar e o conceito de humanização, de Rogério 
dos Reis Brito.
3 Arquitetura hospitalar e hospitalidade 
na humanização do atendimento à saúde 
A conexão entre a arquitetura hospitalar, a hospitalidade e a humanização 
fi ca evidente quando é percebida sua importância no sentido de planejar e 
construir estruturas saudáveis e promover a saúde das pessoas:
A humanização de ambientes consiste na qualificação do espaço construído a 
fim de promover ao seu usuário conforto físico e psicológico, para a realização 
de suas atividades, através de atributos ambientais que provocam a sensação 
de bem-estar. Mas não se trata apenas disso, envolve principalmente a forma 
como o usuário do espaço percebe cada um dos elementos do ambiente e a 
forma como cada um desses elementos vai influenciá-lo (SOETHE; LEITE, 
2015, documento on-line).
Nesse sentido, essa relação se fortalece devido às mudanças de paradigmas 
que transformaram o modelo de atenção que é centrado na promoção da saúde, 
buscando não apenas prevenir as doenças, mas desenvolver espaços saudáveis 
e voltados para as pessoas e suas necessidades, auxiliando no processo de cura 
(SOETHE; LEITE, 2015).
Fica claro que a percepção de bem-estar está intimamente ligada ao processo 
de humanização quando faz parte de um ambiente que promove o bem-estar em 
todas as suas dimensões. A relação entre a arquitetura hospitalar, hospitalidade 
e a humanização tem se tornado cada vez maior à medida que o tempo foi 
passando e as estruturas hospitalares foram ficando obsoletas e longe do ideal 
de acolhimento e bem-estar. Dessa forma, surge um novo modelo de estruturas 
voltadas ao tratamento em saúde para o conforto ambiental e o bem-estar.
15Arquitetura em saúde e a RDC 50
Estudosdemonstram que há requisitos para o desenvolvimento de uma 
nova geração de EAS, com outras funcionalidades e estruturas, evidenciando 
que os estabelecimentos podem influenciar na melhoria da saúde das pessoas 
(SOETHE; LEITE, 2015). O Quadro 1 apresenta os requisitos mencionados 
por Soethe e Leite (2015).
 Fonte: Adaptado de Soethe e Leite (2015). 
Requisitos Descrição
1 Eliminar os fatores estressantes do ambiente (ru-
ído, falta de privacidade, iluminação excessiva-
mente forte, baixa qualidade do ar interior) 
2 Promover o contato dos usuários com a natureza por 
meio de jardins e outros dispositivos semelhantes
3 Oferecer condições de controle individual da privacidade 
e contato social, incluindo o controle de luz, temperatura 
ambiente, tipo de música ambiente ou até da possibili-
dade de silêncio, opções de posicionamento corporal 
4 Possibilitar a socialização e encontro de grupos em 
áreas com arranjos ambientais apropriados
5 Promover atividades com potencial de distração e relaxamento 
como arte interativa, aquários, acesso à internet, acesso a ca-
nal e programas especiais com temáticas reconfortantes
6 Promover ambientes relaxantes, com possibilidade de 
conexão espiritual, relaxamento e bom humor
 Quadro 1. Requisitos para o desenho de EAS humanizadas baseado em evidências 
Portanto, a arquitetura e a hotelaria devem seguir alguns critérios para criar 
projetos e desenvolver os ambientes com as características necessárias para que 
ações e processos de humanização tenham a estrutura propícia para ocorrer. 
A conexão da pessoa com o ambiente, principalmente, em um momento tão 
crítico como a doença, leva à reflexão sobre a possibilidade de os ambientes 
contribuírem de alguma forma para a recuperação das pessoas, tornando a 
atividade laboral em saúde um processo com maior fluidez.
Arquitetura em saúde e a RDC 5016
No passado, as estruturas abrigavam doentes de forma totalmente insa-
lubre, revelando a intensidade que uma estrutura hospitalar pode influenciar 
para adoecer ou para curar as pessoas, pois “a arquitetura possui o poder de 
influenciar o aparecimento de enfermidades físicas e psíquicas, se pressupõem 
que também pode agir de maneira contrária, e contribuir para com a saúde 
de seus usuários” (SOETHE; LEITE, 2015, documento on-line). Assim, as 
recomendações envolvem o acolhimento, a informatização, a promoção, a 
flexibilização e a humanização.
Acesse o link a seguir para conhecer os “Doutores da alegria” e como é a proposta de 
humanização dos ambientes hospitalares (DOUTORES DA ALEGRIA, [2020?]).
https://qrgo.page.link/ZNEnb
Estruturas de redução psicológica do estresse
Ao desenvolver estruturas hospitalares humanizadas, cumprir a legislação para 
a adequação dos projetos conforme as necessidades dos usuários e oferecer 
serviços de hotelaria compatíveis, o ambiente tende a tornar o local menos 
estressante para todos os frequentadores. 
Assim, o conjunto de ações na estrutura se confunde com o foco de hu-
manizar os espaços:
A humanização de cada ambiente através da iluminação, cores e formas 
presentes no local motivam as pessoas que ali estarão. O projeto é elemento 
de fundamental importância, preza pela funcionalidade, conforto ambiental, 
flexibilidade e humanização das atividades e locais (BONI; SILVA; FORTU-
NA, 2018, documento on-line).
Quando se diminui o estresse nas estruturas dos EAS, nos processos de 
trabalho e nas relações entre as pessoas, a sensação de bem-estar se espalha 
por toda a instituição de saúde.
17Arquitetura em saúde e a RDC 50
Efeitos ambientais de projetos de arquitetura 
hospitalar sobre a saúde e o bem-estar
As estruturas dos EAS podem ser determinantes na saúde e recuperação das 
pessoas (Quadro 2). Uma das bases teóricas para compreender o efeito do 
ambiente nos indivíduos é a psiconeuroimunologia:
A Psiconeuroimunologia é a arte e ciência de criar ambientes que ajudam a 
evitar doenças, acelerar a cura e promover o bem-estar das pessoas. Estuda os 
estímulos sensoriais, os elementos do ambiente que os causam, e as relações 
entre estresse e saúde. Seus estudos demonstram que a variação na quantidade 
de estímulos sensoriais é necessária, pois a condição de monotonia permanente 
induz a distúrbios patológicos (SOETHE; LEITE, 2015, documento on-line).
Esse conceito é atribuído a Robert Ader, que o utiliza para se referir às 
emoções que podem influenciar no processo das doenças físicas, principal-
mente, aquelas de causa imunológica, como o câncer, infecções e doenças 
alérgicas (SOETHE; LEITE, 2015).
Fator ambiental
Efeito na saúde e 
no bem-estar Recomendações
Iluminação e vistas
Boa luz natural  Recuperação mais rápida do 
biorritmo após cirurgia
  Melhor absorção de 
vitaminas e sais minerais
  Aumento de produtividade 
de 2 a 3%
  Inserção de aberturas para a 
iluminação natural
  Considerar o impacto da 
variação da luminosidade 
no conforto visual e 
térmico dos pacientes
Vista da luz natural  Percepção do tempo, clima 
e localização
  Inserção de aberturas para 
o ambiente externo
Iluminação artificial 
apropriada
  Reforço de identidade 
  Melhora da atmosfera
  Aumento da segurança 
dentro e em torno das 
edificações
  Aumento de produtividade
  Seguir a Norma NBR 5413 – 
Iluminação de Interiores
 Quadro 2. Efeitos ambientais sobre a saúde e o bem-estar dos pacientes 
(Continua)
Arquitetura em saúde e a RDC 5018
Fator ambiental
Efeito na saúde e 
no bem-estar Recomendações
Iluminação e vistas
Qualidade da luz  Melhora da atmosfera
  Apoio à função 
  Relaxamento
  Projetar corretamente 
o nível de iluminação e 
proporcionar ambiente 
íntimo e aconchegante
Uso de cores 
funcional e 
ergonômico
  Redução da agitação
  Aumento do caráter
  Reconhecimento e senso de 
direção
  Aumento de produtividade
  Uso de luz em tom 
amarelado, que 
proporciona a sensação de 
aconchego e relaxamento
Atmosfera e identidade
Sala com propósitos 
especiais
  Reunião, distração, 
relaxamento, regeneração, 
recreação ativa, expressão 
cultural, redução do estresse
  Conversas particulares, 
privacidade, alívio mental
  Reflexão e oração, alívio 
mental, força espiritual, 
consolo
  Projetar locais para 
reuniões, formação de 
grupos, espaços para lazer 
e oração
Escritórios celulares 
(< 4 pessoas)
  Menor perturbação, maior 
concentração, 2 a 4% mais 
produtividade da mão de 
obra
  Projetar locais de 
trabalho que respeitem a 
privacidade, territorialidade 
e apropriação de cada 
indivíduo
Projeto adequado 
ao nível de 
interação social
  Estímulo a reuniões, 
distração, relaxamento ou 
simplesmente privacidade, 
individualidade
  Projetar espaços 
confortáveis e com 
mobiliário flexível — que 
permitam o rearranjo 
conforme as necessidades 
do indivíduo ou do grupo 
que o utiliza
 Quadro 2. Efeitos ambientais sobre a saúde e o bem-estar dos pacientes 
(Continuação)
(Continua)
19Arquitetura em saúde e a RDC 50
Fator ambiental
Efeito na saúde e 
no bem-estar Recomendações
Atmosfera e identidade
Integração de artes  Relaxamento, contemplação, 
apreciação da organização
  Visuais para trabalhos de 
arte, mobiliário interativo, 
presença de elementos 
como a água, iluminação e 
uso de cores
Cores adequadas 
aos estímulos
  Criar ilusões, influenciar 
diretamente o espaço e 
gerar efeitos diversos
  Diminuir ou aumentar a 
capacidade de percepção, 
de concentração e de 
atenção
  Fazer uso correto das cores, 
a fim de que ajudem 
a gerar os estímulos 
necessários ao usuário
Som e vibrações
Paz e tranquilidade, 
menos poluição 
sonora
  Menor perturbação do sono
  Menor irritação
  Menor estresse e problemas 
de ritmo cardíaco
  Recuperação mais rápida
  Melhor concentração, 
menor cansaço
  Aumento de produtividade
  Escolha adequada de 
móveis e revestimentos, 
a fim de que não reflitam 
ou amplifiquem as ondas 
sonoras
  Sons naturais, 
especialmente causados 
pela água e vegetação 
em movimento, possuem 
efeitocalmante e relaxante 
e ajudam a diminuir a 
intensidade de sons 
indesejáveis
Música-ambiente  Distração, relaxamento, 
menor necessidade de 
analgésico
  Prever circuito de música 
ambiente
Autonomia
Controle pessoal 
de venezianas, 
aquecimento, etc.
  Aumento da noção de 
controle e autonomia
  Prever o máximo controle 
do ambiente por parte de 
seus ocupantes
 Quadro 2. Efeitos ambientais sobre a saúde e o bem-estar dos pacientes 
(Continuação)
(Continua)
Arquitetura em saúde e a RDC 5020
Fator ambiental
Efeito na saúde e 
no bem-estar Recomendações
Autonomia
Localização 
de instalações 
delicadas em 
lugares menos 
críticos
  Menor risco de transferência 
de infecções
  Menos problemas de 
contaminação biológica, 
física e química
  Prever localização de 
instalações de controle do 
ar em locais adequados, 
seguros, de fácil acesso e 
manutenção
Separação 
entre fontes de 
contaminantes
  Menor risco de transferência 
de infecções
  Menos problemas de 
contaminação biológica, 
física e química
  Prever locais adequados 
para manuseio de produtos 
com odor desagradável, 
indesejável ou que 
contaminem o ar
Menos fontes de 
poluição do ar
  Menor irritação das vias 
aéreas
  Menos infecções
  Menos problemas com 
odores 
  Aumento de produtividade 
de 3% a 8%. Redução de 
faltas por doença
  Minimizar ao máximo o 
uso de equipamentos ou 
produtos que provoquem 
a poluição do ar
  Risco menor de 
desenvolvimento de 
doenças em longo prazo
Odor agradável  Impressão positiva do 
espaço. Lembrança positiva 
da estada
  Arranjos florais e 
vegetações que 
proporcionam 
fragrâncias agradáveis. 
As plantas possuem a 
propriedade de purificar 
o ar, alegrar o ambiente e 
promover o contato com 
a natureza
Clima
Ambiente interno 
uniformemente 
bom
  Conforto, bem-estar, ganho 
de produtividade de 10% a 
15%, redução de faltas por 
doença
  Uso de ventilação natural, 
telhados verdes, vegetação, 
espelhos d’água e sistema 
de climatização quando 
necessário
 Quadro 2. Efeitos ambientais sobre a saúde e o bem-estar dos pacientes 
(Continuação)
(Continua)
21Arquitetura em saúde e a RDC 50
 Fonte: Adaptado de Soethe e Leite (2015). 
Fator ambiental
Efeito na saúde e 
no bem-estar Recomendações
Acessibilidade
Boa sinalização  Capacidade de encontrar 
o caminho, aumento da 
autonomia
  Prever projeto de 
sinalização e informação 
visual
Piso plano não 
escorregadio
  Melhor sensação de 
equilíbrio
  Movimentação mais segura
  Menos quedas acidentais
  Uso de piso antiderrapante 
e o mais linear possível
Espaços livres de 
obstruções físicas
  Maior segurança, aumento 
da autonomia 
  Projetar espaços sem 
obstruções físicas e com 
equipamentos para 
autonomia do usuário
  Projetar espaços sem 
obstruções físicas e 
com equipamentos que 
auxiliem a autonomia do 
usuário
Entrada protegida 
do vento e da chuva
  Segurança física, aumento 
da autonomia
  Projetar espaços de transição 
como halls e marquises, ao 
abrigo de intempéries
Ergonomia
Tamanho 
ergonômico dos 
locais de trabalho
  Postura correta, relaxamento, 
menos problemas físicos, 
maior produtividade
  Prever mobiliário adequado à 
antropometria do usuário e 
com sistema de regulagem
Tamanho 
ergonômico 
das rotas
  Movimento sem obstrução, 
menos acidentes, aumento 
da privacidade física e social
  Projetar circulações em 
dimensões adequadas ao 
fluxo de pessoas no local
Espaço verde
Bom acesso e jardins  Relaxamento, recreação, 
melhora do estado físico
  Projeto paisagístico
Vista para o verde 
e objetos naturais
  Relaxamento, regeneração, 
apreciação, recuperação 
física mais rápida
  Aberturas para visuais da 
paisagem e jardins. Uso 
de vegetação em jardins 
internos
 Quadro 2. Efeitos ambientais sobre a saúde e o bem-estar dos pacientes 
(Continuação)
Arquitetura em saúde e a RDC 5022
É possível perceber a grande contribuição da arquitetura hospitalar na 
humanização dos EAS e a importância da regulamentação para o planejamento 
e a execução dos projetos. A busca por ambientes humanizados é um processo 
que se inicia com a mudança de paradigmas, o planejamento e a execução de 
um projeto arquitetônico, além da percepção dos efeitos nas pessoas.
Para conhecer o caso da rede de hospitais Sarah e como ela trata a arquitetura hos-
pitalar e a humanização, leia o artigo “Conforto ambiental hospitalar na perspectiva 
dos hospitais da Rede Sarah Kubistchek”, de Cláudio Boni, Conrado Renan da Silva e 
Talita Carli Fortuna.
https://qrgo.page.link/Gg32b
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada — 
RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para plane-
jamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos 
assistenciais de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, n. 54, 20 mar. 2002. Disponível 
em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_50_2002_COMP.
pdf/9682e8b7-3c4f-4b30-bec9-f76de593696d. Acesso em: 17 fev. 2020.
BITENCOURT, F. Espaço e promoção de saúde: a contribuição da arquitetura ao conforto 
dos ambientes de saúde. Revista Saúde em Foco: informe epidemiológico em saúde 
coletiva, Rio de Janeiro, n. 23, p. 35–46, jul. 2002. Disponível em: http://smsrio.org/
revista/index.php/revsf/article/view/607/550. Acesso em: 17 de fev. 2020.
BONI, C.; SILVA C. R. da; FORTUNA, T. C. Conforto ambiental hospitalar na perspectiva dos 
hospitais da rede Sarah Kubistchek. Revista Contemporânea: Revista Unitoledo: Arquite-
tura, Comunicação, Design e Educação, Araçatuba, v. 03, n. 1, p. 74–88, jan./jun. 2018. 
Disponível em: http://ojs.toledo.br/index.php/contemporanea/article/view/2969/360. 
Acesso em: 17 fev. 2020.
DOUTORES DA ALEGRIA. [S. l.], [2020?]. Disponível em: https://doutoresdaalegria.org.
br/. Acesso em: 18 fev. 2020.
GÓES, R. de. Manual prático de arquitetura hospitalar. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2011. 
23Arquitetura em saúde e a RDC 50
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local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
MARTINS, B. C. (org.). Arquitetura e urbanismo: planejando e edificando espaços 2. Ponta 
Grossa: Atena, 2019. E-book. Disponível em: https://www.atenaeditora.com.br/wp-
-content/uploads/2019/07/E-book-Arquitetura-e-Urbanismo-Planejando-e-Edificando-
-Espacos-2.pdf. Acesso em: 17 fev. 2020.
OLIVEIRA, E. R. de; MAZZURANA, M. M.; OLIVEIRA, T. D. de. Edificações saudáveis e a 
síndrome do edifício doente. In: PAINEL DE PESQUISAS EM ARQUITETURA E URBANISMO, 
2., 2019, Ijuí. Anais [...]. Ijuí: Unijuí, 2019. p. 1–4. Disponível em: https://publicacoeseventos.
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REDE SARAH. Unidade lago norte. [201–?]. 1 fotografia. Disponível em: http://www.
sarah.br/media/1398/a_redeSARAH_unid_lagonortegrande.jpg?anchor=center&m
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SOETHE, A.; LEITE, L. S. Arquitetura e a saúde do usuário. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO 
DE QUALIDADE DO PROJETO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 4., 2015, Viçosa. Anais 
[...]. Viçosa: UFV, 2015. p. 1–13. Disponível em: https://www.locus.ufv.br/bitstream/
handle/123456789/6039/50.pdf?sequence=3&isAllowed=y. Acesso em: 17 fev. 2020.
Arquitetura em saúde e a RDC 5024
DICA DO PROFESSOR
O uso das cores nas estruturas hospitalares é essencial para compor a ambiência e o conforto 
ambiental. Nesse sentido, o uso das cores faz parte do processo de colorir e humanizar 
instituições de saúde monocromáticas e acinzentadas ou envolvidas em paredes brancas.
Na Dica do Professor, você vai conhecer um pouco mais sobre o assunto e sensibilizar-seao uso 
adequado das cores no ambiente hospitalar.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
NA PRÁTICA
Os ambientes humanizados contam com características que necessitam ser atendidas para que os 
espaços tenham a capacidade de acolhimento necessário. Desse modo, quatro hospitais foram 
avaliados em relação as principais características de humanização dos espaços, por meio da 
Matriz FOFA, procurando perceber os pontos necessários de atenção para a implantação de 
arquitetura em saúde humanizada nas diversas dimensões.
Conheça, Na Prática, o caso de avaliação de quatro instituições de saúde.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Vídeo tour 360o maternidade Einstein
Neste vídeo você vai conhecer um pouco mais sobre a estrutura de uma maternidade e como ela 
pode auxiliar no processo de humanização do cuidado.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Arquitetura construída para sanar
Neste vídeo você var refletir sobre aspectos ampliados da arquitetura e sua relação com as 
pessoas. Não esqueça de ajustar a legenda.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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