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Herlan Fellini 2 SUMÁRIO HISTÓRIA HISTÓRIA GERAL HISTÓRIA DO BRASIL Aulas 27 e 28: Revolução Francesa 4 Aulas 29 e 30: Era Napoleônica e o Congresso de Viena 19 Aulas 31 e 32: Revoluções de 1830 e 1848 e Segunda Revolução Industrial 30 Aulas 33 e 34: Ideologias do século XIX, Imperialismo e Neocolonialismo 43 Aulas 27 e 28: República oligárquica: aspectos políticos e econômicos 60 Aulas 29 e 30: República oligárquica: movimentos sociais 73 Aulas 31 e 32: Crise da república oligárquica e Revolução de 1930 89 Aulas 33 e 34: Era Vargas: governos provisório e constitucional 104 GEOGRAFIA GEOGRAFIA 1 GEOGRAFIA 2 Aulas 27 e 28: Agropecuária brasileira 120 Aulas 29 e 30: Tipos de indústria 147 Aulas 31 e 32: Industrialização do Brasil 158 Aulas 33 e 34: Transportes I 172 Aulas 27 e 28: Regiões socioeconômicas mundiais II: América latina 190 Aulas 29 e 30: Regiões socioeconômicas mundiais III: Europa 205 Aulas 31 e 32: Regiões socioeconômicas mundiais IV: Rússia e Ásia central 220 Aulas 33 e 34: Regiões socioeconômicas mundiais V: China 233 Bruno Alves Bruno Alves Bruno Alves Bruno Alves Bruno Alves Bruno Alves Bruno Alves 3 HISTÓRIA GERAL 4 REVOLUÇÃO FRANCESAAULAS 27 E 28 E.O. APRENDIZAGEM 1. (UEL) Leia o texto a seguir. A conquista do tempo através da medida é claramente percebida como um dos importantes aspectos do con- trole do Universo pelo homem. De um modo não tão geral, observa-se como, em uma sociedade, a interven- ção dos detentores do poder na medida do tempo é um elemento essencial do seu poder: o calendário é um dos grandes emblemas e instrumentos do poder; por outro lado, apenas os detentores carismáticos do poder são senhores do calendário: reis, padres, revolucionários. LE GOFF, J. HISTÓRIA E MEMÓRIA. TRAD. DE BERNARDO LEITÃO ET AL. 7.ED. CAMPINAS: UNICAMP, 2013. P.442. No processo histórico das sociedades humanas, os se- nhores do poder procuram ampliar o seu domínio socio- econômico vinculando-o ao tempo cronológico. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, um exemplo de apropriação do tempo associado a um po- der que originou um novo calendário. a) O Édito de Constantino impôs o calendário Justi- niano a todo o Ocidente cristão modificando as datas de celebrações religiosas. b) A Reforma Calvinista produziu uma nova conta- gem de tempo para a sociedade referente ao mundo sagrado, consagrando a epopeia da libertação. c) A Revolução Chinesa criou um novo calendário apropriando-se do controle da temporalidade no campo pelas novas técnicas agrícolas desenvolvidas por Mao Tse Tung. d) A Revolução Francesa rompeu com o calendário em vigor, a partir da deposição do rei pela Convenção criada para formular uma nova constituição. e) A Revolução Inglesa modificou o calendário no qual se regulava a balança comercial britânica com as suas colônias, aprimorando a concentração do lucro. 2. (UECE) “Quem era a burguesia? Eram os escritores, os doutores, os professores, os advogados, os juízes, os funcionários – as classes educadas; eram os mercado- res, os fabricantes, os banqueiros – as classes abasta- das, que já tinham direitos e queriam mais. Acima de tudo, queriam – ou melhor, precisavam – lançar fora o jugo da lei feudal numa sociedade que realmente já não era feudal. Precisavam deitar fora o apertado gibão feudal e substituí-lo pelo folgado paletó capitalista. En- contraram a expressão de suas necessidades no campo econômico, nos escritos dos fisiocratas de Adam Smith; e a expressão de suas necessidades, no campo social, nos trabalhos de Voltaire, Diderot e dos enciclopedistas. O laissez-faire no comércio e indústria teve sua contra- partida no ‘domínio da razão’ na religião e na ciência.” HUBERMAN, LEO. HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM. 21ª ED. RIO DE JANEIRO, EDITORA GUANABARA, 1986, P. 149. Essa burguesia, descrita por Leo Huberman, foi respon- sável por uma das principais transformações políticas e sociais, que teve um impacto duradouro na história do país onde ocorreu e, mais amplamente, em todo o continente europeu. Essa burguesia está ligada à: a) Revolução Gloriosa, de 1688 a 1689. b) Revolução Francesa, de 1789 a 1799. c) Revolução Russa, de 1917. d) Revolução de Avis, de 1383 a 1385. 3. (PUC-SP) “O Terror, que se tornou oficial durante cer- to tempo, é o instrumento usado para reprimir a con- trarrevolução(...). É a parte sombria e mesmo terrível desse período da Revolução [Francesa], mas é preciso levar em conta o outro lado dessa política.” MICHEL VOVELLE. A REVOLUÇÃO FRANCESA EXPLICADA À MINHA NETA. SÃO PAULO: UNESP, 2007, P. 74-75. São exemplos dos “dois lados” da política revolucioná- ria desenvolvida na França, durante o período do Terror: a) o julgamento e a execução de cidadãos suspeitos e o tabelamento do preço do pão. b) a prisão do rei e da rainha e a conquista e coloni- zação de territórios no norte da África. c) a vitória na guerra contra a Áustria e a Prússia e o fim do controle sobre os salários dos operários. d) a ascensão política dos principais comandantes mi- litares e a implantação da monarquia constitucional. e) o início da perseguição e da repressão contra reli- giosos e a convocação dos Estados Gerais. 4. (Ufrgs) O texto abaixo refere-se à Revolução Francesa. O Terror é doravante um sistema de governo, ou melhor, uma parte essencial do governo revolucionário. Seu braço. (...) Ele é também um meio de governo omnipre- sente, através do qual a ditadura revolucionária de Paris deve fazer sentir sua mão de ferro em todos os lugares, tanto nas províncias quanto nas forças armadas. FURET, FRANÇOIS ; OZOUF, MONA. DICCIONNAIRE CRITIQUE DE LA RÉVOLUTION FRANÇAISE. ÉVÉNEMENTS. PARIS: FLAMMARION, 1992. P. 298-299. Considere as seguintes afirmações sobre o denominado Terror. COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 HABILIDADES: 3, 4, 5, 6, 7,8, 9, 10, 13, 14, 16, 17, 18, 20, 22, 23, 24, 25, 26, 28 e 29 5 I. O governo jacobino, dirigido por Robespierre, e o Co- mitê de Salvação Pública foram responsáveis pelo pe- ríodo do Terror. II. O Terror foi uma política de extermínio liderada pelos girondinos de origem burguesa. III. O objetivo dessa política centrava-se na defesa da Revolução contra os inimigos internos e externos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas I e III. 5. (Espcex-adaptado) “Em fins do século XVIII, enquanto a Inglaterra se industrializava rapidamente, a França era ain- da um país agrário. [...] Enquanto isso, na França, vigorava ainda uma organização social baseada em estamentos - chamados estados, ou ordens -, herdada da Idade Média.” (ARRUDA & PILETTI, 2007) Sobre o tema, leia as afirmações abaixo. I. O primeiro Estado era constituído pela burguesia. II. O clero estava subdividido em alto clero e baixo clero. III. O terceiro estado lutava pela abolição dos privilé- gios e por igualdade de tratamento em relação à no- breza e clero. IV. Os sans-cullottes eram os pobres que não tinham os privilégios da nobreza. V. A Assembleia Nacional era composta por representan- tes dos três Estados, que possuíam igualdade de votos. Assinale a única alternativa em que todos os itens estão corretos. a) I, II e III. b) II, III e IV. c) I, III e V. d) I, IV e V. e) II, IV e V. 6. (UECE) Atente para as seguintes citações: I. “Os reis, aristocratas e tiranos, independentemente da nação a que pertençam, são escravos que se revol- tam contra o soberano da Terra, isto é, a humanidade, e contra o legislador do universo, a natureza.” (MAXIMILIEN ROBESPIERRE, LÍDER E COMANDANTE DO TERROR JACOBINO, DEFENSOR DE IDEIAS REVOLUCIONÁRIAS PARA AQUELE TEMPO, COMO VOTO UNIVERSAL, ELEIÇÕES DIRETAS, EDUCAÇÃO GRATUITA E OBRIGATÓRIA, E IMPOSTO PROGRESSIVO, SEGUNDO A RENDA.) II. “[...] garantir a propriedade do rico, a existência do pobre, o usufruto do industrial e a segurança de todos.” (BOISSY D’ANGLAS, SOBRE O OBJETIVO DA CONSTITUIÇÃO DE 1795, DA QUAL FOI O RELATOR, PROMULGADA PELA CONVENÇÃO APÓS A QUEDA DO REGIME DE TERROR IMPLANTADO PELOS JACOBINOS SOB LIDERANÇA DE ROBESPIERRE.) Analisando as citações acima, pode-se afirmar correta- mente que: a) representam, respectivamente, os momentos de maior radicalização popular e de acomodação bur- guesa dentro do movimento revolucionário que der- rubou o antigo regime na França em 1789. b) caracterizam o processo de reação da nobreza que, liderada por Robespierre, atacou os interesses da bur- guesia que a escravizava. c) significam o fim do Estado burguês, pois tanto Ro- bespierre quanto d’Anglas desejavam a segurança de todos os franceses indistintamente. d) ambas reproduzem a preponderância dos princí- pios burgueses de supremacia da liberdade individual e da fraternidade entre as classes sociais. 7. (Acafe) Classificada pela história como modelo clás- sico de revolução burguesa, a Revolução Francesa deu sua contribuição para o Ocidente, seja no vocabulário político ou na influência das constituições que adota- ram alguns princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Sobre a revolução francesa é correto afirmar, exceto: a) A Assembleia Nacional aboliu as taxas e impostos que recaiam sobre o campesinato, acabando com os vestígios do feudalismo que ainda perdurava em vá- rias regiões francesas. b) Monarquias como a Prússia e a Áustria assinaram a declaração de Pillnitz e anunciaram a intenção de intervir militarmente na França e deter o processo re- volucionário. c) No período do Terror, os excessos de Robespierre fizeram-no perder o apoio político. Posteriormente, o próprio Robespierre foi guilhotinado. d) Os jacobinos defendiam posições moderadas e representavam, sobretudo, os interesses da alta bur- guesia e do primeiro Estado. 8. (UFRN) Os diversos grupos envolvidos na Revolução Francesa interpretaram diferentemente os princípios teóricos que a fundamentaram. Uma interpretação des- ses princípios pode ser exemplificada no Manifesto dos Iguais, que se expressava nos seguintes termos: Desde a própria existência da sociedade civil, o atributo mais belo do homem vem sendo reconhecido sem opo- sição, mas nem uma só vez pôde ver-se convertido em realidade: a igualdade nunca foi mais do que uma bela e estéril dicção da lei. E hoje, quando essa igualdade é exigida numa voz mais forte do que nunca, a resposta é esta: “Calai-vos, miseráveis! A igualdade não é real- mente mais do que uma quimera; contentai-vos com a igualdade relativa: todos sois iguais em face da lei. Que quereis mais, miseráveis?” Que mais queremos? Queremos igualdade efetiva ou a morte. De que mais precisamos além da igualdade de direitos? Queremos vê-la entre nós, sob o teto das nossas casas. BABEUF, GRACO. MANIFESTO DOS IGUAIS. DISPONÍVEL EM: <WWW.MARXISTS.ORG/PORTUGUES/BABEUF/1796/MES/ MANIFESTO. HTM>. ACESSO EM: 17 SET. 2012. [ADAPTADO] Elaborado na fase do Diretório, esse Manifesto inspirou a “Conspiração dos Iguais”, que foi sufocada, e seu líder, Graco Babeuf, preso e executado. 6 No contexto da Revolução Francesa, esses aconteci- mentos evidenciam que a) o partido conservador, cujos membros eram conhe- cidos como realistas, uniu-se à alta burguesia e lutava para restaurar a monarquia. b) a facção dos radicais, liderada por Robespierre, te- mia a ascensão das massas operárias. c) os ideais inspiradores do movimento revolucionário foram aplicados na medida em que atenderam os in- teresses da burguesia. d) as ideias radicais orientaram a ação dos jacobinos, que assumiram a liderança do processo revolucionário. 9. (PUC-RJ) “A Revolução Francesa constitui um dos ca- pítulos mais importantes da longa e descontínua pas- sagem histórica do feudalismo ao capitalismo. Com a Revolução (científica) do século XVII e a Revolução In- dustrial do século XVIII na Inglaterra, e ainda com a Re- volução Americana de 1776, a Grande Révolution lança os fundamentos da História contemporânea”. [MOTA, C. G. A REVOLUÇÃO FRANCESA]. Entre as transformações promovidas pela Revolução na França, iniciada em 1789, é CORRETO afirmar que: a) os privilégios feudais e o regime de servidão foram abolidos destruindo a base social que sustentava o An- tigo Regime absolutista francês. b) a Revolução aboliu o trabalho servil e fortaleceu o clero católico instituindo uma série de medidas de ca- ráter humanista. c) os revolucionários derrubaram o rei e proclamaram uma República fundamentada no igualitarismo radical na qual a propriedade privada foi abolida. d) a Revolução rompeu os laços com a Igreja católica iniciando uma reforma de cunho protestante que se aproximava dos ideais da ética do capitalismo moderno. e) a Revolução, mesmo em seu momento mais radical, não foi capaz de romper com as formas de propriedade e trabalho vigentes no antigo regime. 10. (Espcex (Aman)) Leia as afirmações abaixo referen- tes à Revolução Francesa. I. Sua principal função social era defender a nação. II. Fase da Revolução Francesa que durou de 1794 até 1799. III. Revoltas camponesas comuns na França na década de 1780. IV. Defendiam um governo central forte, o voto univer- sal e a participação popular na direção do processo re- volucionário. Os fragmentos I, II, III e IV referem-se, respectivamente, ao/à(s) a) jacobinos, diretório, nobreza, jaqueries. b) nobreza, diretório, jaqueries, jacobinos. c) diretório, jaqueries, jacobinos, nobreza. d) nobreza, jaqueries, diretório, jacobinos. e) jaqueries, jacobinos, nobreza, diretório. E.O. FIXAÇÃO 1. (UFPA) A imagem do filme Danton (abaixo), com Ro- bespierre, interpretado pelo ator Wojciech Pszoniak, e Danton, com os braços abertos, interpretado por Gé- rard Depardieu, evidencia a diferença de atitude entre os dois personagens da Revolução Francesa. A leitura da imagem e o conhecimento sobre o proces- so revolucionário na Europa de 1789autorizam afirmar que os posicionamentos de Danton e Robespierre ca- racterizavam que: a) Danton defendeu as revindicações dos sans-cullo- tes e, por apoiar a criação de um exército revolucio- nário, entrou em conflito com Robespierre. b) Robespierre, de peruca, símbolo da aristocracia do antigo regime, foi o representante dos monarquistas no Comitê de Salvação Pública. c) Robespierre representou a burguesia francesa, e Danton representou o povo nos debates no Tribunal Revolucionário. d) Danton tinha origem popular, e Robespierre vinha de uma linhagem nobre, por isso conflitaram em seus ideais sobre a revolução. e) o filme é uma obra de ficção, por isso é incorreto dizer que houve conflitos entre Robespierre e Danton durante os acontecimentos da Revolução Francesa. 2. (UERN) Felizmente, a Revolução Francesa ainda está viva. Pois a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, os valores da Razão e do Iluminismo – os valores que cons- truíram a civilização moderna (...) – são mais necessá- rios do que nunca, na medida em que o irracionalismo, a religião fundamentalista, o obscurantismo e a barbárie estão, mais uma vez, avançando sobre nós. É, portanto, uma boa coisa que, no ano de seu bicentenário (1989), tenhamos a ocasião de pensar novamente sobre os acontecimentos históricos que há dois séculos transfor- maram o mundo. Para melhor. (HOBSBAWM, ERIC. ECOS DA MARSELHESA: DOIS SÉCULOS REVEEM A REVOLUÇÃO FRANCESA. SÃO PAULO: COMPANHIA DA LETRAS, 1996. P. 127. IN: MARQUES, ADHEMAR. PELOS CAMINHOS DA HISTÓRIA. ENSINO MÉDIO. CURITIBA: POSITIVO, 2006. P. 254.) Na visão do autor do texto, um dos mais conceituados historiadores de nosso tempo, a “Revolução Francesa ainda está viva”. Acerca do pensamento de Hobsbawm e os acontecimentos que permeiam o cotidiano atual, é correto afirmar que: 7 a) é possível estabelecer relações de semelhança en- tre os atores sociais, que protagonizaram a revolução burguesa em questão, e os embates, que ainda per- manecem presentes em nossa sociedade. b) a presença de sinais de conflito, tais como o “ir- racionalismo” e o “obscurantismo”, citados pelo historiador, comprova a total ineficácia do processo revolucionário empreendido em 1789. c) percebe-se, nos dias atuais, que os entraves feu- dais, os quais foram os grandes causadores da Revo- lução Francesa, permanecem como uma constante na realidade de toda a Europa ocidental. d) como ainda existem, na atualidade, as mesmas classes sociais do período moderno, palco da Revo- lução Francesa, a história permanece a mesma, sem alterações que possam ser consideradas válidas. 3. (UFU) As mães, as filhas, as irmãs, representantes da Nação pedem ser constituídas em Assembleia Nacional. Considerando que a ignorância, o esquecimento ou o menosprezo dos direitos da mulher são as únicas cau- sas das desgraças públicas e da corrupção do governo, resolvemos expor, numa declaração solene, os direitos naturais, inalteráveis e sagrados da mulher. Em conse- quência, o sexo superior em beleza, como em coragem nos sofrimentos maternais, reconhece e declara, em presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguin- tes direitos da mulher e da cidadã. Art. 1 – A mulher nasce livre e permanece igual ao ho- mem em direitos. As distinções sociais não podem ser fundadas, senão, sobre a utilidade comum. Art. 2 – A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis da mulher e do homem. Estes direitos são: a liberdade, a prosperidade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão. DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER E DA CIDADÃ. 1791. (ADAPTADO) O documento acima foi proposto à Assembleia Nacio- nal da França, durante a Revolução Francesa, por Marie Gouze. A autora propunha uma Declaração de Direitos da Mulher e da Cidadã para igualar-se à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada anterior- mente. A proposta de Marie Gouze expressa: a) o reconhecimento da fragilidade feminina, de- vendo a Constituição francesa garantir ações legais e afirmativas com o objetivo de reparar séculos de exploração contra a mulher. b) a participação das mulheres no processo revolu- cionário e a reivindicação de ampliação dos direitos de cidadania, com o intuito de abolir as diferenças de gênero na França. c) a disputa política entre os jacobinos e girondinos, uma vez que estes últimos defendiam uma radicaliza- ção cada vez maior das conquistas sociais no proces- so revolucionário. d) o descontentamento feminino ante as desigualda- des que as leis francesas até então garantiam entre os integrantes do terceiro Estado e a aristocracia. 4. (UFRN) Em 1789, no contexto da Revolução France- sa, na Assembleia Nacional, os representantes do povo elaboraram a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que, entre outras proposições, enunciou: Os homens nascem livres e iguais em direitos. As dis- tinções sociais só podem ter fundamento na utilidade comum. O fim de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Estes di- reitos são: a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. A lei é a expressão da vontade geral. Deve ser igual para todos, protegendo ou punindo. Sendo todos os cidadãos iguais perante a lei, são, igual- mente, admitidos a todas as dignidades, cargos e em- pregos públicos, segundo a capacidade de cada um e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes ou talentos. IN: PAINE, T. OS DIREITOS DO HOMEM. PETRÓPOLIS: VOZES, 1989. [ADAPTADO]. As proposições citadas, de ampla repercussão no Mun- do Contemporâneo, estão fundamentadas: a) nas ideias liberais, defensoras do intervencionismo estatal com a adoção de minuciosa regulamentação de todos os aspectos da vida social. b) nos valores defendidos pelos adeptos do liberalis- mo, em oposição aos governos autoritários e à orga- nização social baseada em privilégios. c) nas posições políticas burguesas, favoráveis à har- monia coletiva garantida pelo acesso de todos os grupos sociais à propriedade privada dos meios de produção. d) nos princípios iluministas, alicerçados na defesa da igualdade econômica como um direito que garantiria a cidadania proletária. 5. (UPE) A Revolução Francesa marcou a ascensão da burguesia ao poder, acabando com o absolutismo fran- cês. Sobre a França revolucionária, assinale a alternati- va correta. a) A burguesia atuava também no campo, em especial no sul da França, onde dominava o comércio de tecido. b) Os grupos políticos urbanos se restringiam ao apoio da nobreza reformada, a qual, assim como o clero, cla- mava por reformas econômicas. c) A burguesia parisiense contestava o alto índice de impostos que era obrigada a pagar. d) O drástico corte de gastos da Corte de Luís XVI dimi- nuiu a crise econômica da França no fim do século XVIII. e) Os camponeses ficaram alheios ao processo revolucio- nário, colhendo depois os frutos das conquistas burguesas. 6. (Espcex) “A execução de Luís XVI, em janeiro de 1793, abalou a nobreza europeia. No interior da França, eclo- diram revoltas (...). No exterior, formou-se a Primeira Coligação europeia (...). A França foi novamente inva- dida. (...) Teve início então, o Período do Terror, que se estenderia até julho de 1794.” (ARRUDA & PILETTI, 2007) 8 O Período do Terror, caracterizado pela radicalização do processo revolucionário, ocorreu durante a fase da(o): a) Monarquia Constitucional e era chefiado por ja- cobinos. b) Diretório e era dirigido por girondinos. c) Assembleia Legislativa e era comandado por “sans- -culottes”. d) Assembleia Nacional Constituinte e era orientado por girondinos. e) Convenção Nacional e era liderado por jacobinos. 7. (Espm) Que o preço de todos os gêneros de primeira necessidade seja fixado invariavelmente sobre os dos ditos antigos, depois de 1789 até, inclusive, o ano 90, proporcionalmente às suas qualidades diversas; que as matérias-primas sejam também tabeladas, de maneira que os lucros da indústria,os salários do trabalho e os benefícios do comércio possam facultar ao homem in- dustrioso, ao agricultor, ao comerciante, adquirir a coi- sas necessárias e indispensáveis à subsistência, e ainda tudo quanto possa contribuir para o bem-estar. (ALBERT SOBOUL. HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO FRANCESA) A medida tratada no texto e colocada em vigor durante a Revolução Francesa pelo Comitê de Salvação Pública foi: a) a Lei do Máximo. b) a Lei dos Suspeitos. c) a redação dos cadernos de queixas. d) a abolição dos direitos feudais. e) a abolição das corporações de ofício. 8. (UFTM) A cada um a sua função e o seu lugar na terra. No topo estão os religiosos, intermediários indispen- sáveis entre a cidade terrestre e a cidade celeste (...). Depois vêm os nobres, que receberam da Providência a qualidade de guerreiros e estão, portanto, investidos da missão de manutenção da ordem. Finalmente, para o úl- timo lugar são relegados os trabalhadores, destinados ao trabalho e ao sofrimento para o bem comum. (PIERRE BONNASSIE. DICIONÁRIO DE HISTÓRIA MEDIEVAL, 1985. ADAPTADO.) O texto faz referência: a) a um tipo de organização social que se apoiava nas diferentes aptidões dos seres humanos. b) às crenças milenaristas, segundo as quais apenas os pobres alcançariam o reino dos céus. c) à igualdade social, que caracteriza a sociedade oci- dental desde a Antiguidade. d) ao antropocentrismo, que reservava lugar de des- taque para a vontade dos indivíduos. e) à divisão da sociedade em três ordens, colocada em xeque pela Revolução Francesa. 9. (Udesc) Entre 1789 e 1799, a França atravessou um período profundamente transformador conhecido por Revolução Francesa. Em relação às características desse processo revolucionário e seus desdobramentos, anali- se cada proposição e assinale (V) para verdadeira ou (F) para falsa. ( ) A França foi inovadora, pois não havia notícias de uma revolução de caráter burguês e liberal na Europa do século XVIII. ( ) Durante os dez anos do processo revolucionário, houve uma série de acordos que garantiram uma transi- ção tranquila e pacífica da monarquia absolutista para a república federativa. ( ) A Revolução Francesa pode ser subdividida em qua- tro momentos: a Assembleia Constituinte, a Assembleia Legislativa, a Convenção e o Diretório. ( ) A Revolução Francesa disseminou nova concepção política e organizacional do Estado; suas ideias influen- ciaram a disseminação de guerras e conflitos e seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade passaram a ser buscados por quase todas as nações do mundo contemporâneo. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – F – V – F b) V – V – F – F c) F – V – V – V d) V – V – V – V e) F – F – V – V 10. (UFTM) O esquema refere-se à situação da receita e da despesa do Estado francês na década de 1780. Impostos diretos 46%Impostos indiretos 32% Outras receitas 22% Casa real (Incluindo salários e pensões: 4,3%) 10,3% Marinha, guerra, negócios exteriores 17,2% Pagamento da dívida 50,3% Outras despesas 22,2% Receitas: 471,6 milhões de libras Despesas: 633 milhões de libras Déficit: 161,4 milhões de libras (Anne Bernet. Sem nenhum tostão em caixa. In História Viva, 2004.) A partir da observação dos dados, pode-se inferir: a) o equilíbrio da economia do país, obtido pela admi- nistração centralizada, típica do absolutismo. b) a fragilidade das contas públicas, agravada pelo envolvimento do país em guerras externas, que apro- fundaram a crise econômica. c) a importância das taxas pagas pela nobreza, que compunham grande parte das receitas do poder pú- blico. d) a necessidade de se aumentar o controle das fron- teiras, para evitar a evasão de divisas para outros pa- íses europeus. e) os efeitos das revoltas camponesas, que desestru- turaram a produção rural e diminuíram a arrecadação de impostos. 9 E.O. COMPLEMENTAR 1. (IFSP) Antes de 1789, inúmeros problemas devasta- vam a França, o que a levou à grande revolução de 14 de julho. Assinale a alternativa que contém os fatores que propi- ciaram o surgimento da Revolução. a) O decreto do Bloqueio Continental por Napoleão Bonaparte, o que levou praticamente toda a Europa a uma guerra. Esta, fazendo milhares de vítimas en- tre os franceses, trouxe um colapso à economia (pela diminuição da mão de obra) o que levou o país à re- volução de 14 de julho. b) A coroação de Luis XIV como o “rei Sol”. Monarca vaidoso e perdulário, construiu Versalhes, solapando as finanças francesas, o que levou o país a imensos deficits. Descontentes com a situação, filósofos ilu- ministas pregavam a substituição da monarquia por uma república e a luta entre monarquistas e republi- canos levou ao início da Revolução. c) O enorme deficit causado por altos gastos com a corte e o pagamento de dívidas aliado às baixas re- ceitas, recaindo todo o ônus dos impostos sobre o ter- ceiro Estado. Além disso, o ideário iluminista adotado pela burguesia fez com que esta se dispusesse a lutar por uma igualdade jurídica. d) A França estava devastada pelas guerras de reli- gião, havendo perseguições e assassinatos de hu- guenotes pelos católicos. Buscando a paz social, o rei Luis XIV estabeleceu o Edito de Nantes, trazendo a liberdade religiosa. Descontentes com a medida real, os católicos depuseram e aprisionaram o rei, o que deu início à revolução. e) O surgimento da Revolução Industrial na França, o que levou milhares de camponeses às cidades, em bus- ca de melhores condições de vida. Não encontrando trabalho (não conheciam o trabalho fabril), vivendo nas ruas e lançados à miséria, grande parte da população de Paris invadiu a Bastilha, buscando um teto para se abrigar do rigoroso inverno francês. O rei reagiu expul- sando os invasores, o que deu início à revolução. 2. (Famerp 2017) A Revolução é feita de sombra, mas, acima de tudo, de luz. MICHEL VOVELLE. A REVOLUÇÃO FRANCESA EXPLICADA À MINHA NETA, 2007. A frase apresenta a Revolução Francesa, destacando a) a aliança de setores católicos, associados à luz da revelação divina, com a ação revolucionária, que re- presentava as trevas da morte. b) o contraste entre a obscura violência de alguns de seus momentos e a razão luminosa que guiou muitos de seus propósitos. c) a vitória do projeto aristocrático, que representava a luz, sobre as lutas burguesas, que representavam as sombras. d) o contraponto entre o esforço obscuro de impor o terror e a vontade iluminista de restaurar a monar- quia parlamentar. e) a derrota do ideal republicano, que associava a revolução às trevas, e o sucesso da monarquia abso- luta, liderada pelo Rei Sol. 3. (UFMG) O Grande Medo de 1789 foi um dramático acontecimento histórico, ocorrido no interior da Revo- lução Francesa. Todas as alternativas contêm afirmações corretas sobre o Grande Medo, EXCETO: a) Fez parte de uma conjuntura marcada por numero- sas agitações e insurreições urbanas e rurais. b) Foi considerado pelos revolucionários e pelo povo, em geral, como um complô das hordas inimigas da ordem, do rei e da Igreja. c) Foi uma das faces da revolução camponesa que, durante os primeiros anos da Revolução Francesa, im- pulsionou e conduziu a revolução burguesa. d) Foi um acontecimento fundamentado em reações coletivas de medo e pânico da população diante da divulgação de boatos. e) Gerou fugas, medidas preventivas tais como ata- ques às propriedades aristocráticas e a decisão de armar a população para enfrentar os bandidos. 4. (UFJF-PISM 2) Em julho de 1789, houve a explosão de movimentos populares em Paris. Artesãos, operá- rios e desempregados se envolveram fortemente com o processo revolucionário, que ocasionou a tomada da Bastilha, momento simbólico da Revolução Francesa. Os grupos populares que protagonizaram a revolução passaram a ser conhecidos como sans-culottes. Em relação aos sans-culottes, assinale a resposta que CORRESPONDA às suas reivindicações e atitudes. a) Desejavam tomar o poder do rei de formamodera- da, mediante as decisões do primeiro Estado. b) Defendiam o aprofundamento das reformas polí- ticas e a tomada de poder por parte da aristocracia. c) Tinham um projeto político bem definido, cuja prin- cipal proposta era o alinhamento com grupos contrar- revolucionários. d) Exigiam melhores condições de vida e participação política dos setores sociais médios e pobres, saque- ando armazéns e tomando edifícios governamentais. e) Defendiam que os preços fossem tabelados e o fim da exploração econômica, sem qualquer proximidade com os camponeses e suas reivindicações. 5. (UFPR) Considere os seguintes excertos produzidos no contexto da Revolução Francesa (1789-1799): Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (26 de agosto de 1789) Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (setembro de 1791) Art. 1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum. Art. 1º. A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. As distinções sociais só podem ser baseadas no interesse comum. 10 Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a con- servação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Art. 2º. O objeto de toda asso- ciação política é a conservação dos direitos imprescritíveis da mulher e do homem. Esses di- reitos são a liberdade, a proprie- dade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão. Art. 13. Para a manutenção da força pública e para as des- pesas de administração, é in- dispensável uma contribuição comum, que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades. Art. 13. Para a manutenção da força pública e para as despe- sas de administração, as con- tribuições da mulher e do homem serão iguais; ela participa de to- dos os trabalhos ingratos, de to- das as fadigas, deve então partic- ipar também da distribuição dos postos, dos empregos, dos cargos, das dignidades e da indústria. * ESSA DECLARAÇÃO, ESCRITA E PROPOSTA PELA FRANCESA OLYMPE DE GOUGES, NÃO FOI APROVADA PELA ASSEMBLEIA NACIONAL; OLYMPE FOI GUILHOTINADA POR ORDEM DE ROBESPIERRE EM 1793. Compare as duas declarações e assinale a alternativa que identifica a principal diferença entre o texto de 1789 e o de 1791. a) O texto de 1791 estabelece direitos e obrigações detalhados e separados para homens e mulheres na política e nos negócios, conforme o projeto burguês de sociedade, enquanto o texto de 1789 defende um ideal universalista, sem distinção social. b) O texto de 1789 defende direitos universais, sem explicitar a questão de gênero, enquanto o texto de 1791 defende a igualdade de direitos entre os gêneros, reivindicando a atuação feminina em assuntos consi- derados masculinos, como a política e os negócios. c) O texto de 1791 defende a luta contra a opressão das mulheres após séculos de dominação monárqui- ca na França, enquanto o texto de 1789 é contra a opressão masculina causada pela predominância do clero e da nobreza sobre o terceiro Estado. d) O texto de 1789 utiliza o termo “homem” para de- signar a todo o conjunto de cidadãos, sem distinção de classe e origem, enquanto o texto de 1791 subs- titui “homem” por “mulher”, a fim de reivindicar di- reitos exclusivos para as cidadãs da classe burguesa. e) O texto de 1789 defende que nenhum direito é válido se não incluir todos os cidadãos, enquanto o texto de 1791 contradiz esse princípio ao privilegiar as mulheres, que reivindicavam maior espaço na so- ciedade após a morte da rainha Maria Antonieta. E.O. DISSERTATIVO 1. (PUC-RJ) A gravura abaixo se intitula A derruba- da em massa e foi produzida em 1794 para defender o programa revolucionário dentro e fora da França. À esquerda, um revolucionário aciona uma máquina em cuja roda lê-se “Declaração dos Direitos do Homem” e, acima da máquina elétrica, lê-se “Eletricidade republi- cana gerando nos déspotas uma comoção que derruba seus tronos”. No cabo elétrico, sucedem-se os impulsos “Liberdade, Fraternidade, Unidade, Indivisibilidade da República” que derrubam dois imperadores, vários reis e um papa. Considerando esta gravura no contexto revolucionário em que foi produzida: a) identifique duas ações tomadas pelos revolucionários, durante o período da Convenção Nacional (1792-1795), para garantir a “unidade e indivisibilidade da República” contra os que julgavam serem seus adversários internos; b) explique por quais motivos o autor da gravura repre- senta o enfrentamento das coalizões europeias como uma guerra universal contra todos os regimes despóticos. 2. (UEL) Observe a imagem a seguir. Explique o contexto histórico da Revolução Francesa destacando o posicionamento do autor da imagem quanto à Igreja católica. 3. (PUC-RJ) As transformações ocorridas nas Américas durante a Era das Revoluções Atlânticas estiveram mar- cadas por dois grandes eventos, ambos igualmente ra- dicais: (a) a Revolução Americana, que, com a indepen- dência das 13 colônias em 1776, causou uma primeira séria fratura na ordem do Antigo Regime e cujo pio- neirismo na criação da primeira república moderna não seria esquecido e (b) a Revolução de Santo Domingo, no Haiti, nos anos de 1790, a qual veio associada a uma gigantesca, única e bem sucedida rebelião de escravos nos tempos modernos. Esta libertou os escravos e criou a segunda república independente do novo mundo. a) Explique a contribuição da Revolução Americana para a ideia de República no mundo moderno. 11 b) Caracterize como os cidadãos franceses, em meio às próprias experiências revolucionárias iniciadas em 1789 na metrópole, reagiram à rebelião dos escravos em sua colônia e à subsequente abolição da escravidão. 4. (UFG) Leia o hino a seguir. Avante, filhos da Pátria, O dia de glória chegou! Contra nós da tirania, O estandarte ensanguentado se ergueu Ouvis nos campos Rugir esses ferozes soldados? Vêm eles até os vossos braços Degolar vossos filhos, vossas mulheres! Às armas, cidadãos, Formai vossos batalhões, Marchemos, marchemos! Que um sangue impuro Banhe o nosso solo! LISLE, JOSEPH ROUGET DE. A MARSELHESA. DISPONÍVEL EM: <WWW.AMBAFRANCE-BR.ORG/A-MARSELHESA>. ACESSO EM: 14 NOV. 2012. (ADAPTADO). “A Marselhesa” foi apropriada como canção revolucio- nária em 1793, no ano III. Passando por modificações em sua letra, no final do século XIX, em meio à corrida imperialista europeia, a composição tornou-se hino na- cional francês. Diante do exposto: a) relacione um trecho da composição “A Marselhe- sa” ao contexto revolucionário francês; b) explique a mudança ocorrida na ideia de nacionalis- mo no final do século XIX, relacionando-a à apropria- ção de “A Marselhesa” como hino nacional francês. 5. (FGV) O texto a seguir narra algumas mudanças ocor- ridas na França ao tempo da Revolução. Depois da proclamação da República, em setembro de 1792 (...). Até mesmo as medidas de espaço, tempo e peso passaram a ser questionadas. Todos deveriam fa- lar a mesma língua, usar os mesmos pesos e medidas e entregar as moedas antigas. Uma comissão trabalhou para estabelecer o sistema métrico, e a Convenção ins- tituiu um novo calendário. Em vez da semana de sete dias, haveria a decade, período de dez dias sem varia- ção de mês para mês. No lugar dos nomes da ‘época vulgar’, os nomes dos meses e dias refletiriam a nature- za e a razão. Germinal, floreal e prairial (fins de março a fins de junho), por exemplo, evocavam os brotos e flores da primavera, enquanto primidi, duodi etc. Or- denavam os dias racionalmente, sem a ajuda dos no- mes de santos. Em Toulouse, as autoridades municipais chegaram a contratar um relojoeiro para ‘decimalizar’ o relógio da Câmara Municipal. Até os relógios podiam testemunhar a Revolução. HUNT, L. POLÍTICA, CULTURA E CLASSE NA REVOLUÇÃO FRANCESA. TRAD., SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 2007, P. 97. a) Apresente quatro características da França durante o períodorepublicano de 1792 a 1795. b) Explique os significados históricos dessa tentati- va de estabelecer outras referências e denominações para o calendário. c) Relacione o novo calendário instituído pela revolu- ção às ideias ilustradas do século XVIII. 6. (UNB) No processo da Revolução Francesa, quando destruíram os últimos resquícios do feudalismo na eufó- rica noite de 4 de agosto de 1789, os deputados concor- daram em manter o dízimo da Igreja, 2em vez de simples- mente aboli-lo sem qualquer compensação. Mas, desde então, 1houve sinais de que a promessa seria abandona- da. “Eles desejam ser livres, mas não sabem ser justos”, reclamou o abade de Seyès, referindo-se a alguns cole- gas da Assembleia. Robespierre não era nem antipadres nem anticlerical; 3é difícil determinar sua posição quanto ao futuro da Igreja na Revolução. Às vezes, era veemen- te crítico e, em outras vezes, retornava à interpretação da doutrina cristã, pois, a seu ver, o cristianismo era a religião dos pobres e daqueles de coração puro - rique- za chamativa e luxo não deveriam fazer parte dele. Os pobres, segundo ele, eram oprimidos não apenas pela fome, mas também pelo espetáculo escandaloso de clé- rigos autoindulgentes, 4que esbanjavam insensivelmente o que 5pertencia aos pobres por direito. RUTH SCURR. PUREZA FATAL: ROBESPIERRE E A REVOLUÇÃO FRANCESA. RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO: RECORD, 2009, P. 140-1 (COM ADAPTAÇÕES). Com base no texto acima, julgue os itens a seguir como corretos ou incorretos e justifique. a) A invasão da península Ibérica, etapa do expan- sionismo francês conduzido por Bonaparte, gerou ce- nário estimulador do processo de independência das colônias espanholas e portuguesa na América. b) As características aristocráticas, conservadoras e eclesiásticas do sistema feudal, que impediam práticas comerciais e financeiras, explicam a sobrevivência desse sistema até 1789. c) O dízimo, imposto que abrangia o universo dos cris- tãos, possibilitou que os papas, desde a Idade Média até o final do antigo regime, destinassem a Roma 10% da riqueza produzida na Europa, o que transformou a Igreja na principal instituição a ser combatida pelos ilu- ministas e revolucionários do século XVIII. d) A Reforma, ocorrida quase três séculos antes da Revo- lução Francesa, constituiu evento de ruptura no interior do cristianismo. Entre outros aspectos, ela condenava o espetáculo pouco cristão dos eclesiásticos católicos, quer no plano econômico, quer no plano dos costumes. e) A forma como a autora do texto refere-se ao abade de Seyès e a Robespierre permite compreender a con- vivência, no auge dos acontecimentos da Revolução Francesa, de duas perspectivas, a tradicional e a mo- derna, assumidas, inclusive, por um mesmo indivíduo. f) Os miseráveis da época mencionada no texto não eram representantes da totalidade do povo, o qual, como categoria social, compreendia também indiví- duos e grupos que estavam além da linha de miséria. 12 Essa categoria teria, em seguida, seu significado am- pliado ao nível político da nação. 7. (UFBA) Texto I Trecho da Declaração de Independência dos Estados Unidos “São verdades incontestáveis para nós: que todos os homens nascem iguais; que lhes conferiu o Criador cer- tos direitos inalienáveis, entre os quais o de vida, o de liberdade e o de buscar a felicidade; que, para assegu- rar esses direitos, se constituíram entre os homens go- vernos, cujos poderes justos emanam do consentimen- to dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo tenda a destruir esses fins, assiste ao povo o direito de mudá-la ou aboli-la, instituindo um novo governo, cujos princípios básicos e organização de po- deres obedecem às normas que lhes pareçam mais pró- prias para promover a segurança e a felicidade gerais.” (AQUINO, 2005, P. 203). Texto II Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão No dia 26 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional Constituinte proclamou a célebre Declaração dos Direi- tos do Homem e do Cidadão, tendo como base o ideário burguês do Iluminismo. Entre os principais pontos de- fendidos por esse documento, destacam-se: • o respeito, pelo Estado, à dignidade da pessoa hu- mana; • a liberdade e a igualdade dos cidadãos perante a lei; • o direito à propriedade individual; • o direito de resistência à opressão política; • a liberdade de pensamento e de opinião. De maneira solene, a Declaração tornava explícitos os pressupostos filosóficos sobre os quais deveria ser construída a nova sociedade liberal burguesa. (COTRIM, 1994, P. 290). Com base nas declarações que compõem os textos I e II, cite duas características comuns que marcaram o mo- mento histórico no qual foram produzidas essas duas Declarações. 8. (UFRJ) Entre os séculos XVII e XIX, a Europa foi sacu- dida por uma série de revoluções sociais que resulta- ram na constituição do sistema político liberal e demo- crático. Entre elas destacaram-se as revoluções inglesa de 1688 e francesa de 1789. Indique um princípio de natureza econômica e outro de natureza política presentes nessas duas revoluções. 9. (FGV 2007) Cidadãos: O homem nasceu para a felicidade e para a liberdade, e em toda parte é escravo e infeliz. A sociedade tem por fim a conservação de seus direitos e a perfeição do seu ser, e por toda parte a sociedade o degrada e oprime. Chegou o tempo de chamá-la a seus verdadeiros desti- nos; os progressos da razão humana prepararam esta grande Revolução, e a vós especialmente é imposto o dever de acelerá-la. Para cumprir vossa missão, é ne- cessário fazer precisamente o contrário do que existiu antes de vós. (MAXIMILIEN DE ROBESPIERRE. PARIS, 10 DE MAIO DE 1793.) Maximilien de Robespierre foi um dos principais líde- res da corrente jacobina da Revolução Francesa. Ao discursar na Convenção acerca dos fundamentos que deveriam orientar a elaboração da primeira Constitui- ção Republicana na história do país, Robespierre apli- cou princípios iluministas para defender a construção de uma nova ordem política e social. a) Aponte uma medida adotada pelos jacobinos no contexto da radicalização do processo revolucionário francês (1792-1794). b) Explique um princípio iluminista presente no do- cumento. 10. (PUC-RJ) Em princípios de 1789, a França era uma sociedade do antigo regime. A crise dessa estrutura ma- nifestou-se ao longo desse ano, dando início a um perí- odo de transformações que se estendeu por dez anos: a Revolução Francesa. a) Indique 3 (três) características de natureza políti- co-social da sociedade do antigo regime na França. b) Indique 3 (três) transformações operadas durante o 1° momento da Revolução Francesa – a “Era das Ins- tituições” (1789 -1792) – que evidenciam o caráter revolucionário dessa experiência histórica. E.O. ENEM 1. (Enem) Em nosso país queremos substituir o egoís- mo pela moral, a honra pela probidade, os usos pelos princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas pessoas, a intri- ga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem. HUNT, L. REVOLUÇÃO FRANCESA E VIDA PRIVADA. IN: PERROT, M. (ORG.) HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA: DA REVOLUÇÃO FRANCESA À PRIMEIRA GUERRA. VOL. 4. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1991 (ADAPTADO). O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o trecho transcrito é parte, relaciona-se a qual dos grupos político-sociais envolvidos na Revolução Francesa? a) À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês como força política dominante. b) Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à alta burguesia. 13 c) A militares oriundos da pequena e média burguesia, que derrotaram as potências rivais e queriam reorgani- zara França internamente. d) À nobreza esclarecida, que, em função do seu con- tato, com os intelectuais iluministas, desejava extin- guir o absolutismo francês. e) Aos representantes da pequena e média burguesia e das camadas populares, que desejavam justiça so- cial e direitos políticos. 2. (Enem) Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados Unidos da América (EUA) declaravam sua independência e justifica- vam a ruptura do Pacto Colonial. Em palavras profunda- mente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus direitos inaliená- veis: o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos governados. Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Ilumi- nismo foram retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais tarde, em 1789, na França. EMÍLIA VIOTTI DA COSTA. APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO. IN: WLADIMIR POMAR. REVOLUÇÃO CHINESA. SÃO PAULO: UNESP, 2003 (COM ADAPTAÇÕES). Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opção correta. a) A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico, mas se base- avam em princípios e ideais opostos. b) O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência norte-americana no apoio ao absolutismo esclarecido. c) Tanto nos EUA quanto na França, as teses ilumi- nistas sustentavam a luta pelo reconhecimento dos direitos considerados essenciais à dignidade humana. d) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento da independên- cia norte-americana. e) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências das colônias ibéricas situadas na América. 3. (Enem) Algumas transformações que antecederam a Revolução Francesa podem ser exemplificadas pela mu- dança de significado da palavra “restaurante”. Desde o final da Idade Média, a palavra ‘restaurant’ designava caldos ricos, com carne de aves e de boi, legumes, raízes e ervas. Em 1765 surgiu, em Paris, um local onde se ven- diam esses caldos, usados para restaurar as forças dos trabalhadores. Nos anos que precederam a Revolução, em 1789, multiplicaram-se diversos ‘restaurateurs’, que serviam pratos requintados, descritos em páginas emol- duradas e servidos não mais em mesas coletivas e mal cuidadas, mas individuais e com toalhas limpas. Com a Revolução, cozinheiros da corte e da nobreza perderam seus patrões, refugiados no exterior ou guilhotinados, e abriram seus restaurantes por conta própria. Apenas em 1835, o Dicionário da Academia Francesa oficializou a utilização da palavra restaurante com o sentido atual. A mudança do significado da palavra restaurante ilus- tra: a) a ascensão das classes populares aos mesmos pa- drões de vida da burguesia e da nobreza. b) a apropriação e a transformação, pela burguesia, de hábitos populares e dos valores da nobreza. c) a incorporação e a transformação, pela nobreza, dos ideais e da visão de mundo da burguesia. d) a consolidação das práticas coletivas e dos ideais re- volucionários, cujas origens remontam à Idade Média. e) a institucionalização, pela nobreza, de práticas co- letivas e de uma visão de mundo igualitária. 4. (Enem) O Estado sou eu. FRASE ATRIBUÍDA A LUÍZ XIV, REI SOL (1638-1712). DISPONÍVEL EM HTTP:// WWWPORTALDOPROFESSOR.MEC.GOV.BR. ACESSO EM 30 NOV. 2011. A nação é anterior a tudo. Ela é a fonte de tudo. Sua vontade é sempre legal: na verdade é a própria lei. SIEYÈS, E. J. O QUE É O TERCEIRO ESTADO. APUD ELIAS, N. OS ALEMÃES: A LUTA PELO PODER E A EVOLUÇÃO DO HABITUS NO SÉCULO XIX E XX. RIO DE JANEIRO: JORGE ZAHAR, 1997. Os textos apresentados expressam alteração na re- lação entre governantes e governados na Europa. Da frase atribuída ao rei Luis XIV até o pronunciamento de Sieyès, representante das classes médias que integra- vam o Terceiro Estado Francês, infere-se uma mudança decorrente da: a) ampliação dos poderes soberanos do rei, conside- rado guardião da tradição e protetor de seus súditos e do Império. b) associação entre vontade popular e nação, com- posta por cidadãos que dividem uma mesma cultura nacional. c) reforma aristocrática, marcada pela adequação dos nobres aos valores modernos, tais como o princípio do mérito. d) organização dos Estados centralizados, acompanha- dos pelo aprofundamento da eficiência burocrática. e) crítica ao movimento revolucionário, tido corno ile- gítimo em meio à ascensão popular conduzida pelo ideário nacionalista. E.O. UERJ EXAME DISCURSIVO 1. (UERJ) Carta de Convocação dos Estados Gerais Por ordem do Rei. Temos necessidade de nossos fiéis súditos para nos ajudarem a superar todas as dificuldades em que nos achamos e para estabelecer uma ordem constante e invariável em todas as partes do governo que interes- sam à felicidade dos nossos súditos e à prosperidade de nosso reino. Esses grandes motivos nos determinaram convocar a assembleia dos Estados de todas as provín- cias sob nossa obediência, para que seja achado, o mais 14 rapidamente possível, um remédio eficaz para os males do Estado e para que os abusos de toda espécie sejam reformados e prevenidos. VERSALHES, 24 DE JANEIRO DE 1789.ADAPTADO DE MATTOSO, K. DE Q. TEXTOS E DOCUMENTOS PARA O ESTUDO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA. SÃO PAULO: EDUSP, 1976 A convocação dos Estados Gerais deu início à Revolu- ção Francesa, ocasionando um conjunto de mudanças que abalaram não só a França, mas também o mundo ocidental em finais do século XVIII. Cite um motivo para a convocação dos Estados Gerais na França, em 1789, e apresente duas consequências da Revolução Francesa para as sociedades europeias e americanas. E.O. OBJETIVAS (UNESP, FUVEST, UNICAMP E UNIFESP) 1. (Fuvest) Oh! Aquela alegria me deu náuseas. Sentia- -me ao mesmo tempo satisfeito e descontente. E eu dis- se: tanto melhor e tanto pior. Eu entendia que o povo comum estava tomando a justiça em suas mãos. Aprovo essa justiça, mas poderia não ser cruel? Castigos de to- dos os tipos, arrastamentos e esquartejamentos, tortu- ra, a roda, o cavalete, a fogueira, verdugos proliferando por toda parte trouxeram tanto prejuízo aos nossos costumes! Nossos senhores colherão o que semearam. GRACO BABEUF, CITADO POR R. DARNTON. O BEIJO DE LAMOURETTE. MÍDIA, CULTURA E REVOLUÇÃO. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1990, P. 31. ADAPTADO. O texto é parte de uma carta enviada por Graco Babeuf à sua mulher, no início da Revolução Francesa de 1789. O autor: a) discorda dos propósitos revolucionários e defende a continuidade do Antigo Regime, seus métodos e costumes políticos. b) apoia incondicionalmente as ações dos revolucio- nários por acreditar que não havia outra maneira de transformar o país. c) defende a criação de um poder judiciário, que atue junto ao rei. d) caracteriza a violência revolucionária como uma reação aos castigos e à repressão antes existentes na França. e) aceita os meios de tortura empregados pelos revo- lucionários e os considera uma novidade na história francesa. 2. (Unesp) O secular regime absolutista, apesar de subver- tido e abalado pela Revolução Francesa, reagiu e resistiu durante certo tempo. Assinale a alternativa que mais se identifica como efetiva ação contrarrevolucionária. a) Rebelião de Camponeses na Vendeia, instigados e apoiados pela aristocracia. b) Forte oposição ao rei Luiz XVI, sustentada pela aristo- cracia que lutava pela manutenção de seus privilégios. c) Manobra militar que resultou na tomada da Bas- tilha e na libertação de centenas de presos políticos. d) Solução de compromisso entre a alta burguesia e a aristocracia para restaurar o absolutismo. e) A fuga para o exterior de nobres e padres france- ses, em busca de apoio da Guarda Nacional. 3. (Fuvest) Na Revolução Francesa, foi uma das princi- pais reivindicações do Terceiro Estado:a) a manutenção da divisão da sociedade em classes rigidamente definidas. b) a concessão de poderes políticos para a nobreza, preservando a riqueza dessa classe social. c) a abolição dos privilégios da nobreza e instauração da igualdade civil. d) a união de poderes entre Igreja e Estado, com for- talecimento do clero. e) o impedimento do acesso dos burgueses às fun- ções políticas do Estado. 4. (Unicamp) Observe a obra do pintor Delacroix, inti- tulada A Liberdade guiando o povo (1830), e assinale a alternativa correta. a) Os sujeitos envolvidos na ação política represen- tada na tela são homens do campo com seus instru- mentos de ofício nas mãos. b) O quadro evoca temas da Revolução Francesa, como a bandeira tricolor e a figura da Liberdade, mas retrata um ato político assentado na teoria bolchevique. c) O quadro mostra tanto o ideário da Revolução Francesa reavivado pelas lutas políticas de 1830 na França quanto a posição política do pintor. d) No quadro, vê-se uma barricada do front militar da guerra entre nobres e servos durante a Revolução Francesa, sendo que a Liberdade encarna os ideais aristocráticos. E.O. DISSERTATIVAS (UNESP, FUVEST, UNICAMP E UNIFESP) 1. (Fuvest) O problema agrário era portanto o funda- mental no ano de 1789, e é fácil compreender por que a primeira escola sistematizada de economia do con- tinente, os fisiocratas franceses, tomara como verdade 15 o fato de que a terra, e o aluguel da terra, era a única fonte de renda líquida. E o ponto crucial do problema agrário era a relação entre os que cultivavam a terra e os que a possuíam, os que produziam sua riqueza e os que a acumulavam. ERIC HOBSBAWM. A ERA DAS REVOLUÇÕES. 1789–1848. RIO DE JANEIRO: PAZ E TERRA, 1982, P. 29. a) Caracterize o momento social e econômico por que a França passava no período a que se refere o texto. b) Quais são as principais diferenças entre as propostas fisiocratas e as práticas mercantilistas anteriores a elas? 2. (Unesp) A charge ilustra as três ordens sociais exis- tentes na França antes da Revolução de 1789. (AS TRÊS ORDENS, 1789. HTTP://ONLINE-LEMEN.LEVRAI.DE) Identifique essas três ordens e justifique o posiciona- mento dos personagens na charge. 3. (Unicamp) Observe a distribuição de custos dos cam- poneses franceses, em percentual da colheita, às vés- peras da Revolução de 1789. Esses custos referem-se ao arrendamento da terra, ao custo das sementes e aos impostos pagos ao rei, ao senhor da terra e ao clero. a) Relacione os dados apresentados com as condi- ções vividas pelos camponeses na França do final do Século XVIII. b) Por quais motivos a questão econômica foi um ele- mento importante para o Terceiro Estado durante a Revolução Francesa? 4. (Unesp) (HUBERT ROBERT. A BASTILHA NOS PRIMEIROS DIAS DE SUA DEMOLIÇÃO, 20 DE JULHO DE 1789. MUSEU CARNAVALET, PARIS, FRANÇA.) Esta representação da Bastilha, prisão política do abso- lutismo monárquico, foi pintada em 1789. Indique dois elementos da tela que demonstrem a solidez e a força da construção e o significado político e social da jorna- da popular de 14 de julho de 1789. 5. (Unicamp) As primeiras vítimas da Revolução Francesa foram os coelhos. Pelotões armados de paus e foices saí- am à cata de coelhos e colocavam armadilhas em desafio às leis de caça. Mas os ataques mais espetaculares foram contra os pombais, castelos em miniatura; dali partiam verdadeiras esquadrilhas contra os grãos dos campone- ses, voltando em absoluta segurança para suas fortale- zas senhoriais. Os camponeses não estavam dispostos a deixar que sua safra se transformasse em alimento para coelhos e pombos e afirmavam ser a “vontade geral da nação” que a caça fosse destruída. Aos olhos de 1789, matar caça era um ato não só de desespero, mas também de patriotismo, e cumpria uma função simbólica: derro- tando privilégios, celebrava-se a liberdade. (ADAPTADO DE SIMON SCHAMA, “CIDADÃOS: UMA CRÔNICA DA REVOLUÇÃO FRANCESA”. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1989, PP. 271-272.) a) De acordo com o texto, por que os camponeses defendiam a matança de animais? b) Cite dois privilégios senhoriais eliminados pela Re- volução Francesa. GABARITO E.O. Aprendizagem 1. D 2. B 3. A 4. E 5. B 6. A 7. D 8. C 9. A 10. B E.O. Fixação 1. A 2. A 3. B 4. B 5. C 6. E 7. A 8. E 9. E 10. B E.O. Complementar 1. C 2. B 3. B 4. D 5. B 16 E.O. Dissertativo 1. a) A política do “Terror” com as perseguições e puni- ções aos adversários do regime instituído e a reorga- nização dos Exércitos, assim como o decreto de “Lei dos Suspeitos” e a decapitação de Luís XVI. b) A charge em questão aborda o processo de expansão revolucionária decorrente da decisão de enfrentar a Pri- meira Coalizão (1793-97) das monarquias europeias, cria- da após o julgamento e a execução de Luís XVI (janeiro de 1793). Esse período é marcado pela internacionalização da guerra revolucionária, que passa a se apresentar como uma oposição entre duas ordens políticas e sociais opos- tas: a da França republicana e revolucionária (com os seus valores destacados nas legendas dentro da gravura) e a da Europa do Antigo Regime (representada pelos soberanos em queda). Neste contexto, em 1793, o Comitê de Salva- ção Pública tomou uma decisão repleta de consequências: anexar os territórios conquistados fora da França, implan- tando neles a nova ordem republicana. 2. A Revolução Francesa ocorre no final do século XVIII, em um período marcado pela difusão das ideias iluministas e das lutas pela liberdade. Nas áreas coloniais, os primeiros movimentos pela independência ocorriam influenciados pelo Iluminismo e as críticas ao absolutismo se avolumavam. Especificamente na França, o Terceiro Estado sofria com a alta dos preços, de- corrente das péssimas colheitas nos finais da década de 80 e com o aumento da tributação por conta das dívidas do Estado Francês. É nesse contexto que tem início o processo revolucio- nário. O autor da charge claramente ignora o posicionamento da Igreja em relação ao movimento revolucionário. A Igreja era uma das principais beneficiadas pela ordem política e social anterior à eclosão da Revolução Francesa. 3. a) A República americana, adotou a ideia de igualda- de de condição entre todos os homens livres e pactu- antes do novo contrato social. Além disso, o direito à liberdade, que a partir de então foi apresentada como uma garantia universal. Porém, a contribuição mais importante que pode ser ressaltada diz respeito às primeiras experiências com o governo representativo, ensaiadas na jovem república. A ideia de que o povo deve governar por meio de representantes e de que esse corpo eleitoral deve ser o responsável pela sele- ção dos governantes viria complementar a união em curso entre os princípios republicanos e o liberalismo que marcaram o final do século XVIII. b) Em meio aos intensos debates e ações radicais que marcaram a escalada revolucionária de 1789 aos anos do Terror, os franceses da metrópole guardaram as ban- deiras da “liberdade, igualdade e fraternidade” para si apenas. Opuseram-se não apenas à rebelião de escravos em Santo Domingo como à libertação de sua colônia (apelidada à época de a “joia francesa do Caribe”). Ironi- camente, coube aos revolucionários haitianos, inspirados nessas mesmas ideias metropolitanas, combaterem os canhões e a marinha da França revolucionária que foram submetê-los e tentar mantê-los sob o jugo colonial. 4. a) “A Marselhesa” foi composta no período de guer- ra entre a França e as outras monarquias europeias. Considerando-se suas distintas apropriações, muitas passagens da composição relacionam-se ao contex- to revolucionário francês, por exemplo (o candidato deve relacionar apenas um trecho da composição ao contexto): • “Avante filhos da Pátria” ou ainda “Às armas, cidadãos”: nestas passagens, a conclamação à guerra se sustenta no sentimento nacional (daí a referência a filhos da pátria e cidadãos), emer- gente durantea era revolucionária. • “Que um sangue impuro/banhe o nosso solo”: nesta passagem, a alusão à sangue impuro (do invasor) é uma metáfora da ambiência da guer- ra. A composição explicita a presença dos inimi- gos (da revolução e/ou da mudança) e a ameaça à pátria. • “Contra nós da tirania”: nesta passagem, en- contra-se a exposição do princípio da Revolução: a luta contra a tirania, identificada no privilégio aristocrático e representada, sobretudo, pela fi- gura do Rei. b) No final do século XIX, há uma mudança impor- tante em relação à ideia de nacionalismo, definida pelo contexto de competição entre os estados nacio- nais europeus. Para explicar a mudança, é importan- te salientar que, no período jacobino, o nacionalismo francês era uma expressão revolucionária e inclusiva, ou seja, ser cidadão francês significava, mais do que simplesmente nascer em território francês, defender os princípios da Revolução, alicerçados na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Entretanto, a partir da corrida imperialista, o sentimento nacional passou a estar associado a viver em um território definido (ter uma nação), a ter uma língua e uma cultura (francesa, alemã, italiana, assim por diante), a possuir colônias e a se sentir parte integrante do projeto civilizacional europeu. Em virtude disso, cada vez mais, o naciona- lismo conclamaria à defesa da nação, à posse de terri- tórios coloniais e à guerra. Assim, a apropriação de “A Marselhesa” é bem-vinda, na medida em que o hino, elaborado em um contexto de invasão (a França lutava contra os regimes monárquicos da Europa, em 1792), exortava o sentimento nacional e qualificava a guerra como heroica e gloriosa. 5. a) O Período Republicano de 1792 a 1795 correspon- de ao momento dos jacobnos no poder e, dentre suas características, podemos citar a abolição da escravi- dão nas colônicas, declaração dos direitos do homem, formação das escolas públicas, perseguição dos con- trarrevolucionários, iniciando o chamado “Período de Terror”, entre outros. Entre 1792 e 1795, ocorreu o período chamado “Con- venção Nacional”. A França adotou uma República em 1792. Dentro da convenção havia vários grupos sociais tais como: girondinos, jacobinos, sans-culottes. 17 Entre junho de 1793 e julho de 1794 imperou o perí- odo do “Terror” em que os jacobinos com apoio dos sans-culottes criaram medidas sociais importantes com um radicalismo intenso através do uso da guilhotina. O maior líder jacobino foi Robespierre que se inspirou nas ideias do filósofo iluminista Rousseau. b) Dentro do período do “terror”, os líderes jacobinos criaram um novo calendário tentando romper com as estruturas vigentes vinculadas ao absolutismo e aos privilégios. Era o calendário Republicano. Os meses tinham os nomes relacionados aos ciclos agrícolas e da natureza. Havia uma valorização de ideias como Razão, Liberdade, Igualdade e Fraternidade. c) O novo calendário tem como ideia central a “ra- zão” que era a grande bandeira do movimento Ilu- minista para destruir o Antigo Regime, ou seja, o absolutismo e mercantilismo. A essência deste novo calendário republicano era “ruptura” com a velha or- dem absolutista. Em 1806, o calendário foi definitiva- mente abolido por Napoleão Bonaparte. 6. a) Correto. A expansão francesa impôs grave crise às Monarquias Ibéricas, agravando as relações com as colônias, particularmente no caso espanhol. b) Incorreto. Apesar de preservadas, as características feudais tinham cada vez menor expressão, e, desde o final da Idade Média, as práticas mercantis estavam em expansão. c) Incorreto. Apesar de receberem o dízimo – 10% – dos fiéis, apenas parte desse valor destinava-se à Roma. d) Correto. A reforma religiosa, denominada de “pro- testante”, teve como um de seus estopins a crítica ao comportamento mundano de parte do clero. e) Correto. Apesar de considerado tradicionalmente como um radical, o texto deixa transparecer que Ro- bespierre não era ferrenho anticlerical. f) Correto. De uma forma geral, o “povo” designava todos aqueles que não possuíam direitos e privilégios, envolvendo setores com poder econômico, como a burguesia. 7. • Influência das ideias iluministas e da expansão do libe- ralismo; • Ascensão da burguesia industrial (papel político e ide- ológico); • Crise do Antigo Regime e contestação revolucionária aos seus princípios: absolutismo, dominação colonial. 8. Entre outros princípios o candidato poderá indicar os se- guintes: liberdade de expressão, liberdade comercial, liberda- de individual e respeito à propriedade privada. 9. a) Foram medidas adotadas pelos jacobinos no con- texto da radicalização do processo revolucionário: a política do “terror”; a abolição dos escravos nas colô- nias; a “Lei do Máximo”. b) Para importantes pensadores iluministas, “a orga- nização política da sociedade só é legítima quando defende os direitos do homem”. Esse princípio ilu- minista está presente no discurso de Robespierre e deverá ser desenvolvido pelo candidato. 10. a) Alguns exemplos: • o caráter estamental dessa sociedade; • o fato de a nobreza e o clero serem estamentos privilegiados; • o fato de caber à burguesia e às camadas popu- lares toda a carga tributária, • a vigência de uma monarquia absoluta; • a legitimação do poder absoluto do monarca por meio da teoria do direito divino; • o caráter consultivo e não deliberativo da As- sembleia dos Estados Gerais; • a concentração de poderes executivos, legislativos e judiciários e religiosos nas mãos do monarca; • a subordinação da Igreja ao Estado. b) Alguns exemplos de transformações: • o estabelecimento de uma monarquia constitu- cional; • o estabelecimento de três poderes: executivo, legislativo e judiciário; • o fim dos privilégios; • a abolição dos direitos feudais; • a instituição da igualdade jurídica; • o estabelecimento da liberdade de culto; • o estabelecimento da liberdade de expressão; • a afirmação da inviolabilidade da propriedade. E.O. Enem 1. E 2. C 3. B 4. B E.O. UERJ Exame Discursivo 1. Um motivo para a convocação dos Estados Gerais, em 1789, foi a crise econômica pela qual o Estado francês pas- sava e a questão quanto à tributação do Primeiro e Segundo Estado naquele momento. Uma consequência da Revolução Francesa para a Europa foi, sem dúvida, a eliminação de pri- vilégios feudais e dos regimes absolutistas. Na América, o processo revolucionário francês contribuiu para a aceleração do processo emancipatório na região. E.O. Objetivas (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp) 1. D 2. A 3. C 4. C 18 E.O. Dissertativas (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp) 1. a) A França se caracterizava por um ordenamento social marcado pela baixa mobilidade social e a di- visão da sociedade em estamentos (Primeiro Estado, Segundo Estado e Terceiro Estado). Essa divisão ga- rantia uma série de privilégios aos estamentos supe- riores, sendo o maior deles, a isenção fiscal. Econo- micamente, o Estado Francês passava por uma grave crise na qual os gastos da Monarquia eram muito superiores às suas rendas, além das crises de abas- tecimento por conta de péssimas colheitas. Esses fa- tores desgastavam a condição de vida dos membros do Terceiro Estado, que além de enfrentar o processo inflacionário pagavam impostos cada vez mais altos. b) O mercantilismo se caracterizava pela intensa in- tervenção do Estado na economia e por restrições comerciais devido ao protecionismo dos Estados Mo- nárquicos. Já a corrente fisiocrata propunha a liber- dade econômica e valorizava a terra como a grande fonte de riqueza de um Estado. 2. A charge mostra o Primeiro Estado representado pelo Alto Clero, o Segundo Estado representado pela nobreza e o Ter- ceiro Estado representado por um camponês. O posiciona- mento dos personagens na imagem revela a hierarquia social existente na França pré-revolucionária. Isentos de impostos, Primeiro e Segundo Estado eram carregados nas costas pelo Terceiro Estado, único estamento queera pesadamente tribu- tado pelo Estado francês. 3. a) O gráfico indica que os custos com a produção e com os impostos representavam 65% da colheita re- alizada pelos camponeses. Desta forma, o usufruto do menor percentual da colheita disponível às pessoas do campo significava a existência de precárias condi- ções de vida para as famílias numerosas, sendo que a miséria e a fome eram riscos constantes no período pré-revolucionário. b) A questão solicitava o estabelecimento da relação entre a crise econômica e o Terceiro Estado (burgueses, camponeses, sans-cullottes, profissionais liberais) du- rante a Revolução Francesa. Os custos dos impostos e a manutenção de um grupo de privilégios (nobreza e cle- ro) uniram o Terceiro Estado em sua insatisfação contra o regime vigente. A conjuntura de endividamento pú- blico e a ineficiência de medidas contra a crise levaram à convocação dos Estados Gerais e fizeram com que as reivindicações do Terceiro Estado entrassem na pauta política francesa. A pobreza foi instrumentalizada pela burguesia, que se incomodava com a ausência de mo- bilidade social e exigia o fim do sistema de privilégios e o estabelecimento de igualdade jurídica. 4. As paredes grossas e as muralhas que envolvem a edifi- cação, além da aparente grandiosidade da prisão diante dos elementos humanos que aparecem na tela demonstram a solidez e a força da construção. O significado político da to- mada da Bastilha, em 14 de julho de 1789, é a derrubada de um símbolo do absolutismo, prenúncio da queda do Antigo Regime. Socialmente, o acontecimento nos revela a tomada dos espaços públicos pela população e a descoberta da força das massas diante das estruturas políticas. 5. a) Segundo o texto, os camponeses defendiam a ma- tança de animais, pois estes destruíam a produção agrícola dos camponeses e sendo a caça um direito exclusivo da nobreza, a matança desses animais sim- bolizava uma afronta a um privilégio aristocrático. b) Podemos citar como privilégios eliminados pela Re- volução Francesa: a exclusividade na caça, a cobrança de obrigações feudais pela nobreza, o uso de títulos de nobreza, a exploração do trabalho servil, a existência de tribunais especiais para os nobres, a isenção de im- postos, a exclusividade no exercício de altos cargos na administração pública, justiça, Exército e Igreja. 19 ERA NAPOLEÔNICA E O CONGRESSO DE VIENAAULAS 29 E 30 E.O. APRENDIZAGEM 1. (Espcex) A Revolução Francesa teve início em 1789. Neste processo a(o): a) Assembleia Nacional Constituinte, representando interesses das classes populares, foi responsável por abolir a escravidão, por acabar com os privilégios do clero e da nobreza e por instituir o voto universal. b) partir de 1792, os girondinos deram início ao Perí- odo do Terror, executando milhares de pessoas acusa- das de serem contrarrevolucionários. c) Diretório foi um governo que conseguiu conciliar diferentes interesses, obtendo o apoio dos jacobinos, através de medidas populares como o tabelamento de preços de alimentos, e da alta burguesia, estimu- lando o desenvolvimento da indústria de algodão. d) 18 Brumário foi um golpe de estado que recebeu o apoio de um grupo político-militar e foi responsável por consolidar os interesses burgueses na França. e) Convenção Nacional teve início com a tomada da Bastilha, símbolo da arbitrariedade do poder real e pôs fim ao absolutismo francês, limitando o poder do rei com a instauração de uma monarquia constitucional. 2. (Espcex) No início do século XIX, Napoleão Bonaparte ordenou a ocupação de Portugal, motivando com isso a fuga da família real portuguesa para o Brasil. Esse even- to desencadeou primeiramente a(o): a) Conjuração Baiana. b) abdicação de D. Pedro I. c) elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. d) introdução das ideias revolucionárias francesas no Brasil. e) estabelecimento do Pacto Colonial. 3. (FGV) Restauração é o nome do regime estabelecido na França durante quinze anos, de 1815 a 1830, mas essa denominação convém a toda a Europa. Ela é múl- tipla e se aplica a todos os aspectos da vida social e política. (RENÉ RÉMOND, O SÉCULO XIX: INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DO NOSSO TEMPO) Reconhece-se a Restauração no processo que: a) restituiu o poder aos monarcas europeus alinhados a Napoleão Bonaparte, provocando a generalização da contrarrevolução na América colonial, que havia sido varrida pelas independências nacionais. b) alçou a Inglaterra à condição da nação mais pode- rosa do mundo, com capacidade de reverter a proibi- ção do tráfico de escravos africanos para a América e de defender a recolonização de espaços coloniais espanhóis americanos. c) restabeleceu as bases do sistema colonial na Amé- rica e na Ásia, com a recriação de companhias de co- mércio marcadas pela rigidez metropolitana, além da prática do “mar fechado” e do porto único. d) permitiu a volta das antigas dinastias ao poder, que o haviam perdido com as guerras napoleônicas, e que criou a Santa Aliança, nascida com o intuito de reprimir movimentos revolucionários. e) ampliou os direitos trabalhistas em toda a Euro- pa, condição que provocou as revoluções de 1820 e 1830, eventos fundamentais para a retomada dos va- lores políticos anteriores à Revolução Francesa. 4. (Ufrgs) Em 1815, foi encerrado o Congresso de Viena que tinha como propósito reorganizar o mapa político da Europa. A respeito desse Congresso, considere as seguintes afir- mações. I. Foi realizado após a derrota de Napoleão Bonaparte, que havia alterado o equilíbrio de forças na Europa. II. Resultou na formação da Santa Aliança para coibir qualquer tentativa de revolução liberal. III. Garantiu a Portugal e Espanha ganhos territoriais na Europa, por terem lutado contra as forças napoleônicas. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas l e III. e) I,II e III. 5. (UEG) Em 1804, Napoleão Bonaparte recebeu o títu- lo de Imperador, mediante um plebiscito. Durante sua cerimônia de coroação, ele retirou do Papa a coroa e colocou-a em sua cabeça com as próprias mãos. Esse gesto ousado representou: a) o rompimento entre a Igreja Católica Romana e o novo Estado Revolucionário Francês. b) que Napoleão estava assumindo todas as responsabi- lidades do Poder Moderador na França. c) que Napoleão, símbolo máximo da força da bur- guesia, considerava-se mais importante que a tradi- ção da Igreja. COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 HABILIDADES: 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 13, 14, 16, 17, 18, 20, 22, 23, 24, 25, 26, 28 e 29 20 d) a criação de uma religião de Estado, tendo como figura central o Imperador, a exemplo do Anglicanis- mo inglês. 6. (Cesgranrio) Na caricatura, os vencedores de Napo- leão – o rei da Inglaterra, o rei da Prússia, o czar da Rús- sia e o imperador austríaco – se preparam para dividir um patê, que contém o antigo Imperador. Sob a mesa, o rei francês Luís XVIII espera as migalhas. No que se refere a esse momento histórico, é incorreto afirmar-se que: a) o Congresso de Viena, ao reformular o mapa eu- ropeu e favorecer os grandes rivais da França napole- ônica, não respeitou as reivindicações nacionais das populações dos territórios ocupados. b) a França recebeu algumas “migalhas”, pois man- teve sua integridade territorial e teve restaurada no poder a dinastia deposta pela Revolução Francesa, apesar de temporariamente ocupada por forças mi- litares vencedoras. c) as grandes reservas de matéria-prima necessárias ao desenvolvimento econômico dos países vencedo- res encontravam-se nas áreas submetidas, até então, ao domínio da França, o que explica a situação humi- lhante do rei francês na caricatura. d) todos os soberanos sentados à mesa obtiveram vantagens territoriais pelo Congresso de Viena, con- tudo, coube à Inglaterra a anexação da maior parte de áreas estratégicas para a manutenção da supre- macia marítima. e) alguns dos países cujos soberanos foram retrata- dos na caricatura reuniram-se, dando origem à Santa
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