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Entre Letras_VOLUME2

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Prévia do material em texto

Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos 
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto 
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de 
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A 
seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa 
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório 
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com 
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos 
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até 
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos 
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, 
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais 
o conhecimento do nosso aluno.
multimídia
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão 
de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas 
para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para 
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida 
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma 
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre 
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em 
seu dia a dia.
vivenciando
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e resolvê-
-las com tranquilidade.
áreas de conhecimento do Enem
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los 
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio 
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da 
aula. Por meio dele pode-se fazer uma rápida consulta aos prin-
cipais conteúdos ensinados no dia, o que facilita sua organização 
de estudos e até a resolução dos exercícios.
diagrama de ideias
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem 
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre 
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade 
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas 
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan-
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que 
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma 
grande engrenagem no mundo em que ele vive.
conexão entre disciplinas
Herlan Fellini
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
incidência do tema nas principais provas
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
teoria
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, 
deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos 
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer 
momento, as explicações dadas em sala de aula.
aplicação do conteúdo
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autores
Lucas Limberti
Murilo Almeida Gonçalves
Pércio Luis Ferreira
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica 
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN: 978-65-88825-04-4
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo 
o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos 
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2020
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
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contato@hexag.com.br
SUMÁRIO
ENTRE LETRAS
GRAMÁTICA
Aulas 9 e 10: Advérbios 6
Aulas 11 e 12: Pronomes pessoais 10
Aulas 13 e 14: Pronomes demonstrativos e possesivos 14
Aulas 15 e 16: Pronomes relativos, interrogativos e indefinidos 16
Aulas 9 e 10: Quinhentismo e Barroco 36
Aulas 11 e 12: Gregório de Matos Guerra, o Boca do Inferno 47
Aulas 13 e 14: Padre Antônio Vieira 54
Aulas 15 e 16: Arcadismo em Portugal: Bocage 62
LITERATURA
ENTRE TEXTOS: INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Aula 5: Figuras de linguagem I 20
Aula 6: Figuras de linguagem II 25
Aula 7: Figuras de linguagem III 29
Aula 8: Figuras de linguagem IV 32
Competência 1 – Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para 
sua vida.
H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.
H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.
H3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação considerando a função socialdesses sistemas.
H4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.
Competência 2 – Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) (LEM) como instrumento de acesso a informações e a outras 
culturas e grupos sociais.
H5 Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.
H6 Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas.
H7 Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.
H8 Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística.
Competência 3 – Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora 
da identidade.
H9 Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.
H10 Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.
H11
Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para 
diferentes indivíduos.
Competência 4 – Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e 
da própria identidade.
H12 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.
H13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.
H14 Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos.
Competência 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante 
a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
H15 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H16 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
H17 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
Competência 6 – Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da reali-
dade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
H18 Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
H19 Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.
H20 Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional.
Competência 7 – Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
H21 Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.
H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
H23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público-alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.
H24
Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como intimidação, sedução, comoção, chan-
tagem, entre outras.
Competência 8 – Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização 
do mundo e da própria identidade.
H25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
H26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
H27 Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
Competência 9 – Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida 
pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, 
às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.
H28 Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.
H29 Identificar, pela análise de suas linguagens, as tecnologias de comunicação e informação.
H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem.
 GRAMÁTICA: Incidência do tema nas principais provas
UFMG
No vestibular da Unesp, exige-se o conheci-
mento das classes gramaticais. O uso correto 
dos pronomes tem sua parcela de importân-
cia. Em relação aos advérbios, a prova pode 
destacar elementos adverbiais e pedir ao 
aluno que defina o significado 
deles dentro de um 
contexto.
A prova da Unifesp apresenta exigências que dizem 
respeito às funções gramaticais dos pronomes e dos 
advérbios. Em outras palavras, a prova exige o uso 
correto das classes adverbiais e pronominais, além 
do reconhecimento dos valores coesivos desses 
elementos no ambiente textual. 
O vestibular da Unicamp aborda o uso dos 
pronomes e dos advérbios de modo amplo: pode 
ser exigido do aluno o conhecimento da função de 
um pronome ou advérbio em um ambiente textual 
que configure linguagem verbal e não verbal, ou 
mesmo identificar em determinado 
texto o valor coesivo de 
um termo. 
Esse vestibular exige conhecimentos sobre a 
especificidade de cada classe gramatical. É 
relevante que o aluno saiba reconhecer como a 
aplicação de um advérbio pode modificar termos 
presentes no texto e como os pronomes podem 
interagir com outros elementos 
textuais de modo 
coesivo.
Nesse vestibular, questões acerca das classes 
gramaticais e suas especificidades são uma cons-
tante. Portanto, sobre aquelas que são objeto de 
estudo neste caderno, convém saber reconhecer 
em quais situações elas se aplicam e qual o 
significado delas para o contexto 
em que se encontram.
O vestibular da PUC-Campinas aborda os diversos 
sentidos dos advérbios, exigindo que o aluno saiba 
identificá-los e compreender os seus aspectos em 
determinado contexto. Os pronomes surgem em 
questões que pedem o reconhecimento dos termos 
a que podem se referir no cômpito de 
um texto apresentado. 
A objetividade característica do vestibular da 
Santa Casa dá margem para questões bastante 
diretas sobre as classes gramaticais e suas corre-
tas utilizações. Por isso, exige-se o conhecimento 
dos diferentes sentidos de um mesmo advérbio, 
além da compreensão do referente 
de um pronome.
Dentre os temas abordados neste caderno, o 
de maior incidência no Enem é o uso de tem-
pos verbais. Os demais temas são de aplicação 
bastante esporádica.
A Fuvest exige a compreensão dos pronomes como 
elementos constitutivos de um sentido textual. É 
importante que o estudante saiba identificar o valor 
de um termo pronominal inserido em um contexto, 
ou seja, além de compreender o referente de 
um pronome, deve-se reconhecê-lo 
como parte de um 
todo.
Na prova da Uerj, podem surgir questões sobre os ter-
mos aos quais os advérbios se referem em certo con-
texto, além de ser exigido que se identifique os seus 
aspectos no ambiente textual. Quanto aos pronomes, 
exige-se a identificação do referente e, em alguns 
casos, as possibilidades de substituição 
deles por outros termos.
A abordagem desse vestibular ampara-se na 
atenção aos diferentes usos dos pronomes e dos 
advérbios. Por isso, o reconhecimento das carac-
terísticas de um determinado advérbio ou das 
funções coesivas de um pronome no cerne de 
um texto é relevante para resolver 
as questõesdessa 
prova. 
Bastante direto, esse vestibular apresenta 
muitas questões a respeito de conhecimentos 
sobre as classes gramaticais. É importante que 
o aluno tenha domínio sobre as condições 
gramaticais em que os pronome e advérbios 
devem ser utilizados obrigatória 
ou facultativamente.
Esse vestibular costuma abordar questões que se 
atentem aos elementos coesivos de que um texto 
se vale para a sua composição. Assim, convém 
estar seguro sobre o uso correto dos pronomes. A 
propósito dos elementos adverbiais, é conveniente 
considerar os seus diversos signifi-
cados relacionados ao 
contexto.
No vestibular da UFPR, a relação entre 
linguagem verbal e linguagem não verbal é uma 
constante. Propagandas e charges acabam sendo 
fonte para questões que exigem a compreensão 
de termos coesivos e elementos modificadores, 
como pronomes e advérbios, no 
âmbito contextual.
O vestibular da UEL apresenta textos constituídos 
por linguagem verbal e não verbal. Como elas se 
relacionam para a composição de um sentido, essa 
prova pode apresentar questões que exigem do 
aluno saber identificar os referentes não verbais 
de um pronome e sua função para 
o aspecto semântico 
do texto.
6
 Advérbios
CompetênCias: 1 e 8 Habilidades: 1, 2, 3, e 27
AULAS 
9 e 10
1. Advérbios
Os advérbios formam uma classe de palavras invariáveis 
que se associam a verbos, a adjetivos ou a outros advér-
bios, cada qual com intenções bastante específicas.
 § Associam-se a verbos para indicar com maior precisão 
as circunstâncias da ação verbal.
Exemplo: Paula viajou ontem. (O advérbio 
“ontem” indica com maior precisão quando 
Paula viajou.)
 § Associam-se a adjetivos para intensificar o adjetivo já 
apresentado.
Exemplo: Roberto ficou bastante preocupado. 
(O advérbio “bastante” intensifica o adjetivo pre-
ocupado.)
 § Associam-se a advérbios para intensificar outro advér-
bio já apresentado. 
Exemplo: O jogador do Corinthians está se 
recuperando muito bem. (O advérbio “muito” 
intensifica o outro advérbio “bem”.)
1.1. Classificação dos advérbios
Os advérbios e as locuções adverbiais estabelecem diferen-
tes relações semânticas, que são as seguintes:
 § De lugar: aqui; antes; dentro; ali; adiante; fora; acolá; 
atrás; além; lá; detrás; aquém; cá; acima; onde; perto; 
aí; abaixo; aonde; longe; debaixo; algures; defronte; ne-
nhures; adentro; afora; alhures; aquém; embaixo; exter-
namente; a distância; a distância de; de longe; de perto; 
em cima; à direita; à esquerda; ao lado; em volta, etc.
 § De tempo: hoje; logo; primeiro; ontem; tarde; outro-
ra; amanhã; cedo; depois; ainda; antigamente; antes; 
doravante; nunca; então; ora; jamais; agora; sempre; já; 
enfim; afinal; amiúde; breve; constantemente; imediata-
mente; primeiramente; provisoriamente; sucessivamente; 
às vezes; à tarde; à noite; de manhã; de repente; de vez 
em quando; de quando em quando; a qualquer momen-
to; de tempos em tempos; em breve; hoje em dia, etc. 
 § De modo: bem; mal; assim; melhor; pior; depressa; de-
balde; devagar; às pressas; às claras; às cegas; à toa; à 
vontade; às escondidas; aos poucos; desse jeito; desse 
modo; dessa maneira; em geral; frente a frente; lado a 
lado; a pé; de cor; em vão; e a maior parte dos que termi-
nam em ”–mente”: calmamente; tristemente; proposi-
tadamente; pacientemente; amorosamente; docemente; 
escandalosamente; bondosamente; generosamente, etc.
 § De afirmação: sim; certamente; realmente; decerto; 
efetivamente; certo; decididamente; deveras; indubita-
velmente, etc. 
 § De negação: não; nem; nunca; jamais; de modo algum; 
de forma alguma; tampouco; de jeito nenhum, etc. 
 § De dúvida: acaso; porventura; possivelmente; provavel-
mente; talvez; casualmente; por certo; quem sabe, etc. 
 § De intensidade: muito; demais; pouco; tão; em ex-
cesso; bastante; mais; menos; demasiado; quanto; 
quão; tanto; que (quão); tudo; nada; todo; quase; de 
todo; de muito; por completo; extremamente; inten-
samente; grandemente; bem (aplicado a propriedades 
graduáveis), etc.
 § Interrogativos: onde; aonde; donde; quando; como; 
por que; empregados em interrogações diretas ou indi-
retas – entende-se por interrogações diretas aquelas em 
que as palavras em destaque iniciam uma frase interro-
gativa. As interrogações indiretas, por sua vez, são aque-
las em que os termos destacados não iniciam a frase.
Interrogação direta Interrogação indireta
Como isso aconteceu? Queria saber como isso aconteceu.
Onde ela mora? Precisava saber onde ela mora.
Por que ela não veio?
Quero entender por 
que ela não veio.
Aonde você vai? Quero saber aonde você vai.
Donde vem esse rapaz?
Necessito entender don-
de vem esse rapaz.
Quando que chega a carta? Quero saber quando chega a carta.
1.2. Palavras denotativas que 
se assemelham aos advérbios
Existem algumas palavras e locuções que se assemelham 
a advérbios. Elas recebem o nome de advérbios impró-
prios ou palavras com sentido denotativo.
7
 § Advérbios de exclusão: apenas; exclusivamente; 
salvo; senão; somente; simplesmente; só; unicamente.
Exemplo: Todos se foram pela manhã; somen-
te ele quis partir mais tarde. 
 § Advérbios de inclusão: ainda; até; mesmo; inclusi-
vamente; também.
Exemplo: Todos se foram pela manhã, até ele 
que queria partir mais tarde.
 § Advérbios de ordem: depois; primeiramente; ulti-
mamente. 
Exemplo: Primeiramente, gostaria de agra-
decer a todos os que estiveram presentes.
1.3. Locuções adverbiais
Locuções adverbiais são expressões formadas a partir de 
duas ou mais palavras que exercem função adverbial. Em 
geral, são constituídas por uma preposição seguida de ou-
tra palavra, como substantivo, advérbio ou verbo, que seja 
capaz de indicar a circunstância.
 § De lugar: à esquerda; à direita; de longe; de perto; 
para dentro; por aqui, etc. 
 § De afirmação: por certo; sem dúvida, etc. 
 § De modo: às pressas; passo a passo; de cor; em vão; 
em geral; frente a frente, etc.
 § De tempo: à noite; de dia; de vez em quando; à tarde; 
hoje em dia; nunca mais, etc.
1.4. Graus dos advérbios
Por definição, os advérbios são palavras invariáveis (não 
sofrem alterações de gênero ou número). Entretanto, ocor-
rem algumas variações de grau. 
1.4.1. Grau comparativo 
É formado da mesma maneira que o comparativo do adjetivo:
 § De igualdade: 
tão + advérbio + quanto (como) 
Exemplo: Sara pulou tão alto quanto Patrícia.
 § De inferioridade: 
menos + advérbio + que (do que) 
Exemplo: Ana fala menos alto do que João. 
 § De superioridade: 
mais + advérbio + que (do que) 
Exemplo: Ana fala mais alto do que João.
1.4.2. Grau superlativo
Intensifica a característica de uma coisa ou pessoa. 
 § Superlativo analítico: vem acompanhado de outro 
advérbio.
Exemplo: 
O rapaz falava muito alto. (”muito” é advérbio 
de intensidade; ”alto”, de modo)
 § Superlativo sintético: é formado por sufixos.
Exemplo: 
O rapaz falava altíssimo. (advérbio de modo 
formado pelo acréscimo do sufixo)
Observação: na linguagem afetiva e popular, 
certos advérbios são empregados no diminutivo 
com valor de superlativo. 
Exemplos:
O homem caminhava devagarinho. 
Amanhã precisarei acordar cedinho. 
Ela mora pertinho daqui.
1.5. O advérbio aplicado ao texto
Em relação aos advérbios aplicados ao texto, existe uma 
gradação semântica entre os advérbios frásicos e advérbios 
extrafrásicos, além da distribuição de advérbios modais 
(terminados em –mente).
 § Advérbios frásicos: são aqueles que se relacionam com 
um elemento específico da frase. Não apresentam mar-
cas de deslocamento (vírgulas).
Exemplo: O veículo corre muito.
 § Advérbios extrafrásicos: são aqueles exteriores à frase, 
que estão no âmbito da enunciação e, geralmente, des-
locados por vírgula.
Exemplo: Ele, infelizmente, não jogou bem hoje. 
Observação: os advérbios extrafrásicos atuam 
como elementos de avaliação do enunciador 
acerca do conteúdo enunciado.
 § Distribuição textual de advérbios modais (mais de um 
advérbio terminado em “–mente”) 
Quando ocorre uma fraseque congrega mais de um 
advérbio terminado em “–mente”, deve-se fazer a con-
tração dos advérbios centrais (retirar o termo “– men-
te”) e preservar apenas o último advérbio flexionado.
Errado: Ele saiu calmamente, sorrateira-
mente e rapidamente.
Certo: Ele saiu calma, sorrateira e rapidamente.
8
(Manuel Bandeira)
Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestu-
oso da noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro 
e fiquei pensando...
– Humildemente pensando na vida e nas mu-
lheres que amei.
Procure encontrar os advérbios no poema e 
na canção abaixo.
Poema só para Jaime Ovalle
multimídia: poema • poesia
(noel rosa)
Não espero mais você, pois você não aparece
Creio que você se esquece das promessas que 
me faz
E depois vem dar desculpas, inocentes e banais
É porque você bem sabe
Que em você desculpo
Muitas coisas mais 
O que sei somente
É que você é um ente
Que mente inconscientemente
Mas finalmente
Não sei por que
Eu gosto imensamente
De você 
Invariavelmente, sem ter o menor motivo
Em um tom de voz altivo
Você quando fala mente
Mesmo involuntariamente, faço cara de inocente
Pois sua maior mentira é dizer à gente que você 
não mente.
Você Só... Mente
multimídia: poema • poesia
9
FORMAÇÃO DE
 PALAVRAS
CLASSES DE 
PALAVRAS
PREPOSIÇÃO INTERJEIÇÃO NUMERALADVÉRBIO
CLASSES
INVARIÁVEIS
CLASSE
VARIÁVEL
GRAMÁTICA 
NORMATIVA
 DIAGRAMA DE IDEIAS
10
 Pronomes PessoAis
CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 2, 3, 18 e 27
AULAS 
11 e 12
1. Pronome
Pronome é a palavra variável que identifica os participantes 
da interlocução (pessoas do discurso), os seres e objetos 
no mundo, além de eventos ou situações aos quais o dis-
curso faça referência.
Em geral, os pronomes, operam em conjunto com os subs-
tantivos (nomes), podendo substituí-los, referenciá-los ou, 
ainda, acompanhá-los em um processo qualificativo. Ob-
serve alguns exemplos:
O rapaz estava bravo, mas ele tinha toda a ra-
zão. (O termo ele substitui o substantivo rapaz.)
Essa é a moça que processou o gerente da loja. 
(O termo que faz referência ao substantivo moça.)
Aquele rapaz é bastante irritante. (O termo 
aquele acompanha e qualifica/especifica o ter-
mo rapaz.)
Por meio desses exemplos, é possível notar que os prono-
mes são uma classe de palavras que não possuem signifi-
cações predeterminadas. Seus significados são, na maioria 
dos casos, dependentes de contextos que permitirão ao 
leitor recuperar as referências dos pronomes utilizados nos 
processos comunicativos.
Tecnicamente, os pronomes exercem algumas relações se-
mânticas condizentes às pessoas do discurso. Essas funções 
são conhecidas como anafóricas (retomada de termos 
anteriormente mencionados), catafóricas (prenuncia algo 
que será mencionado/dito) ou dêiticas (apontamento de 
coisas/pessoas que estão no mundo). Essas funções são 
exercidas por todas as classes de pronomes, com exceção 
dos pronomes interrogativos e indefinidos. A seguir, 
será demonstrado como realizar as classificações iniciais en-
tre pronomes de tipo substantivo e pronomes de tipo adjeti-
vo; também serão estudados os pronomes pessoais.
1.1. Pronomes substantivos 
x pronomes adjetivos
§ Pronomes substantivos são aqueles que substi-
tuem um substantivo ao qual fazem referência.
Exemplo: Aquilo o deixou constrangido. = A 
situação o deixou constrangido.
§ Pronome adjetivos são aqueles que acompanham
um substantivo atribuindo-lhe características.
Exemplo: Este carro é bastante potente.
Observação: A classificação dos pronomes em substan-
tivos ou adjetivos não exclui as classificações de origem 
(pessoal, demonstrativo, possessivo, relativo, indefinido e 
interrogativo) desses elementos.
1.2. Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais são aqueles que substituem os 
substantivos. Eles se caracterizam por evidenciar as três 
pessoas do discurso. Para designar a pessoa que fala (1ª 
pessoa), são usados os pronomes eu (singular) e nós (plu-
ral). Para marcar a pessoa com quem se fala (2ª pessoa), 
são utilizados os pronomes tu (singular) e vós (plural). Por 
fim, para apontar a pessoa de quem se fala (3ª pessoa), são 
utilizados ele(s) e ela(s).
De acordo com o posicionamento nos processos sintáticos, 
os pronomes pessoais podem funcionar como:
§ Caso reto: são pronomes pessoais que, em uma cons-
trução sintática, ocupam a posição de sujeito ou de
predicativo do sujeito.
Exemplos: Eu fiquei bastante chateado. (sujeito)
O encarregado do projeto sou eu. (predicativo do 
sujeito)
Observe a seguir o quadro de pronomes do caso reto em 
português:
1ª pessoa do singular eu
2ª pessoa do singular tu
3ª pessoa do singular ele / ela
1ª pessoa do plural nós
2ª pessoa do plural vós
3ª pessoa do plural eles / elas
Observação 1: Como é possível observar no quadro, ape-
nas os pronomes pessoais retos de 3ª pessoa variam em gê-
11
nero. Os demais possuem uma única forma para masculino 
e feminino.
Observação 2: Em Língua Portuguesa, é comum a omis-
são dos pronomes do caso reto, sem prejuízo do entendi-
mento da frase. Isso ocorre devido ao fato de as desinências 
verbais serem capazes de designar as pessoas que estão 
sendo utilizadas na construção. 
Exemplo: (Eu) Fiquei bastante chateado. (É pos-
sível localizar o “eu” pela desinência do verbo.)
§ Caso oblíquo: são pronomes pessoais que, em uma
construção sintática, ocupam a posição de comple-
mento verbal (objeto direto ou indireto) ou
complemento nominal.
Exemplo: Compraram-nos alguns presentes. (O 
pronome é complemento do verbo comprar.)
Observe a seguir o quadro de pronomes do caso oblíquo 
em português:
§ Pronomes oblíquos átonos
Os pronomes oblíquos átonos são aqueles que possuem 
acentuação (tonicidade) fraca em relação às palavras que 
os acompanham. Esses pronomes não são precedidos 
de qualquer preposição.
Pessoa
Pronome 
oblíquo átono
Equivalente 
no caso reto
1ª pessoa do singular me eu
2ª pessoa do singular te tu
3ª pessoa do singular se / o / a / lhe ele / ela
1ª pessoa do plural nos nós
2ª pessoa do plural vos vós
3ª pessoa do plural se / os / as / lhes eles / elas
Observação 1: Os pronomes o(s) e a(s) funcionam ex-
clusivamente como substitutos de objetos diretos.
Observação 2: O pronome lhe funciona exclusivamente 
como substituto de complementos preposicionados.
Observação 3: Os pronomes me, te, nos e vos funcio-
nam tanto como substitutos de objetos diretos como de 
objetos indiretos.
1.2.1. Casos especiais de uso 
dos pronomes átonos
Os pronomes o(s) e a(s) podem assumir formas espe-
ciais quando acompanhados de verbos que possuem as 
terminações -z, -s ou -r. Nesses casos, eles aparecem 
como lo(s) e la(s).
Exemplos: 
traz + o = trá-lo
empurrastes + o = empurraste-lo
beijar + a = beijá-la
Em casos de verbos que apresentam terminação com 
som nasal, os pronomes o(s) e a(s) assumem as formas 
no(s) e na(s).
Exemplos: 
compram + o = compram-no
põe + a = põe-na
detém + os = detém-nos
tem + as = tem-nas
§ Pronomes oblíquos tônicos
Os pronomes oblíquos tônicos são aqueles que possuem 
acentuação (tonicidade) forte em relação às palavras 
que os acompanham. Esses pronomes são precedidos 
por preposição (em especial a, para, de e com).
Pessoa
Pronome 
oblíquo tônico
Equivalente 
no caso reto
1ª pessoa do singular mim / comigo eu
2ª pessoa do singular ti / contigo tu
3ª pessoa do singular ele / ela ele / ela
1ª pessoa do plural nós / conosco nós
2ª pessoa do plural vós / convosco vós
3ª pessoa do plural eles / elas eles / elas
Observação: Em composições que exijam o uso da gra-
mática normativa, as preposições nunca podem introduzir 
pronomes pessoais do caso reto. 
Exemplos: 
Não há mais nada entre mim e ti (certo)
Não há mais nada entre eu e ti. (errado)
Estão todos contra mim. (certo)
Estão todos contra eu. (errado)
Não vá sem mim. (certo) 
Não vá sem eu. (errado)Atenção: Essa regra sofre uma alteração no caso de haver, 
depois do pronome, um verbo no infinitivo. Nesse caso, o 
pronome estará funcionando como sujeito do verbo. Como 
já foi visto, são os pronomes do caso reto que ocupam a 
posição de sujeito na oração.
Exemplo: Arrumaram um monte de encrencas para eu 
resolver.
1.2.2. Pronome reflexivo
Os pronomes pessoais oblíquos podem atuar como prono-
mes reflexivos. Nesse caso, indicam que o sujeito pratica 
12
e também sofre a ação verbal. Note que a forma reflexiva 
apresenta três formas próprias (se, si e consigo), que são 
utilizadas tanto na 3ª pessoa do singular quanto na 3ª pes-
soa do plural.
Pessoa Pronome
Equivalente 
no caso reto
1ª pessoa do singular me eu
2ª pessoa do singular te tu
3ª pessoa do singular se / si / consigo ele / ela
1ª pessoa do plural nos nós
2ª pessoa do plural vos vós
3ª pessoa do plural se / si / consigo eles / elas
Observe alguns exemplos:
1. Eu não me incomodo com esse barulho.
2. Conhece-te a ti mesmo.
2. Eles falam sempre de si.
3. Pedro já refletiu consigo mesmo a respeito 
da briga.
4. Presenteamo-nos naquele dia.
5. Vós vos banhastes naquele rio.
6. Eles se beijaram de maneira apaixonada.
1.2.3. Pronomes de tratamento
Os pronomes de tratamento são utilizados em relações pes-
soais de comunicação e obedecem a uma regra de utilização 
bem específica, conhecida como segunda pessoa indire-
ta, regra na qual os pronomes indicam a pessoa a quem se 
fala (2.a pessoa), mas concordam com a 3ª pessoa. Observe 
a tabela com os principais pronomes de tratamento:
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores
Vossa Alteza V.A.
príncipes, ar-
quiduques, duques
Vossa Senhoria V.S.ª tratamento cerimonioso
Vossa Santidade V.S. papa
grandes autorides e 
oficiais-generaisVossa Excelência V. Ex.ª
Vossa Eminência V. Em.a cardeais
Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes e bispos
Observação 1: As formas o senhor, a senhora e você(s) 
também são pronomes de tratamento. As duas primeiras for-
mas são empregadas no tratamento mais respeitoso (em ge-
ral, com pessoas mais velhas); a forma “você(s)” é utilizada 
em tratamentos informais ou entre amigos (pessoas que já 
se conhecem, de idade próxima ou que sejam mais novas).
Observação 2: Como dito anteriormente, embora os 
pronomes de tratamento marquem 2ª pessoa (vossa), a 
concordância deve ser feita com verbo em 3ª pessoa. 
Exemplo: Lembre-se que Vossa Reverendíssima 
estará no evento litúrgico desta noite.
Observação 3: A gramática normativa exige que se man-
tenha uma congruência entre os pronomes de tratamento 
usados em composições textuais. Assim, se o texto come-
çar tratando a pessoa por “tu”, deve-se distribuir (e man-
ter) as formas de tratamento correspondentes ao longo do 
texto (“teu” e “tua”).
Exemplos: 
Quando você chegar, eu te buscarei na estação. 
(errado)
Quando tu chegares, eu te buscarei na estação. 
(certo)
Quando você chegar, eu a buscarei na estação. 
(certo)
Ela disse adeus
(Now the deed is done
As you blink she is gone
Let her get on with life
Let her have some fun)
Ela disse adeus, e chorou
Já sem nenhum sinal de amor
Ela se vestiu, e se olhou
Sem luxo, mas se perfumou
Lágrimas por ninguém
Só porque é triste o fim
Outro amor se acabou
Ele quis lhe pedir pra ficar
De nada ia adiantar
Quis lhe prometer melhorar
E quem iria acreditar
Ela não precisa mais de você
Sempre o último a saber
Ela disse adeus (Paralamas do Sucesso)
multimídia: letra e música
Observe os pronomes da canção abaixo e pro-
cure identificar a razão de seus empregos. 
13
PRONOMES
PRONOMES SUBSTANTIVOS 
E PRONOMES ADJETIVOS
MORFOLOGIA
 DIAGRAMA DE IDEIAS
PRONOMES 
PESSOAIS
14
 Pronomes demonstrAtivos e Possessivos
CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 2, 3, 18 e 27
AULAS 
13 e 14
1. Pronomes Possessivos
São pronomes que acrescentam à pessoa gramatical a 
ideia de posse sobre algo.
Exemplo: Este dinheiro é meu.
Pessoa
Pronomes 
possessivos
Equivalente 
no caso reto
1ª pessoa do singular meu(s) / minha(s) eu
2ª pessoa do singular teu(s) / tua(s) tu
3ª pessoa do singular seu(s) / sua(s) ele / ela
1ª pessoa do plural nosso(s) / nossa(s) nós
2ª pessoa do plural vosso(s) / vossa(s) vós
3ª pessoa do plural seu(s) / sua(s) eles / elas
1.1. Algumas relações 
semânticas dos possessivos
 § Pode funcionar como um marcador de indefinição de 
um substantivo.
Exemplo: A empresa tem lá seus problemas, 
mas ainda oferece um bom salário.
 § Pode indicar conjectura numérica (especulação sobre 
algum número).
Exemplo: Ele já deve ter seus 50 anos.
 § Pode indicar afetividade.
Exemplo: Olha aí! É o meu guri. (Chico Buarque)
Observação: Há casos em que o pronome oblíquo lhe 
funciona como pronome possessivo (quando puder ser 
substituído por seus/suas).
Exemplo: Vão lhe roubar as joias. = Vão roubar 
suas joias.
2. Pronomes demonstrAtivos
Os demonstrativos são utilizados para situar, no espaço e 
no tempo, a pessoa ou a coisa designada. O aspecto funda-
mental dos pronomes demonstrativos é sua capacidade de 
indicar um objeto sem nomeá-lo. Também evidenciam o po-
sicionamento de uma palavra em relação a outras palavras 
ou em relação a um contexto. Esses processos ocorrem em 
relações espaciais, temporais e sintáticas.
 § Os pronomes demonstrativos dividem-se em dois gru-
pos: os variáveis e os invariáveis.
 § Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), 
aquela(s).
 § Invariáveis: isto, isso, aquilo.
2.1. Relações espaciais
 § Os pronomes este, esta e isto indicam que o item/
objeto está perto de quem fala.
Exemplo: Usarei este lápis (aqui) mesmo. 
 § Os pronomes esse, essa e isso indicam que o item/
objeto está perto da pessoa a quem se fala.
Exemplo: Usarei esse lápis (aí) mesmo. 
 § Os pronomes aquele, aquela e aquilo indicam que 
o item/objeto está afastado tanto de quem fala 
como da pessoa a quem se fala.
Exemplo: Usarei aquele lápis (ali) mesmo. 
2.2. Relações temporais
 § O pronome este e suas variantes são utilizados para 
indicar tempo presente em relação ao momento em 
que se fala.
Exemplo: Esta noite eu vou ao shopping / Neste 
mês chove bastante. 
 § O pronome esse e suas variantes são utilizados para 
indicar tempo futuro ou passado recente em relação ao 
momento em que se fala.
Exemplo (futuro): Nessa reunião definiremos 
os parâmetros de venda.
Exemplo (passado): Esse aumento da crise 
ocorreu em todos os países da América do Sul. 
 § O pronome aquele e suas variantes são utilizados 
para indicar tempo passado distante em relação ao 
momento em que se fala.
15
Exemplo: Naquela época ainda havia telefones 
de rua, chamados de orelhões. / Aquelas praças 
costumavam ser seguras. 
2.3. Relações Sintáticas
 § O pronome este e suas variantes são utilizados para 
anunciar/adiantar o que será dito na sequência frasal 
ou para remeter a um termo imediatamente anterior 
(recém-mencionado).
Exemplo (anunciando informação): O maior 
problema está neste relatório: ele não dá conta 
de explicar todos os problemas.
Exemplo (retomando termo recente): Não 
sei se eu adquiro uma moto ou um carro. Acho que 
este (último = carro) é um pouco mais seguro. 
 § O pronome esse e suas variantes são utilizados para 
retomar um termo, uma ideia ou uma oração já men-
cionados.
Exemplo: Duas vezes por ano, o Sol atinge sua 
maior declinação em latitude. Esse fenômeno é 
conhecido como solstício. 
 § O pronome aquele e suas variantes são utilizados para 
retomar um termo mais distante entre dois apresenta-
dos em uma sentença (em geral, ele é trabalhado em 
conjunto com o pronome este, que retomará o item 
mais próximo).
Exemplo: Na empresa há dois funcionários que 
se destacam: Pedro e Rogério. Este pela sua or-
ganização, e aquele pela sua eficiência.
multimídia: sites
https://www.brasiliarios.com/colunas/66-mar-
cos-bagno/578-este-ou-esse-tanto-faz
PRONOMES
PRONOMES SUBSTANTIVOS 
E PRONOMES ADJETIVOS
MORFOLOGIA
 DIAGRAMA DE IDEIAS
PRONOMES 
POSSESSIVOS
PRONOMES 
DEMONSTRATIVOS
16Pronomes relAtivos, 
interrogAtivos e indefinidos
CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 2, 3, 18 e 27
AULAS 
15 e 16
1. Pronomes indefinidos
Os pronomes indefinidos fazem referência à 3a pessoa 
do discurso, dando-lhe caráter indeterminado, vago ou 
impreciso.
Exemplo: Alguém quebrou os copos da minha 
cristaleira.
Nota-se que o termo alguém refere-se a uma terceira pes-
soa (de quem se fala), mas não é possível atribuir identi-
dade a essa pessoa, pois a informação é vaga e imprecisa.
1.1. Classificação dos 
pronomes indefinidos
Os pronomes indefinidos podem ser classificados como 
variáveis ou invariáveis.
Variáveis
Singular Plural
Masculino Feminino Masculino Feminino
algum
nenhum
todo
outro
muito
pouco
certo
vário
tanto
quanto
alguma
nenhuma
toda
outra
muita
pouca
certa
vária
tanta
quanta
alguns
nenhuns
todos
outros
muitos
poucos
certos
vários
tantos
quantos
algumas
nenhumas
todas
outras
muitas
poucas
certas
várias
tantas
quantas
qualquer quaisquer
Invariáveis
alguém
ninguém
outrem
tudo
nada
algo
cada
2. Pronomes relAtivos
Pronomes relativos são aqueles que se referem a nomes 
anteriormente mencionados (antecedentes), estabele-
cendo com eles relação.
Exemplo: A escola tem um calendário que pos-
sui muitos feriados. 
No exemplo apresentado, o pronome “que” recupera o 
substantivo calendário (o antecedente).
2.1. Classificação dos 
pronomes relativos
Os pronomes relativos apresentam formas variáveis e 
invariáveis.
O livro surge da problemática do que é “pro-
nome”, geralmente utilizado para referir a 
diferentes conjuntos de itens, tais como: os 
pronomes pessoais, demonstrativos, interro-
gativos, indefinidos, relativos, entre outros, 
mas cuja definição tradicional é considerada 
insatisfatória. Com o objetivo principal de con-
tribuir com as discussões sobre pronome, o 
volume reúne trabalhos sobre os mais diversos 
aspectos dessa categoria gramatical, sendo 
fruto de pesquisas desenvolvidas nos últimos 
anos por persquisadores ligados à área, ver-
sando acerca de aspectos morfossintáticos e 
semânticos da categoria pronome, em suas 
principais e mais recentes vertentes do estudo, 
além de aspectos relacionados ao processos 
de percepção pelo falante-ouvinte e das rela-
ções socioculturais dos pronomes.
Pronomes: morfossintaxe e semânti-
ca - Daniel Carvalho e Dorothy Brito
multimídia: livros
17
Variáveis
Invariáveis
Masculino Feminino
o qual
cujo
quanto
os quais
cujos
quantos
a qual
cuja
as quais
cujas
quantas
que
quem
onde
Observação 1: Os pronomes que, o qual, os quais, a qual 
e as quais são equivalentes; no entanto, o pronome que é 
invariável, cabendo em qualquer circunstância, enquanto os 
demais necessitam de um substantivo já determinado.
Exemplo: Esta é a garota com a qual conversei.
Observação 2: Para evitar ambiguidades e outros pro-
blemas de sentido, o pronome relativo onde deve ser uti-
lizado para recuperar lugares físicos/localidades (regiões, 
cidades, ambientes, etc.).
Exemplo: Este é o armazém onde estocamos 
os produtos.
Observação 3: O pronome relativo cujo não realiza a re-
cuperação de um antecedente, mas aponta para uma rela-
ção de posse com o consequente.
Exemplo: A mulher cuja casa foi invadida já 
está em segurança.
Observação 4: O pronome quem faz referência a pesso-
as e ocorre sempre precedido de preposição.
Exemplo: Aquele é o sujeito a quem devo mui-
to dinheiro.
3. Pronomes interrogAtivos
Os pronomes interrogativos são utilizados nas formulações 
de perguntas diretas ou indiretas. Fazem referência direta 
aos pronomes de 3ª pessoa. Os principais pronomes in-
terrogativos são que, quem, qual e quanto (e suas va-
riações). Entende-se como pergunta direta aquela em que 
o pronome interrogativo aparece no início do questiona-
mento (há sinal de interrogação no fim da pergunta). A 
pergunta indireta, por sua vez, é aquela em que o pronome 
interrogativo aparece em outra posição na frase, e não no 
início (não há sinal de interrogação). 
Pergunta direta Pergunta indireta
Quanto custou a 
reforma da casa?
Gostaria de saber quanto 
custou a reforma da casa.
PRONOMES
PRONOMES SUBSTANTIVOS 
E PRONOMES ADJETIVOS
MORFOLOGIA
 DIAGRAMA DE IDEIAS
PRONOMES 
INDEFINIDOS
PRONOMES 
INTERROGATIVOS
PRONOMES 
RELATIVOS
19
 ENTRE TEXTOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS: 
Incidência do tema nas principais provas
UFMG
A prova da Unesp trabalha a interpretação 
de texto em paralelo aos textos literários. 
É importante compreender as figuras de 
linguagem para que o exercício de leitura não 
seja prejudicado.
Boa parte das questões da frente de linguagem 
da Unifesp diz respeito à interpretação. Uma vez 
que a interpretação não ocorre isolada, é preciso 
que o aluno associe os recursos linguísticos, como 
as figuras de linguagem, aos textos que serão 
apresentados.
Um vestibular crítico. Textos críticos e literários 
serão colocados em discussão, bem como textos 
comuns ao cotidiano do estudante. Ter em 
mente que as figuras de linguagem são partes 
essenciais do seu conhecimento sobre os textos 
poderá fazer a diferença no mo-
mento de resolução 
da prova.
Conhecer as figuras de linguagem não bastará 
na prova do Eistein. Haja vista que a ideia de 
aplicar o conhecimento é chave nessa prova, 
o aluno terá que trabalhar e desenvolver o 
seu exercício de leitura para a resolução das 
questões.
No vestibular em questão, a interpretação 
de texto pode ser a chave para um bom 
resultado. Os recursos linguísticos ligados à 
produção de textos, como as figuras de lingua-
gem, não devem ser esquecidos no momento 
da leitura.
É uma prova conceitual. A interpretação de 
textos ocorre de maneira direcionada, focada, 
sobretudo, nos recursos linguísticos (como figuras 
de linguagem e funções linguísticas). Trabalhar 
de forma atenta, lembrando e aplicando os 
conceitos aprendidos em aula será 
fundamental.
De forma geral, o vestibular da Santa Casa 
equilibra bem as frentes da área de Português, 
de modo que as questões de interpretação se 
tornam bastante direcionadas. Não por menos, 
conhecimentos basilares, como as figuras de lin-
guagem, deverão ser internalizados 
ao processo de leitura 
do aluno.
O exame do Enem é conhecido por ser essen-
cialmente interpretativo. Assim, a compreensão 
sobre as figuras de linguagem é essencial para a 
leitura de textos literários e não literários. As aulas 
presentes neste caderno servirão, portanto, 
como conhecimento basilar às re-
soluções das questões.
No vestibular Fuvest, a interpretação de texto 
acontece de forma mais prática. Muitas vezes 
ligada aos textos literários ou críticos, a com-
preensão dos conceitos que definem cada uma 
das figuras de linguagem pode ser a chave 
para resolver uma questão.
Além do senso crítico apurado, o vestibular da 
UERJ demandará do candidato conhecimento 
sobre os conceitos fundamentais da interpre-
tação. Saber reconhecer as figuras de lingua-
gem, dentro de uma leitura naturalmente 
crítica e avaliativa, poderá ser um 
grande diferencial.
Exame majoritariamente interpretativo, exigirá 
do aluno conhecimento sobre os recursos 
linguísticos fundamentais. Compreender bem 
as figuras de linguagem auxiliará o aluno na 
resolução de questões que envolvem textos 
em variados gêneros, literários 
ou não.
A interpretação de texto é a chave para resolução 
da grande maioria das questões. Desse modo, uma 
leitura atenta e crítica, aliada aos conhecimentos 
que serão trabalhados neste caderno, as figuras de 
linguagem, renderá ao aluno um maior aprovei-
tamento da prova e do tempo de 
resolução. 
O exame CMMG é objetivo. Exige do candidato 
uma capacidade leitora fundamental, exigindo 
dele aptidão em reconhecer as figuras de lingua-
gem e seus modos de operação dentro dos textos.
Foco e atenção. Além de conhecer os recursos lin-
guísticos, sobretudo os recursos basilares, como 
as figuras de linguagem, é importante lembrar 
que uma leitura atenta pode render ao candidato 
pontos em questões não apenas naárea de 
Português, mas nas variadas áreas 
do conhecimento.
A prova da UEL alinha a interpretação de texto 
às obras literárias que costuma exigir na sua 
lista obrigatória de leitura. Assim, conhecer de 
forma ampla as figuras de linguagem é ampliar o 
potencial de leitura e interpretação que o aluno 
levará à prova.
20
1. figurAs de linguAgem i
1.1. Figuras de palavra
Também conhecidas como tropos (figuras em que ocorrem 
mudanças internas ou externas de significado), as figuras 
de palavra funcionam a partir da “realização de um em-
préstimo“ de uma determinada palavra ou expressão que, 
por uma aproximação de sentidos, funciona de maneira 
específica dentro de um contexto determinado. A seguir, 
temos as principais figuras de palavra do português:
1. Metáfora;
2. Comparação ou símile;
3. Catacrese;
4. Metonímia;
5. Antonomásia ou perífrase;
6. Sinestesia.
1.1.1. Metáfora
A metáfora é uma figura que transporta a palavra (ou ex-
pressão) do seu sentido literal/denotativo para o sentido 
figurado/conotativo. Ela pode ter como base uma ideia 
afirmativa (em que não existe a presença de termos ou 
expressões comparativas como, por exemplo, “como“ ou 
“tal qual“) ou ser motivada pelo conhecimento prévio que 
temos de determinado assunto. Vejamos alguns exemplos:
Exemplo 1 (metáfora de afirmação):
Você é a escada da minha subida
Você é o amor da minha vida
É o meu abrir de olhos ao amanhecer
Verdade que me leva a viver
No exemplo apresentado, há várias marcas de afirmação 
(...é a escada da minha subida) que remetem a conheci-
mentos prévios do leitor.
Exemplo 2 (metáfora de conhecimento prévio):
“Achamos a chave do problema“
No exemplo apresentado, a metáfora reside em um conhe-
cimento prévio por parte do leitor a respeito da semântica 
de alguns termos. Por exemplo, a ideia de que “problema“ 
é algo negativo e de que “chave“ seria algo como uma 
“resolução“ para o problema.
1.1.2. Comparação ou símile
Ocorre quando é estabelecida entre palavras ou expres-
sões uma relação marcada pela presença explícita de 
termos comparativos. No português, os principais ter-
mos que estabelecem relações de comparação são: como, 
assim como, tal como, igual a, que nem, entre outros. 
Esse processo também pode se dar por meio de verbos 
como “parecer-se” e “assemelhar-se”. Vejamos alguns 
exemplos de comparação:
Exemplos: 
“Essa pirâmide é alta como um arranha-céu.”
“A família está novamente reunida, que nem na 
noite de Natal.”
“O motorista daquele ônibus parece um cantor 
famoso.”
1.1.3. Catacrese
Consiste no emprego de palavra com um sentido di-
ferente do literal para suprir a falta de um termo 
adequado. Trata-se de um “empréstimo” de um termo 
que, por se tornar recorrente em um sistema linguístico, 
já não se consegue mais perceber que se trata de um 
empréstimo (o termo se enraíza na língua). Alguns estu-
diosos chamam a catacrese de “metáfora obrigatória”, 
uma vez que seu uso é, muitas vezes, inevitável dentro 
de um sistema linguístico.
Exemplos: 
“Embarcar no avião/ no trem/ no ônibus“ (origi-
nalmente, embarcar diz respeito a entrar em um 
barco; mas atualmente se refere à entrada em 
vários tipos de transporte)
“Braço da cadeira“ (braço é uma parte do corpo 
humano que é associada a uma cadeira)
figurAs de linguAgem i
CompetênCias: 1, 6 e 9 Habilidades: 1, 3, 4,18 e 29
AULA 
5
21
“Árvore genealógica“ (a árvore genealógica não 
é necessariamente uma árvore, mas um desenho 
esquemático que lembra uma árvore).
1.1.4. Metonímia
A metonímia é um mecanismo de substituição de uma 
palavra por outra que respeita uma relação objetiva entre 
elas. A relação metonímica pode ser qualitativa (manipula 
referencias materiais) ou quantitativa (manipula elementos 
que se pode contar).
Alguns estudiosos da língua portuguesa costumam tomar 
a relação metonímica quantitativa como uma figura de 
linguagem à parte, que recebe o nome de sinédoque. Já 
outros, consideram essa distinção irrelevante (uma vez que 
o conceito de metonímia já abarcaria o de sinédoque). 
 § Metonímia qualitativa
Uso da matéria em lugar do objeto:
Exemplo: “Tem gente que passa a vida corren-
do atrás do vil metal.” (vil metal = dinheiro)
Uso do autor em lugar da obra:
Exemplo: “Gosto de ler Machado de Assis 
desde que era jovem.” (Machado de Assis = ler 
os livros de Machado de Assis)
Uso da marca em lugar do produto:
Exemplo: “Lave a louça com Bombril e não 
se esqueça de esfregar bem!” (Bombril = palha 
de aço)
Uso do proprietário em lugar da propriedade:
Exemplo: “Vamos dar uma passadinha lá na 
Bete para tomar um café.” (Bete = casa da Bete) 
 § Metonímia quantitativa (sinédoque)
Uso da parte em lugar do todo:
Exemplo: “Muitas cabeças contribuíram para 
a elaboração desse projeto.” (cabeças = pessoas 
que usam a cabeça)
Uso do singular em lugar do plural:
Exemplo: “Nossas autoridades precisam dar 
mais atenção à mulher” (mulher = mulheres 
como um todo)
Uso do gênero em lugar da espécie:
Exemplo: “O homem cada vez cuida mais mal 
do planeta terra.” (homem = ser humano)
1.1.5. Antonomásia ou perífrase
É uma figura de linguagem que realiza a substituição de 
um termo ou expressão curta por uma expressão mais lon-
ga que serve para transmitir a mesma ideia. As expressões 
empregadas como substitutas são bastante conhecidas e 
facilmente associadas às que foram substituídas, operando 
a partir da noção de “celebridade“ (o que torna algo ou 
alguém famoso ou conhecido).
Exemplos: 
“Admiro a obra do poeta dos escravos.” (po-
eta dos escravos = Castro Alves)
“Quero jogar igual ao rei do futebol.” (rei do 
futebol = Pelé)
“Ainda esse ano eu volto para a cidade mara-
vilhosa.” (cidade maravilhosa = Rio de Janeiro)
Atenção: a antonomásia/perífrase é um recurso de coe-
são textual que deve ser usado para evitar repetições de 
um mesmo nome/termo; no entanto, deve ser usado com 
parcimônia, tendo o cuidado de verificar se o termo peri-
frástico é realmente adequado.
1.1.6. Sinestesia
Trata-se a sinestesia de uma combinação de palavras que 
remetem a diferentes sentidos percebidos pelo corpo hu-
mano. Cuida de observar expressões em que se misturem, 
por exemplo, sensações visuais com auditivas ou audição 
com tato, entre outras possibilidades.
Exemplo: “Não gosto de perfumes muito 
doces.” (perfume é um estímulo olfativo enquan-
to doces se referem ao paladar).
22
VIVENCIANDO
Pintura - Vladimir Kush
As metáforas são figuras de linguagem que encontramos não apenas em textos verbais mas também 
nos não-verbais. As magnificas obras do pintor surrealista russo Vladimir Kush (53 anos) aproximam 
figuras de diferentes origens, criando imagens metafóricas surpreendentes, que jogam com o imag-
inário do espectador.
Música das Madeiras
MetaMorfose ii
23
VIVENCIANDO
Pintura - Vladimir Kush
Partida do navio alado
diário de descoBertas
24
 DIAGRAMA DE IDEIAS
 
FIGURAS DE PALAVRA
EMPRÉSTIMO DE PALAVRA OU EXPRESSÃO 
POR APROXIMAÇÃO DE SENTIDOS
METÁFORA
METONÍMIA
COMPARAÇÃO
SINÉDOQUE
CATACRESE
ANTONOMÁSIA
25
1. figurAs de linguAgem ii
1.1. Figuras de sintaxe
O objetivo das figuras sintáticas é dar maior expressivida-
de ao significado geral de uma frase. As principais figuras 
sintáticas do português são as seguintes:
1. Hipérbato;
2. Anáfora;
3. Pleonasmo;
4. Catáfora;
5. Elipse;
6. Zeugma;
7. Silepse;
8. Anacoluto;
9. Polissíndeto;
10. Assíndeto;
11. Hipálage.
1.1.1. Hipérbato
O hipérbato é um rompimento da ordem direta dos ter-
mos da oração. Também conhecido como processo de 
inversão frásica (ou sintática). Trata-se de uma figura de 
linguagem que quebra o que chamamos de ordem canô-
nica do português; ou, em termos mais claros, a ordem 
com que nos comunicamos mais habitualmente, que é 
a sequência SUJEITO > VERBO > OBJETO > MARCAS 
CONJUNTIVAS OU ADVERBIAIS. Toda vez que fazemos a 
quebra dessa ordem (colocando, por exemplo, o sujeito 
após o objeto; ou deslocando as marcas adverbiais para 
o início da oração), temos uma inversão sintática.Exemplos: 
“Dos meus problemas cuido eu!” (sujeito “eu” 
colocado no final da frase)
“Dança, à noite, o casal de apaixonados no 
clube.” (verbo intransitivo “dançar” e adjunto “à 
noite” estão deslocados para o início da frase)
1.1.2. Anáfora
A anáfora consiste na repetição enfática de uma ou mais 
palavras no início de orações, períodos ou versos sucessi-
vos. É um recurso linguístico utilizado com maior frequên-
cia em poemas e letras de canções (sendo, portanto, uma 
marca de estilo). Vejamos alguns exemplos:
Se você gritasse
Se você gemesse,
Se você tocasse
a valsa vienense
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro José! 
(carlos druMMond de andrade)
Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei
(À PriMeira vista – chico césar) 
É possível perceber nos dois exemplos apresentados que há 
uma repetição sistemática de certos elementos que estão no 
começo de cada verso. No caso do poema de Carlos Drum-
mond de Andrade, a repetição da marca se parece querer 
reforçar o caráter instável e flutuante do indivíduo. Já na can-
ção de Chico César, a retomada do termo quando reforça 
o trajeto temporal pelo qual os eventos vão ocorrendo na 
música. É possível dizer que se trata de um recurso enfático.
1.1.3. Pleonasmo
O pleonasmo consiste no emprego de diferentes termos 
que possuem o mesmo sentido, com o objetivo de realçar 
uma ideia ou deixá-la ainda mais clara. Em alguns casos, 
a redundância dos termos utilizados pode se tornar des-
necessária. Por esse motivo, alguns estudiosos dividem o 
pleonasmo em dois tipos:
 § Pleonasmo literário: consiste no uso de palavras 
redundantes com o objetivo de enfatizar o que está 
sendo dito.
Exemplos: 
Chovia uma triste chuva de resignação. (Ma-
nuel Bandeira)
 figurAs de linguAgem ii
CompetênCias: 1, 6 e 9 Habilidades: 1, 3, 4,18 e 29
AULA 
6
26
Me sorri um sorriso pontual e me beija com a 
boca de hortelã. (Chico Buarque) 
 § Pleonasmo vicioso: acontece quando palavras re-
dundantes são utilizadas sem nenhuma função.
Exemplos: 
“Todos subiram em cima do palco.”
“Paguei um mês de mensalidade.”
1.1.4. Catáfora
Trata-se a catáfora de um termo (geralmente pronominal), 
ou locução que introduz uma especificação/explicação de 
alguma informação que foi mencionada anteriormente. Ve-
jamos alguns exemplos:
Exemplos: 
“Minha vida se resume a isto: trabalhar, traba-
lhar e trabalhar.” (O pronome “isto” introduz a 
informação que resume a vida do enunciador.)
“Muitas CPIs acabam em pizza, ou seja, não 
dão em nada e são arquivadas.” (O termo “ou 
seja” introduz explicação sobre o que significa 
“acabar em pizza”.)
1.1.5. Elipse
A elipse é um processo no qual se omite uma palavra ou 
expressão em uma oração, podendo ser facilmente identifi-
cada por elementos gramaticais, ou pelo contexto. O termo 
omitido fica subentendido e sua ausência na oração não 
prejudica a compreensão do que está sendo dito. Seguem 
alguns exemplos: 
Exemplos: 
“Não fosse sua carona, eu ainda estaria no meio 
do caminho.” (É possível perceber que há a pos-
sibilidade de encaixarmos no início da frase uma 
condicional “se” – “Se não fosse sua carona...”.)
“Chegaremos amanhã cedo.” (É possível perce-
ber, pela desinência do verbo “chegar”, (–mos), 
que há um sujeito elíptico, “nós”.)
1.1.6. Zeugma
Trata-se de um caso particular de elipse em que ocorre a 
omissão de palavras ou expressões anteriormente expres-
sas no período. A repetição do termo fica subentendida, 
sem que isso prejudique a compreensão da sentença. Ve-
jamos um exemplo.
Exemplos: “Eu chego cedo sempre, só não 
quando estou sem carro.” (Notamos que é o 
verbo “chegar” poderia ser recuperado mais 
adiante na oração – “só não chego quando es-
tou sem carro” – mas é mantido elíptico.)
Atenção1: Se na repetição houver flexão verbal diferente 
da palavra explícita de origem, teremos um caso que é cha-
mado de zeugma complexo.
Exemplos: “Meus amigos adoram praia, e eu 
também.” (Notamos que a possível retomada do 
verbo adorar no decorrer do período alteraria sua 
flexão em termos de pessoa – “e eu adoro tam-
bém” – nesse caso temos zeugma complexo.)
Atenção2: Muitos vestibulares não levam em conside-
ração a nomenclatura do Zeugma, entendendo qualquer 
omissão de termos como elipse. Isso significa que, em mui-
tos casos, mesmo havendo Zeugma, as instituições que 
elaboram as provas o tratarão simplesmente por elipse.
1.1.7. Silepse
Trata-se de palavra que estabelece concordância com o 
sentido ideológico, ao invés de concordar com a estrutura 
gramatical. Há no português três tipos de silepse: de gê-
nero, de número e de pessoa.
 § Silepse de gênero
Exemplo: “Vossa excelência está preocu-
pado.” (A formação pronominal “vossa ex-
celência” pelas normas gramaticais, concorda 
com adjetivos femininos, no entanto o adjetivo 
está no masculino, dando a entender que a tal 
excelência é um homem.)
 § Silepse de número
Exemplo: “A população chegou agitada ao co-
mício, gritavam com todo o ímpeto.” (O termo 
“população” está no singular mas tem como 
concordância ideológica um verbo no plural, 
pois entende-se que população é um grande 
número de pessoas.)
 § Silepse de pessoa
Exemplo: “A questão é que os três queremos 
comemorar o aniversário no mesmo dia.” (O ter-
mo “os três” deveria estabelecer concordância 
com o pronome “eles” (os três – eles – querem), 
mas por conta da intenção de inclusão do pró-
prio falante na oração, como um dos que tam-
bém querem comemorar o aniversário no mesmo 
dia, ele se inclui com o pronome “nós”.)
1.1.8. Anacoluto
Ocorre quando a estrutura sintática de uma oração é 
interrompida e um termo ou expressão que parecia ser 
27
essencial à sentença acaba ficando solto. Também conhe-
cido menos tecnicamente como processo de “quebra de 
frase”. Vejamos a seguir:
Exemplos: 
“Esse chapéu que está na moda, você que 
gosta de chapéu devia comprar um.” (Esse cha-
péu que está a moda = termo sintaticamente 
solto/deslocado.)
“Eu, toda vez que chego, você me chama pra 
conversar.” (Eu = termo sintaticamente solto/
deslocado.) 
1.1.9. Polissíndeto
É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos co-
nectivos. Vejamos alguns exemplos:
Exemplos:
“Não canto nem danço, nem escrevo, nem de-
senho.” (Repetição sistemática de conjunções 
aditivas enfatiza o fato de que o enunciador não 
realiza muitas atividades.)
“Ou você dá a festa, ou viaja, ou faz o curso.” 
(Repetição sistemática de conjunções alternati-
vas enfatiza as possibilidades de alternância.)
1.1.10. Assíndeto
É uma figura caracterizada pela omissão das conjunções 
coordenativas. Vejamos a seguir:
Exemplos: 
“Tem que ser selado, registrado, carimbado, ava-
liado, rotulado, se quiser voar” (Carimbador ma-
luco – Raul Seixas).
Percebe-se que há uma sequência de elementos 
burocráticos que são apresentados na música, 
mas não verificamos nenhum tipo de conjunção 
estabelecendo entre eles relações de conexão.
1.1.11. Hipálage
A hipálage é uma figura de linguagem caracterizada pela 
atribuição de uma característica de algum ser ou de algum 
objeto a outro ser ou objeto que se encontra próximo ou 
relacionado com ele. Mais tecnicamente é atribuído um ad-
jetivo a um substantivo quando na realidade esse adjetivo 
se refere logicamente a outro substantivo presente no perí-
odo. A hipálage produz uma mudança na estrutura básica 
(natural) da oração, provocando um desajuste entre o sen-
tido e a função da palavra na frase. Trata-se de um recurso 
muito usado na literatura com o objetivo de aumentar a 
expressividade da mensagem; mas também é encontrado 
em expressões comuns. 
Exemplos:
“Esse sapato não entra no meu pé!”
“Deitado na rede, Ricardo lia um livro sonolento.”
“Fumando um pensativo cigarro.” (Eça de Queirós)
“O silêncio desaprovador dos meus colegas.” 
(Camilo Castelo Branco).
Este livro reúne 20 das mais significativas 
entrevistas realizadas por Luiz Costa Pereira 
Junior paraa revista Língua Portuguesa. Em 
conversas com Saramago, Millôr Fernandes, 
Mia Couto, entre outros, mostra que pensar a 
vida ao pensar o idioma pode ser mais fecun-
do e brotar lugares mais inesperados do que, a 
princípio, se imagina; e muito do que se pensa 
sobre linguagem pode estar fora dos muros de 
quem a pesquisa.
Figuras da linguagem – Luiz 
Costa Pereira Junior
multimídia: livros
28
 DIAGRAMA DE IDEIAS
 
FIGURAS DE SINTAXE
DÃO MAIOR EXPRESSIVIDADE AO 
SIGNIFICADO GERAL DA FRASE
HIPÉRBATO
CATÁFORA
SILEPSE
ANÁFORA
ELIPSE
ANACOLUTO
PLEONASMO
ZEUGMA
POLISSÍNDETO
ASSÍNDETO HIPÁLAGE
29
1. figurAs de linguAgem iii
1.1. Figuras de som ou de harmonia
As figuras de som ou de harmonia são aquelas formadas 
a partir de parâmetros sonoros da língua. São divididas da 
seguinte forma:
1. Aliteração;
2. Assonância;
3. Paronomásia;
4. Onomatopeia.
1.1.1. Aliteração
A aliteração consiste na repetição de mesmo som conso-
nantal. É uma figura de linguagem muito comum em tex-
tos literários e letras de canções. Vejamos um exemplo:
“Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
(violões que choraM – cruz e souza)
No poema apresentado verificamos uma repetição siste-
mática da consoante “V”, com a intenção de imitar o som 
das batidas do violão. Vejamos um exemplo em prosa:
“Boi bem bravo. Bate baixo, bota baba, boi berrando... 
Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito...
Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando...“
(o Burrinho Pedrês – GuiMarães rosa)
O trecho apresentado, retirado do conto “O burrinho pe-
drês” de Guimarães Rosa, realiza repetição de algumas 
consoantes em alguns trechos do conto (“B”, “D” e “V”) 
com o objetivo claro de tentar reproduzir os sons que ocor-
rem durante a caminhada dos animais (sons de passos 
sobre areia ou grama).
Atenção: sendo recurso estilístico, não se recomenda o 
uso de aliterações fora de contexto, para que não haja pre-
juízos ao enunciado.
1.1.2. Assonância
A assonância consiste na repetição de mesmo som vocálico. 
Assim como a aliteração, é figura de linguagem muito co-
mum em textos literários e letras de canções.
Salvo o que o vago e incógnito desejo 
De ser eu mesmo de meu ser me deu.
(hoje que a tarde é calMa e o céu tranquilo – fernando Pessoa)
Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão
(feijoada coMPleta – chico Buarque)
Nos dois exemplos apresentados há repetições constantes 
de vogais (“O” e “E” no poema de Fernando, Pessoa e 
“I” e “U” na canção de Chico Buarque). A esse processo 
chamamos assonância.
Atenção: assim como a aliteração, a assonância é recurso 
estilístico, por isso não se recomenda o seu uso fora de 
contexto, para que não haja prejuízos ao enunciado.
1.1.3. Paronomásia
A paronomásia é uma figura estilística que trabalha com 
palavras parônimas (palavras muito parecidas no som e 
na escrita, mas com significados diferentes) para alcançar 
trocadilhos nas construções. Os trocadilhos acionados 
pela paronomásia constituem recurso retórico muito usado 
no humor e na publicidade; criam um efeito inesperado na 
recepção da informação, aproveitando a sonoridade muito 
similar que existe entre algumas palavras. Vejamos alguns 
tipos de paronomásia.
Exemplos: 
Você tem que ler muito, sobretudo se quiser 
escrever sobre tudo.
“Exportar é o que importa.” (Delfim Netto)
“Quem casa, quer casa”.
1.1.4. Onomatopeia
A onomatopeia é uma tentativa, na escrita, de se reproduzir 
efeitos sonoros da realidade. Não se trata de uma reprodu-
ção fiel do som ou ruído, mas sua interpretação aproximada, 
usando sons existentes em determinada língua. Trata-se de 
figura de linguagem muito comum em quadrinhos, por conta 
da necessidade de atribuir sons a certos estímulos visuais. 
Vejamos alguns exemplos:
 figurAs de linguAgem iii
CompetênCias: 1, 6 e 9 Habilidades: 1, 3, 4,18 e 29
AULA 
7
30
Percebemos que é comum nos quadrinhos a tentativa de 
reprodução de sons da realidade. Não existem sons defini-
tivos para os eventos/acontecimentos. Cada autor repre-
senta o som da maneira que lhe é preferível.
A poesia trabalha constantemente com figu-
ras de linguagem. Por esse motivo, é necessá-
rio que o vestibulando esteja atento ao tema, 
quando aplicado nesse gênero literário.
O poema “Lixo Luxo”, de Augusto de Campos, 
se constrói a partir da figura da paronomásia.
multimídia: poema • poesia
multimídia: poema • poesia
De repente do riso fez-se o pranto 
Silencioso e branco como a bruma 
E das bocas unidas fez-se a espuma 
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. 
De repente da calma fez-se o vento 
Que dos olhos desfez a última chama 
E da paixão fez-se o pressentimento 
E do momento imóvel fez-se o drama. 
De repente, não mais que de repente 
Fez-se de triste o que se fez amante 
E de sozinho o que se fez contente. 
Fez-se do amigo próximo o distante 
Fez-se da vida uma aventura errante 
De repente, não mais que de repente.
O “Soneto da separação”, de Vinícius de Mo-
raes, se articula a partir de antíteses. 
Soneto da separação 
multimídia: sites
https://www.figurasdelinguagem.com/
31
 DIAGRAMA DE IDEIAS
 
FIGURAS DE SOM
FIGURAS CONSTITUÍDAS A 
PARTIR DE PARÂMETROS SONOROS
ALITERAÇÃO
PARONOMÁSIA
ASSONÂNCIA
ONOMATOPEIA
32
1. figurAs de linguAgem iv
1.1. Figuras de pensamento
As figuras de pensamento são formadas a partir do empre-
go de termos conotativos, contrariando a expectativa do 
ouvinte. As principais figuras de pensamento são:
1. Antítese;
2. Paradoxo ou oximoro;
3. Eufemismo;
4. Ironia;
5. Hipérbole;
6. Prosopopeia ou personificação;
7. Apóstrofe;
8. Gradação;
9. Quiasmo;
10. Preterição.
1.1.1. Antítese
A antítese é a aproximação de palavras de sentido oposto 
a fim de destacar uma ideia ou conceito. É importante frisar 
que a antítese apenas “expõe“ as palavras opostas, sem 
cruzá-las. Vejamos alguns exemplos:
“Bebo silenciosamente a essas imagens da morte e da vida” 
(natal – ruBeM BraGa)
Em tristes sonhos morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
(À instaBilidade das cousas do Mundo – GreGório de Matos)
É possível perceber nos exemplos que há a evidenciação de 
imagens contrárias que detêm o mesmo valor na constru-
ção da antítese (morte × vida e tristezas × alegrias).
1.1.2. Paradoxo ou oximoro
O paradoxo é uma figura que “funde” conceitos opos-
tos num mesmo enunciado. A junção de ideias entendi-
das como contraditórias costuma provocar um efeito de 
estranhamento.
Exemplos: 
“Quanto mais trabalhamos mais temos dificulda-
des financeiras.”
“Esse garoto parece que dorme acordado.”
1.1.3. Eufemismo
Trata-se de uma figura em que se empregam determinadas 
palavras com o objetivo de operar uma suavização de uma 
mensagem ruim a ser passada. Vejamos os exemplos:
Exemplos: 
“A testemunha faltou com a verdade” = 
mentiu
“O vigia passou desta para melhor” = morreu
1.1. 4. Ironia
A ironia consiste no emprego de uma palavra ou expressão 
em um sentido contrário do que se está pensando, pro-
duzindo efeito humorístico, satírico e até mesmo crítico. A 
ironia é uma figura de linguagem que não deixa transpare-
cer imediatamente a intenção por trás do que foi expresso.
Exemplos: 
Que rapaz “educado”! Entrou sem cumprimen-
tar ninguém. (Imaginando que a pessoa tenha 
entrado no recinto sem cumprimentar ninguém 
no local).
Essa reunião foi “pura diversão” (imaginando 
uma reunião que tenha sido extremamente de-
sagradável).
Atenção: na escrita, os termos que expressam a ironia são 
habitualmente marcados com aspas.
1.1.5. Hipérbole
A hipérbole é uma figura de linguagem utilizada para pro-
vocar um exagero intencional na sentença. É importante 
frisar que a hipérbole não é um exagero gratuito. Seu ob-
jetivo é realçar a ideia original colocada na expressão. Em 
alguns casos se trata de uma construção já “enraizada” no 
sistema linguístico.
 figurAs de linguAgem iv
CompetênCias:1, 6 e 9 Habilidades: 1, 3, 4,18 e 29
AULA 
8
33
Exemplos: 
“Faz umas dez horas que essa menina entrou 
no banho.”
“Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.”
“Estou morrendo de sede.”
1.1.6. Prosopopeia
É uma figura por meio da qual se atribui atitudes, senti-
mentos, qualidades e linguagem próprios de um ser huma-
no a seres inanimados ou irracionais.
Exemplos: “Essa máquina não está traba-
lhando direito.”
1.1.7. Apóstrofe
Trata-se de um movimento de interrupção de um discurso 
para que seja “invocada”, para o interior do texto, algu-
ma coisa personificada. Se realiza por meio de vocativo. A 
apóstrofe interrompe a sequência natural do período para 
dar destaque à entrada daquilo que foi invocado, podendo 
ser uma entidade imaginária, ou mesmo o interlocutor do 
texto que está sendo lido. Vejamos alguns exemplos:
Exemplos: 
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal.
(fernando Pessoa)
“Seu garçom, faça o favor de me trazer depres-
sa/ Uma boa média que não seja requentada.”
(noel rosa)
1.1.8. Gradação
Consiste em um processo de encadear ideias por meio de 
palavras, remetendo a uma operação sequencial crescente 
ou decrescente. O processo de gradação pode acontecer 
com palavras sinônimas ou não. É um recurso muito usado 
em textos literários para trabalhar as noções semânticas de 
“clímax” e “anticlímax”.
Exemplos: 
De repente o problema se tornou menor, um 
grão, um cisco, um quase nada.
Minha irmã sempre se achou bonita, linda, des-
lumbrante. 
1.1.9. Quiasmo
É uma figura de linguagem que faz um cruzamento entre fra-
ses ou versos de um poema, de modo que os termos que estão 
no início de um passam para o final de outro, e os do final para 
o início. Esse movimento em forma de “X” tem o objetivo de 
dar a esses termos um maior destaque. Vejamos um exemplo:
Exemplos: 
Melhor é merecê-los sem os ter,
Que possuí-los sem os merecer.
(os lusíadas, Xi, 93)
“De certos homens, dizia Sócrates, que não co-
miam para viver, mas só viviam para comer.“ 
(Pe. antônio vieira)
1.1.10. Preterição
Trata-se de uma figura de linguagem de utilização mais 
rara, por meio da qual o narrador/personagem finge que 
não vai tratar um determinado assunto, mas vai falando 
dele aos poucos, seja para alcançar um efeito de ironia, ou 
mesmo de realce. Esta estratégia tem o objetivo de tentar 
anular a possibilidade de réplica do ouvinte à teoria que 
está sendo exposta:
Em todo processo de comunicação visamos 
a demonstrar, a provar, a deleitar, a agradar, 
a emocionar, a comover: em suma, queremos 
persuadir. Com a linguagem, buscamos levar 
os outros a fazer determinadas coisas, a crer 
em determinadas ideias, a sentir determinadas 
emoções, a ter determinados estados de alma, 
a construir uma boa imagem de nós. Para 
isso, precisamos gerenciar a atenção do outro. 
Então, sublinhamos certas ideias, chamamos 
atenção para determinada passagem, enfa-
tizamos dadas expressões. Este livro, numa 
perspectiva nova nos estudos de retórica, tra-
balha as figuras como operações enunciativas 
que, intensificando ou atenuando o sentido, 
possam realizar a persuasão.
Figuras de Retórica – José Luiz Fiorin
multimídia: livros
34
 DIAGRAMA DE IDEIAS
 
FIGURAS DE PENSAMENTO
FIGURAS FORMADAS A PARTIR DE 
ELEMENTOS CONOTATIVOS
ANTÍTESE
IRONIA
APÓSTROFE
PARADOXO
HIPÉRBOLE
GRADAÇÃO
EUFEMISMO
PROSOPOPEIA
QUIASMO
PRETERIÇÃO
Exemplos: 
Sem querer falar de suas mentiras, mas já fa-
lando [...].
Não pretendo aqui lembrar que o réu ajudou 
muitas pessoas carentes [...].
“Não vos direi, pois, senhores, quão grandes e 
quão afortunados foram seus feitos na paz e na 
guerra, por terra e por mar [...].“
35
 LITERATURA: Incidência do tema nas principais provas
UFMG
Como a Unesp não possui uma lista 
obrigatória de livros, as questões contemplam 
o conhecimento acerca das escolas literárias, 
bem como de seus principais representan-
tes. Neste livro, estão presentes questões 
sobre Quinhentismo, Barroco e 
Arcadismo. 
Como a Unifesp não possui uma lista obrigatória 
de livros, as questões contemplam o conhecimento 
das escolas literárias, bem como de seus principais 
representantes. Neste livro, estão presentes questões 
sobre Quinhentismo, Barroco e Arcadismo. 
A maior parte das questões de literatura da Uni-
camp refere-se às obras de leitura obrigatória. 
Neste livro, encontram-se algumas questões 
sobre as estéticas do Barroco e do Arcadismo, 
além de exercícios sobre o padre Antônio 
Vieira, um dos autores cuja obra 
é exigida por esse 
exame.
Parte das questões de literatura dessa prova se 
baseia nas obras de leitura obrigatória da FUVEST. 
Entretanto, também é comum aparecer questões que 
cobrem o conhecimento do aluno sobre as caracte-
rísticas específicas dos movimentos literários. Nesse 
livro, há exercícios sobre o Arcadismo 
e o Romantismo no 
Brasil. 
A maior parte das questões de literatura dessa prova 
se refere às obras de leitura obrigatória. Entretanto, 
para melhor compreender essas obras, é importante 
que o aluno conheça os movimentos literários, bem 
como seus principais representantes. Neste livro, 
estão presentes questões sobre Qui-
nhentismo, Barroco e Ar-
cadismo.
Como a PUC de Campinas não possui uma 
lista obrigatória de livros, as questões contem-
plam o conhecimento acerca dos diferentes 
gêneros literários e das escolas literárias, bem 
como de seus principais representantes.
A prova da Santa Casa exige seus conheci-
mentos acerca dos gêneros literários e dos 
movimentos literários no Brasil e em Portugal. 
Neste livro, estão presentes questões sobre a 
estética barroca e árcade. 
A prova do ENEM exige que o aluno tenha 
conhecimento a respeito das escolas literárias 
e de seus principais representantes. Neste 
caderno, você encontra algumas questões 
sobre Quinhentismo, Barroco e Arcadismo, 
conteúdos que já foram cobrados 
pelo exame. 
A maior parte das questões de literatura se refe-
re às obras de leitura obrigatória. Neste livro, 
encontram-se algumas questões sobre Gregório 
de Matos, um dos autores cuja obra é exigida 
por esse exame, bem como sobre as estéticas 
barroca e árcade.
Como a UERJ não possui uma lista obrigatória de 
livros, as questões contemplam o conhecimento 
acerca dos diferentes gêneros literários e das es-
colas literárias, bem como de seus principais repre-
sentantes. Nesse caderno, você encontra algumas 
questões acerca do Quinhentismo e 
do Barroco no Brasil. 
Como a Ungranrio não possui uma lista 
obrigatória de livros, as questões contemplam 
o conhecimento acerca dos diferentes gêneros 
literários e das escolas literárias, bem como de 
seus principais representantes.
A Souza Marques exige seus conhecimentos 
acerca dos gêneros literários e dos movimen-
tos literários brasileiros. Neste livro, estão 
presentes questões sobre a estética barroca e 
sobre seus principais representantes.
A maior parte das questões de literatura se refere 
às obras de leitura obrigatória. Entretanto, para 
melhor compreender essas obras, é importante 
que o aluno conheça os movimentos literários, 
bem como seus principais representantes. Neste 
livro, estão presentes questões sobre 
a estética barroca e 
árcade. 
A maior parte das questões de literatura da UFPR se 
refere às obras de leitura obrigatória. Entretanto, para 
melhor compreender essas obras, é importante que o 
aluno conheça os movimentos literários, bem como 
seus principais representantes. Neste livro, estão 
presentes questões sobre Quinhen-
tismo, Barroco e Arca-
dismo. 
A maior parte das questões de literatura da UEL 
se refere às obras de leitura obrigatória. Neste 
livro, estão presentes questões sobre o Barroco, 
movimento do qual faz parte Gregório de Matos, 
um dos autores cuja obra é exigida por esse 
exame. 
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Observe, na tabela a seguir, os períodos literários do Brasil Colônia.
Quinhentismo (1500-1601) Barroco (1601-1768) Neoclassicismo (1768-1836)
O primeiro documento escrito foi a Carta

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