Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caro aluno Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe- ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção: No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en- contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. multimídia Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em seu dia a dia. vivenciando Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina contêm, a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e resolvê- -las com tranquilidade. áreas de conhecimento do Enem Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria- mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque- les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele pode-se fazer uma rápida consulta aos prin- cipais conteúdos ensinados no dia, o que facilita sua organização de estudos e até a resolução dos exercícios. diagrama de ideias Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela- borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada disciplina. Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio- logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive. conexão entre disciplinas Herlan Fellini De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo o território nacional. incidência do tema nas principais provas Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques- tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com- pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua- dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. teoria Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta- dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com- preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula. aplicação do conteúdo © Hexag Sistema de Ensino, 2018 Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020 Todos os direitos reservados. Autores Lucas Limberti Murilo Almeida Gonçalves Pércio Luis Ferreira Diretor-geral Herlan Fellini Diretor editorial Pedro Tadeu Vader Batista Coordenador-geral Raphael de Souza Motta Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica Hexag Sistema de Ensino Editoração eletrônica Arthur Tahan Miguel Torres Matheus Franco da Silveira Raphael de Souza Motta Raphael Campos Silva Projeto gráfico e capa Raphael Campos Silva Imagens Freepik (https://www.freepik.com) Shutterstock (https://www.shutterstock.com) ISBN: 978-65-88825-04-4 Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis- posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições. O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre- sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora. 2020 Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino. Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP CEP: 04043-300 Telefone: (11) 3259-5005 www.hexag.com.br contato@hexag.com.br SUMÁRIO ENTRE LETRAS GRAMÁTICA Aulas 9 e 10: Advérbios 6 Aulas 11 e 12: Pronomes pessoais 10 Aulas 13 e 14: Pronomes demonstrativos e possesivos 14 Aulas 15 e 16: Pronomes relativos, interrogativos e indefinidos 16 Aulas 9 e 10: Quinhentismo e Barroco 36 Aulas 11 e 12: Gregório de Matos Guerra, o Boca do Inferno 47 Aulas 13 e 14: Padre Antônio Vieira 54 Aulas 15 e 16: Arcadismo em Portugal: Bocage 62 LITERATURA ENTRE TEXTOS: INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Aula 5: Figuras de linguagem I 20 Aula 6: Figuras de linguagem II 25 Aula 7: Figuras de linguagem III 29 Aula 8: Figuras de linguagem IV 32 Competência 1 – Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida. H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação. H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais. H3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação considerando a função socialdesses sistemas. H4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação. Competência 2 – Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) (LEM) como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais. H5 Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema. H6 Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas. H7 Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social. H8 Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística. Competência 3 – Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da identidade. H9 Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social. H10 Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas. H11 Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos. Competência 4 – Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e da própria identidade. H12 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais. H13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos. H14 Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos. Competência 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção. H15 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção situando aspectos do contexto histórico, social e político. H16 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário. H17 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional. Competência 6 – Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da reali- dade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação. H18 Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos. H19 Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução. H20 Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional. Competência 7 – Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas. H21 Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos. H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos. H23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público-alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados. H24 Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como intimidação, sedução, comoção, chan- tagem, entre outras. Competência 8 – Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade. H25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro. H26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social. H27 Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. Competência 9 – Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar. H28 Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação. H29 Identificar, pela análise de suas linguagens, as tecnologias de comunicação e informação. H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem. GRAMÁTICA: Incidência do tema nas principais provas UFMG No vestibular da Unesp, exige-se o conheci- mento das classes gramaticais. O uso correto dos pronomes tem sua parcela de importân- cia. Em relação aos advérbios, a prova pode destacar elementos adverbiais e pedir ao aluno que defina o significado deles dentro de um contexto. A prova da Unifesp apresenta exigências que dizem respeito às funções gramaticais dos pronomes e dos advérbios. Em outras palavras, a prova exige o uso correto das classes adverbiais e pronominais, além do reconhecimento dos valores coesivos desses elementos no ambiente textual. O vestibular da Unicamp aborda o uso dos pronomes e dos advérbios de modo amplo: pode ser exigido do aluno o conhecimento da função de um pronome ou advérbio em um ambiente textual que configure linguagem verbal e não verbal, ou mesmo identificar em determinado texto o valor coesivo de um termo. Esse vestibular exige conhecimentos sobre a especificidade de cada classe gramatical. É relevante que o aluno saiba reconhecer como a aplicação de um advérbio pode modificar termos presentes no texto e como os pronomes podem interagir com outros elementos textuais de modo coesivo. Nesse vestibular, questões acerca das classes gramaticais e suas especificidades são uma cons- tante. Portanto, sobre aquelas que são objeto de estudo neste caderno, convém saber reconhecer em quais situações elas se aplicam e qual o significado delas para o contexto em que se encontram. O vestibular da PUC-Campinas aborda os diversos sentidos dos advérbios, exigindo que o aluno saiba identificá-los e compreender os seus aspectos em determinado contexto. Os pronomes surgem em questões que pedem o reconhecimento dos termos a que podem se referir no cômpito de um texto apresentado. A objetividade característica do vestibular da Santa Casa dá margem para questões bastante diretas sobre as classes gramaticais e suas corre- tas utilizações. Por isso, exige-se o conhecimento dos diferentes sentidos de um mesmo advérbio, além da compreensão do referente de um pronome. Dentre os temas abordados neste caderno, o de maior incidência no Enem é o uso de tem- pos verbais. Os demais temas são de aplicação bastante esporádica. A Fuvest exige a compreensão dos pronomes como elementos constitutivos de um sentido textual. É importante que o estudante saiba identificar o valor de um termo pronominal inserido em um contexto, ou seja, além de compreender o referente de um pronome, deve-se reconhecê-lo como parte de um todo. Na prova da Uerj, podem surgir questões sobre os ter- mos aos quais os advérbios se referem em certo con- texto, além de ser exigido que se identifique os seus aspectos no ambiente textual. Quanto aos pronomes, exige-se a identificação do referente e, em alguns casos, as possibilidades de substituição deles por outros termos. A abordagem desse vestibular ampara-se na atenção aos diferentes usos dos pronomes e dos advérbios. Por isso, o reconhecimento das carac- terísticas de um determinado advérbio ou das funções coesivas de um pronome no cerne de um texto é relevante para resolver as questõesdessa prova. Bastante direto, esse vestibular apresenta muitas questões a respeito de conhecimentos sobre as classes gramaticais. É importante que o aluno tenha domínio sobre as condições gramaticais em que os pronome e advérbios devem ser utilizados obrigatória ou facultativamente. Esse vestibular costuma abordar questões que se atentem aos elementos coesivos de que um texto se vale para a sua composição. Assim, convém estar seguro sobre o uso correto dos pronomes. A propósito dos elementos adverbiais, é conveniente considerar os seus diversos signifi- cados relacionados ao contexto. No vestibular da UFPR, a relação entre linguagem verbal e linguagem não verbal é uma constante. Propagandas e charges acabam sendo fonte para questões que exigem a compreensão de termos coesivos e elementos modificadores, como pronomes e advérbios, no âmbito contextual. O vestibular da UEL apresenta textos constituídos por linguagem verbal e não verbal. Como elas se relacionam para a composição de um sentido, essa prova pode apresentar questões que exigem do aluno saber identificar os referentes não verbais de um pronome e sua função para o aspecto semântico do texto. 6 Advérbios CompetênCias: 1 e 8 Habilidades: 1, 2, 3, e 27 AULAS 9 e 10 1. Advérbios Os advérbios formam uma classe de palavras invariáveis que se associam a verbos, a adjetivos ou a outros advér- bios, cada qual com intenções bastante específicas. § Associam-se a verbos para indicar com maior precisão as circunstâncias da ação verbal. Exemplo: Paula viajou ontem. (O advérbio “ontem” indica com maior precisão quando Paula viajou.) § Associam-se a adjetivos para intensificar o adjetivo já apresentado. Exemplo: Roberto ficou bastante preocupado. (O advérbio “bastante” intensifica o adjetivo pre- ocupado.) § Associam-se a advérbios para intensificar outro advér- bio já apresentado. Exemplo: O jogador do Corinthians está se recuperando muito bem. (O advérbio “muito” intensifica o outro advérbio “bem”.) 1.1. Classificação dos advérbios Os advérbios e as locuções adverbiais estabelecem diferen- tes relações semânticas, que são as seguintes: § De lugar: aqui; antes; dentro; ali; adiante; fora; acolá; atrás; além; lá; detrás; aquém; cá; acima; onde; perto; aí; abaixo; aonde; longe; debaixo; algures; defronte; ne- nhures; adentro; afora; alhures; aquém; embaixo; exter- namente; a distância; a distância de; de longe; de perto; em cima; à direita; à esquerda; ao lado; em volta, etc. § De tempo: hoje; logo; primeiro; ontem; tarde; outro- ra; amanhã; cedo; depois; ainda; antigamente; antes; doravante; nunca; então; ora; jamais; agora; sempre; já; enfim; afinal; amiúde; breve; constantemente; imediata- mente; primeiramente; provisoriamente; sucessivamente; às vezes; à tarde; à noite; de manhã; de repente; de vez em quando; de quando em quando; a qualquer momen- to; de tempos em tempos; em breve; hoje em dia, etc. § De modo: bem; mal; assim; melhor; pior; depressa; de- balde; devagar; às pressas; às claras; às cegas; à toa; à vontade; às escondidas; aos poucos; desse jeito; desse modo; dessa maneira; em geral; frente a frente; lado a lado; a pé; de cor; em vão; e a maior parte dos que termi- nam em ”–mente”: calmamente; tristemente; proposi- tadamente; pacientemente; amorosamente; docemente; escandalosamente; bondosamente; generosamente, etc. § De afirmação: sim; certamente; realmente; decerto; efetivamente; certo; decididamente; deveras; indubita- velmente, etc. § De negação: não; nem; nunca; jamais; de modo algum; de forma alguma; tampouco; de jeito nenhum, etc. § De dúvida: acaso; porventura; possivelmente; provavel- mente; talvez; casualmente; por certo; quem sabe, etc. § De intensidade: muito; demais; pouco; tão; em ex- cesso; bastante; mais; menos; demasiado; quanto; quão; tanto; que (quão); tudo; nada; todo; quase; de todo; de muito; por completo; extremamente; inten- samente; grandemente; bem (aplicado a propriedades graduáveis), etc. § Interrogativos: onde; aonde; donde; quando; como; por que; empregados em interrogações diretas ou indi- retas – entende-se por interrogações diretas aquelas em que as palavras em destaque iniciam uma frase interro- gativa. As interrogações indiretas, por sua vez, são aque- las em que os termos destacados não iniciam a frase. Interrogação direta Interrogação indireta Como isso aconteceu? Queria saber como isso aconteceu. Onde ela mora? Precisava saber onde ela mora. Por que ela não veio? Quero entender por que ela não veio. Aonde você vai? Quero saber aonde você vai. Donde vem esse rapaz? Necessito entender don- de vem esse rapaz. Quando que chega a carta? Quero saber quando chega a carta. 1.2. Palavras denotativas que se assemelham aos advérbios Existem algumas palavras e locuções que se assemelham a advérbios. Elas recebem o nome de advérbios impró- prios ou palavras com sentido denotativo. 7 § Advérbios de exclusão: apenas; exclusivamente; salvo; senão; somente; simplesmente; só; unicamente. Exemplo: Todos se foram pela manhã; somen- te ele quis partir mais tarde. § Advérbios de inclusão: ainda; até; mesmo; inclusi- vamente; também. Exemplo: Todos se foram pela manhã, até ele que queria partir mais tarde. § Advérbios de ordem: depois; primeiramente; ulti- mamente. Exemplo: Primeiramente, gostaria de agra- decer a todos os que estiveram presentes. 1.3. Locuções adverbiais Locuções adverbiais são expressões formadas a partir de duas ou mais palavras que exercem função adverbial. Em geral, são constituídas por uma preposição seguida de ou- tra palavra, como substantivo, advérbio ou verbo, que seja capaz de indicar a circunstância. § De lugar: à esquerda; à direita; de longe; de perto; para dentro; por aqui, etc. § De afirmação: por certo; sem dúvida, etc. § De modo: às pressas; passo a passo; de cor; em vão; em geral; frente a frente, etc. § De tempo: à noite; de dia; de vez em quando; à tarde; hoje em dia; nunca mais, etc. 1.4. Graus dos advérbios Por definição, os advérbios são palavras invariáveis (não sofrem alterações de gênero ou número). Entretanto, ocor- rem algumas variações de grau. 1.4.1. Grau comparativo É formado da mesma maneira que o comparativo do adjetivo: § De igualdade: tão + advérbio + quanto (como) Exemplo: Sara pulou tão alto quanto Patrícia. § De inferioridade: menos + advérbio + que (do que) Exemplo: Ana fala menos alto do que João. § De superioridade: mais + advérbio + que (do que) Exemplo: Ana fala mais alto do que João. 1.4.2. Grau superlativo Intensifica a característica de uma coisa ou pessoa. § Superlativo analítico: vem acompanhado de outro advérbio. Exemplo: O rapaz falava muito alto. (”muito” é advérbio de intensidade; ”alto”, de modo) § Superlativo sintético: é formado por sufixos. Exemplo: O rapaz falava altíssimo. (advérbio de modo formado pelo acréscimo do sufixo) Observação: na linguagem afetiva e popular, certos advérbios são empregados no diminutivo com valor de superlativo. Exemplos: O homem caminhava devagarinho. Amanhã precisarei acordar cedinho. Ela mora pertinho daqui. 1.5. O advérbio aplicado ao texto Em relação aos advérbios aplicados ao texto, existe uma gradação semântica entre os advérbios frásicos e advérbios extrafrásicos, além da distribuição de advérbios modais (terminados em –mente). § Advérbios frásicos: são aqueles que se relacionam com um elemento específico da frase. Não apresentam mar- cas de deslocamento (vírgulas). Exemplo: O veículo corre muito. § Advérbios extrafrásicos: são aqueles exteriores à frase, que estão no âmbito da enunciação e, geralmente, des- locados por vírgula. Exemplo: Ele, infelizmente, não jogou bem hoje. Observação: os advérbios extrafrásicos atuam como elementos de avaliação do enunciador acerca do conteúdo enunciado. § Distribuição textual de advérbios modais (mais de um advérbio terminado em “–mente”) Quando ocorre uma fraseque congrega mais de um advérbio terminado em “–mente”, deve-se fazer a con- tração dos advérbios centrais (retirar o termo “– men- te”) e preservar apenas o último advérbio flexionado. Errado: Ele saiu calmamente, sorrateira- mente e rapidamente. Certo: Ele saiu calma, sorrateira e rapidamente. 8 (Manuel Bandeira) Quando hoje acordei, ainda fazia escuro (Embora a manhã já estivesse avançada). Chovia. Chovia uma triste chuva de resignação Como contraste e consolo ao calor tempestu- oso da noite. Então me levantei, Bebi o café que eu mesmo preparei, Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando... – Humildemente pensando na vida e nas mu- lheres que amei. Procure encontrar os advérbios no poema e na canção abaixo. Poema só para Jaime Ovalle multimídia: poema • poesia (noel rosa) Não espero mais você, pois você não aparece Creio que você se esquece das promessas que me faz E depois vem dar desculpas, inocentes e banais É porque você bem sabe Que em você desculpo Muitas coisas mais O que sei somente É que você é um ente Que mente inconscientemente Mas finalmente Não sei por que Eu gosto imensamente De você Invariavelmente, sem ter o menor motivo Em um tom de voz altivo Você quando fala mente Mesmo involuntariamente, faço cara de inocente Pois sua maior mentira é dizer à gente que você não mente. Você Só... Mente multimídia: poema • poesia 9 FORMAÇÃO DE PALAVRAS CLASSES DE PALAVRAS PREPOSIÇÃO INTERJEIÇÃO NUMERALADVÉRBIO CLASSES INVARIÁVEIS CLASSE VARIÁVEL GRAMÁTICA NORMATIVA DIAGRAMA DE IDEIAS 10 Pronomes PessoAis CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 2, 3, 18 e 27 AULAS 11 e 12 1. Pronome Pronome é a palavra variável que identifica os participantes da interlocução (pessoas do discurso), os seres e objetos no mundo, além de eventos ou situações aos quais o dis- curso faça referência. Em geral, os pronomes, operam em conjunto com os subs- tantivos (nomes), podendo substituí-los, referenciá-los ou, ainda, acompanhá-los em um processo qualificativo. Ob- serve alguns exemplos: O rapaz estava bravo, mas ele tinha toda a ra- zão. (O termo ele substitui o substantivo rapaz.) Essa é a moça que processou o gerente da loja. (O termo que faz referência ao substantivo moça.) Aquele rapaz é bastante irritante. (O termo aquele acompanha e qualifica/especifica o ter- mo rapaz.) Por meio desses exemplos, é possível notar que os prono- mes são uma classe de palavras que não possuem signifi- cações predeterminadas. Seus significados são, na maioria dos casos, dependentes de contextos que permitirão ao leitor recuperar as referências dos pronomes utilizados nos processos comunicativos. Tecnicamente, os pronomes exercem algumas relações se- mânticas condizentes às pessoas do discurso. Essas funções são conhecidas como anafóricas (retomada de termos anteriormente mencionados), catafóricas (prenuncia algo que será mencionado/dito) ou dêiticas (apontamento de coisas/pessoas que estão no mundo). Essas funções são exercidas por todas as classes de pronomes, com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos. A seguir, será demonstrado como realizar as classificações iniciais en- tre pronomes de tipo substantivo e pronomes de tipo adjeti- vo; também serão estudados os pronomes pessoais. 1.1. Pronomes substantivos x pronomes adjetivos § Pronomes substantivos são aqueles que substi- tuem um substantivo ao qual fazem referência. Exemplo: Aquilo o deixou constrangido. = A situação o deixou constrangido. § Pronome adjetivos são aqueles que acompanham um substantivo atribuindo-lhe características. Exemplo: Este carro é bastante potente. Observação: A classificação dos pronomes em substan- tivos ou adjetivos não exclui as classificações de origem (pessoal, demonstrativo, possessivo, relativo, indefinido e interrogativo) desses elementos. 1.2. Pronomes pessoais Os pronomes pessoais são aqueles que substituem os substantivos. Eles se caracterizam por evidenciar as três pessoas do discurso. Para designar a pessoa que fala (1ª pessoa), são usados os pronomes eu (singular) e nós (plu- ral). Para marcar a pessoa com quem se fala (2ª pessoa), são utilizados os pronomes tu (singular) e vós (plural). Por fim, para apontar a pessoa de quem se fala (3ª pessoa), são utilizados ele(s) e ela(s). De acordo com o posicionamento nos processos sintáticos, os pronomes pessoais podem funcionar como: § Caso reto: são pronomes pessoais que, em uma cons- trução sintática, ocupam a posição de sujeito ou de predicativo do sujeito. Exemplos: Eu fiquei bastante chateado. (sujeito) O encarregado do projeto sou eu. (predicativo do sujeito) Observe a seguir o quadro de pronomes do caso reto em português: 1ª pessoa do singular eu 2ª pessoa do singular tu 3ª pessoa do singular ele / ela 1ª pessoa do plural nós 2ª pessoa do plural vós 3ª pessoa do plural eles / elas Observação 1: Como é possível observar no quadro, ape- nas os pronomes pessoais retos de 3ª pessoa variam em gê- 11 nero. Os demais possuem uma única forma para masculino e feminino. Observação 2: Em Língua Portuguesa, é comum a omis- são dos pronomes do caso reto, sem prejuízo do entendi- mento da frase. Isso ocorre devido ao fato de as desinências verbais serem capazes de designar as pessoas que estão sendo utilizadas na construção. Exemplo: (Eu) Fiquei bastante chateado. (É pos- sível localizar o “eu” pela desinência do verbo.) § Caso oblíquo: são pronomes pessoais que, em uma construção sintática, ocupam a posição de comple- mento verbal (objeto direto ou indireto) ou complemento nominal. Exemplo: Compraram-nos alguns presentes. (O pronome é complemento do verbo comprar.) Observe a seguir o quadro de pronomes do caso oblíquo em português: § Pronomes oblíquos átonos Os pronomes oblíquos átonos são aqueles que possuem acentuação (tonicidade) fraca em relação às palavras que os acompanham. Esses pronomes não são precedidos de qualquer preposição. Pessoa Pronome oblíquo átono Equivalente no caso reto 1ª pessoa do singular me eu 2ª pessoa do singular te tu 3ª pessoa do singular se / o / a / lhe ele / ela 1ª pessoa do plural nos nós 2ª pessoa do plural vos vós 3ª pessoa do plural se / os / as / lhes eles / elas Observação 1: Os pronomes o(s) e a(s) funcionam ex- clusivamente como substitutos de objetos diretos. Observação 2: O pronome lhe funciona exclusivamente como substituto de complementos preposicionados. Observação 3: Os pronomes me, te, nos e vos funcio- nam tanto como substitutos de objetos diretos como de objetos indiretos. 1.2.1. Casos especiais de uso dos pronomes átonos Os pronomes o(s) e a(s) podem assumir formas espe- ciais quando acompanhados de verbos que possuem as terminações -z, -s ou -r. Nesses casos, eles aparecem como lo(s) e la(s). Exemplos: traz + o = trá-lo empurrastes + o = empurraste-lo beijar + a = beijá-la Em casos de verbos que apresentam terminação com som nasal, os pronomes o(s) e a(s) assumem as formas no(s) e na(s). Exemplos: compram + o = compram-no põe + a = põe-na detém + os = detém-nos tem + as = tem-nas § Pronomes oblíquos tônicos Os pronomes oblíquos tônicos são aqueles que possuem acentuação (tonicidade) forte em relação às palavras que os acompanham. Esses pronomes são precedidos por preposição (em especial a, para, de e com). Pessoa Pronome oblíquo tônico Equivalente no caso reto 1ª pessoa do singular mim / comigo eu 2ª pessoa do singular ti / contigo tu 3ª pessoa do singular ele / ela ele / ela 1ª pessoa do plural nós / conosco nós 2ª pessoa do plural vós / convosco vós 3ª pessoa do plural eles / elas eles / elas Observação: Em composições que exijam o uso da gra- mática normativa, as preposições nunca podem introduzir pronomes pessoais do caso reto. Exemplos: Não há mais nada entre mim e ti (certo) Não há mais nada entre eu e ti. (errado) Estão todos contra mim. (certo) Estão todos contra eu. (errado) Não vá sem mim. (certo) Não vá sem eu. (errado)Atenção: Essa regra sofre uma alteração no caso de haver, depois do pronome, um verbo no infinitivo. Nesse caso, o pronome estará funcionando como sujeito do verbo. Como já foi visto, são os pronomes do caso reto que ocupam a posição de sujeito na oração. Exemplo: Arrumaram um monte de encrencas para eu resolver. 1.2.2. Pronome reflexivo Os pronomes pessoais oblíquos podem atuar como prono- mes reflexivos. Nesse caso, indicam que o sujeito pratica 12 e também sofre a ação verbal. Note que a forma reflexiva apresenta três formas próprias (se, si e consigo), que são utilizadas tanto na 3ª pessoa do singular quanto na 3ª pes- soa do plural. Pessoa Pronome Equivalente no caso reto 1ª pessoa do singular me eu 2ª pessoa do singular te tu 3ª pessoa do singular se / si / consigo ele / ela 1ª pessoa do plural nos nós 2ª pessoa do plural vos vós 3ª pessoa do plural se / si / consigo eles / elas Observe alguns exemplos: 1. Eu não me incomodo com esse barulho. 2. Conhece-te a ti mesmo. 2. Eles falam sempre de si. 3. Pedro já refletiu consigo mesmo a respeito da briga. 4. Presenteamo-nos naquele dia. 5. Vós vos banhastes naquele rio. 6. Eles se beijaram de maneira apaixonada. 1.2.3. Pronomes de tratamento Os pronomes de tratamento são utilizados em relações pes- soais de comunicação e obedecem a uma regra de utilização bem específica, conhecida como segunda pessoa indire- ta, regra na qual os pronomes indicam a pessoa a quem se fala (2.a pessoa), mas concordam com a 3ª pessoa. Observe a tabela com os principais pronomes de tratamento: Vossa Majestade V.M. reis, imperadores Vossa Alteza V.A. príncipes, ar- quiduques, duques Vossa Senhoria V.S.ª tratamento cerimonioso Vossa Santidade V.S. papa grandes autorides e oficiais-generaisVossa Excelência V. Ex.ª Vossa Eminência V. Em.a cardeais Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes e bispos Observação 1: As formas o senhor, a senhora e você(s) também são pronomes de tratamento. As duas primeiras for- mas são empregadas no tratamento mais respeitoso (em ge- ral, com pessoas mais velhas); a forma “você(s)” é utilizada em tratamentos informais ou entre amigos (pessoas que já se conhecem, de idade próxima ou que sejam mais novas). Observação 2: Como dito anteriormente, embora os pronomes de tratamento marquem 2ª pessoa (vossa), a concordância deve ser feita com verbo em 3ª pessoa. Exemplo: Lembre-se que Vossa Reverendíssima estará no evento litúrgico desta noite. Observação 3: A gramática normativa exige que se man- tenha uma congruência entre os pronomes de tratamento usados em composições textuais. Assim, se o texto come- çar tratando a pessoa por “tu”, deve-se distribuir (e man- ter) as formas de tratamento correspondentes ao longo do texto (“teu” e “tua”). Exemplos: Quando você chegar, eu te buscarei na estação. (errado) Quando tu chegares, eu te buscarei na estação. (certo) Quando você chegar, eu a buscarei na estação. (certo) Ela disse adeus (Now the deed is done As you blink she is gone Let her get on with life Let her have some fun) Ela disse adeus, e chorou Já sem nenhum sinal de amor Ela se vestiu, e se olhou Sem luxo, mas se perfumou Lágrimas por ninguém Só porque é triste o fim Outro amor se acabou Ele quis lhe pedir pra ficar De nada ia adiantar Quis lhe prometer melhorar E quem iria acreditar Ela não precisa mais de você Sempre o último a saber Ela disse adeus (Paralamas do Sucesso) multimídia: letra e música Observe os pronomes da canção abaixo e pro- cure identificar a razão de seus empregos. 13 PRONOMES PRONOMES SUBSTANTIVOS E PRONOMES ADJETIVOS MORFOLOGIA DIAGRAMA DE IDEIAS PRONOMES PESSOAIS 14 Pronomes demonstrAtivos e Possessivos CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 2, 3, 18 e 27 AULAS 13 e 14 1. Pronomes Possessivos São pronomes que acrescentam à pessoa gramatical a ideia de posse sobre algo. Exemplo: Este dinheiro é meu. Pessoa Pronomes possessivos Equivalente no caso reto 1ª pessoa do singular meu(s) / minha(s) eu 2ª pessoa do singular teu(s) / tua(s) tu 3ª pessoa do singular seu(s) / sua(s) ele / ela 1ª pessoa do plural nosso(s) / nossa(s) nós 2ª pessoa do plural vosso(s) / vossa(s) vós 3ª pessoa do plural seu(s) / sua(s) eles / elas 1.1. Algumas relações semânticas dos possessivos § Pode funcionar como um marcador de indefinição de um substantivo. Exemplo: A empresa tem lá seus problemas, mas ainda oferece um bom salário. § Pode indicar conjectura numérica (especulação sobre algum número). Exemplo: Ele já deve ter seus 50 anos. § Pode indicar afetividade. Exemplo: Olha aí! É o meu guri. (Chico Buarque) Observação: Há casos em que o pronome oblíquo lhe funciona como pronome possessivo (quando puder ser substituído por seus/suas). Exemplo: Vão lhe roubar as joias. = Vão roubar suas joias. 2. Pronomes demonstrAtivos Os demonstrativos são utilizados para situar, no espaço e no tempo, a pessoa ou a coisa designada. O aspecto funda- mental dos pronomes demonstrativos é sua capacidade de indicar um objeto sem nomeá-lo. Também evidenciam o po- sicionamento de uma palavra em relação a outras palavras ou em relação a um contexto. Esses processos ocorrem em relações espaciais, temporais e sintáticas. § Os pronomes demonstrativos dividem-se em dois gru- pos: os variáveis e os invariáveis. § Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s). § Invariáveis: isto, isso, aquilo. 2.1. Relações espaciais § Os pronomes este, esta e isto indicam que o item/ objeto está perto de quem fala. Exemplo: Usarei este lápis (aqui) mesmo. § Os pronomes esse, essa e isso indicam que o item/ objeto está perto da pessoa a quem se fala. Exemplo: Usarei esse lápis (aí) mesmo. § Os pronomes aquele, aquela e aquilo indicam que o item/objeto está afastado tanto de quem fala como da pessoa a quem se fala. Exemplo: Usarei aquele lápis (ali) mesmo. 2.2. Relações temporais § O pronome este e suas variantes são utilizados para indicar tempo presente em relação ao momento em que se fala. Exemplo: Esta noite eu vou ao shopping / Neste mês chove bastante. § O pronome esse e suas variantes são utilizados para indicar tempo futuro ou passado recente em relação ao momento em que se fala. Exemplo (futuro): Nessa reunião definiremos os parâmetros de venda. Exemplo (passado): Esse aumento da crise ocorreu em todos os países da América do Sul. § O pronome aquele e suas variantes são utilizados para indicar tempo passado distante em relação ao momento em que se fala. 15 Exemplo: Naquela época ainda havia telefones de rua, chamados de orelhões. / Aquelas praças costumavam ser seguras. 2.3. Relações Sintáticas § O pronome este e suas variantes são utilizados para anunciar/adiantar o que será dito na sequência frasal ou para remeter a um termo imediatamente anterior (recém-mencionado). Exemplo (anunciando informação): O maior problema está neste relatório: ele não dá conta de explicar todos os problemas. Exemplo (retomando termo recente): Não sei se eu adquiro uma moto ou um carro. Acho que este (último = carro) é um pouco mais seguro. § O pronome esse e suas variantes são utilizados para retomar um termo, uma ideia ou uma oração já men- cionados. Exemplo: Duas vezes por ano, o Sol atinge sua maior declinação em latitude. Esse fenômeno é conhecido como solstício. § O pronome aquele e suas variantes são utilizados para retomar um termo mais distante entre dois apresenta- dos em uma sentença (em geral, ele é trabalhado em conjunto com o pronome este, que retomará o item mais próximo). Exemplo: Na empresa há dois funcionários que se destacam: Pedro e Rogério. Este pela sua or- ganização, e aquele pela sua eficiência. multimídia: sites https://www.brasiliarios.com/colunas/66-mar- cos-bagno/578-este-ou-esse-tanto-faz PRONOMES PRONOMES SUBSTANTIVOS E PRONOMES ADJETIVOS MORFOLOGIA DIAGRAMA DE IDEIAS PRONOMES POSSESSIVOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS 16Pronomes relAtivos, interrogAtivos e indefinidos CompetênCias: 1, 6 e 8 Habilidades: 1, 2, 3, 18 e 27 AULAS 15 e 16 1. Pronomes indefinidos Os pronomes indefinidos fazem referência à 3a pessoa do discurso, dando-lhe caráter indeterminado, vago ou impreciso. Exemplo: Alguém quebrou os copos da minha cristaleira. Nota-se que o termo alguém refere-se a uma terceira pes- soa (de quem se fala), mas não é possível atribuir identi- dade a essa pessoa, pois a informação é vaga e imprecisa. 1.1. Classificação dos pronomes indefinidos Os pronomes indefinidos podem ser classificados como variáveis ou invariáveis. Variáveis Singular Plural Masculino Feminino Masculino Feminino algum nenhum todo outro muito pouco certo vário tanto quanto alguma nenhuma toda outra muita pouca certa vária tanta quanta alguns nenhuns todos outros muitos poucos certos vários tantos quantos algumas nenhumas todas outras muitas poucas certas várias tantas quantas qualquer quaisquer Invariáveis alguém ninguém outrem tudo nada algo cada 2. Pronomes relAtivos Pronomes relativos são aqueles que se referem a nomes anteriormente mencionados (antecedentes), estabele- cendo com eles relação. Exemplo: A escola tem um calendário que pos- sui muitos feriados. No exemplo apresentado, o pronome “que” recupera o substantivo calendário (o antecedente). 2.1. Classificação dos pronomes relativos Os pronomes relativos apresentam formas variáveis e invariáveis. O livro surge da problemática do que é “pro- nome”, geralmente utilizado para referir a diferentes conjuntos de itens, tais como: os pronomes pessoais, demonstrativos, interro- gativos, indefinidos, relativos, entre outros, mas cuja definição tradicional é considerada insatisfatória. Com o objetivo principal de con- tribuir com as discussões sobre pronome, o volume reúne trabalhos sobre os mais diversos aspectos dessa categoria gramatical, sendo fruto de pesquisas desenvolvidas nos últimos anos por persquisadores ligados à área, ver- sando acerca de aspectos morfossintáticos e semânticos da categoria pronome, em suas principais e mais recentes vertentes do estudo, além de aspectos relacionados ao processos de percepção pelo falante-ouvinte e das rela- ções socioculturais dos pronomes. Pronomes: morfossintaxe e semânti- ca - Daniel Carvalho e Dorothy Brito multimídia: livros 17 Variáveis Invariáveis Masculino Feminino o qual cujo quanto os quais cujos quantos a qual cuja as quais cujas quantas que quem onde Observação 1: Os pronomes que, o qual, os quais, a qual e as quais são equivalentes; no entanto, o pronome que é invariável, cabendo em qualquer circunstância, enquanto os demais necessitam de um substantivo já determinado. Exemplo: Esta é a garota com a qual conversei. Observação 2: Para evitar ambiguidades e outros pro- blemas de sentido, o pronome relativo onde deve ser uti- lizado para recuperar lugares físicos/localidades (regiões, cidades, ambientes, etc.). Exemplo: Este é o armazém onde estocamos os produtos. Observação 3: O pronome relativo cujo não realiza a re- cuperação de um antecedente, mas aponta para uma rela- ção de posse com o consequente. Exemplo: A mulher cuja casa foi invadida já está em segurança. Observação 4: O pronome quem faz referência a pesso- as e ocorre sempre precedido de preposição. Exemplo: Aquele é o sujeito a quem devo mui- to dinheiro. 3. Pronomes interrogAtivos Os pronomes interrogativos são utilizados nas formulações de perguntas diretas ou indiretas. Fazem referência direta aos pronomes de 3ª pessoa. Os principais pronomes in- terrogativos são que, quem, qual e quanto (e suas va- riações). Entende-se como pergunta direta aquela em que o pronome interrogativo aparece no início do questiona- mento (há sinal de interrogação no fim da pergunta). A pergunta indireta, por sua vez, é aquela em que o pronome interrogativo aparece em outra posição na frase, e não no início (não há sinal de interrogação). Pergunta direta Pergunta indireta Quanto custou a reforma da casa? Gostaria de saber quanto custou a reforma da casa. PRONOMES PRONOMES SUBSTANTIVOS E PRONOMES ADJETIVOS MORFOLOGIA DIAGRAMA DE IDEIAS PRONOMES INDEFINIDOS PRONOMES INTERROGATIVOS PRONOMES RELATIVOS 19 ENTRE TEXTOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS: Incidência do tema nas principais provas UFMG A prova da Unesp trabalha a interpretação de texto em paralelo aos textos literários. É importante compreender as figuras de linguagem para que o exercício de leitura não seja prejudicado. Boa parte das questões da frente de linguagem da Unifesp diz respeito à interpretação. Uma vez que a interpretação não ocorre isolada, é preciso que o aluno associe os recursos linguísticos, como as figuras de linguagem, aos textos que serão apresentados. Um vestibular crítico. Textos críticos e literários serão colocados em discussão, bem como textos comuns ao cotidiano do estudante. Ter em mente que as figuras de linguagem são partes essenciais do seu conhecimento sobre os textos poderá fazer a diferença no mo- mento de resolução da prova. Conhecer as figuras de linguagem não bastará na prova do Eistein. Haja vista que a ideia de aplicar o conhecimento é chave nessa prova, o aluno terá que trabalhar e desenvolver o seu exercício de leitura para a resolução das questões. No vestibular em questão, a interpretação de texto pode ser a chave para um bom resultado. Os recursos linguísticos ligados à produção de textos, como as figuras de lingua- gem, não devem ser esquecidos no momento da leitura. É uma prova conceitual. A interpretação de textos ocorre de maneira direcionada, focada, sobretudo, nos recursos linguísticos (como figuras de linguagem e funções linguísticas). Trabalhar de forma atenta, lembrando e aplicando os conceitos aprendidos em aula será fundamental. De forma geral, o vestibular da Santa Casa equilibra bem as frentes da área de Português, de modo que as questões de interpretação se tornam bastante direcionadas. Não por menos, conhecimentos basilares, como as figuras de lin- guagem, deverão ser internalizados ao processo de leitura do aluno. O exame do Enem é conhecido por ser essen- cialmente interpretativo. Assim, a compreensão sobre as figuras de linguagem é essencial para a leitura de textos literários e não literários. As aulas presentes neste caderno servirão, portanto, como conhecimento basilar às re- soluções das questões. No vestibular Fuvest, a interpretação de texto acontece de forma mais prática. Muitas vezes ligada aos textos literários ou críticos, a com- preensão dos conceitos que definem cada uma das figuras de linguagem pode ser a chave para resolver uma questão. Além do senso crítico apurado, o vestibular da UERJ demandará do candidato conhecimento sobre os conceitos fundamentais da interpre- tação. Saber reconhecer as figuras de lingua- gem, dentro de uma leitura naturalmente crítica e avaliativa, poderá ser um grande diferencial. Exame majoritariamente interpretativo, exigirá do aluno conhecimento sobre os recursos linguísticos fundamentais. Compreender bem as figuras de linguagem auxiliará o aluno na resolução de questões que envolvem textos em variados gêneros, literários ou não. A interpretação de texto é a chave para resolução da grande maioria das questões. Desse modo, uma leitura atenta e crítica, aliada aos conhecimentos que serão trabalhados neste caderno, as figuras de linguagem, renderá ao aluno um maior aprovei- tamento da prova e do tempo de resolução. O exame CMMG é objetivo. Exige do candidato uma capacidade leitora fundamental, exigindo dele aptidão em reconhecer as figuras de lingua- gem e seus modos de operação dentro dos textos. Foco e atenção. Além de conhecer os recursos lin- guísticos, sobretudo os recursos basilares, como as figuras de linguagem, é importante lembrar que uma leitura atenta pode render ao candidato pontos em questões não apenas naárea de Português, mas nas variadas áreas do conhecimento. A prova da UEL alinha a interpretação de texto às obras literárias que costuma exigir na sua lista obrigatória de leitura. Assim, conhecer de forma ampla as figuras de linguagem é ampliar o potencial de leitura e interpretação que o aluno levará à prova. 20 1. figurAs de linguAgem i 1.1. Figuras de palavra Também conhecidas como tropos (figuras em que ocorrem mudanças internas ou externas de significado), as figuras de palavra funcionam a partir da “realização de um em- préstimo“ de uma determinada palavra ou expressão que, por uma aproximação de sentidos, funciona de maneira específica dentro de um contexto determinado. A seguir, temos as principais figuras de palavra do português: 1. Metáfora; 2. Comparação ou símile; 3. Catacrese; 4. Metonímia; 5. Antonomásia ou perífrase; 6. Sinestesia. 1.1.1. Metáfora A metáfora é uma figura que transporta a palavra (ou ex- pressão) do seu sentido literal/denotativo para o sentido figurado/conotativo. Ela pode ter como base uma ideia afirmativa (em que não existe a presença de termos ou expressões comparativas como, por exemplo, “como“ ou “tal qual“) ou ser motivada pelo conhecimento prévio que temos de determinado assunto. Vejamos alguns exemplos: Exemplo 1 (metáfora de afirmação): Você é a escada da minha subida Você é o amor da minha vida É o meu abrir de olhos ao amanhecer Verdade que me leva a viver No exemplo apresentado, há várias marcas de afirmação (...é a escada da minha subida) que remetem a conheci- mentos prévios do leitor. Exemplo 2 (metáfora de conhecimento prévio): “Achamos a chave do problema“ No exemplo apresentado, a metáfora reside em um conhe- cimento prévio por parte do leitor a respeito da semântica de alguns termos. Por exemplo, a ideia de que “problema“ é algo negativo e de que “chave“ seria algo como uma “resolução“ para o problema. 1.1.2. Comparação ou símile Ocorre quando é estabelecida entre palavras ou expres- sões uma relação marcada pela presença explícita de termos comparativos. No português, os principais ter- mos que estabelecem relações de comparação são: como, assim como, tal como, igual a, que nem, entre outros. Esse processo também pode se dar por meio de verbos como “parecer-se” e “assemelhar-se”. Vejamos alguns exemplos de comparação: Exemplos: “Essa pirâmide é alta como um arranha-céu.” “A família está novamente reunida, que nem na noite de Natal.” “O motorista daquele ônibus parece um cantor famoso.” 1.1.3. Catacrese Consiste no emprego de palavra com um sentido di- ferente do literal para suprir a falta de um termo adequado. Trata-se de um “empréstimo” de um termo que, por se tornar recorrente em um sistema linguístico, já não se consegue mais perceber que se trata de um empréstimo (o termo se enraíza na língua). Alguns estu- diosos chamam a catacrese de “metáfora obrigatória”, uma vez que seu uso é, muitas vezes, inevitável dentro de um sistema linguístico. Exemplos: “Embarcar no avião/ no trem/ no ônibus“ (origi- nalmente, embarcar diz respeito a entrar em um barco; mas atualmente se refere à entrada em vários tipos de transporte) “Braço da cadeira“ (braço é uma parte do corpo humano que é associada a uma cadeira) figurAs de linguAgem i CompetênCias: 1, 6 e 9 Habilidades: 1, 3, 4,18 e 29 AULA 5 21 “Árvore genealógica“ (a árvore genealógica não é necessariamente uma árvore, mas um desenho esquemático que lembra uma árvore). 1.1.4. Metonímia A metonímia é um mecanismo de substituição de uma palavra por outra que respeita uma relação objetiva entre elas. A relação metonímica pode ser qualitativa (manipula referencias materiais) ou quantitativa (manipula elementos que se pode contar). Alguns estudiosos da língua portuguesa costumam tomar a relação metonímica quantitativa como uma figura de linguagem à parte, que recebe o nome de sinédoque. Já outros, consideram essa distinção irrelevante (uma vez que o conceito de metonímia já abarcaria o de sinédoque). § Metonímia qualitativa Uso da matéria em lugar do objeto: Exemplo: “Tem gente que passa a vida corren- do atrás do vil metal.” (vil metal = dinheiro) Uso do autor em lugar da obra: Exemplo: “Gosto de ler Machado de Assis desde que era jovem.” (Machado de Assis = ler os livros de Machado de Assis) Uso da marca em lugar do produto: Exemplo: “Lave a louça com Bombril e não se esqueça de esfregar bem!” (Bombril = palha de aço) Uso do proprietário em lugar da propriedade: Exemplo: “Vamos dar uma passadinha lá na Bete para tomar um café.” (Bete = casa da Bete) § Metonímia quantitativa (sinédoque) Uso da parte em lugar do todo: Exemplo: “Muitas cabeças contribuíram para a elaboração desse projeto.” (cabeças = pessoas que usam a cabeça) Uso do singular em lugar do plural: Exemplo: “Nossas autoridades precisam dar mais atenção à mulher” (mulher = mulheres como um todo) Uso do gênero em lugar da espécie: Exemplo: “O homem cada vez cuida mais mal do planeta terra.” (homem = ser humano) 1.1.5. Antonomásia ou perífrase É uma figura de linguagem que realiza a substituição de um termo ou expressão curta por uma expressão mais lon- ga que serve para transmitir a mesma ideia. As expressões empregadas como substitutas são bastante conhecidas e facilmente associadas às que foram substituídas, operando a partir da noção de “celebridade“ (o que torna algo ou alguém famoso ou conhecido). Exemplos: “Admiro a obra do poeta dos escravos.” (po- eta dos escravos = Castro Alves) “Quero jogar igual ao rei do futebol.” (rei do futebol = Pelé) “Ainda esse ano eu volto para a cidade mara- vilhosa.” (cidade maravilhosa = Rio de Janeiro) Atenção: a antonomásia/perífrase é um recurso de coe- são textual que deve ser usado para evitar repetições de um mesmo nome/termo; no entanto, deve ser usado com parcimônia, tendo o cuidado de verificar se o termo peri- frástico é realmente adequado. 1.1.6. Sinestesia Trata-se a sinestesia de uma combinação de palavras que remetem a diferentes sentidos percebidos pelo corpo hu- mano. Cuida de observar expressões em que se misturem, por exemplo, sensações visuais com auditivas ou audição com tato, entre outras possibilidades. Exemplo: “Não gosto de perfumes muito doces.” (perfume é um estímulo olfativo enquan- to doces se referem ao paladar). 22 VIVENCIANDO Pintura - Vladimir Kush As metáforas são figuras de linguagem que encontramos não apenas em textos verbais mas também nos não-verbais. As magnificas obras do pintor surrealista russo Vladimir Kush (53 anos) aproximam figuras de diferentes origens, criando imagens metafóricas surpreendentes, que jogam com o imag- inário do espectador. Música das Madeiras MetaMorfose ii 23 VIVENCIANDO Pintura - Vladimir Kush Partida do navio alado diário de descoBertas 24 DIAGRAMA DE IDEIAS FIGURAS DE PALAVRA EMPRÉSTIMO DE PALAVRA OU EXPRESSÃO POR APROXIMAÇÃO DE SENTIDOS METÁFORA METONÍMIA COMPARAÇÃO SINÉDOQUE CATACRESE ANTONOMÁSIA 25 1. figurAs de linguAgem ii 1.1. Figuras de sintaxe O objetivo das figuras sintáticas é dar maior expressivida- de ao significado geral de uma frase. As principais figuras sintáticas do português são as seguintes: 1. Hipérbato; 2. Anáfora; 3. Pleonasmo; 4. Catáfora; 5. Elipse; 6. Zeugma; 7. Silepse; 8. Anacoluto; 9. Polissíndeto; 10. Assíndeto; 11. Hipálage. 1.1.1. Hipérbato O hipérbato é um rompimento da ordem direta dos ter- mos da oração. Também conhecido como processo de inversão frásica (ou sintática). Trata-se de uma figura de linguagem que quebra o que chamamos de ordem canô- nica do português; ou, em termos mais claros, a ordem com que nos comunicamos mais habitualmente, que é a sequência SUJEITO > VERBO > OBJETO > MARCAS CONJUNTIVAS OU ADVERBIAIS. Toda vez que fazemos a quebra dessa ordem (colocando, por exemplo, o sujeito após o objeto; ou deslocando as marcas adverbiais para o início da oração), temos uma inversão sintática.Exemplos: “Dos meus problemas cuido eu!” (sujeito “eu” colocado no final da frase) “Dança, à noite, o casal de apaixonados no clube.” (verbo intransitivo “dançar” e adjunto “à noite” estão deslocados para o início da frase) 1.1.2. Anáfora A anáfora consiste na repetição enfática de uma ou mais palavras no início de orações, períodos ou versos sucessi- vos. É um recurso linguístico utilizado com maior frequên- cia em poemas e letras de canções (sendo, portanto, uma marca de estilo). Vejamos alguns exemplos: Se você gritasse Se você gemesse, Se você tocasse a valsa vienense Se você dormisse, Se você cansasse, Se você morresse... Mas você não morre, Você é duro José! (carlos druMMond de andrade) Quando não tinha nada, eu quis Quando tudo era ausência, esperei Quando tive frio, tremi Quando tive coragem, liguei (À PriMeira vista – chico césar) É possível perceber nos dois exemplos apresentados que há uma repetição sistemática de certos elementos que estão no começo de cada verso. No caso do poema de Carlos Drum- mond de Andrade, a repetição da marca se parece querer reforçar o caráter instável e flutuante do indivíduo. Já na can- ção de Chico César, a retomada do termo quando reforça o trajeto temporal pelo qual os eventos vão ocorrendo na música. É possível dizer que se trata de um recurso enfático. 1.1.3. Pleonasmo O pleonasmo consiste no emprego de diferentes termos que possuem o mesmo sentido, com o objetivo de realçar uma ideia ou deixá-la ainda mais clara. Em alguns casos, a redundância dos termos utilizados pode se tornar des- necessária. Por esse motivo, alguns estudiosos dividem o pleonasmo em dois tipos: § Pleonasmo literário: consiste no uso de palavras redundantes com o objetivo de enfatizar o que está sendo dito. Exemplos: Chovia uma triste chuva de resignação. (Ma- nuel Bandeira) figurAs de linguAgem ii CompetênCias: 1, 6 e 9 Habilidades: 1, 3, 4,18 e 29 AULA 6 26 Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã. (Chico Buarque) § Pleonasmo vicioso: acontece quando palavras re- dundantes são utilizadas sem nenhuma função. Exemplos: “Todos subiram em cima do palco.” “Paguei um mês de mensalidade.” 1.1.4. Catáfora Trata-se a catáfora de um termo (geralmente pronominal), ou locução que introduz uma especificação/explicação de alguma informação que foi mencionada anteriormente. Ve- jamos alguns exemplos: Exemplos: “Minha vida se resume a isto: trabalhar, traba- lhar e trabalhar.” (O pronome “isto” introduz a informação que resume a vida do enunciador.) “Muitas CPIs acabam em pizza, ou seja, não dão em nada e são arquivadas.” (O termo “ou seja” introduz explicação sobre o que significa “acabar em pizza”.) 1.1.5. Elipse A elipse é um processo no qual se omite uma palavra ou expressão em uma oração, podendo ser facilmente identifi- cada por elementos gramaticais, ou pelo contexto. O termo omitido fica subentendido e sua ausência na oração não prejudica a compreensão do que está sendo dito. Seguem alguns exemplos: Exemplos: “Não fosse sua carona, eu ainda estaria no meio do caminho.” (É possível perceber que há a pos- sibilidade de encaixarmos no início da frase uma condicional “se” – “Se não fosse sua carona...”.) “Chegaremos amanhã cedo.” (É possível perce- ber, pela desinência do verbo “chegar”, (–mos), que há um sujeito elíptico, “nós”.) 1.1.6. Zeugma Trata-se de um caso particular de elipse em que ocorre a omissão de palavras ou expressões anteriormente expres- sas no período. A repetição do termo fica subentendida, sem que isso prejudique a compreensão da sentença. Ve- jamos um exemplo. Exemplos: “Eu chego cedo sempre, só não quando estou sem carro.” (Notamos que é o verbo “chegar” poderia ser recuperado mais adiante na oração – “só não chego quando es- tou sem carro” – mas é mantido elíptico.) Atenção1: Se na repetição houver flexão verbal diferente da palavra explícita de origem, teremos um caso que é cha- mado de zeugma complexo. Exemplos: “Meus amigos adoram praia, e eu também.” (Notamos que a possível retomada do verbo adorar no decorrer do período alteraria sua flexão em termos de pessoa – “e eu adoro tam- bém” – nesse caso temos zeugma complexo.) Atenção2: Muitos vestibulares não levam em conside- ração a nomenclatura do Zeugma, entendendo qualquer omissão de termos como elipse. Isso significa que, em mui- tos casos, mesmo havendo Zeugma, as instituições que elaboram as provas o tratarão simplesmente por elipse. 1.1.7. Silepse Trata-se de palavra que estabelece concordância com o sentido ideológico, ao invés de concordar com a estrutura gramatical. Há no português três tipos de silepse: de gê- nero, de número e de pessoa. § Silepse de gênero Exemplo: “Vossa excelência está preocu- pado.” (A formação pronominal “vossa ex- celência” pelas normas gramaticais, concorda com adjetivos femininos, no entanto o adjetivo está no masculino, dando a entender que a tal excelência é um homem.) § Silepse de número Exemplo: “A população chegou agitada ao co- mício, gritavam com todo o ímpeto.” (O termo “população” está no singular mas tem como concordância ideológica um verbo no plural, pois entende-se que população é um grande número de pessoas.) § Silepse de pessoa Exemplo: “A questão é que os três queremos comemorar o aniversário no mesmo dia.” (O ter- mo “os três” deveria estabelecer concordância com o pronome “eles” (os três – eles – querem), mas por conta da intenção de inclusão do pró- prio falante na oração, como um dos que tam- bém querem comemorar o aniversário no mesmo dia, ele se inclui com o pronome “nós”.) 1.1.8. Anacoluto Ocorre quando a estrutura sintática de uma oração é interrompida e um termo ou expressão que parecia ser 27 essencial à sentença acaba ficando solto. Também conhe- cido menos tecnicamente como processo de “quebra de frase”. Vejamos a seguir: Exemplos: “Esse chapéu que está na moda, você que gosta de chapéu devia comprar um.” (Esse cha- péu que está a moda = termo sintaticamente solto/deslocado.) “Eu, toda vez que chego, você me chama pra conversar.” (Eu = termo sintaticamente solto/ deslocado.) 1.1.9. Polissíndeto É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos co- nectivos. Vejamos alguns exemplos: Exemplos: “Não canto nem danço, nem escrevo, nem de- senho.” (Repetição sistemática de conjunções aditivas enfatiza o fato de que o enunciador não realiza muitas atividades.) “Ou você dá a festa, ou viaja, ou faz o curso.” (Repetição sistemática de conjunções alternati- vas enfatiza as possibilidades de alternância.) 1.1.10. Assíndeto É uma figura caracterizada pela omissão das conjunções coordenativas. Vejamos a seguir: Exemplos: “Tem que ser selado, registrado, carimbado, ava- liado, rotulado, se quiser voar” (Carimbador ma- luco – Raul Seixas). Percebe-se que há uma sequência de elementos burocráticos que são apresentados na música, mas não verificamos nenhum tipo de conjunção estabelecendo entre eles relações de conexão. 1.1.11. Hipálage A hipálage é uma figura de linguagem caracterizada pela atribuição de uma característica de algum ser ou de algum objeto a outro ser ou objeto que se encontra próximo ou relacionado com ele. Mais tecnicamente é atribuído um ad- jetivo a um substantivo quando na realidade esse adjetivo se refere logicamente a outro substantivo presente no perí- odo. A hipálage produz uma mudança na estrutura básica (natural) da oração, provocando um desajuste entre o sen- tido e a função da palavra na frase. Trata-se de um recurso muito usado na literatura com o objetivo de aumentar a expressividade da mensagem; mas também é encontrado em expressões comuns. Exemplos: “Esse sapato não entra no meu pé!” “Deitado na rede, Ricardo lia um livro sonolento.” “Fumando um pensativo cigarro.” (Eça de Queirós) “O silêncio desaprovador dos meus colegas.” (Camilo Castelo Branco). Este livro reúne 20 das mais significativas entrevistas realizadas por Luiz Costa Pereira Junior paraa revista Língua Portuguesa. Em conversas com Saramago, Millôr Fernandes, Mia Couto, entre outros, mostra que pensar a vida ao pensar o idioma pode ser mais fecun- do e brotar lugares mais inesperados do que, a princípio, se imagina; e muito do que se pensa sobre linguagem pode estar fora dos muros de quem a pesquisa. Figuras da linguagem – Luiz Costa Pereira Junior multimídia: livros 28 DIAGRAMA DE IDEIAS FIGURAS DE SINTAXE DÃO MAIOR EXPRESSIVIDADE AO SIGNIFICADO GERAL DA FRASE HIPÉRBATO CATÁFORA SILEPSE ANÁFORA ELIPSE ANACOLUTO PLEONASMO ZEUGMA POLISSÍNDETO ASSÍNDETO HIPÁLAGE 29 1. figurAs de linguAgem iii 1.1. Figuras de som ou de harmonia As figuras de som ou de harmonia são aquelas formadas a partir de parâmetros sonoros da língua. São divididas da seguinte forma: 1. Aliteração; 2. Assonância; 3. Paronomásia; 4. Onomatopeia. 1.1.1. Aliteração A aliteração consiste na repetição de mesmo som conso- nantal. É uma figura de linguagem muito comum em tex- tos literários e letras de canções. Vejamos um exemplo: “Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (violões que choraM – cruz e souza) No poema apresentado verificamos uma repetição siste- mática da consoante “V”, com a intenção de imitar o som das batidas do violão. Vejamos um exemplo em prosa: “Boi bem bravo. Bate baixo, bota baba, boi berrando... Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito... Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando...“ (o Burrinho Pedrês – GuiMarães rosa) O trecho apresentado, retirado do conto “O burrinho pe- drês” de Guimarães Rosa, realiza repetição de algumas consoantes em alguns trechos do conto (“B”, “D” e “V”) com o objetivo claro de tentar reproduzir os sons que ocor- rem durante a caminhada dos animais (sons de passos sobre areia ou grama). Atenção: sendo recurso estilístico, não se recomenda o uso de aliterações fora de contexto, para que não haja pre- juízos ao enunciado. 1.1.2. Assonância A assonância consiste na repetição de mesmo som vocálico. Assim como a aliteração, é figura de linguagem muito co- mum em textos literários e letras de canções. Salvo o que o vago e incógnito desejo De ser eu mesmo de meu ser me deu. (hoje que a tarde é calMa e o céu tranquilo – fernando Pessoa) Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão E vamos botar água no feijão (feijoada coMPleta – chico Buarque) Nos dois exemplos apresentados há repetições constantes de vogais (“O” e “E” no poema de Fernando, Pessoa e “I” e “U” na canção de Chico Buarque). A esse processo chamamos assonância. Atenção: assim como a aliteração, a assonância é recurso estilístico, por isso não se recomenda o seu uso fora de contexto, para que não haja prejuízos ao enunciado. 1.1.3. Paronomásia A paronomásia é uma figura estilística que trabalha com palavras parônimas (palavras muito parecidas no som e na escrita, mas com significados diferentes) para alcançar trocadilhos nas construções. Os trocadilhos acionados pela paronomásia constituem recurso retórico muito usado no humor e na publicidade; criam um efeito inesperado na recepção da informação, aproveitando a sonoridade muito similar que existe entre algumas palavras. Vejamos alguns tipos de paronomásia. Exemplos: Você tem que ler muito, sobretudo se quiser escrever sobre tudo. “Exportar é o que importa.” (Delfim Netto) “Quem casa, quer casa”. 1.1.4. Onomatopeia A onomatopeia é uma tentativa, na escrita, de se reproduzir efeitos sonoros da realidade. Não se trata de uma reprodu- ção fiel do som ou ruído, mas sua interpretação aproximada, usando sons existentes em determinada língua. Trata-se de figura de linguagem muito comum em quadrinhos, por conta da necessidade de atribuir sons a certos estímulos visuais. Vejamos alguns exemplos: figurAs de linguAgem iii CompetênCias: 1, 6 e 9 Habilidades: 1, 3, 4,18 e 29 AULA 7 30 Percebemos que é comum nos quadrinhos a tentativa de reprodução de sons da realidade. Não existem sons defini- tivos para os eventos/acontecimentos. Cada autor repre- senta o som da maneira que lhe é preferível. A poesia trabalha constantemente com figu- ras de linguagem. Por esse motivo, é necessá- rio que o vestibulando esteja atento ao tema, quando aplicado nesse gênero literário. O poema “Lixo Luxo”, de Augusto de Campos, se constrói a partir da figura da paronomásia. multimídia: poema • poesia multimídia: poema • poesia De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente. O “Soneto da separação”, de Vinícius de Mo- raes, se articula a partir de antíteses. Soneto da separação multimídia: sites https://www.figurasdelinguagem.com/ 31 DIAGRAMA DE IDEIAS FIGURAS DE SOM FIGURAS CONSTITUÍDAS A PARTIR DE PARÂMETROS SONOROS ALITERAÇÃO PARONOMÁSIA ASSONÂNCIA ONOMATOPEIA 32 1. figurAs de linguAgem iv 1.1. Figuras de pensamento As figuras de pensamento são formadas a partir do empre- go de termos conotativos, contrariando a expectativa do ouvinte. As principais figuras de pensamento são: 1. Antítese; 2. Paradoxo ou oximoro; 3. Eufemismo; 4. Ironia; 5. Hipérbole; 6. Prosopopeia ou personificação; 7. Apóstrofe; 8. Gradação; 9. Quiasmo; 10. Preterição. 1.1.1. Antítese A antítese é a aproximação de palavras de sentido oposto a fim de destacar uma ideia ou conceito. É importante frisar que a antítese apenas “expõe“ as palavras opostas, sem cruzá-las. Vejamos alguns exemplos: “Bebo silenciosamente a essas imagens da morte e da vida” (natal – ruBeM BraGa) Em tristes sonhos morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. (À instaBilidade das cousas do Mundo – GreGório de Matos) É possível perceber nos exemplos que há a evidenciação de imagens contrárias que detêm o mesmo valor na constru- ção da antítese (morte × vida e tristezas × alegrias). 1.1.2. Paradoxo ou oximoro O paradoxo é uma figura que “funde” conceitos opos- tos num mesmo enunciado. A junção de ideias entendi- das como contraditórias costuma provocar um efeito de estranhamento. Exemplos: “Quanto mais trabalhamos mais temos dificulda- des financeiras.” “Esse garoto parece que dorme acordado.” 1.1.3. Eufemismo Trata-se de uma figura em que se empregam determinadas palavras com o objetivo de operar uma suavização de uma mensagem ruim a ser passada. Vejamos os exemplos: Exemplos: “A testemunha faltou com a verdade” = mentiu “O vigia passou desta para melhor” = morreu 1.1. 4. Ironia A ironia consiste no emprego de uma palavra ou expressão em um sentido contrário do que se está pensando, pro- duzindo efeito humorístico, satírico e até mesmo crítico. A ironia é uma figura de linguagem que não deixa transpare- cer imediatamente a intenção por trás do que foi expresso. Exemplos: Que rapaz “educado”! Entrou sem cumprimen- tar ninguém. (Imaginando que a pessoa tenha entrado no recinto sem cumprimentar ninguém no local). Essa reunião foi “pura diversão” (imaginando uma reunião que tenha sido extremamente de- sagradável). Atenção: na escrita, os termos que expressam a ironia são habitualmente marcados com aspas. 1.1.5. Hipérbole A hipérbole é uma figura de linguagem utilizada para pro- vocar um exagero intencional na sentença. É importante frisar que a hipérbole não é um exagero gratuito. Seu ob- jetivo é realçar a ideia original colocada na expressão. Em alguns casos se trata de uma construção já “enraizada” no sistema linguístico. figurAs de linguAgem iv CompetênCias:1, 6 e 9 Habilidades: 1, 3, 4,18 e 29 AULA 8 33 Exemplos: “Faz umas dez horas que essa menina entrou no banho.” “Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.” “Estou morrendo de sede.” 1.1.6. Prosopopeia É uma figura por meio da qual se atribui atitudes, senti- mentos, qualidades e linguagem próprios de um ser huma- no a seres inanimados ou irracionais. Exemplos: “Essa máquina não está traba- lhando direito.” 1.1.7. Apóstrofe Trata-se de um movimento de interrupção de um discurso para que seja “invocada”, para o interior do texto, algu- ma coisa personificada. Se realiza por meio de vocativo. A apóstrofe interrompe a sequência natural do período para dar destaque à entrada daquilo que foi invocado, podendo ser uma entidade imaginária, ou mesmo o interlocutor do texto que está sendo lido. Vejamos alguns exemplos: Exemplos: Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal. (fernando Pessoa) “Seu garçom, faça o favor de me trazer depres- sa/ Uma boa média que não seja requentada.” (noel rosa) 1.1.8. Gradação Consiste em um processo de encadear ideias por meio de palavras, remetendo a uma operação sequencial crescente ou decrescente. O processo de gradação pode acontecer com palavras sinônimas ou não. É um recurso muito usado em textos literários para trabalhar as noções semânticas de “clímax” e “anticlímax”. Exemplos: De repente o problema se tornou menor, um grão, um cisco, um quase nada. Minha irmã sempre se achou bonita, linda, des- lumbrante. 1.1.9. Quiasmo É uma figura de linguagem que faz um cruzamento entre fra- ses ou versos de um poema, de modo que os termos que estão no início de um passam para o final de outro, e os do final para o início. Esse movimento em forma de “X” tem o objetivo de dar a esses termos um maior destaque. Vejamos um exemplo: Exemplos: Melhor é merecê-los sem os ter, Que possuí-los sem os merecer. (os lusíadas, Xi, 93) “De certos homens, dizia Sócrates, que não co- miam para viver, mas só viviam para comer.“ (Pe. antônio vieira) 1.1.10. Preterição Trata-se de uma figura de linguagem de utilização mais rara, por meio da qual o narrador/personagem finge que não vai tratar um determinado assunto, mas vai falando dele aos poucos, seja para alcançar um efeito de ironia, ou mesmo de realce. Esta estratégia tem o objetivo de tentar anular a possibilidade de réplica do ouvinte à teoria que está sendo exposta: Em todo processo de comunicação visamos a demonstrar, a provar, a deleitar, a agradar, a emocionar, a comover: em suma, queremos persuadir. Com a linguagem, buscamos levar os outros a fazer determinadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sentir determinadas emoções, a ter determinados estados de alma, a construir uma boa imagem de nós. Para isso, precisamos gerenciar a atenção do outro. Então, sublinhamos certas ideias, chamamos atenção para determinada passagem, enfa- tizamos dadas expressões. Este livro, numa perspectiva nova nos estudos de retórica, tra- balha as figuras como operações enunciativas que, intensificando ou atenuando o sentido, possam realizar a persuasão. Figuras de Retórica – José Luiz Fiorin multimídia: livros 34 DIAGRAMA DE IDEIAS FIGURAS DE PENSAMENTO FIGURAS FORMADAS A PARTIR DE ELEMENTOS CONOTATIVOS ANTÍTESE IRONIA APÓSTROFE PARADOXO HIPÉRBOLE GRADAÇÃO EUFEMISMO PROSOPOPEIA QUIASMO PRETERIÇÃO Exemplos: Sem querer falar de suas mentiras, mas já fa- lando [...]. Não pretendo aqui lembrar que o réu ajudou muitas pessoas carentes [...]. “Não vos direi, pois, senhores, quão grandes e quão afortunados foram seus feitos na paz e na guerra, por terra e por mar [...].“ 35 LITERATURA: Incidência do tema nas principais provas UFMG Como a Unesp não possui uma lista obrigatória de livros, as questões contemplam o conhecimento acerca das escolas literárias, bem como de seus principais representan- tes. Neste livro, estão presentes questões sobre Quinhentismo, Barroco e Arcadismo. Como a Unifesp não possui uma lista obrigatória de livros, as questões contemplam o conhecimento das escolas literárias, bem como de seus principais representantes. Neste livro, estão presentes questões sobre Quinhentismo, Barroco e Arcadismo. A maior parte das questões de literatura da Uni- camp refere-se às obras de leitura obrigatória. Neste livro, encontram-se algumas questões sobre as estéticas do Barroco e do Arcadismo, além de exercícios sobre o padre Antônio Vieira, um dos autores cuja obra é exigida por esse exame. Parte das questões de literatura dessa prova se baseia nas obras de leitura obrigatória da FUVEST. Entretanto, também é comum aparecer questões que cobrem o conhecimento do aluno sobre as caracte- rísticas específicas dos movimentos literários. Nesse livro, há exercícios sobre o Arcadismo e o Romantismo no Brasil. A maior parte das questões de literatura dessa prova se refere às obras de leitura obrigatória. Entretanto, para melhor compreender essas obras, é importante que o aluno conheça os movimentos literários, bem como seus principais representantes. Neste livro, estão presentes questões sobre Qui- nhentismo, Barroco e Ar- cadismo. Como a PUC de Campinas não possui uma lista obrigatória de livros, as questões contem- plam o conhecimento acerca dos diferentes gêneros literários e das escolas literárias, bem como de seus principais representantes. A prova da Santa Casa exige seus conheci- mentos acerca dos gêneros literários e dos movimentos literários no Brasil e em Portugal. Neste livro, estão presentes questões sobre a estética barroca e árcade. A prova do ENEM exige que o aluno tenha conhecimento a respeito das escolas literárias e de seus principais representantes. Neste caderno, você encontra algumas questões sobre Quinhentismo, Barroco e Arcadismo, conteúdos que já foram cobrados pelo exame. A maior parte das questões de literatura se refe- re às obras de leitura obrigatória. Neste livro, encontram-se algumas questões sobre Gregório de Matos, um dos autores cuja obra é exigida por esse exame, bem como sobre as estéticas barroca e árcade. Como a UERJ não possui uma lista obrigatória de livros, as questões contemplam o conhecimento acerca dos diferentes gêneros literários e das es- colas literárias, bem como de seus principais repre- sentantes. Nesse caderno, você encontra algumas questões acerca do Quinhentismo e do Barroco no Brasil. Como a Ungranrio não possui uma lista obrigatória de livros, as questões contemplam o conhecimento acerca dos diferentes gêneros literários e das escolas literárias, bem como de seus principais representantes. A Souza Marques exige seus conhecimentos acerca dos gêneros literários e dos movimen- tos literários brasileiros. Neste livro, estão presentes questões sobre a estética barroca e sobre seus principais representantes. A maior parte das questões de literatura se refere às obras de leitura obrigatória. Entretanto, para melhor compreender essas obras, é importante que o aluno conheça os movimentos literários, bem como seus principais representantes. Neste livro, estão presentes questões sobre a estética barroca e árcade. A maior parte das questões de literatura da UFPR se refere às obras de leitura obrigatória. Entretanto, para melhor compreender essas obras, é importante que o aluno conheça os movimentos literários, bem como seus principais representantes. Neste livro, estão presentes questões sobre Quinhen- tismo, Barroco e Arca- dismo. A maior parte das questões de literatura da UEL se refere às obras de leitura obrigatória. Neste livro, estão presentes questões sobre o Barroco, movimento do qual faz parte Gregório de Matos, um dos autores cuja obra é exigida por esse exame. 36 Observe, na tabela a seguir, os períodos literários do Brasil Colônia. Quinhentismo (1500-1601) Barroco (1601-1768) Neoclassicismo (1768-1836) O primeiro documento escrito foi a Carta
Compartilhar