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Thayna Aguiar Barros

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
PUC-SP 
 
 
 
 
 
 
Thaynã Aguiar Barros 
 
 
 
 
 
Mastigação: avaliação com dois diferentes 
instrumentos 
 
 
 
 
 
 
Mestrado em Fonoaudiologia 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2016 
 
 
 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
PUC-SP 
 
 
 
 
Thaynã Aguiar Barros 
 
 
 
 
 
Mastigação: avaliação com dois diferentes 
instrumentos 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à Banca 
Examinadora do Programa de 
Estudos de Pós-graduados em 
Fonoaudiologia da Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo 
como exigência parcial para 
obtenção do titulo de MESTRE em 
Fonoaudiologia sob orientação da 
Profa. Dra. Marta Assumpção de 
Andrada e Silva. 
 
 
 
São Paulo 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
--------------------------------------------------------------------- 
--------------------------------------------------------------------- 
--------------------------------------------------------------------- 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 Aos meus pais, Maria e Décio, por me 
proporcionarem asas para voar, me ensinando a vencer desafios e tornando 
meus sonhos em realidade. 
 
 Às minhas mães, “Neiguinha” e Socorro, por todo 
acolhimento, apoio constante e demonstração do verdadeiro significado de 
união e família. Amo muito vocês! 
 
Aos meus tios Diana e Klauss por me transformarem 
em uma pessoa “cosmopolita, além de todo carinho, receptividade e apoio nas 
maiores decisões. 
 
 Ao meu irmão, cunhada e sobrinha pelo carinho e 
compreensão na ausência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
À CNPq, pela bolsa concedida como estímulo a esta pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À minha orientadora Profa. Dra. Marta Assumpção de Andrada e Silva, 
agradeço por guiar-me firmemente ,e por toda atenção e compreensão durante 
a realização desta pesquisa. As lições que aprendi com você foram além do 
profissional. 
Às Professoras Dra. Léslie Piccolotto Ferreira, Dra. Adriana Rahal 
Rebouças de Carvalho e Dra. Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini, pelo 
compartilhamento de seus conhecimentos valiosos e pelas contribuições no 
exame de qualificação. 
Aos colegas e professores do Programa de Estudos e Pós-Graduados 
em Fonoaudiologia, pela parceria e contribuições durante as discussões e 
encontros dentro e fora da sala de aula. 
Aos colegas do grupo Laborvox, com os quais compartilhei momentos 
importantes e aprendi muito. 
À Virgínia Rita Pini, secretária do Programa de Estudos Pós-Graduados 
em Fonoaudiologia da PUC-SP, pela colaboração e palavras de carinho e 
incentivo, sempre. Uma querida. 
 À Stela Verzinhasse Peres, pela disponibilidade, paciência e 
profissionalismo no tratamento estatístico dos achados do estudo. 
À Maria Fernanda Prado Bittencourt, pela atenção e paciência sempre 
que precisei. 
 
Com muito carinho... 
 
A todos os amigos e familiares que vibraram, oraram e contribuíram para 
a realização desse sonho, minha eterna gratidão. 
Às Fofoletes, Adriana Borges, Samylla Santa Maria e Tatiane Ichitane 
por toda paciência em ouvir e compartilhar seus conhecimentos, mesmo 
quando eu não conseguia compreender. Ao querido Guilherme Zaramella, por 
toda alegria e conhecimento compartilhado. 
Ao meu namorado, Newton Miyazaki, pelo cuidado, carinho, amor e 
compreensão nessa reta final. 
 
 
À Família Birigui 33/51, pelo companheirismo, cumplicidade, por me 
ouvirem, suportarem e transmitirem tranquilidade nos momentos difíceis da 
elaboração desse trabalho. 
À Elaine Soares, pela escuta, disponibilidade, direcionamento, clareza, 
segurança e leveza nesta caminhada. 
Às pessoas que aceitaram participar da pesquisa, sem as quais o estudo 
não poderia ser realizado. 
Por fim, a todas as outras que aqui não descrevo, mas sabem do meu 
carinho e gratidão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
Barros, TA. Mastigação: avaliação com dois diferentes instrumentos. Tese 
(mestrado). São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 
2016. 
 
INTRODUÇÃO: a mastigação é considerada uma das funções mais importantes do 
sistema estomatognático. Raramente os pacientes chegam ao fonoaudiólogo com 
queixas referentes à mastigação, e é por meio de uma avaliação criteriosa que se 
chega a um diagnóstico preciso. Na avaliação da mastigação temos que considerar 
várias etapas, como apreensão do alimento durante a mastigação do bolo alimentar, o 
fechamento labial, a movimentação vertical e lateral da mandíbula, o ritmo, a 
velocidade, entre outros aspectos, principalmente a característica do alimento utilizado 
na avaliação. No campo da motricidade orofacial existem vários instrumentos de 
avaliação, mas dois deles se destacam por serem muito utilizados na clínica e nas 
pesquisas. OBJETIVO: comparar os achados da avaliação da mastigação em um 
grupo de adolescentes segundo o Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial com 
Escores Expandidos (AMIOFE-E) e o Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial – 
Marchesan, Barretin-Félix, Genaro, Rehder (MBGR). MÉTODO: a amostra foi 
composta por 46 adolescentes, 30 do sexo feminino e 16 do masculino, na faixa etária 
entre 11 e 16 anos, com média de idade de 14,8 anos. Foram utilizados, dos 
instrumentos AMIOFE-E e MBGR, apenas a parte referente à mastigação. Para o 
primeiro, o alimento utilizado foi o biscoito wafer, e para o segundo, o pão francês. 
Também para cada instrumento foram comparados os tempos de mastigação. Os 
dados coletados dos dois instrumentos foram submetidos à análise estatística 
comparativa. RESULTADOS: os instrumentos mostram-se similares para avaliar a 
mastigação, embora tenham pontuações invertidas em relação à normalidade. No item 
outros, que no AMIOFE-E correspondia a movimentos incoordenados de mandíbula, 
movimentos da cabeça ou de outras partes do corpo, postura inadequada, escape de 
alimento, no MBGR correspondeu a fechamento labial, velocidade, mastigação 
ruidosa, contrações musculares não esperadas os resultados apresentaram 
significância estatística. Os dados também, se mostraram diferentes em relação ao 
tempo de mastigação. A mastigação com o pão francês levou praticamente o dobro do 
tempo na comparação com o biscoito wafer. CONCLUSÃO: na comparação da 
mastigação do grupo de adolescentes estudado segundo os instrumentos AMIOFE-E 
e do MBGR responderam de forma similar nos aspectos referentes à mordida e ao tipo 
e modo, mas foram diferentes em relação aos outros aspectos da mastigação como 
postura, movimentos da mandíbula, escape de alimento, fechamento labial, 
velocidade, presença de ruído, contração muscular e tempo. Na comparação, o pão 
francês levou praticamente o dobro do tempo do biscoito wafer, embora não tenha 
modificado o padrão da mordida e nem o tipo e modo de mastigação de maneira geral 
segundo os dois protocolos de avaliação. 
 
 
DESCRITORES: Avaliação; Mastigação; Métodos de avaliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Barros,TA. Mastication: evaluation using two diferente tools. [Masters’ 
Dissertation]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 
2016. 
 
Introduction: Chewing is considered one of the most important functions in the 
Stomatognathic System. Patients rarely come to a speech language pathologist with 
chewing-related complains and through a detailed evaluation it is possible to have a 
precise diagnosis. In the chewing evaluation we have to acknowledge several steps 
such as: food grasping, mouth closure while chewing bolus, vertical and lateral jaw 
movements, rhythm, speed, among other aspects, especially the kind of food used in 
evaluation. In the orofacial motricity field there are variousassessment tools, however 
two of them emerge for being used frequently in therapy and in researches. Purpose: 
to compare the chewing evaluation findings in a teenager group according to the 
Expanded protocol of orofacial myofunctional evaluation (OMES-E) protocol and the 
Orofacial myofunctional evaluation – Marchesan, Barretin-Felix, Genaro, Rehder 
(MBGR). Methods: the sample was composed of 46 teenagers, 30 female and 16 
male, between 11 and 16 years old, and the average age was 14.8 years. The 
assessment tools were used only the part referring to chewing. A wafer cookie was 
used for the OMES-E protocol and a roll was chosen for the MBGR. Moreover, the 
chewing times were analyzed for each assessment tool. The collected data from both 
evaluation tools were submitted to the comparative statistical analysis. Results: the 
evaluation tools have been shown similar to assess chewing, although they had 
inverted punctuations comparing to the normal parameters. The item “others” on the 
OMES-E corresponded to the uncoordinated jaw movements, head movements or 
movements from other parts of the body, inadequate posture, and food escape. On the 
MBGR this same item corresponded to lips closure, speed, noisy chewing, and non-
intended muscular contractions; and those results showed a statistical significance. 
The data has also shown differences related to chewing time. Chewing a roll took 
almost double the time comparing to a wafer cookie. Conclusion: comparing the 
chewing of the teenage group studied according to the OMES-E and the MBGR, in the 
aspects such as bite, and type and way, they responded similarly, although they 
responded differently in other chewing aspects such as: posture, jaw movements, food 
escape, lips closure, speed, noise, muscular contraction, and time. In comparison, the 
roll took almost double the time comparing to the wafer cookie although it did not 
change the biting pattern or the type and way of chewing overall according to both 
evaluation protocols. 
 
Keywords: Evaluaton; Evoliation Methods; Mastication. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1.Introdução...................................................................................................... 12 
2. Objetivo ..........................................................................................................15 
3. Revisão de literatura ......................................................................................16 
4. Método............................................................................................................25 
4.1. Preceitos éticos..........................................................................................25 
4.2. Seleção da amostra...................................................................................25 
4.3. Instrumentos e materiais............................................................................26 
4.4. Procedimentos...........................................................................................26 
4.5. Análise dos dados......................................................................................28 
5. Resultados......................................................................................................30 
6. Discussão........................................................................................................33 
7. Conclusão.......................................................................................................39 
8. Referências bibliográficas...............................................................................40 
9. Anexos............................................................................................................43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Distribuição da pontuação dos escores totais, da mordida, do tipo e 
modo do item outros..........................................................................................30 
Tabela 2 – Comparação dos escores totais da mordida, do tipo e modo do item 
outros.................................................................................................................31 
Tabela 3– Nível de concordância entre o escore total dos valores encontrados 
nos instrumentos..............................................................................................31 
Tabela 4– Descrição dos tempos de mastigação.............................................32 
 
 
12 
 
1. Introdução 
 
Ao se analisar a motricidade orofacial na clínica fonoaudiológica, é raro 
recebermos pacientes com queixa referente à mastigação. É mais frequente que 
a queixa esteja relacionada a questões como dificuldades de respiração nasal, 
deglutição, musculatura e/ou posicionamento da língua, dos lábios, entre outras. 
É no momento da anamneses, complementada por um exame criterioso, que 
costumam se revelar. 
Vale ressaltar que a mastigação é uma função vital e, por essa razão, 
sempre irá acontecer independentemente da alteração que possa existir. 
Adaptações ocorrem para que a alimentação possa sobrevir. O sistema 
estomatognático é o que mais se modifica durante o processo de vida e, 
certamente, a infância não é o momento em que essas alterações acontecem 
(Duarte, Whitaker, 2014). 
As pessoas podem, em diferentes momentos e etapas da vida, passar a 
mastigar unilateralmente em decorrência, por exemplo, de uma cárie, de uma 
ausência dentária, de aparelho ortodôntico, de uma prótese mal adaptada e/ou de 
interferências de oclusão traumáticas (Bianchini, 1998). Dessa forma, ao avaliar a 
mastigação de uma pessoa, deve-se considerar todos os aspectos pontuados 
acima, sejam esses uma condição estrutural ou uma situação temporária (Duarte, 
Whitaker, 2014). Outros aspectos que devem ser levados em consideração são 
estomatites, amigdalites e gengivites, uma vez que podem interferir na 
mastigação e nas preferências alimentares (Duarte, Ferreira, 2001). 
Ao se considerar a necessidade da precisão na avaliação da mastigação, 
sugere-se que uma filmadora esteja posicionada em um tripé, sempre na mesma 
distância de uma cadeira sem apoio para os braços na qual o sujeito avaliado 
deverá estar sentado com apoio plantar de modo a não restringir seus 
movimentos (Whitaker et al, 2009). 
Para Bianchini (1998; 2000) é fundamental para a análise da mastigação 
de um indivíduo o conhecimento das características do alimento utilizado. Em um 
processo de avaliação, padronizar os alimentos e uniformizar o exame possibilita 
a obtenção de dados mais confiáveis, uma vez que a mastigação se modifica de 
acordo com o alimento. Whitaker et al (2009) pontuam também aspectos 
fundamentais no processo de avaliação da mastigação, como o vedamento labial 
 
13 
 
e a utilização do mecanismo dos bucinadores, além do padrão unilateral ou 
bilateral e da possibilidade de realização bilateral alternada. Os autores ressaltam 
também a importância do ritmo e da amplitude dos movimentos mandibulares. 
Com uma avaliação criteriosa, teremos um diagnóstico fonoaudiológico 
preciso e consequentemente condutas terapêuticas adequadas para cada caso. A 
quantificação de dados da avaliação contribui para maior credibilidade no 
diagnóstico e possibilita a comparação ao longo do tratamento e entre os casos 
atendidos (Folha, 2010). O objetivo da avaliação é conhecer os processos 
utilizados pelo sujeito e auxiliá-lo na eliminação do sintoma, assim como na 
reconstrução de uma saúde geral em equilíbrio (Bianchini, 1998). 
A Fonoaudiologia, de acordo com as necessidades, tem caminhado para a 
prática baseada em evidências na perspectiva de se consolidar como ciência. Por 
essa razão, é recomendada no processo de avaliação a utilização de protocolos 
validados (Magnani, 2014). Esse provavelmente é um dos motivos que justifica o 
aumento do número de instrumentos de avaliação nas mais diversas áreas de 
atuação. 
Bianchini(1998) destaca a falta de prática dos fonoaudiólogos em utilizar 
protocolos comuns nas avaliações. O uso de instrumentos tem se tornado 
gradativamente uma necessidade para uma produção científica de qualidade, 
assim como para a criação de denominadores comuns. Existe uma busca dos 
profissionais e pesquisadores na utilização de instrumentos padronizados e 
validados que possibilitem quantificar os achados e permitir a comparação dos 
resultados entre os achados clínicos e das pesquisas. 
Atualmente, três protocolos de avaliação miofuncional orofacial estão 
validados e publicados. São esses: o “The Nordic Orofacial Test-Screening – 
NOT-S” (2002), o Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores – 
AMIOFE (2008), validado para crianças, e o protocolo de Avaliação Miofuncional 
Orofacial com Escores Ampliados - AMIOFE-A (2010). 
Na clinica fonoaudiológica brasileira os dois instrumentos de avaliação que 
se destacam são: o Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores – 
AMIOFE (Felício, Ferreira, 2008) e o Protocolo de Avaliação Miofuncional 
Orofacial – Protocolo Marchesan, Barretin-Félix, Genaro, Rehder- MBGR 
(Genaro et al, 2009). Dessa forma optou-se nesse estudo pela utilização desses 
dois protocolos para avaliar a mastigação em um mesmo grupo de adolescentes 
 
14 
 
com dois tipos de alimentos diferentes, com a hipótese de que diferenças 
pudessem ser encontradas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2. Objetivo 
 
Comparar os achados da avaliação da mastigação em um grupo de 
adolescentes com a utilização dos Protocolos de Avaliação Miofuncional Orofacial 
com Escores Expandidos (AMIOFE-E) e de Avaliação Miofuncional Orofacial -
Marchesan, Barretin-Félix, Genaro, Rehder (MBGR). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
3. Revisão de Literatura 
 
Bianchini (1998) destacou que a mastigação pode ser aprendida a partir do 
momento em que existe um aumento do espaço intraoral, propiciado pelo 
crescimento craniofacial, para possibilitar o movimento das estruturas envolvidas. 
Essa função é o processo inicial do processo, que se inicia na boca, tem como 
objetivo a fragmentação dos alimentos em partículas menores que serão 
misturadas e ligadas pela ação da saliva. A autora pontua, também, que afecções 
bucais frequentes como estomatites, amigdalites, gengivites e outras são 
importantes indicativos de interferências na mastigação e preferências 
mastigatórias. Essas situações podem levar à redução do número de ciclos 
mastigatórios. Destaca a importância da avaliação que consta de duas partes: 
averiguar as estruturas e análise funcional. O exame estático deve ser realizado 
para as associações com as alterações nas funções, como possíveis fatores 
etiológicos. A análise funcional se inicia na anamnese e análise da mastigação, 
que é realizada com utilização do alimento e antes da oferta do mesmo. A autora 
afirma que a escolha do tipo depende da familiaridade do examinador com o 
mesmo. 
Neste mesmo estudo as pesquisadoras citaram que a bolacha e o biscoito 
são bastante utilizados para a análise da mastigação, e são alimentos que 
dificultam a observação e a relação de causa e efeito, o que provavelmente está 
relacionado ao fato de ser um alimento bastante seco e se espalhar pela boca 
com extrema facilidade, levando, em alguns casos, a observações enganosas de 
acúmulo de resíduos ou a necessidade excessiva de movimentação lingual para o 
recolhimento desse alimento. A autora descreveu a utilização de maçã ou pão 
simples na sua avaliação, entretanto, qualquer alimento poderá ser utilizado 
desde que se tenha conhecimento sobre suas características. O tipo de alimento 
direciona a força, frequência e intensidade do ciclo mastigatório. 
Motta (2004) referiu que a mastigação é uma função do sistema 
estomatognático essencial à prevenção de distúrbios miofuncionais orofaciais e 
cervicais. Uma mastigação cuidadosa é importante para o processo digestivo 
mesmo que as digestões dos alimentos modernos requeiram pouca trituração. Os 
pedaços de alimentos grandes apresentam menor superfície para a ação das 
enzimas. A própria mastigação resulta em estimulação da secreção de saliva e do 
 
17 
 
suco gástrico, e o tamanho das partículas influencia sobre o tempo de 
permanência do alimento no estômago, sendo que as maiores prolongam o 
período digestivo. Ressaltou que a mastigação realizada de boca entreaberta 
acontece provavelmente por não existirem condições de respiração nasal e 
resulta frequentemente em movimentos verticais de mandíbula. 
Natalini (2004) descreveu que, ao considerar a importância da mastigação, 
o trabalho deve ter um olhar diferenciado. A autora pontuou que, na atuação 
clinica com a mastigação, deve-se levar em conta as condições anatômicas e 
funcionais de cada sujeito. Sabe-se que a função mastigatória não pode ser 
considerada isoladamente, uma vez que essa função corre o risco de sofrer 
modificações por diversos fatores, como: alterações de oclusão e/ou ausência 
dentária, modo respiratório, entre outros. 
Felício et al (2007) compararam sujeitos com disfunção temporomandibular 
(DTM) a um grupo controle quanto à mastigação e analisou as variáveis 
relacionadas. Participaram deste estudo 20 sujeitos com DTM e 10 sujeitos do 
grupo controle, ambos selecionados de acordo com uma anamnese um exame 
clínico. Os sujeitos responderam a um questionário sobre sinais e sintomas 
relacionados à DTM, e em seguida foram atribuídos escores de zero (ausência de 
dor) a sete (dor muito intensa) para intensidade da dor. A mastigação foi avaliada 
com uma bolacha recheada nos seguintes parâmetros: tempo para ingerir, 
número de golpes mastigatórios e tipo mastigatório, unilateral ou bilateral. Como 
resultado, foi possível observar que a maioria dos sujeitos do grupo controle 
apresentou tipo mastigatório bilateral, enquanto que, no grupo com DTM, houve 
tendência ao tipo mastigatório unilateral. O tempo de mastigação, o número de 
golpes mastigatórios e a severidade da DTM. Os pesquisadores concluíram que 
houve diferença entre os grupos estudados nas médias dos escores do tipo 
mastigatório entre o grupo com DTM e o controle. 
Felício e Ferreira (2008) desenvolveram o Protocolo de Avaliação 
Miofuncional Orofacial com Escores (AMIOFE) que foi validado com crianças na 
faixa etária de 6 a 12 anos. Foram avaliadas 80 crianças com e sem distúrbio 
miofuncional orofacial. A avaliação foi realizada com o protocolo elaborado, com 
os itens de aparência e postura assim como mobilidade dos lábios, língua, 
mandíbula e bochechas e funções de deglutição mastigação e respiração. Cada 
item recebeu um escore de acordo com a avaliação do examinador, sendo que 3 
 
18 
 
corresponde à normal, 2 à habilidade insuficiente e 1 à ausência de habilidade ou 
realização. Para a função de deglutição foram avaliados o padrão de língua e de 
lábios, e para a mastigação foi observada mastigação habitual com bolacha, 
classificada quanto ao tipo: bilateral alternada, simultânea, preferência, e/ou 
unilateral crônica. A validação foi calculada segundo um protocolo tradicional de 
avaliação miofuncional utilizado como referência. Os resultados mostraram que o 
instrumento válido foi confiável para avaliação miofuncional orofacial e pode ser 
aplicado de forma concisa e sem necessidade de qualquer tipo de equipamento, 
além de permitir a gradação específica de um distúrbio miofuncional. 
Whitaker et al (2009) elaboraram um protocolo de avaliação clínica da 
função mastigatória. Os pesquisadores prepararam um questionário a ser 
respondido por fonoaudiólogos de diferentes regiões do Brasil por meio eletrônico, 
a fim de obter dados sobre a avaliação da função mastigatória realizada pelos 
profissionais. Esse questionário apresentava questões queenvolviam dados da 
história clínica, aspectos morfológicos do sistema estomatognático, assim como a 
avaliação da função mastigatória propriamente dita. De um total de 370 enviados, 
70 foram preenchidos e devolvidos. Após análise dos questionários recebidos e 
da literatura consultada, foi proposto um novo instrumento de avaliação que 
contemplasse os seguintes aspectos: alimentos testados, quantidade, preensão, 
movimento mandibular, lado inicial da função, tipo mastigatório, participação da 
musculatura perioral, postura dos lábios, presença de tremor, contração de 
masseteres, coordenação dos movimentos, escape anterior de alimento, 
amassamento com a língua, movimento de cabeça, local de trituração do 
alimento, respiração durante a mastigação, ruído na ATM (articulação 
temporomandibular), tempo mastigatório, número de ciclos mastigatórios, 
formação do bolo, presença de tosse ou engasgo e dor durante a mastigação, 
além do teste de eficiência mastigatória. Em relação ao tempo mastigatório, o 
tempo médio encontrado na amostra estudada foi de 15 segundos para o biscoito 
wafer e de 26 segundos para o mini pão francês. Quanto aos alimentos testados, 
sugere-se que a avaliação da mastigação seja realizada com pão francês devido 
ao baixo custo e fácil aceitação entre os pacientes. 
Genaro et al (2009) apresentaram um protocolo específico e detalhado da 
área de motricidade orofacial (MO) com escores, intitulado Protocolo MBGR 
desenvolvido por Marchesan, Berrentin-Felix, Genaro e Rehder, que permite ao 
 
19 
 
fonoaudiólogo avaliar, diagnosticar e estabelecer prognóstico em MO. Com base 
nos protocolos utilizados na área, foi elaborado um novo protocolo que continha 
escores e que foi aplicado em sujeitos normais e em pacientes, em cinco fases 
distintas durante dois anos. O MBGR possui uma anamnese e um exame. Nesse 
protocolo também foi proposta uma documentação que envolve fotografias e 
filmagem para posterior análise. Contém um resumo dos aspectos avaliados e os 
escores esperados e alcançados. Os autores afirmaram que o protocolo foi 
elaborado para que o maior número de dados fosse coletado para facilitar o 
diagnóstico das alterações. Apesar de ser extenso, é de fácil aplicação e mantém 
o mesmo padrão dos protocolos de motricidade existentes. 
A mastigação de acordo com Tessitore e Cattoni (2009) é uma das funções 
mais importantes para o desenvolvimento harmônico do sistema estomatognático, 
pois quando realizada bilateral e alternadamente, promove o contato simultâneo 
de trabalho e balanceio e deslizamentos mandibulares adequados. Os autores 
descrevem as fases da mastigação como incisão, trituração e pulverização e 
afirmam que sua eficiência depende da área que reduz o alimento a um 
determinado tamanho. O tamanho de bolo alimentar influencia a forma da 
mastigação, tendo a sensibilidade da mucosa oral que permite a verificação da 
consistência do alimento e a redução do tamanho das partículas durante a 
trituração, papel importante na função mastigatória. 
Segundo os mesmos autores, o padrão de mastigação bilateral alternada, 
com lábios ocluídos, é apontado como o ideal durante a mastigação. Esse 
padrão depende da presença de dentes, do equilíbrio oclusal, da ausência de 
interferências dentais ou contatos prematuros, da estabilidade e do bom 
funcionamento da articulação temporomandibular (ATM) e da maturação 
neuromuscular. As alterações da mastigação podem ser várias e por motivos 
diversos, podemos citar como exemplos: mastigação unilateral, falta de 
vedamento labial, presença de ruídos, participação da musculatura periorbircular, 
contração do músculo mentual, movimentação mandibular limitada, entre outros 
(Tessitore, Cattoni, 2009). 
O Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial com Escore Expandido – 
(AMIOFE-E) de Felício (2010) é um instrumento para avaliação clínica das 
estruturas orofaciais composto por três etapas: aparência e condição; 
postural/posição; mobilidade e funções. Na primeira etapa, avalia-se os aspectos 
 
20 
 
relacionados à análise facial, aparência das bochechas, relação 
mandíbula/maxila, lábios, músculo mentual, língua e aspectos do palato duro. Na 
segunda, relacionada à mobilidade, destaca-se o desempenho dos movimentos 
labiais, da língua, mandíbula e bochechas. A terceira etapa compreende as 
funções: respiração, mordida, mastigação e deglutição. Esse protocolo, assim 
como o anterior, também contém uma escala numérica com escores. 
No ano seguinte Felício et al (2010) descreveram e analisaram a validação 
do conteúdo e dos critérios contidos no protocolo de avaliação miofuncional 
orofacial com escores ampliados, denominado AMIOFE-E. A partir do protocolo 
AMIOFE foram ampliadas as escalas numéricas e os itens avaliados. A validade 
de critério do AMIOFE-A foi analisada por validade concorrente com o AMIOFE. A 
amostra foi composta de imagens registradas em vídeo de 50 crianças, 25 
meninas e 25 meninos, aleatoriamente selecionados. Três fonoaudiólogas com 
experiência na aplicação dos protocolos realizaram as avaliações. A validade de 
critério do AMIOFE-A foi constatada pela correlação significante com o AMIOFE. 
Os autores puderam concluir que o protocolo AMIOFE-A foi válido e confiável 
para a avaliação miofuncional orofacial e possui valores bons no que concerne à 
sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivos e negativos. 
Medeiros (2011) analisou a validade de critério e de criação, e a 
confiabilidade intra e entre – examinadores, assim como valores de sensibilidade, 
especificidade, valores preditivos e prevalência do AMIOFE para jovens e adultos. 
Participaram 50 sujeitos com disfunção temporomandibular (DTM) e 30 sujeitos 
sem DTM. A validade de critério do protocolo AMIOFE foi analisada pela 
comparação com o protocolo The Nordic Orofacial Test-Screening (NOT-S). Para 
tanto, os dados da avaliação miofuncional orofacial dos dez sujeitos com DTM 
que receberam terapia miofuncional orofacial foram comparados na fase 
diagnóstica e na fase final após 120 dias de tratamento. Dois examinadores, 
fonoaudiólogos devidamente treinados e calibrados, realizaram as avaliações. A 
validade do AMIOFE foi demonstrada pela capacidade de reflexão das condições 
miofuncionais orofaciais normais e alteradas pelas diferenças observadas entre 
os escores entre os grupos, nos itens aparência/postura, mobilidade e nas 
funções de mastigação e deglutição. O AMIOFE foi capaz de mensurar as 
mudanças ocorridas entre o tratamento proposto. De acordo com os resultados, 
concluiu-se que o protocolo AMIOFE é válido, confiável e proporciona um 
 
21 
 
diagnóstico com boa margem de acertos, tanto para os casos positivos como 
negativos. Sua aplicação clínica e em pesquisas é viável devido à própria 
construção do protocolo que fornece a indicação do escore a ser atribuído, com 
base na descrição semântica que o acompanha. 
No trabalho de Berlese et al (2012) o objetivo foi relacionar a atividade 
elétrica dos músculos masseteres e temporais com as características 
miofuncionais das funções mastigação e deglutição de crianças e adolescentes 
obesos. Participaram 28 sujeitos, 13 meninos e 15 meninas, com idades entre 8 a 
16 anos sendo avaliadas as características miofuncionais de acordo com o 
AMIOFE. Para prova de mastigação, foi utilizado o biscoito recheado. Como 
resultado, foi possível observar que a maioria apresentou mastigação bilateral 
alternada. Entre os resultados obtidos, independentemente das características 
miofuncionais na população estudada, existiu semelhança durante a mastigação e 
deglutição na atividade dos músculos masseter e temporal. 
Neu et al (2013) estudaram as funções de mastigação, deglutição e 
respiração em 52 crianças, de ambos os sexos, na faixa etária de 5 a 8 anos. Foi 
utilizado um questionário para obter informações do tipo e tempo de 
amamentação, além da respiração das crianças.Todas as crianças foram 
avaliadas segundo o AMIOFE-E, que na mastigação utilizou o pão francês. Em 
relação ao resultado da mastigação foram encontrados 53,85% da amostra com 
alteração na função, sem associação entre as variáveis de tempo e tipo de 
aleitamento com respiração e deglutição. 
O estudo de Trevisan et al (2013) investigou a influência da postura 
habitual da cabeça, da posição mandibular e do osso hioide na atividade dos 
músculos supra e infra-hióideos durante deglutição de diferentes consistências de 
alimentos. Participaram 16 mulheres com idade 19 e 35 anos, sem alterações 
miofuncionais de deglutição, todas avaliadas por meio do AMIOFE com critério de 
inclusão de apresentar um bom desempenho no protocolo. Em um dos resultados 
foi verificado se a hiperextensão da cabeça repercutia na menor atividade dos 
músculos supra-hióideos no repouso e dos músculos infra-hióideos na deglutição. 
A consistência do alimento influenciou na atividade elétrica dos músculos com 
maior recrutamento muscular na deglutição do alimento sólido. 
Barbosa et al (2013) avaliaram a associação entre condição bucal, 
desempenho mastigatório e qualidade de vida na saúde oral em crianças entre 8 
 
22 
 
e 12 anos de idade. Foram avaliados 150 sujeitos com base na capacidade 
mastigatória de pulverizar um alimento. Utilizaram um questionário de percepções 
para criança, considerando os seguintes itens: sintomas orais, limitações 
funcionais, bem-estar emocional e bem-estar social. O cubo mastigável do teste é 
denominado Optocal. Os indivíduos receberam 17 cubos, que foram mastigados 
por 20 ciclos mastigatórios, e foram monitorados visualmente por um 
examinador. As partículas fragmentadas foram então expelidas da cavidade oral 
em recipientes. O teste de mascar foi repetido duas vezes com um intervalo de 
cinco minutos. No entanto, os achados sugeriram que o tempo permitido para 
reduzir os alimentos pareceu um fator mais influente na percepção do que a sua 
capacidade de triturar esse material em tamanhos menores. Além disso, a 
subjetividade para o domínio funcional e a natureza artificial do material teste 
mastigável podem ter influenciado a sensibilidade do teste. 
Navarro et al (2013) buscaram investigar as possíveis alterações de fala, 
da mastigação e da deglutição em usuários de aparelhos ortodônticos com 
recursos intraorais fixos no palato. Foram avaliados 28 sujeitos de ambos os 
sexos, na faixa etária de 10 a 24 anos, em tratamento em um centro de 
reabilitação estética orofacial, antes da colocação do aparelho e após 30 dias de 
uso de aparelho ortodôntico fixo. O exame fonoaudiológico foi composto pela 
avaliação da mastigação, da deglutição e da fala de acordo com o protocolo 
MBGR. O alimento utilizado foi um biscoito wafer em porções de tamanho 
padronizado. A escolha do alimento teve como critérios o baixo custo, fácil 
aceitação entre os sujeitos, maior tempo de conservação e constância de suas 
propriedades. Foram consideradas alterações todas as características presentes 
nas funções observadas que não correspondem ao padrão de normalidade. Na 
mastigação, as alterações observadas foram o não vedamento labial, a presença 
de contração excessiva da musculatura periorbicular, mastigação bilateral 
simultânea ou unilateral, amassamento com a língua, número de ciclos 
mastigatórios reduzidos. Como resultados, os autores observaram que a maior 
parte dos sujeitos avaliados não apresentou nenhuma alteração de deglutição e 
mastigação após 30 dias de uso do recurso intraoral. 
De Abreu et al (2014) tiveram como objetivo avaliar e correlacionar 
eficiência mastigatória e força de mordida em indivíduos adultos de ambos os 
sexos com oclusão normal. O estudo foi desenvolvido em um centro de pesquisa 
 
23 
 
universitária. Participaram 55 adultos com oclusão normal. Os pesquisadores 
desenvolveram um dispositivo para determinar a eficiência mastigatória (EM), que 
consiste em uma cápsula inquebrável de pérolas de 1 mm que incorporam fucsina 
na sua composição, um corante liberado em quantidades proporcionais à 
mastigação das cápsulas. Todos os indivíduos mastigaram quatro cápsulas 
durante 15 ciclos mastigatórios, com um intervalo de 3 minutos entre elas. Neste 
estudo foi possível observar que a eficiência mastigatória foi maior em mulheres 
do que em homens, e a força de mordida máxima foi maior em homens quando 
comparados com mulheres. 
Segundo Duarte e Whitaker (2014) a mastigação envolve o processo de 
morder e triturar o alimento e faz parte de um processo fisiológico e complexo, 
que envolve atividade neuromuscular e digestiva. Descrevem também que o 
processo de mastigação está divido em: mordida, trituração, transporte e 
deglutição. O ciclo mastigatório pode ter duração e ritmos diferentes, dependendo 
do tipo de alimento usado. Levando em consideração que a mastigação é um ato 
automático e quase inconsciente, independentemente das alterações que tenha, o 
ser humano adapta-se a algum desequilíbrio se necessário para alimentação e 
sobrevivência. A mastigação é a função do sistema estomatognático que mais se 
modifica durante toda a vida, não sendo na infância o único momento que as 
alterações ocorrem. As pessoas, em diferentes idades, podem passar a mastigar 
unilateralmente devido à uma cárie ou perda dentaria, ou mudar o padrão devido 
ao uso de um aparelho ortodôntico, próteses mal adaptadas ou ainda uma 
interferência de oclusão traumática. Existe, também, uma grande variação na 
duração e frequência dos ciclos mastigatórios, essa relacionada com o tipo e 
consistência do alimento. Portanto não pode ser estabelecido um referencial 
como ideal ao número de ciclos mastigatórios (frequência), pois além da 
dependência do alimento, existe a relação direta com a qualidade neuromuscular 
e com o tipo facial. 
Para Berretin-Felix et al (2014) a mastigação é a fase inicial do processo de 
alimentação pela trituração e preparo do alimento para a deglutição. Relatam que 
nessa fase se revelam o prazer da alimentação, condições musculares e 
estruturais fundamentais para uma mastigação adequada como: presença dos 
dentes posteriores, oclusão, integridade da articulação temporomandibular e 
equilíbrio muscular. Suas alterações são frequentes, porém as adaptações 
 
24 
 
funcionais são ainda mais comuns na busca de manter a função mastigatória, 
mesmo que em condições desfavoráveis. 
No estudo de Baldrighi et al (2015) o objetivo foi descrever o perfil 
miofuncional orofacial de crianças atendidas no ambulatório odontopediátrico de 
um hospital universitário para futuras propostas de atuação interdisciplinar. A 
amostra foi composta por 109 crianças de ambos os gêneros, na faixa etária de 
zero a 12 anos, que foram avaliadas por meio do MBGR com a finalidade de 
triagem. Na avaliação da função mastigatória, foi utilizado o biscoito wafer. Como 
resultado, foi observado que a maioria das crianças apresentou algum distúrbio 
orofacial com maior prevalência nas alterações do modo respiratório e na 
mastigação. Em relação à mastigação, foi verificado movimento vertical de 
mandíbula, mastigação unilateral e manutenção dos lábios abertos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
4. Método 
 
4.1. Preceitos éticos 
 
O projeto dessa pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa 
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) sob nº 
40939414.6.0000.5482 (anexo 1). Todos os pais e/ou responsáveis dos 
adolescentes sujeitos voluntários assinaram o Termo de Assentimento Livre e 
Esclarecido (anexo 2). 
Trata-se de um estudo experimental, com uma abordagem 
quanti/qualitativa. 
 
4.2. Seleção da amostra 
 
 Foram convidados para participar do estudo 57 adolescentes, mas 
segundo as possibilidades de aceite e os critérios de exclusão, a amostra foi 
finalizada com 46 adolescentes. Destes, 30 eramdo sexo feminino e 16 do 
masculino, na faixa etária entre 11 e 16 anos, com média de idade de 14,8 anos. 
Para compor a amostra foram realizados convites por meio verbal e por e-
mail para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão 
(IFMA) e para o Centro de Ensino Governador Edison Lobão (CEGEL), ambos 
localizados na cidade de São Luís no estado do Maranhão. Nessas duas 
instituições a pesquisadora tem contato com coordenadoras da escola, 
professoras e colegas fonoaudiólogas. 
Os fatores de exclusão abaixo foram investigados por meio de 
questionamentos aos pais e/ou responsáveis e aos próprios adolescentes, com 
exceção do item 5, que passou pela triagem descrita abaixo. 
1) Possuir doença neurológica e/ou muscular; 
2) Quadro ou transtorno psiquiátrico; 
3) Presença de afta bucal que pudesse atrapalhar a mobilidade dos 
lábios e da língua e, consequentemente, a mastigação; 
4) Ter realizado manutenção do aparelho ortodôntico na véspera ou até 
cinco dias antes do dia da coleta de dados; 
 
26 
 
5) Ter alterações oclusais como: mordida aberta anterior, mordida 
cruzada unilateral e classe 3 (aspectos avaliados pela pesquisadora 
segundo descrição abaixo); 
6) Não estar em bom estado geral de saúde e/ou não ter dormido bem 
no dia da coleta de dados; 
7) Ter tomado algum tipo de medicação, como antialérgico ou relaxante 
muscular na véspera do dia da coleta de dados. 
 
Para conferência dos fatores do item 5 foi realizada uma triagem por meio 
de fotos: da face de frente e de perfil do lado direito e esquerdo da face; da 
arcada dentária (com o auxilio de um espaçador bucal) de gente e das laterais. 
 
4.3. Instrumentos e materiais 
 
A triagem foi realizada por meio da utilização de uma câmera Samsung 
Smart ST200F e um tripé da marca Vivitar VIV VPT-1250 para as fotografias, 
lanterna da marca Vonder e matérias descartáveis como: afastadores bucais, 
luvas, espátulas de madeira e lenços de papel. 
Os materiais utilizados para a avaliação da mastigação foram: Protocolo de 
Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores Expandidos - AMIOFE-E (anexo 3) 
e o Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial – Protocolo Marchesan, 
Barretin-Félix, Genaro, Rehder – MBGR (anexo 4). Em ambos os protocolos, 
foram utilizados somente os itens referentes à mastigação, grifados em cinza no 
anexo. Também foram utilizados materiais descartáveis: luvas e lenços de papel, 
além de um cronômetro da marca Vollo, pão francês sempre comprado uma hora 
antes da avaliação (MBGR) e biscoito wafer da marca Bauducco (AMIOFE-E). 
Para o registro das filmagens foram utilizados a mesma câmera e tripés da 
triagem. 
 
4.4. Procedimentos 
 
No inicio do procedimento foi explicado ao voluntário que a avaliação 
duraria em média de 15 a 20 minutos. Foi realizado um estudo piloto para testar 
as provas e o tempo de cada um dos instrumentos. Primeiramente era checado o 
https://www.socameradigital.com.br/tripe-profissional-vivitar-viv-vpt-1250.html
http://busca.americanas.com.br/produto.php?link=http://www.americanas.com.br/produto/7971936/lanterna-lente-policarbonato-2-4v-ln033-vonder&ranking=2&sessao=AQLM90JATI0C&idbusca=745fb69b85bc41c94418abefc6970820c9e8ba04&idproduto=7971936
http://busca.americanas.com.br/produto.php?link=http://www.americanas.com.br/produto/112329732/cronometro-vollo-com-10-memorias&ranking=2&sessao=AQLM90JATI0C&idbusca=8455ae8b5266eb045817b6b3d2b069849a472aaa&idproduto=112329732
 
27 
 
estado de saúde do participante para confirmar a possibilidade de participação no 
estudo. Quando estava tudo de acordo após a checagem dos fatores de exclusão, 
o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (anexo 2) era assinado pelos pais 
e/ou responsável com o aceite do adolescente, e na sequência era iniciado o 
procedimento da coleta. 
Durante todos os procedimentos o adolescente permaneceu sentado em 
uma cadeira confortável e sem apoio para os braços. A escolha do protocolo que 
serviu de base para cada avaliação deu-se por meio de sorteio. O intervalo entre 
as avaliações foi de cinco minutos, todas as avaliações da mastigação foram 
filmadas com a câmera posicionada no tripé à frente do sujeito a uma distância de 
um metro e enquadramento dos ombros para cima. 
A avaliação da mastigação segundo o AMIOFE-E (anexo 3) teve as 
seguintes instruções dadas aos voluntários: “Você dará cinco mordidas no 
biscoito wafer (você pode comer quantos biscoitos quiser), tente morder mais ou 
menos do mesmo tamanho. Não pode usar as mãos para cortar. Os três primeiros 
pedaços você morde, mastiga e engole normalmente. O quarto pedaço você 
morde e mastiga apenas do lado direito e o quinto você morde e mastiga apenas 
do lado esquerdo”. 
Para a avaliação da mastigação conforme o protocolo MBGR (anexo 4) a 
ordem dada pela pesquisadora foi a seguinte: “Você dará cinco mordidas no pão 
francês, tente morder mais ou menos do mesmo tamanho. Não pode usar as 
mãos para cortar. Em cada mordida eu falarei como deve ser, a primeira e a 
segunda você morde, mastiga e engole normalmente. A quarta você morde e 
mastiga apenas do lado direito e a quinta você morde e mastiga apenas do lado 
esquerdo”. No momento da terceira mordida a avaliadora solicita que a 
mastigação aconteça só do lado direito, na quarta só do lado esquerdo e na 
quinta como o habitual novamente. Todos os itens avaliados foram anotados no 
momento da aplicação de cada instrumento de avaliação usado e a prova de 
mastigação registrada com filmagem. 
Todos os itens avaliados foram anotados no protocolo no momento da 
aplicação em cada instrumento e depois a filmagem foi utilizada para esclarecer 
dúvidas, rever itens. Vale esclarecer que o preenchimento do instrumento foi feito 
durante a avaliação e não via filmagem. 
 
28 
 
Nos protocolos AMIOFE-E (anexo 3) e MBGR (anexo 4) o valor do escore 
em relação à normalidade, por exemplo, são opostos. No AMIOFE, quanto maior 
o número, mais perto da normalidade; no MBGR o zero representa normalidade. 
O total do item mastigação do AMIOFE – E é 22 indicando normal e 6 alterado e 
do MBGR é 0 normal e 15 alterado. Foram criados para esse trabalho três itens, o 
primeiro denominado mordida (ou incisão como acontece no MBGR) com escore 
de 4 normal e 1 alterado no AMIOFE-E e de 0 normal e 2 alterado no MBGR. O 
segundo item foi chamado de tipo e modo e abrangeu trituração, movimentação e 
preferência de lado no AMIOFE-E com pontuação de 10 para normal e 1 para 
alterado . No MBGR, nesse item, os aspectos avaliados foram trituração (dentes 
posteriores, anteriores; eficiente/ineficiente) e padrão mastigatório (bilateral 
alternado, bilateral simultâneo ou unilateral crônico) com escore de 0 para normal 
e 6 para alterado. O terceiro item denominado outros foi criado para contemplar 
aspectos diferentes entre os dois instrumentos. No AMIOFE-E abrange 
movimentos incoordenados de mandíbula, da cabeça ou de outras partes do 
corpo, postura inadequada, escape de alimento com escore de 8 para normal e 
de 4 para alterado. No MBGR temos fechamento labial, velocidade, presença de 
ruído, contrações musculares não esperadas com pontuação 0 para normal e 7 
para alterado. 
O tempo das mordidas não é medido no AMIOFE e no MBGR. Sugere-se 
que se meça três tempos de mordida de mastigação habitual e ao final seja tirada 
a média desses valores. Mesmo que essa medição só esteja em um dos 
protocolos e apenas dessa única forma, ao considerar a experiência clínica 
optamos por fazer a medição de cinco mordidas, três da forma habitual e depois 
uma de cada lado. A comparação das mastigações habituais com uma 
mastigação unilateral pode trazer informações bem relevantes no momento da 
avalição. 
 
4.5. Análise dos dados 
 
Foi realizada a análise descritiva dos dados por meio de frequências 
absolutas e relativas, medidas de tendência central (média e mediana) e 
dispersão (desvio-padrão,coeficiente de variação, mínimo e máximo) dos 
 
29 
 
achados dos dois instrumentos na Tabela 1 e na Tabela 4 dos tempos das 
mordidas, também dos dois instrumentos. 
Os escores foram submetidos à verificação da normalidade pelo teste de 
Komolgorov-Smirnov e como estes não apresentaram distribuição normal foi 
utilizado o teste não paramétrico de correlação de Spearman (r). Entre os escores 
gerados pelos instrumentos r = 0,10 até 0,39 (fraco); r = 0,40 até 0,69 
(moderado); r = 0,70 até 1 (forte), (Dancey e Reidy, 2005), Tabela 2. 
 Na Tabela 3 aplicou-se o teste de Kappa para verificar a concordância 
entre os instrumentos, Kappa< 0,40 fraca; Kappa entre 0,40 e 0,75 intermediária; 
Kappa> 0,75 forte, (Landis e Koch, 1977). A classificação normal e alterada foi 
dada pelo valor mediano de cada escore. 
Para significância estatística foi assumido um nível descritivo de 5% 
(p<0,05). Os dados foram digitados em Excel e analisados pelo programa SPSS 
versão 22.0 para Windows. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
5. Resultados 
 
Fizeram parte deste estudo 46 adolescentes, 65,2% (n=30) do gênero 
feminino e 34,8% (n=16) do masculino. A média de idade foi de 14,8 anos 
(dp=1,8), mediana 15,9 anos, com variação entre 11,1 a 16,5 anos. 
A Tabela 1 apresenta a distribuição da pontuação dos escores: total, 
mordida, tipo/modo e outros da mastigação dos sujeitos da amostra segundo os 
protocolos AMIOFE-E e MBGR. Observa-se que a média do escore total para o 
instrumento AMIOFE-E foi de 14,5 pontos, com desvio padrão (dp) de 2,1, 
mediana 14, mínimo de 11 e máximo de 20 pontos. Em relação ao MBGR, a 
média foi de 1,8 segundos (dp=1,6), mediana de 1 e variação entre 0 e 5 pontos. 
Vale destacar que os escores apresentam sentidos opostos na pontuação. 
 
Tabela 1 – Distribuição da pontuação dos escores totais, da mordida do tipo e 
modo e do item outros, relativos à mastigação dos sujeitos da amostra segundo 
os protocolos AMIOFE-E e MBGR. 
Protocolo Média (dp) CV Mediana Mínimo Máximo 
 
AMIOFE_E 
Escore total 14,5 (2,1) 14,5% 14 11 20 
Escore mordida 3,7 (0,5) 13,5% 4 3 4 
Escore tipo/modo 5,3 (1,8) 34,0% 4 4 10 
Escore outros 5,5 (0,8) 14,5% 6 4 6 
 
MBGR 
Escore total 1,8 (1,6) 88,9% 1 0 5 
Escore mordida 0 0 -- 0 0 0 
Escore tipo/modo 0,5 (0,7) 140,0% 0 0 3 
Escore outros 1,2 (1,3) 108,3% 1 0 4 
 
CV= coeficiente de variação. 
 
A Tabela 2 contém os dados relativos à comparação entre os escores total, 
mordida, tipo/modo e outros do item mastigação dos protocolos AMIOFE-E e 
MBGR. O teste de correlação de Spearman (r) demonstrou que não houve 
 
31 
 
correlação entre os escores totais dos instrumentos. Destaca-se que o escore 
outros apresentou correlação negativa estatisticamente significativa (r= -0,45; 
p=0,002), isto é, os instrumentos mostram-se similares para avaliar a mastigação. 
 
 
Tabela 2 – Comparação dos escores totais, da mordida, do tipo e modo e do item 
outros, relativo à mastigação dos sujeitos segundo os protocolos AMIOFE-E e 
MBGR segundo a Correlação de Spearman (r). 
AMIOFE-E versus MGBR N r p 
 
Escore total 46 -0,08 0,597 
Escore mordida -- -- -- 
Escore tipo/modo 46 0,29 0,052 
Escore outros 46 -0,45 0,002 
 
Na Tabela 3, encontram-se os resultados da análise do coeficiente de 
Kappa para verificação do nível de concordância entre os valores encontrados no 
escore total do item mastigação de cada protocolo. A análise foi aplicada somente 
para o escore total e não se observou concordância entre as medidas 
(Kappa=0,11; p= 0,397). Pelo cálculo da porcentagem de concordância verificou-
se que esta foi de 25,9%. 
 
Tabela 3 – Nível de concordância entre o escore total dos protocolos MBGR e 
AMIOFE segundo o teste de Kappa 
Protocolos AMIOFE-E escore total 
 Alterado Normal Total 
MBGR escore total n (%) N (%) n (%) 
 
Alterado 7 (15,2) 15 (32,6) 22 (47,8) 
Normal 5 (19,9) 19 (41,3) 24 (52,2) 
 
Total 12 (26,1) 34 (73,9) 46 (100,0) 
 
 
32 
 
Para avaliar o tempo de mastigação, os alunos foram submetidos a dois 
tipos de alimentos conforme a recomendação dos protocolos AMIOFE-E e MBGR. 
 A Tabela 4 contém a média, desvio padrão (dp), coeficiente de variação 
(CV), mediana, mínimo e máximo da primeira, segunda, terceira mordida, média 
das mordidas, assim como também do lado direito e esquerdo de ambos os 
protocolos. Verifica-se que a média para a mastigação da wafer, pelo instrumento 
AMIOFE-E, foi de 10 segundos (dp=3), mediana 10, mínimo de 6 e máximo de 19 
segundos. Quanto ao MBGR, que faz uso do pão para avaliar a mastigação, a 
média foi de 21 segundos (dp=8), mediana de 20, com valor mínimo e máximo de 
8 e 55 segundos, respectivamente. Pelo coeficiente de variação (CV), verifica-se 
que a distribuição dos dados não se mostrou homogênea (CV> 25,0%) para todas 
as variáveis analisadas. 
 
Tabela 4 – Descrição dos tempos (em segundos) de mastigação para a primeira, 
segunda, terceira, para a média e para cada um dos lados segundo os protocolos 
AMIOFE-E (biscoito wafer) e MBGR (pão francês). 
Protocolo média (dp) CV mediana mínimo máximo 
 
AMIOFE_E (wafer) 
1ª mordida 11 (3) 27,3% 11 5 21 
2ª mordida 11 (3) 27,3% 10 6 20 
3ª mordida 10 (3) 30,0% 9 4 18 
Média das mordidas 10 (3) 30,0% 10 6 19 
Lado direito 10 (3) 30,0% 10 5 19 
Lado esquerdo 10 (3) 30,0% 10 5 17 
 
MBGR (pão) 
1ª mordida 21 (8) 38,1% 20 9 53 
2ª mordida 20 (8) 40,0% 19 7 56 
3ª mordida 20 (8) 40,0% 19 8 54 
Média das mordidas 21 (8) 38,1% 20 8 54 
Lado direito 19 (7) 36,8% 18 8 53 
Lado esquerdo 20 (7) 35,0% 19 7 55 
 
 
33 
 
6. Discussão 
 
O objetivo deste estudo foi comparar os achados da avaliação da 
mastigação por meio de dois instrumentos distintos. A amostra foi composta por 
46 adolescentes na faixa etária entre 11 e 16 anos de ambos os gêneros. A 
amostra teve prevalência do gênero feminino, com 65,2% (30), e 34,8% (16) 
corresponde ao gênero masculino. Essa ocorrência deve-se à maior dificuldade 
de conseguir a participação voluntária dos meninos. Mesmo com detalhamento 
dos procedimentos e do tempo da pesquisa, de apenas 15 minutos, a 
disponibilidade dos meninos foi menor. 
Bianchini (1998; 2000) relatou que, para a avaliação da mastigação, é 
necessário o conhecimento das características do alimento que será usado. Essa 
padronização possibilita a uniformização do exame e dados mais fidedignos, uma 
vez que a mastigação se modifica bastante de acordo com o alimento utilizado. 
Por essa razão optou-se, nesse estudo, por dois alimentos bem conhecidos pelas 
pesquisadoras na pratica clinica: o biscoito wafer e o pão francês. Observa-se 
que, na literatura, não existe padrão em relação ao uso de alimento. Em relação 
ao instrumento, encontramos pesquisas que usaram o biscoito wafer com o 
AMIOFE-E - Berlese et al 2012, Felício et al 2007 - e com o MBGR - Baldrighi et al 
2015 e Navarro et al 2013 - e com pão francês com o AMIOFE-E - Neu et al 2013. 
A maioria dos estudos sugere, para a avaliação da mastigação no 
AMIOFE-E, biscoito recheado. Por isso este estudo optou pelo biscoito tipo wafer 
(Berlese et al, 2012; Felício et al 2007), e pão francês, indicado e usado pelas 
autoras do MBGR (Genaro et al, 2009). A escolha do alimento no momento da 
avaliação da mastigação é algo fundamental. Alguns estudos propõem diferentes 
consistências. No instrumento AMIOFE alguns alimentos citados foram: biscoito 
recheado de chocolate (Berlese et al, 2012; Felício et al 2007) e pão francês (Neu 
et al, 2013) e para o MBGR os alimentos foram: bolacha do tipo wafer (Baldrighi 
et al, 2015; Navarro et al 2013). 
Whitaker et al (2009) sugerem que a avaliação da mastigação seja 
realizada com dois alimentos diferentes de acordo com a escolha do investigador. 
Como sugestão temos o pão francês ou biscoito do tipo wafer, poiso primeiro 
apresenta baixo custo e fácil aceitação entre os sujeitos, e o segundo apresenta 
possibilidade de conservação por tempo maior sem alteração de suas 
 
34 
 
propriedades, além de ter sido utilizado como instrumento de avaliação especifico 
para seu estudo. 
Tessitore e Cattoni (2010) descreveram a importância do desenvolvimento 
harmônico do sistema estomatognático, pois quando a mastigação é realizada 
bilateral e alternadamente promove o contato simultâneo de trabalho e balanceio 
e deslizamentos mandibulares adequados. Segundo as autoras, o tamanho do 
bolo alimentar também influencia na mastigação, tendo a sensibilidade da mucosa 
oral papel importante na função mastigatória por permitir a verificação da 
consistência do alimento e a redução do tamanho das partículas durante a 
trituração. 
Além da escolha do alimento, outros pontos devem ser considerados 
durante a avaliação da mastigação (Whitaker et al 2009; Bianchini, 1998; Navarro 
et al, 2013; Duarte e Whitaker, 2014) sugerem observar o vedamento labial e 
utilização do mecanismo dos bucinadores, padrão unilateral ou bilateral e 
possibilidade de realização bilateral alternada, ritmo e amplitude dos movimentos 
mandibulares na verificação da mastigação. Descreveram também que o 
processo de mastigação está divido em mordida, trituração, transporte e 
deglutição. O ciclo mastigatório pode ter duração e ritmos diferentes de acordo 
com o tipo de alimento. De acordo com Duarte e Whitaker (2014) pessoas em 
diferentes idades podem passar a mastigar unilateralmente em decorrência de 
alterações. O ser humano, independente das alterações que tenha, adapta-se a 
esse desequilíbrio para conseguir se alimentar e sobreviver. 
O ciclo mastigatório não pode estabelecer um referencial como ideal ao 
número de ciclos (frequência), pois além da dependência do tipo alimento, existe 
a relação direta com a qualidade neuromuscular e com o tipo facial. Levando isso 
em consideração, é importante reconhecer quando a mastigação está alterada ou 
adaptada a uma condição estrutural ou situação temporária (Duarte e Whitaker, 
2014). 
Felício (2009) descreveu que somente a partir do conhecimento das 
funções musculares, durante a fisiologia mastigatória, é possível compreender o 
que é denominado como comportamentos anormais, e, principalmente, definir 
medidas preventivas, metas e condutas terapêuticas. 
Bianchini (1998) destacou a falta de prática dos fonoaudiólogos brasileiros 
na utilização de protocolos comuns nas avaliações. O uso de instrumentos tem se 
 
35 
 
tornado gradativamente uma necessidade para uma produção científica de 
qualidade, assim como para criação de denominadores comuns. Existe uma 
busca dos profissionais e pesquisadores pela utilização de instrumentos 
padronizados e validados que possibilitem quantificar os achados e permitir a 
comparação dos resultados entre os achados clínicos e das pesquisas. No campo 
da motricidade orofacial no Brasil, os dois instrumentos de avaliação que se 
destacam são: o Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores – 
AMIOFE (Felício, 2008) e o Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial – 
Protocolo Marchesan, Barretin-Félix, Genaro, Rehder- MBGR (Genaro et al, 
2009). Por esse motivo, estes instrumentos foram utilizados neste estudo. 
É interessante considerar que, para avaliar a mastigação de um indivíduo, 
vários critérios devem ser considerados, como, estado de conservação dos 
dentes, condição da respiração nasal, oclusão dentária, articulação 
temporomandibular (ATM), entre outros (Bianchini, 1998; Felício et al 2007; 
Felício e Ferreira 2008; Whitaker et al 2009; Medeiros 2011). 
Foram considerados para o presente estudo os seguintes critérios de 
exclusão: possuir doença neurológica e/ou muscular; quadro ou transtorno 
psiquiátrico que possa influenciar na condição muscular; presença de afta bucal 
que pudesse atrapalhar a mobilidade dos lábios e da língua e, 
consequentemente, a mastigação ao dar os comandos. 
Bianchini (1998) relatam em um estudo que outros aspectos devem ser 
considerados, como estomatites, amigdalites, e gengivites, que podem interferir 
na mastigação e nas preferências alimentares. 
Em relação aos resultados na Tabela 1 pode-se observar que os escores 
dos instrumentos apresentam sentidos opostos. Para o AMIOFE- E quanto melhor 
o desempenho maior o valor e para o MBGR quanto melhor o desempenho menor 
o valor. Nenhum dos sujeitos apresentou a pontuação máxima nos instrumentos, 
o que vai de acordo com estudo realizado por Folha (2010), que também 
encontrou que indivíduos saudáveis não apresentaram pontuação dentro do 
padrão de normalidade no instrumento utilizado. 
 Na Tabela 2, a comparação entre os escores do protocolo, mesmo que 
estes tenham apresentado pontuação oposta às respostas, demonstrou 
semelhanças para os escores mordida e tipo/modo com a utilização de correlação 
negativa. Foi utilizado o teste da correlação de Spearman (r), que demonstrou a 
 
36 
 
ausência de correlação entre os escores totais devido à constituição diferente de 
cada instrumento, assim como à grandezas e valores diferentes para cada prova. 
No item mordida, o AMIOFE-E considera o dente utilizado para incisão: se a 
mordida foi realizada em dentes incisivos, caninos-pré-molares, molares ou se 
não ocorreu; o MBGR, considera como incisão a realização dessa função em 
região anterior ou lateral. 
No item tipo/modo o AMIOFE-E classifica a preferência mastigatória: se foi 
bilateral, unilateral, anterior, ou se não realiza a função; o MBGR, em qual dente 
foi realizada a trituração (dentes posteriores, anteriores; eficiente/ineficiente) e 
padrão mastigatório (bilateral alternado, bilateral simultâneo ou unilateral crônico). 
Sendo assim, o AMIOFE-E para mordida foi mais detalhista, enquanto o MBGR 
apresentou mais itens para análise no item tipo/modo. Concordam com os 
achados acima Tessitore e Cattoni (2010), que descreveram que o tamanho do 
bolo alimentar influencia na mastigação, e a sensibilidade da mucosa oral permite 
a verificação da consistência do alimento e a redução do tamanho das partículas 
durante a trituração. Em outro estudo Navarro et al (2013), nos seus achados as 
alterações observadas para mastigação, foram o não vedamento labial, a 
presença de contração excessiva da musculatura periorbicular, mastigação 
bilateral simultânea ou unilateral, amassamento com a língua e número de ciclos 
mastigatórios reduzidos. 
O item outros foi o único dos três itens que apresentou relevância 
estatística, no protocolo AMIOFE-E que correspondia a movimentos 
incoordenados de mandíbula, da cabeça ou de outras partes do corpo, postura 
inadequada, escape de alimento e, no protocolo MBGR que correspondia ao 
fechamento labial, velocidade, presença de ruído, e contrações musculares não 
esperadas. Podemos verificar que nesse item os dois protocolos se diferenciam 
bastante, nenhum dos aspectos é comum entre os dois, esse pode ser um dos 
motivos que justifique o fato desse item ter se diferenciado dos outros dois. 
Complementando, foi utilizada na Tabela 3 a análise do coeficiente de 
Kappa para o escore total e não se observou concordância entre as medidas 
(Kappa=0,11; p= 0,397). Pelo cálculo da porcentagem de concordância, verificou-
se que esta foi de 25,9%. Esse resultado pode ser justificado novamente pela 
diferença de constituição dos instrumentos na apresentação dos itens e da 
pontuação, por isso a comparação não foi plausível. 
 
37 
 
A Tabela 4 apresenta os tempos da mastigação para os dois tipos de 
alimentos avaliados: biscoito wafer (AMIOFE-E) e o pão francês (MBGR). Os 
comandos para a realização das provas foram: realizar cinco mordidas no biscoito 
ou pão e tentar morder mais ou menos do mesmo tamanho, sem utilizar as mãos 
para cortar, sendo que as três primeiras mordidas seriam para mastigar e engolirda forma habitual e as duas últimas, uma do lado direito e outra do esquerdo. 
Como esclarecido no método, essa medida comparativa entre a mastigação e o 
lado esquerdo e direto não está presente em nenhum dos dois protocolos e foi 
pela experiência clinica dos pesquisadores que quisemos colocar. Vale pontuar 
nessa discussão que, em uma avaliação de mastigação, é necessário que o 
fonoaudiólogo conheça bem o alimento que escolha para utilizar, faça uma 
avaliação prévia em toda musculatura orofacial, use um bom equipamento para 
registro (fotografias e filmagem), saiba cuidar da postura do paciente durante a 
avaliação e, na prova, preste atenção no tamanho das mordidas e avalie as cinco, 
três habituais e uma de cada lado para comparar. 
Os resultados foram diferentes, provavelmente em decorrência da 
consistência dos alimentos. A mastigação com o pão francês levou praticamente 
o dobro do tempo na comparação do biscoito wafer, que teve média de 10 
segundos com desvio padrão de 3, enquanto o pão francês teve média de 21 
segundos com desvio padrão de 10. Vale ressaltar que, no estudo realizado por 
Whitaker et al (2009), que também utilizou os dois alimentos, foi encontrada a 
média de tempo mastigatório para o biscoito wafer de 11,17 segundos com desvio 
padrão de 1,78 e para uma porção de pão francês, de 12,79 segundos com 
desvio padrão de 2,6 valores próximos aos encontrados no presente estudo. 
Vale ressaltar que nas três primeiras tabelas, os dois instrumentos 
apresentaram resultados similares para avaliar a mastigação, mesmo com 
alimentos diferentes. Na Tabela 2, no item outros, encontramos diferenças 
estatisticamente significantes. Como pontuamos acima, esse item é o que 
apresenta maior diferença nos aspectos de um instrumento para o outro. 
O AMIOFE-E detalha mais itens relacionados a movimentos (movimentos 
incoordenados de mandíbula, movimentos da cabeça ou de outras partes do 
corpo, postura alterada), enquanto o MBGR concentra esses itens em contrações 
musculares não esperadas. Outros itens para discussão são o escape de 
alimento e fechamento labial, termos diferentes porém relacionados. Felício 
 
38 
 
(2010) descreveu ser fundamental o vedamento anterior da cavidade oral, sendo 
uma ação própria dos lábios para evitar o escape extraoral de alimento. O MBGR 
ainda analisa velocidade da mastigação, que é considerada apenas no final pelo 
AMIOFE-E, e como valor total a presença de mastigação ruidosa. Para o item 
outros, o AMIOFE-E e o MBGR apresentam itens diferentes, no entanto 
importantes e complementares. Como sugestão, o ideal seria unir as informações 
presentes nos dois instrumentos de modo a completar a avaliação. 
 Vale ressaltar que um viés de nosso estudo, ao comparar instrumentos 
com escores, deve-se ao recorte em apenas um item dos instrumentos, no caso a 
mastigação. Os dois instrumentos têm escores para padrão de normalidade e de 
alteração baseados na aplicação do total do protocolo. Outro ponto é que muitos 
aspectos têm interdependência. Sendo assim, o fato de termos nos pautado 
exclusivamente na mastigação pode ser considerado uma falha metodológica em 
relação ao resultado estatístico. 
De qualquer forma, a presente pesquisa abre caminhos para o incentivo no 
rigor da utilização de instrumentos de avaliação. Pontua com clareza que, antes 
de iniciarmos uma avaliação de mastigação, a condição de saúde do individuo 
deve ser definida por meio de uma anamnese bem direcionada, de uma avaliação 
precisa da sua musculatura e das estruturas orofaciais e da escolha do alimento a 
ser utilizado. Dessa forma, é possível realizar uma avaliação da mastigação 
adequada com o instrumento da nossa escolha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
7. Conclusão 
 
 
Ao comparar os achados da avaliação da mastigação no grupo de 
adolescentes estudados por meio dos instrumentos AMIOFE-E e do MBGR, foi 
possível observar que no item mordida e no tipo/modo os instrumentos 
apresentaram respostas semelhantes sem diferença significante, mesmo com 
pontuação oposta para padrão de normalidade e com a utilização de alimentos 
diferentes. Em contrapartida, foi encontrada significância estatística no item 
outros, que apresentava maior diferença nos aspectos dos protocolos. No 
AMIOFE-E, esse item avaliou movimentos incoordenados de mandíbula, de 
cabeça e de outras partes do corpo, postura inadequada, escape de alimento e no 
MBGR fechamento labial, velocidade, presença de ruído ruidosa, contrações 
musculares. Em relação ao tempo de mastigação, o pão francês usado no MBGR 
levou, em média, praticamente o dobro do tempo para ser mastigado quando 
comparado ao biscoito wafer utilizado no AMIOFE-E. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
8. Referências bibliograficas 
 
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42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
Anexo 1- Aprovação da Ética 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
Anexo 2 – Termo de Assentimento Livre e Esclarecido 
 
 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃOPAULO 
 
PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM 
FONOAUDIOLOGIA 
 
Termo de Assentimento Livre e Esclarecido 
 
 
1. 2. Dados sobre a pesquisa e pesquisador 
Título da pesquisa de mestrado: Mastigação: comparação de diferentes instrumentos 
de avaliação. 
 
Pesquisador: Thaynã Aguiar Barros 
Orientador: Profa. Dra. Marta Assumpção de Andrada e Silva 
Declaro que eu, Thaynã Aguiar Barros, portadora do CPF 600.068.823-74, RG 
56.287.252-8 SSP/SP, estabelecida à Rua Apeninos, n
o
 990, apto 51, CEP: 04104-020, Paraíso, 
São Paulo-SP, telefones (11) 96081-7885, pesquisadora nessa instituição, agradeço a sua 
colaboração voluntária para participar do estudo. Esse projeto de pesquisa foi aprovado pelo 
Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) sob nº 
40939414.6.0000.5482. Trata-se de um estudo/ experimental, com uma abordagem 
quanti/qualitativa. 
 
3. Avaliação do risco da pesquisa: sem risco. 
 
4. Objetivo do estudo 
Comparar os achados da avaliação da mastigação em um grupo de adolescentes com a 
utilização dos Protocolos de Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores Expandidos (AMIOFE-
E) e de Avaliação Miofuncional Orofacial -Marchesan, Barretin-Félix, Genaro, Rehder (MBGR). 
. 
5. Registro das explicações realizadas pelo pesquisador ao meu filho (a) sujeito voluntário: 
A coleta de dados leva em média 15 minutos, serão feitas perguntas sobre sua saúde e seu 
estado físico. Em seguida serão registradas imagens fotográficas de frente, perfil direito e 
esquerdo, cabeça elevada. Logo após será solicitada uma prova que será a mastigação. Essa 
será filmada e você terá que mastigar biscoito tipo wafer e pão francês. Vale ressaltar que a 
filmagem será vista e analisada somente pela pesquisadora como fim de pesquisa, esse material 
registrado de forma alguma será divulgado. 
 
6. Esclarecimentos dados pelo pesquisador sobre as garantias do sujeito da pesquisa 
Foi esclarecido pela pesquisadora que não há risco na pesquisa e que se o voluntário sentir 
qualquer tipo de desconforto durante as provas poderá interromper sua participação a qualquer 
 
45 
 
momento. Foi esclarecido que a participação do meu filho (a) é voluntaria e sem nenhum tipo de 
benefício e/ou retorno financeiro direto. 
Com a assinatura desse termo de assentimento os pais e/ou responsáveis do adolescente 
autorizaram a participação na pesquisa e teve inicio da coleta dos dados. 
Foi esclarecido que o adolescente podia, no momento que desejasse, obter qualquer outro tipo de 
informação ou esclarecimento sobre os procedimentos realizados, bem como retirar seu 
consentimento e desistir da sua participação sem qualquer consequência. 
 
Reforço que terá garantia de sigilo das informações e preservação da sua identidade e o filme só 
será usado exclusivamente para fins acadêmicos. Uma cópia deste termo de consentimento ficará 
com vocês. 
 
Agradecemos muito a participação e disponibilidade. 
 
7. Informações dos responsáveis pela pesquisa para o caso da necessidade de contato: 
De acordo com a resolução do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa nº 40939414.6.0000.5482 o 
pesquisador é a pessoa responsável pela coordenação e realização da pesquisa e pela 
integridade e bem-estar dos indivíduos da pesquisa. Thaynã Aguiar Barros, telefones (11) 96081-
7885. 
 
São Luis, 
 
_______________________________________ 
Pais e/ou responsáveis 
 
 ________________________________________ 
Thaynã Aguiar Barros 
Pesquisador 
 
________________________________________ 
Profa. Dra. Marta Assumpção de Andrada e Silva 
Orientador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
ANEXO 3 - Recorte – PROTOCOLO DE AVALIAÇAO MIOFUNCIONAL 
OROFACIAL COM ESCORES EXPANDIDOS (AMIOFE - E) 
PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO MIOFUNCIONAL OROFACIAL COM ESCORES EXPANDIDO (AMIOFE-E) 
Data da Avaliação:______/______/______ DN:______/______/______.....Idade:______ 
Nome:_________________________________________________________________________________ 
Endereço:_______________________________________________________________________________ 
Cidade:_________________________________________ 
Telefone:______________________________________ 
Queixa:_________________________________________________________________________________ 
 
INÍCIO DO PROBLEMA:___________________________________________________________________ 
 
 
Mastigação 
Escores 
Bilateral Alternada (50%/50% até 40%/60%) (10) 
Simultânea (vertical) (8) 
Unilateral Preferencial –grau 1 – (61% a 77%) (6) 
Preferencial –grau 2 – (78% a 94%) (4) 
Crônica (95% a 100%) (2) 
Lado da preferência Direito Esquerdo 
Anterior (Frontal) (2) 
Não realiza a função Não tritura (1) 
Resultado do sujeito avaliado 
Outros comportamentos e sinais de alteração 
Escores 
 Presente Ausente 
Movimentos incoordenados da mandíbula (1) (2) 
Movimentação da cabeça ou outras partes do corpo (1) (2) 
Postura alterada (cabeça ou outras partes do corpo) (1) (2) 
Escape de alimento (1) (2) 
Resultado do sujeito avaliado 
Resultado Total da Mastigação 
Tempo gasto para ingerir o alimento = 
Alimento utilizado = 
 
Mastigação - Mordida 
Escores 
Incisivos Normal (4) 
Caninos-pré-molares (3) 
Molares (2) 
Não Morde (1) 
Resultado do sujeito avaliado 
 
47 
 
ANEXO 4 – Recorte - AVALIAÇAO MIOFUNCIONAL OROFACIAL – MBGR 
 
EExxaammee MMiiooffuunncciioonnaall OOrrooffaacciiaall -- MMBBGGRR 
MMaarrcchheessaann IIQQ,, BBeerrrreettiinn--FFeelliixx GG,, GGeennaarroo KKFF,, RReehhddeerr MMII 
Nome:__________________________________________________________N
o
_____________ 
 
Data do exame: ___ / ___ / ___ Idade: ___ anos e ___ meses DN: ___ / ___ / ___ 
MMaassttiiggaaççããoo [[ ]] Somar todas as pontuações (melhor resultado = 0 e pior = 10) 
Se alterada, esta é de origem [ ] funcional [ ] estrutural [ ] DTM [ ] outra ______________________ 
Mastigação Habitual (utilizar

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