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FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Estomatologia, Saúde Coletiva e Odontologia Legal DISCIPLINA: Deontologia e Diceologia Odontológica Docente Responsável: Prof. Dr. Ricardo Henrique Alves da Silva AULA: Documentação Odontológica – Estrutura e composição Pós-graduanda responsável pelo resumo: Maille Rocha � RECIBO O cirurgião-dentista, como pessoa física, emite recibo; no entanto, quando vinculado à pessoa jurídica, emite nota fiscal. O recibo e a nota fiscal são documentos de emissão obrigatória para todo atendimento que houver remuneração. E, especificamente no recibo, devem estar presentes os seguintes dados: Nome completo do profissional; Nome completo do paciente e CPF; Nome completo do pagador e CPF (se for pessoa diferente do paciente); CPF e CRO do cirurgião-dentista; Montante recebido, que deve ser informado tanto de forma numérica quanto por extenso (com intuito de evitar fraudes); Numeração sequencial do recibo; e Data de emissão do recibo e assinatura do profissional. No recibo não é necessário descrever os tratamentos realizados, basta informar que é referente à prestação de serviços odontológicos, para que não haja uma exposição desnecessária do paciente, uma vez que ele pode utilizar o recibo em outros ambientes. O recibo tem por objetivo demonstrar que o paciente pagou pelo tratamento e que o profissional recebeu o montante acordado. Logo, este documento deve ser emitido no mesmo momento em que for recebido o pagamento. CUIDADO! A não emissão de recibo após receber pagamento, emissão/venda de recibo falso é ILEGAL! Configura crime de falsidade ideológica e pode cair no crime de sonegação fiscal. � ATESTADO O atestado é um documento que declara a verdade de um fato, podendo ser o tempo de permanência do paciente no consultório, a necessidade ou não de repouso após o tratamento, dentre outras circunstâncias relacionadas a um atendimento odontológico. O atestador é o profissional, uma vez que ele demonstra, prova e apresenta informações; no entanto, o interesse na emissão do atestado pode ser não apenas do paciente, mas também do responsável legal e do próprio cirurgião-dentista, este último com objetivo de demonstrar que seguiu o padrão do atendimento que se espera para determinado tratamento odontológico. Este tipo de documento possui finalidades específicas, entre elas trabalhista, escolar, esportiva e notificação compulsória. E mesmo que não seja comum na atividade laboral do cirurgião-dentista, a notificação compulsória deve ser realizada sempre que houver suspeita ou confirmação pelo profissional de doença de controle epidemiológico. O atestado é um documento que possui uma certa liberdade de redação, mas é importante que haja nome completo do paciente e número de documento de identificação oficial. O protocolo de recebimento constando local, assinatura do paciente ou responsável, e data também é relevante, uma vez que uma via do documento é do profissional e outra é do paciente, demonstrando o cumprimento do dever de informação pelo cirurgião-dentista. CUIDADO! A emissão de atestado falso pode configurar crime de falsidade ideológica e infração ética. Alguns questionamentos relevantes... → Existe algum impedimento para inserir o CID no atestado? O cirurgião-dentista não é obrigado a emitir documento ou informações que possam gerar qualquer condição de quebra de sigilo. O CID é uma codificação que pode ser encontrada facilmente, por isso deve ser usado com cautela, uma vez que quebrar sigilo configura crime e infração ética. No entanto, em muitos casos, o paciente precisa dessa informação no atestado por exigência do empregador, mesmo que o empregador não tendo esse direito. Dessa forma, é muito importante inserir na redação do documento que o CID foi informado por solicitação do paciente e, além disso, incluir protocolo de anuência desse paciente pela informação do código. → A empresa empregadora do paciente pode “negar” o recebimento de atestado emitido por um cirurgião-dentista? A Lei 5081/1966 afirma: Art. 6º Compete ao cirurgião-dentista: (...) III - atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive, para justificação de faltas ao emprego. Logo, qualquer atestado emitido por um cirurgião-dentista, se declarar fato verdadeiro, possui validade e, portanto, não pode ser “negado”. Bons estudos!!!
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