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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. RESUMO DA UNIDADE Esta unidade aborda os conceitos de Sistematização da Assistência de Enfermagem e do Processo de Enfermagem. O intuito principal foi explanar os significados dos referidos termos, perpassando por designações mais simples até as mais complexas, mas, dentro desse mesmo contexto, exemplificou-se suas diversas particularidades. Dentre essas, foi feita menção ao processo legal de sua elaboração; ao processo de implantação histórica tanto no âmbito mundial, quanto nacional; às suas caracterizações e classificações, detalhando-se suas etapas: 1) coleta de dados, 2) diagnósticos de enfermagem, 3) planejamento, 4) implementação e 5) avaliação; aos atributos a eles pertinentes, como a inserção de ferramentas tecnológicas, tais como o prontuário eletrônico do paciente, incluindo o insumo mais moderno que está atrelado a eles, que compreende o aplicativo beira- leito; e ao modo através do qual todo e qualquer enfermeiro necessita implementá- los, o que foi exemplificado constantemente com situações do cotidiano por ele vivenciado em sua rotina laboral. Palavras-chave: Beira-Leito. Enfermagem. Processo de Enfermagem. Prontuário Eletrônico do Paciente. Sistematização da Assistência de Enfermagem. PROCESSO DE ENFERMAGEM E CONCEITO DE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1 SUMÁRIO .................................................................................................................................2 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................3 CAPÍTULO 1 - SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) – CONCEITO, IMPORTÂNCIA PARA A ENFERMAGEM E IMPLEMENTAÇÃO À PRÁTICA PROFISSIONAL ...........................................................5 1.1 RESOLUÇÃO COFEN 358/2009 – FUNDAMENTOS ÉTICOS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL PARA A PRÁTICA DA SAE..............................................5 1.2 ENTENDENDO A CORRELAÇÃO ENTRE TEORIAS DE ENFERMAGEM E O PROCESSO DE ENFERMAGEM .....................................................................................9 1.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM .................. 13 1.4 CONCEITUAÇÃO E IMPLICAÇÕES DO PROCESSO DE ENFERMAGEM16 CAPÍTULO 2 - COMPREENDENDO AS ETAPAS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM ............................................................................................................... 20 2.1 FASE DE COLETA DE DADOS: COMUNICAÇÃO EFETIVA E TERAPÊUTICA, ANAMNESE E EXAME FÍSICO ........................................................... 20 2.2 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM (DE´S) E SEUS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................. 30 2.3 PLANEJAMENTO DE ENFERMAGEM, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO .. ................................................................................................................................... 34 CAPÍTULO 3 - INFORMATIZAÇÃO DA SAE E OUTROS ATRIBUTOS ................ 38 3.1 IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO E UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) ............................ 38 3.2 PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE (PEP) COMO PRODUTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .................................................................................... 49 3.3 BEIRA-LEITO: O “APOGEU” DA INFORMATIZAÇÃO EM SAÚDE ATRELADO AOS SERVIÇOS DE ENFERMAGEM ........................................................ 52 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 54 REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 55 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e o Processo de Enfermagem (PE) são elementos de suma importância a todo o exercício do trabalho ligado à profissão de enfermagem e, mais especificamente, ao profissional enfermeiro. Os dois temas são aqui abordados com o intuito de fazer o enfermeiro apreender, preponderantemente, a imprescindibilidade do real sentido da coadunação entre o saber e o fazer inerentes às suas atividades laborais. Ao longo de todos os capítulos contemplados neste módulo, incute-se o pensamento puramente realista, uma vez que se pauta na prática baseada em evidência de que o enfermeiro precisa munir-se do conhecimento teórico científico para ter a competência de realizar o julgamento clínico, representando o “saber”; servindo esse fato de pré-requisito para que ele também execute os procedimentos assistenciais frente ao cuidado ao seu paciente, simbolizado pelo “fazer”. O binômio saber-fazer é enfatizado constantemente em todas as passagens dos capítulos, possibilitando a compreensão de que o enfermeiro somente alcança a excelência no desempenho de suas atribuições, quando não marginaliza nem as atividades de cuidado assistencial, tampouco aquelas atreladas à burocracia. O histórico da implantação tanto da SAE quanto do PE, consequentemente, revela o enorme ganho que esses métodos de trabalho representaram para a enfermagem em todo local do mundo onde exista atividades de cuidado realizadas por enfermeiros. A intenção de eles terem surgido foi exatamente a de proporcionar maior autonomia à categoria profissional. Sendo assim, eles foram inseridos nas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação e pós-graduação de Enfermagem. Estudando esses dois métodos, o enfermeiro já atuante profissionalmente ou aquele recentemente egresso de uma faculdade adquire empoderamento para tomadas de decisão mais crítica e reflexiva. Os capítulos, portanto, edificam os caminhos a serem percorridos pelos enfermeiros quanto à forma adequada de se utilizar desses métodos de trabalho, instigando-os a serem enfermeiros que têm a capacidade para transformar um Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. panorama, na maioria das vezes, deficitário e sucateado dentro dos dispositivos de saúde. A leitura os deixará cientes de que a implementação da SAE e do PE contribui para a resolução de problemas inerentes à prática profissional; para a melhoria do processo de comunicação entre membros de equipe; para a otimização dos procedimentos, principalmente, quando associadaa ferramentas tecnológicas, como o prontuário eletrônico do paciente e o aplicativo beira-leito e para a ampliação da visibilidade do enfermeiro, enquanto profissional que colabora salutarmente com o estabelecimento de metas para o restabelecimento do equilíbrio do estado de saúde do seu paciente, bem como para a manutenção satisfatória da oferta de serviços de saúde nas instituições onde ele trabalha. 5 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 1 - SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) – CONCEITO, IMPORTÂNCIA PARA A ENFERMAGEM E IMPLEMENTAÇÃO À PRÁTICA PROFISSIONAL 1.1 RESOLUÇÃO COFEN 358/2009 – FUNDAMENTOS ÉTICOS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL PARA A PRÁTICA DA SAE A Enfermagem, enquanto ciência integrante da área da saúde, é composta por conhecimentos teóricos e práticos a serem tomados como alicerce pelo enfermeiro para o alcance da oferta de uma assistência mais adequada e segura possível aos pacientes sob seus cuidados. A partir desse raciocínio, torna-se possível deduzir que o trabalho desempenhado pelo enfermeiro dentro de sua equipe requer uma organização que deve ser cumprida de forma padronizada nos mais variados tipos de dispositivos de saúde onde exista o cuidado de enfermagem, sejam eles de cunho público ou privado. O ponto ápice dessa padronização foi obtido através da consideração e implementação de uma tecnologia leve e essencial, denominada de Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Essa, por sua vez, conceitua-se como um aparato de normas e regras com natureza teórico-filosófica que possibilitam a organização e operacionalização do trabalho do enfermeiro, ou seja, um método científico capaz de promover a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem e ampliar sua função gerencial (OLIVEIRA; ALMEIDA; MOREIRA et al., 2019). Convém salientar, ainda, que a SAE abrange um conjunto de etapas a serem executadas pelo enfermeiro definido como Processo de Enfermagem (PE) e que o amparo legal de sua implementação é respaldado pela Resolução do Conselho Federal de Enfermagem – COFEN nº 358/2009, que revogou a edição de uma outra Resolução, a de nº 272/2002. Essa resolução conta com oito artigos, dos quais seis expressam critérios estabelecidos ao exercício da profissão de enfermagem no que tange à aplicabilidade da SAE e, consequentemente, do PE. 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Em seu primeiro artigo, a resolução explicita a necessidade de realização do PE de modo deliberado e sistemático em todos os ambientes públicos ou privados, de fato, em que se identifique cotidianamente o cuidado de enfermagem. Esse artigo contém dois parágrafos, sendo o primeiro deles aquele que faz menção aos tipos de ambientes em questão, referindo-se a eles como instituições hospitalares, ambulatoriais, domiciliares, escolares, comunitárias e empresariais, principalmente, ao passo que o segundo estabelece que o PE desenvolvido fora do âmbito hospitalar corresponde à Consulta de Enfermagem. O segundo artigo da resolução contempla a informação de que o PE é formado por cinco etapas que se inter-relacionam, sendo elas sequencialmente representadas: 1) coleta de dados; 2) diagnóstico de enfermagem; 3) planejamento de enfermagem; 4) implementação e 5) avaliação de enfermagem. Essas etapas são cíclicas e, concomitantemente, interdependentes, o que pode ser visualizado na figura 1 abaixo. Figura 1 – Etapas do Processo de Enfermagem Fonte: BARROS; LEMOS, 2017. Em seu artigo terceiro, a resolução salienta a imprescindibilidade de um aporte teórico por parte do enfermeiro para que ele execute com extrema maestria as etapas do Processo de Enfermagem. Torna-se propício enfatizar, portanto, a importância que o enfermeiro deve dar ao binômio ensino-aprendizagem em sua formação, uma vez que ela será decisiva para uma habilidosa execução do PE por parte dele. A resolução, em seu quarto artigo, direciona a incumbência da liderança do enfermeiro no que concerne à execução e avaliação do PE, clarificando que a ele cabe, de forma privativa, a realização das etapas de elaboração dos diagnósticos e prescrições de enfermagem. Em complementaridade ao exposto nesse último artigo, o quinto determina a participação dos profissionais técnicos de enfermagem e 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. auxiliar de enfermagem na execução do PE sob supervisão do enfermeiro naquilo que lhes for cabível. Por fim, o sexto artigo preconiza a outorga do registro formal de todas as informações inerentes à execução do PE, pois, indubitavelmente, a documentação da prática profissional corresponde ao maior respaldo do trabalho da enfermagem. A figura 2 a seguir mostra o panorama completo frente às considerações legais da SAE, considerando a Resolução 358/2009. Figura 2 – SAE conforme Resolução 358/2009 Fonte: ADAPTADO DE SANTOS, 2016. Considera-se, ainda, a Resolução 564/2017 do novo Código de Ética que, em seu artigo quatorze, revela que a aplicabilidade do PE se traduz em um meio científico-metodológico para planejamento, implementação, avaliação e documentação do cuidado assistencial de enfermagem. Referindo-se ao ato de documentar, seu artigo 37 expressa que ele deve ser realizado formalmente, mencionando-se todas as etapas do PE e se cumprindo as competências legais. Levando-se em consideração todos os preceitos éticos relativos à execução da SAE supracitados, urge mencionar que a dimensão a ela atribuída ultrapassa aquela destinada ao PE, pois a própria categoria de enfermagem não absorveu coerentemente a divergência de tal concepção, chegando a utilizar os dois termos SAE RESOLUÇÃO COFEN 358/09 MÉTODO CIENTÍFICO TEORIAS DE ENFERMAGEM PROCESSO/CON SULTA DE ENFERMAGEM INSTRUMENTOS PROTOCOLOS MANUAIS IMPRESSOS 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. como sinônimos, fato que implica uma repercussão negativa à identidade profissional. A partir do momento em que adquire a competência para discernir os dois conceitos, entretanto, o enfermeiro consegue usufruir os inúmeros benefícios oriundos da implementação assertiva da SAE, o que tende a ser algo bastante colaborativo perante a sua atuação profissional. Sendo assim, denota-se que a SAE se constitui uma poderosa ferramenta para lapidar o trabalho do enfermeiro, proporcionando-o recursos técnicos, científicos e humanos que possibilitam a melhoria da assistência prestada aos pacientes, bem como contribuem para o reconhecimento e valorização do seu trabalho(PEREIRA; ABREU; BONFIM et al., 2017). Ratificando e complementando esse último significado de SAE, segue-se outra definição dessa sistematização, de forma bem abrangente. Define-se a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) como uma atividade privativa do enfermeiro, que, através de um método e estratégia de trabalho científico, realiza a identificação das situações de saúde, subsidiando a prescrição e implementação das ações de Assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação em saúde do indivíduo, família e comunidade (OLIVEIRA; ALMEIDA; AZEVEDO et al., 2015, p. 354). Acrescido ao entendimento do conceito da SAE, é pertinente considerar, ainda, que o enfermeiro se deve valer de habilidades tangíveis a um adequado relacionamento interpessoal para implementá-la. Dentre essas habilidades, convém destacar as mais importantes: respeito e empatia, apresentação pessoal e direcionamento ao paciente pelo seu nome, utilização do toque e de explicações dos procedimentos a serem realizados com linguagem compreensível, e transmissão de segurança (BRUNNER & SUDDARTH, 2009). Essas técnicas de comunicação que regem um bom relacionamento do binômio “enfermeiro - paciente” se fazem imprescindíveis porque o respeito deve imperar sobre qualquer ocasião, a empatia permite tratar o paciente como cada qual gostaria de ser tratado, a apresentação pessoal transmitirá informações sobre o profissional que ali se encontra para a prestação de cuidados e o ato de se referir ao paciente pelo seu nome revelará atitude humanizada, o toque permitirá sentir o paciente e as explicações dos procedimentos com linguagem compatível ao grau de 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. instrução do paciente farão jus aos preceitos éticos ligados à profissão, e a transmissão de segurança revelará credibilidade da assistência prestada. Após a implementação adequada desse primeiro momento, o enfermeiro conseguirá realizar os demais procedimentos assistenciais atrelados à profissão de forma natural e confiante, atendendo seu paciente em suas necessidades mais emergentes. 1.2 ENTENDENDO A CORRELAÇÃO ENTRE TEORIAS DE ENFERMAGEM E O PROCESSO DE ENFERMAGEM A aplicabilidade da SAE exige conhecimentos teóricos atrelados à habilidade prática, a qual, por sinal, deve ser a mais ética e humana possível. Valendo-se desse raciocínio, é pertinente contextualizar as teorias de enfermagem com o Processo de Enfermagem (PE), uma vez que elas simbolizam e articulam quatro pilares básicos: ambiente, enfermagem, saúde e ser humano. Assemelhando-se à definição mais usual da enfermagem, que consiste na ciência que representa a arte de cuidar, as teorias de enfermagem, em sua maioria, traduzem ações associadas à plena necessidade de ajudar o ser humano ou o próximo indistintamente. Torna-se imprescindível salientar que esse ser humano precisa receber um cuidado holístico, ou seja, as ações relativas ao cuidado não devem se resumir ao que preconiza o modelo de saúde biologicista, até hoje preponderante no que tange ao processo saúde-doença, ou seja, à simples superação da enfermidade; mas sim levar em consideração as esferas biopsicossociais desse ser em questão. Esse enfoque holístico pode ser conferido pela implementação do PE. O enfermeiro apresenta plenas condições de abordar um indivíduo, ou seus familiares ou uma comunidade, através das perspectivas social, emocional e biológica, durante a consulta de enfermagem ou primeira etapa do PE, denominada de coleta de dados; e, no transcorrer dessa abordagem, conseguir identificar os reais motivos que podem ter levado o ser humano a ser acometido por uma determinada enfermidade. Após essa percepção, ele terá todo o aparato necessário 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. para continuar seguindo o PE até sua última etapa, da forma mais abrangente possível. O ato de se embasar em um marco teórico permite ao enfermeiro encontrar um referencial de suporte para suas atividades práticas, ampliando suas análises e discussões sobre os casos clínicos de pacientes e aperfeiçoando suas avaliações ao final do Processo de Enfermagem. Dessa forma, alguns pontos entre aquilo que o enfermeiro necessita conhecer e suas tomadas de decisões são estabelecidos perante sua rotina de trabalho, o qual se torna bem mais organizado. O enfermeiro acaba por se empoderar, adquirindo mais confiança e consistência na realização de suas tarefas, porque a apropriação do marco teórico lhe confere uma visão sistêmica de toda a situação em seu entorno. Ao se utilizar das teorias de enfermagem como parâmetro de orientação para o cuidado ao paciente de forma holística, o enfermeiro acaba contemplando as vertentes biopsicossociais daquele, atendendo-o em suas necessidades humanas mais básicas. Sendo assim, é praticamente inevitável uma assistência de enfermagem não ser norteada, ao menos, pela Teoria das Necessidades Humanas Básicas, cuja autoria é de Wanda de Aguiar Horta. Subentende-se, pois, que a escolha do marco teórico vem sendo pautada nesta teoria e nos conceitos de autocuidado (HORTA, 1979). Entende-se por necessidades humanas básicas aquelas associadas à fisiologia, à segurança, ao amor, ao pertencimento, à estima e à autorrealização. O que se faz importante compreender, também, é que elas se inter-relacionam a tal ponto que, quando uma não é atendida ou até mesmo é atendida insatisfatoriamente, gera-se um desequilíbrio das demais, como um verdadeiro efeito cascata. Dessa forma, depreende-se que o ser humano é dotado de uma homeostasia que precisa ser mantida constantemente. Por outro lado, por pertencer à espécie mais evoluída que habita o ambiente terrestre, ele é influenciado pelos mais variados tipos de estímulos, tanto internos quanto externos, saindo constantemente desse estado de equilíbrio. 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Naturalmente, a espécie humana adota mecanismos que permitem o retorno para o estado de equilíbrio. Estes correspondem ao termo do inglês feedback ou simplesmente retroalimentação, o qual, por sua vez, pode ser de reforço ou positivo, quando intensifica o estímulo que ocasionou a saída do equilíbrio; e de inibição ou negativo, quando diminui o estímulo que levou a saída do equilíbrio. Esses mecanismos permitem a viabilidade e manutenção da vida do ser humano pelo paradigma fisiológico, mas os demais parâmetros supracitados podem ser desequilibrados sem que o corpo alcance seu estado mais pleno, acarretando problemas maiores que induzem à necessidade de intervenção profissional. Frisa-se, portanto, que, quanto mais rápido ocorrer a detecção do desequilíbrio de uma necessidade por parte do enfermeiro e essa for prontamente atendida, evita- se o desequilíbrio das outras e, consequentemente, o provável colapso da vida do ser humano. Outra característicadas necessidades humanas básicas fundamental para a assistência de enfermagem é a hierarquização delas, o que significa dizer que algumas são responsáveis pela manutenção da vida, ao passo que outras prezam pela qualidade desta. O enfermeiro pode, a partir disso, elencar prioridades de cuidados a serem prestados aos seus pacientes dentro do PE. Por ser o profissional de saúde que mais tempo se encontra ao lado do paciente, o enfermeiro se revela como alicerce fundamental da equipe multiprofissional, pois, ao operacionalizar a SAE através do PE, ele se torna totalmente capaz de identificar quaisquer desequilíbrios e modificar a condução da assistência à saúde que será destinada àquele. Ao realizar o histórico de enfermagem, o enfermeiro conduz a coleta de dados com habilidade suficiente para extrair informações que, até então, poderiam ser ou estar implícitas. A exemplo dessa situação, o enfermeiro pode entrevistar um paciente que se queixa de dores epigástricas e identificar que ele vinha passando por problemas pessoais de relacionamento familiar há alguns meses. Como consequência dessa abordagem, deduz-se que o enfermeiro conduzirá as demais etapas do PE com mais propriedade, já que os diagnósticos e prescrições de enfermagem serão construídos, levando-se em consideração as reais necessidades humanas desse indivíduo, ou melhor, pode-se dizer que as 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. intervenções de enfermagem serão destinadas ao indivíduo como um todo, e não apenas para sua doença. Tal fato também ajuda na antecipação de diagnósticos e tratamento precoce dos problemas de saúde potenciais, atenuação da taxa de incidência e duração dos dias de internamento, o que também acaba por otimizar o desempenho do enfermeiro, evitando erros e repetições desnecessárias ao longo do PE, conduzindo- o à obtenção da satisfação de seus resultados (OLIVEIRA; ALMEIDA; AZEVEDO et al., 2015). Os benefícios não se restringem ao campo da enfermagem, pois, como membro da equipe multiprofissional, o enfermeiro compartilha seus achados com a equipe médica, por exemplo, contribuindo também para que ela forneça o diagnóstico clínico correto e precoce, como também estabeleça o tratamento mais apropriado a esse paciente a fim de limitar seus danos. Caso essa percepção não tivesse sido possível, o paciente teria seu problema resolvido apenas parcialmente, já que o foco do atendimento seria apenas alívio imediato do incômodo físico, atendendo aos preceitos do modelo de saúde tradicional ou mecanicista. Ele realizaria alguns exames e faria uso de alguns medicamentos, caso fosse necessário, mas, muito provavelmente, a vigência das referidas dores continuaria, pois, a real etiologia, de natureza psicossocial, não haveria sido identificada e, consequentemente, tratada. Sob a óptica dos cuidados de enfermagem, traduz-se o pensamento do último parágrafo supracitado pelo fato de que apenas a necessidade fisiológica seria atendida; em contraposição às necessidades de estima e autorrealização, que ficariam desfalcadas. Com a finalidade de ajudar a visualização, bem como o entendimento do que pode ser considerado necessidade humana básica, segue abaixo a figura 3 com a explanação da classificação das necessidades humanas básicas de Wanda Horta. 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 3 – Necessidades Humanas Básicas Fonte: SANTOS, 2016. 1.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM A pioneira que enveredou a ciência da Enfermagem para uma prática literalmente baseada na aplicação da cientificidade foi Florence Nightingale. Até hoje, seu legado é tomado como referência para guiar a atuação dos enfermeiros em seu campo prático, fazendo-os implementar um Processo de Enfermagem mesclado de planejamento, organização e, consequentemente, resultados positivos tanto para o profissional quanto para o paciente. Obviamente que as discípulas contemporâneas de Florence vivenciavam um panorama sócio-histórico, sociopolítico e sociocultural bastante diferente dos cenários atualmente vigentes. Por exemplo, cita-se o fato de a maior parte dos 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. cuidados de enfermagem por elas realizados terem sido prestados a feridos por guerras ou doentes por enfermidades de cunho infectocontagioso. Com o passar dos anos, o perfil epidemiológico sofreu alterações significativas e a maior parte da assistência de enfermagem é organizada para a prestação de cuidados a doentes com afecções crônicas. O enfermeiro precisou entender e se adaptar à evolução desse contexto para seguir implementando o PE de forma sistematizada e especificada para cada situação. As escolas de enfermagem já existentes e aquelas que estavam surgindo tiveram que se adequar ao novo contexto com o intuito de promover uma formação apropriada a seus alunos, orientando-os ao desenvolvimento de habilidades necessárias à prática profissional com a qual iriam se deparar. Partindo-se desse princípio, menciona-se a origem do Processo de Enfermagem (PE) no século XX e, mais precisamente, na década de 1950, momento em que educadores de enfermagem norte-americanos compreenderam a necessidade de criar um método científico capaz de promover autonomia profissional aos futuros enfermeiros, como também a singularidade da assistência aos pacientes (BARROS; LEMOS; CARVALHO, 2017). Lydia Hall foi quem primeiro se utilizou do conceito do PE e isso ocorreu no ano de 1955. Pouco tempo depois, as figuras de Dorothy Johnson, Ida Orlando e Ernestine Wiedenbach construíram uma espécie de protótipo do PE estruturado em apenas três etapas, em 1959, 1961 e 163, respectivamente. Quatro anos mais tarde, Helen Yura e Mary Walsh acrescentaram mais uma etapa a esse protótipo (IYER; TAPTICH; BERNOCCHI-LOSEY, 1993). Mesmo contemplando quatro etapas, a que se configura hoje como etapa de diagnósticos de enfermagem não foi considerada nessa época, uma vez que os eventos desencadeadores de problemas de saúde não eram explicitados na fase de coleta de dados (CRUZ, 2010). O modelo do PE que se utiliza hoje, composto por cinco etapas, entretanto, não demorou muito a ser instituído, pois, em 1970, Bloch, Roy, Aspinall, Mundinger e Jauron introduziram a fase de diagnósticos de enfermagem entre as etapas de coleta de dados e planejamento. Esse feito foi imprescindível no que diz respeito ao aprimoramento da abordagem clínica aos pacientes, o que permitiu uma observação 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. e interpretação com mais acurácia de seu estado clínico (BARROS;LEMOS; CARVALHO, 2017). Considerando-se a esfera mundial, a literatura aponta para a descrição de três gerações do modelo do PE atualmente utilizada, em todo seu desenvolvimento histórico. A primeira geração do Processo de Enfermagem foi a que direcionou seu trabalho à linha de problemas e processo o período compreendido entre 1950-1970. O marco dessa geração para a contribuição ao PE se deu pela identificação dos problemas de saúde, bem como pela busca de soluções para eles Por outro lado, existiu um imenso elo entre as intervenções de enfermagem e as prescrições médicas, o que dificultava a singularidade do cuidado e descaracterizava a assistência cabível à categoria profissional do enfermeiro. Tal fato acarretou intensa discussão sobre a necessidade de intervenções de enfermagem menos atreladas àquelas relativas à classe médica, levando à ocorrência da 1ª Conferência Nacional do Grupo Norte-Americano para a Classificação dos Diagnósticos de Enfermagem, fator determinante para a inclusão da etapa de diagnósticos de enfermagem no PE. Sendo assim, esses diagnósticos passaram, também, a ser mais reivindicados ao processo de formação de acadêmicos de enfermagem, marcando o estopim da segunda geração do Processo de Enfermagem, que teve seus trabalhos voltados para o enaltecimento do pensamento clínico crítico e para implementação de intervenções de enfermagem capazes de solucionar ou atenuar os problemas de saúde dos pacientes. Essa geração foi atuante no período compreendido entre 1970-1990, deixando como legado a descrição do PE em cinco etapas. Por fim, a terceira geração do PE passou a atuar a partir do ano de 1990. Seu foco consistiu no estabelecimento de resultados esperados ao estado clínico do paciente, associado à sua posterior da avaliação, o que se constitui um mecanismo fundamental para a identificação da adequação dos cuidados prestados pelo enfermeiro, uma vez que a avaliação é passível de analogia com uma auditoria de toda a SAE. O decênio compreendido entre 2010-2020 vem sendo apontado por alguns peritos da área como aquele enquadrado na quarta geração do PE, sendo 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. caracterizado pelo incremento de recursos tecnológicos como insumos facilitadores do registro de toda a SAE nos serviços de saúde onde se desempenhe cuidados de enfermagem. No Brasil, o PE e, consequentemente, a SAE foram introduzidos no início da década de 1970, tendo como precursora Wanda de Aguiar Horta, o que torna compreensível o porquê de as necessidades humanas básicas terem sido amplamente consideradas frente a essa dinâmica. Diante de todo esse contexto histórico, depura-se que a SAE se desvela como uma ferramenta capaz de assegurar uma identidade profissional ao enfermeiro, pois a sua implementação mediante a aplicabilidade do PE propicia disciplina, responsabilidade e autonomia a todos desta categoria profissional. Isso é relevante, uma vez que permite reflexões bastante consideráveis no que tange a alguns pontos da educação de estudantes do nível superior de enfermagem. Torna-se imprescindível, pois, superar paradigmas tradicionais no processo de aprendizagem, estimulando o alunado a raciocinar criticamente sobre a importância da SAE e do PE e quais as repercussões que sua utilização pode ocasionar na prática profissional e não meramente enaltecer o aspecto operacional deles. Uma sólida formação durante a academia possibilita, indubitavelmente, a ruptura de um pensamento pertencente ao senso comum da maioria dos profissionais que hoje são de fato enfermeiros: de que o estudo da SAE e do PE são completamente abstratos e de que desconhecem o motivo de sua finalidade, já que, na prática assistencial, ela é ignorada ou utilizada de forma escassa e ineficaz. 1.4 CONCEITUAÇÃO E IMPLICAÇÕES DO PROCESSO DE ENFERMAGEM Muitos enfermeiros, ao pensarem no significado do Processo de Enfermagem, alegam que o conhecem, porém não sabem se utilizar de palavras para expressá-lo, uma vez que o julgam algo abstrato e, até mesmo, complexo. Isso é decorrente, provavelmente, de atos falhos no percurso de formação que adquirem enquanto estudantes da graduação, pois, muito frequentemente, os estudos relacionados à Sistematização da Assistência de Enfermagem e ao 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Processo de Enfermagem são marginalizados ou ministrados de forma insatisfatória nas academias. Essa problemática, porém, é reversível e, quando isso acontece, o estudante de enfermagem compreende facilmente que o Processo de Enfermagem é simplesmente um método através do qual o raciocínio clínico, imprescindível para o exercício da prática profissional da categoria, é direcionado para instigar a prestação de cuidados. A cientificidade desse método tangencia cinco etapas que seguem uma ordem cronológica, a saber: 1) coleta de dados ou histórico de enfermagem; 2) diagnóstico de enfermagem; 3) planejamento; 4) implementação e 5) avaliação. Apesar do seguimento sequencial, vale salientar que essas etapas se inter-relacionam e/ou interdependem-se. A aplicabilidade de uma etapa separada ou de forma alternada leva à descontinuidade do que se denomina de processo. Wanda de Aguiar Horta, no ano de 1979, descreveu e considerou, ainda, o Processo de Enfermagem contendo seis etapas ou caminhos, conforme a figura 4 abaixo: Figura 4 – Etapas do Processo de Enfermagem segundo Wanda de Aguiar Horta Fonte: PASSOS, 2018. Percebe-se pela figura que o diferencial está na inserção da etapa de prognóstico, como a última de todo o ciclo do PE. Esse prognóstico se define como a referência para o estímulo ao autocuidado a ser desempenho pelo paciente em 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. relação ao seu estado de saúde, após a recepção da assistência por parte do enfermeiro. Convém apenas salientar que o modelo de Wanda Horta não é o mais utilizado, e sim o PE que contém as cinco etapas já descritas anteriormente. A priori, de forma breve, é possível descrever o que a implementação do PE implica quando o enfermeiro aborda um paciente para uma avaliação clínica. O enfermeiro consegue identificar reais necessidades de saúde e fatores de risco predisponentes para o desequilíbrio do binômio saúde-doença; analisar e atribuir um juízo de valor ao contexto que gerou a exposição do paciente a uma maior influência de tais fatores de risco ou a uma determinada necessidade de saúde; listar e priorizar resultados que julga serem passíveis de proporcionar a melhoria para a atual condição clínica do paciente ou diminuir sua influência aos fatores de risco considerados; e, por fim, avaliar se esses resultados foram atingidos, pois, caso contrário, será necessário retornar a alguma etapas anteriores e reformulá-las de modo a obter o resultado satisfatório. A consideração desses parâmetros permite, ainda, a inferência de outrascontribuições do PE para o enfermeiro, como também para paciente por ele cuidado. Dentre elas, destaca-se a oferta do cuidado holístico ao ser humano, assegurando a integralidade e a longitudinalidade da assistência; da excelência do atendimento prestado, garantindo a padronização de sua execução; da liderança e autonomia do profissional, compactuando com o perfil esperado de sua parte pelo fato dessa execução lhe ser privativa enquanto membro da equipe de enfermagem; e do comprometimento, representando sua responsabilidade perante o processo de cuidado. As potencialidades se estendem para além do que o próprio enfermeiro espera, muitas vezes. A exemplo dessa ideia, cita-se a notoriedade ou reconhecimento de seu trabalho, obtido após realização de auditorias interna e externa. Outro ponto a ser mencionado é o aprimoramento da comunicação e trabalho em equipe, mediante compartilhamento e discussão do estado de saúde dos pacientes. Dentre todas as consequências positivas provenientes da implementação do Processo de Enfermagem, uma se sobressai porque é a grande responsável por lapidar o enfermeiro já atuante em campo profissional ou o estudante de 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. enfermagem na graduação. Tal lapidação se atrela naquilo que concerne à propriedade do embasamento científico para fundamentar todos os seus atos do “saber fazer”. Seguindo a cientificidade ou suporte teórico, o enfermeiro exerce sua prática profissional com maior segurança e reflete acerca dela, buscando alternativas para aprimorar sua experiência ou evitar possíveis erros, omissões e repetições desnecessárias inerentes a ela. Conclui-se que o Processo de Enfermagem confere todo o arcabouço suficiente e necessário para que o enfermeiro desempenhe satisfatoriamente suas obrigações enquanto membro da equipe de saúde, alcançando a melhoria do estado clínico de seus pacientes, como também obtendo o devido sucesso relativo à execução de sua prática. Quando isso acontece em todos os tipos de dispositivos de saúde nos quais exista o cuidado de enfermagem, a sustentação e manutenção da excelência da profissão, indubitavelmente, são perpetuadas ao longo das gerações de novos profissionais da área. 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 2 - COMPREENDENDO AS ETAPAS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM 2.1 FASE DE COLETA DE DADOS: COMUNICAÇÃO EFETIVA E TERAPÊUTICA, ANAMNESE E EXAME FÍSICO A fase de coleta de dados também é denominada por algumas literaturas como o histórico de enfermagem. Fazendo jus as duas denominações, subentende-se que o ato tido como preponderante nessa etapa será a busca por informações acerca do paciente com o intuito de se elaborar uma síntese do seu estado de saúde, considerando tanto eventos pregressos quanto atuais. Sendo assim, é bastante pertinente mencionar que o enfermeiro, antes de tudo, terá que se fazer valer da habilidade para realização das mais variadas vertentes proporcionadas pelo processo de comunicação com o intuito de estabelecer um relacionamento terapêutico eficaz com seu paciente. Existem algumas técnicas de comunicação que, uma vez implementadas de forma assertiva, implicam a construção de um relacionamento terapêutico condizente com cada situação. A seguir, serão citadas algumas dessas técnicas. O uso do silêncio na hora exata, oportunizando a organização do pensamento do paciente; dar aceitação e reconhecimento, representando um ato de consideração e percepção consciente; demonstração de disponibilidade de forma incondicional; permissão ao paciente na introdução do tema da conversa; encorajamento do paciente; esclarecimento da relação dos eventos que aconteceram na vida do paciente com o tempo; verbalização de observações sobre o que se está visualizando; encorajamento do paciente para que ele descreva suas percepções e faça comparações; recolocação de ideias principais no discurso do paciente na intenção de reforçá-las; estímulo a reflexões por parte do paciente, respondendo as indagações do paciente com outras perguntas; busca por esclarecimento de alguma informação que tenha ficado vaga; apresentação da realidade, incentivando a percepção dessa por parte do paciente; tentativas de tradução de palavras por sentimentos, e até elaboração de um plano de ação para 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. que o paciente possa externar alguma situação que lhe está sendo estressante e cheguem juntos a um denominador comum solucionável. A partir da implementação dessas técnicas de comunicação, pode-se dizer que o arcabouço para o desenvolvimento de um relacionamento terapêutico entre o enfermeiro e seu paciente está estruturado, até porque alguns pré-requisitos essenciais a essa relação terão sido atendidos, mediante abordagem de natureza qualitativa, inclusive. As condições necessárias são exemplificadas pela harmonia, que se consiste em uma capacidade leal de se colocar no lugar do próximo; confiança, que corresponde à base para oferta do que o paciente necessita; respeito, que representa o ato de realizar ao outro somente aquilo que se deseja que fosse realizado para consigo mesmo; autenticidade, que se traduz um gesto de honestidade; e empatia, que significa a experiência de se colocar no lugar do outro. Vale salientar que o relacionamento terapêutico é composto por quatro fases, sendo a primeira delas designada de fase pré-interação, a qual prepara o enfermeiro para o encontro com seu paciente; a segunda é a fase introdutória ou de orientação, que é determinante para o estabelecimento da confiança entre ambos; a terceira é a fase de trabalho, na qual se estabelece o tratamento do paciente; e, por fim, a quarta é a fase de encerramento, que representa o momento em que as metas ou resultados esperados foram alcançados e o paciente, provavelmente, recebe alta. Dentre as fases supracitadas, a primeira será aqui explorada com maiores detalhes porque ela abrange a ocorrência da coleta de dados. Coletar dados implica buscar informações para elaborar um histórico de enfermagem. Para buscar tais informações, o enfermeiro desempenha o que se denomina de anamnese para com seu paciente, ou seja, realiza uma espécie de entrevista com ele. Nessa entrevista, investiga-se sobre dados de identificação e fatores condicionantes e determinantes que influenciaram o processo saúde-doença dele e de seus familiares, o que se intitula de história pregressa e de antecedentes familiares, respectivamente. A história da doença atual do paciente também é coletada durante a entrevista, pautando-se, ainda, em indagações sobre os hábitos de vida e condições socioeconômicas e culturais adotados pelo paciente. 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material podeser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Pormenorizando os elementos de uma anamnese, pode-se definir que a identificação contempla dados de cunho sociodemográficos, tais como nome, idade, gênero, raça, estado civil, profissão, naturalidade, procedência e residência. Já através da história pregressa, obtém-se informações clínicas ligadas ao passado do paciente que se relacionem ou não com a doença atual. Os antecedentes familiares expressam alguma relação de hereditariedade de patologias que pode estar condicionada ou não ao contexto da história da doença atual do paciente. Essa, por sua vez, condiz com o panorama presente, tomando-se por base a sintomatologia e data de início deles, principalmente. Depreende-se daí, portanto, que o histórico de enfermagem pode ser definido como um guia sistematizado para a investigação e análise de informações importantes para a enfermagem a respeito do paciente, de sua família, bem como da sociedade que está em seu entorno, tornando possível a constatação de seus problemas para posteriormente elaborar o plano de cuidados dele, elencando prioridades de intervenções para sua reabilitação (OLIVEIRA; ALMEIDA; AZEVEDO et al., 2015). É cabível destacar, ainda, que, para o alcance dos objetivos a que a anamnese se propõe, é imprescindível que haja a adoção de medidas por parte do enfermeiro com a finalidade de atenuar os aspectos que podem conferir receios negativos atrelados à doença por parte do paciente. Como exemplos dessas medidas, citam-se a garantia do conforto e privacidade ao paciente, proporcionando um ambiente tranquilo, isento de barulho e de outras pessoas; a apresentação do enfermeiro ao paciente, proferindo a este seu nome e qual a sua função naquele momento e como irá conduzir o evento; a obtenção de permissão para a realização da anamnese, lembrando-se do respeito aos preceitos da bioética, pois, caso o paciente não concorde em fornecer os dados, não deve haver insistência, e a existência e manutenção do direcionamento do olhar à fisionomia do paciente. A anamnese, indubitavelmente, pelo que foi descrito, denota um processo detalhado e, consequentemente, dispendioso no que concerne ao tempo de realização, quase sempre. Isso, porém, não diminui a sua importância, pois 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. inúmeras são as possibilidades por ela ofertadas, como se demonstra na figura 5 abaixo. Figura 5 – Importância da anamnese Fonte: DOUBERIN, 2020. Após a realização da anamnese, prossegue-se com a realização do exame físico para finalizar a primeira etapa do Processo de Enfermagem. O exame físico é aquele designado de exame clínico do corpo inteiro, que ocorre mediante a avaliação dos sistemas orgânicos a partir da utilização de técnicas propedêuticas. A partir dele, os sinais vitais (temperatura, pulso, pressão arterial e frequência respiratória) também são obtidos. Ele pode ser realizado por profissionais de saúde de várias categorias, inclusive o enfermeiro. FIQUE LIGADO Para a realização correta do exame físico, considerando, também, a aplicabilidade das técnicas propedêuticas, convém que o enfermeiro se lembre de seguir a sequência certa de avaliação dos sistemas fisiológicos. O sentido de análise é o céfalo-caudal ou crânio-podálico, o que equivale a dizer que o enfermeiro e quaisquer outros profissionais devem iniciar o exame físico, partindo-se de uma abordagem da região superior do corpo, dirigindo-se para uma abordagem da região inferior, posteriormente. IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES CLÍNICOS OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES PREGRESSAS ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES ESTABELECIMENTO DE UM PLANO DE CUIDADOS COM PRIORIDADES PROMOÇÃO À SAÚDE 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. As técnicas propedêuticas correspondem à inspeção, palpação, ausculta e percussão e, para execução delas, o enfermeiro necessitará utilizar quatro dos cinco sentidos, conforme pode se avaliar na figura 6 abaixo. Figura 6 – Órgãos dos sentidos utilizados no exame físico Fonte: PASSOS, 2018. A inspeção corresponde à mera utilização do sentido da visão no corpo por inteiro, como também de forma particularizada em um determinado local. A intenção desse ato de observação consiste em conseguir identificar achados clínicos que confirmem possíveis suspeições ou evidências reais de problemas investigados durante a anamnese. Abrange, para esse alcance, a observação dos segmentos corporais no que diz respeito aos aspectos de tamanho, simetria, cor, forma, movimento e localização. Existem dois tipos básicos de inspeção: a estática, realizada com o paciente em repouso, levando-se em consideração os limites anatômicos, e a dinâmica, que consiste na observação dos movimentos corporais e possíveis alterações deles decorrentes. IMPORTANTE O enfermeiro também consegue, através da visualização do paciente, constatar aspectos relacionados ao seu estado emocional ou que dizem respeito a sua saúde mental. Convém destacar esse fato, uma vez que grande parte dos profissionais de saúde, incluindo os enfermeiros, marginaliza, mesmo que despretensiosamente, a avaliação referente ao campo psiquiátrico. 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A palpação, por sua vez, consiste-se na implementação do sentido do tato e da pressão em diversas topografias corporais com o objetivo de verificar alterações de temperatura, textura, sensibilidade, hidratação, consistência e espessura de estruturas corporais. Pode ser desempenhada sob modalidades específicas mediante à utilização de uma só mão ou das duas, como também de forma superficial ou profunda. As principais modalidades são a digitopressão, que representa a aplicação de pressão com os dedos em pontos específicos do corpo, e o pinçamento, que corresponde ao ato de posicionar os dedos em forma de pinça, apertando uma determinada estrutura. FIQUE LIGADO Para a realização da técnica de palpação no exame físico, faz-se necessário calçar as luvas de procedimento para palpar regiões de mucosas ou outras que contenham fluidos ou secreções corporais por questões de biossegurança. IMPORTANTE Durante a aplicação da técnica de palpação, o enfermeiro precisa estimular o paciente a relaxar, pois esse pode apresentar reações de ansiedade, constrangimento ou até desconforto, podendo ocasionar situações de estresse e impedir a finalização da técnica adequadamente. No que tange à percussão, define-se a como a utilização do tato para gerar golpes com toques suaves no paciente com o intuito de investigar estruturas vizinhas. Tais golpes conseguem produzir uma vibração perceptível ao tato e um som audível, alertando sobre a localização, densidade e dimensão dessas estruturas. Quandodesempenhada com golpes realizados através dos próprios dedos, a percussão é classificada como direta; mas, quando desenvolvida com golpes aplicados pelo dedo médio da mão dominante sobre o dedo médio da mão não dominante que está espalmada sobre a superfície do corpo do paciente, a percussão será denominada de indireta. 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Existem três tipos principais de sons que podem ser oriundos desses golpes durante a percussão: maciço, submaciço e timpânico. Ao se percutir uma estrutura sólida corporal, o som produzido é o maciço; a percussão de uma estrutura restrita de ar gera um som submaciço, e o som timpânico decorre da percussão de órgãos repletos de ar ou simplesmente ocos. Quando há divergência entre essas três vertentes de sons, esses são tidos como anormais e sugerem a presença de massa ou coleção de alguma substância líquida dentro de um órgão determinado. Por fim, como a última técnica propedêutica do exame físico a ser aqui mencionada, tem-se a ausculta que corresponde à escuta de sons produzidos pelo próprio corpo do paciente, podendo-se o enfermeiro se utilizar ou não de instrumentos como o estetoscópio para sua realização. O tipo de som produzido pelas estruturas corporais varia conforme o tipo de sistema fisiológico que estiver sendo avaliado no momento. A exemplo, quando se avalia o sistema respiratório, ou a região torácica posterior mais precisamente, os possíveis achados são os murmúrios vesiculares (MV), que representam os sons normais; por outro lado, também se falam nos sons anormais, representados pelos roncos, sibilos e crepitações. No que concerne à avaliação do sistema cardiovascular, a ausculta proporciona a detecção dos sons cardíacos normais, também designados de bulhas cardíacas, e de sons anormais, como os conhecidos sopros. Obedecendo-se ao sentido de realização assertiva do exame físico, segue-se à avaliação do sistema digestório, mais precisamente da região abdominal. Nesse local, os sons normais detectáveis sem utilização de nenhum instrumento correspondem aos borborigmos. Já os sons de movimentos de líquidos e gases dentro dos órgãos intestinais somente podem ser identificados com a utilização de um estetoscópio e são conhecidos por ruídos hidroaéreos, os quais podem ser normais ou ausentes e hiperativos, quando intensificados, e hipoativos, quando atenuados. 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. FIQUE LIGADO A sequência a ser seguida no que tange à implementação das técnicas propedêuticas do exame físico na região abdominal representa uma exceção perante à sequência seguida para os demais sistemas orgânicos. Enquanto para esses o exame físico se inicia com a inspeção, podendo ser seguida pela palpação e/ou percussão e finalizada com a ausculta, na região abdominal, a sequência correta é inspeção, ausculta, percussão e/ou palpação. Essa inversão se justifica e deve ser rigorosamente respeitada, uma vez que as técnicas de percussão e palpação são capazes de alterar os resultados encontrados pela técnica de ausculta. Elas tendem a causar uma perturbação interna no sistema digestório, a tal ponto que a ausculta não seria fidedigna. Ainda com a realização do exame físico, identificam-se os sinais vitais. Em relação a estes, fala-se em temperatura (T), que consiste na mensuração da quantidade de calor armazenada em nossas células, tecidos e órgãos. Quando normal, seu valor é compreendido entre 36,5°C graus Celsius a 37,7°C graus Celsius, mas, quando igual ou superior a 37,8°C graus Celsius, já se considera quadro de febre, que nada mais é do que um mecanismo de defesa do organismo para avisar que algo não vai bem em alguma região interna do corpo. Para valores abaixo de 35,5°C graus Celsius, diz-se que o paciente está em hipotermia. Ela costuma ser aferida, majoritariamente, nas regiões oral, timpânica, axilar e anal. O pulso (P) é o sinal vital que corresponde ao número de batimentos cardíacos por minuto (bcpm), ou seja, é representativo da frequência cardíaca. Seus valores normais estão compreendidos no intervalo entre 60 a 100 bcpm em um indivíduo adulto. Quando abaixo de 60 bcpm, figura-se uma bradicardia ou bradisfigmia, e, quando acima de 100 bcpm, o evento registrado é uma taquicardia ou taquisfigmia. Os locais de mensuração mais comuns do pulso são as artérias carótidas, braquiais, radiais, femurais, poplíteas e dorsais do pé. A frequência respiratória (FR) representa a quantidade de incursões respiratórias por minuto (irpm), entendendo-se por incursão o movimento completo envolvido no ato da respiração que consiste em uma inspiração seguida de uma expiração. Em indivíduos adultos normais, a frequência respiratória admite valores 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. compreendidos entre 12 a 20 irpm. Abaixo de 12 irpm, fala-se em bradipnéia, e, quando acima de 20 irpm, fala-se em taquipneia. FIQUE LIGADO Na aferição do sinal vital da frequência respiratória, o ideal é realizá-la sem que o paciente perceba, através da técnica de inspeção. Essa recomendação se justifica pelo fato de que a percepção do paciente pode alterar o valor real de incursões respiratórias por minuto, já que ele pode diminuir essa frequência por sentir-se constrangido. Uma boa alternativa consiste em aferi-la ao mesmo tempo em que se realiza a aferição do pulso. Outro sinal vital a ser aqui considerado é a pressão arterial (PA), que é definida como a pressão exercida pelo sangue dentro da parede das artérias. É aferida, principalmente, com a utilização de dois equipamentos, o estetoscópio e o tensiômetro, e, para indivíduos adultos saudáveis, seu valor normal gira em torno de 120x80 milímetros de mercúrio (mmHg). Para valores inferiores a 100x60 mmHg, profere-se que o paciente está com hipotensão, e, para valores maiores a 140x90 mmHg, que o paciente está em quadro hipertensivo. IMPORTANTE A técnica de aferição da PA requer algumas exigências, tais como: paciente sentado com braço relaxado em superfície plana, na altura do coração, e que ele não esteja com a bexiga cheia, não tenha praticado atividade física, ou feito ingestão de bebidas com cafeína ou teor alcoólico, bem como não tenha fumado cerca de meia hora antes da aferição, para evitar possíveis erros (POTTER; PERRY, 2009). A figura 7 a seguir mostra alguns locais de possível aferição da pressão arterial mais utilizados pelos profissionais de saúde. 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 7 – Alguns locais de aferição da pressão arterial (PA)Fonte: BOWDEN E GREENBERG, 2010. As literaturas mais recentes a respeito dos sinais vitais vêm mencionando a dor como o quinto sinal vital, baseando-se na sua classificação como tal, deflagrada pela Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e pela Sociedade Americana de Dor. Um outro órgão, a Sociedade Internacional para o estudo da Dor (IASP), passou a defini-la como um evento decorrente de experiência sensitiva e emocional relacionada a algum tipo de estresse tecidual ou celular (PEDROSO; CELICH, 2006). A compreensão sobre essa inserção se torna facilitada quando se entende que praticamente quase todo desequilíbrio do processo saúde-doença gera algum tipo de dor. Sendo assim, pelo fato de o enfermeiro dedicar boa parte do tempo de seu trabalho ao lado dos seus pacientes, é imprescindível que ele consiga reconhecer a presença desse sinal vital e se utilizar de escalas instituídas em serviços de saúde para sua mensuração, buscando uma rápida intervenção capaz de ao menos atenuá-la. Para finalizar, convém salientar que o enfermeiro necessita enfatizar mais a prática de aferição de sinais vitais em seu trabalho e não apenas delegá-los aos técnicos de enfermagem por ser algo simples de se fazer, uma vez que eles são importantes indicadores do estado de saúde do paciente, fornecendo subsídios para 30 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. que desenvolva seu pensamento crítico e científico para continuar seguindo com a realização do Processo de Enfermagem. Infere-se, portanto, que os sinais vitais são os pilares para identificação das necessidades humanas básicas de todo e qualquer indivíduo, o que contribui de forma rápida e eficaz para o encontro de soluções de problemas clínicos, sejam eles ínfimos ou abrangentes. 2.2 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM (DE´S) E SEUS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO No que tange à evolução histórica da segunda etapa do Processo De Enfermagem intitulada de Diagnóstico de Enfermagem (DE), é sabido que ela é relativamente recente, pois seu estopim ocorreu em plena época da Enfermagem Moderna, quando Florence Nightingale e suas discípulas começaram a identificar potenciais problemas de saúde nos enfermos dos quais cuidavam, os soldados feridos e adoecidos pela Guerra da Criméia (PEREZ; NÓBREGA; FARIAS et al., 1990). Pouco mais de cem anos após, no ano de 1950, enfermeiros, como MacManus, utilizaram-se desse mesmo termo para instigar a identificação de problemas de enfermagem, com o intuito de contribuir para com o seguimento do PE e, consequentemente, para o campo do saber na enfermagem. Por outro lado, um grande entrave se fez presente na vida profissional desses enfermeiros nessa época, uma vez que alguns estudiosos passaram a alegar que o termo diagnóstico seria restrito ao uso da classe médica (GORDON, 1987). Ainda de acordo com Gordon (1987), tal fato acabou servindo de estímulo para o desenvolvimento de diversos estudos e trabalhos que comprovassem a imprescindibilidade da atuação da enfermagem na identificação de problemas de saúde durante uma avaliação clínica de paciente. Somando-se esse estímulo ao aprimoramento de uma linguagem clara e consistente para implementar a comunicação dessa terminologia, é possível dizer que, nos dias atuais, os diagnósticos de enfermagem são inseridos em livros, jornais, manuais e meios de divulgação eletrônicos e contemplam a descrição 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. desses problemas identificados pelos enfermeiros no exercício de sua prática clínica frente ao paciente. Levando-se em consideração o cenário brasileiro, especificamente, pode-se dizer que a expressão do diagnóstico de enfermagem surgiu na década de 60 do século vinte, quando foi utilizado por Wanda de Aguiar Horta, já que, na concepção dela, os problemas de saúde seriam os desfalques das necessidades humanas básicas (OLIVEIRA; ALMEIDA; AZEVEDO et al., 2015). Com a ampla utilização da expressão, a ela foi atribuída variadas vertentes de definição. Essas, por sua vez, correspondem a duas naturezas distintas: definição enquanto categoria e definição enquanto processo. No que concerne à primeira, aponta-se que ela admite três perspectivas: conceitual, estrutural e contextual, respectivamente; já a segunda, contempla duas perspectivas: nome conferido aos problemas de saúde inseridos nos sistemas de classificação e avaliação clínica (PEREZ; NÓBREGA; FARIAS et al., 1990). A definição categórica conceitual é aquela que expressa o sentido de um pensamento, considerando que a responsabilidade de se estabelecer diagnósticos é restrita ao enfermeiro, e que a descrição de problemas atuais de saúde dos pacientes é fruto de seu julgamento. A definição categórica estrutural pontua que os diagnósticos de enfermagem são compostos pelos problemas de saúde expressos por duas ou três palavras; pelos fatores etiológicos ou mantenedores desses problemas, e por características definidoras, evidenciadas por sinais e sintomas presentes nos pacientes. A definição categórica contextual faz menção ao fato de que o diagnóstico de enfermagem precisa ser examinado em seu devido lugar dentro do PE, denotando o foco para toda direção de planejamento e avaliação do cuidado assistencial de enfermagem. A definição processual que faz menção aos problemas de saúde inseridos nos sistemas de classificação, bem como a avaliação clínica, discrimina a necessidade de coleta e interpretação de informações para que os diagnósticos de enfermagem sejam redigidos. Em suma, mesclando-se todas essas definições em uma única ideia, é possível chegar a um panorama direto e suficiente que possibilita o entendimento do que vem 32 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. a ser, de fato, a expressão designada de diagnóstico de enfermagem: esse termo se configura como fidedignos julgamentos clínicos a respeito do paciente, de sua família e da comunidade na qual está inserido, aos problemas reais e potenciais de saúde, permitindo o seguimento do PE mediante estabelecimento das intervenções de enfermagem com os respectivos alcances dos resultados esperados elencados pelo enfermeiro. Os objetivos, portanto, dos diagnósticos de enfermagem se consistem no direcionamento de atividades de enfermagem em prol da resolubilidade dos problemas de saúde do indivíduo, o que, indubitavelmente, requer uma abordagem crítica e tomada de decisão assertiva. Para implementar o diagnóstico de enfermagem, o enfermeiro, dentre outras questões, necessita de competência para pensar com criticidade, realizar reflexões, atuar de forma a identificar, analisar, sintetizar e julgar com olhar clínico para poder tomar as decisões mais assertivas no tocante à melhoria do estado de saúde do seu paciente. O diagnóstico de enfermagem serve para a descrição de uma resposta orientada ao indivíduo, é passível de mudanças conforme essa reposta e complementaum diagnóstico médico, mesmo não sendo universalmente aceito. Reforçando essa linha de raciocínio, considera-se o diagnóstico médico como aquele ainda bastante ancorado ao modelo de saúde tradicional, descrevendo apenas o processo de uma doença, não admitindo mudanças e tendo um sistema de classificação universal bem definido. As características supracitadas sobre as potencialidades dos diagnósticos de enfermagem começaram a ser determinadas ao início da década de 1970, a partir do momento em que enfermeiros se reuniram na 1ª Conferência Nacional para Classificação de Diagnósticos de Enfermagem, em St. Louis, no estado de Missouri nos Estados Unidos (PEREZ; NÓBREGA; FARIAS et al., 1990). Dessa forma, os diagnósticos de enfermagem foram levados em consideração com base em algum sistema de classificação. Existem vários desses sistemas, porém os mais conhecidos e com ampla utilização são os demonstrados na figura 8 abaixo. 33 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 8 – Principais sistemas de classificação de enfermagem Fonte: PASSOS, 2018. Dentre esses sistemas, o que serve de norte para a construção dos diagnósticos de enfermagem é o NANDA (North American Nursing Diagnosis Association). Sua última versão publicada compreende o triênio 2018-2020 e se consiste em um sistema multiaxial, formado por diversos eixos, cujos componentes são mesclados com o intuito de padronizar os diagnósticos em seu arcabouço. De uma forma geral, esses eixos compõem o título do diagnóstico de modo explícito ou implícito. Quantitativamente, existem 7 eixos contemplados nesta versão atual. Eles são: foco do diagnóstico, sujeito do diagnóstico, julgamento, localização, idade, tempo e categoria do diagnóstico. No que tange à categoria do diagnóstico, é possível considerar quatro vertentes. A primeira delas, denominada de diagnóstico com foco no problema, que leva em consideração um julgamento clínico frente a uma resposta humana indesejada a algum fator condicionante ou determinante do processo saúde-doença que exista no entorno de pessoas, seus familiares, grupos e população geral. A segunda é tida como um diagnóstico de risco em que o julgamento clínico é feito sobre a vulnerabilidade de todo e qualquer membro da população ou para ela de forma coletiva para o desenvolvimento de uma resposta humana indesejável ao processo saúde-doença. Quando o julgamento clínico se baseia na motivação e no desejo de intensificar o nível de saúde, fala-se em diagnóstico de promoção à saúde, e, quando se 34 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. considera simultaneamente vários diagnósticos de enfermagem, eles são classificados como uma síndrome, e as intervenções elaboradas para eles podem ser similares. Pautando-se agora na estrutura do diagnóstico de enfermagem, citam-se como seus componentes um título, uma definição e indicadores, os quais abrangem fatores relacionados, características definidoras, fatores de risco, população de risco e condições associadas, tendo sido esses dois últimos acrescidos na última versão da NANDA. As características definidoras correspondem à ultrapassagem do horizonte clínico dentro do processo saúde-doença, ou seja, é tudo aquilo que é passível de observação como os sinais e sintomas. Os fatores relacionados integram todos os diagnósticos de enfermagem que tenham foco no problema, consistindo-se como causas ou fatores que contribuem para a os problemas de saúde. Os fatores de risco, por sua vez, por serem de várias naturezas como ambientais, psicológicos, biológicos, sociais, são aqueles fatores que intensificam a vulnerabilidade do indivíduo ou de uma população da qual este participa. As populações em risco representam uma composição de grupos de indivíduos com o mesmo grau de suscetibilidade aos fatores condicionantes e determinantes do processo saúde-doença, e as condições associadas são representadas por diagnósticos e equipamentos médicos, lesões, procedimentos e até agentes farmacêuticos que contribuem para lapidar os diagnósticos de enfermagem. Como exemplo de diagnóstico de enfermagem e seus principais constituintes conforme a NANDA, cita-se: débito cardíaco diminuído relacionado à hipovolemia evidenciada por fratura exposta. Daí, depreende-se que o título é o débito cardíaco diminuído, o fator relacionado é a hipovolemia, e a característica definidora é a fratura exposta. 2.3 PLANEJAMENTO DE ENFERMAGEM, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO Fazendo jus ao nome, a etapa do PE intitulada como Planejamento de Enfermagem é aquela na qual o enfermeiro pensa e elabora um rol de ações a fim de atingir resultados esperados para cada diagnóstico de enfermagem. Faz-se 35 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. necessário que siga uma sequência de passos para realizar o planejamento de enfermagem. Primeiramente, o enfermeiro precisa elencar prioridades para os problemas de saúde identificados e já diagnosticados, em seguida, acordar resultados com seu paciente, logo após, realizar possíveis ajustes, atenuar e impedir problemas, e, por fim, traçar suas metas e prescrever os cuidados. Em relação aos passos supracitados, entende-se por metas os resultados que o enfermeiro pretende alcançar em relação ao estado clínico de seu paciente. É imprescindível que eles sejam claros e concisos, passíveis de alcance, atrelados ao título do diagnóstico, mensuráveis e temporalmente demarcados. Para que as metas sejam exitosas, o enfermeiro deverá se utilizar do pensamento científico e da criticidade para compreender a realidade por ele deparada. Se um diagnóstico de enfermagem for tido como “integridade da pele prejudicada relacionada à perda de peso e idade avançada, evidenciada por hiperemia da região escapular” e o enfermeiro elaborar como meta “melhorar a integridade da pele na região escapular em até dez dias, então, presume-se que o resultado esperado será “o paciente apresentará melhora da integridade da pele na região escapular em até dez dias”. Para prescrever os cuidados assistenciais, o enfermeiro deverá confeccioná-los da forma mais completa e direta possível, contemplando o quê, como, quando, onde, com que frequência, porquê e por quanto tempo serão feitos. FIQUE LIGADO Para toda prescrição de enfermagem realizada na prática, o enfermeiro deverá checar em seus registros e anotações, uma vez que isso se consiste em uma conduta de extremo respaldo de todo o seu trabalho, bem como expressa uma forma de comunicação para com todos os outros membros da equipe de enfermagem e multiprofissional. Como exemplo de uma prescrição de enfermagem, suponha que o paciente esteja com uma necessidade frente à melhoria de seu sistema respiratório. Sendo assim, uma prescrição cabível e completa para este caso, pode ser representada 36 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional
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