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FUNDAMENTOS TEORICO E METODOLÓGICO DA ALFABETIZAÇÃO

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0 
 
 
 
FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS 
DA ALFABETIZAÇÃO 
 
1 
 
 MARÍLIA CARVALHO TELES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁGUA BRANCA-PI 
2020 
 
Fonte: https://www.intensivacursos.com.br/cursos/drm-curso-de-fundamentos-teoricos-e-
metodologicos-da-alfabetizacao/ 
FUNDAMENTOS TEÓRICO-
METODOLÓGICOS DA 
ALFABETIZAÇÃO 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TELES, Marília Carvalho. 
 Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização. 1ª ed. Água 
Branca; FAS – Cursos de Graduação. 57p. 
Bibliografia 
 
1. Pedagogia 2. Educação 3. Título. 
 
Ficha Catalográfica 
Todos os direitos em relação ao design deste material são reservados à FAS. 
Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material são reservados ao autor. 
Todos os direitos de Copyright deste material didático são à FAS. 
 
 
 
Diretor Geral 
Levi de Sousa Lima 
 
Secretária Acadêmica 
Ivânia Pires de Sousa Oliveira 
 
Francisco Edesio Carlos Soares
Joselina da Silva Costa
3 
 
 
09 
10 
12 
13 
13 
16 
 
18 
19 
19 
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38 
39 
42 
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46 
48 
50 
52 
54 
61 
08 
Apresentação do curso ..................................................................... 06 
Apresentação da disciplina................................................. 
08 
18 
UNIDADE 01 
APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA NA ÓTICA 
PSICO-SOCIOLINGUÍSTICA PARA O PROCESSO 
DE ALFABETIZAÇÃO ESCOLAR 
1. Leitura e escrita como relevantes no processo de alfabetização............... 
ATIVIDADE...........................................................................................................
FÓRUM................................................................................................................
. 
 
 
09 
17 
17 
 
 
 
 
UNIDADE 02 
MÉTODOS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS PARA O PROCESSO 
DE ALFABETIZAÇÃO 
2. Métodos para Alfabetização......................................................................... 
2.1 As principais metodologias........................................................................ 
ATIVIDADE...................................................................................................... 
FÓRUM........................................................................................................... 
 
 
 
 
 
 
 
19 
20 
26 
26 
 
 
 
 
05 
06 
4 
 
27 
47 
UNIDADE 03 
PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA 
ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO 
3. Problemas de aprendizagem no processo da aquisição da leitura e 
da escrita................................................................................................... 
ATIVIDADE............................................................................................... 
FÓRUM..................................................................................................... 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
46 
46 
UNIDADE 04 
MATERIAIS DIDÁTICOS E SUAS RELEVÂNCIAS PARA O 
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO ESCOLAR 
4. Materiais didáticos para a realização do processo de 
Alfabetizaçãoescolar...................................................................................... 
ATIVIDADE.............................................................................................. 
FÓRUM.................................................................................................... 
REFERÊNCIAS....................................................................................... 
 
 
48 
53 
53 
54 
5 
 
 
 
A concretização de um curso superior em Pedagogia na modalidade à 
distância tem como meta o atendimento às necessidades de toda comunidade 
quanto ao acesso e atendimento ao um ensino superior de qualidade. Desse modo, 
propõe-se a importância para o curso de Pedagogia numa perspectiva histórico-
cultural, tendo como eixo articulador a interdisciplinaridade e a busca da construção 
de um currículo integrador. 
As disciplinas pedagógicas que formulam o currículo foram moldadas para 
uma sociedade cujo princípio da qualidade torna-se prioridade a partir da relação 
teoria-prática de um trabalho docente de qualidade que procure satisfazer as 
necessidades de aprendizagem, enriquecendo as experiências do educando no 
processo educativo. 
É dentro desta ideia que o curso de Pedagogia da FAS na modalidade à 
distância constitui-se de uma base comum formada pelos conhecimentos de 
ciências humanas aliadas a tecnologia, de uma parte diversificada com uma 
ampliação dos fundamentos na leitura do fazer pedagógico dentro da escola e da 
sociedade e uma parte complementar com o objetivo de trabalhar os problemas 
educativos da realidade educacional em vista a qualificação do professor com novas 
formas de intervenções como aplicações de ferramentas metodológicas. 
A FAS tem como recurso didático-educacional o uso de materiais como 
apostilas/livros, plataformas virtuais, internet, vídeos e principalmente um excelente 
sistema de acompanhamento à distância através de tutores e monitores. É válido 
salutar que este curso otimiza sempre seus resultados pelas experiências existentes 
e atendem a ampla procura de profissionais da área educacional. 
Os profissionais da área da educação serão orientados a sempre desenvolver 
a capacidade de intervenção científica e técnica assegurando a reflexão critica 
permanente sobre sua prática e realidade educacional historicamente 
contextualizada. O que espera deste docente é sua capacidade de (re) construir seu 
projeto pessoal e profissional a partir da compreensão da realidade histórica e 
profissional diante das políticas que direcionam as práticas educativas na sociedade. 
6 
 
 
 
A disciplina de Fundamentos teórico-metodológicos da Alfabrtização destina-
se a estudantes da área da licenciatura sendo fundamental para o mecanismo que 
orienta e acompanha o processo educativo, tornando-se inevitável a reflexão sobre a 
o processo de alfabetização e letramento escolar dos educandos. 
Assim, observemos todas as óticas aglutinadas neste campo tão complexo 
que é o da educação quando dirigimos as orientações teóricas e metodológicas que 
servirão como base para conduzi-lo ao conhecimento acerca das questões e 
debates que envolvem esta língua, não esquecendo de problematizar o tema e 
possibilitar uma visão ampla dos diversos aspectos relacionados ao processo de 
ensino-aprendizagem desta. 
O processo de letramento e também de alfabetização deve ser peculiar 
quando se trata do quão relevante é ensinar e fazer a aprendizagem acontecer, ou 
seja, é dinâmico usar toda uma didática para a construção desse processo sob ótica 
de todos àqueles envolvidos na arte de ensinar. 
 Assim, desejo-lhes bons estudos! 
 
 
 
 
Marília Carvalho Teles 
Licenciada em Pedagogia 
Mestre em Ciências da Educação 
Especialista em Docência do Ensino Superior, 
Psicopedagogia, AEE, Libras, Supervisão escolar. 
 
 
 
 
 
7 
 
 
8 
 
 
UNIDADE 01 
Aprendizagem da leitura e 
da escrita na ótica psico-
sociolinguística para o 
processo de Alfabetização 
Escolar 
Fonte http://www.alfaletrar.org.br/aprendizagem-inicial-da-escrita 
9 Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
1. Leitura e escrita como relevantes no processo de alfabetização 
 
A leitura está presente em nosso cotidiano. As letras e palavras estão 
presentes em embalagens de alimentos que consumimos, placas de trânsito, nas 
fachadas de lojas etc. Vivemos em um mundo letrado. Entretanto, por ser rodeada 
de distintas representações no que tange as técnicas presentes na escrita, à 
alfabetização nesta óptica configura-se como um desafio que assombra muitos 
educadores. (AUGUSTO, 2011). 
A leitura e a escrita são as formas de linguagem mais avaliadas pela escola. 
Elas são o fundamento para a avaliação escolar. Ambas implicam em um duplo 
sistema simbólico, pois permitemtranscrever um equivalente visual em um 
equivalente auditivo, ou o contrário. A leitura envolve uma síntese; surge como um 
sistema simbólico secundário alicerçado em um primeiro sistema simbólico, a 
linguagem falada, que por sua vez depende da linguagem interior. A relação entre a 
palavra escrita e o sistema simbólico de significação é uma operação cognitiva que 
envolve processos específicos como a codificação, decodificação, percepção, 
memória, transdução, atribuição de significado. (ZUCULOTO, 2001, p. 22). 
Alfabetização e letramento são processos distintos que se complementam, 
antes de aprender a escrever é necessário aprender a ler. Sendo assim, é ambos 
são importantes para o processo de ensino-aprendizagem da leitura e escrita. A 
alfabetização na perspectiva do letramento inclui uma segunda dimensão, a da 
inserção do aprendiz nas práticas de leitura e escrita. Tal dimensão é que pode 
garantir que as crianças, os jovens e os adultos do campo consigam fazer uso real 
da leitura e da escrita, em seu cotidiano, nas diferentes situações políticas e sociais. 
No decorrer do processo de alfabetização é imprescindível que as crianças 
entrem em contato, manipulem, utilizem e criem diferentes textos, que circulem em 
sua comunidade de maneira não simulada e que tenham sentido para elas. É 
importante que compreendam os objetivos dos diferentes gêneros textuais e suas 
características particulares. Ao realizar atividades que envolvam a reflexão sobre 
estes aspectos, possibilitamos que as crianças elevem seu nível de letramento e 
possam fazer o uso efetivo da língua escrita em diferentes contextos sociais. 
(BRASIL, 2012b, p.21). 
Devemos considerar a leitura como um importante processo pelo qual 
compreendemos a linguagem escrita. Quando lemos desenvolvemos nossa 
10 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
capacidade de decodificar, interpretar e refletir sobre o que estamos lendo, tirando 
dúvidas e elaborando conclusões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ato de ler é um processo abrangente e complexo; é um processo de 
compreensão, de intelecção de mundo que envolve uma característica essencial e 
singular ao homem: a sua capacidade simbólica e de interação com o outro pela 
mediação da palavra. Da palavra enquanto signo, variável e flexível, marcado pela 
mobilidade que lhe confere o contexto. Contexto entendido não só no sentido mais 
restrito de situação imediata de produção do discurso, mas naquele sentido que 
enraíza histórica e socialmente o homem. (BRANDÂO e MICHELETTI, 2007, p.17) 
Ferreiro (1995, p.10) revela que “a escrita pode ser considerada como 
uma representação da linguagem ou como um código de transcrição gráfica das 
unidades sonoras”. A função social da escrita era muito mais restrita e a informação 
muito menos acessível, por outros meios que não a escola. Atualmente, os 
portadores de texto são diversificados e sua compreensão exige capacidades de 
pensamento com outros enfoques. (SCHWARTZ, 2008, p.3). 
A escrita faz parte do cotidiano e pode ser percebida de várias maneiras, por 
exemplo, letreiros de ônibus, placas de transito, fachadas de lojas e etc. O fato de 
Fonte: http://www.redesagradosul.com.br/noticias/ler-e-viajar-so-com-os-
olhos-e-a-imaginacao 
11 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
não saber ler em algumas situações pode ser comparado à falta do sentido d visão, 
isto é, quem não sabe ler é como se fosse um cego. 
A escrita é muito essencial em nossa vida. Podemos observar que na cidade 
ou no campo a escrita muda à vida dos indivíduos, e ela encontra-se não só em 
atividades escolares, mas também em outras como, por exemplo, lista de compras, 
assinatura de documentos etc. 
Pereira & Calsa (2007, p. 1602) dizem que: 
 
A escrita exige o desenvolvimento de habilidades específicas e um esforço 
intelectual proporcionalmente superior às aprendizagens anteriores da 
criança. Na escrita ocorre à comunicação por meio de códigos que variam 
de acordo com a cultura, e sua aprendizagem se dá pela realização da 
cópia, do ditado e na escrita espontânea. 
 
Ao escrever a criança precisa ter noção de espacialidade para representar as 
letras no papel, para adequá-las em tamanho e forma ao espaço de que se dispõe, 
por isso destaca-se que é fundamental a escola oferecer a criança subsídios 
indispensável para que ela vivencie situações que estimulem o desenvolvimento dos 
conceitos psicomotores. 
São muitos os desafios que vivenciamos nos últimos anos na busca da 
garantia de uma escola democrática, em que todos os alunos tenham acesso a uma 
educação de qualidade. Aprender a ler e escrever é um direito de todos, que precisa 
ser garantido por meio de uma prática educativa baseada em princípios relacionados 
a uma escola inclusiva. (BRASIL, 2012, p. 05). 
Alfabetização e letramento são processos distintos e definir claramente esses 
termos é extremamente relevante. A compreensão destes termos depende dos 
resultados de alfabetização obtidos em sala de aula, pois somente isso permitirá ao 
professor avaliar qual a melhor metodologia de ensino que lhe ajudará a alcançar os 
objetivos almejados. (MENDONÇA, 2011). 
Ribeiro (2005, p. 73) destaca que: “As crianças com dificuldades de leitura e 
de escrita encontram-se frequentemente em desvantagem em todas as áreas 
curriculares, o que por vezes leva à existência de repercussões intransponíveis. ” 
Para Lerner (2002) ensinar a ler e escrever configura-se como um vasto 
dilema que ultrapassa amplamente a alfabetização em sentido estrito. A escrita 
conforme a autora é uma herança cultural, porém o ato de ler e escrever na escola 
não são uma atividade apreciada pelos alunos. 
12 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
Entretanto, fazer o que é necessário em relação ao ensino da leitura e escrita 
na escola é um desafio a ser superado. Alfabetizar crianças, jovens ou adultos é 
uma tarefa complexa, mas pode, e esperamos que seja, prazerosa. É possível, sim, 
aprender a escrever e ler por meio de brincadeiras, por meio de reflexão, por meio 
de um trabalho solidário. Há que se perceber, no entanto, que isso não significa 
dizer que as aprendizagens são simples ou que são fáceis, ou que não exigem 
esforço do aprendiz. (BRASIL, 2012a, p.13). 
 
Lerner (2002) relata que é necessário à escola possibilitar aos alunos a 
apropriação da escrita e de suas práticas sociais para assim, poder incorporá-los a 
comunidade de leitores e escritores. A escrita não é um produto escolar, mas sim um 
objeto cultural, resultado do esforço coletivo da humanidade. (...). Imersa em um 
mundo onde há a presença de sistemas simbólicos socialmente elaborados, a 
criança procura compreender a natureza destas marcas especiais. (FERREIRO, 
1995, p.43). 
Deve-se ater ao fato de que as dificuldades de ensinar a ler e escrever existe, 
porém tem-se que burlar tais empecilhos para oferecer ao educando uma 
aprendizagem condizente com suas necessidades e que o permita usar a leitura e a 
escrita em seu cotidiano. 
Fonte: https://blog.dentrodahistoria.com.br/educacao/alfabetizacao-e-leitura/8-formas-ensinar-o-
alfabeto-de-forma-ludica/ 
13 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
O letramento como nos explica Kleiman (2005) não é um método pedagógico, 
mas ele auxilia a imersão do aluno no mundo da escrita, a autora nos alerta também 
que a definição de letramento causa confusões e interpretações equivocadas. De 
fato, o letramento ocorre não somente na escola, mas também se encontra fora 
dela, além disso, os objetivos se diferem, na escola o letramento visa o 
desenvolvimento de competências e habilidades que podem ser ou não relevantes 
para os alunos, fora da escola o letramento tem objetivos sociais relevantes para 
aqueles que participam do processo. 
É importante destacar também que a participação da família no processo de 
alfabetizaçãoda criança desempenha um importante papel, pois essa participação 
estimula o desenvolvimento cognitivo das crianças. Em sala de aula há uma grande 
diversidade cultural e social entre os alunos e isso exige dos professores estratégias 
diferentes de ensino de forma a tornar a prática eficiente para todos os alunos. 
(MEDINA-PAPST & MARQUES, 2010). 
Nesse sentido pode-se perceber que quanto maior o número de experiências 
da criança nos diferentes níveis melhor é a capacidade da mesma para aprender e 
se adaptar aos programas escolares. A aprendizagem depende da experiência e dos 
estímulos que cerca a criança, por isso deve-se levar em conta que a participação 
da família é importante para os alunos que estão em processo de letramento. 
Em relação ao letramento escolar Kleiman (2005) nos explica que é um 
conjunto de atividades que visam o desenvolvimento de estratégias de leitura e 
escrita. Todos os recursos que podem ser utilizados para ensinar decodificação 
podem ser considerados como práticas de letramento. No que diz respeito ao ensino 
da língua escrita todo método utilizado pelo professor desde que seja adequado 
pode ser um instrumento importante no processo de letramento. 
Não há como negar que na prática docente todo professor precisa ter um 
método de ensino, porém não é necessário como alega Kleiman (2005) transformar 
toda novidade cientifica em método, pois o professor tem que acreditar em seu 
próprio potencial e conhecimento. 
Letramento e alfabetização estão associados e há maneiras distintas de 
compreender essa relação. Sobre a questão da prática alfabetizadora é papel do 
professor elaborar atividades de alfabetização e é dever dos alunos com a 
orientação do professor realizar as atividades que lhe foi proposta. 
14 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
O objetivo da alfabetização é promover nas crianças a aprendizagem do 
sistema da língua escrita. Em outras práticas de letramento é possível aprender 
apenas observando os outros fazendo, já na prática de alfabetização é necessário à 
mediação do professor. 
As estratégias de leitura dependem do contexto e das situações envolvidas, 
Kleiman (2005) alega que há diversas formas de ler e interpretar textos ou uma 
anotação qualquer isso vai depender do contexto em que a leitura está inserida. Ao 
fazer uma anotação o leitor destaca apenas o que ele considera importante, a autora 
nos mostra o exemplo de um casal formado por uma dentista que lê jornal para se 
informar e um professor de língua portuguesa que lê jornal para fins didáticos. 
Assim como a leitura, a escrita também tem funções distintas que também 
depende da situação. No ensino da leitura e da escrita os métodos utilizados devem 
ser adequados. Kleiman (2005) também nos chama atenção em relação à leitura de 
jornal que de acordo com ela, o deve-se supor que o leitor já seja alfabetizado, pois 
para ler jornal é preciso ter alguns conhecimentos prévios, como por exemplo, o que 
é e qual é a função da manchete. 
Conforme Weisz (2002) as crianças provenientes de camadas populares por 
não terem geralmente acesso a um ambiente letrado apresentam desvantagens em 
relação ao aprendizado da leitura e escrita ao contrário daquelas que por 
conviverem em um ambiente rico de estímulos relacionados à alfabetização e o 
letramento tem mais facilidade de aprender a ler e escrever. 
Todavia é preciso levar em conta que alfabetizar exige uma responsabilidade 
por parte do alfabetizador que deve lançar mão de métodos eficientes nos quais 
contribuam efetivamente com o processo de aprendizagem de seus alfabetizandos. 
(MENDONÇA, 2009). Além de saber expressar-se por meio da escrita é necessário 
dar oportunidade para o aluno expressar-se oralmente. 
Falar e pensar são práticas centrais para aprendizagem do 
letramento/literacia, como ler e escrever. Contrariando o desenvolvimento natural, a 
criança precisa do suporte e mediação do adulto, que é coparticipante do processo 
do letramento/literacia.( KISHIMOTO, 2010, p. 26). 
Em relação à produção textual em sala de aula Mendonça (2009) afirma que 
a produção de texto deve iniciar-se junto com o processo de alfabetização e tudo 
que a criança produzir nesse período deve ser elogiado, fazendo com que ela sinta-
se valorizada e tenha vontade de escrever sempre mais. 
15 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
A leitura e a produção de diferentes textos são tarefas imprescindíveis para a 
formação de pessoas letradas. No entanto, é importante que, na escola, os 
contextos de leitura e produção levem em consideração os usos e funções do 
gênero em questão. É preciso ler e produzir textos diferentes para atender a 
finalidades diferenciadas, a fim de que superemos o ler e a escrever para apenas 
aprender a ler e a escrever. (ALBUQUERQUE, 2007, p. 20). 
O ensino da leitura e escrita está ligado à alfabetização. Compreende-se o 
ensino de alfabetização como um processo complexo e árduo que exige uma 
metodologia eficaz e que contribua com o processo de aprendizagem dos alunos. 
Neste sentido, o uso do método sociolinguístico justifica-se pelo fato de que essa 
metodologia ao focar a escrita e o conhecimento de mundo trabalha com a realidade 
do aluno permitindo com que ele por meio da codificação e da descodificação 
desenvolva sua consciência crítica. (MENDONÇA, 2009). 
É de extrema relevância ressaltar que ao levar em conta que codificação e a 
descodificação exercem um papel importante no processo de alfabetização do aluno 
o professor proporciona-os o desenvolvimento do senso crítico e da oralidade, 
contribuindo para sua socialização. 
O aluno que tem a oportunidade de aprender a codificar e descodificar é 
capaz de agir com autonomia, confiança e segurança. Sobre a oralidade é 
importante destacar que quando se trabalha com a oralidade em sala de aula o 
professor possibilita ao seu aluno a internalizarão dos conteúdos estudados por 
meio da fala. 
Nesta perspectiva entende-se que a alfabetização deve ser minuciosamente 
planejada com o objetivo de proporcionar ao alfabetizando uma aprendizagem 
significativa que o faça refletir criticamente sobre sua realidade. Deste modo, o 
alfabetizador deve ter explicitamente claro quais são os conteúdos que almeja que o 
aluno aprenda para ter capacidade de organizar suas estratégias com a finalidade 
de contribuir com o processo de aprendizagem dos seus alunos. (MENDONÇA, 
2011). 
 
 
 
 
16 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
O método sociolinguístico além de valorizar o desenvolvimento da 
consciência crítica e de conhecimento de mundo, enfatizando a valorização do 
diálogo em sala de aula. De acordo com esse método o diálogo permite a interação 
entre professor/aluno e aluno/aluno. É por meio dessa interação que ocorre a 
aquisição de conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
É relevante destacar que o letramento ocorre não somente na escola, mas 
também se encontra fora dela, além disso, os objetivos se diferem, na escola o 
letramento visa o desenvolvimento de competências e habilidades que podem ser ou 
não relevantes para os alunos, fora da escola o letramento tem objetivos sociais 
relevantes para aqueles que participam do processo. Também é importante destacar 
que a participação da família no processo de alfabetização da criança desempenha 
um importante papel, pois essa participação estimula o desenvolvimento cognitivo 
das crianças. 
Desse modo, a partir do presente exposto percebe-se que o ensino e o 
aprendizado da leitura e escrita são processos indissociáveis e complexos, 
entretanto, a modernidade juntamente com os avanços tecnológicos nos mostra que 
aprender a ler e escrever representa um marco importantíssimo na história da 
humanidade. Neste sentido, vivemos numa cultura cada vez mais letrada e 
dependente do uso da leitura e escrita. Infelizmente, alguns usuários das redes 
sociais, porexemplo, não percebem que estes atos desempenham um papel 
significativo em suas vidas. 
Em suma, ensinar/ aprender a ler e escrever como já foi mencionado 
anteriormente são processos complexos e que necessita indiscutivelmente da 
participação de todos os envolvidos com a educação. Assim como, os professores, 
os pais também podem contribuir de alguma forma com este feito, ainda que não 
seja alfabetizado o apoio e o incentivo dos pais é primordial para que as crianças 
DICA DE VÍDEO: Método Sociolinguístico de 
Alfabetização. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=BsrGTdTW
EDY 
17 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 
 
1. Descreva a importância de o docente compreender a diferença entre alfabetizar e 
letrar. 
 
 
 
possam sentir-se motivadas a aprender os elementos presentes no mundo da leitura 
e escrita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deve ser considerado que os desafios são muitos para a 
escola e seus colaboradores, mas os resultados obtidos com 
o esforço garantem a todos os envolvidos a sensação de um 
trabalho demorado, mas bem feito. Relate como a equipe 
escolar, bem como os docentes podem estar melhor 
engajados no processo de alfabetização, não deixando de 
lado a preocupação com a qualidade no ensino. 
 
18 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 
UNIDADE 02 
Métodos e experiências 
inovadoras para o 
processo de 
Alfabetização 
 
Fonte: https://novosalunos.com.br/a-importancia-da-inovacao-no-ensino-e-aprendizagem-
dos-alunos/ 
19 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
2. Métodos para Alfabetização 
 
O mundo em que vivemos se transforma em uma velocidade muito superior à 
do sistema de educação tradicional. Por essa razão, o desafio de propor formas de 
aprendizado efetivas para as próximas gerações aumenta mais e mais a cada dia. 
Já que não sabemos exatamente o que o amanhã nos reserva, como preparar os 
jovens para os desafios do desconhecido? 
Na prática, o entendimento é de que modelos de educação mais flexíveis têm 
mais condições de assimilar mudanças quando comparados a formatos rígidos. 
Afinal, como verificamos ao longo da história da humanidade, a capacidade de 
adaptação e de superação de adversidades garantem a continuidade da nossa 
existência. 
É frente a essa realidade que cabe a nós questionar: qual é a tarefa da escola 
hoje? Pensando nisso, reunimos aqui algumas iniciativas que buscam repensar o 
papel dessa instituição, considerada o alicerce de qualquer sociedade, assim como 
os processos de inovação no ensino. Nesse caso, ao contrário do que acontece nos 
modelos educacionais conservadores, os alunos são agentes ativos em sua própria 
formação. 
Por definição, a inovação é o processo que busca tornar nossas vidas 
melhores. Ela cria recursos que nos afetam nos mais diversos aspectos, alterando a 
maneira como nos comunicamos, aprendemos e pensamos. E isso, 
consequentemente, modifica nossa visão sobre o mundo. 
Muitas escolas acreditam que apenas levar computadores e outros 
dispositivos eletrônicos para a sala de aula já está de bom tamanho em matéria de 
inovação. Contudo, muito além de simplesmente incluir a tecnologia no dia a dia dos 
estudantes, é preciso inovar nos recursos pedagógicos, de maneira a fazer com que 
se dê, de fato, um passo à frente na educação dos alunos. 
Uma série de dispositivos e serviços impulsionados pela tecnologia estão 
revendo os limites de quem consegue aproveitá-los. Segundo James Flynn, filósofo 
e pesquisador da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, os índices de QI 
(Quociente de Inteligência) nunca foram tão altos mundo afora. Para o estudioso, 
isso está diretamente relacionado aos inegáveis avanços na educação. Apesar 
disso, ainda não somos capazes de solucionar aqueles que continuam sendo os 
20 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
grandes desafios do século XXI, como a desigualdade, a inacessibilidade à água 
potável e as mudanças climáticas. 
A revolução para a qual devemos trabalhar, antes de mais nada, é a social. 
Nisso está fundada a necessidade de uma educação que amplie o entendimento dos 
estudantes sobre o mundo, dialogando com a tecnologia e os avanços na ciência. 
Tudo isso sem deixar de investir na humanização e na ampliação individual da 
consciência. 
Considerando um futuro cenário de economia compartilhada, os estudantes 
devem aprender a ser mais proativos e persistentes, além de cada vez mais aptos a 
abraçar riscos. Afinal, as carreiras mais promissoras serão aquelas criadas pelas 
pessoas e para as pessoas. Uma educação inovadora deve promover o diálogo 
entre as necessidades da sociedade que nos cerca e as possibilidades tecnológicas 
para resolver problemas. 
 
2.1 As principais metodologias 
 
Alguns métodos que já se consolidaram em escolas de Pedagogia em todo o 
mundo têm atingido resultados satisfatórios para uma educação mais inovadora em 
nosso país. Vamos conhecer brevemente alguns deles? 
 
 Método Pestalozzi 
No método Pestalozzi, acredita-se que, no lugar de dar as respostas prontas 
para os alunos, é preciso encorajá-los a descobri-las por si mesmos. Isso 
ajuda os estudantes a aprenderem a observar, imaginar, julgar e raciocinar de 
forma autônoma. 
 
 Método Montessoriano 
Criado por Maria Montessori, o método entende que é a curiosidade natural 
da criança que a leva a aprender, desde que ela esteja em um ambiente 
satisfatoriamente instigante. Por isso, o espaço é preparado de forma que a 
criança tenha fácil acesso a livros, brinquedos e outras ferramentas 
pedagógicas, a fim de também incentivá-la a preservar a ordem. 
21 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
Essa prática, que é um dos pilares do método, tem por objetivo colocar em 
exercício a autonomia do ser em formação, razão por que também aposta na 
realização de trabalhos manuais e privilegia experiências de contato concreto 
com a realidade aos conceitos abstratos. 
 
 Método Harkness 
O método Harkness transforma a sala de aula em um espaço de conferência, 
proporcionando a interação. Os estudantes se sentam em volta de uma mesa 
circular, configuração que desperta neles a responsabilidade e o gosto por 
compartilhar suas descobertas com os colegas. Trata-se de uma alternativa 
às cadeiras enfileiradas, estimulando o pensamento crítico e o senso de 
coletividade. 
 
 A inovação na prática 
Quais são os desafios impostos pelas novas gerações para as salas de aula? 
Continuamos a ouvir o eco dessa pergunta, não é mesmo? No Brasil, 
algumas escolas já propõem respostas ideais para remodelar a educação, 
fornecendo ferramentas para que os estudantes integrem processos 
inovadores e adaptem seu modo de agir em um futuro repleto de desafios. 
 
 Redefinição das regras 
A ideia é confiar no senso de responsabilidade das crianças, para assim 
cuidarem de si mesmas e aprenderem com os próprios erros. O experimento, 
conduzido por universidades locais, deu certo! Foram registrados menos 
acidentes, menos casos de vandalismo e bullying. Isso sem contar que a 
concentração das crianças nas aulas aumentou, bem como a vontade de irem 
à escola. 
 
 Reorganização dos espaços 
Na escola, os estudantes recebem apostilas com roteiros de pesquisa e cada 
um escolhe a ordem que deseja seguir. Até o final do ano, todas as atividades 
que constam no roteiro devem ser cumpridas. Os alunos podem fazer 
pesquisas na biblioteca, na sala de informática ou nos livros didáticos 
22 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
distribuídos pelo salão. Assim, mesmo que estejam em um mesmo grupo, não 
estão necessariamente no mesmo roteiro de pesquisa. De toda forma, com 
essa disposição, eles aprendem a trabalhar em equipe, desenvolvendo assim 
o espírito de colaboração. 
 
 Aprendizadodentro e fora de sala 
Os grandes pensadores da educação seguem nos ensinando que aprender é 
um processo em que a sala de aula é o mundo! Nesse sentido, o 
conhecimento teórico deve servir como base para conceber e desenvolver 
soluções práticas para problemas que fazem parte do cotidiano. 
Especialmente hoje, em que dispositivos que cabem em nossas mãos abrem 
janelas para um universo múltiplo, a concepção de que a figura do professor 
(e, por extensão, a da escola) centraliza o saber está completamente 
superada. 
 A arte também assume um papel relevante na formação dos alunos da 
escola, sendo exercida em oficinas de sapateado, música, escultura, pintura, 
circo e teatro. As humanidades são trabalhadas em oficinas de leitura e 
escrita, abordando atualidades e projetos de conhecimento para desenvolver 
a autonomia do aluno. Por fim, o cuidado com o corpo também é tratado 
como essencial, fazendo com que os alunos aprendam a ter uma vida mais 
saudável em aulas de judô, culinária, xadrez e futebol. 
 
 Os passos para chegar lá 
Em comparação aos novos e híbridos métodos de aprendizagem, fica difícil 
ignorar a ineficácia da tradicional equação quadro de giz + aulas expositivas, 
que persistiu por centenas e centenas de anos. Como vimos nas experiências 
de várias instituições, o relacionamento interpessoal vem crescendo em 
importância no processo educativo, os limites da autoridade estão sendo 
flexibilizados e o lúdico deixou de ser visto como sinônimo de perda de 
tempo, indisciplina ou anarquia. Com base nesses e outros exemplos, quais 
ferramentas, condutas e processos podem ser usados para inovar no ensino? 
 
 
23 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 Flexibilidade de horários 
Horários flexíveis permitem que o ensino seja organizado de forma mais 
dinâmica, respeitando os diferentes relógios biológicos dos alunos. Assim, a 
escola pode oferecer a cada ao estudante o direito de escolher em que 
horário quer iniciar sua jornada de estudo, conforme seu tipo de rendimento, 
por exemplo. 
 
 Aprendizado e observação 
O que os modelos de educação consolidados defendem é que o professor 
conduza as lições sem dar espaço para que os estudantes emitam suas 
opiniões, imprimam seu ritmo de aprendizado e desenvolvam suas próprias 
habilidades. Já vimos que, nesse aspecto, o método Montessoriano investe 
em um espaço para que as crianças tenham todas as condições para 
protagonizar seu aprendizado, enquanto o professor observa o progresso. 
 
 Personalização da grade 
É comum que os blocos convencionais de disciplinas não funcionem para 
certos tipos de aluno, especialmente quando apresentam dificuldade na 
matéria. Às sextas-feiras flexíveis, instituídas em algumas escolas dos 
Estados Unidos, permitem que uma disciplina seja abordada durante todo o 
dia. 
 Nesses dias, os professores ajudam os estudantes a estudar e identificar 
suas dificuldades, desenvolvendo o foco. Muitos professores acreditam ser 
mais fácil ensinar certos conteúdos por meio de uma abordagem mais 
personalizada. Em algumas unidades de ensino, os estudantes chegam a 
passar uma semana inteira em uma só disciplina, o que pode otimizar sua 
curva de aprendizado e aumentar seu grau de familiaridade com determinado 
conteúdo. 
 
 Documentários e vídeos educativos 
Os usos de vídeos educacionais durante as lições têm transformado o nível 
de engajamento dos estudantes, criando uma experiência de aprendizado 
muito melhor ao deixarem os estudantes mais concentrados e motivados. Isso 
24 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
acontece porque existem conexões entre as habilidades de retenção de 
informações, o conhecimento armazenado na memória e os conteúdos 
visuais. Além disso, os alunos são transportados para o universo do tópico 
discutido, o que estimula os insights e a conexão com conhecimentos prévios 
que podem contribuir para a discussão em grupo. 
 
 Investimento em pesquisa 
Aplicar questões abertas ajuda os estudantes a agirem como verdadeiros 
repórteres, investigando em busca de novos conhecimentos, que originam 
novas perguntas. Motivá-los a explorar a realidade em que vivem faz com que 
se sintam menos intimidados diante dos desafios reais. Uma excelente 
estratégia é usar dados reais, que façam diretamente parte da realidade do 
aluno, em detrimento de inventar exemplos a serem resolvidos. Além disso, é 
importante transformar os estudantes em sujeitos ativos, criadores, que 
possam se envolver na geração de novos conhecimentos e soluções. 
 
 Foco em um projeto por vez 
Nos métodos educacionais tradicionais, o aprendizado depende de lições 
individuais e múltiplos projetos. Contudo, focar em um único projeto possibilita 
que o estudante reúna conhecimentos na forma de questões direcionadas e 
avaliações do problema. 
 
 Elos entre os conhecimentos 
No currículo tradicional, os estudantes vão de um conteúdo ao outro muitas 
vezes sem estabelecer conexões com as habilidades e os conhecimentos 
previamente adquiridos — inclusive, os de outras áreas. Uma proposta para 
tornar esse processo mais natural e espontâneo é ajudá-los a construir 
pontes entre os saberes, ressaltando as relações entre eles. Dessa forma, o 
aluno é provocado a desenvolver uma perspectiva mais ampla sobre o que 
aprende, e, logo, pensar de forma mais crítica. 
 
 
 
25 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 Valorização do trabalho em grupo 
No lugar de priorizar o trabalho individual, propor um problema que todos os 
alunos possam resolver em conjunto é uma ação inovadora em educação. 
Assim, o conhecimento individual contribui para a resolução colaborativa. 
 
 Reposicionamento do professor 
O professor deve deixar seu papel de especialista onisciente para abraçar o 
de facilitador. Assim, deve ajudar a trazer novos conhecimentos, de forma 
que os alunos possam construir o saber em conjunto. Ele é responsável pelo 
método que aplica e deve se preocupar em criar técnicas e explorar recursos 
diferentes para ensinar. Em outras palavras: se o professor é a ponte até o 
conhecimento, só o aluno é quem pode percorrê-la. 
 
 Crescimento com os erros 
Ao invés de um ambiente rígido, em que erros são penalizados com dureza, a 
sala de aula deve ser um espaço aberto para a experimentação. O desafio do 
marshmallow é, hoje, uma das atividades mais aplicadas em cursos e oficinas 
de empreendedorismo. Ele mostra a importância de se construir protótipos 
para aprender com os erros no início do projeto. 
 A inovação no ensino se alinha às capacidades extraordinárias que as 
crianças têm de inovar. São habilidades que, na maioria das vezes, são 
desestimuladas em escolas rígidas, que desencorajam os alunos a se 
relacionarem com seus contextos e a pensarem em soluções para os 
problemas que vivem. Os caminhos para a inovação, como vimos, são vários. 
É necessário que as escolas abram suas portas e mentes à comunidade para 
uma gestão colaborativa, propondo-se à reinvenção constante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 
 
1. Significado de inovar tem propriedades curiosas e importantes para se 
alcançar determinados objetivos. Quando se trata de processo de ensino e 
aprendizagem, como podemos defini-lo? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enfatize pontos que qualificam o ensino sob a ótica de autores 
mencionados neste capítulo. 
 
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Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 
UNIDADE 03 
Problemas de 
aprendizagem da leitura 
e da escrita na 
Alfabetização 
 
Fonte: https://www.trabalhosescolares.net/dificuldade-de-aprendizagem-na-leitura-e-na-
escrita/ 
28 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
3. Problemas de aprendizagem no processo da aquisição da leitura 
e da escrita 
 
As dificuldades deaprendizagem é um assunto que tem sido discutido, pois a 
escola não tem dado conta de umas das suas funções primordiais que é a acesso 
ao conhecimento científico, no caso dessa pesquisa, da leitura e da escrita. Apesar 
de as legislações (Constituição Federal, ECA, LDB 9394/96, dentre outras) 
apararem o ingresso e a permanência de todos na escola, o que se constata é que, 
muitos alunos não foram excluídos fisicamente das escolas, todavia são excluídos 
do conhecimento que a escola oferece. 
Dessa forma a escola não tem cumprido a tarefa de transmitir os conteúdos 
historicamente produzidos e socialmente necessários aos seus alunos. O fracasso 
escolar tem sido estudado sob diferentes enfoques. Houve período em que suas 
causas foram atribuídas especialmente aos fatores extra-escolares. A família e as 
condições de vida material dos alunos eram apontadas como a causa. 
Posteriormente, atribuíram-se as causas do fracasso às questões biológicas (fome, 
desnutrição) e culturais. 
Acreditava-se que o indivíduo oriundo de meio pobre, sem acesso a uma boa 
alimentação e aos bens culturais fracassariam na escola. Moisés e Colares (1996) 
apresentam teses em que desmistificam a nutrição como fator de fracasso escolar. 
Corroboramos com a ideia de que várias causas interferem na aprendizagem dos 
alunos. Destacamos os fatores extraescolares e extraescolares, tais como o ensino 
inadequado feito por meio de currículos obsoletos, falta de motivação e fatores 
socioeconômicos e culturais. Outros fatores são os biológicos e psicológicos, isto é, 
causas relacionadas ao desenvolvimento biológico e psicológico, tais como a falta 
de percepção, atenção, memória ou requisitos básicos para a elaboração do 
conhecimento escolar. 
O fracasso escolar, ou insucesso escolar, mais especificamente a dificuldade 
na elaboração da leitura e da escrita tem preocupado os educadores, pesquisadores 
e pais. Apesar das inúmeras discussões, constatamos, por meio de pesquisas que 
grande parte dos alunos que estudam na segunda e terceira séries do ensino básico 
não elaboraram a leitura e a escrita. Muitos desses alunos são encaminhados para a 
sala de recursos, apesar de não terem qualquer deficiência ou distúrbio de 
aprendizagem (SHIMAZAKI, 2007). 
29 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na 
Educação Básica, a sala de recursos é um serviço de apoio pedagógico 
especializado, que o sistema educacional oferece para assegurar a educação aos 
alunos com necessidades educacionais especiais, no ensino regular e realiza 
atendimento complementar às necessidades especiais em sala de recursos, provida 
de material e equipamentos adequados na própria escola ou, em outra escola, sob 
orientação de professor especializado. 
Para Freire (1980) alfabetização é o desenvolvimento de consciência crítica e 
um dos instrumentos primordiais para a emancipação do homem. É um processo 
que se faz por meio de uma prática social, intencional e planejada. Luria (1988, p. 
84) afirma que a escrita da criança começa muito antes da primeira vez que o 
professor coloca um lápis em sua mão, e é preciso que o professor considere tais 
habilidades, pois “se formos estabelecer a pré-história da escrita, teremos adquirido 
um importante instrumento para os professores: o conhecimento daquilo que a 
criança era capaz de fazer antes de entrar na escola. ” Os rabiscos podem mostrar 
algo mais que simples garatujas. As posições de um rabisco, a sua posição e a 
relação com outros rabiscos permitem a criança recordar o que havia registrado. 
Fonte: https://educandonovasgeracoes.wordpress.com/2015/08/18/fracasso-
escolar-ou-problemas-de-aprendizagem-reflexao-com-os-seres-da-nova-era/ 
30 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
Luria (1988) verificou que os atributos quantidade, tamanho e cor, quando 
utilizados em sentenças ditadas às crianças, conduzem à pictografia e tem efeito de 
traços de verdadeira escrita. O desenho antecede à escrita propriamente dita, pois 
esse é o limite entre a pictografia e a escrita por signos. Ensina-se a desenhar letras 
e construir palavras com ela, mas não se ensina a linguagem escrita. Enfatiza-se a 
mecânica de ler o que está escrito. A compreensão da linguagem escrita é efetuada, 
primeiramente, por meio da linguagem falada; mas essa via é reduzida, abreviada, e 
a linguagem falada desaparece como elo intermediário. A linguagem escrita adquire 
o caráter de simbolismo direto, passando a ser percebida da mesma maneira que a 
linguagem falada. A linguagem escrita e a capacidade de ler, transformam o 
desenvolvimento cultural do homem, por meio delas podemos tomar ciência de tudo 
que os gênios da humanidade criarem no universo da escrita. 
 A escrita deve ter significado para a criança. Deve ser despertada nela e ser 
incorporada a uma tarefa necessária e relevante à vida, como uma forma nova e 
complexa de linguagem. O escrever pode ser “cultivado” e não ser “imposto”. Com o 
referencial diferente dos estudos de Luria, Ferreiro e Teberosky (1986), realizaram 
investigações científicas e constataram que a criança é capaz de reconstruir o 
código linguístico e refletir sobre a escrita. 
 Desenvolveram os trabalhos sobre as hipóteses de pensamento que a 
criança pode apresentar a respeito da linguagem escrita. Essas pesquisas não 
propõem uma “nova pedagogia” ou um “novo método”, deixam claro que o que leva 
o aprendiz à reconstrução do código linguístico, não é o cumprimento de uma série 
de tarefas ou o conhecimento das letras e das sílabas, mas uma compreensão do 
funcionamento do código escrito. Ferreiro e Teberosky (1986), que se fundamentam 
na história da escrita, afirmavam que, para construir a escrita o indivíduo passava 
por níveis que são denominados de denominavam de pré-silábico, silábico, silábico-
alfabético e alfabético. O primeiro nível é quando o pensamento faz as passagens 
pelas fases icônica, de grafismo primitivo, uso de letra, onde estabelece a 
quantidade mínima ou máxima, sem diferenciação de uma palavra para outra. 
 
 
 
 
 
31 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No nível silábico, ao escrever, o indivíduo coloca uma letra para cada sílaba e 
não uma letra para cada fonema. Na fase silábico-alfabética, passa a escrever ora 
silabicamente, ora alfabeticamente. Na fase alfabética, as letras componentes das 
sílabas passam a corresponder à base alfabética dos sistemas fonológico e gráfico 
da língua, na qual o indivíduo se alfabetiza (SHIMAZAKI, 2006). Embora o 
construtivismo não proponha uma prática pedagógica, sua contribuição é essencial 
para que o educador repense todo o processo de ensino e aprendizagem da 
linguagem e o funcionamento do código. 
Conhecendo os diversos níveis conceituais linguísticos da criança, é possível 
criar as atividades para que ela possa desestruturar a sua concepção e construir o 
conhecimento da base alfabética da escrita. A teoria histórico e cultural vem sendo 
desenvolvida a partir dos estudos de Vygotsky e seus seguidores. As pesquisas de 
Vygotsky (1986) e alguns percussores sobre aquisição de linguagem como fator 
histórico e social, enfatizam a importância da interação e da informação linguística 
para a construção do conhecimento. 
O centro do trabalho passa a ser, então, o uso e a funcionalidade da 
linguagem, o discurso e as condições de produção. O papel do professor é o de 
Fonte: http://jottaclub.com/tag/pre-silabico-silabico-silabico-alfabetico-e-alfabetico/ 
32 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
mediador, e facilitador, que interage com os alunos através da linguagem num 
processo dialógico. Vygotsky (1989) buscava uma solução científica para os 
problemas do ensino inicial da línguaescrita e, neste sentido, deixou algumas 
recomendações. Acreditava ser necessário que as letras se convertessem em 
elementos da vida das crianças tal como o é a linguagem, ressaltando que do 
mesmo modo que as crianças aprendem a falar, devem aprender a ler e a escrever. 
Em suas conclusões práticas, o autor entende que para levar o aluno a uma 
compreensão interna da língua escrita, é preciso organizar um plano. 
Assim, ao expressar-se pelo desenho, a criança pode chegar a perceber num 
determinado momento que este não lhe é suficiente. A alfabetização pressupõe o 
aprendizado do código e a sua utilização social, portanto, não é somente um 
processo de aquisição de habilidade de forma mecânica, mas alfabetizar é 
compreender, criticar, interpretar e produzir conhecimento. A leitura e a escrita em 
um indivíduo ajuda na promoção social, possibilitando a construção de novos 
conhecimentos e acesso aos bens materiais e culturais que a sociedade tem 
acumulado. 
Corroboramos com as ideias de Freire que a alfabetização é um fator 
propulsor do exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade 
como um todo. Portanto, é preciso pensar em letramento. Letramento para Soares 
(2001) é o resultado da ação de ensinar e aprender, as práticas sociais da leitura e 
escrita; o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo; como 
consequência de deter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais. 
Concordamos com as ideias de Scribner e Cole (1984) de que letramento é 
um conjunto de práticas socialmente organizado que usa um sistema de símbolos e 
tecnologia para a sua produção e reprodução. Não se refere somente ao saber ler e 
escrever, mas aplicar o conhecimento de leitura e escrita para um fim específico e 
em um contexto específico de uso. Portanto, a alfabetização é uma das formas de 
letramento. Castillo (1999) aponta que para que a criança faça uso da leitura e 
escrita é necessário que se desenvolva algumas habilidades, tais como: 
discriminação visual; discriminação auditiva; memória visual e auditiva; coordenação 
motora; coordenação motora fina; conhecimento do esquema corporal; orientação 
espacial; atenção seletiva; domínio da linguagem oral; diferenciação entre letras e 
outros símbolos; cópia de modelos e memorização de relatos curtos, canções 
infantis, versos de rima fácil. 
33 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
Ao constatar a necessidade de aprofundarmos nos temas, leitura e escrita, 
mais especificamente as suas dificuldades propomo-nos o desenvolvimento da 
presente pesquisa que objetiva estudar em alunos apontados como com dificuldade 
na leitura e escrita, as suas causas. 
Quando se reflete sobre dificuldade de aprendizagem, refere-se sobre 
algumas questões de a pessoa realizar determinadas atividades. Acredita-se que 
quando o aluno está em fase de alfabetização, é preciso ele conhecer a estrutura da 
escrita, sua organização e seus princípios que contém a relação da escrita e 
oralidade para que assim possa aprender e desenvolver sua aprendizagem. 
Contudo, existem professores que ainda não estão aptos para receber esses 
alunos e compreender algumas dificuldades e assim trabalham de uma forma 
tradicional que não proporciona nenhum interesse para eles. 
Para que os nossos alunos tenham um bom desenvolvimento em seu 
processo de aprendizagem é de suma importância que o educador oportunize os 
mesmos a estarem envolvidas nas mais variadas atividades que precisam ser 
realizadas. Muitas vezes, o educador utiliza muito material em suas aulas, mas deixa 
os alunos utilizando-os sem dar nenhuma explicação. É preciso que ele esteja 
sempre o orientando e desta forma, haverá um progresso na aprendizagem dessas 
crianças. 
Inúmeras vezes encontramos crianças que falam bem, compreendem 
múltiplas combinações simbólicas, mas apresenta dificuldades para entender, ou 
mesmo produzir símbolos escritos. Muitos são inteligentes, capazes, criativos e 
excelentes em se comunicar, mas, possuem mentes dispersas e impulsos para não 
permanecerem parados em um só lugar e quase sempre deixam uma brincadeira no 
meio ou não concluem as lições que tão bem começaram. Outras se destacam com 
uma inteligência superior em muitas coisas, mas, parece não ter sucesso. Todos 
esses alunos possuem em comum dificuldade de aprendizagem, isto é, problemas 
neurológicos que afetam a capacidade do cérebro de entender, recordar, 
desenvolver as habilidades de ler e escrever. Por isso, este artigo visa contribuir e 
aprofundar os conhecimentos teóricos sobre o tema dificuldade de aprendizagem no 
processo de alfabetização. 
 
 
 
34 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando observamos essas dificuldades, percebemos o quanto elas 
interferem com o mundo natural e social da criança, fazendo com que as mesmas 
percam o interesse pela escola, desenvolvendo a insegurança e o senso de baixa 
autoestima. É nesse momento que o educador precisa saber como trabalhar com 
cada dificuldade de aprendizagem que ele encontra em sua trajetória profissional, 
buscando diversas estratégias, usando dinâmicas interessantes que possam garantir 
um avanço no desenvolvimento dessas crianças. 
Quando o aluno apresenta uma dificuldade na aprendizagem é preciso que 
ele seja encaminhado para o profissional adequado para que ele trabalhe em cima 
desse problema, porque se o aluno não ter um acompanhamento correto, 
consequentemente, não terá rendimento algum. O aluno com dificuldade em 
aprender, precisa estudar numa turma normal e ser bem acolhido. 
A metodologia do professor com os alunos também trará grandes avanços na 
aprendizagem à medida que ele se dedica pela causa a qual assumiu, tendo sempre 
compromisso e amor e os belos frutos serão colhidos. A alfabetização é um 
processo de construção de significado do mundo e que está interligado ao 
letramento, isto é, podemos ensinar as crianças a ler, a conhecer os sons que as 
letras representam e, ao mesmo tempo, incentivá-los a participarem da aventura do 
conhecimento implícita no ato de ler. 
Fonte: http://pedagogiasimples.blogspot.com/2011/03/dificuldades-
de-aprendizagem-no.html 
35 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
De acordo com Ferreiro, Teberosky (1999), “as crianças se apropriam da 
leitura e da escrita mesmo quando ainda não as fazem convencionalmente”. Nessa 
perspectiva, as crianças aprendem naturalmente no meio em que vivem, através de 
estímulos visuais, sonoros. A leitura está presente na vida cotidiana sempre 
buscando compreensão e significados para o mundo. Para Paulo Freire (2000, p.5), 
“leitura boa é a leitura que nos empurra para a vida, que nos leva para dentro do 
mundo, que nos interessa a viver”. 
Para que a criança desperte sua curiosidade pela leitura é preciso que o 
educador faça sempre leituras interessantes e atividades que favoreçam a 
participação das mesmas, possibilitando-as uma compreensão sobre o significado 
das palavras. Isso só ocorrerá realmente por intermédio das práticas de 
alfabetização que estimulam a leitura e a escrita, levando-os ao prazer de estarem 
sempre lendo e desta forma aprender a escrever com autonomia. 
Segundo o Referencial curricular nacional para educação infantil (1998, p. 
151): 
Diz-se que um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de 
situações de usos reais de leitura e escrita nas quais as crianças tem a 
oportunidade de participar. Se os adultos com quem as crianças convivem 
utilizam a escrita no seu cotidiano e oferecem a elas a oportunidade de 
presenciar e participar de diversos atos de leitura e de escrita, elas podem, 
desde cedo, pensar sobre a língua e seus usos, construindo ideias sobre 
como se lê e como se escreve. 
 
Portanto, o processo de alfabetização só ocorrerá quando o aluno souber ler, 
escrever, interpretar e elaborarproduções de textos simples ou complexos com 
eficiência e qualidade. Esse processo tem início na alfabetização e estende-se por 
toda vida. E para que esse processo realmente aconteça os alunos necessitam de 
mediadores que venham contribuir através de um trabalho interativo, contextualizado 
e bem planejado. Não basta apenas a criança apropriar-se do código escrito, mas 
fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano, apropriando-se da função social 
dessas duas práticas. 
Sabe-se que muitas vezes a criança não está conseguindo dominar as 
habilidades de leitura e escrita e culpa-se a família e/ou a falta de interesse dos 
mesmos, mas, é preciso que o professor quando perceber que determinados alunos 
não estão avançando na aprendizagem, buscar subsídios para que estes problemas 
sejam solucionados. Também, torna-se relevante o educador se autoavaliar, 
examinado sua prática pedagógica, pois muitas vezes o aluno é rotulado como 
36 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
alguém que não “aprende nunca”, causando sérios constrangimentos e traumas em 
sua vida. 
As crianças que apresentam realmente dificuldades em aprender, precisam 
ser acompanhadas pelo profissional responsável nessa área que é o 
psicopedagogo, pois, através do diagnóstico que ele fará, dependendo do problema 
observado, ele saberá o melhor caminho a percorrer para que essas crianças 
possam avançar em suas aprendizagens. 
Sobre dificuldades de aprendizagem, o conceito de dificuldades de 
aprendizagem remete-se também as necessidades educacionais especiais, mas 
também aos maiores recursos educacionais necessários para atender essas 
necessidades e evitar maiores complicações. Ao falar de dificuldade de 
aprendizagem e evitar a terminologia da deficiência a ênfase situa-se na escola, na 
resposta educacional. 
De acordo com Grigorenko; Ternemberg (2003 p.29): 
 
Dificuldade de aprendizagem significa um distúrbio em um ou mais 
processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da 
linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão 
imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos 
matemáticos. 
 
Frequentemente são identificadas crianças dentre as que frequentam a 
escola, aquelas que, por alguma razão, não conseguem cumprir de modo 
satisfatório as expectativas da escola e dos pais. Habitualmente, os familiares ou 
responsáveis por estas crianças são orientadas no sentido de procurar um 
profissional a fim de que este possa diagnosticar o “problema da criança” com o 
objetivo de corrigir ou sanar as dificuldades presentes, pois, se essas crianças não 
tiverem um acompanhamento adequado não terão rendimento escolar satisfatório. 
Muitas vezes a criança apresenta alguma dificuldade na aprendizagem e a 
família não mostra nenhum interesse em ajudá-la, deixando que a escola se 
encarregue de encontrar a solução. Sabemos que é de grande importância que a 
escola receba esses alunos, mas é também preciso que a família colabore no 
sentido de ajudá-los em relação a formação da criança, bem como é responsável 
por modelar e programar o comportamento e a identidade do indivíduo. 
É preciso que a família acompanhe de perto a vida escolar dos filhos. Os pais 
não podem pensar que todos os problemas de aprendizagem dos filhos é obrigação 
37 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
somente da escola resolvê-los. É papel dos pais, estarem sempre acompanhando 
todo processo de formação de seus filhos, dedicando-se ao máximo, propiciando 
momentos de cumplicidade, amor e atenção. O vínculo afetivo da família 
desempenha um papel importante no desenvolvimento da criança. 
Observamos que diversas vezes, os próprios pais cometem erros gravíssimos 
quando se referem aos filhos que apresentam alguma deficiência na aprendizagem, 
dizendo: “ele não tem jeito, não aprende nunca”. Isso muitas vezes é a causa das 
crianças não aprenderem mesmo, devido os traumas causados dentro da própria 
casa. 
 
 
 
Não existe criança que não aprenda. Ela sempre aprenderá alguma coisa, 
umas de modo mais rápido, outras mais lentamente, mais a aprendizagem 
certamente se processará, independentemente da via neurológica usada, mas 
utilizando-se associações infalíveis, baseada em uma vertente básica: ambiente 
adequado + estímulo + motivação. Talvez seja a chave que procuramos para 
encaminhar os distúrbios de aprendizagem e as dificuldades de escolaridade. 
(CIASCA, 2004). 
Nessa perspectiva, entende-se que toda criança tem a capacidade de 
aprender, mesmo que tenha problemas neurológicos, dependendo da maneira como 
ela receber as informações, algo com certeza vão ficar registrados em sua mente. 
Em relação a essa abordagem, torna-se de grande relevância o papel do professor 
Fonte: https://www.infancia.com.br/blogs/news/124324483-erros-cometidos-
pelos-pais-na-educacao-de-seus-filhos 
38 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
que precisa estar se capacitando constantemente, tanto em prol de sua formação 
como em saber atuar frente aos desafios de sua profissão. 
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses fazeres se 
encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando, 
reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. 
Pesquiso para constatar, constatando, intervindo, intervindo educo e me educo. 
Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a 
novidade. (FREIRE, 2004, p.29). 
O professor tem um papel importante no desenvolvimento do educando, 
cabendo a ele, perceber as dificuldades dos alunos, ajudando e incentivando para 
que eles não se sintam fracassados, achando que nunca vão conseguir aprender. 
Algumas crianças por diversas razões, não chegam a desenvolver habilidades 
comunicativas por meio da fala, como, por exemplo, crianças com deficiência 
auditiva, algumas portadoras de paralisia cerebral, autistas etc. Nesses casos, a 
inclusão dessas crianças nas atividades regulares favorece o desenvolvimento de 
várias capacidades, como a sociabilidade, a comunicação, entre outras. Convém 
salientar que existem certos procedimentos que favorecem a aquisição de sistemas 
alternativos de linguagem, como a que é feita por meio de sinais, por exemplo, mas 
que requerem um conhecimento especializado. 
Cabe ao professor uma ação no cotidiano, visando à integração de todas as 
crianças no grupo. As crianças com problemas auditivos criam recursos variados 
para se fazerem entender. O professor, deve também buscar diferentes 
possibilidades para entender e falar com elas, valorizando várias formas de 
expressão. Além da inclusão em classes regulares, as crianças portadoras de 
necessidades especiais deverão ter paralelamente um atendimento especializado. 
Ensinar e aprender são processos lentos, individuais e estruturados. Quando 
esses processos não se completam, por alguma falha ou falta, interna ou externa, 
surgem os distúrbios e as dificuldades de aprendizagem que levam a criança não só 
à desmotivação, mas ao desgaste e à reprovação social. A criança se transforma 
num rótulo dentro da escola, perturba pais e professores que passam a buscar, a 
partir daí, todo e qualquer tipo de solução na tentativa de descobrir causas, 
classificá-las e, se possível, entender de forma objetiva um quadro que, apesar de 
não se mostrar claro, sugere uma perturbação, e implica em prejuízo contínuo em 
uma fase da vida extremamente importante, o início da escolarização. 
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Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
Sobre as caudas das dificuldades de aprendizagem, é notável que os fatores 
sociais sejam determinantes na manutenção dos problemas de aprendizagem, e 
entre eles o ambiente escolar e o contexto familiar são os principais componentes 
desses fatores. Quanto ao ambiente escolar, é necessário verificar a motivação e a 
capacitaçãoda equipe de educadores, a qualidade da relação professor-aluno-
família, a proposta pedagógica, e o grau de exigência da escola, que, muitas vezes, 
está preocupada com a competitividade e põe de lado a criatividade de seus alunos. 
Em relação ao ambiente familiar, famílias com alto nível sociocultural podem 
negar a existência de dificuldades escolares da criança. Há também casos em que a 
família apresenta um nível de exigência muito alto, com a visão voltada para os 
resultados obtidos, podendo desenvolver na criança um grau de ansiedade que não 
permite uma evolução no processo de aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A real etiologia dos transtornos de aprendizagem ainda não foi esclarecida 
pelos cientistas, embora existam algumas hipóteses sobre suas causas. Sabe-se 
que sua etiologia é multifatorial, porém, ainda são necessárias pesquisas para 
melhor identificar e elucidar essa questão. O desenvolvimento cerebral do feto é um 
fator importante que contribui para o processo de aquisição, conexão e atribuição de 
significado às informações, ou seja, da aprendizagem. Dessa forma, qualquer fator 
que possa alterar o desenvolvimento cerebral do feto, facilita o surgimento de um 
Fonte: https://neurosaber.com.br/o-que-sao-transtornos-de-aprendizagem/ 
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Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
quadro de transtorno de aprendizagem, que possivelmente só será identificado 
quando acriança necessita expressar suas habilidades intelectuais na fase escolar. 
Com relação aos transtornos de aprendizagem, pesquisas científicas sobre 
distúrbios de aprendizagem são relativamente recentes e ganharam relevância a 
partir dos anos 1980. Ainda existem testes padronizados mundialmente para 
diagnosticá-los embora haja referências importantes. Com isso, é difícil encontrar 
crianças com diagnóstico fechado de outros transtornos, além dos mais conhecidos 
como dislexia e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). 
Tanto o CID-10, como o DSM-IV apresentam basicamente três tipos de 
transtornos específicos: o transtorno da leitura, o transtorno da matemática, e o 
transtorno da expressão escrita. A caracterização geral destes transtornos não difere 
muito entre os dois manuais. 
 
“Distúrbio da escrita: são distúrbios neurológicos que afetam especificamente 
a produção da escrita e podem aparecer de maneira isolada ou combinados a outras 
patologias, como dislexia” (JARDIM, 2003, P. 28) 
Essa dificuldade ocorre no processo de leitura, escrita, soletração e ortografia. 
Isso não significa que todos os problemas da fala, leitura e escrita possam ser 
associados à dislexia. A dislexia independe de causas intelectuais, emocionais e 
culturais. “Há uma discrepância inesperada entre seu potencial para aprender e seu 
desempenho escolar”. (JARDIM, 2003, p. 36). Isso quer dizer que, apesar de 
condições adequadas para a aprendizagem, capacidade cognitiva apropriada e 
oportunidade sociocultural a criança disléxica falha no processo da linguagem. 
A língua alfabética é fundamentada na relação grafema/fonema. Os 
disléxicos, ao exibirem representações fonológicas mal especificadas, adotam um 
modelo diferente de decodificar ou representar os atributos falados das palavras. 
“Portanto, essa falta de sensibilidade fonológica inibe a aprendizagem dos padrões 
de codificação alfabética subjacentes ao reconhecimento fluente de palavras”. 
(FRANÇA,2006, p. 169). Isso quer dizer que a criança reconhece a letra, mas não 
Distúrbio de leitura e de escrita: é uma nomenclatura genérica, utilizada para 
definir as alterações que impedem ou dificultam a aquisição e continuidade do 
processo de leitura e escrita, variando segundo a etiologia e sintomatologia 
podem apresentar-se de muitas formas como: 
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Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
consegue associar ao som. Desta forma, a leitura fica prejudicada e, 
paulatinamente, ocorrem outros problemas na realização de tarefas que exigem 
memória fonológica. 
A dislexia normalmente é hereditária. Estudos mostram que dislexos possuem 
pelo menos um familiar próximo com dificuldade na aprendizagem da leitura e 
escrita. Esse transtorno envolve percepção, memória e análise visual. 
O dislexo geralmente demonstra insegurança e baixa autoestima, sentindo-se 
triste e culpado. Muitos se recusam a realizar atividades com medo de mostrar os 
erros e repetir o fracasso. Com isso criam um vínculo negativo com a aprendizagem, 
podendo apresentar atitude agressiva com professores e colegas. 
 
O distúrbio na matemática caracteriza-se da seguinte forma (Sanchez, 2004, 
p.177): “A capacidade matemática para a realização de operações aritméticas, 
cálculo e raciocínio matemático, capacidade intelectual e nível de escolaridade do 
indivíduo não atinja a média esperada para sua idade cronológica”. 
As dificuldades da capacidade matemática apresentada pelo indivíduo trazem 
prejuízos significativos em tarefas da vida diária que exigem tal habilidade. Em caso 
de presença de algum déficit sensorial, as dificuldades matemáticas ultrapassem 
aquelas que geralmente está associada. 
Diversas habilidades podem estar prejudicadas nesse transtorno, como as 
habilidades linguísticas (compreensão e nomeação de termos, operações ou 
conceitos matemáticos e transposição de problemas escritos ou aritméticos, ou 
agrupamentos de objetos em conjuntos), de atenção (copiar números ou cifras, 
observar sinais de operação) e matemáticas (dar sequência a etapas matemáticas, 
contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação). 
Observa-se, pelo exposto, que as dificuldades de aprendizagem em 
matemática podem ser diversas e que não existe uma forma única de solucioná-las 
em função de suas peculiaridades. Todavia, conhecer essas dificuldades 
possibilitará aos profissionais da educação, condições de melhor analisar o 
Distúrbio da matemática: O distúrbio da matemática é conhecido como 
discalculia. Esse distúrbio não afeta as habilidades básicas da matemática como 
contagem, e sim, as atividades que exigem raciocínio. Esse distúrbio vem sempre 
em junção com outros, como o da leitura e da escrita. 
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Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
desempenho de seus alunos a fim de propor alternativas para conduzir o trabalho 
pedagógico com eles. 
O Transtorno da expressão escrita não se trata apenas de uma dificuldade na 
caligrafia ou ortografia, ao contrário trata-se de um transtorno que engloba desde a 
competência de elaborar um texto até a ausência de uma boa escrita e de tudo que 
está ligado a mesma. Este transtorno de escrita é algo que ainda não há um 
tratamento específico, pois, sabe-se pouco sobre o tratamento. No entanto, há 
alguns critérios que podem evidenciar o transtorno e que podem auxiliar no 
diagnóstico. Uma criança com esse transtorno possui habilidades na escrita inferior 
às outras crianças de sua série ou faixa etária, tal dificuldade influencia em 
atividade. 
Dentro da escola, a participação do psicopedagogo com suas experiências de 
intervenção junto ao professor, num processo de parceria, possibilita uma 
aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente se os professores 
forem especialistas na área. Não só a sua intervenção junto ao professor é positiva, 
também com a participação efetiva dos pais nas reuniões, esclarecendo o 
desenvolvimento de seus filhos na escola, bem como acompanhando e sugerindo 
atividades, buscando estratégias e apoio necessário para cada criança com 
dificuldade. 
Segundo Bossa (1994, p.23), (...) “cabe ao psicopedagogo perceber eventuais 
perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade 
educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de 
acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando 
processos de orientação”. 
A intervenção psicopedagógica possibilitao acompanhamento do trabalho 
junto aos professores, visando à solução de problemas de aprendizagem. É preciso 
que ele faça um diagnóstico, ou seja, um processo que se realiza numa atitude 
investigadora, até a intervenção. É importante que essa investigação prossiga 
durante todo o trabalho com o objetivo de observação ou acompanhamento da 
evolução do sujeito. No diagnóstico psicopedagógico “as perturbações na leitura e 
escrita expressam uma mensagem” (FERNANDES, 1991 p.43). Para a autora as 
dificuldades na leitura e escrita requerem uma atenção rebuscada pelo fato do não 
aprender desencadear omissões, negações, desinteresse e até mesmo aversão pela 
escola. Segundo Weiss (2001, p.97): 
43 
 
Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 
É preciso resgatar, desde o diagnóstico, o hábito de ler com satisfação e 
compreensão daquilo que se propõe a ler abrangendo capacidades 
desenvolvidas no processo de alfabetização que habilita o aluno a 
participação ativa nas práticas sociais e na contribuição da sua 
aprendizagem. 
 
Quando diagnosticada, a criança passa primeiramente por um longo caminho 
de busca, que começa em postos de saúde e chega à rede terciária de atendimento 
ou a consultórios particulares, sempre procurando um substrato que justifique o fato 
de não aprender. Nesses serviços, as crianças são submetidas a uma série de 
exames clínicos, psicológicos, oftalmológicos, neurológicos e pediátricos, entre 
outros, cuja conclusão em sua grande maioria, é pela a não constatação de 
anormalidades que justifiquem o problema escolar. 
Tendo a escola um papel fundamental na vida de cada estudante, é preciso 
perceber tais dificuldades na aprendizagem. Ficou constatado através desse estudo, 
que trabalhar com dificuldades de aprendizagem constitui um verdadeiro desafio que 
a cada passo mostra outros tantos a serem desenvolvido, tal foi à abrangência e a 
complexidade de desenvolver este tema através das contribuições de vários 
teóricos. 
Grande parte da dificuldade em definir, conceituar e avaliar os problemas de 
aprendizagem surge basicamente da necessidade de diferenciar aquilo que é 
considerado como distúrbio de aprendizagem. As dificuldades ocorrem por diversos 
fatores, por utilização de metodologia não adequada e não atualizadas, muitas 
vezes devido à prática do educador que se prendem a métodos tradicionais, 
ensinando por meio de repetição e cópias de palavras que não tem nenhum 
significado para o aprendiz. 
Muitas vezes, as dificuldades de aprendizagem são de origem intelectual, 
emocional, incluindo-se dificuldade de relacionamento professor e aluno, no qual o 
papel do mesmo é fundamental para que ocorra a aprendizagem. Geralmente, 
quando o aluno tem um bom relacionamento com o professor, o aprendizado ocorre 
com facilidade. Cabe ao professor, ter um olhar observador para detectar quando 
um aluno não aprende, recorrendo a novas metodologias, procurando dar maior 
atenção para que o mesmo consiga atingir os objetivos propostos. 
Após a tentativa de utilizar vários recursos para reverter o problema e, ainda 
assim, o aluno apresentar dificuldades, deverá ser acompanhado para uma 
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Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
avaliação do psicopedagogo que deverá promover o diagnóstico e descobrir se a 
causa é de ordem metodológica ou se é caso de distúrbio de aprendizagem, que são 
de ordens neurológicas, psicológicas ou fonoaudiológicas, sendo assim, esse aluno 
deverá receber um tratamento com profissional específico. 
Verificou-se também que a participação do psicopedagogo nesse processo é 
de grande relevância, pois, o mesmo realiza um papel fundamental na escola, 
ajudando as crianças em seu processo de desenvolvimento intelectual, fazendo o 
diagnóstico psicopedagógico. A atuação do psicopedagogo compreende então, os 
processos de desenvolvimento e os caminhos da aprendizagem. Compreende o 
aluno de maneira interdisciplinar, buscando apoio em várias áreas do conhecimento 
e analisando a aprendizagem no contexto escolar, familiar e no aspecto afetivo, 
cognitivo e biológico fazendo as intervenções necessárias para a evolução de 
aprendizagem das mesmas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://neurosaber.com.br/atuacao-psicopedagogo-no-disturbio-de-
aprendizagem/ 
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Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
Desse modo, o problema na aprendizagem pode ser enquadrado como um 
sintoma e não como um quadro permanente. Há várias hipóteses para justificar o 
não-aprender, dependendo do significado que tem para cada um. Para uns, a 
aprendizagem é gratificada com o carinho dos pais, para outros, este mesmo 
carinho só vem se a criança não aprende. As dificuldades de aprendizagem podem 
ocorrer em determinadas áreas do conhecimento. Há alunos com verdadeiro talento 
na arte, na dança, na música, no esporte ou em outra habilidade e apresentam 
dificuldades na leitura, escrita ou nos cálculos. Cada ser humano é singular e 
apresenta características diferenciadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 
 
 
1. Conceitue transtorno e distúrbio de aprendizagem, observando suas diferenças e 
semelhanças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Que relevância um professor pode ter em reabilitar seu perfil, 
uma vez que o mesmo deva se preocupar em atender alunos 
com dificuldades plurais? 
 
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Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
 
UNIDADE 04 
Materiais didáticos e 
suas relevâncias para o 
processo de 
alfabetização escolar 
 
Fonte: http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2017/02/pesquisa-sobre-jogos-e-
materiais.html 
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Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização 
 
4. Materiais didáticos para a realização do processo de 
alfabetização escolar 
 
O processo de ensino e aprendizagem e os materiais didáticos O presente 
trabalho se insere no contexto de estudos realizados numa perspectiva de que o 
profissional professor é de extrema importância para o futuro da nossa sociedade. 
Desta forma, depende de sua formação didática o modo ou modelo operativo que 
utilizará na construção de sua prática nos processos que utiliza para a organização 
das situações de aprendizagem dos alunos, percebendo-se assim, a importância da 
Didática. 
Consideramos em primeiro lugar, que o processo de ensino – objeto de 
estudo da Didática – não pode ser tratado como atividade restrita ao espaço de sala 
de aula. O trabalho docente é uma das modalidades específicas da prática educativa 
mais ampla que ocorre na sociedade. Para compreendermos a importância do 
ensino na formação humana, é preciso considerá-lo no conjunto das tarefas 
educativas exigidas pela vida em sociedade. A ciência que investiga a teoria e 
prática da educação nos seus vínculos com a prática social global é a Pedagogia. 
Sendo a Didática uma disciplina que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e 
as condições do processo de ensino tendo em vista finalidades educacionais, que 
são sempre sociais, ela se fundamenta na Pedagogia; é, assim, uma disciplina 
pedagógica (LIBÂNEO, 1994, p.15-16). 
De maneira geral, a didática é uma área de aplicação da pedagogia cujo 
objetivo fundamental é ocupar-se, conforme Perrenoud (2000, p.14), do estudo da 
organização e direção de situações de aprendizagem. Isso implica no estudo de 
estratégias de ensino, questões relativas a metodologias de ensino situado em um 
espaço educativo complexo. Assim, conforme Anastasiou e Alves (2004) surgiu o 
termo ensinagem, que indica a superação da visão fragmentada do processo de 
ensino e aprendizagem, pois essa é uma “prática social complexa efetivada entre os 
sujeitos, professor e aluno, englobando tanto a ação de ensinar quanto a de 
aprender em um processo

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