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A origem da endotermia em mamiferos

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1 | Ionara Nunes (@ionaraestefany) 
 
A ORIGEM DA ENDOTERMIA EM 
MAMÍFEROS 
 
1. INTRODUÇÃO 
A fisiologia de temperatura endotérmica 
é muito importante para compreender a 
natureza biológica de pássaros e 
mamíferos. Muita atenção tem sido dada 
ao problema de por que, como e quando 
surgiu a endotermia. Atualmente, 
existem pelo menos seis hipóteses 
diferentes e muitas controvérsias. 
Existem poucas evidências fósseis 
disponíveis que auxiliem nos detalhes da 
origem da versão aviária da endotermia, 
além do suposto surgimento de penas em 
alguns dinossauros. No caso da evolução 
da versão mamífera da endotermia, 
existe o registro fóssil de Synapsida 
basal, que vai desde os pelicossauros, 
que são ectotérmicos até chegar nos 
mamíferos primitivos endotérmicos. A 
anatomia preservada desses fósseis foi 
muito examinada em busca de apoio por 
autores de várias de interpretações 
variadas, embora com pouco acordo 
sobre quais estruturas, se houver, são 
indicadores confiáveis da natureza da 
fisiologia da temperatura do animal. O 
número de explicações contraditórias 
pode ser em grande parte devido a esta 
escassez de evidências diretas. 
2. FISIOLOGIA DA ENDOTERMIA 
A fisiologia da temperatura endotérmica 
típica de mamíferos é caracterizada por 
quatro aspectos: 
1. A taxa metabólica basal ou de repouso 
(BMR) é alta. 
2. A temperatura corporal é mais alta do 
que a temperatura ambiente normal do 
animal e fica entre cerca de 28 °C e cerca 
de 40 °C dependendo da espécie. 
3. A temperatura corporal central é 
mantida constante. 
4. A taxa metabólica aeróbica máxima 
(MAMR) é muito elevada em relação aos 
ectotérmicos. 
Decifrar quais desses aspectos são as 
funções e quais são os mecanismos 
responsáveis pelas funções está mais 
claro agora, no entanto, durante muitas 
décadas houve uma confusão 
considerável. A BMR elevada não pode 
ser considerada de importância funcional 
direta porque é muito variável entre 
espécies semelhantes. Para citar apenas 
um dos muitos exemplos, o estudo de 
Shkolnik (1980) mostrou que 3 espécies 
de ouriço (Paraechinus aethiopicus, 
Hemiechinus auritus e Erinaeus 
europeaus), mesmo tendo BMR e 
tamanho corporal diferente, todos 
mantêm a mesma temperatura corporal e 
níveis de atividade semelhantes. A 
temperatura corporal elevada também 
não pode ser considerada como uma 
adaptação, porque também é muito 
variável entre espécies de mamíferos, e 
porque muitos amniotas ectotérmicos 
tem temperaturas corporais mais altas 
que as dos mamíferos. Isso deixa duas 
funções básicas diretas do sistema 
fisiológico endotérmico, a 
termorregulação e atividade aeróbica. 
3. TERMORREGULAÇÃO 
A manutenção de uma temperatura 
interna constante é essencial para o 
maior grau de complexidade 
organizacional dos endotérmicos. 
Alguns processos como a velocidade de 
contração das fibras musculares e o 
funcionamento do sistema nervoso 
central, são dependentes da temperatura. 
Estudos recentes sobre a origem da 
endotermia aviária, mostram que a base 
bioquímica para a BMR elevada está em 
2 | Ionara Nunes (@ionaraestefany) 
 
um aumento de mitocôndrias nas células, 
principalmente nas dos órgãos viscerais. 
Eles metabolizam aerobicamente e de 
forma ineficiente, com um consequente 
aumento na produção de calor. Para que 
isso seja ligado com eficiência a uma 
função termorreguladora, é necessário 
que o corpo esteja isolado para que a 
temperatura corporal aumente o 
suficiente para criar um gradiente de 
calor entre o corpo e o mundo externo, e 
a que perda de calor deve ser 
rapidamente ajustada às mudanças na 
taxa de entrada de calor. O isolamento 
variável da pele por piloereção, é um 
exemplo disso. 
4. ATIVIDADE AERÓBICA 
Uma grande taxa do metabolismo da 
BMR é dedicada à atividade muscular e 
o aumento no nível máximo de 
metabolismo aeróbio dos endotérmicos, 
causam impacto em todas as atividades 
do animal. O mecanismo por trás do 
MAMR elevado é a ocorrência de um 
número maior de mitocôndrias no tecido 
muscular, e fornecimento de oxigênio 
pelo sistema vascular, permitindo uma 
taxa maior de síntese de ATP e sua 
conversão em energia mecânica. A 
relação entre o aumento da atividade 
aeróbia e a função termorreguladora é 
mal compreendida, as sugestões de 
possíveis razões para essa correlação 
inclui entre outras: uma conexão entre o 
aumento da atividade locomotora para a 
coleta de alimentos e o aumento do 
metabolismo visceral para a assimilação 
do alimento extra. 
REFERÊNCIA 
KEMP, T. S. The origin of mammalian 
endothermy: a paradigm for the 
evolution of complex biological 
structure. Zoological Journal of the 
Linnean Society, 2006.

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