Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADES INTEGRADAS AGES Campus de Jacobina ELIZA CEDRO DA SILVA MODERNIDADE LÍQUIDA Fichamento apresentado no curso de Bacharelado em Psicologia, da Faculdade AGES de Jacobina, como um dos pré-requisitos para obtenção da nota parcial da disciplina Sociologia. Professor(a): Dra. Elaine Rodrigues Ferreira Lima Jacobina 2020 1. REFERÊNCIA DA OBRA BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. 2. CITAÇÕES DIRETA REPRESENTATIVAS “Pergunte-se o que é realmente uma família hoje em dia? O que significa? E claro que há crianças, meus filhos, nossos filhos. Mas, mesmo a paternidade e a maternidade, o núcleo da vida familiar, estão começando a se desintegrar no divórcio ...(...).” (p. 7) No Panóptico, os internos estavam presos ao lugar e impedidos de qualquer movimento, confinados entre muros grossos, densos e bem-guardados, e fixados a suas camas, celas ou bancadas. Eles não podiam se mover porque estavam sob vigilância;(...) O domínio do tempo era o segredo do poder dos administradores (...). (p.10) “(...) vivendo na escravidão, se sintam livres e, portanto, não experimentem a necessidade de se libertar, e assim percam a chance de se tornar genuinamente livres.” (p.16) “(...) uma lesão cerebral coletiva causada pela ‘indústria cultural’ plantando uma sede de entretenimento e diversão.” (p.18) Ser moderno passou a significar, como significa hoje em dia, ser incapaz de parar e ainda menos capaz de ficar parado. Movemo-nos e continuaremos a nos mover não tanto pelo ‘adiamento da satisfação’ como sugeriu Max Weber, mas por causa da impossibilidade de atingir a satisfação: o horizonte da satisfação, a linha de chegada do esforço e o momento da auto-congratulação tranqüila movem-se rápido demais. (p.26) Uma vez rompidas as rígidas molduras dos estamentos, a tarefa de ‘autoidentificação’ posta diante de homens e mulheres do princípio da era moderna se resumia ao desafio de viver ‘de acordo’ (não ficar atrás dos outros), de conformar-se ativamente aos emergentes tipos sociais de classe e modelos de conduta, de imitar, seguir o padrão, "aculturar-se' não sair da linha nem se desviar da norma (p.30) O que elas compartilhavam era o pressentimento de um mundo estritamente controlado; da liberdade individual não apenas reduzida a nada ou quase nada, mas agudamente rejeitada por pessoas treinadas a obedecer a ordens e seguir rotinas estabelecidas; de uma pequena elite que manejava todos os cordões tal modo que o resto da humanidade poderia passar toda sua vida movendo-se como marionetes; (...). (p.48) “A infelicidade dos consumidores deriva do excesso e não da falta de escolha.” (p.57) “Mesmo que algum deles mostrasse funcionar do modo esperado, a satisfação não duraria muito, pois no mundo dos consumidores as possibilidades são infinitas, e o volume de objetivos sedutores à disposição nunca poderá ser exaurido.” (p.65) “Na corrida dos consumidores, a linha de chegada sempre se move mais veloz que o mais veloz dos corredores;(...).” (p.65) “O tempo se tornou dinheiro depois de se ter tornado uma ferramenta (ou arma?) voltada principalmente a vencer a resistência do espaço: encurtar as distâncias, tornar exeqüível a superação de obstáculos e limites à ambição humana.” (p.100) “O ‘curto prazo’ substituiu o ‘longo prazo’ e fez da instantaneidade seu ideal último.” (p.112) “Tendo se livrado do entulho do maquinário volumoso e das enormes equipes de fábrica, o capital viaja leve, apenas com a bagagem de mão - pasta, computador portátil e telefone celular.” (p.134) “A nova solidão de corpo e comunidade é o resultado de um amplo conjunto de mudanças importantes subsumidas na rubrica modernidade liquida.” (p.164) 3. TEXTO CRÍTICO Na obra “Modernidade Líquida” escrita por Zygmunt Bauman, ele destaca fatores de mudanças em diferentes dicotomias que ocorrem na sociedade, como as situações e o modo de pensar estão cada vez mais dinâmicos e com perspectivas e significados diferentes. O tempo tornou-se efêmero, as relações superficiais e as satisfações inalcançáveis, tudo isso devido à constante fluidez dos tempos modernos. Nota-se, em sua obra, a tentativa de se compreender o que é de fato ser livre. Nas civilizações passadas o rigor das regras sociais, do comportamento adequado e da impossibilidade de pensar diferente eram quase invariáveis, eram sólidas. Agora, com a modernidade líquida, as formas de conduta passaram a ter possibilidades alternativas e de poder de escolhas maiores. No entanto, essa liberdade que aparenta ser real ocasiona questionamentos de aceitação grupal e de responsabilidade dos atos, ou seja, não chega a satisfação prevista por ser livre. Por isso, essa liberdade não passa de uma mera ilusão sancionada pelas sociedades que enclausuram e fazem os indivíduos pensarem que são livres genuinamente, no entanto, é roubada a autenticidade de cada um; são controlados a cada passo. O consumo percorre a história humana, ele não é mais uma questão de sobrevivência como antes, mas é parte que estrutura e organiza a vida global dos sujeitos. Nesse sentido, com a cultura do consumismo eles só conseguem desenvolver sua identidade consumindo e sendo consumido, ou seja, a comodificação do usuário em mercadoria. Comprar serve para aumentar o valor da própria mercadoria, esse fenômeno, direciona as pessoas a estarem em constante insatisfação com si próprio, o desejo é ilimitado e inalcançável, pois sempre há o anseio de estar póstero ao outro. Por consequente, o consumismo consome a solidez do sujeito, o tornando líquido assim como a sociedade. Com esse processo, o tempo também se tornou flexível, parece estar mais rápido, porém a verdade é que as pessoas não possuem mais o “tempo livre”, como antes, pois ele é usado para o consumo. A amostra disso, são os chamados espaços vazios, como os shoppings, neste local há muitos cidadãos, mas pouquíssimas convívios sociais. A cultura imediatista demanda que as necessidades e desejos sejam feitos a curto prazo, pois esperar torna-se uma tormenta. Os meios digitais são um bom exemplo ao tempo fluido, pois a partir delas a velocidade que se compra, que se conhece pessoas, que se consome notícias e a moda estão em todo tempo em frequentes mudanças. Por isso, em um dia o que se parecia normal no outro pode se converter em uma anomia, proposta pelos próprios agentes sociais; os respectivos homens. É crucial destacar que a cultura se modifica com o tempo assim as relações trabalhistas e comunitárias estão embargadas nesse meio. O trabalhador hoje pode realizar suas tarefas tanto na empresa quanto no conforto de seus lares, apenas com aparelhos eletrônicos, realiza reuniões com empresários de outros lugares do mundo, fazem pagamento via internet e o dinheiro tornou-se digital. Com isso, o contato entre humanos está cada vez mais se findando, a maioria dos processos de relacionamento não são mais feitos frente a frente. A solidão da modernidade líquida, traz consequências psíquicas, físicas e biológicas para os envolvidos. E os que não conseguem chegar a esse nível de relações sociais, interpessoais ou trabalhistas torna-se sujeito "obsoleto", fora dos padrões estabelecidos, continua “sólido” como nos tempos passados. Tudo isso pela incessante fluidez dos tempos em que vivia. A disciplina de Sociologia inclusa na instituição de ensino superior, fornece acesso às noções relacionadas aos saberes da vivência coletiva e como transformações em qualquer aspecto da sociedade influenciam nas condutas dos indivíduos, esses conhecimentos contemplam e enriquece os acadêmicos em Psicologia, pois, necessitarão após e mesmo durante a graduação desses conhecimentos. Para atuar de forma eficiente e com excelência o psicólogo precisa ter domínio teórico-prático sobre como os sujeitos interagem com as transformações do meio social em que se encontram. O que fora abordado continuamente neste livro, mostrando uma análise dos comportamentos sociais e interpessoais dos sujeitos em tempos de transformações.
Compartilhar